Revista dos Bancários 02 - nov. 2010

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DOS

Revista Bancários

Ano I - Nº 2 - Novembro de 2010

Publicada pelo Sindicato dos Bancários de Pernambuco

Leia as matérias completas em www.bancariospe.org.br


Opinião Editorial

Estreia com garra e vitória

Beto Oliveira/Lumen

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Campanha Nacional 2010 foi um grande desafio para os bancários no Brasil inteiro. Afinal de contas, enfrentar o poder econômico dos bancos não é tarefa fácil. Mas, para a diretoria do Sindicato dos Bancários de Pernambuco, o desafio foi maior ainda. Eleita no final do ano passado com o objetivo de renovar a entidade, a direção encarou a sua primeira Campanha Nacional. Com muito trabalho e dedicação, os novos dirigentes tiveram de organizar mais de 10 mil bancários que trabalham em Pernambuco para fazer o enfrentamento com os bancos. Só aqui no Estado, trezentas agências paralisaram suas atividades A nova direção do durante a greSindicato encarou ve. Isso represua primeira senta cerca de Campanha e, junto 60% das unidacom os bancários, des bancárias e conquistou um mais de 6 mil acordo histórico trabalhadores que cruzaram os braços em Pernambuco para pressionar as instituições financeiras. Depois de quatro meses de organização, dois meses de negociação e quinze dias de greve, a Campanha Nacional acabou com a conquista do melhor acordo dos últimos vinte anos. Esta vitória renova o ânimo desta diretoria e mostra que estamos no caminho certo para enfrentarmos, juntos, os novos e velhos desafios que temos pela frente.

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A DIRETORIA 02 REVISTA DOS BANCÁRIOS

EM PERNAMBUCO OS BANCÁRIOS REALIZARAM PASSEATAS, PROTESTOS E MUITAS

A CAMPANHA QUE

HISTÓ


Campanha Nacional Primeira página

UITAS PARALISAÇÕES PARA PRESSIONAR OS BANCOS

E ENTROU PARA A

ÓRIA

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partir de agora, quem quiser contar a história dos bancários vai ter de dedicar um espaço todo especial para 2010. Neste ano, a categoria construiu a maior greve das últimas duas décadas e, com muita luta, conquistou o melhor acordo com os bancos deste período. Para sair vitoriosos de mais uma campanha salarial, chamada pelos bancários de Campanha Nacional, os trabalhadores tiveram de mostrar muita garra para superar toda sorte de truculência dos bancos. Contingenciamentos ilegais, assédio moral e até mesmo a utilização deturpada de instrumentos jurídicos foram algumas das armas usadas pelas instituições financeiras para atrapalhar a mobilização em Pernambuco. Mas, depois de quinze dias de uma forte greve, que só aqui no Estado parou 60% das agências e todos os departamentos das instituições financeiras, os bancários puderam comemorar. A luta da categoria rendeu o maior aumento real de salários dos últimos anos, uma valorização histórica no piso e avanços na PLR (Participação nos Lucros e Resultado), além de mecanismos de combate ao assédio moral e mais segurança. Para a presidenta do Sindicato, Jaqueline Mello, o resultado da Campanha consolida também a estratégia de unificação da categoria, iniciada em 2004. Naquele ano, os bancários dos bancos públicos e privados decidiram lutar juntos pela mesma pauta de reivindicações. Desde então, toda a categoria tem conquistado aumento real de salários, valorizado a PLR e garantido mais direitos. “Até 2004 nossos reajustes no máximo repunham a inflação nos bancos privados. Nos bancos públicos a situação era pior ainda, pois os funcionários ficaram praticamente sem aumento nos oito anos de governo FHC, além de perderem muitos direitos. Depois da unidade, todos os bancários têm conquistado os mesmos reajustes, com aumento real, e os empregados dos bancos públicos já recuperaram a maior parte dos direitos retirados pelos tucanos. Tudo isso porque, juntos, ficamos mais fortes”, afirma Jaqueline. REVISTA DOS BANCÁRIOS 03


Campanha Nacional Primeira página

A participação de cada bancário foi fundamental para a greve e para a vitória histórica conquistada nesta Campanha Nacional

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Fazendo C

om cerca de 10 mil agências paradas em todo o Brasil, mais da metade dos 470 mil bancários cruzaram os braços e construíram a maior greve que a categoria realizou nos últimos vinte anos. Os números são impressionantes, mas se não fosse a garra e a disposição de luta de cada um, a Campanha Nacional 2010 não terminaria com esta vitória histórica dos trabalhadores. “Os bancários mostraram mais uma vez que são de luta e cada um que aderiu à greve fez a diferença nesta campanha. Presenciamos histórias surpreendentes ao longo da mobilização. São pessoas que superaram a pressão dos bancos e contribuAssim como íram de forma decisiva para a nossa vitória”, comenta o muitos bancários, secretário-geral do Sindicato, Fabiano Félix. a nova diretoria do O bancário Wilson Freitas é uma dessas pessoas. Sindicato também Funcionário da Caixa há 16 anos, ele se empenhou para foi destaque nesta fechar não só a sua agência, mas muitas outras na região greve, a primeira metropolitana do Recife. Todos os dias, ele saia de casa para a maioria às 5h30 para garantir o sucesso da greve. “A gente tem de dos dirigentes estar presente e unidos”, explica. Seu colega Víctor Gomes de Neto, também funcionário da Caixa, foi outro que se destacou nesta Campanha. Bancário há 30 anos, ele usou toda sua experiência adquirida em décadas de greve, principalmente nas grandes mobilizações que marcaram a categoria nos anos de 1980. “Fazer greve não é apenas deixar de comparecer ao trabalho. É, também, ir às portas das agências, conversar com os clientes, participar das assembleias e eventos da Campanha.

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Campanha Nacional Primeira página

a diferença Greve é greve. Não é feriado. É o momento da gente lutar por nossos direitos. É preciso chamar a atenção da população. E isso a gente não vai conseguir se ficar em casa, descansando”, diz Víctor. Os bancários dos bancos privados também deram uma lição de luta nesta greve. Embora a pressão seja maior, os trabalhadores não se intimidaram e fecharam agências e departamentos do Bradesco, Itaú Unibanco, Santander, HSBC, Citibank. Uma bancária que prefere não se identificar, tem doze anos de HSBC, e conta que nunca deixou de participar das greves. “Não dá pra gente parar por conta própria. Mas basta o Sindicato chegar e a gente fecha tudo, sem problemas. A gente trabalha bastante e merece conquistar estes direitos”, diz. Outro trabalhador está no HSBC há apenas dois meses, mas sua vida como bancário é mais longa. “Em outros bancos privados, a dificuldade de obter adesão nas greves é mais difícil, seja pelo número de agências - bem maior, seja pela postura adotada pela empresa. Mas, do ano passado pra cá, a adesão dos bancários à greve nos bancos privados tem crescido, com destaque para os trabalhadores do Santander”, comenta. No Bradesco do Imperador, um funcionário, que não quis se identificar, comentou: “Para nós, é muito difícil participar abertamente da greve. A presença do Sindicato nas agências é muito importante. Serve como álibi para que a gente não sofra represálias”. Assim como muitos bancários, a diretoria do Sindicato também foi destaque nesta greve. “Foi a nossa primeira Campanha e os dirigentes estavam muito empolgados. Todos se dedicaram bastante e o resultado conquistado foi a coroação de um trabalho realizado com muito amor”, finaliza Fabiano.

PRINCIPAIS CONQUISTAS DOS BANCÁRIOS REAJUSTE SALARIAL 7,5% para quem ganha até R$ 5.250 (aumento real de 3,08%). Para quem ganha mais de R$ 5.250 nos bancos privados o reajuste é de R$ 393,75 fixos ou pelo menos 4,29%, o que for mais vantajoso. Para bancários do Banco do Brasil, da Caixa Econômica Federal e do BNB o reajuste de 7,5% será para todos os trabalhadores e sem teto. PISO SALARIAL Reajuste de 16,33%, passando a valer R$ 1.250 (aumento real 11,54%). No BB, reajuste de 13%, para R$ 1.600 (aumento real de 8,71%, com correção de todo o PCS). Na Caixa, elevação do piso da careira administrativa (PCS de 2008) para R$ 1.600, mediante aplicação de 10,19% sobre o valor da referência 201 de 31/08/2010. No BNB, elevação do piso salarial para R$ 1.600, o que representa um reajuste de 11,81% (aumento real de 7,52%), com correção do PCR – cargos (inclusive VCP). SEGURANÇA Será obrigatório o registro de boletim de ocorrência, divulgação de estatística semestral do setor e atendimento psicológico no pós-assalto, além da possibilidade de realocação para outra agência ao bancário vítima de sequestro. ASSÉDIO MORAL Inclusão de cláusula na Convenção Coletiva para o combate ao assédio moral, com condenação por parte da empresa a qualquer ato de assédio e implementação de um canal de denúncias, com prazo para apuração e retorno ao Sindicato.

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Entrevista Jaqueline Mello Beto Oliveira/Lumen

Vitória da estratégia Conquistas da Campanha Nacional consolidam o sucesso da estratégia de unidade entre os bancários dos bancos públicos e privados

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uncionária da Caixa desde 1989, Jaqueline Mello assumiu a presidência do Sindicato dos Bancários de Pernambuco no final do ano passado, depois de vencer uma eleição acirrada que renovou quase toda a direção da entidade. Oito meses depois da posse, a nova diretoria teve de encarar o desafio de organizar a categoria no Estado para a primeira campanha salarial desta gestão. Com a empolgação dos novatos, os dirigentes deram conta do recado, construíram a maior “Nossa campanha greve que os bancários reali- não é meramente zaram nos últimos vinte anos salarial. Chamamos e, com muita luta, ajudaram de Campanha os trabalhadores a conquis- Nacional porque tar o melhor acordo com os temos demandas bancos deste período. que vão muito Mineira de Juiz de Fora, além das questões Jaqueline chegou ao Recife econômicas” com 15 anos. Aqui, construiu a sua vida, teve quatro filhos, formou-se médica veterinária e virou bancária. Ingressou no Sindicato em 1997 e desde então passou por diversas secretarias até chegar à presidência da entidade. Nesta entrevista, Jaqueline fala sobre a Campanha Nacional 2010, sobre a luta dos bancários e faz um balanço do primeiro ano de gestão à frente do Sindicato.

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Entrevista Jaqueline Mello REVISTA – Os bancários encamparam no mês passado uma greve histórica, considerada a maior dos últimos vinte anos. Qual a sua avaliação sobre a Campanha Nacional 2010 e o acordo assinado com os bancos? JAQUELINE – Sem dúvida nenhuma, a Campanha deste ano foi vitoriosa para os bancários. Conquistamos, com muita luta, o melhor acordo das últimas duas décadas. Tivemos um aumento de 7,5% nos salários, foi o maior reajuste acima da inflação dos últimos anos. Mas a nossa maior conquista está no piso, que conseguimos aumentar em 16,33%. Isso reflete em toda a carreira. Além disso, valorizamos a nossa PLR e conquistamos mecanismos de combate ao assédio moral e à insegurança nos bancos. Foi um dos melhores acordos que os bancários arrancaram das instituições financeiras na sua história.

REVISTA – A Campanha Nacional deste ano foi novamente unificada, com funcionários dos bancos públicos e privados lutando juntos pela mesma pauta de reivindicações. Este é realmente o melhor formato para os bancários? JAQUELINE – Claro que sim. Quem tiver dúvidas, basta ver como eram os

lado. Muito pelo contrário. Mantemos mesas de negociação permanentes com cada banco e lá garantimos os avanços específicos pelos quais tanto lutamos.

REVISTA – Como foi para a diretoria do Sindicato organizar a sua primeira Campanha Nacional? A grande maioria dos dirigentes enJúlio Cesar Costa trou na entidade agora e estava até outro dia nos bancos. JAQUELINE – Essa Campanha foi muito especial. Foi emocionante ver os colegas da direção na luta para organizar a mobilização e depois a greve. Esta diretoria é marcada pela renovação e isso é ótimo, pois a empolgação dos diretores foi fundamental para o sucesso da greve. Os dirigentes se desdobraram para percorrer o maior número possível de agências e departamentos dos bancos. E isso JAQUELINE DURANTE NEGOCIAÇÃO EM SP se refletiu na greve, paramos cerca de 300 unidades só em Pernambuco e REVISTA – E esses mecanismos de resultados da Campanha antes e depois combate ao assédio moral e à insegu- da unificação. Começamos esta unidade construímos o maior movimento pararança bancária como são? em 2004 e de lá para cá conquistamos dista das últimas décadas. JAQUELINE – Na questão da segurança, os bancos terão de registrar boletim “A campanha unificada começou em 2004 e de lá para cá de ocorrência, divulgar as estatística conquistamos aumento real de salários em todos os anos, semestral do setor e promover o atendivalorizamos a nossa PLR e garantimos mais direitos” mento psicológico no pós-assalto, além de realocar o bancário vítima de seques- aumento real de salários em todos os REVISTA – Por falar na diretoria, tro para outra agência. Sobre o assédio anos, valorizamos a nossa PLR e in- qual o balanço que você faz desses moral, incluímos na Convenção Co- cluímos uma série de direitos que não primeiros dez meses de gestão? letiva uma cláusula em que os bancos tínhamos, como a 13ª cesta alimentação JAQUELINE – O balanço é extremacondenam qualquer ato de violência no e a extensão dos direitos para os casais mente positivo, já conseguimos cumprir trabalho e cria um canal de denúncias, do mesmo sexo. Além disso, os bancos grande parte dos compromissos que com prazo para apuração e retorno ao públicos passaram a cumprir a Conven- assumimos durante a campanha eleitoSindicato. É por isso que nossa cam- ção Coletiva, garantindo, no mínimo, ral. Nos candidatamos com a proposta panha não é meramente salarial. Cha- aqueles direitos. Antes de 2004, tivemos de mudar o Sindicato, queríamos ser mamos de Campanha Nacional porque reajustes abaixo da inflação nos bancos diferentes. E estamos sendo. Diminuítemos demandas que vão muito além privados e nada de aumento nos públi- mos nosso mandato em seis meses para das questões econômicas, e o combate cos. Com a unidade, ficamos mais for- que as eleições não coincidissem mais ao assédio moral e a garantia de mais tes para fazer o enfrentamento com os com a Campanha Nacional e reduzimos segurança estão entre elas. Vale lembrar bancos e ampliamos as conquistas para o teto das mensalidades, entre outras que o tema que o Sindicato trabalhou no todos. Isso não quer dizer que as reivin- medidas. Mas essas são emblemáticas, pré-campanha foi: “a gente não quer só dicações específicas de cada institui- pelo seu ineditismo. Quem diminui o salário”, em alusão à música dos Titãs. ção financeira tenham sido deixadas de seu mandato e reduz mensalidades?

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Cidadania Consciência Negra

Consciência da exclusão Em pleno século 21, os negros ainda sofrem discriminação, inclusive nos bancos

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edro é negro. Funcionário do Bradesco há sete anos, ele conta que nunca sofreu qualquer tipo de discriminação por conta de sua raça. Cita, entretanto, que somente 10% dos mais de 100 trabalhadores de seu departamento são negros. E acrescenta: “como as promoções são raras para todos, a gente não percebe a diferença”. Mas Maria (nome fictício), depois de 29 anos como bancária, o percebe. Ela veio do Bandepe, quando este ainda era um banco estatal. “Como o ingresso era por concurso, havia muito mais negros. Hoje, é uma febre de louras. E as bancárias morenas

pintam os cabelos para parecerem mais brancas”, diz a trabalhadora, que é a única negra em sua agência, do Santander. A bancária já sofreu humilhações e assédio. “Houve um tempo em que havia prêmios para quem abrisse mais contas. Uma vez, meu nome estava no quadro entre os que disputavam uma viagem para Hollywood. A gerente fez questão de tirar. Outra Apenas 2,3% vez, estavam distribuindo dos bancários pingentes de ouro, prata ou são negros e o bronze, de acordo com o nú- rendimento médio mero de contas abertas. Ela equivale a 84,1% distribuiu os pingentes em do que ganham uma reunião. Eu não rece- os brancos. Só bi. E fui saber, dias depois, 4,8% de negros e pela internet, que deveria pardos ocupam ter ganho um de bronze”. cargos de chefia Ela não fala sobre oportunidades de ascensão, porque sempre gostou de trabalhar como caixa. Mas, para Eleonora Costa, que também veio do Bandepe e hoje é diretora do Sindicato, a falta de oportunidade não foi uma escolha. “Eu via outras pessoas, todas brancas, serem promovidas. Não existem critérios para promoção. As chefias decidem”, diz a trabalhadora, que está há 21 anos no banco, sempre como caixa. A desigualdade é evidente. Basta entrar em uma agência e constatar a quase ausência de negros. No ano passado, pesquisa realizada pela própria Febraban – Federação Brasileira de Bancos constatou isso. Resultado de muita pressão dos bancários e da interferência do Ministério Público, a pesquisa mostrou que apenas 2,3% dos bancários são negros. Mostrou ainda que o rendimento médio de negros e pardos equivale a 84,1% do que ganham os brancos, que apenas 4,8% de negros, incluindo os pardos, ocupam cargos de diretoria e superintendência e que 30,3% nunca foram promovidos.

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Cidadania Consciência Negra

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Bancários arrancam avanços, mas ainda há muito a fazer

Quando a pesquisa da Febraban foi divulgada, em julho de 2009, os bancos anunciaram um Plano de Ação para reduzir as desigualdades. No entanto, mais de um ano depois, os avanços são tímidos. Na mais recente reunião da mesa temática de igualdade de oportunidades, os trabalhadores entregaram uma série de propostas. Os bancos sinalizaram com possibilidade de acordo para criação de um programa de sensibilização de executivos, com participação dos sindicatos. E também aceitaram a inclusão do item orientação sexual na próxima pesquisa. Os outros pontos, entretanto, continuam pendentes. É o caso das reivindicações por um Plano de Cargos e Salários com cri-

térios transparentes de evolução na carreira ou da democratização do acesso às promoções através de editais e informativos internos. Campanha 2010

O reajuste de 16,33% no piso dos bancários, conquistado pela greve nacional da categoria, acabou por beneficiar os negros que, assim como as mulheres, ocupam as funções mais baixas da carreira. “Valorizar o piso é importante. Mas nossa luta é para que as oportunidades de ascensão sejam as mesmas, para todos”, afirma o diretor do Sindicato, Geraldo Times.

Símbolo de resistência No dia 20 de novembro de 1695, Zumbi dos Palmares foi assassinado. Escravizado aos seis anos de idade, ele fugiu aos 15 e passou a viver no Quilombo dos Palmares, onde tornou-se símbolo da luta dos negros no Brasil. Por muitos anos, Zumbi não existiu nos livros de história do país. Graças à mobilização dos movimentos sociais, a data de sua morte tornou-se referencial de consciência e tirou da invisibilidade um dos heróis da resistência negra. Atualmente, uma lei sancionada em 2003 obriga o ensino da História da África e da cultura Afro-brasileira nas escolas públicas e privadas no país. Em julho deste

Mapa da desigualdade No Brasil, negros são 49,7% da população. Nos bancos, negros são 2,3% dos contratados (pardos são 16,7%; brancos são 77,4%; amarelos são 3,3% e índios, 0,3%) Negros e pardos ganham, em média, R$ 2.870 – 84,1% do que ganham os brancos (R$ 3.411) Há apenas 4,8% de negros e pardos em cargos de diretoria e superintendência Em cargos de gerência, eles são apenas 14,9% contra 81,7% de brancos. 30,3% dos negros nunca foram promovidos. Entre os brancos, este percentual cai para 22,8% A maioria dos negros e pardos (66,5%) tem até três anos de casa

ano, foi sancionado o Estatuto da Igualdade Racial. São 70 artigos e importantes avanços, entre os quais a definição de 10% de vagas nos partidos políticos aos candidatos negros, a especialização do Sistema Único de Saúde em doenças mais características da raça negra e a oferta de incentivo fiscal às empresas que tenham ao menos 20% dos funcionários negros. Algumas reivindicações, entretanto, deixaram de ser contempladas. É o caso da preferência em licitações públicas a empresas que promovam ações de igualdade racial e a obrigatoriedade da criação de cotas pra negros nas universidades públicas.

300 anos da Guerra dos Mascates Este ano marca, também, os 300 anos da Guerra dos Mascates - mais um reflexo do sentimento autonomista e antilusitano dos pernambucanos, que vem desde a luta contra os holandeses. Mascates eram comerciantes portugueses, que se alojavam no Recife. Contra eles se insurgiram os proprietários de engenhos, concen-

trados em Olinda. Com o açúcar em crise e afundados em dívidas contraídas aos comerciantes, eles não aceitaram a emancipação do Recife, que colocaria os mascates em condição de superioridade política. A guerra se estendeu até 1711, quando a metrópole interviu, prendeu os líderes e elevou Recife à condição de capital. REVISTA DOS BANCÁRIOS 09


Cultura Consciência Negra

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uma sexta-feira à tarde. Jovens, de várias comunidades diferentes, sob a batuta da ONG Pé no Chão, se juntam no centro da cidade para mais uma roda de break, ou dança de rua. Crianças, de menos de dez anos, dão show de malemolência, girando o corpo no chão e equilibrando-se, de ponta-cabeça, com apenas um ponto de apoio. Os participantes revezam-se e arrancam aplausos dos demais. No som, um jovem DJ dá o ritmo, fundindo músicas e manuseando o equipamento. Eis a nova face da cultura negra do país. Mas o movimento hip-hop, que já chega a sua terceira geração, tem muito mais a contar. Rodas como essa se multiplicam nas periferias de cada estado. E não faltam histórias de jovens que se desvencilham do crime e das drogas Movimento tece a partir da cultura. “Embora geral- uma rede de mente não melhore a situação finan- relações entre ceira dos participantes, o hip hop comunidades é uma injeção de auto-estima, que periféricas. “É uma favorece a sociabilidade, a partir de injeção de autoum movimento que fala de nossa estima, diz Sérgio identidade – a cultura das ruas, das - o sociólogo da periferias”, afirma Sérgio Ricardo, favela. conhecido como sociólogo da favela. Sérgio é exemplo de superação: perdeu a mãe aos oito anos, perambulou nas ruas, conheceu armas e drogas, entrou na escola apenas aos dez anos, foi criado de mão em mão. Mas formou-se em sociologia, encontrou-se na dança de rua e fez do movimento hip hop sua família. Hoje, cria projetos de educação para outros jovens e é secretário-geral da Associação Metropolitana de Hip Hop em Pernambuco (veja box). Embora não seja negro, sua mãe o era. E, para Sérgio – como para outros, o movimento é um encontro com a própria identidade.

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FESTIVAL DE B-BOYS E B-GIRLS REÚNE A MOÇADA DO HIP HOP

A nova cara da cultura negra

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Das butadas eu vim, Zé Brown é meu nome / Não tenho um 38, mas minha arma é o microfone / então se liga pá... rá-tá-tá-tá, rajadas de consciência, não vai dar para se esquivar (…) O nome é Faces do Subúrbio, pretos da nova era / Mensageiros do gueto, representantes da favela / Não estamos pra gracinhas, nem falar lero lero / Falamos a verdade porque somos sinceros / Então se liga bandido no que estou dizendo / Essas palavras são coisas que vêm de dentro (Faces do Subúrbio) 10 REVISTA DOS BANCÁRIOS

DJ BIG: “O HIP HOP NÃO ENTROU EM MINHA VIDA, É MINHA VIDA”.

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Cultura Consciência Negra

GABI BRUCE: “O HIP HOP ENSINOU A ME DEFENDER, COMO MULHER E CIDADÔ

Para a socióloga Silvia Gonçalves, “a apropriação do hip-hop por parte dos jovens brasileiros é um modo de ressignificação da identidade negra”. Em sua dissertação de mestrado, ela defende que, contra uma construção discursiva que reforça a mestiçagem e invisibiliza o racismo, os jovens da periferia foram buscar nos guetos negros dos Estados Unidos um referencial que lhes desse voz. E essa é uma história que eles fazem questão de repetir. Os militantes do hip hop costumam citar os precursores norte-americanos, a exemplo de Africa Bambaata. Contam que o movimento surgiu em um contexto de briga de gangues nas periferias. E uniu quatro elementos que já existiam, mas dispersos: o grafite, a dança de rua, o MC e o DJ. O MC, ou Mestre de Cerimônia, é a voz do movimento: o rapper, o improvisador. O DJ dá o tom, a partir de mixagens, fusão de músicas e outros efeitos sonoros. O grafite é o visual e a dança, o movimento. “A estes se juntou um quinto elemento, o conhecimento”, diz Sérgio. Múltiplas identidades

No Brasil, o hip hop tece uma teia de relações entre as comunidades periféricas, que ajuda a dar voz a quem costuma ser excluído. Torna-se não apenas

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um referencial para a identidade negra, mas para múltiplas identidades. Gabi Bruce, por exemplo, começou como aluna de uma ONG em Água Fria e passou a pintar na rua. Por identificação, acabou buscando outras mulheres grafiteiras, criou vínculos e tornou-se militante. “O hip hop me deu voz. Ensinou a me defender, enquanto mulher e cidadã”, diz Gabi, que hoje faz parte do coletivo Flores Crew, que junta gente, sobretudo mulheres, de Recife, Lajedo e Garanhuns. O envolvimento de vários participantes do movimento com as ONGs contribuiu no processo de formação política e elevação do nível de consciência dos participantes. DJ Big é um dos que atuam junto às organizações não governamentais. Há oito anos, ele faz parte da ONG Pé no Chão para ajudar a formar jovens em uma arte que ele começou a aprender em casa, sozinho, manuseando uma velha radiola. “Uma vez passou um pessoal, escutou meu som e me chamou para um encontro de DJs. E aí não parei mais. Botávamos um som na frente de casa, depois passamos a ser chamados em outras festas de rua, festivais, e nos articular com o movimento. O hip hop surgiu em um momento em que eu estava começando a criar uma ideologia, uma identidade. Por isso eu digo que ele não entrou na minha vida. Ele é minha vida”, diz Big, que fala comigo ao mesmo tempo em que resolve as broncas da produção de mais um ato periférico: apresentação de rua que acontece quinzenalmente, em algum lugar da cidade.

Sindicato dos Bancários, um parceiro de longa data

Toda segunda, grafiteiros, DJs, MCs, B-boys e B-girls de vários cantos do Recife e Região Metropolitana se reúnem no Sindicato. Eles fazem parte da Associação Metropolitana de Hip Hop de Pernambuco, que existe desde 2004 e reúne uma média de 40 sócios que, por sua vez, se articulam com outros tantos. Os encontros no Sindicato ocorrem desde 2006 e foram trazidos para cá por intermédio da atual

presidenta Jaqueline Mello, na época secretária da Mulher. “São jovens de várias gerações do movimento, em comunidades como Ibura, Cavaleiro, Setúbal, Coelhos, Coque, Curado, entre outras. Eles se reúnem semanalmente, às vezes para discutir a organização de torneios e eventos. Mas às vezes para debater políticas públicas e buscar a própria formação”, diz Jaqueline.

Eles discutem, por exemplo, a atuação do movimento dentro do Orçamento Participativo da Juventude, propõem criação de centros culturais, se inserem nos eventos promovidos pelos governos estadual e municipais, participam de atividades de formação e se articulam com outros movimentos. “E o Sindicato dos Bancários é parceiro antigo. É quase a nossa casa”, diz Sérgio. REVISTA DOS BANCÁRIOS 11


Cultura Dicas LITERATURA

Fliporto em Olinda A Festa da Literatura sai de Porto de Galinhas para movimentar a cidade de Olinda. De 12 a 15 de novembro, estarão lá cerca de 40 escritores convidados, como Contardo Calligaris, Moacyr Scliar, Mark Dery e Ricardo Piglia. A homenageada é a escritora Clarice Lispector. E a programação é ampla. Acesse: www.fliporto.net

Em dezembro é a vez da Freeporto A paródia é do grupo literário Urros Masculinos que, no ano passado, resolveu fazer sua versão da Festa Literária. Deu certo. Resultado: tem bis este ano, de 3 a 5 de dezembro. Entre os convidados, Mário Prata, Ronaldo Correia de Brito, Marcelino Freire, Bruna Beber e Nicolas Behr. A irreverência dos

jovens poetas começa pela forma de arrecadar fundos. O Recife Antigo, rebatizado de Nova Bulgária, foi simbolicamente arrendado para escritores donatários, que fizeram doações. Confira tudo sobre a Freeporto e dê boas risadas no site freeporto.wordpress.com

MAPA DO RECIFE ANTIGO, A NOVA BULGÁRIA

Artes cênicas

RECOMENDADOS Batalha dos Guararapes

Menino sonhador

De 12 a 15 de novembro, às 20h, nos Montes Guararapes, 50 atores e 230 figurantes estão na Batalha dos Guararapes. O evento é da Métron Produções e o texto e direção é de José Pimentel. Acesse: www.batalhadosguararapes.com.br .

Para a meninada, vale a pena dar uma passada no Teatro Marco Camarotti - Sesc Santo Amaro para ver “O Menino Sonhador”, de Didha Pereira. Uma forma poética de falar do meio-ambiente. Sábados e domingos, 16:30horas

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Lazer Clube de Campo

Criança

FELIZ A criançada invadiu o Clube de Campo dos Bancários no domingo, 24 de outubro. Uma grande e divertida festa marcou a comemoração do Dia das Crianças do Sindicato. Teve pula-pula, piscina de bola, cama elástica, tobogã, palhaços, pipoca, bombons, picolés e algodão doce. Sem falar no parque aquático, bicas, parque infantil e toda a estrutura do clube. Nem a chuva que insistiu em cair durante parte do dia, tirou o brilho da festa. Com água ou sem água, a meninada não deu tréguas à brincadeira. Os mais sortudos levaram para casa presentes especiais: foram sorteadas três bicicletas e um patinete. Para o secretário de Esportes, Cultura e Lazer do Sindicato,

Adeílton Filho, a Festa do Dia das Crianças do Sindicato já virou uma tradição. “Os filhos e parentes dos bancários adoram essa festa e se divertem muito. E o bancário não fica atrás. Com monitores que cuidam das crianças, os pais ficam tranquilos para aproveitar o dia, descansar ou se confraternizar com os colegas da trabalho”, afirma Adeílton. Até a Chapeuzinho Vermelho e o Homem-aranha, entre outros personagens, resolveram dar uma passadinha por lá. Os recreadores, contratados pelo Sindicato, alegraram as crianças com muitas brincadeiras, fizeram pinturas nos rostos e arte com bolas de sopro. Para os adultos, o grupo Som Brasil, comandou a animação.

Campeonato de Futebol a um passo da decisão Falta pouco para que se saiba quem são os campeões na disputa de futebol dos bancários. A final acontece nos dias 27 e 28 de novembro. A Revista dos Bancários foi fechada na véspera das rodadas que definiriam os semifinalistas. Itaú e Apcef ocupavam a liderança de suas chaves. Mas não havia nada definido, sobretudo no Grupo E, onde o Itaú liderava por conta do saldo de gols, mas era seguido de perto pelo Bradesco. Os jogos são realizados no Clube de Campo dos Bancários e você pode acompanhar todos os resultados em www.bancariospe.org.br REVISTA DOS BANCÁRIOS 13


Foto: Ricardo Stuckert

AGORA É COM ELA A CUT e os trabalhadores comemoram a eleição de Dilma. Mas, passada a euforia, o movimento sindical já pensa no próximo governo e na pauta que quer garantir

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partir de janeiro, o Brasil terá, pela primeira vez, uma mulher na presidência da República. Dilma Rousseff (PT) assume o cargo com a missão de garantir a continuidade dos avanços do governo Lula, que deixa o comando da nação com índices de aprovação nunca vistos na história deste país. A vitória de Dilma nas urnas confere ao Partido dos Trabalhadores seu terceiro mandato presidencial consecutivo. Diferentemente das eleições passadas, a candidatura petista contou com o apoio não só da CUT, mas de praticamente todas as centrais sindicais e dos movimentos sociais. Esse apoio sem precedentes deve-se à percepção de que havia nesta eleição algo muito importante em jogo: a possibilidade de avançar no caminho de mudanças que melhorou a qualidade de vida dos brasileiros, principalmente os mais pobres, ou voltar no tempo e retroceder com as políticas conservadoras do PSDB, que poderiam culminar no fim das políticas sociais e na retirada de direito dos trabalhadores. É por isso que a candidatura tucana foi apoiada massivamente pela 14 REVISTA DOS BANCÁRIOS

grande imprensa e por outros setores oligárquicos. A CUT e os trabalhadores comemoram – e muito – a eleição de Dilma. Mas, passada a euforia, o movimento sindical já pensa no próximo governo e na pauta que quer garantir. Além da defesa dos direitos dos trabalhadores, os sindicatos cutistas querem que Dilma mantenha as conquistas dos últimos anos, entre elas, a geração de milhões de empregos com carteira assinada, combate ao trabalho escravo, legalização das centrais, fortalecimento do poder público. Os sindicatos também vão lutar para garantir as reivindicações que não foram atendidas pelo governo Lula, como a reforma agrária, a extinção do fator previdenciário e a recomposição do poder aquisitivo das aposentadorias e pensões superiores ao salário mínimo. Outras pautas centrais do movimento sindical são a redução da jornada sem redução de salário, fim das demissões imotivadas (aprovação, pelo Congresso, da Convenção 158 da Organização Internacional do Trabalho, conforme projeto enviado por Lula) e respeito à atuação dos sindicatos no interior das empresas. Como se vê, a eleição de Dilma não encerra a batalha dos trabalhadores e muito menos põe fim à luta de classes. Mas, com um governo democrático e que respeita os sindicatos, fica mais fácil negociar e buscar o diálogo.


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Eleição 2010 Brasil

<< Uma eleição para quebrar tabus

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eleição da primeira mulher para a presidência do Brasil pode ser um divisor de águas na luta pelo fim da desigualdade entre os gêneros no país. Embora nas últimas décadas as mulheres tenham conquistado avanços importantes nesta batalha, ainda há um longo caminho a percorrer. Segundo a Organização das Nações Unidas (ONU), o Brasil está em 80º lugar num ranking de 138 países que avalia a disparidade de oportunidades entre homens e mulheres. O indicador considera a mortalidade materna, a taxa de fertilidade na adolescência, o percentual de lugares ocupados por O Brasil está em mulheres no parlamento, as diferenças de escola80º lugar num ridade e a inserção no mercado de trabalho. ranking de 138 A participação da mulher na política, por países que avalia exemplo, ainda é bastante reduzida no Brasil se a disparidade de comparada com Argentina e Suécia (ambos com oportunidades cerca de 40% de participação feminina). No parentre homens e lamento brasileiro, apenas 9,4% das cadeiras são mulheres, segundo ocupadas por mulheres. a ONU A desigualdade de salários entre os gêneros também persiste no Brasil. Segundo a diretora do Sindicato, Suzineide Rodrigues, no caso da categoria bancária essa diferença é gritante. “O preconceito que a mulher sofre no mercado de trabalho ainda é muito grande e isso se reflete também nos bancos. As bancárias ganham menos que os homens, ocupam os cargos mais baixos nos bancos e têm mais dificuldades para crescer na carreira. Temos lutado muito pela igualdade de oportunidades entre homens e mulheres e, apesar dos avanços, as diferenças ainda são grandes”, comenta Suzi. No caso da categoria bancária, as mulheres ganham em média 78,6% do salário dos homens. A diferença é registrada mesmo quando se considera cargos iguais, em todos os níveis. Dos cargos mais baixos, 53,3% são preenchidos pelas mulheres, enquanto as diretorias e superintendências dos bancos são compostas por 81% de homens. “Estamos cobrando garantias dos bancos para que a mulher tenha a mes-

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ma oportunidade que os homens na carreira. É uma luta muito grande, pois temos de enfrentar uma questão cultural que está enraizada na sociedade brasileira. O machismo e o preconceito ainda são muito grandes, mas esperamos que a eleição de Dilma ajude a quebrar barreiras”, afirma a secretária da Mulher do Sindicato, Sandra Albuquerque. Ela destaca que a entidade tem feito a sua parte para quebrar essas barreiras. “O Sindicato dos Bancários de Pernambuco foi o primeiro a criar uma secretaria voltada para a mulher. Também somos uma das primeiras categorias a garantir uma cláusula sobre o assunto na convenção coletiva. Hoje, grande parte da direção do Sindicato é composta por mulher e temos uma, inclusive, na presidência”, diz. Para quem não tinha sequer direito ao voto até 78 anos atrás, as mulheres conquistaram muito. A eleição de Dilma é uma grande representação simbólica destas conquistas e serve de referência para que as mulheres garantam, cada vez mais, a tão sonhada igualdade de oportunidades.

Bancários comemoram a eleição de Dilma Se os trabalhadores comemoraram a vitória de Dilma, os bancários ficaram ainda mais satisfeitos. Isso porque, o governo do PT e do PSDB foram completamente diferentes para a categoria. Nos oito anos em que os tucanos ficaram no poder o número de bancários foi reduzido em 20%, os salários sofreram o maior arrocho de sua história e os funcionários dos bancos públicos perderam direitos e os planos

de cargos e salários conquistados com muita luta. Já sob o comando dos petistas, a categoria bancária voltou a crescer com mais contratações, os salários foram reajustados acima da inflação todos os anos e os trabalhadores conquistaram mais direitos. Nos bancos públicos, o funcionalismo ainda recuperou quase todos os direitos retirados por FHC e, de forna inédita, BB, Caixa e BNB passaram a cumprir a Convenção Coletiva dos Bancários. REVISTA DOS BANCÁRIOS 15


Turismo Conheça Pernambuco

PRAIA DOS CARNEIROS

O ÉDEN É AQUI

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ualquer guia de turismo do Brasil coloca a praia dos Carneiros, em Pernambuco, entre as dez mais belas do país. Cenário típico dos posteres que estampam as paredes das agências de turismo, a praia é ainda mais surpreendente para quem a conhece ao vivo e à cores. Não há foto que faça jus à sua beleza... Localizada em Tamandaré, a cinco quilômetros da cidade, a praia dos Carneiros é um verdadeiro paraíso na terra. Cercada de coqueiros que margeiam toda a

DOS

Revista Bancários Informativo do Sindicato dos Bancários de Pernambuco Redação: Av. Manoel Borba, 564 - Boa Vista, Recife/PE - CEP 50070-00 Fone: 3316.4233 / 3316.4221 Correio eletrônico: imprensa@bancariospe.org.br Sítio na rede: www.bancariospe.org.br Presidenta: Jaqueline Mello Secretária de Comunicação: Anabele Silva Jornalista responsável: Fábio Jammal Makhoul Conselho editorial: Anabele silva, Dileã Raposo, Geraldo Times e Jaqueline Mello Redação: Fábio Jammal, Fabiana Coelho e Wellington Correia Projeto visual e diagramação: Libório Melo Impressão: AGN Gráfica Tiragem: 10.000 exemplares

sua extensão, a água é límpida e morna. O estuário do Rio Formoso e o paredão de arrecifes de um quilômetro de extensão completam o cenário. Todas essas belezas, no entanto, não superam as piscinas naturais e os bancos de areia que se formam quando a maré está baixa, garantindo um espetáculo inigualável de cores. Para completar, como se não bastasse, a igrejinha dos Carneiros chama a atenção dos turistas e já foi cenário para várias novelas e programas de televisão. Enfim, a praia dos Carneiros é um paraíso na Terra, mais precisamente em Pernambuco. Pertinho da gente, esse sonho de lugar merece ser visitado. Principalmente pelos bancários sindicalizados, que têm desconto de 15% em todas as diárias e pacotes na Pousada Praia dos Carneiros, que recentemente fechou convênio com o Sindicato. Para mais informações, ligue (81) 9245-9606 ou acesse www.pousadapraiadoscarneiros.com.br COMO CHEGAR Pela PE-076, entre em Tamandaré e siga até o centro. Dobre à esquerda na avenida José Bezerra e vá em frente até o final da via. Lá, vire mais uma vez à esquerda e aí é só seguir as placas

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