Revista Fotosite [n. 1]

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Sozinho no front

ooSsS cos== guerra por conta própria Cássio Vasconcellos

Fotos inéditas do ensaio Noturnos Paris

Envie seu projeto de fotografia e concorra a mais de 30 mil reais em prêmios talentos

A Escrita da Memória.

DA PEDRA AO PALM, COMO O Homem ETERNIZOU O PENSAMENTO.

Instituto Cultural Banco Santos apresenta uma viagem pela memória da humanidade por meio de seus registros escritos. Da idade da pedra ao tempo do palm, tudo o que o Homem criou para se comunicar e poder dizer ao mundo: Eu estive aqui , Não perca a exposição que vai ficar na memória.

A Escrita da Memória. O meu querido diário da Humanidade.

Entrada gratuita.

Instituto Cultural Banco Santos. dy í dbz gás E é a Rua Hungria, 1.100.

Terça a sexta, das 10h às 17h30. Sábados, domingos e feriados, das 10h às 16h30. www.santoscultural.com.br/aescritadamemoria

Informações e agendamento para grupos: 3818 9591

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SANTOS (E U LTU RAL nm Horário para agendamento: segunda a sexta, das 8h às 12h e das 13h às 16h.

Instituto Cultural Banco Santos Monitores no local e acesso para cadeirantes.

Vans gratuitas para a exposição no estacionamento do Shopping Eldorado

U papel da fotografia

A publicação que está em suas mãos representa um dos raros exemplos de websites segmentados que extrapolou o ambiente virtual para se aventurar no meio impresso. Servindo a um público crescente de usuários, o Fotosite reitera, agora no papel, seu compromisso com a fotografia brasileira. Ao finalizarmos esta primeira edição, nos lembramos muito do clima da criação do nosso endereço virtual. Com dúvidas e incertezas, empreendemos o Fotosite e hoje, quase cinco anos depois, renovamos nossa garra e humildade para levar um novo produto até você. Nossa revista, que terá periodicidade bimestral, nasce com suporte integral da Fnac, cuja história está intimamente ligada à fotografia. A publicação é um dos três pilares de um projeto mais amplo, o Programa de Estímulo à Fotografia Fnac/Fotosite. Ele inclui também a Bolsa Banco Santos de Fotografia e um ciclo de palestras que pretende discutir as mais diversas vertentes dessa arte.

Acreditamos que o talento brasileiro precisa de proteína, independência e espaço para mostrar a que veio. Do outro lado dessa equação está você, o verdadeiro e único responsável pela nossa existência. Leia, desfrute, critique e participe.

Marcelo Soubhia, Pisco Del Gaiso e Bob Wollheim

CONTATO

O melhor de Perpignan 2004, Evandro Teixeira e seu novo projeto, a vinda de René Burri ao Brasil e outros flashes

PORTFÓLIO

Cássio Vasconcellos revela, com sua 5X-70, ângulos inusitados

PERFIL

Otto Stupakoff, o primeiro fotógrafo de moda do Brasil, volta à cena com um ensaio erótico do Rio de Janeiro

REPORTAGEM

Um manual de sobrevivência dos fotógrafos brasileiros. que foram à guerra da madrugada parisiense

BOLSA E

Tudo o que você esperava para

OPINIAO tirar da gaveta seu projeto fotográfico Juan Esteves e). R. Duran

DIGITAL

Revelamos quanto vale e quanto pesa o equipamento fotográfico para cobrir uma 8 Bm fotográfico para cobrir uma Olimpíada

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Compartilhe Momentos. Compartilhe a Vida.

Direção Redação
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Secretária CLEAR EODOTI£O [CCR Distribuição. Assinaturas. [ECA e)

1908 - 2004

Henri Cartier-Bresson

Uma vez por ano a França vira a pátria mundial do fotojornalismo. O Visa por I'Image, em Perpignan, cidadezinha fincada na região dos Pirineus, é uma espécie de Festival de Cannes da fotografia. Em 2003, passaram pelo local 174 mil visitantes e 3 mil fotógrafos foram credenciados. Os organizadores esperam público semelhante para a 16º edição do evento, que irá ocorrer entre os dias 28 de agosto e 12 de setembro. No festival deste ano há palestras, debates, projeções de slides e 30. exposições de gala. Numa delas, o fotógrafo iraniano

Abbas, um dos mais antigos da Magnum, mostra seu trabalho com as milícias políticas e religiosas xiitas no Irã, Iraque e Líbano. O vencedor do World Press Photo de 2000, o egípcio Karim Ben Khelifa (www.karimbenkhelifa.com), também irá ao encontro para apresentar suas imagens da série Iraq America's Mistakes (Iraque, os erros da América), sobre os problemas e erros que os americanos enfrentam na transição do poder no Iraque. E o americano Christopher Morris, da agência VII, vai mostrar o acervo

de imagens que fez do presidente dos Estados Unidos, George Bush, para a Time.

Fotógrafos consagrados debatem imagens em BH

ocorrem a apresentação de cópias ou projeção de imagens comentadas pelo artista, seguida de debate com a platéia. Claudio Edinger, Cristiano Mascaro e

Trazer alguns dos melhores fotógrafos brasileiros para debater com estudantes e jovens profissionais. Esse é o principal objetivo do Foto em Pauta, no Museu Histórico Abílio Barreto, em Belo Horizonte. O evento acontece desde maio passado, ao ritmo de uma sessão agendada por mês. A entrada é franca e os encontros têm atraído mais de uma centena de interessados, em média. Nas palestras Marcio Scavone são alguns dos nomes que já se apresentaram no Foto em Pauta. A iniciativa é de Eugênio Sávio, fotógrafo belo-horizontino e professor do Departamento de Comunicação Social da PUC de Minas Gerais.

A penuna

TEA al
Quando
Quando Próximo evento; Márcio Scavone Quanto Grátis
Onde Museu Histórico Abílio Barreto Av. Prudente de Morais, 202 - BH dia 25/ago - às 19h

Cristiano Mascaro resgata a era de Getúlio Vargas

Chamado para ser o curador do projeto que busca resgatar a importância de Getúlio Vargas para a história nacional, o fotógrafo paulista Cristiano Mascaro passou os últimos meses mergulhado numa série de arquivos para recuperar imagens raras do período. Além dos jornais e revistas da época, Mascaro utilizou como fonte os acervos do Centro de Pesquisa e Documentação de História

REPRODUÇÃO

Contemporânea do Brasil da Fundação Getúlio Vargas e da Biblioteca Nacional. O saldo do exaustivo trabalho de arqueologia fotográfica foi surpreendente. Os retratos de Luis Carlos Prestes de Jean Manzon em O Cruzeiro ou o ensaio de Pedro Flores com Vargas exilado em São Borja são sensacionais , afirma o fotógrafo. Não satisfeito em ser o curador do evento, Mascaro realizou um ensaio sobre

a cidade de São Borja, terra natal de Getúlio Vargas. Organizado pelo Sesc Ipiranga, de São Paulo, o projeto, que fica em cartaz até o dia 5 de setembro, inclui ainda a publicação de um livro de contos sobre o período assinado por escritores como Affonso Romano de Sant'Anna, Carlos Heitor Cony, Ferreira Gullar, Ignácio de Loyola Brandão, Manoel de Barros e Nélida Pifion

[OCR ENE] TERES A A TELE RIR PA ERE RT EPA ELETA sab. e dom. - das 9h as 17h TU NIEE

Os jornais de Porto Alegre, O Sul e o Zero Hora, tomaram uma atitude radical para se livrar de processos por uso indevido de imagem. Desde 2000, esses veículos vêm alterando digitalmente o rosto dos personagens anônimos que aparecem em suas reportagens. O cuidado começou a ser tomado quando as publicações começaram a sofrer alguns processos. Segundo o advogado Marco Antonio Frascino, especialista em direitos de imagem, os cuidados da imprensa gaúcha podem não ser suficientes para evitar problemas. Qualquer outra parte do corpo que identifique a pessoa pode ser usado no processo, se a perícia confirmar que é da pessoa lesada , afirma ele

O ALEGRE DEPUTADOS emma
REPRODUÇÃO

o do Jornal do Brasil para ra Passeata dos Mil. Dentre as centenas de lado), tirada das escadas da Câmara Municipal do Rio tos feitas naquele dia, uma em especial (foto ao de Janeiro, transformou-se num grande projeto. Pretendo identificar 68 pessoa n, saber como eram suas vidas, o que pensavam na época e o ro. am hoje, diz Eva que Intitulado 68: Destinos, o projeto é um dos ganhadores da última edição da Bolsa Vitae e resultará em livro, exposição e vídeo, que serão lançados até o final do ano. Muitas pessoas já foram descobertas em meio à multidão, como o atual secretário municipal de Urbanismo do Rio de Janeiro, Alfredo Sirkis, e o ministro José Dirceu. Outras pessoas que estiverem na cena podem se identificar no site de Evandro e deixar seus depoimentos

tural dos Correios, no Rio de Janeiro, com três exposições: Cultura e Tradição, A Cidade nas mãos de Ricardo Chaves, editor de dominado por cerca de 100 artistas, fotó- de Porto Alegre e Paisagens. Essas mostras reúnem fotografia do jornal Zero Hora. São 52 gaúchos no período entre 17 | 210 imagens feitas por nomes como Eduardo Aigner, profissionais de várias gerações expondo Batizado de O Brasil Eneida Serrano, Fernando Bueno, Leonid Streliaev, fora dos pampas , afirma ele. dos Gaúchos, o projeto do governo do Rio Grande Leopoldo Plentz, Manuel da Costa, Martin Streibel do Sul vai dedicar um bom espaço às imagens (foto abaixo), Ricardo Chaves, entre outros. O projeto uzidas pelos profissionais locais. A fotografia | é coordenado no Rio por Mirian Fichtner e no Rio vai ocupar todo o primeiro andar do Centro Cultural Grande do Sul por Manuel da Costa. A curadoria está

Um mural de 18 metros para as imagens

dos jovens talentos

Um dos ma

São Paulo é uma parede de 18 metros de comprimento no edifício do Itaú Cultural. Até o dia 19 de setembro, o mural expõe o trabalho de uma jovem fotógrafa, a stana Aline Nakamura, 22 anos. O público pode pal apreciar um ensaio qu realizou com cenas das cidades de São Paulo e Atibaia. Aline é um dos nomes que fazem parte do Projeto Mezanino, iniciativa cultural dedicada aos novos talentos em fotografia

Queremos abordar as imagens de umar tradicionais afirma Marcelo Mo iniciado nes! ocorreu em julho com a mostra de Edu Kessedjan. D Nakamura, será a vez de Celina Yamauchi exibir suas paredão. Os trabalhos expostos passam pelo crivo d diferentes a cada ano. O primeiro convidado é Tadeu Chiarell e professor de fotografia da USP. Na entrevista a seguir, el sobre a importância da iniciativa.

Qual a maior utilidade do projeto?

Dar espaço aos novos. E muito difícil um fotógrafo jovem encontrar um lugar com estrutura para expor. Como escolheu os trabalhos para exposição?

Fiz um trabalho para a Folha de S.Paulo com dez novos talentos da fotografia (caderno 31 Artistas + 1 Metrópole, em homenagem ao aniversário de São Paulo). Os jovens escolhidos para o Mezanino participaram desse projeto. Sempre quis voltar a trabalhar com eles e a oportunidade surgiu agora com a iniciativa do Itaú Cultural.

E por que escolheu o Edu, a Aline e a Celina?

Escolhi os trabalhos que iam ao encontro de expectativas que tenho em relação à fotografia. A Aline, por exemplo, ressalta os problemas da narrativa e suas imagens apresentam relações com o cinema, com a gravura em metal Concorda com a idéia de curadores rotativos?

Torna a proposta plural. Se, por um lado, um único curador tende a ter mais profundidade, com pcEM er vários a tendência é aumen- NAS ERES A Quando em cartaz

Quanto Grátis

RES Ad tar a amplitude.

Cachê de 8 mil dólares

O fotojornalista suíço René Burri, que chega ao Brasil em outubro, para ministrar uma | coisas

estrelas e um motorista, entre outras Mais Wolfenson, em São Paulo, será o palco uma curiosidade do do workshop da Leica Akademie, que Burri ministrará de 22 a 25 de outubro palestra e um workshop, terá recepção digna de superstar. Uma série de exigências foram impostas aos organizadores pela Magnum, agência que o representa: passagem de classe executiva, hotel cinco contrato: é proibido fotografar Burri em close. Nem na coletiva de imprensa e nem nas raras entrevistas que vai conceder. Ninguém sabe dizer o porquê O estúdio de Bob dessa regra.

A vaga custa mais de 2 mil reais e já estavam quase esgotadas no começo CARR Info infoBmarinho.com.br tel. (11) 5052 1206

ALINENAKAMURA

A Faculdade

Senac oferece o único curso superior de bacharelado em Fotografia da uteis: Dei Neste ano apresentará ao mercado sua prideeeRe gro = formandos.

Icono

Cássio Vasconcellos

Ele fez sucesso em 2002 com o ensaio Noturnos São Paulo, recheado de enquadramentos atípicos da arquitetura feitos nas madrugadas da metrópole. Depois disso, Cássio Vasconcellos resolveu se aprofundar ainda mais nessa linguagem.

O cenário escolhido para o novo trabalho foi Paris, onde o artista viveu por duas oportunidades.

Lá,o profissional produziu as cerca de 160 fotos que compõem o ensaio Noturnos Paris, realizado no final de 2003. O resultado mostra que Cássio se transformou num mestre em perambular pelas noites em busca de ângulos inusitados de locais conhecidos.

AREVISTA FOTOSITE publica imagens inéditas do trabalho nesta primeira edição de Portfólio, seção dedicada a mostrar os projetos mais significativos de grandes fotógrafos brasileiros

Cássio Vasconcellos usa uma parte do dinheiro ganho com a produção de trabalhos comerciais para financiaros projetos e ensaios fotográficos que levam sua assinatura

Viver de sonho dos projetos autorais, sempre com um retorno financeiro incerto ou ceder ao mercado transformando-se em pistoleiro de aluguel para pagar as contas com os cliques encomendados pelos clientes? Qual fotógrafo não viveu esse dilema? O paulistano Cássio Vasconcellos, 38 anos, achou uma das melhores receitas para resolver essa equação. Sua rotina mostra que é possível conciliar o prazer com a arte de sobreviver. Dono de um dos gatilhos profissionais mais respeitados do mercado publicitário, ele vive sendo requisitado para emprestar seu talento a grandes empresas como Embraer, TAMe Itaú. Cássio canaliza uma parte dessa receita para financiar ensaios que levam a sua assinatura e já renderam matéria-prima para 75 exposições, entre individuais e coletivas. Poucos profissionais brasileiros possuem um currículo autoral tão rico. Modesto, Cássio acha que não inventou a roda. Minha sugestão: pegue a máquina e alimente suas idéias , diz ele

Um desses trabalhos autorais rendeu material para seu primeiro livro, Noturnos São Paulo, publicado em 2002. A obra mostra 96 imagens produzidas por Cássio em Polaroid SX-70 de cenas das madrugadas de São Paulo. Agora usa a mesma sistemática para apresentar uma visão diferente de Paris, cidade onde morou por duas vezes, em 1984 e 1989. A sua mostra preferida foi Uma Vista, exibida no Arte/ Cidade, em 2002. Durante esse evento, vários artistas espalharam trabalhos por diversos pontos de São Paulo.

Quis continuaro Noturnos São Paulo e Paris foi escolhida porque me identifico muito coma cidade. Tenho um fascínio, uma familiaridade e inclusivejá morei lá duas vezes. É completamente diferente de São Paulo, a luminosidade é maior e a cidade, mais imaginária. Não usei muita iluminação, como fiz com a luz vermelha em São Paulo, e quando usava, era sem cor. Nos dois Noturnos, procurei entender melhor as cidades. Saía sem rumo para encontrara melhor estética, ia garimpando os lugares. Eu andava por onde nunca teria ido para procurar o melhor ângulo. Eno trabalho não tem gente, procurava os vestígios das pessoas, a arquitetura, por exemplo. Não procurei fazer imagens reconhecíveis de Paris, mas sim umolhar bem particular, mais. fictício, sem a intenção de ser fiel ou verossímil. Muitos parisienses não reconheceram a própria cidade! Mostro os fragmentos, os detalhes e não ela inteira. Os meus trabalhos sempre tiram uma característica do real e tentam transformá-lo a partir do enquadramento. Não tem um fato, busco o estranhamento do quadro para dar uma atmosfera diferente, uma Paris que ninguém viu. E gosto da textura da Polaroid, das cores, da câmera em si e de sua simplicidade. O filme, dependendo da luz, gera uma cor diferente, meio dourada nesse caso. Não fui convidado nem ganhei bolsa, apresentei o projeto para a Cité des Arts (www.citedesarts.com), eles ofereceram aestadia e o resto eu banquei. Foi um investimento pessoal, e cinco meses de ensaio.

Cássio Vasconcellos

Cássio fragmentou uma foto em 67 pedaços diferentes e os exibiu numa sala do Sesc Belenzinho. Somente de um determinado ângulo daquele ambiente era possível ver a foto por inteiro. Meu trabalho não tem razão, é intuitivo , comenta. Isso resulta no seu estilo casual, elegante e independente. No começo, o [Henri Cartier]

Bresson, o [André] Kertész e o [Walter] Firmo me influenciaram , enumera. Mas fico sufocado com tanta referência, prefiro produzir , completa A relação de Cássio com a fotografia foi paixão eterna ao primeiro toque. Tinha 15 anos e viajei com meus pais para o interior de São Paulo. Peguei uma câmera e não larguei mais era o que queria fazer da vida , diz

Ao sair do colegial, ingressou na escola Imagem-Ação, um dos centros mais tradicionais de formação de fotógrafos em São Paulo. Terminou o curso em 1981. O seu currículo profissional inclui passagens pela Folha de S.Paulo, em 1988, quandoo jornal queria fotógrafos com uma visão mais pessoal , afirma Cássio, e pela DPZ, minha 'escola' de fotografia em estúdio . Cássio é um nome muito lembrado em campanhas que requisitam imagens aéreas. Ele se especializou tanto nesse tema que tirou brevê de piloto de helicóptero há oito anos. Consegui aliar duas paixões: foto e vôo , diz o fotógrafo, que sonha produzir num futuro próximo um grande livro de imagens aéreas do Brasil. ta Guilherme Maciel.

Galerias Fnac

Há cinco anos no Brasil, a Fnac tem exibido um valioso panorama da fotografia contemporânea

Por Fernando Sant' Ana

À: estreitas relações da Fnac coma fotografia remontam à sua fundação, em 1954, em Paris, quando era apenas

uma associação que lutava por melhores lições de compra de equip: [Auf áficos. Nestes 50 anos de existência, a Fnac tem se engajado em contínuas ações de difusão e promoção da fotografia. Suas lojas, inclusive no Brasil, tornaram-se privilegiados pontos de encontro entre fotógrafos e o grande público. Nos Fóruns Fnac, existentes em cada loja, sãoreali frequ debates, a ões de novos

A Fnac também apóia iniciativas como o pioneiro projeto Olhares do Morro, de estímulo à descoberta da fotografia, na favela Dona Marta, Rio de Janeiro.

As galerias existentes em cada uma das 110 lojas Fnac na Europa, em Taiwan e no Brasil formam a maior rede mundial de espaços dedicados à fotografia, aberta tanto a nomes consagrados quanto a novos talentos. A Coleção de Fotografias Fnac, criada em 1978 com o objetivo de apoiar fotógrafos e preservar a memória das exposições apresentadas nas Galerias Fnac, é uma das mais importantes do mundo e representa uma visão abrangente, livre e original da história da fotografia moderna e contemporânea. Na sua composição, o inevitável reflexo da reconhecida independência de curadoria das Galerias Fnac. Para a Fnac, mais do que uma expressão artística, a fotografia é o reflexo da realidade (ou das realidades). CEEE Lilica 2001] Man Ray, Retrospectiva pr Man Ray

Nestes cinco anos de atuação no Brasil, a Fnac tem trazido importantes exposições de sua coleção e monta frequentemente outras, inéditas. O apurado olhar dedicado por sete anos à América Latina fez Sebastião Salgado nos revelar Otras Americas, primeira exposição das Galerias Fnac no Brasil, marcando a inauguração da Po liataitee Mo ato TSE ut: dl UA io EI RSSTO ate o tao ao 1999. Um testemunho pungente do sofrimento e da altivez dos povos latino-americanos, seus mistérios, seus sonhos.

O dedicado trabalho de documentação da vida do homem da Amazônia feito por Pedro Martinelli foi mostrado na exposição Amazônia - O Povo das Águas, por ocasião do lançamento do livro homônimo, pela Terra Virgem Editora. O precioso registro do ambiente, natural ou modificado pelo homem, assim como a série dedicada às casas cercadas por pés de açaí ou suspensas por palafitas, sugere vida com dignidade, mesmo ao se viver isolado, no meio da floresta. Assim como a Amazônia de Pedro Martinelli, a Bahia de Mário Cravo Neto foi mostrada na Fnac, seu misticismo, suas emoções, sua beleza, sua dura realidade. A exposição Laróyê, realizada em conjunto com a Galeria Metier, reuniu fotografias que deixam evidentes o misto de emoçãoe técnica característico do trabalho do fotógrafo. Histórias contadas por fotos cujo maior elemento éa intuição, apurada pelo contato queo fotógrafo teve desde cedo coma arte, particu* larmente a escultura e a própria fotografia.

Também iniciado bem cedo na fotografia, Benedict J. Fernandez, nascido em Nova York, mas de origem porto-riquenha, empunhou como uma arma sua câmera fotográfica na luta pela igualdade de direitos. Acompanhando de perto Martin Luther King durante o seu último ano de vida, entre 1967 e 1968, produziu uma série de fotografias que documentam por um ângulo próximo, intimista até, o dia-a-dia do Nobel da Paz em sua árdua luta por liberdadee igualdade.

Em abril de 2001, inaugurando a Fnac Barra, no Rio de Janeiro, a exposição Nakta - Nome Sânscrito da Noite reúne 56 fotos inéditas de Miguel Rio Branco. O trabalho, com situações e lugares registrados pelo fotógrafo durante mais de 20 anos, tem, além de um lado expressivo e poético contundente, uma forte carga de memória pessoal.

Depois, esta exposição foi exibida também em algumas Galerias Fnac da Europa, com excelente repercussão.

Expressão e poesia também permeiam a obra do revolucionário Man Ray. Por ocasião da mostra sobre surrealismo organizada pelo Centro Cultural Banco do Brasil, a Fnac, em parceria com a Associação Internacional dos Amigos e Defensores da Obra de Man Ray, realizou uma retrospectiva com boa parte de suas fotografias mais marcantes, fortemente influenciadas pelo dadaísmo e pelo surrealismo. Por causa da evidente e indissociável relação entre suas Bopcojo jp MENS pai Eta = Pai) AEE Tra o TERRE o To CTT] é uma forma de expressão ultrapassada; a fotografia a destronará quando o público for visualmente educado . Ousado, principalmente se lembrarmos que Man Ray nasceu em 1890, na Filadélfia, Estados Unidos, e que iniciou na fotografia ao comprar sua primeira câmera em 1914, apenas para registrar suas pinturas.

Esta espécie de simbiose também pode ser notada no trabalho de Gérard Malanga, apresentado pela Fnac na exposição A cena artística americana, 1964-1995. Sua parceria com Andy Warhol resultou num trabalho vanguardista, multimídia, decorrente em grande parte das suas veias de poeta e cineasta. Ele mesmo dizia: Escrevo o que não posso fotografar; fotografo o que não posso escrever .

Distante do universo imagético de Man Ray ou Gérard Malanga, André Cypriano, fotógrafo brasileiro radicado nos Estados Unidos, fez um trabalho documental de grande impacto. A exposição O Caldeirão do Diabo (transformada em livro pela Cosac & Naify) reuniu fotografias feitas no extinto e mítico presídio Cândido Mendes, na Ilha Grande, Rio de Janeiro. O elemento humano é o foco central através do qual André revela o sub-mundo em que se formou a maior facção criminal do Brasil, o Comando Vermelho. Durante dez dias, o fotógrafo conviveu

com os cerca de 600 detentos e, para trabalhar, teve que, antes, ganhar a confiança deles. Seus registros revelam o quanto das vidas desses detentos os distancia e os aproxima do mundo tal qual conhecemos.

Outro trabalho testemunhal marcou a inauguração da Fnac Campinas, em março de 2002. Noite de Circo, do argentino Daniel Barraco, é uma sincera homenagem aos encantos do mundo do circo, sua rotina errante, seus personagens curiosos e, ao mesmo tempo, envoltos numa misteriosa melancolia. A série de fotos foi feita durante seis anos em Mendoza, Santiago, Campinas e Paris.

Assim como o circo para Daniel Barraco, o teatro é o ambiente escolhido por Nathalie Darbellay na exposição A Ópera-Cômica: parte sombra, parte luz. A grande diferença é o relevo dadoà iluminação e o uso que se faz dela, traduzindo um olhar muito particular e sendo considerada pela fotógrafa como material estruturante do espaço . Na verdade, a iluminação é também o maior personagem e ator dos palcos por ela retratados.

Em parceria com a Fundação Pierre Verger a Fnac realizou uma série de três exposições itinerantes, entre São Paulo, Campinas e Rio de Janeiro. Fluxo CS [De RN ci Cçe ÇA de Salvador e Um Outro Olhar reuniram muitas das mais importantes fotografias feitas por Pierre Verger, este francês de nascimento, africano por paixão e bajano por opção. Ele, com sua inseparável Rolleiflex, era um mestre em capturar emoções nos quatro cantos do mundo. O acervo de 62 mil negativos é um dos mais importantes documentos sobre a Diversidade Humana jamais produzidos. Sua admirável capacidade de relacionar-se, aliada a muita sensibilidade e dose extra de paciência, fazia com que ele enxergasse além. Alex Baradel, coordenador do Arquivo Fotográfico da Fundação Pierre Verger, no livro O olhar viajante de

Poli U AL olaAE ei VR] TO ooo Deo WT co (o (oe TEN ogt predeterminada. Esperava que esta se criasse na frente da sua obJetiva. Sem objetivo ou itinerário preciso, ele podia se dar ao luxo de parar, ficar num lugar, esperar uma luz, uma cena, um sorriso . Paciência e oportunismo também possibilitaram Nick Waplington fazer um trabalho instigante. Em The Wedding, vem à tona uma face oculta da Grã-Bretanha: a pobreza do proletariado de Nottingham, na Inglaterra. A banalidade da dura vida de uma família é tratada com precisão, resultando numa série de imagens que transcendem o cenário de discussões econômicas e políticas do Reino Unido.

Em um outro extremo, todo o glamour de estrelas de cinema e outras personalidades na exposição Stars Sur la Passerelle, com fotografias selecionadas do arquivo de cerca de 1.500 imagens da Air France. Nos anos 50e 60, todo o sobe-e-desce de famosos nas aeronaves da companhia era registrado por gente como Roland Briens, Hassia, Philippe Formaison, Claude Agostini, Philippe Briat e Jean Gueneuxe distribuído no mesmo dia para jornais, revistas e agências do mundo inteiro.

Do outro lado da câmera, o ator Yul Brynner produziu belos registros dos bastidores do cinema, reunidos pela Fnac na exposição Yul Brynner, fotógrafo. Quase instintivamente e sempre levando consigo uma câmera, ele teceu uma história de imagens sobre si mesmo e sobre as pessoas a sua volta, como as atrizes Ingrid Bergman e PatoSAN uiSieA

Divertidos personagens povoam o trabalho da austríaca Inge Mo[CiUR [ET (OKejr ue tc Mo) e alguns de seus tipos curiosos, prato cheio para os desenhos do artista plástico e ilustrador americano, assumem dimensão ainda mais divertida e pitoresca pelas lentes da fotógrafa. Já a dramática situação de Cuba é cruamente exposta pelo holandês Robert van der Hilst, em Os Cubanos. Na contramão da propaganda turística, uma ilha de tristeza e solidão, cercada por um mar de abandono e descaso, como sea beleza e a alegria de outrora tivessem sido completamente sugadas pela ditadura.

Selecionados em parceria com o Club Mediterranée, trabalhos de 42 fotógraf Eric na exposiçã ç Entre eles, Yann Arthus-Bertrand, Edouard Boubat, Graciela Itur[it REU RIA RO EMOati iço [eiaTelo RENT Eca passeio pelo complexo labirinto de sentimentos humanos. Sempre interessada em estimular novos profissionais, a Fnac também exibiu o trabalho A Infância Ideal de Elza, de Eve Morcrette, vencedora, em 1999, do Attention Talent Photo, promovido pela Fnac na Europa e dedicado ao reconhecimento de novos fotógrafos.

Uma série de 30 retratos feitos por Marcio Scavone, chamada Luz Invisível, inaugurou a Galeria da Fnac Paulista, segunda loja da rede na cidade de São Paulo, que abriu suas portas em dezembro de 2008. Segundo Scavone, é a luz que emana das personalidades fotografadas que lhe dá formaelhe define: Todo retrato é um autoretrato . Mais direto, Christian Cravo expõe a cáustica miséria do Nordeste brasileiro. Irredentos mostra uma poética de imagens que não usa artifícios e, incisiva, indigna-se com a exclusão de um povo, cuja fé peregrina único paliativo existente serve como fuga da realidade e, ao mesmo tempo, possibilidade de salvação.

Abraçando o Norte do Brasil, Luiz Braga transforma em preto e branco os inúmeros matizes da região, suas feiras, suas festas religiosas, sua cultura, seu povo. A exposição Luiz Braga em Preto e Branco, escolhida para abrir a Fnac Curitiba, em maio último, é resultado de um olhar atencioso e dedicado, de quem conhece muito bem o objeto fotografado. Logo em seguida, Brasília recebeu pela primeira vez a exposição Brasília, o Tempo, o Brasil, sensível reflexão de Thomaz Farkas sobrea cidade, fotografada em dois momentos: na sua construção e 40 anos depois. A arquitetura e o homem se alternam no pri-

Brasília, o tempo, oBrasil Edil)

meiro plano deste trabalho, que inaugurou a Fnac Brasília, em julho. Além destas duas últimas, quatro outras exposições estão atualmente circulando pelas Galerias Fnac no Brasil. Escape -reflexos de quase nada, na verdade, é reflexo do atual momento do seu autor, Pedro Karp Vasquez. Depois de experimentar as mais variadas técnicas e suportes, ele opta aqui pelo registro direto, simples, despojado e, até mesmo, ingênuo. Segundo ele mesmo, isto é evolução, liberdade que se aprende com o exercício da Arte. E é um artista em seu processo de criação o tema abraçado por Pierre Boulat, na exposição Yves Saint Laurent, o nascimento de uma lenda. As fotos fazem parte de uma série publicada pela Life, em abril de 19692, sobre o misto de ansiedade e contentamento do costureiro durante a criação de sua primeira coleção.

O olhar apurado e cheio de curiosidade de Gianni Berengo Gardin, um dos mais reverenciados fotógrafos italianos, pode ser comprovado em uma retrospectiva cujo maior destaque é o seu interesse pela cidade de Veneza, seu cotidiano, sua gente, captados com sensibilidade e espantosa franqueza, mas sempre sob ângulos que teimam em fugir do lugar-comum. Nisso também é mestre James Stanfield, cujas obras podem ser vistas na exposição Um Olhar Sobre o Mundo, com fotografias feitas nos últimos 30 anos paraa revista National Geographic. Percorrendo os quatro cantos do mundo, ele construiu um valioso documento antropológico, deixando mais que evidente o seu pleno domínio de luz e enquadramento, aliado a uma sensibilidade sem par.

Além destas, outras exposições foram produzidos pela Fnac no Brasil. Novas exposições já estão programadas, possibilitando o acesso do grande público às mais variadas vertentes da fotografia atual, para que olhares continuema estimular novos olhares.

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Tel (21) 2431.9292

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BULSA BANCO SANTOS DE FOTOGRAFIA

o S o E cu ncmo Ou É wu Elo «o so [ESOS tor E no DRE Fo E =US a ==)EcRe +>72 Moss sm EU ui sum INSCREVA-SE!

PRIMEIRA SELEÇÃO

* Prazo de entrega dos trabalhos: 28/set/2004

* Regulamento completo e ficha de inscrição: www.fotosite.com.br

O sonho da maioria dos Fotógrafos é dedicar tempo e energia aos seus projetos pessoais. Deixar que aflorem a criatividade, a ousadia, a irreverência, o desapego, enfim, fazer acontecer averdadeira evolução do olhar. Foi pensando em tudo isso que criamos este PROGRAMA DE ESTÍMULO À FOTOGRAFIA.

Veja como participar

A BOLSA BANCO SANTOS DE FOTOGRAFIA faz parte do PROGRAMA DE ESTÍMULO À FOTOGRAFIA FNAC/FOTOSITE, que também envolve a REVISTA FOTOSITE e os ENCONTROS FOTOGRÁFICOS, uma série de ev ocorrerão nas várias lojas da Fnac (veja a agenda dos enc www.fotosite.com.br)

Para participar, você precisa ter até 30 anos e apresentar um projeto te) com unidade. Mais do que apenas um bom lote de fotos, é necessário um projeto sólido e consistente Funciona assim: a cada edição da REVISTA FOTOSITE (bimestral), dois candidatos serão finalistas e premiados com a publicação de seus traba No final, será escolhido o vencedor, que receberá o grande prêmio e fará parte da 8º edição da revista. Outros dois fotógrafos serão nominados. O vencedor receberá a orientação dos editores do FOTOSITE na realização de seu projeto.

Informe-se e inscreva-se. Quanto mais cedo, maiores suas chances

Prêmios

Vencedor (1) - Uma viagem à França e R$ 12 mil em produtos oferecidos pel: Fnac, além de R$ 14 mil em dinheiro concedidos pelo Banco Santos. Nominados (2) - R$ 4 mil cada, concedidos pelo Banco Santos

Finalistas (12) - Publicação na REVISTA FOTOSITE e uma assinatura da revista >

Realização e Patrocínio Apoio Cultural Co-patrocínio

Para o publicitário Washington

Olivetto, ele criou o padrão de qualidade de imagens na publicidade brasileira. A editora Lostanza Pascolato afirma que ele é um dos maiores profissionais que ela já conheceu. Depois de um período de ostracismo provocado por tragédias pessoais, Otto Stupakoff, o lendário pioneiro da Fotografia de moda no Brasil, finalmente volta à cena. Recebe homenagens de discípulos como Bob Wolfenson, expõe em galerias importantes do exteriore lança, em novembro, o livro RivErotico

Por Guilherme Maciel*
Fotos: Otto Stupakoff
Retrato: Fernando Laszio

Tudo que ce lei

da Editora Abri O melhor ain es!

saiu do que era a hora de Quando um artista

em Nova York, nos E aparecia ao lado de par Harper's Bazaar, Vogue, Elle, do mundo fashion.

Além dos trabalhos de moda, St de Brasília a convite de O: Los Angeles na década amigo da cantora Carmen Mira dando prefer: stinos exóticos vezes), acumulou meio milhão

uma miss suec:

ensaios da vida de Sigourr ainda apenas uma secr Nova York. Fora do circuit momentos descon Richard Nixon e as prince: O melhor das histórias fantásticas de ficção hollywoodiana. Poucos grisalho, de 69 anos, conse; e, por ora, trágica foi sua vida. A afastou da fot uma lenda em torno da sua figu mundos e fundos para modelo Norma Fidalgo, qui para a Rhodia no Brasi tempo sob os cuidados acabou morrendo num

O efeito desse episódio foi devastador sobre a vida do fotógrafo. Ele mergulhou em depressão e praticamente se afastou de todos, escondendo-se na pequena cidade de Wellesley, no estado de Massachussetts, nos Estados Unidos, onde vive hoje sozinho com uma pensão de mil dólares. Uma de suas principais atividades no momento é a pintura. A venda de seus quadros ajudam a reforçar o orçamento. Também contribuiu para afastá-lo do circuito um certo preconceito da imprensa especializada contra o pioneiro da fotografia de moda nacional. Ninguém lhe disse com todas as palavras que estava superado. Mas era o que Otto sentia em cada negativa de trabalho. Daí a sua ira atual contra os diretores de arte das revistas. Eles pensam que, com a longevidade, o fotógrafo não é capaz de produzir novas idéias , reclama, Nos últimos tempos, porém, o trabalho de Otto vem sendo redescoberto. Em maio de 2004 ocorreu uma grande mostra em Nova York dos primeiros trabalhos de Otto. O evento teve como curador o fotógrafo Fernando Laszlo, que ao lado do colega Bob Wolfenson é um dos principais responsáveis pelo revival do pioneiro. Esses dois discípulos estão debruçados agora sobre o planejamento de uma grande exposição do mestre em 2005. Otto também voltou a fotografar. A editora americana ReganBooks vai lançar em novembro o livro RioErotico, com fotos realizadas em 2003 por ele. Em muitas delas se vê o estilo autoral e surpreendente que levou o artista plástico Rafic Farah a definir seu trabalho como a maior

expressão da elegância do olhar bem construído . De sua casa nos Estados Unidos, Otto falou por cerca de duas horas à REVISTA FOTOSITE sobre os momentos importantes de sua trajetóriapessoal e fotográfica. Essa conversa foi depois complementada por dezenas de e-mails. A seguir, os melhores trechos de seu depoimento.

Primeiras cenas da moda nacional

No final dos anos 50, os anúncios de moda das revistas nacionais eram de desenhos feitos com nanquim. Já reconhecido como um bom fotógrafo de estúdio, autor de capas de discos de Dorival Caymmi e Luis Bonfá para a Odeon, Otto Stupakoff recebeu uma encomenda ousada da Rhodia: produzir ensaios com modelos para apresentar as novas coleções da marca. O primeiro trabalho foi em Brasília, com doze modelos em frente ao esqueleto do que hoje é o Palácio do Planalto , recorda-se Stupakoff. As páginas da revista Manchete exibiram os anúncios que provocaram um verdadeiro furor. Graças às belas imagens, os anúncios pularam de uma para até 12 páginas e os jornaleiros penduravam as revistas nas bancas para estimular as vendas. Depois do sucesso com a Rhodia, a carreira de Otto prosperou rapidamente. O volume de trabalho o fez mudar do estúdio na praça da República para uma casa branca do século 19 na rua Frei Caneca, em São Paulo, com uma equipe de nove pessoas, sem telefone. Um office-boy que usava sapatos com cantoneiras de metal era o encarregado da comunicação com os clientes. No começo dos anos 60, ele foi trabalhar com moda, na Claudia, da Editora Abril primeiros ensaios com modelo da história da revista. As reportagens Publicou os de moda para a Claudia eram discutidas exaustivamente em seu estúdio, no final de tarde, acompanhadas de um bom vinho tinto , afirma Thomaz Souto Correa, um dos primeiros editores da revista e hoje vice-presidente do conselho editorial da Abril

Elogios de Richard Avedon

O mundo ficou pequeno quando Otto descobriu as cobiçadas publicações de moda importadas no Consulado Americano, em São Paulo. Percebi que não era mais possível eu ficar no Brasil , lembra. Ir aos Estados Unidos e tentar emplacar seu trabalho naquelas revistas tornouse uma obsessão. Em 1965, sem a família, pois a mulher e os quatro filhos não o acompanharam na aventura, Otto desembarcou em Nova York com suas Leicas, mil dólares no bolso e não mais que 30 retratos como portfólio. Os primeiros contatos foram encorajadores. Cheguei ao

estúdio do Irving Penn e ele me disse: 'Não posso te empregar como assistente porque você já é fotógrafo . Richard Avedon me disse: Continue no teu caminho porque é precioso, você vai ser um fotógrafo importante , relembra Otto. Foi a verdade que precisava ouvir e retomou a carreira fazendo fotos para capas de disco. Com esse trabalho, conseguiu alugar um estúdio em cima do Carnegie Hall, com telefone, e estabilizou suas contas. Até que Ruth Ansel, diretora de arte da Harper's Bazaar, ligou para ele fotografar o ator Oskar Werner, uma das principais estrelas de Hollywood nos anos 60. A partir desse trabalho, Otto não parou mais de emplacar nas revistas de moda do mundo: a própria Harper's, Vogue francesa, italiana e inglesa, Vanity Fair, Elle, Marie Claire. Certa vez, meu trabalho saiu junto com o do Richard Avedon na Harper's , conta Otto. Ele ligou para me felicitar. Eu disse, humildemente, que não gostava de todas as fotos, ao que ele retrucou: Repare como as fracas dão ainda mais força às melhores'.

Avião para salvar a amada

A vida amorosa de Otto foi tão agitada quanto a profissional. Casou-se cinco vezes e teve uma quantidade quase incalculável de romances. Logo que chegou aos Estados Unidos nos anos 50, para fazer um curso de fotografia, começou a namorar Elizabeth, a prima da bailarina Leslie Caron. Mas ela não estava acostumada ao excesso de zelo, ao toque, ao abraço, ao beijo constante, ao clima que nós no Brasil vivemos intensamente , conta. Nos anos 70, numa viagem a Europa, encantou-se com a então Miss Universo, a sueca Margareta Arvidson. Ficaram casados por nove anos. Sua grande companheira e última mulher foi a modelo Norma Fidalgo. Ela posou para suas lentes nos ensaios da Rhodia e embarcou ao lado do fotógrafo para os Estados Unidos em 1965, quando ele iniciava sua carreira por lá no mundo da moda. Separaram-se três anos depois da chegada a Nova York e voltaram a morar juntos no fim dos anos 80. Otto se dedicou integralmente a cuidar da saúde de Norma durante uma década. Ela sofria de hepatite C. Em meados da década de 90, Otto até fretou um jatinho no Rio de Janeiro, com médicos, enfermeiras e aparelhos, para fazer uma cirurgia de emergência na amada em Miami, nos EUA Esses cuidados tiveram um papel fundamental no fim da poupança de meio milhão de dólares que Otto acumulara com o seu trabalho. Por uma trágica ironia, Norma morreu em 2000 num acidente de trânsito.

Fotógrafo globetrotter

Otto morou no Brasil, nos Estados Unidos e na França. Fez trabalhos esporádicos no México, na Venezuela, Gréciae Itália. Como turista, rodou o mundo. Escolhia quase sempre roteiros pouco convencionais Sempre fui aventureiro , conta. Só no Ártico, já esteve quatro vezes somente uma delas a serviço E um dos meus lugares preferidos, é a maior paz do mundo. Você dá aquela mijada e pensa que lá embaixo estão todas aquelas meninas em Ipanema , diverte-se ele.

Personagem de Jorge Amado

A arte é uma maneira de viver, nem sempre um caminho para a riqueza. E eu, como fotógrafo, era o observador da arquitetura, o observador da música, o registrador da literatura , afirma Otto. Numa carta endereçada a ele, o escritor Jorge Amado assim definiu o amigo: Otto Stupakoff nos oferece o exemplo mais completo de uma inconfundível criação brasileira e de, além de tudo, enfrentar o mundo com a mente aberta. Com essa exigência de encontrar os meios para intuir seu significado, Otto persegue em cada foto a honestidade, não se contenta com o bem-feito, busca sempre ir além, jamais inteiramente satisfeito .

NESSA CASA, À ORDEM DO DIA ERA TODO MUNDO NU

Em 1976, consagrado no exterior, Otto decidiu voltar ao Brasil com a intenção de retomar sua carreira no país. Trouxe na bagagem a mulher sueca e alguns hábitos escandinavos Foram morar numa casa na praia da Joatinga, no Rio de Janeiro. Nessa casa, a ordem do dia era todo mundo nu , conta ele. A principal imagem dessa fase é um poético retrato de Margareta e outras duas mulheres nuas na varanda de frente para o mar. Esse trabalho inspirou gerações de profissionais, entre eles o fotógrafo hispanobrasileiroJ. R. Duran. Quando vi a foto, me lembrei da primeira vez que tinha ido para St. Tropez, na França , conta ele. A imagem das meninas no deck abriu uma janela para as sensações que eu achava ter deixado para trás, para sempre, quando cruzei o Atiântico num navio mercante de Barcelona até Santos, em 1970. Através da foto, descobri que poderia recriar esta memória também no Brasil. E é o que venho fazendo desde então, jogando meu passado em um universo que fica a meio caminho entre a imaginação e a realidade.

A Sodoma e Gomorra carioca

foi um ensaio Sa - entre nos anos 90, e o supercampeão do basquete, Michael Jordan. Depois de um bom tempo sem fotografar, e car no ano do material para um novo livro. O resultado Estados 192 páginas. Não há

arquivo antiga do nos tem Nova, ni de imagens impressiona. Prova frequentava as rodas da B nente, são as cenas mais calientes dc do fotógrafo. O Rio de Janeiro é uma cidade sensual, inocer n uma tristeza envolta define. As fotos fc m feitas nas ruas, com pessoas anônimas, explor a elegância nata dos corpos se movendo com as ondas do oceano

* colaboraram Juan Esteves, Pisco Del Gaiso e Simonetta Persichetti. Agradecimento especial a Fernando Laszlo

Quando você trabalha com outra gráfica, o seu anúncio pode ser à a vítima.

Sem o escudo de um grande órgão de imprensa, um grupo de corajosos Freelancers brasileiros vem cobrindo nos últimos anos as principais guerras no mundo. Suas experiências e aventuras mostram comoé difícil enfrentara selvagem competição no front com as grandes agências de imagens e sobreviver na trincheira com poucos dólares no bolso e uma dieta à base de chocolate e sopa Knorr

Por Vinícius Cherobino*

Na foto acima, o americano James Nachtwey, velho cão de guerra e lenda viva do fotojornalismo, flagra com toda a calma do mundo, com os cabelos grisalhos perfeitamente alinhados, um jovem fuzileiro em meio a uma batalha na África do Sul antes da primeira eleição livre, em 1994. James é a estrela de um grupo especial de profissionais, os franco-atiradores, fotógrafos que cobrem como freelancers os principais conflitos ao redor do globo. Além da África do Sul, o americano já esteve em El Salvador, Nicarágua, Guatemala, Líbano, Faixa de Gaza, Afeganistão e Filipinas. Cobrindo a guerra no Iraque, em dezembro de 2003, Nachtwey foi ferido com a explosão de uma granada, mas sobreviveu e continua na ativa Esses lugares, em meio a bombas e tiroteios, são a matéria-prima de seu trabalho, que já lhe rendeu homenagens nos principais concursos de fotografia do mundo. Ele recebeu os prêmios Leica, 500 mil dólares da Fundação Dan David e quatro medalhas de ouro Robert Capa, em memória do fotógrafo de guerra mais famoso de todos os tempos. No Brasil, o pioneiro dos franco-atiradores foi Juca Martins, 54 anos, português radicado em São Paulo há 47. Foi o primeiro fotojornalista independente a documentar um conflito - El Salvador, em 1981 - e produzir material para a agência F4, que Juca ajudara a fundar dois anos antes. Sempre sonhei em cobrir coisas importantes , conta Juca. Desde então, a lista de franco-atiradores brasileiros só aumentou. Eles têm em comum doses extremas de obstinação e coragem correndo pelas veias. E sorte, muita sorte , acrescenta André Vieira, testemunha ocular da guerra do Afeganistão.

André Vieira e a odisséia de desembarcar no front

Uma das principais batalhas do André Vieira 31 anos, teve como cenário Nova York a fotogra longe da zona de conflitos qu Afeganistão. Depois de muita lut ca, ele conseguiu desembarcar no Oriente Mé asiões diferentes Na primeira, em fever brir o confronto entre os radicais do Taliban e a A Norte. A outra vis foi em 25 de setembro, durar anistão. Foi ur Unidos e o Afeg entrar no país , lembra André, que moj duas ocasiões. Naqueles momentos, ele sentiu na p: dificuldade de ser um franco-atirador e teve que criar alte nativas para conseguir ser creder iado como freelancer. Uma das coisas que o ajudou foi uma carta de recomendação Newsweek, uma das principais revistas semanais amer canas Só me comprometi a mostrar para eles o meu mate na volta , afirma André. Além disso, o fotógrafo investiu cerca de mil dólares em vistos de entrada para o Oriente Médio em cad uma das duas viagens ao Afeganistão. Depois das semanas de espera para conseguir o passaporte completo, chegou ao Tajiquistão. Lá teve que exercitar os dons da paciência e da persistência para conquistar a confiança dos soldados da Aliança do Norte. Afinal, ele não dispunha das principais armas de barganha para essas ocasiões - o poder de um grande órgão de imprensa e dinheiro. Eu estava duro e era freelancer , afirma o fotógrafo. André acabou salvo por um contato em Nova York. Mandei um e-mail para o Siamus Murphy, um fotógrafo que já havia ido ao Afeganistão e tinha contato com os caras da embaixada da Aliança do Norte , conta. A resposta de Siamus chegou e começou a abrir portas. André ainda teve que esperar mais dez dias na embaixada pelo helicóptero que o levaria até as principais zonas de conflito no Afeganistão. Foram dez dias de malas prontas, sem sair da embaixada para nada, com medo de perder o vôo. Tem que ter muita paciência, engolir a raiva e voltar no dia seguinte, até conseguir desembarcar no conflito , lembra o fotógrafo. Siamus também lhe passou o contato com a organização nãogovernamental francesa ACTED, entidade que administrava os campos de refugiados. André falou com eles por telefone do Tajiquistão e, no Afeganistão, foi se comunicando por sinais com

alguns escrit O contato com a pop: cheio de surpresas - muitas d eis. É uma cultur. hóspede é sagrad fui apresentado a um eng respeitado, ele o lombo de um cavalo.

fonte, ele pedia uma carta de reco levava o bilhete para s apr contato. Os bilhetes funcion: omo io à guerra. Q salvo-condutos em im nas casas das pessoas com os bilhetinhos, era tratado como se fosse um filho. Eu m por sinais e sabia algumas palavras em pers vood por favor, obrigado e que Alá esteja Levando o mínimo de roupa possível ( apena trocas, além do agasalho e do saco de André percorreu o Afeganistão fotografar conflitos. Tem que ficar mui da câmera, andar procurando alg atirar em caso de emergência, to do com a artilharia e nunca ficar lugar, pois alvo parado é mais fácil de ser atingido , relembra André

Fernando Costa Netto, depois do fogo cruzado

Um irresistível impulso de curiosidade levouojornalista e fotógrafo paulistano Fernando Costa Netto, o Dandão, 44 anos, a passar temporadas em El Salvador (1990), na Bósnia (1993 e 1994) e na Faixa de Gaza (2001). As cenas da Bósnia são as mais difíceis de sair da memória. Sarajevo era uma cidade fantasma , conta Fernando. Ao desembarcar, ele pegou carona num carro blindado que o levou junto com outros jornalistas do aeroporto até o prédio dos correios, onde a ONU mantinha seus escritórios.

Pela janelinha do tanque, Dandão via cenas impressionantes. Todos os prédios dizimados, com milhares de buracos de balas nas paredes , lembra.

Bósnia. Essa turma estava

Ele acabou se isolando dos correspondentes que cobriam a no hotel Holiday Inn, no centro velho , conta Fernando, que tinha no bolso 400 dólares. Com aquele dinheiro daria para ficar dois dias no local. Fernando se

mandou dali e foi batalhar por uma hospedagem alternativa.

Parei uma senhora de 70 anos, a dona Dara, que andava pela rua, e expliquei, em inglês, que era um jornalista brasileiro. freelancer , afirma. Para sua surpresa, a tática deu certo. Fernando ficou no sofá do pequeno apartamento daquela senhora por oito dias. Quando voltei a Sarajevo no ano seguinte, fui rever a dona Dara. Conversamos e lhe dei um pedaço de queijo. Ela começou a chorar e disse: 'Hoje é natal nessa casa'.

Durante a guerra na Bósina, a comida era um grande problema. Fernando aprendeu essa lição na primeira viagem e não repetiu o erro na segunda. Ao embarcar em 1994, enfiou no forro do, casaco, na mala, embaixo da palmilhas dos tênis e nos bolsos das roupas muitas maçãs, alguns pedaços de queijo e pacotes de sopa Knorr. Tomei sopa durante dez dias, de manhã, de tarde e de noite. Tanto que hoje não posso nem sentir o cheiro , conta.

Dandão saía para as ruas de Sarajevo sempre com o pesado colete à prova de balas, o dinheiro contado no bolso e um pacote de cigarros ( eles valiam mais do que dólares no meio da guerra ). Uma das passagens mais emocionantes foi a sua visita à Biblioteca Nacional da Bósnia. Todo o acervo, toda a história do país estava lá, deve ter sido um dos primeiros alvos dos sérvios , lembra ele. Dois garotos viraram seus guias para localizar os escombros do prédio. Por meio de sinais, eles foram me levando até a área onde estavam os destroços , conta Dandão, que retribuiu a ajuda com dois bombons. Os garotos ficaram malucos, acho que nunca haviam comido chocolate na vida , lembra ele. Na volta, o jornalista publicou imagens do conflito na extinta revista Boom e na revista Trip. Apesar de o conflito da Bósnia ter sido considerado uma das maiores carnificinas já ocorridas na história, Fernando passou mais apuros em outro lugar: na Faixa de Gaza, em 2001, cobrindo as disputas entre palestinos e israelenses. Estava em Beit Jala, na Cisjordânia, na fronteira entre as cidades de Jerusalém e Belém , conta ele. Num determinado momento, caí exatamente no meio da linha de tiro. Muito nervoso, ele começou a correr agachado, segurando sua Nikon F2 e ouvindo o assobio das balas ao seu redor. Escutava 'viuu..., viumm, e pensava: 'se estou ouvindo o barulho é porque elas. estão muito perto , recorda. A troca de tiros durou apenas alguns minutos, mas Fernando teve a sensação de que a batalha durou horas. Fiz uma imagem da cidade com riscos vermelhos. Esses riscos são os disparos , explica o jornalista. Até hoje, ele acha que sobreviveu por milagre. Sem grana, sem cartão de crédito, sem seguro de vida e sem mandar informações para a família, não sei como não morri nessas guerras. Mas nunca pensei nisso , conta. Voltaria para guerra? Sim, claro. Desde que eu tivesse mais dinheiro para ter acesso melhor aos fatos e desenvolver um trabalho mais profundo , afirma Fernando.

Anderson Schneider: registros do cotidiano de Bagdá

O fotógrafo paranaense Anderson Schneider, 29 anos, nunca esquece o dia de sua estréia em Bagdá. Ele havia embarcado para lá em fevereiro do ano passado para cobrir os tumultuados tempos do pós-gu: ra. Acabou tirando sua câmera da bolsa mais cedo que imagi Estava chegando na cidade quando vi um comboio americano na minha frente ser atacado e explodir, literalmente , lembra Anderson. Não morri junto por uma questão de minutos. Logo depois do incidente, ele começou a registrar as cenas do massacre, até ser abordado por integrantes do exército da coalizão que chegaram ao local. Foi difícil explicar que não era terrorista , diz Anderson, que exibiu uma série de documentos aos soldados para mostrar que estava ali a trabalho. Entre eles, uma carteira de sua agência de notícias, a Verve, feita no computador de casa.

Anderson chegou ao Iraque com 4 mil dólares no bolso e duas máquinas da Nikon, uma F5 e uma F100. Ficou por lá durante um mês. No dia-a-dia de cobertura do pós-guerra, apontou suas lentes para as consequências da guerra. Além de ser o assunto que mais o interessava, serviu também como uma estratégia para fugir da concorrência dos fotógrafos. das grandes agências e conseguir trazer para o Brasil um material diferenciado e mais autoral. Quando estourava uma ANDERSONSCHNEIDERNVERVE

bomba em algum lugar, os profissior cenas dos estragos e dos mortos , conta An direção oposta, tentando mostrar como cidade que não participam do coi se virar sem os serviços mais bi exemplo , recorda-se o fotógrafo.

1 0. Quando voltou ao Brasil, com 126 filmes no bolso e bancária descoberta, Anderson iniciou uma o encontrar veículos dispostos a publicar seu às portas das principais redações do país publicações estrangeiras. Chegou a contatar até g Dinamarca. Do ponto de vista financeiro, o saldo da bai foi apenas razoável. Schneide nplacou algumas imagens no Correio Braziliense e na revista mensal Un Editora Símbolo, e na Epoca, a semanal da Editora Globo Acabou recuperando menos da metade do capital investido, mas faz um balanço muito positivo de toda a experiência no front. O retorno de um freelancer é sempre indireto, demora bastante a acontecer , afirma Anderson. Se pensar só em dinheiro, a guerra foi um fracasso completo. Acontece que não é só isso. Voltei com mais experiência, com m Além do mais, trouxe uma visão dos fatos que ninguém tinha no Brasil. Essa é a importância do jornalismo independente

na encontra as lendas

ência France Presse, é O rasil na atualidade m ativo fotógrafo de guerra do e uma na Faixa de Gaza urou o prêmio colombiano da Fundación no de Gabriel García

R centemente, Ib oamerica Nuevo Periodis o ano passado, o Festival du Scoop d'Angers,

encontrou com alguns dos principais foi

Cena um:

No Orient de guerra do mundo ácio do ex-ditador Saddam

Hu in, em Tikrit, próximo a Bagdá, Maurício pára pa rafo de estilo certeiro de fotografar. conversar com um

ary Kr estava no Kwuait com os marines, antes de invadirem o

Iraque, munido apenas com uma câmera Canon EOS 1D, uma lente 35 milímetros, um cartão de 512 mega e uma bateria. Knight só começou a fotografar a guerra durante a tomada da ponte de Bagdá pelos americanos, 24 dias depois da entrada no Iraque. Os três dias da batalha na ponte foram suficientes para ele fazer todo o seu trabalho , lembra Maurício. No final da conversa, Knight relatou que tem um contrato pessoal revista semanal americana

Newsweek e já cobriu conflitos em Sarajevo, na Bósnia, no Oriente Médio e em Gaza. Ele acredita que a guerra é o com a melhor momento para registrar a mudança social de um povo , afirma Maurício.

Cena dois: captura de Saddam Hussein em Tikrit. Maurício sai para fotografar o célebre buraco em que o ex-ditador estava escondido. Junto com ele, vai o fotógrafo russo Yuri Kozyrev, sem capacete nem colete. Maurício fica mais tenso

ainda quando percebe que o ru Não aconteceu milímetros para chegar p me arriscaria de: 2ito , conta Maurício eu nunc No Iraque você é um alvo em pote: qualquer momento. falou com Yuri foi para parabenizar o A última vez que russo, que havia sido premiado por seu alho no Oriente Médio no World Press Photo, um dos mais conceituados concursos mundiais de fotojornalismo gar no lraque pela Cena três: antes dec gunda vez, Maurício fez um aquecimento na Faixa de Gaza. No meio de um confronto entre judeus e palest u o fotógrafo iraniano Abbas, da M naram de sair Os dois se cumprimentaram e combi- gnum noite para comer. No jantar, ele me falou da importância dos trabalhos autorais. Os grandes fotógrafos publicam livros para que seu material dure por muito mais pessoas , afirma Maurício. Abbas tempo na memória da publicou um livro sobre islamismo chamado Allah O Akbar, já esteve no Brasil para fotografar temas religiosos no sertão baiano e em Aparecida do Norte, e é amigo do fotógrafo brasileiro Sebastião Salgado Cena quatro: Maurício cobre uma manifestação na praça Al Firdus, onde os americanos derrubaram a estátua de Saddam Hussein. Viu o fotógrafo americano James Nachtwey. A lição mais importante que tirei de caras como ele foi a compenetração e o compromisso no momento de fotografar , conta Maurício. Muitos confundem essa concentração com arrogância. Mas, segundo Maurício, todos têm uma característica dos grandes profissionais , que é a humildade. Respeitam os outros e não são afoitos. es fotografam pouco, mas estão sempre no momento e no lugar certo , finaliza o brasileiro. ta

OUTROS BRASILEIROS NO FRONT

Alex Ribeiro

Fotografou a invasão norteamericana ao Afeganistão (2002) pela Br Imagens.

Antônio Scorza

Acompanhou o pós-guerra no Iraque (2004) pela agência France Press.

Juca Varella

Cobriu a invasão norte-americana no Iraque (2003) pela Folha de S.Paulo. Foi o único fotojornalista brasileiro a acompanhar a invasão.

Pedro Martinelli

Esteve na guerra da Nicarágua (1979) pela revista Veja.

Hélio Campos Melo

Cobriu a invasão norte-americana no Panamá (1998) e a guerra no Golfo (1991) pelo Grupo Estado. Em Basra, Iraque, foi sequestrado junto com o repórter William Waack por soldados da Guarda Republicana de Saddam Hussein.

Vidal Cavalcante

Registrou a guerra civil no Haiti (1994), conflitos na Libéria (1995) e Uganda (1996), além da guerrilha zapatista no México (1998), pelo Grupo Estado.

DT TAM PH

CONSELHOS DE GUERRA

Depois de ouvir os franco-atiradores que encararam guerras em diversas partes do mundo, a REVISTA FOTOSITE criou um guia rápido com dicas importantes que podem fazer diferença num conflito.

1. Estude o conflito. Conheça os lados, os motivos e principalmente os personagens envolvidos. O experiente Juca Martins sentencia: Senão, passa o general mais importante do seu lado e você não sabe quem é .

2. Informe-se sobre o país. Procure saber sobre as condições de alimentação e sobre o clima do local. André fala do Afeganistão: Se você vai para lá achando que é deserto, tudo quente, está perdido. Lá neva muito e você precisa estar preparado .

3. Aprenda a falar algumas palavras na língua local. Não pode faltar por favor e muito obrigado . E tenha uma carta escrita na língua local explicando sua função.

4. Respeite os costumes locais. A simpatia das pessoas é fundamental. Maurício dá um exemplo: Os soldados americanos em Bagdá mascam tabaco em rolo e passam o dia cuspindo no chão. Isso é uma ofensa terrível para o povo islâmico, cria uma antipatia de cara .

5. Leve alguma credencial, não importa se a agência existe ou não. Anderson conta: Na hora em que me pararam para saber o que eu estava fazendo, não importava se eu mostrasse uma credencial da Verve (agência criada por ele) ou da revista Veja. Eu precisava ter alguma coisa .

6. Ande sempre com o passaporte mas tenha cuidado. Maurício fala: Se você estiver indo para a Palestina, não tenha o carimbo de Israel no passaporte. Isso pode trazer muitos problemas

7. Conheça as armas utilizadas no conflito. André afirma: Conhecendo as armas você pode se proteger. Um tiroteio com AK-47 é bem diferente de um ataque de artilharia .

8. Tenha alguma prova de que você é brasileiro. O fato de o país não ter uma tradição em guerras e o futebol ajudam muito. Fernando lembra: Cheguei num local supertenso, os soldados armados. Eles começaram a gritar comigo perguntando o que eu estava fazendo. Quando disse que eu era jornalista brasileiro, melhorou um pouco. Mas na hora que tirei da carteira a minha foto abraçado com o Pelé, mudou tudo . Maurício têm uma experiência semelhante: Comprei 15 camisas não-oficiais da seleção brasileira, todas com o número 9, distribuía de presente e todos adoravam

9. Leve cigarros ou outras formas de barganhar informações e fazer amigos. Juca Martins conta: Essa dica quem me deu foi [o jornalista] Caco Barcelos: Tenha sempre cigarros. É a melhor moeda de troca .

10. Siga sua intuição. Numa situação de guerra, as decisões têm que ser rápidas e só você pode escolher o que fazer.

Às 14h55min da tarde do dia 25 de maio de 1954, durante a guerra da Indochina, uma forte explosão atirou pelos ares um dos maiores ícones do fotojornalismo de guerra. Robert Capa andava embutido com os soldados pelos campos ao sul de Hanói, buscando imagens que deveriam conter o barulho da guerra . Pisou em uma mina terrestre e não sobreviveu. Seu corpo foi encontrado próximo ao buraco feito pela força da explosão. Trazia uma das câmeras ainda presa à mão esquerda. É tratado até hoje como um herói de guerra. Em maio de 2004, recebeu homenagens pelo 50º aniversário de sua morte. Os conflitos do Vietnã e da Indochina foram problemáticos para os fotojornalistas. Além de: Capa, morreram nessas batalhas 134 profissionais que estavam no front em busca de imagens. Esses nomes foram reunidos no emocionante livro Requiem (Ed. Random House, 1997). O risco de perder a vida nas batalhas continua alto, mesmo nas guerras cirúrgicas do Oriente Médio. Em função disso, as estatísticas de mortalidade entre os fotógrafos cresceram consideravelmente. Não faltam, porém, candidatos a fazer esse tipo de cobertura. Eles são movidos pela adrenalina da batalha e a oportunidade de registrar a sua própria visão da história moderna. Mesmo que eles estejam, cada dia mais, distantes de poder mudá-la

colaboraram Guilherme Maciel e Pepe Navas

Fotografias na estante

No fim de julho, após 14 anos de atividades, a Casa da Fotografia Fuji (CCF) fechou as portas. Seria uma má notícia, se não tivessem doado sua biblioteca de mais de 2 mil volumes, entre livros e revistas, para o Centro de Comunicação e Artes do Senac. Parte de uma parceria mais ampla, todo esse conteúdo estará disponível para um número muito maior de interessados, seja para aqueles que não dispõem de biblioteca própria ou para os que buscam edições que normalmente não estão à venda.

Com a doação, fotógrafos e interessados em fotografia de uma maneira geral, que buscam mais informações, poderão ver coleções de várias revistas importantes, edições especiais como a Photography Year-Book 1954 e o Ricettario Fotografico, de Manuali Hoepli, datado de 1908. Livros que não estiveram à venda como o A Estereoscopia no Brasil 1850-1930, de José Inácio Parente e A Coleção do Imperador: Fotografia Brasileira e Estrangeira no Século XIX, da Biblioteca Nacional, além de outras raridades como coleções com 65 cartões de visitas fotográficos do século XIX, sete daguerreótipos e um aparelho estereoscópico para ver as dez fotografias estereográficas que constam do acervo. Dos 250 usuários mensais que frequentavam a CFF, os livros passarão a ser consultados por mais de 2 mil interessados, não só da área do curso superior de fotografia, mas dos diferentes cursos que o Senac mantém. Qualquer pessoa pode agendar uma visita e tem agora à disposição mais de 4 mil títulos, informa Rosana Beneton, coordenadora do Curso Superior de Fotografia.

Não que esse número seja o ideal, muito menos alentador

Vários fotógrafos, ou colecionadores particulares, mantêm bibliotecas de igual calibre. Cliff Li, colecionador e dono do Espaço Paul Mitchel, em São Paulo, sustenta uma estante de pelo menos 3 mil livros dedicados à fotografia. O curador e professor Rubens Fernandes Júnior, diretor da Faculdade de Comunicação da FAAP, mantém números aproximados. Fotógrafos como Eduardo Muylaert estão próximos da metade. Ou seja, ainda precisamos muito mais para chegar ao padrão das grandes escolas internacionais, que já têm a vantagem de funcionarem há décadas.

Outras instituições, como o Instituto Cultural Banco Santos, também caminham com as suas bibliotecas. Esse instituto, que ainda não informa a totalidade do acervo, adquiriu em 2003 a biblioteca do fotógrafo Armando Prado, com mais de mil volumes, entre revistas e livros. "Eles ainda estão informalmente relacionados e disponíveis somente para pesquisa interna , informa Márcia Ribeiro Warde, que trabalha na instituição.

O Instituto Moreira Salles (IMS), dono do maior acervo privado de imagens do século IX, é mais modesto e se restringe nas mais de mil publicações que dão apoio exclusivamente à pesquisa de sua coleção, revela Virgínia Albertini, da área de pesquisa. Já no Centro Cultural São Paulo (CCSP), o contato com a biblioteca está disponível pela internet e vem trazendo números expressivos de usuários do acervo.

No Centro Cultural São Paulo, os livros especializados estão no setor de Arte, particularmente na Biblioteca de Arte Mário de Andrade (BMMA). Além do empréstimo das obras para usuários cadastrados, a biblioteca ainda dispõe de telecentro, diz o historiador Ricardo Mendes, responsável pela Divisão de Pesquisas. Mendes, autor de vários livros sobre fotografia, lembra que a Biblioteca de Artes Alfredo Volpi tem 19 mil livros em todas as áreas de arte, sendo que, na biblioteca central, os números chegam a 230 mil. Em 2003, o número de frequentadores passou das 287 mil pessoas. O total de visitantes passa de 650 mil pessoas em todo o conjunto do CCSP.

Um centímetro e meio

Desde sempre me acostumei (malacostumado, você me deixou malacostumado), aqui no Brasil, com que as pautas dos editoriais de moda fossem resolvidas direto com a editora de... moda. O diretor de arte descobria apenas na hora de colocar no papel já em cima do fechamento, muito depois das fotos prontas, qual tinha sido a idéia que com muito carinho e ilusão tínhamos resolvido. Normalmente as expectativas dele não coincidiam com nossos devaneios e o resultado era sempre próximo de qualquer coisa. Fotos imaginadas para serem verticais se tornavam aberturas em página dupla, fotos horizontais eram fatiadas verticalmente como pedaços de picanha e a sequência lógica das fotos, montada cuidadosamente em polaroids no estúdio, virava uma ratatuille sem pé nem cabeça. Aí, no período entre 1989 e 1995, fui morar nos Estados Unidos Desde Nova York tive o privilégio de trabalhar para os melhores e os mais famosos clientes do mundo. Harper's Bazaar, Victoria's Secret, Elizabeth Arden. E uma das coisas que mais me surpreenderam na estrutura de trabalho das revistas americanas, além do profissionalismo, foi a presença de uma figura até então desconhecida para mim nas redações (aqui no Brasil o desconhecimento continua). O diretor de criação. Ele acompanhava as reuniões de pré-produção, as fotos, discutia junto com o fotógrafo como melhorar as imagens e orientava o

diretor de arte e de texto para que a revista tivesse uma cara e uma unidade como só eles sabem fazer. Uma espécie de primeiro ministro em uma monarquia em que o diretor da revista é o rei. Nesta época, fui colaborador da Harper's Bazaar americana. Em um certo momento, toda a direção da revista mudou. Liz Tilberis foi nomeada diretora e o lendário Fabien Baron diretor de criação. Numa ocasião, me deram a matéria das coleções. Seis dias de trabalho (seis dias para 18 páginas) fotografando em Miami com direito a tudo o que fosse necessário para fazer a produção impecável e luxuosa. Em um delírio, por exemplo, alugamos uma lancha de 42 pés, que

JR.DURAN

cruzou com a gente na HW1, para fazer uma foto da modelo sentada na proa. Bem. Voltamos para Nova York, entreguei as fotos para a revista e depois de uma semana o diretor de arte me chamou. Temi pelo pior. Quando cheguei lá, ele meio sem jeito mostrou uma das fotos e disse que o Fabien tinha pedido para cortar um centímetro e meio do fundo branco (sim, um centímetro e meio de fundo branco) de uma das cópias que iam ser publicadas para que a imagem ficasse mais bem enquadrada. O que eu achava? Uma reunião para isso com uma aula de respeito ao trabalho autoral e uma matéria que me rendeu, até, cartãozinho de parabéns da própria Liz Tilberis.

* piloto de rali, de helicóptero, escritor, fotógrafo e editor da revista Freeze

ÍNDICE OLÍMPICO

Fotógrafo do Grupo Estado, Jonne Roriz classificou-se para 0sJogos de Atenas ao mostrar que tem talento e fôlego de sobra para carregar uma parafernália de quase 50 quilos. Conheça aqui os detalhes do conjunto de equipamentos, avaliado em 180 mil reais, que ele levou para o evento

Sobre os ombros de um fotógrafo na cobertura de , uma Olimpíada não há 4 apenas o peso da responsabilidade de trazer ótimas imagens dos campeões. A parafernália de equipa-

107 kg mentos carregada pelos profissionais é impres-

Xe Um bomb, a pochete com acessórios: um duplicador 1.4X, lente Canon 24-70 mm 1:2.8, lente Canon 1635 mm 1:2.8, flash, dois cartões de memória de S12 MB, seis de 256 MB, um de 128 MB e um de 32 MB. mais pilhas, baterias, protetores de cartão, rádio transmitter para acionar o flash à distância e uma lanterna Preço: R$ 21.300 Peso: 7,5kg

corpos de câmera Canon EOS 1D Mark Il, de 8.2 megapixels e que geram arquivos de 22 MB. Preço: R$ 24.900 cada Peso: 1,6 kg cada sionante. Tome-se como exemplo o caso do baiano Jonne Roriz, 27 anos, Jonne + bomb: 114,5 kg credenciado aos Jogos de A Atenas pelo Grupo Estado, O Estado de S. Paulo, Jornal da Tarde e Agência Estado. Para cobrir um evento desse porte, Jonne levou 49,2 quilos de máquinas e lentes da Canon, um conjunto Jonne + bomb +mochila: 124,9kg avaliado em mais de 180 mil reais. Para o dia-a-dia das

câmeras EOS 1D Mark II,

que fazem 8,5 fotogramas

6 kg por segundo. Carregou também as lentes de 600, 400, 300 e 80-200 milímetros. Jonne + bomb + mochila. + lente600: 130,9 kg O conjunto de equipamentos conta ainda com um monopé, um banquinho e o bomb (ver legendas). Perdi 10 quilos para chegar em forma em Atenas , conta Roriz. Apesar do regime, ele desembarcou nas Olimpíadas com respeitáveis medidas de halterofilista: 107 quilos distribuídos por 1,93 metro de altura

Jonne:
Mochila com um monopé Manfrotto, dois laptops da Dell Latitude DSOS, com 60 giga de HD e 500 MB de memória Ram, internet wifi [sem cabo) ligada ao suporte técnico do jornal e um banquinho

*Desde que sejam imprimíveis.

Tem sempre uma foto que é perfeita para imprimir no seu disco.

EPSON R200

A impressora fotográfica que imprime em CDs e DVDs.

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