Estudo Estudo inicial inicial
espaços renovados espaços cavados com mãos enlutadas
acolhe, remói, mastiga chora contorções espinhosas
distopia o negativo desponta e aponta cadáveres com odores de sentimentos represados de vozes eliminadas bocas costuradas fios de ferro nos pedidos natimortos, abandonados desaparecidos, ignorados pra que cruz? pra que data? a cruz e a data só valem na história oficial das letras falecidas das lápides mandantes as utopias, pelo contrário, teimam erguidas sempre insepultas
hospedagem de estilhaços lágrimas que escorrem o que restou
solidão imprópria andaimes amarguentos dos ensimesmados
5e6 tempo de luto pan-negado nação sem pranto na praça sem velas acesas procissão de memórias soluçadas as saudades silvam em desabafo frente às tensões não se vê multidão em prece, nem clamor que sussurre trégua
às pandemortes inquietas as súplicas que gritam não ao luto roubado à dor esquecida,hospedagem reprimida ao luto desqualificado pelo contexto pandemalígno a avidez pelo lucro aumentado a fome do mercado e a necropolítica indissimulável recusa a dor geral tempo de luto, povo calado
despedidas sequestradas
luto sequestrado silêncios lacunas preenchem o cotidiano impactado
t r a n s b o r d a m e n t o lembranças fragmentos de possíveis vulnerabilidades
d e s m o n t e futuros roubados indígenas negros periferia fome trabalhadores pobreza crianças gestantes velhice tantas, tantos mais... d e s a m p a r o
colapso da razão colapso dos corações que escutam aturdidos
- e daí? - e daí? - e daí?
no retrato ancho, as chagas sociais as sequelas expostas do sangue vertem violências da purulência escorrida cancelamentos: - as chances estavam aí quem mandou ser “carne pouca”? curvada, carne esquálida, mal alimentada carne de sono, estendida sobre o frio e o medo carne dormida sobrecéu, no seu dossel de papelão descarte, sobra, lixo carne que arquiteta o ajuste da casa própria nos pilares de uma ponte, nas calçadas, no pisador carne escrita das pálidas sobras de seu corpo signos dos que só têm direito ao banco da praça sonolenta nunca ao das escolas
o país do carnaval abre alas das lágrimas: d e s l i z a de seu corpo-continente a fantasia da alegria no desfile de lamentos o sofrimento tremula nos estandartes da consideração
da boca do vômito palavroso do inominável « e parece que no mundo todo, só no Brasil está morrendo gente» morrendo de morte anunciada gente do “rebanho” sem direitos dos desejos trancafiados dos projetos represados
despido de pudor
GE
O
CI
NO
fertilizou bocas gritos de resistência
vazio de dor ausente de “gentidade” no extermínio, envolto em contradições, portou, castigado, uma outra face punido, escancarou importâncias descentramento semeou o outro companhia
encontro
L L I DO