Revista dos Bancários 05 - mar. 2011

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DOS

Tela de Teresa Costa Rêgo

Revista Bancários Publicada pelo Sindicato dos Bancários de Pernambuco

Ano I - Nº 5 - Março de 2011

Leia as matérias completas em www.bancariospe.org.br

A VEZ DAS MULHERES

LEIA TAMBÉM

ENTREVISTA ESPECIAL COM MARIA DA PENHA

Elas estão enterrando séculos de opressão em busca de um mundo com igualdade entre gêneros


Opinião Editorial

A luta pela igualdade

E

m pleno século 21, as mulheres ainda ganham menos que os homens no trabalho, sofrem com a violência doméstica e têm de encarar uma dupla jornada para cuidar da carreira e da casa. Embora elas sejam a metade da população do planeta, as mulheres detém apenas 1% da riqueza. Na categoria bancária, aqui no Brasil, as mulheres ganham em média 78,6% do salário dos homens. A diferença é registrada mesmo quando se considera cargos iguais, em todos os níveis. Dos cargos mais baixos, 53,3% são preenchidos pelas mulheres, enquanto as diretorias e superintendências são compostas por 81% de homens. Se essa diferença de direitos é gritante na categoria bancária, uma das mais organizadas do Brasil, o que dizer de outras classes de trabalhadores. Um dia, homens e Vale destacar mulheres terão os que o Sindicato mesmos direitos e dos Bancários de uma vivência liberta Pernambuco é dos padrões de pioneiro na luta opressão baseados pela igualdade no gênero entre os sexos. A entidade tem mulheres em sua diretoria desde 1959, foi a primeira a criar uma secretaria voltada para a questão de gênero e hoje tem uma mulher na presidência e 50% da diretoria executiva composta pelo sexo feminino. Nas próximas páginas, você vai ler um pouco sobre a história de luta das mulheres. E vai ver que não está longe o dia em que homens e mulheres terão os mesmos direitos e uma vivência liberta dos padrões opressores baseados em normas de gênero. A DIRETORIA

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Popu

fem As mulheres são a maioria da população brasileira, mas ainda sofrem para fazer carreira no trabalho e ocupam pouquíssimos espaços nas esferas de poder


ulação

Especial Dia Internacional da Mulher

cultura masculina

minina, E las não são minoria. De acordo com o Censo 2010, as mulheres somam 51,04% da população. No entanto, continuam excluídas dos espaços de chefia, poder e decisão. Levantamento da consultoria em Recursos Humanos DMRH mostra que somente 3% das cadeiras de presidência nas empresas brasileiras estão nas mãos de mulheres. Entre diretores e vice-presidentes, elas são apenas 9%. Na política, a situação não é diferente, embora esteja melhorando lentamente. Pela primeira vez na história, o Brasil tem uma presidenta. Nos ministérios, elas ocupam nove postos, o maior número dos últimos anos. Por outro lado, as mulheres são apenas 8,77% dos deputados e 14,81% dos senadores. Em Pernambuco, a situação é pior: há apenas quatro deputadas estaduais: 8,16% da Assembleia Legislativa. A participação feminina no mercado de trabalho vem crescendo rapidamente, em proporção maior que a dos homens. No entanto, elas ocupam os cargos mais vulneráveis, são maioria entre os desempregados e recebem, em média, 75% do que ganham os homens. Mas, afinal, o que faz com que elas, que são a maioria da população, ainda sejam tratadas de forma desigual? Formação não lhes falta. Pesquisas indicam que as meninas passam mais tempo na escola que os meninos.

Cinquenta e sete por cento das garotas de 15 a 17 anos estão no ensino médio, etapa correta para essa faixa etária. Entre eles, só 47% cursam a série indicada para sua idade. Não é a falta de formação que atrapalha a ascensão das mulheres na carreira e na vida pública. As estatísticas são outras: segundo dados do IBGE, mulheres de 10 anos ou mais dedicavam 22,3 horas semanais aos afazeres domésticos contra apenas 5,2 horas dos homens. Estudo do Inep (Instituto Nacional de Pesquisas Educacionais) mostra que, dentre os jovens que estão fora da escola e do mercado, as mulheres são 75%. São meninas que concluíram o ensino médio, mas não seguiram para a universidade nem conseguiram emprego. Uma em cada quatro delas tinha filhos e quase metade era casada. Ou seja, as mulheres estão ampliando sua presença no espaço público. Falta aos homens aumentar sua participação no espaço privado. Falta ao Estado garantir políticas públicas que possam assegurar a igualdade de oportunidades. Ampliar a oferta de creches, por exemplo. Atualmente, menos de 20% das crianças até três anos têm acesso a esse serviço. E falta, a cada um, homens e mulheres, repensar valores. Porque a população brasileira já é feminina em sua maioria. Mas a cultura continua masculina.

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Especial Dia Internacional da Mulher

Guerreiras: Zita Guimarães, primeira diretora do Sindicato, Maria José Félix, primeira secretária da Mulher, e Ja

Mulheres pioneiras Q

Em 80 anos de criação, o Sindicato coleciona histórias de mulheres de fibra. Conheça algumas

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uando o Sindicato dos Bancários surgiu, em 1931, as mulheres sequer podiam votar. Só no ano seguinte, elas conquistariam este direito. E, mesmo assim, não todas: apenas as mulheres casadas, viúvas e solteiras com renda própria. As restrições só foram eliminadas em 1934. E apenas em 1946 o voto feminino passou a ser obrigatório. Nesta época, os bancos eram um es-

paço masculino. Nas fotos daquele tempo, mulheres figuram apenas como esposas dos trabalhadores. Aos poucos, elas foram abrindo espaços, nos bancos e no movimento sindical. Hoje, elas já são maioria nas instituições financeiras. No entanto, continuam excluídas dos cargos mais elevados e ainda recebem salários menores. No movimento sindical, as bancárias de Pernambuco merecem um capítulo à parte. Nesta trajetória de oito décadas, muitas mulheres se destacaram: militantes ou diretoras. Vinte delas serão homenageadas dentro da programação do mês da mulher. Conversamos com três destas pioneiras: a primeira diretora, a primeira secretária da Mulher, a primeira presidenta: Zita Guimarães, Maria José Félix, Jaqueline Mello. Quando Zita começou a trabalhar, em 1944 com 15 anos de idade, o mundo acreditava que lugar de mulher é na cozinha. “Mas meu pai era um homem diferente. Sempre disse para a gente estudar, pra não ter de ficar debaixo do pé de homem nenhum”. Foi o que fez a filha mais velha de uma família


Especial Dia Internacional da Mulher

gestão de Gilberto Azevedo, ela tornou-se a primeira diretora do Sindicato dos Bancários de Pernambuco. “Entrei como suplente e acabei ficando, como tesoureira”, lembra. Com orgulho, ela relata os avanços da gestão. “Tínhamos um intercâmbio tão grande com outros sindicatos que nossa sede era chamada de Casa do Trabalhador. Participávamos da Liga Feminina de Pernambuco, viajávamos para o interior com trabalhos de educação para mulheres. Tínhamos um Departamento Feminino, que oferecia cursos de formação, teatro, artesanato. Pelo nosso teatro, passaram figuras ilustres, como Teka Calazans e Zé Wilker. O Sindicato também foi o palco de muitas atividades do MCP (Movimento de Cultura Popular)”. Em tempos de greve, ela organizava uma equipe de mulheres para preparar os lanches para quem estava na rua. Até altas horas da madrugada, ficava na sede, imprimindo panfletos em silk screen. Integrava, aqueline Mello, primeira presidenta também, as equipes de panfletagem. “Nade sete mulheres e dois homens. Com quela época não tinha computador, nada 18 anos, já era bancária, da Cooperativa dessas coisas. Era muito mais trabalho”, diz. Banco do Nordeste. O trabalho era tanto que ela decidiu não Nesta época, não havia lugar para integrar a gestão seguinte, apesar dos apemulher nos bancos púlos de Darcy Azevedo, blicos. Elas tinham mais que sucederia Gilberto espaço nas instituições na presidência. Mal sabia privadas, sobretudo as que a gestão de Darcy sede menor porte. “No quer completaria um ano, Banco do Brasil, a gente brutalmente interrompida nem podia se inscrever. pelo golpe de 1964. Zita Só depois da criação de chegou a ficar detida, duBrasília é que começarante 27 horas no DOPS: ram a abrir vagas para “disseram até que a genmulheres. Na Caixa e te tinha armas guardadas no BNB, ainda havia no Sindicato. Quando fui algumas. Mas eram ex- Eleonora Costa, direto- depor, fiz gozação. Disse ra do Sindicato, além de que a gente tinha até tanceção”, lembra. lutar pelas mulheres Eram exceção, tam- ainda tem de brigar con- que de guerra...”. bém, nas atividades do tra o preconceito racial Mesmo depois de Sindicato. Mas entre aposentada, Zita não se estas raridades, lá estava ela: Zita Gui- contentou. Fez curso de direito e exerceu a marães. A amizade com uma ativista do profissão até dois anos atrás. Aos 82 anos, Sindicato dos Tecelões serviu como um ela nunca se filiou a partido nenhum. Mas estímulo a mais e, em 1959, durante a confessa: é fã de Fidel Castro.

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Ser feminista é...

“...ter orgulho de ser mulher. Ser feliz por ser mulher. E mostrar isso ao mundo, lutando para que todas as mulheres possam sentir o mesmo”

Jaqueline Mello – presidenta do Sindicato

“...um projeto de vida. É buscar igualdade de oportunidades para mulheres em um mundo em que os valores foram construídos no masculino. É querer um mundo em que ideias e oportunidades sejam compartilhadas por todos”. Suzineide Rodrigues – secretária de Finanças do Sindicato

“...ter consciência do seu papel como ser político. É atuar e ocupar espaços, fazendo valer suas ideias, direitos, voz e posicionamentos perante a sociedade” Sandra Albuquerque – secretária da Mulher do Sindicato

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Especial Dia Internacional da Mulher Ser feminista é...

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O feminino e o movimento sindical

O golpe militar tratou de destruir o pouco espaço que mulheres como Zita Guimarães tinham conquistado no movimento sindical. Era preciso recomeçar. E as primeiras sementes foram lançadas já na primeira gestão da CUT, no final dos anos 80. “Mas a ideia de criação de uma secretaria da Mulher não era aceita nem pela tendência da qual fazíamos parte. Lembro que fui para um congresso da CUT e só nós, bancárias de Pernambuco, defendemos esta posição”, conta Maria José Félix, que seria a primeira a ocupar o posto, na gestão seguinte. Foi preciso brigar muito, enfrentar ameaças, ouvir afirmações esdrúxulas. “Chegaram a dizer que eu não poderia estar à frente da Secretaria porque não era mãe, como se isso me fizesse menos mulher”. Aos poucos, elas foram abrindo espaços. “Até para ter uma sala, precisamos brigar. Só quando decidimos nos instalar dentro do banheiro, conseguiram um espaço para nós”. As bancárias passaram a ocupar, também, outras frentes. O Fórum de Mulheres, por exemplo. “Não foi fácil, porque levávamos demandas de trabalhadoras. E isso ainda não era comum dentro do Fórum”. A participação do Sindicato na luta 6 REVISTA DOS BANCÁRIOS

contra a violência se revela na luta pela condenação do assassino de Mônica Francisca e de Daniela Pérez. “Neste último caso, a campanha foi o primeiro passo rumo à criação da comissão estadual de mulheres trabalhadoras da CUT”, lembra Maria José. Foi preciso oito gestões para que as mulheres chegassem à presidência da entidade e ocupassem 50% dos postos na direção executiva. À frente do Sindicato na gestão mais feminina da história da entidade, Jaqueline começou sua vida de militante no movimento estudantil. Como bancária, sempre foi delegada sindical, mesmo quando o direito não era reconhecido. Mas foi quando participou de seu primeiro congresso dos empregados da Caixa que percebeu o que queria. Desistiu de concorrer ao cargo de instrutora no banco e passou a integrar a diretoria do Sindicato. “A mulher traz para o movimento uma leveza maior. Ao mesmo tempo, ela é muito prática, pelo costume de lidar com tantas tarefas ao mesmo tempo. A presença das mulheres no movimento sindical instala a sensibilidade e emoção, como componente essencial da política. E acho que tudo isso ajuda a tornar os trabalhadores mais próximos de quem dirige a entidade”, diz Jaqueline.

“...ser guerreira, lutar por igualdade e ter que provar todo dia que é capaz. É quebrar tabus, se reinventar. É ser de tudo um muito, inclusive feminina”

Daniella Almeida – secretária de Bancos Públicos do Sindicato

“...ter dentro de si uma inquietude que não permite aceitar nenhuma forma de injustiça. A luta feminista não trata apenas da questão das mulheres, mas de toda raça humana e de nosso papel no mundo”

Anabele Silva – secretária de Comunicação do Sindicato

“... não aceitar a desigualdade e buscar o respeito entre os sexos. É se colocar como ser participante e não aceitar qualquer tipo de exclusão” Tereza Souza – secretária de Formação do Sindicato


Entrevista Maria da Penha

Uma mulher, uma Lei e uma longa batalha

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Maria da Penha: a luta, agora, é para driblar as resistências à aplicação da Lei

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Entrevista Maria da Penha

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la fez do sofrimento um combustível de luta. Hoje, viaja de canto a canto para defender a lei que leva seu nome e impedir que outras mulheres passem pelo que ela passou. Mas o inimigo toma assento na cultura e história do país. A cada minuto, duas mulheres são espancadas no Brasil. E Pernambuco segue na liderança desta disputa inglória. A cearense Maria da Penha Maia Fernandes foi duplamente vítima. Do próprio marido, o professor universitário que tentou assassiná-la. E da Justiça brasileira, que manteve em liberdade o homem que a deixou paraplégica. O seu caso chegou à OEA – Organização dos Estados Americanos e o Brasil foi condenado internacionalmente. O fato foi o estopim necessário para que o governo brasileiro criasse uma lei contra a violência doméstica que, até então, era considerada como crime de menor potencial ofensivo. Mas, ainda que a Lei tenha ajudado a tirar da sombra este crime tão silenciado, ainda que tenha estimulado as mulheres a buscarem a proteção do Estado e denunciarem seus algozes, a resistência ainda é grande. E tem assento entre aqueles que deveriam defendê-la: os operadores do direito. Recentemente, a sexta turma do STJ (Superior Tribunal de Justiça) decidiu que processos de indiciados pela Lei Maria da Penha podem ser suspensos por um período de dois a quatro anos e, depois disso, caso os agressores não cometam novas faltas, a punibilidade pode ser extinta. Outra medida que tem enfrentado polêmicas é a que trata da necessidade de representação. Pela lei, a mulher tem até a data de entrega da denúncia para desistir da ação. Depois disso, o assunto torna-se de interesse do Estado e o processo segue, sem necessidade da presença da vítima. Mas a disposição tem passado em branco em boa parte dos processos movidos. No dia 18 de fevereiro, Maria da Penha esteve no Recife, em audiência no Ministério Público de Pernambuco. Nos microfones, os representantes da Justiça e dos movimentos sociais se revezavam em defesa da Lei. Mas, ao nosso lado, um destes operadores do direito confidenciava: “os que cumprem a Lei são pouquíssimos. Boa parte ainda acha que estes assuntos têm de ser resolvidos dentro de casa”. Confira alguns depoimentos feitos por esta cearense que, por pouco não perde a vida. Dentro de casa.

Prêmio Mulheres de Coragem, concedido no ano passado pela Embaixada dos Estados Unidos “Desde a década de 60, muitas mulheres vêm lutando para dar visibilidade ao tema da violência doméstica. Eu sou apenas parte de um processo. Esta homenagem é dividida com todas as mulheres do movimento que, no anonimato, trabalharam para combater este tipo de crime. Sem este alicerce, não haveria Lei”. 8 REVISTA DOS BANCÁRIOS

Violência e níveis sociais “A violência existe em todas as camadas sociais. A diferença é que as pessoas de nível social inferior denunciam mais. Nas classes mais favorecidas, a dificuldade é maior: as mulheres são intimidadas pelo status”. Sua história “Eu sou farmacêutica. Conheci meu agressor em São Paulo, onde fui para fazer mestrado. Ele era profes-

sor universitário e frequentava meu círculo de amizades. Era uma pessoa fora de suspeitas: cordial, afetivo, se dava bem com todo mundo. Depois que nos casamos, comecei a enfrentar violências psicológicas e, depois, os maus-tratos vinham através de minhas filhas, que sofriam agressões físicas e eram muito maltratadas. Nenhuma mãe pode se calar vendo isso. Eu ainda tentei conversar, buscar uma separação amigável. Mas ele não aceitava a separação e a situ-

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A cada minuto, duas mulheres s Dez são assassinadas todos os d na liderança desta disputa ingló ação foi ficando cada vez mais difícil. Uma noite, eu estava dormindo e acordei com um tiro nas costas. Durante o tempo em que estive consciente, eu tinha certeza de que tinha sido ele. Mas ele simulou o próprio assalto: foi encontrado na cozinha com o pijama rasgado e uma corda no pescoço. Passei quatro meses hospitalizada. E, durante muito tempo, o único depoimento que havia no inquérito era o dele. Ele só saiu de vítima para acusado quando a própria polícia começou a perceber que havia contradições nos depoimentos que ele prestava”. A briga pela Justiça “Passei, então, a ser vítima do Poder Judiciário. Passei oito anos acompanhando o processo, andando de um lado para outro... Só depois de todo esse tempo, aconteceu o primeiro julgamento. Ele foi condenado, mas saiu em liberdade. Foi quando eu decidi transformar minha história em um livro: Sobrevivi... posso contar. Dez anos depois, ele chegou ao Conselho Jurídico de Direito Interna-


Entrevista Maria da Penha cional, pelas mãos das ONGs. E o Brasil foi denunciado na OEA. Quatro anos depois, o país foi condenado internacionalmente, o que provocou a criação da Lei”. Sobre a aplicação da Lei “É preciso melhorar e uniformizar a ação. Na maioria dos estados não existem delegacias das mulheres em todos os municípios. No Ceará, por exemplo, um único juizado da mulher recebe mais denúncias que todas as varas criminais do Estado. A região do Cariri é tão violenta com suas mulheres quanto o

são espancadas no Brasil. dias. E Pernambuco segue ória Recife. Então, nós conseguimos regionalizar o Juizado de Juazeiro, para que ele atendesse também os três municípios vizinhos. No

entanto, quando ocorre a denúncia, os advogados do agressor alegam que o Juizado não tem competência para julgar o caso porque lá existem varas criminais. Temos ainda muito a avançar. E cabe aos operadores do direito tomar consciência e observar o que acontece nas delegacias e juizados”. Sobre a necessidade de representação da vítima “Não dá pra colocar a mão na cabeça do agressor. Quase sempre, quando a mulher chega numa delegacia, ela já vem sofrendo violência há muito tempo. Não adianta tentar buscar uma conciliação porque há muito ela tenta conciliar. Geralmente, ela está com muito medo, muito fragilizada. Não existe esta história de que em briga de marido e mulher não se mete a colher. Não existem estatísticas sobre os órfãos da violência doméstica. Mas creio que, quando uma mulher morre, deixa uma média de três a quatro filhos. E sob que condições estas crianças vão crescer? Certamente crescerão sem acreditar no Estado porque ele não pôde ajudar sua mãe. E a tendência é de que a violência se reproduza. Ou seja, a violência doméstica sai da esfera individual e avança sobre a social: torna-se uma questão de saúde pública. É dever do Estado garantir que, com ou sem a presença da mulher, os agressores sejam punidos”. Violência doméstica e discriminação

Números da violência no Brasil

Dez mulheres são assassinadas todos os dias A cada minuto, duas mulheres são espancadas 43% das brasileiras já foram vítimas da violência machista Uma em cada quatro mulheres já foi agredida pelo companheiro ou ex-companheiro Número de denúncias de violência contra a mulher cresceu 128% em 2010 121 mulheres foram assassinadas em Pernambuco em 2010, uma redução de 12% em relação a 2009

“A agressão é um crime em qualquer circunstância. Como pode ser qualificada como crime de potencial ofensivo quando ocorre em sua pior forma: dentro do lar? Alguns juristas chegaram a afirmar que a lei é interessante, mas que deveria se trocar a palavra mulher pela palavra pessoa, como se homens e mulheres estivessem nas mesmas condições de vulnerabilidade. A Lei prevê a prevenção, com capacitação de professores para lidar com o tema. E prevê a punição, com garantia de proteção às vítimas e de reabilitação social dos agressores”. Polos de atendimento “Muitas mulheres são desencorajadas a dar prosseguimento ao processo por conta das dificuldades que têm de enfrentar. Na maioria dos locais, o juizado é em um canto, o IML em outro, a defensoria pública em outro... e ela tem de passar por uma longa peregrinação. Outros estados, como Pernambuco, já criaram polos de atendimento que concentram em um só ponto todas estas instâncias e ainda oferecem assistência psicológica e social. É preciso que estas ações se expandam”. Medidas protetivas “Em Fortaleza, antes da criação do Juizado da Mulher, houve uma manicure que já havia feito três Boletins de Ocorrência. Na terceira vez, a delegada ligou pra juíza da vara responsável pelo julgamento e solicitou urgência para conceder abrigo. Mas a juíza alegou que só poderia conceder a proteção depois de ouvir o depoimento, que estava marcado para dois meses depois. Uma semana antes de ser ouvida, a manicure foi assassinada. Deixou três órfãos. Eu pergunto: por que não enxugar as varas criminais e criar mais delegacias da mulher? Sempre, para atender necessidades das mulheres, a luta tem de ser redobrada. REVISTA DOS BANCÁRIOS 9


Cultura Mulheres Escolhemos três esferas da arte: o teatro, as artes plásticas, a música. Para cada uma delas, uma mulher, ou grupo de mulheres. Com estilos e perfis bem diferentes, elas dão a dimensão das infinitas faces da expressão feminina na arte pernambucana. Diversidade que se revela pelas mãos de Teresa Costa Rêgo, pelas vozes das meninas do Bellas Marias e pelos gestos das Loucas de Pedra Lilás

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Artistas em três dimen

Diversidade feminina nas artes de Teresa Costa Rêgo, das Loucas de Pedra

s mulheres estão todas nas telas de Teresa. As prostitutas, noivas, gestantes, Ofélias, meninas, Evas, ou a mulher Pátria, servida em ceia larga aos políticos de nossa história. Mas não é no feminino que Teresa se reconhece. “Pinto mulheres porque o corpo feminino é mais plástico. Mas eu me tudo e foi banida da aristocracia para seguir uma vida de clansinto, antes de qualquer coidestinidade, prisões e exílio. Rebatizou-se como Joana. Correu sa, um bicho”. E, de fato, o mundo e viveu muita história em sua vida de exilada. Quaneles estão lá. Junto a cada Prostitutas, noivas, do veio a anistia, ela pôde voltar. Mas a morte levou seu granmulher retratada, há cabras, gestantes, Ofélias, de amor e ela teve, mais uma vez, de reconstruir-se. Escolheu tatus, corujas, gatos, pássameninas, Evas. Olinda para refazer seu mundo. Tornou-se Teresa Costa Rêgo. ros, serpentes. É o feminiSua obra tem um traço peculiar. “Eu pinto sobre o preto. E, no que se junta à terra e ao Todas as mulheres estão nas telas de quase sempre começo a pintar pelos pés”, conta a artista. Há animal, dando ao trabalho Teresa Costa Rêgo, outro aspecto que singulariza seus trabalhos: as dimensões. da artista uma sensualidade cuja arte ilustra a “Eu pintava telas menores. Então, na época da eleição de Mique vem da relação com a capa desta edição guel Arraes, integrei a Brigada Portinari. Foi quando descobri natureza. que me expressava melhor em grandes painéis”, diz Teresa, Teresa Costa Rêgo é da Revista dos Bancários que hoje tem telas de até 12 metros. uma mulher que impressioA denúncia política e a análise histórica também se revelam pelas mãos de na. Aos 82 anos, ela tem uma beleza e uma Teresa. Mas com o traço de sensualidade que lhe é próprio. “Eu tenho cinco vitalidade que desafiam os limites do temirmãos homens. E, quando eu era pequena, fingia que estava dormindo para po. Obra, talvez, de uma vida que se recria. escutar as histórias deles. Na minha cabeça, todas as coisas importantes da Teresa já foi Teresinha, dama da alta sohistória aconteciam nos puteiros”, conta a artista, sobre sua série dos bordéis. ciedade recifense. Então se apaixonou por Pelas mãos de Teresa, a injustiça e exploração que marcam a história brasileira Diógenes Arruda, um dos mais importantes figuram junto a anjos, serpentes, mulheres e bichos. Pelas suas mãos, a terra se quadros do PCB (Partido Comunista Brasireinventa. A vida se reinventa. No feminino. leiro). Divorciou-se do marido, abandonou

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Cultura

m nsões

a Lilás e do Bellas Marias

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Mulheres

Bellas Marias canta Pernambuco

Quando o grupo Bellas Marias surgiu, em 2001, eram raros os grupos musicais formados apenas por mulheres. Hoje, dez anos depois, e sempre com apoio do Sindicato dos Bancários, elas se preparam para lançar mais um CD, no final de abril: o Bellas Marias canta Pernambuco, volume II. Durante todos estes anos, muitas mulheres passaram pela banda. Mas o estilo se mantém, com raízes na cultura nordestina e pernambucana. Por trás de tudo, o comando de uma mulher: Deusdeth Ferro, idealizadora e produtora do grupo. “Eu sempre achei que havia poucas oportunidades para as mulheres musicistas”, conta ela, que também é compositora. “Os compositores de maracatu, por exemplo, eram quase sempre homens. No centenário do frevo, eu fui a única mulher a ter uma composição de maracatu selecionada pela Prefeitura do Recife”, lembra Deusdeth. No Bellas Marias, a voz não discrimina. Pelo contrário – ela constrói pontes. E as meninas do grupo cantam músicas que costumam se expressar no masculino: os aboios, por exemplo. Neste novo CD, uma circunstância do destino as levou a ir além. Um dos maestros adoeceu. E as musicistas Cynthia Pimentel e Bráulia Vital tiveram de assumir a direção musical.

Feminismo traduzido em gestos As Loucas de Pedra Lilás são, antes de tudo, um grupo de mulheres militantes do movimento feminista. A diferença é que, vinte anos atrás, elas decidiram se aproximar da linguagem da rua e traduzir a realidade em gestos e ações simples, que fazem rir. “O teatro ajuda a fazer o feminismo descer redondo. Rompe aquela ideia de que para ser militante do movimento tem de ser antipática”, diz Gigi Bandler, que integra o grupo desde sua criação. O grupo foi para as ruas pela primeira

vez há 21 anos, durante uma programação sobre saúde da mulher. Desde então, passou a integrar o calendário de ações do movimento de mulheres. Há 15 anos, elas passaram a ter financiamento, o que ajudou a qualificar o trabalho. Hoje, onde quer que haja uma ação envolvendo mulher e cidadania, lá estão elas. E as questões são múltiplas: saúde reprodutiva, HIV Aids, violência doméstica, empoderamento, saúde mental, racismo, diversidade sexual. Conversamos com o grupo em uma atividade de am-

bientalistas e pescadores contra a proposta de flexibilização do Código Florestal. “A terra é nossa casa. E a casa é de todos. Mas as mulheres são as maiores prejudicadas pelos efeitos do desenvolvimento predatório”, afirma Gigi. Com espetáculos como “Com a força da goela”, “Para bom entendedor”, e “Qual é a bronca”, além de atos performáticos sobre diversos assuntos, elas percorrem o estado e o Brasil. Também já rodaram por outros países e são presença marcante no Fórum Social Mundial. REVISTA DOS BANCÁRIOS 11


Cultura Dicas TEATRO

Dia do Teatro

No Dia Mundial do Teatro e do Circo, 27 de março, artistas pernambucanos têm programação especial. O Movimento de Teatro Popular de Pernambuco e a Associação de Teatro de Olinda organizam uma divertida caminhada no dia 25, em Recife, e no dia 27, em Olinda. O Sesc Casa Amarela tem espetáculos, leitura de contos e exibições de filmes no Teatro Capiba, na biblioteca da unidade, no Alto José do Pinho e no Cineclube Coliseu. Tem apresentações, também, no Sesc Piedade. E, no Teatro Arraial, a peça “Meu Reino por um Drama” (foto) inaugura temporada de circulação pelo estado.

Dia Nacional do Circo O Dia Mundial do Teatro, 27 de março, é também a data de aniversário do Palhaço Piolin, o rei dos palhaços brasileiros. É em sua homenagem que instituiuse, neste dia, o Dia Nacional do Circo. Abelardo Pinto nasceu em Ribeirão Preto, São Paulo, em 1897 e manteve, por mais de trinta anos, o Circo Piolin. Neste 27 de março, o Sindicato presta homenagem a Alakazam, Madre Escobar e o Arricirco, Índia Morena, Sandro Danday, Palhaço Cavaquinho, Palhaço Pinóquio, Moleza e Gentileza, Fátima Pontes e a Escola Pernambucana de Circo, Irmãos Santana, Mágico Lu-gom, Mágico Ryan Rodrigues, Sonato Wilker, Circo Trindade, Gérson (Circo Trans-América) e Zenaide Ferreira (Circo Big Brasil), entre tantos outros artistas circenses pernambucanos.

Sites

RECOMENDADOS Interpoética

Quem gosta de literatura não pode deixar de acessar o Interpoética, que este ano ganhou novo visual. Ele reúne o que de melhor existe na literatura brasileira e, mais especificamente, pernambucana: www.interpoetica.com

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Escritores e tal

Vale conferir, também, o site Escritores e Tal, que reúne textos de mais de dez poetas e escritores do estado. Há poesias, contos, crônicas, artigos, resenhas de livros e notícias. Acesse: www.escritoresetal.com.br


Carnaval Festa

Baile de Máscaras dos bancários

C

entenas de bancários lotaram a boate Metrópole, no último dia 25, e se divertiram pra valer no primeiro Baile de Máscaras realizado pelo Sindicato. Além de comemorar o carnaval, o evento abriu a programação do Sindicato para o Dia Internacional da Mulher. “Foi uma grande festa, os bancários adoraram. O objetivo é realizar bailes como este em todos os carnavais”, explica a secretária para Assuntos da Mulher do Sindicato, Sandra Trajano, uma das organizadoras do evento. O baile ganhou o nome de “Nem oito nem Oitenta”, em alusão ao 8 de Março e aos 80 anos do Sindicato. “O título mostra ainda que o ser humano deve buscar sempre o equilíbrio”, explica Sandra. O Sindicato escolheu a boate gay Metrópole para realizar o baile de máscaras com o intuito de quebrar tabus e colocar um fim ao preconceito.

Festa realizada pelo Sindicato também marcou a abertura da programação da entidade para o Mês da Mulher

Veja a programação para o mês da mulher

03/03 – Bloco Carnavalesco “Nem com uma Flor” Promoção: Secretaria Especial de Políticas para Mulheres da Prefeitura do Recife, com a participação do bloco “CUTucando as Mulheres”, da CUT/PE e demais agremiações femininas. Concentração às 16h30, na Praça do Marco Zero. 14 a 18/03 – Semana da Saúde e Beleza Shiatsu, manicure, pedicure, maquiagem, avaliação estética, massagem corporal, spa dos pés e muito mais. No Sindicato dos Bancários, com hora marcada. Sindicalizadas não pagam nada. 16/03 – Palestra “A Mulher e suas diversas faces” Com a Socióloga Verônica Ferreira (SOS Corpo). Às 19h, no Sindicato. 22 e 24 /03 – A Mulher e a Sétima Arte Dia 22, às 19h, no Sindicato: “A proposta” Dia 24, às 19h, no Sindicato: “As Bruxas de Eastwick” 30/03 – Palesta “A Influência do estresse sobre a libido feminino” Com a professora de História do Direito da Unijorge/BA e doutora em Ciências Sociais pela Unicamp/SP, Petilda Vazquez. Às 19h30, no Sindicato. REVISTA DOS BANCÁRIOS 13


Saúde Condições de trabalho

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Como vai a sua saúde?

Sindicato lançou no último dia 28 de fevereiro um anuário com todos os dados sobre a saúde dos bancários de Pernambuco. O objetivo do levantamento é verificar os principais problemas enfrentados pela categoria em 2010 e propor soluções para que os trabalhadores tenham melhores condições de saúde e trabalho nos bancos no Estado. “Com esses dados, que vamos atualizar todos os anos, fica mais fácil sistematizar os problemas e encontrar soluções para negociarmos com os bancos”, explica o secretário de Saúde do Sindicato, João Rufino, que organizou o anuário. No ano passado, o Sindicato emitiu 185 ComuSindicato publica nicações de Acidente de Trabalho (CAT) e os bancos anuário com os outras 58. Todas elas se reverteram em benefício para principais dados os trabalhadores no INSS. A maior parte é resultado sobre a saúde das LER/DORT, doença que afeta os bancários mais dos bancários que a média nacional. “Assim, podemos afirmar que a de Pernambuco forma da organização do trabalho nos bancos, somado para balizar as ao ritmo frenético para vender produtos e bater metas negociações e ao uso intenso de computadores, muitas vezes em com os bancos condições precárias, são os maiores responsáveis pelas doenças osteomoleculares nos bancários”, diz Rufino. Outro problema que tem liderado as aberturas de CAT é a violência que bancários e bancárias sofrem em assaltos ou sequestros. “A falta de segurança tem gerado transtornos psíquicos e nossa categoria já é uma das que mais sofrem com problemas mentais”, afirma Rufino.

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Tão grave quanto as doenças que afetam os bancários é a postura dos bancos, sobretudo os privados, quando se trata das emissões de CAT. Segundo o levantamento, apenas o Banco do Brasil e a Caixa Econômica Federal fazem sistematicamente o atendimento multidisciplinar aos seus trabalhadores e emissão de CAT quando ocorrem assaltos. Todas as CAT decorrentes de assaltos no setor privado foram emitidas pelo Sindicato. “Os bancos privados não têm emitido CAT para os bancários vítimas da insegurança. Temos casos de funcionários que são obrigados a se aposentar por invalidez, devido às consequências e sequelas permanentes dos transtornos psíquicos. Temos de pressionar mais os bancos privados para que eles cumpram suas obrigações e sejam responsáveis com os seus trabalhadores”, finaliza.


Saúde Assédio moral

Luz no fim do túnel Sindicato cria canal para bancários denunciarem casos de assédio moral. Problema pode estar com os dias contados, graças a um acordo histórico assinado com os bancos

O

s bancários de Pernambuco acabam de ganhar um canal exclusivo no Sindicato para denunciar casos de assédio moral ocorridos dentro dos bancos. Menos de um mês após a assinatura do histórico acordo que visa combater e prevenir os conflitos nos ambientes de trabalho, o Sindicato disponibilizou um telefone e um e-mail para os bancários. A partir de agora, quem sofrer ou presenciar um caso de assédio moral pode denunciar ao Sindicato por meio do telefone (81) 33164215 ou pelo e-mail assediomoral@bancariospe.org.br. Além da criação desses canais, o Sindicato está instituíndo um grupo dentro da Secretaria de Saúde para acompanhar toda a investigação das denúncias. Conquista da campanha nacional do ano passado, o acordo assinado em 26 de janeiro estabelece, pela primeira vez na história das relações de trabalho no Brasil, mecanismos de

prevenção e combate ao assédio moral dentro dos bancos. “Este acordo é resultado de muitos anos de luta dos bancários. Só o Sindicato de Pernambuco trabalha com esta questão há mais de uma década. Vale lembrar que o combate ao assédio moral é uma das principais exigências dos bancários”, comenta a presidenta do Sindicato, Jaqueline Mello.

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Quem sofrer ou presenciar um caso de assédio moral pode denunciar ao Sindicato por meio do telefone (81) 33164215 ou pelo e-mail assediomoral@bancariospe.org.br Pelo acordo, os bancos comprometem-se a declarar explicitamente a condenação a qualquer ato de assédio e reconhecem que o objetivo é alcançar a valorização dos empregados, em um ambiente saudável. “Menos de vinte dias após a assinatura do acordo, o Sindicato colocou em prática este importante canal para que os bancários possam denunciar os casos de assédio moral. Este acordo é histórico e, desde a assinatura, priorizamos a implantação deste espaço para os trabalhadores com o objetivo de efetivar esta conquista o mais breve possível”, explica Jaqueline. Conforme o acordo, a Fenaban deverá fazer uma avaliação semestral do programa, com a apresentação de dados estatísticos setoriais. “Os bancos devem criar indicadores que avaliem seu desempenho no que diz respeito ao assédio moral. Os bancários poderão fazer denúncias pelo email ou pelo telefone disponibilizado pelo Sindicato. O sigilo do nome do trabalhador é garantido e, após receber a denúncia, o banco terá 60 dias corridos para apurar o caso e prestar esclarecimentos ao Sindicato”, explica Suzineide Rodrigues, diretora do Sindicato e uma das coordenadoras do grupo que liderou diversas pesquisas e trabalhos sobre assédio moral no Brasil. REVISTA DOS BANCÁRIOS 15


Turismo Conheça Pernambuco

BONITO

Uma cidade que faz jus ao nome

N

ão é por acaso que o município de Bonito, no agreste pernambucano, recebeu este nome. As belezas naturais da cidade, localizada a 132 km do Recife, são de encher os olhos. Encravado numa área cercada por cachoeiras, Bonito é reconhecido como um dos melhores roteiros do Estado e é considerada uma das “Sete maravilhas de Pernambuco”. Com oito quedas d’água, riachos e piscinas naturais, Bonito é um lugar tranquilo para quem quer descansar e curtir suas belezas naturais. E, para os atletas de plantão, o município é perfeito para praticar o chamado turismo de aventura. Quem gosta de DOS

Revista Bancários Informativo do Sindicato dos Bancários de Pernambuco Redação: Av. Manoel Borba, 564 - Boa Vista, Recife/PE - CEP 50070-00 Fone: 3316.4233 / 3316.4221 Correio eletrônico: imprensa@bancariospe.org.br Sítio na rede: www.bancariospe.org.br Presidenta: Jaqueline Mello Secretária de Comunicação: Anabele Silva Jornalista responsável: Fábio Jammal Makhoul Conselho editorial: Anabele Silva, Geraldo Times, Tereza Soza e Jaqueline Mello Redação: Fábio Jammal, Fabiana Coelho e Wellington Correia Projeto visual e diagramação: Libório Melo Imagem da Capa: Tela de Teresa Costa Rêgo Impressão: AGN Gráfica Tiragem: 10.000 exemplares

sentir a adrenalina à flor da pele e desafiar os limites da capacidade física pode aderir a técnicas de escaladas com cordas, tirolesas, pontes e rapeis. Além disso, as trilhas disponíveis para os aventureiros que chegam à cidade revelam paisagens escondidas e de uma beleza emocionante. Entre os locais mais procurados, destacam-se a Bica do Engenho Barra Azul; as cachoeiras Pedra Redonda, da Corrente, Humaytá, do Encanto, Tomada do Mágico e Véu da Noiva; as furnas da Pedra Oca e do Rodeadouro; o Mirante da Serra do Araticum; e a Reserva Ecológica Mata do Mucuri. Afora toda essa natureza exuberante, com clima ameno e aconchegante, Bonito ainda conta com um festival de cores formado pelas mãos do homem. A Colônia Japonesa cultiva flores de várias espécies, que dão um colorido especial ao lugar e um presente ao olfato dos visitantes. Toda essa beleza natural recebe a infra-estrutura da rede hoteleira, que também representa outro ponto forte da cidade. Os turistas podem encontrar uma extensa lista de pousadas e hoteis-fazenda, além de várias áreas de camping. E, para os bancários sindicalizados, há descontos especiais no Hotel Fazenda Engenho Pedra do Rodeadouro. Mais informações pelo telefone (81) 3231-1253. COMO CHEGAR De Recife, o melhor acesso para Bonito é pela BR 232 que é bem pavimentada e duplicada. Entre para a nova estrada na altura de Bezerros que passa por Sairé, Camocim de São Felix e você chega em Bonito.

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