Revista Fotosite [n. 4]

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ILISOLOS VISINIA

MUNDO

CIÊNCIA

ILUSTRADA

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FOLHA DE S.PAULO

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Reprodução
FOUIA ESPN e I

Recentemente conversando com um amigo, soube que o site também estava impresso em bom papel e boas reportagens. Gostaria de parabenizar toda a equipe do Fotosite!

Lucas Lacaz Ruiz, por e-mail

A revista está muito bonita! E cheia de pautas ótimas o mais legal é que, apesar de ser uma revista de imagens, tem muita coisa boa para ler, como a matéria sobre a F4, a retrospectiva 2004 e as deliciosas notinhas. Não tem pra ninguém, não, é a única revista decente de fotografia do país. Parabéns pra vocês aí. Abração.

Ronaldo Bressane, por e-mail

A revista chegou ao terceiro número sem personalidade. Parem de tentar fazer uma revista para agradar gregos, troianos, palmeirenses e corintianos.

A REVISTA FOTOSITE é para ler e ver fotos ou só para ver fotos? Peço desculpas se ofendi alguém. Benedito Nicolau, por e-mail

Passei e-mail para a redação falando sobre o tamanho da letra que a revista está usando no meu entender está muito pequeno e vocês responderam na edição 3 que era problema de meus óculos, quando na verdade não é. Mostrei a outras pessoas mais novas do que eu e que não usam óculos e elas acharam que está realmente pequeno o tamanho das letras.

Francisco Lopes Filho, por e-mail

Nota da redação: aumentamos o corpo de letra nesta edição. Óculos foi o título que demos à sua primeira carta.

Gostei muito das primeiras edições da REVISTA FOTOSITE, o que tenho a acrescentar é que as folhas são de um tipo de material que enrola com o tempo, não sei se é o clima de Belém, que é muito variavel, ou é o tipo de papel. Um abraço. David Alves, por e-mail Nota da redação: Resolvemos isso no papel da segunda edição. Se enrolar novamente, não enrole, avise!!

QUER MANDAR UM RECADO?

Comentários? Críticas? Elogios? Idéias? Fotos? Uma sugestão de pauta? Escreva um e-mail para cartaBfotosite.com.br ou por carta para: Rua Pensilvânia, 1.136, casa 8, Brooklin, CEP 04564-003, São Paulo SP

ERRATA

O crédito do Fotógrafo Luis Crispino, na seção Making OF da edição 3, foi grafado erroneamente com z . O correto é com s .. desculpe, Luis

CONCORRA A UMA ASSINATURA DA REVISTA FOTOSITE!!!

QUEM É VOCÊ?

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Desde já agradecemos a sua participação!

da Boca do Lixo [veja matéria na página 60]

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Compartilhe Momentos.

Compartilhe a Vida.

É só apertar

Aueduioo

Extremos aparentes

A conceituada instituição World Press Photo premiou o fotógrafo brasileiro J. F. Diório, da Agência Estado, na categoria General News 2004: até o fechamento desta edição, dois fotógrafos brasileiros estavam trabalhando no Iraque e um deles não tem data para voltar; a fotógrafa brasileira Adriana Zehbrauskas ganha espaço nas páginas do mais influente jornal do mundo, 0 The New York Times, é recebe um prêmio no distante Irã. O ano do Brasil na França começa a movimentar a inteligência de artistas e curadores para as 18 exposições fotográficas agendadas para 2005, onde milhares de pessoas poderão apreciar de Miguel Rio Branco às fotos históricas do período da escravidão, passando pelo trabalho dos fotógrafos moradores do Morro Dona Marta, no Rio de Janeiro. A cidade de São Paulo recebe, em março, a mostra do lendário fotógrafo Robert Mapplethorpe com curadoria do brasileiro Vik Muniz. Como diz o fotógrafo Luiz Braga, que assina o portfólio desta edição, o talento fotográfico não deve ser territorial. Ao menos aqui, os fatos acima indicam que o mundo intuitiva: mente pratica esse pensamento. A REVISTA FOTOSITE tem a cara de um tempo que busca se reordenar pela linguagem universal ja imagem, ao que parece, a única que pode unificar os extremos aparentes: Robert Mapplethorpe aqui e a

fotografia do Morro Dona Marta, na França.

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BOLSA PNAUFOTOSITE chegaà metade do programa com mais dois nomes escolhidos:

JOÃO WAINER e FABIO OKAMOTO

O Fotojornalista João Wainer, 28, e o fotógrafo e designer Fabio Okamoto, 25, completam os seis nomes escolhidos até agora para disputar os prêmios da BOLSA FNAC/FOTOSITE DE FOTOGRAFIA

O júri da BOLSA FNAC/FOTOSITE DE FOTOGRAFIA, parte do PROGRAMA DE ESTÍMULO À FOTOGRAFIA FNAC/FOTOSITE, se reuniu no dia 14 de fevereiro para selecionar outros dois finalistas, João Wainer e Fabio Okamoto, que agora concorrem a R$ 12 mil em produtos FNAC e uma viagem para a França. Eles se juntam aos quatro nomes previamente escolhidos: Alexandre Órion, Melina Resende, Gabriela Slaviero e João Kehl. O próximo prazo de entrega dos projetos fotográficos é no dia 28 de março.

JOAO WAINER Em 1992 Wainer, então som dos Racionais MC's, tradicionc decidi que queria traduzir aquele

com 16 ar scutou pela primelra vez yrupo de rap de São Paulo. Aquilo era Inema universo dentrc criado desde cedo nos meios começou na fo posteriormente, do a equipe de nal mostra três realidades distintas, mas integradas, dos principais rappers do Brasil. O carioca MV Bill canta nos morros do Rio de Janeiro, enquanto Dexter, preso desde 1997, versa sobre os problemas do sistema carcerário. Por fim, Mano Brown, dos Racionais, poe O cotidiano violento da periferia paulistana. João pleiteia a BOLSA FNAC/ FOTOSITE para « Enquanto tiver de tiza sobre ) esenvolver um livro dentro de dois anos. Mas Marginal é infinito. no Brasil, terei o que fotografar , afirma João

FABIO OKAMOTO A cidade é o tema central do trabalho Espaços Intersticiais, do fotógrafo Fabio Okamoto. Procuro por espaços comuns, e tento desvendar o cotidiano escondido pela cegueira do dia-a-dia , comenta. Esse projeto é uma continuidade de Metáforas Visuais, de 2002, mas agora com suporte digital. A intençãoé variar entre as duas linguagense, ao mesmo tempo, exaltar as qualidades de cada um. Fabio costuma trabalhar bastante nas imagens, seja no o seja no Photoshop. Criar um identidade visual significa um trabalho de exploração e associações contínuas com outras linguagens, como literatura, desenho e arquitetura , comenta. Caso ganhe a BOLSA, ele pretende dar continuidade à pesquisa, com mais elementos da fotografia digital, para montar uma exposição e publicar de um livro. Formado em arquitetura pela FAU/USP, Fabio já participou da exposição do Prêmio Porto Seguro em 2003 e integra o acervo do MAM, entre outros feitos.

g R$ 1? mil em prêmios, A BOLSA

E uma viagem para a França Esta Ro a a oferecer suporte nas e acompanhamento a e a

2 e suas fotos publicadas na em início de carreira. Se você tem menos de 30 anos (nascido a partir de 1º/10/1975) e um srojeto fotográfico em mente ou já iniciado, participe.

R E V | STA F 0T 0 S | T E pio) a E À * INFORMAMOS QUE, INDEPENDENTEMENTE DA INTERVENÇÃO DO BANCO CENTRAL NO BANCO SANTOS, A BOLSA PARA QUARTA SELEÇÃO JOVENS TALENTOS = PARTE DO PROGRAMA DE ESTÍMULO À FOTOGRAFIA FNAC/FOTOSITE = ESTÁ MANTIDA NO SEU Prazo de entrega dos trabalhos: 28/03/2005 FORMATO ORIGINAL, À PREMIAÇÃO QUE CABIA AO BANCO SANTOS [VEJA REGULAMENTO) ESTÁ SUSPENSA ATÉ QUE SE Regulamento completo e Ficha de inscrição: TENHA UMA DEFINIÇÃO DO DESTINO DA INSTITUIÇÃO. TODOS 05 OUTROS ITENS ESTÃO MANTIDOS. www. fotosite.com.br Realização Realização e Apoio Cultural Patrocínio

nostra tatuagem no extinto complexo penitenciário do Carandiru
MV Bill com traficantes no Morro da Formiga, na Tijuca, no Rio de Janeiro
ão Paulo; cotidiano cantado pelo rapper Mano Brown Motoboys atravessam rua alagada na Zona Leste de

confiscadas e o direr obscenidade). Mas aj io o o fan pg UT

flexo nos outros artistas é retratado. A Sônia Braga, ig! cena noturma de Nova York eia) a(o ER anlcio isespaco si (UE|D o corpo de Sônia. Tem um ena gay e do submundo de muito atraente, seduzia as O tinha medo de nada, e o bonita, mas trágica. Nesse diz Vik.

Ver o que ninguém viu. É a missão de Cristiano Mascaro no São Paulo Fahion Week, [www.spfashionweek.com.br] contratado pela organizadora do evento, Luminosidade. Solto é livre, ele procura ângulos que estão fora das lentes dos outros fotógrafos. Sou meio invisível. Faço uma garimpagem, é genial e muito estimulante , comenta. Queria fazer uma homenagem aos colegas de profissão. Todos querem aparecer, mas ninguém liga pros fotógrafos , completa. Segundo a assessoria do SPFW, havia cerca de 400 profissionais da imagem cobrindo os desfiles. Esta imagem, publicada no Estadão, rendeu muitos agradecimentos: Fiquei lisonjeado . O trabalho de um ano e meio pode virar um livro de comemoração dos dez anos do Calendário da Moda no Brasil, em 2006.

O mestre Lartigue é, para mim, o símbolo da mais pura fotografia. Adoro toda sua simplicidade.

Foi o trabalho que mais me emocionou nos últimos tempos. É absolutamente verdadeiro, realista e expressionista.

Elliott Erwitt no Brasil

O fotógrafo da agência Magnum Elliott Erwitt [www.elliotterwift.com] estará em São Paulo no mês de maio para ministrar palestra e workshop. O evento dá sequência ao programa Leica Akademie, que já trouxe ao Brasil Ralph Gibson e René Burri. Membro da Magnum desde 1953, Erwitt é autor de 20 livros e suas fotos fazem parte de acervos importantes, como o do MoMA Museu de Arte Moderna de Nova York =, Instituto de Arte de Chicago, Museu de Arte Moderna de Paris, dentre outros, além de ser representa5 o = S = z z do por várias galerias ao redor do planeia. Na década de 70, produziu alguns filmes,

um deles com Dustin Hoffman. Nos anos 80, fez comédias para a TV. A palestra está prevista para 5 de maio, no Centro de Comunicação e Artes do Senac. O workshop, ainda sem local definido, acontece entre 6e9 de maio.

Este é um livro que coloca nas imagens todas as angústias de um autor.

Não posso imaginar retratos mais fortes, mais simples e que nos digam tanto quanto esta série de Avedon.

Nan Goldin
dianc arbus

Como escolho um Fotógrafo

QUAL SEU IDEAL DE FOTÓGRAFO?

RENATA ZINCONE É o que me traz o trabalho pronto e melhor do que eu esperava. Que tenha boas idéias para as fotos sem falar comigo.

QUANTOS PORTFÓLIOS VOCÊ VÊ POR MÊS?

Hoje em dia vejo poucos. Três por mês.

QUAIS TRABALHOS OS FOTÓGRAFOS NÃO DEVEM COLOCAR EM UM PORTFÓLIO?

Anúncio de página dupla da Associação Parceria contra Drogas, para revistas

Agência Leo Burnett com circulação nacional Sinar 4x5 com objetiva 58 mm e filtro 80A para esfriar a cena Fuji Próvia RTP em chapas 4x5 e rolos 120 Uma tocha de flash de 1.200 watts Estúdio do obturador 1/60, abertura 8 a 11 para a lata e 45 para Velocidade a barata Preparar os insetos já mortos na posição desejada, com as antenas e patas na posição certa. Várias pernas e asas tiveram que ser reaplicadas com cola instantânea e micro-pinça de relojoeiro, pois se quebravam só no toque. Fora ter que lidar com as baratas, que eu tenho pavor!!! Para fotografar, usei uma grande formato. No caso da lata, o diafragma ficou bem aberto. Para obter foco em apenas um ponto. A barata precisava de bastante definição para o recorte, portanto foi usado um diafragma mais fechado.

Gosto de ver o que os fotógrafos quiserem me mostrar, não julgo nada, olho tudo.

O QUE É UM BOM PORTFÓLIO? É aquele que, quando vejo, já quero usar as fotos

Renata Zincone, 35 anos, é diretora de arte da revista Daslu. Fez a coleção Brasil na Moda, de Giovanni B Paulo Borges, e já passou pela Trip e pela revista Big, de Nova York, entre F outras publicações

Coppola apareceu em um trabalho que não canso de rever. O clima que o filme alcança, com a densidade e o contraste impresso na fotografia, faz de Gordon um dos meus fotógrafos preferidos. É realmente impressionante como ele trabalha sem medo do escuro. 'O que você não vê às vezes tem um efeito tão importante quanto o que você vê', disse Gordon Willis.

As sequências de boxe em Touro Indomável ficaram eternizadas com a fotografia de Michael Chapman e direção de Scorsese. A sequência tem câmera na mão, no chão, teleobjetivas, 24 quadros, 120 quadros, 72 quadros, e tudo se encaixa perfeitamente bem. Impressionante! E tudo isso com um preto-e-branco primoroso.

A forma como Storaro abusa das cores que quer ressaltar dependendo do mometo dramático é o que mais me chama a atenção. Não é só um filme, é um desafio. É como ir andando até a Antártida ou escalar o Everest. A emoção, a realidade e a dramaticidade são impresionantes. É uma aula de cinematografia. Aqui todos foram muito fundo nas emoções.

Aviso aos fotógrafos: a cotação do seguro de um mesmo kit de equipamento pode variar até 60%, dependendo do corretor. Ou seja, nesse caso, mais do que nunca, é fundamental fazer uma boa pesquisa antes de comprar o serviço. Outro fato importante a ser percebido pelos profissionais em relação aos seguros: eles são mais baratos e simples de se fazer do que muita gente imagina. É preciso desmistificar isso , afirma Rubens Chiri, presidente da Associação dos Repórteres Fotográficos de São Paulo, Arfoc-SP, e proprietário da Agência Perspectiva. Ele sentiu na pele o drama de ter todo o seu material de trabalho roubado. O problema ocorreu no ano passado. O equipamento portátil estava segurado e fui ressarcido em R$ 15 mil. Mas os equipamentos da agência não tinham cobertura e o prejuízo foi de R$ 20 mil , conta Chiri. Ao contrário do que muitos fotógrafos imaginam, é possível segurar até equipamentos importados sem nota fiscal. Nesse caso, um agente da seguradora vai até a casa ou escritório do cliente para comprovar a existência e o valor do equipamento. A apólice padrão cobre roubo, furto qualificado (subtração do bem mediante destruição ou rompimento de obstáculo) e acidentes tudo devidamente registrado em boletim de

ocorrência. As empresas do ramo não ressarcem prejuízos provocados por perda e furto simples (subtração do bem sem ameaça, violência física ou em que não se evidencie vestígios de destruição ou rompimento de obstáculo). Veja no quadro ao lado uma simulação de cotação em três diferentes corretoras, Arco Verde Seguros, PMR Seguros e Kerizmann Seguros, com um conjunto de itens orçado em R$ 11.950.

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Eles vivem em conflito

uca Varella, 40, e Maurício Lima, 28, os dois mais assíduos fotógrafos de guerra do Brasil atualmente, voltaram para o campo de batalha no lraque. Maurício, pela agência France Presse, está na cidade de Mosul, 370 quilômetros ao norte de Bagdá, e não tem previsão de volta. Juca ficou em Bagdá pelo jornal O Estado de S.Paulo (a primeira vez foi pela Folha de S.Paulo), e voltou ao Brasil no dia 2 de fevereiro.

REVISTA FOTOSITE: Como é a rotina de vocês?

Juca Varella: Fui cobrir as eleições, e a intenção do Estadão era passar o dia-adia em Bagdá, mostrar como a população está encarando essa situação MAURÍCIO LIMA/FRANCE PRESSE crítica, a violência, a eleição e o processo de reconstrução do país.

Maurício Lima: Estou enlistado com uma divisão de combate do Exército americano. Divido com os soldados a comida, o vestiário, o veículo, a adrenalina. Não tenho nenhum privilégio e a grande diferença está na minha arma: duas câmeras 35 mm, em vez de um fuzil automático M16.

Sentiram grandes diferenças da última vez que estiveram no Iraque?

Juca: Muitos prédios que vi completamente destruídos estão reformados. Parques tiveram suas grades repostas, jardins refeitos. As agências internacionais só enviam matérias de atentados, seguestros e assassinatos, mas a vida continua em Bagdá. As lojas estão abertas, as crianças vão à escola e seus pais, às feiras livres. Devido a sequestros e roubos, a opção agora é pela discrição, os jornalistas hoje andam sem coletes e capacetes à prova de balas. Quanto menos chamar a atenção, melhor e mais seguro.

Maurício; A insatisfação pela ocupação é muito grande, talvez pelo fator étnico (Mosul tem mais de 2 milhões de habitantes, a maioria sunita, etnia do ex-ditador Saddam Hussein) e pela falta de resultados concretos para a população após a derrubada de Saddam, como as filas por gasolina, a falta de saneamento básico, de energia elétrica e de segurança.

Quais os maiores problemas que vocês enfrentaram?

Juca: Apesar de a cidade apresentar uma falsa aparência de tranquilidade, os riscos são enormes: se você fica muito perto da polícia iraquiana ou dos soldados americanos, imaginando estar mais seguro, pode ocorrer um ataque com carro ou homem-bomba. Se você se afasta deles, o perigo passa a ser sequestro, roubo ou assassinato. Quer dizer, pra onde você for, o bicho te pega. Maurício: Um dia um sargento disse que eu deveria falar com o coronel antes de enviar umas fotos poderia ter uma que comprometesse algum soldado. Em seguida, na sala do coronel, me disseram que poderia enviar as imagens, menos as que identificavam um insurgente iraquiano morto, por razões de inteligência militar . Pensei em alguma maneira de enviar essas fotos, sabendo que qualquer descumprimento de ordem poderia ocasionar minha expulsão da base. Mandei duas fotos, com a legenda dizendo que estava sob embargo militar americano. Horas mais tarde, um site americano de notícias usou uma delas, e o coronel nunca mais tocou no assunto.

Esta foto faz parte de uma sequência de quatro, e é uma de duas censuradas pelo Exército americano, por razões de inteligência militar À perseguição dos soldados americanos resultou na morte do insurgente iraquiano

Jabr Musa, 56, que trabalha na produção de legumes e hortaliças na periferia de Bagdá, exibe, orgulhoso, seu dedo pintado. E um sinal que votou nas eleições, em 30 de janeiro. À imagem é do dia 1º de fevereiro

Pé quente

O fotógrafo Ricardo Hantzschel destacou o trabalho de dois profissionais na REVISTA FOTOSITE %2, na nota intitulada A vida como ela é no fotojornalismo . O primeiro deles foi a foto do incêndio na favela do Buraco Quente, em São Paulo, feita por J. F. Diório, da Agência Estado, que foi a vencedora do World Press Photo ], na categoria Notícias Gerais/Foto Única. As outras imagens noticiadas foram da série Ataque a | Helicóptero: Reação, Fuga e Execução, de » Carlos Moraes, que ga- 3 nhou o Prêmio Esso.

Tamanho legal

A discussão em torno do uso de imagens pela internet foi reacendida nos Estados Unidos, depois que o site erótico/pornô Fleshbot Naomi Harris, linkando diretamente para o site dela [

publicou um ensaio da fotógrafa ]. Por causa disso, o endereço recebeu mais de 100 mil visitas em três dias e teve que ser tirado do ar. O editor do Fleshbot se defendeu alegando que usou as imagens no tamanho de um polegar, como previsto no artigo 107 da lei de direitos autorais americana.

htp://impublicavel.zip.net

Concursos pelo mundo

Quatro concursos internacionais de grande porte abrem inscrições para fotógrafos do mundo inteiro. Para concorrer a uma bolsa na Fundação Henri Cartier-Bresson ], deve-se enviar um projeto próximo a uma reportagem até o dia 31 de março. A mesma data é o limite para mandar projetos para o Visa Pour Hmage [ ], em Perpignan, França. O Photo Espanha 2005 ], realizado em Madri de 1º de junho e 17 de julho, recebe portfólios para a edição do festival em 2006 até 7 de abril. E a organização da 6º Bienal de Fotojornalismo [ ], na Cidade do México, aceita até 3 de julho as imagens que serão expostas com a instalação As Sociedades Ibero-Americanas . http://pma2005.pmai.org

Gigafoto

A empresa holandesa TNO, que produz soluções em física aplicada, realizou uma foto panorâmica digital com nada menos que 2.5 gigapixels. A imagem, que afirmam ser a maior do mundo, foi captada com lente 400 mm, abertura F22 é velocidade 1/100, com tempo total de exposição de 72 minutos. O arquivo totalizou 7.5 gigabytes, e, se fosse impressa em 300 dpi, mediria 6.67 m por 2.67 m. Os detalhes da proeza podem ser conferidos no link

Lá em Teerã

O poder da internet de reduzir as distâncias fez um triângulo entre o Brasil, o México e o Irã, com o fundo Art & Worship World ], locado em Teerã, capital do país muçulmano. Do Brasil, Adriana Zehbrauskas, que mora na Cidade do México, e Izan Petterle estão na lista de candidatos divulgada pela organização. Os prêmios totalizam US$ 60 mil, distribuídos em lotes que variam de US$ 2 mil a US$ 15 mil.

Fashion Passion russa Brasileiro na Fabrica

De 14 de março a 30 de abril, Moscou | O fotógrafo gaúcho Leo Caobelli, 24 anos, sedia a 4º edição do Festival Internacional | está com viagem marcada para a Fabrica, de Moscou, com o tema A moda eoestilo escola-laboratório deartee / dentro da fotografia . Ao todo, serão 80 mídia da Benetton, fundada por Oliviero

exposições espalhadas pela cidade. Entre | Toscani. Em dez anos de existência, apenas oito brasileiros foram selecionados pela instituição, localizada

as principais, estão uma retrospectiva de Marc Riboud; mostras de Horst P. Horst, Sarah Moon e Joel-Peter Witkin; uma | em Treviso, na Itália. Mandei um coletânea de alguns trabalhos de fotógrafos | portfólio-revista; os anúncios eram russos para as principais revistas de moda peças que eu havia feito para meus do mundo, Harper's Bazaar, Vogue e Elle, clientes e o conteúdo variava entre outras; e uma coleção de fotografias de moda da FNAC francesa; além de workentre fotos de exposições, projetos pessoais e design , diz Leo. shops com os próprios Riboud e Witkin.

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Sebastião Salgado, Miguel Rio Branco, fotos históricas do período da escravidão e trabalhos produzidos pelos moradores do Morro de Dona Marta, no Rio de L Ç Janeiro, fazem parte de um pacote de 18 exposições brasileiras agendadas ao longo de 2005 na França

A fotografia brasileira vai merecer um lugar de destaque no calendário de exposições da França em 2005. Estão agendadas nada menos do que 18 mostras com artistas nacionais das mais variadas tendências ao longo do ano. O cardápio selecionado pelos curadores inclui grandes nomes da atualidade, como Sebastião Salgado e Miguel Rio Branco, imagens históricas de Marc Ferrez e Guilherme Gaensly, além de fotografias produzidas pelos moradores do Morro Dona Marta, no Rio de Janeiro. O festival de imagens ocorre graças ao Brésil, Brésis, o evento que encerra a temporada das Saisons Culturelles Étrangêres en France. Ele levará mais de 400 projetos culturais açS brasileiros a diferentes cidades francesas nos próximos meses. As exposições fotográficas fazem parte desse pacote.

Entre os eventos mais significativos está Filhos do Silêncio. Imagem do Negro na Fotografia do Brasil, coletiva com mais de 200 fotografias, traçando uma linha histórica do século XIX ao Brasil contemporâneo. Grande parte do acervo é relativa ao período de escravidão no Brasil. O evento irá acontecer entre outubro e novembro na Maison de la Photographie de Lille. A mostra está sendo coordenada pela produtora brasileira Base 7, com a curadoria da historiadora francesa Elise Jasmin, do Centro de Investigação Interdisciplinar sobre o Mundo Lusófono, de Paris. Elise é especialista na análise dos fenômenos históricos e sociais a partir da fotografia. Essa exposição vem ao encontro da atual dinâmica de resgatar a memória e a identidade da comunidade negra brasileira e permite compreender o quanto a imagem tem, desde muito cedo, acompanhado o processo de constituição da identidade

do negro , afirma a curadora. Ela também está à frente de uma exposição sobre o cangaço, mostrando o papel da imagem fotográfica na construção do personagem e do mito do cangaceiro, que entra em cartaz em outubro, na La Galerie Photo, em Montpellier. No Musée d'Orsay será apresentada, a partir de maio, A Fotografia Brasileira do Século XIX, com as imagens históricas de Marc Ferrez, August Stahl, Guilherme Gaensly e Albert Henschel, entre outros. Será a primeira vez que essas fotos serão expostas fora do país. A iniciativa é do presidente da Fundação Biblioteca Nacional, Pedro Corrêa do Lago.

A equipe de Olhares do Morro, agência de fotografia dos moradores do Morro Dona Marta, está preparando, juntamente com jovens estudantes de uma escola de desenho industrial de Paris, uma instalação multimídia para o Festival de Arles, que acontece em julho. É uma forma original de expor as fotografias, dando ao público a oportunidade de interagir com as obras , explica Vicent Rosenblatt, fotógrafo francês radicado no Brasil e idealizador da agência. Com a exposição das obras, Rosenblatt espera poder desmistificar o estigma da violência e da marginalidade que são automaticamente associadas às favelas brasileiras.

Além dos eventos oficiais, aprovados pelos governos brasileiro e francês, alguns espaços privados garantem uma programação paralela. É o caso da mostra Brasilia: Une Metaphore de la Liberté, com as

polaróides de Jair Lanes ao lado das fotos históricas da construção de Brasília, feitas pelo fotógrafo Alberto Ferreira, em cartaz na Maison des Ameriques Latines. A Fnac Temes está apresentando Noturnos São Paulo, de Cássio Vasconcellos, ambas em Paris. A BrasilConnects, braço cultural do Banco Santos, que sofreu intervenção do Banco Central em novembro passado, estava encabeçando duas exposições fotográficas, dentre elas a coletiva Cid Collection, com o acervo de Edemar Cid Ferreira, e uma de Miguel Rio Branco, na Maison Européenne de la Photo, de Paris. Quem responde pelas mostras agora é o Gabinete Cultura, que conta com a mesma equipe da BrasilConnects, gerenciada por Emílio Kalil. Até o fechamento desta edição, os responsáveis pelos eventos não se manifestaram sobre quem financiará as exposições depois da intervenção do BC, mas, ao que tudo indica, as mostras serão financiadas por uma holding formada por várias instituições culturais francesas. Ainda sem título definido, a exposição de Miguel Rio Branco deverá acontecer entre setembro e novembro. Vou mostrar pinturas realizadas nos anos 60 e vários trabalhos fotográficos recentes , diz o fotógrafo, que, juntamente com Paulo Herkenhoff, trabalha agora na concepção espacial da mostra.

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ABAIXO O POWERPOINT!

REPRODUÇÃO.

O mundo da tecnologia está coalhado de futurólogos que passam suas vidas fazendo projeções sobre o que virá, geralmente em doses maciças e entediantes de PowerPoint e blablablá. Quer ver o que há de real no que as empresas criam ou começaram a projetar para os próximos anos? O site da operadora de celulares Vodafone é o melhor exemplo para isso, porque traz o que há de melhor hoje na internet. A vantagem: com movimento, cores, muito som e idéias que tornam o futuro quase animador. Acesse o site e clique em Visão Futura, na barra superior, e aumente o som do computador. É

diversão garantida!

PAÍS DE FOTÓGRAFOS

Não é só na comunidade Orkut, onde há 63,5% do total de usuários, que os brasileiros imperam. O Fotolog possui hoje 351 mil blogs fotográficos de brasileiros, líderes absolutos, seguidos do É Chile, com 94 mil blogs, e Estados Unidos, com 80 mil. Ou seja, praticamente estamos em um país onde as pessoas passam seus dias empunhando máquinas fotográficas para publicar o resultado para o mundo. Agora mais uma para reforçar: o Orkut criou uma galeria de fotos chamada Expressions e, melhor, aberta para quem não está na comunidade (acesse Media, na barra do alto, em www.orkut.com). Ali estão cinco fotógrafos escolhidos pela direção do site dentre alguns milhares que enviaram seus trabalhos. Dos cinco, três são brasileiros, como a webdesigner Sabrina Prado, que tem suas fotos expostas no Cyber Junkie, todas as imagens com interferências. Inseri o grafismo, achei que aquilo complementava, eguilibrava a foto, diminuía ou aumentava a tensão da imagem.

wi vodafone.com!

PAPEL EM CURTO-CIRCUITO

Fascinante, a imagem abaixo foi tirada de um microscópio pela equipe do Massachusetts Institute of Technology (MIT) que estuda papéis eletrônicos. Visite o site para conhecer melhor o funcio/ E

telefonia celular e o computador para R et um suporte mais simples e leve.

FLAGRA DE CATÓLICOS NO IRAQUE

O fotógrafo da Reuters Damir Sagolj é conhecido por viver em frentes de batalha, principalmente no Oriente Médio. Um de seus trabalhos mais curiosos, no entanto, segue na contramão do que a mídia publica. Em vez de fotografar muçulmanos do lIranamento da invenção, considerada pelos cientistas a grande revolução para os próximos anos, porque levaria internet,

que, majoritários no país, fez um belo ensaio sobre os católicos locais, na Igreja de Nossa Senhora da Tristeza.

DEU A LOUCA NO MESÁRIO

Com câmera, tripé e disparador, o programador de internet Marcelo Nishio deu uma lição de criatividade para fotógrafos. Enquanto aguardava os eleitores votarem em outubro passado, registrava a única coisa que podia ver: as pernas deles. Leia a entrevista.

NA LATA!: Como nasceu a idéia de fazer a sequência de fotos durante a votação?

Marcelo Nishio: No primeiro turno, durante a espera pelo voto de cada eleitor, a Única coisa que mudava na sala era o próprio eleitor, e a única janela por onde podíamos observá-los era por baixo da mesa. Era como um jogo de adivinhação: em quem cada um vai votar? Um jogo exibido em uma TV formado pelo chão, as pernas de mesinha e seu tampo. Como e quando você começou a fotografar?

Quando nasci, sou japonês uai! Foi há uns três anos, quando pude bancar a minha própria câmera e comprar alguns rolos de filme. O que o atrai na fotografia?

A meu ver, a fotografia é uma impressão da imaginação, e é muito bom quando as pessoas conseguem ver a minha. Qual tipo de fotografia você admira?

Todo tipo, desde as tiradas por minha mãe que com certeza são tortas mas carregadas de amor , da agilidade de captura de Cartier-Bresson à paciência pela luz ideal de Ansel Adams.

DESCONSTRUINDO CLAUDIA RAIA

A revista Fitness, especial bimestral da Corpo a Corpo (Editora Símbolo), trouxe uma nova modalidade para os seus leitores: a boa e velha prática da corrida, agora na versão mãos dadas com um parceiro . Na capa da edição de dezembro, o casal Claudia Raia e Edson Celulari mostra que é adepto do gênero. Por ser uma incongruência, decidimos ouvir o fotógrafo Thomas Susemihl, autor da foto de capa, e a diretora de arte, Maria Helena da Fonte, para saber o que de fato aconteceu. Susemihl, reconhecido fotógrafo de publicidade, disse que não notou, ao fazer as fotos, que o casal estava de mãos dadas. Mandei umas dez opções, entre elas essa. E tecnicamente a foto era boa, nem passou pela minha cabeça que

seria estranho . Foi mais estranho do que imagina Susemihl. Na lata! descobriu que a imagem da capa (c] não foi enviada por ele, ao contrário do que pensa, porque de fato não existe. A foto é uma montagem feita na redação em que Claudia Raia tem a cabeça de uma imagem [A] e o corpo de uma segunda (8).

A própria diretora de arte, Maria Helena, admitiu a montagem. A direção da editora teria considerado que a função da foto da capa era somente ilustrativa. Com isso atropelou a lógica, ao colocar um casal de mãos dadas na hora da corrida, e a ética ao mudar uma informação que seria entregue ao público, além de não ter avi-

A sado o autor de que Ce seu trabalho seria foral CageCASAISQUE MALHAM modificado. ipara não, otivação E ç

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Virgínia Marrakech, si

Eu iniciei minha carreira como assistente de laboratório na Editora Abril e depois trabalhei como fotojornalista para a revista Visão. Em 1980, aos 28 anos, resolvi ir para Nova York, por minha própria conta e risco. Mandei uma carta para cinco top photographers de que gostava muito, entre eles o Bill King, que acabou me chamando para fazer um estágio. Estava na Hollywood da fotografia e aquela experiência foi decisiva para mim. Até então, eu tinha uma ideologia em torno da profissão, produzia de maneira caótica e achava que era assim que um artista produzia, que isso era criatividade. Atirava para todos os lados. O King era estudioso e organizado e os cinco meses que passei lá desmistificaram a profissão para mim. Com ele aprendi muito sobre técnica. Foi nesse momento que aprendi como funciona um estúdio e como se dirige um negócio. www.bobwolfenson.com.br

AQUEM ALE A minha primeira iluminação aconteceu no verão de 1980, quando entrei na Mata Atlântica da Juréia pela primeira vez. Pensei: puxa, quero fazer um livro sobre isso. Já tinha feito algumas exposições, inclusive uma individual, mas ainda não tinha editado um livro. Eu tinha um trabalho fragmentado, de fotojornalista diário, já havia captado milhares de cenas. Atendi à minha percepção foi como atender a um chamado vocacional. Foi a partir dali que tive a idéia de desenvolver um trabalho sistemático de documentação dos ecossistemas brasileiros. Até então ninguém tinha feito isso. Comecei a fazer um trabalho duradouro, autoral. Descobrir isso foi a melhor coisa que me aconteceu. Com isso arquitetado em minha cabeça, parti para a floresta amazônica. Ouvi uma conversa entre dois garçons, no Hotel Tropical, em Manaus, que falavam sobre uma onça que havia aparecido num igarapé. No dia seguinte, o garçom estava de folga e foi comigo até o local onde o animal havia aparecido. Almocei na casa dele e partimos para a floresta. Fiz a foto de uma onça mordendo um galho. Eu estava fazendo um trabalho institucional. Vendi a foto para uns gringos da empresa, e a partir daí tudo deslanchou. Comecei a publicar meus livros o primeiro foi sobre árvores mineiras e, um ano depois, editei o livro sobre a Juréia. A foto da onça, esperei até 1997 para publicá-la no Terra Brasil, o livro de fotografia mais vendido no Brasil em todos os tempos. Já foram 50 mil exemplares e está na oitava reimpressão. www.araquem.com.br

Ter conhecido Claudia Andujar foi deo sivo em dois momentos importantes: Quando iniciei a carreira d repórter fotográfico e, depois, quando resolvi iniciar meu trabalh; documental independente. Eu cursava a faculdade de Arquitetura fotografava por conta própria, por puro impulso pessoal. Como ur escritor na ânsia de querer publicar seu primeiro conto, inscrey umas fotos num concurso que tinha, no júri, a Claudia Anduja Ganhei o concurso e, na maior cara-de-pau, bati na porta do aparte mento dela (naquela época, nem telefonávamos para marcar visita e não havia empecilhos portões trancados, ou ter de se anuncia na portaria). Apresentei-me a ela, que, generosamente, olhou m nhas fotos. Claudia trabalhava na Revista Realidade, da Editora Abr e, por seu intermédio, fui convidado para trabalhar na Veja, d mesma editora. Assim iniciei minha vida profissional, em 1968 como repórter fotográfico, carteira assinada , vaidosíssimo com minha conquista. Em 1975, Claudia me convidou para ser seu assis tente na organização de um evento fotográfico promovido pel Masp, que convocava a população paulistana para fotografar a cida de (como esses que estão muito em voga hoje, mas na época er uma novidade). Aquilo pra mim foi decisivo, porque me aproximo de um outro universo. Da experiência de reportagem, meu trabalh passou a tomar outra forma; ali iniciei minha trajetória autoral.

Meu divisor de águas foi o auto-exílio Inglaterra provocado pelo Golpe Collor em 1990, que deixou os foté grafos de publicidade falando sozinhos, sem trabalho. Eu já tim então pelo menos 15 anos de estúdio e a minha fotografia eclética nê se encaixava nos rótulos. Essa ambigúidade se refletia nos meus do portfólios: Gentee Still-life, que levei comigo para a Europa. Passa manhãs tentando agendar visitas em agências londrinas até que pert a vergonha, tomei um gole de uísque puro malte, às 11h da mamh e liguei para o agente das estrelas Julian Cotton, representante do maiores fotógrafos da Europa. Hello, Mr. Cotton, meu nome é Maro Scavone, sou um top photographer do Brasil e acho que o senht deveria ver meu trabalho . As pastas eram fortes, com campanha premiadas, e sua reação foi me indicar uma de suas protegées, nova-iorquina Shelley Kyah, que olhou os portfólios e sentencio! Here you shoot people . Que em inglês, em um jogo de palavra: fica bem forte e engraçado: Aqui você atira em gente . Fotograi gente, é claro. Ao voltar da Europa, fiz um retrato da Tomie Otahk para uma revista de arte, e o Andrea Carta, com a foto na mão, m deu uma Vogue inteira para fotografar. Esse foi realmente o me momento decisivo. A edição seria sobre as maiores personalidade do Brasil, retratei dezenas, do Burle Marx e o Ivo Pitangui à Xuxi do Antonio Ermírio de Moraes ao Pelé, Roberto Marinho e Caetan Veloso. Não parei mais de fazer retratos. www.marcioscavone.com!

VANIA TOLEDO o primeiro momento importante na minha carreira se deu quando Samuel Wainer e Antonio Bivar me chamaram para ser editora de fotografia do jornal Agui São Paulo. Isso me abriu um universo, ganhei uma nova rede de contatos. Sou socióloga por formação, e, nesse mesmo período, resolvi fazer um ensaio de nus. O trabalho, inicialmente, consistia na observação sobre o universo masculino, com entrevistas e fotos. Mas, apesar da abertura política, ainda vivíamos sob a ditadura militar. Como a censura sobre os textos era muito forte e geralmente as imagens passavam, decidi focar toda atenção na fotografia e fiz o trabalho só com as imagens. Foi aí que defini uma linguagem. O universo da fotografia se abriu para mim. Consegui convencer a editora Cultura a publicar o livro Homens (que trazia personalidades como o cantor Caetano Veloso e Inácio de Loyola Brandão junto a anônimos). Isso foi em 1980. Era uma ousadia para a época. Esse livro impulsionou minha carreira de maneira definitiva. Foi um sucesso de vendas. www.vaniatoledo.com.br

VANIA TOLEDO

DA INS DOS DAR poSoto TEN TONS arara ro quando fiz a foto de Pablo Neruda morto. Saí do Brasil pautado para cobriro golpe de Estado do Chile, em 1973. Eu tinha 14 anos de carreira nessa época e nem ginava que faria as fotos que marcariam minha vida. Havia cerca de mil jornalistas e eu fui o único a fazer a imagem. Um momento dramático, único. O Allende havia morridoe o Neruda, desaparecido. Havia o boato de que ele estaria preso em Valparaíso, uma cidade portuária do Chile. Nós ficávamos confinados no hotel, porque às 18h tinha o toque de recolher. Mas eu conhecia uma brasileira, que era casada com um adido militar, e ela me deu o furo: Evandro,o Neruda está à beira da morte . Quando cheguei ao local, ele havia acabado de morrer. O corpo estava jogado no porão do hospital. Depois segui, juntamente com a mulher dele, que eu já conhecia, o pequeno cortejo até sua casa. Novamente, eu era o único jornalista presente. Havia um riacho que circundava a casa dele. Quando lá chegamos, os militares haviam abertoa barragem e a água destruiu parte da casa. Improvisamos uma ponte de madeira para poder passar. Tudo foi impressionante para mim. Na época, as fotos ganharam projeção internacional. E, hoje, para minha grata surpresa, todo esse trabalho foi recuperado num livro, a convite da Prefeitura do Rio, para presentear o presidente do Chile.

Evandro Teixeira foi o único fotógrafo que registrou a preparação do corpo CofoR=s jaioai o AN o Re od Eu ATÉ]

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www.evandroteixeira.net

AMN IADE O o ooo ce o ro orn tiro minha vida foi quando conheci Cláudio e Orlando Vilas Boas, em 1970. Foi ali que eu virei gente. Eu era repí er fotográ- fico de O Globo quando fui pautado para cobrir o contato dos índios panarás. Aquela experiência com Cláudio e Orlando me aprimorou, não apenas como fotógrafo, mas como ser humano. Eu levei aqueles ensinamentos para minha vida, como uma regra matemática. Os. princípios de caráter, a lealdade. Esse contato durou três anos (1970-73). Mas, [pci dade, só pude botar em prática a minha liberdade21 anos mais tarde. Entre 73 e 94 fiquei formatando esses ensinamentos. O trabalho diário no fotojonalismo me absorvia, não tinha tempo para ser eu mesmo. Foi quando, em 94, larguei o emprego formal, deixei tudo para trás e parti para a Amazônia, numa viagem que durou seis anos. Foi assim que surgiu o livro Amazônia, O Povo das Águas. Finalmente pude botar em prática aquilo que fiquei articulando durante 21 anos. Finalmente comecei a fazer a minha história. Orlando e Cláudio deram um copydesk na minha vida. Agora eu fotografo o que eu sou. wywvi-pedromartinelli.com.br

A MARIO CRAVO NETO Esse momento nunca existiu na minha vida, e mesmo se tivesse, eu de sã consciência diria que não! O momento decisivo eu sei o que é, se me fosse possível pensar, seria o inevitável que o destino nos reserva a cada momento, a cada dia. Como já é muito tarde, 3:30 AM, tudo se resume no seguinte: Less is more, os últimos serão os primeiros!

DAE ici goNao Ra

O meu último auto-retrato, onde durmo, no barracão de vidro, dentro do mato, por cima do brejo, na frente do Exu

RIA pe SEN IST = oToe ro CO grafo chamado Oriol Maspons. Ele era casado com minha prima, e, num sábado, apareceu na casa dos meus pais. Eu tinha 16 anos. Aquela figura me no) oásis sionou. Ele sabia de tudo, conhecia pessoas interes- santes, ia a todas as festas. Decidi que era aquela vida que eu queria para mim. A partir daí comecei a trilhar meu caminho. Mas, profissionalmente, não consigo enxergar essa epifania, nunca tive essa iluminação repentina. Tenho 30 anos de carreira e, para mim, cada foto é especial, me dedico a cada trabalho com a mesma força do primeiro. Tenho uma visão mais budis- ta e menos cristã dos fatos. Não tenho um turning point. Não acredito que tenha feito algo que tenha mudado o rumo do meu trabalho. A fotografia é para mim um exer- cício de auto-análise constante. Meu trabalho tem uma linearidade. Eu acredito no que Nizan Guanaes diz, que a qualidade vem da quantidade. Wwww.jrduran.com.br

- Eu", 2

- BRUNO Dalbey - iratick Dara - Lantel Darraco - Gabriele Basilico - Claude Batho - Jean Baudrillard - Claude Bauret-Allard - Jea car - Jean-Christophe Bechet - Pascal Benoit - Gianni Berengo Gardin - Jerry Berndt - Monica Biancardi - Jean-Charles Bla - Machiel Botman - Edouard Boubat - Thierry Bouét - Pierre Boulat - Emmanuel Bovet - Brassai - Roland Briens - Yul Brynner - Day

Robert Capa - Henri Cartier-Bresson - Gérard Castello Lopez - CharlElie - Roman Cieslewicz - Clark et Pougnaud - Henry Clarke

ton Corbijn - Scarlett Coten - Stéphane Couturier - Thibaut Cuisset - Antoine dAgata - Denis Dailleux - David Damoisonil den Hollander - Raymond Depardon - Patrizia di Fiore - Jean Dieuzaide - Lutz Dille - Alain Di ster - Robert Doisneau - Suzanne Dor el Dridi - Jeff Dunas - Stéphane Duroy - Elliott Erwitt - Wilfrid Estéve - Bernard Faucon - Felix - B D lict J. Fernandez - Pas d

cuberta - Martine Franck - Leonard Freed - Gisele Freund - Christina Garcia Rodero - Gilbert Garcin - Flor Garduno - Cla Guillaume Geneste - Luigi Ghirri - Mario Giacomelli - Ralph Gibson - Jean-Pierre Gilson - Allen Ginsberg - Glad)

Harry Gruyaert - Philippe Halsman - cien Hervé - Horst P Horst A aos loucmant - Françoise Huguler- Isabel A he O | E Fi | [1] > Jarret - Francesco Jodice - Mimmo Keita - André Kertész - Douglas Kirklar Koudelka = Karl la É ge Sergio Guy Le Querrec - Lehnert & Landrock 'd - Herman Leonard - He L - Man Ray - Manoocher - Dolorês Ma oi [1 1! EI a] Willy Maywald - Grout Ma ar6! Dilip Mehta - Duane Michals - Yann Mir go Mulas - Martin Munkacsi - Isabel N d a E 1 a e anin zolino - Françoise Nunez - Lutfi Ozkok Tila ge oNV So - Salvatore Puglia - Bernard Puisses ay -Willy Ronis - Myriam Ruisseau

Imagens entre a história e a poesia

Por Fernando Sant' Ana - Jeanloup Sieff - Hans Silverterson - Frédéric Terzian-Varte der Hilst - Denis Vicherat - M: d Wojnarowicz - Baron Wolman - Pac Ackerman - Lucien Aigner - Pedro Alm GR Ê E Umainesquecível viagem parao grande ilico - Claude Batho - Jean Baudril er DE público e um mergulho num universo ngo taarain - Jem SdniongS Gaio É Bovet- Brassai - Roland Brie de lembranças e novas descobertas

- Roman Cieslewicz - Clark et Pougne para os Flanela LISO 2] fotografia. Assim n- Scarlett Coten - Stéphane Couturier - Th Depardon - P Di: :- Denis Dailleux - David Damois poderíamos descrever uma visita à ler-Raymond E » o eçã áfi f Dunas - Stéphane Duro) le- Alain Dister - Robert Doisneau - Su: Col fo) Fotográfica da Fnac O Ff Dunas - Stépha E Fe tgiaie LeFanckK Faucon - Felix - Benedict J. Fernandez valioso acervo, composto o mais ac de duas mil fotografias feitas entre 1903 e 2004, permite uma melhor = compreensão da história do Século - Bruno Jarret - Francesco Jodice - V o Josef Koudelka - Karl Lagerfeld - Serg XX e, ao mesmo tempo, da própria nard - Herman Leonard - Herbert fotografia. A partir deste acervo, são - Manoocher - Dolores N ie Genesteson - Allen Ginsberg - Gladys -| - Lucien Hervé - Horst P. Horst - Fr lly Maywald - Grout Mazeas - feitas seleções especiais expostas com ne Mic Fê tunkaesi - Isabel Mu grande sucesso em diversos países. uses Nunez

itfi Ozkok - > - Alain Noguês - Claude E - Salvatore Pualia - Berna hassov - Jérôme Plon - Bernard Plossu - Krysztof Pruszkowski - Salvatore Puglia - Berna ger - Reza - Marc Riboud - George Rodg = Souymotir - Malick Sidibé - Jeanlc » Scianna - Michel Semeniako - David Seymour - Malick Sidibé = ck Taberna - Takeyoshi Tanuma - Yoshihiro Tatsuki E ps E (Ojofra aAVIS CAS tarc Tingaud - Patrick Tourneboeuf - Larry Towell - Shoji Ueda - Robert Van der H ) = oêél-Peter Witkin -David Wojnarowicz - ) Woods - Tá s - Wim Wenders - Eddy Wiggins - Neil Winokur - Joél-Peter Witkin -Davic srenice Abbott - Mickael Ackermai ucien Aign edro Al Zenon - Abbas - Abbé Pierre - Hisham Abdel Hadi - Berenice Abbott - Mickael Ackel a S - Patrick Bard - Daniel Barraco - Gabriele Basilico - Cl ) Saudi ( Avery - David Bailey - Bruno Barbey - Patrick Bard - Daniel Barrac

Atualmente, uma seleção de 300 imagens compõe a exposição

Coleção Fotográfica da Fnac - Imagens entre história e poesia, uma visão subjetiva de importantes momentos da história mundial nos últimos cem anos e dos caminhos pelos quais passou a evolução da linguagem fotográfica. Evidencia-se a infinidade de possibilidades, desde a fotografia documental até a pesquisa técnica e formal.

O percurso começa com obras de Jacques-Henri Lartigue, Eugêne Atget, Louis Held, Lenhert e Landrok,

Tina Modotti, Martin Munkacsi e vai Fei) a Kertész, Brassai, Henri Jean

Dieuzaide, as tendências atuais de Raymond Depardon, William Klein, Paulo Nozolino e Nick Waplington e a promoção de novos talentos, como Patrick Taberna, Paolo Woods e Myriam Ruisseau. Da mesma forma que se está atento à criação internacional, há espaço também para anônimos e artistas de outras áreas, como Wim Wenders, Allen Ginsberg, Yul Brynner e Pedro Almodóvar, que enriquecem a Coleção com seu olhar peculiar e com o testemunho das ligações da fotografia a outras formas de expressão.

A originalidade desta coleção - única no gênero reside no diálogo entre

Moscou, hôspital psychiatrique nº6, 1992 - Lise Sarfati

todas estas experiências, estes olhares, FotegieSJ =)pie) (OF (o[Stoa Fe(O O|VISIEST oO(O esta abertura e este ecletismo que conduzem a programação das Galerias Fnac, existentes em cada loja da rede, inclusive no Brasil. Elas estão a serviço da melhor aproximação do público com ERRA Netpotetejo pus Ro [RS o Etatoo arte fotográfica. A Coleção Fotográfica da Fnac reflete este conceito, pois, desde 1978, é continuamente enriquecida com obras das exposições realizadas nas Galerias Fnac. Atualmente, a Coleção Fotográ-fica da Fnac está em exibição no Museo Valenciano de la Illustracion y la Modernidad - MUVIM, em Valência, na Espanha, e, logo em seguida, irá para o Scavi Sacaligeri, em Verona, na Itália. Há planos desta exposição vir, em breve, ao Brasil.

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Assim, ao mesmo tempo em que a Fnac preserva a memória de suas exposições, ajuda os fotógrafos por meio de uma política de aquisição sempre independente em relação aos ditames do mercado. A Fnac apresenta os grandes fotógrafos tanto por meio de suas imagens indispensáveis quanto por suas obras menos conhecidas. Ao seu lado, o trabalho de jovens fotógrafos, sempre muito valorizados pela Fnac com ações como o Atenção Talento e o Prêmio Europeu de Fotografia.

Desde a sua fundação, em Paris, em F 1954, a Fnac desempenha um importante papel de ator cultural em harmonia com o comércio de produtos de cultura e | tecnologia dainformação. Em cadaloja, são continuamente organizadas exposições, além de encontros com fotógrafos e RES o testo o geo Ho dinTo [o oi igpicRo eai

Assim, a Fnac contribui, de forma determinante, com o maior acesso à cultura, particularmente à fotografia. Consagrando em cada loja espaços para debates e exposições, a Fnac se tornou hoje a maior rede mundial de galerias. As mais de 100 Galerias Fnac Ee UBE alia Iria pro [alte to(o= Bélgica, Espanha, Itália, Suíça, Portugal, Brasil e Taiwan) são locais de encontro e intercâmbio; de divulgação para os fotógrafos e de descoberta para o grande público.

Há quase seis anos no Brasil, a Fnac tem lojas em cinco cidades brasileiras: São Paulo (duas lojas), Rio de Janeiro, Campinas, Curitiba e Brasília. Através do site www.fnac.com.br todo o território nacional pode ter acesso à diversidade de produtos Fnac.

CEEE To

105 galerias

LoRo e SigicMato =ic (iro ço SMA TRE) [Ei iO Tio TETO go Brasília)

58 galerias na França 4 eRagEo dedicadas à fotografia digital (Paris, Evry, Bordeaux e Nancy) 6 na Bélgica, 9 na Espanha, 5 na Itália, 7 em Portugal, 4 na Suíça e 4 em E

50 novas exposições criadas a cada ano e

ma série de eventos sem precedentes dentro do universo da fotografia brasileira vem aproximando os artistas brasileiros de seus colegas africanos. Antes esporádicos e ainda pouco divulgados, esses projetos dependeram muito da boa vontade de organizadores com um olhar mais especffico e engajado, mas agora parecem uma saída interessante para reciclar os conceitos estéticos dos artistas brasileiros. Na Bahia, houve uma aproximação com a África nos anos 60, por meio do Centro de Estudos Africanos, mas depois parou.

Deveria haver uma ligação maior, isso é só o começo. Ainda sinto falta do contato com fotógrafos africanos , diz o fotógrafo baiano Adenor Gondim, 54.

Em princípio, esse movimento de fotografia intercontinental entre Brasil e África se resume a ensaios ligados à cultura e ao cotidiano popular. Em Salvador, a cultura afro é muito forte.

Desde os anos 70, fotografo festas do povo, como a da Irmandade da Boa Morte, formada por senhoras ligadas ao

candomblé, e o Itaylê Ogun, sobre o culto a lemanjá , diz Gondim. Apesar da fartura de assuntos que envolvem o folclore popular dos afro-descendentes no Brasil, o intercâmbio com os fotógrafos africanos só se intensificou em 2003, quando a arquiteta e curadora Dirce Carrion, 47, resolveu colocar as mãos na massa, fundando o projeto África-Brasil-África.

Já vou para a África há 15 anos, e comecei com um trabalho de documentação dos lugares de origem dos escravos que vieram para o Brasil. É uma relação muito próxima , diz Dirce.

Na primeira etapa do trabalho, o fotógrafo brasileiro Ricardo Teles, 38, foi convidado para registrar uma comunidade no Rio de Janeiro e outra em Cabinda, Angola; e o moçambicano Mauro Pinto clicou comunidades na capital do Moçambique, Maputo, e na cidade de Porto Alegre, ambas viviam à beira d

um lixão. Numa segunda fase, as crianças de cada comunidade trocaram cartas sobre suas impressões do cotidiano.

Apesar de uma realidade dura, as cartas eram para cima. Esse lado. brasileiro de acreditar na vida é africano , explica Dirce. Atualmente com uma exposição em Lisboa, a iniciativa virou um livro, Brasil-África Olhares Cruzados, lançado no último dia 27 de janeiro no Fórum Social Mundial, em Porto Alegre, com a presença de Matilde Ribeiro, ministra da Secretaria Especial de Políticas de Promoção da Igualdade Racial.

Segundo números do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o Brasil tem aproximadamente 80 milhões de negros e pardos, o que garante ao país a segunda maior população negra do mundo, atrás apenas da Nigéria. Salvador é a capital brasileira com uma das maiores concentrações de negros números do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socio- econômicos (Dieese) indicam que 80% dos habitantes são de afro-descendentes. A cidade foi escolhida para sediar a Mostra Pan Africana de Arte Contemporânea, Mopaac [veja serviço na pág. 41, entre 18 de março e 17 de abril de 2005, realizada pe- la Associação Cultural VídeoBrasil em parceria com a Fundação Cultural Palmares, ligada ao Ministério da Cultura. É uma espécie de continuação da Mostra Africana de Arte Contemporânea, que

aconteceu em São Paulo em 2000, com a proposta de reunir pensadores e artistas que trabalham com fotografia, cinema, vídeo e instalação. Os brasileiros Eustáquio Neves e Mário Cravo Neto, os senegaleses Fatou Kandé Sengnhor, Matar Ndour e Pape Seydi, e o artista plástico angolano que trabalha com fotografias Antonio Ole são alguns nomes de peso confirmados no evento. Espero conhecer o que os artistas da diáspora estão discutindo e fazendo, e trocar o máximo de conhecimentos com eles , comenta Eustáquio, que vai expor uma videoinstalação do trabalho Boa Aparência, publicado na REVISTA FOTOSITE 42. Outro grande evento de intercâmbio entre brasileiros e africanos foi o Photofesta, que ocorreu no final do ano passado em Maputo. A exposição contou com o trabalho de alguns fotógrafos brasileiros que retratam temáticas africanas, como Ricardo Teles, Eustáquio Neves e Miguel Chikaoka. O povo sai nas ruas e fotografa bastante. Eles conhecem os fotógrafos brasileiros e ficaram muito felizes por estarmos lá. Eles têm uma expectativa muito grande em relação a nós , diz Teles, único brasileiro presente no evento,

que mostrou seu trabalho Terras de Preto sobre as comunidades de descendentes de quilombolas escravos que fugiam das fazendas e montavam colônias no meio do mato [leia boxe sobre livros na pág. 41). Terras de Preto, lançado em livro em 2002, consumiu nove anos do fotógrafo, que clicou em comunidades na Bahia, em Goiás, no Pará e em São Paulo. Comecei com um interesse jornalístico, quando começaram a discutir as terras para esses povos , diz Ricardo. A novidade que esses intercâmbios trouxeram foi uma semelhança estética entre as produções brasileiras e africanas. Enquanto os artistas brasileiros mostram ensaios sobre comunidades afro ou trabalhos mais experimentais sobre racismo e cultura popular, os africanos investem em fotos documentais sobre o cotidiano de seus países de origem, cenários que são muito semelhantes com o que acontece no Brasil. Todo brasileiro traz na alma e no corpo a sombra do negro , escreveu o sociólogo Gilberto Freyre, no livro Casa Grande & Senzala, inaugurando uma linha de pensamento que incluía as heranças dos afrodescendentes dentro da cultura brasileira. E esse pensamento, agora, está fortemente marcado na fotografia. Não acredito que esse movimento afro-brasileiro exista na fotografia. Existe uma herança de resistência e influências, em setores como música, culinária, moda, religião e artes plásticas , comenta Eustáquio.

A influência negra na fotografia, no Brasil, surgiu com dois eventos migratórios. O primeiro foi a escravidão, que trouxe os negros, e o segundo foi a chegada dos primeiros retratistas europeus, no século XIX. A fotografia de negros, quase sempre alforriados, foi comum na história da fotografia brasileira, produzida por estrangeiros que se espantavam com o fato de vivermos num sistema escravagista. Eles enxergavam nesses retratos uma viabilidade comercial, pois na Europa, rica, civilizada e intelectualizada, não se imaginava essa situação , explica o pesquisador e diretor do departamento de comunicação da Faculdade de Comunicação da Fundação Armando Álvares Penteado, Rubens Fernandes Junior, 53. Entre os principais fotógrafos desse tempo, Rubens destaca o francês Rodolpho Lindemann, o alemão Alberto Henschel, o português Christiano Junior, o inglês John Goston, o espanhol Juan Gutierrez e o próprio Marc Ferrez, brasileiro descendente de escultores franceses. Muitas dessas imagens estão reunidas no livro O Negro na Fotografia Brasileira do Século XIX, de George Ermakoff. O fenômeno Pierre Verger apareceu no Brasil no final dos anos 1940, e seu trabalho até hoje é considerado um dos mais importantes dentro da fotografia afro-brasileira. Todos fotógrafos que desenvolvem trabalhos nessa linha têm influência do Verger , filosofa Dirce Carrion. Vindo da África, o francês desembarcou em Salvador em 1946. Em 48, volta à África,

mais especificamente ao Benin, para fotografar as similaridades entre as culturas da Baía de Todos os Santos com o Golfo do Benin, o que resultou em um livro, Fluxo e Refluxo do Tráfico de Escravos entre o Golfo de Benin e a Baía de Todos os Santos, que lhe rendeu o título de doutor honoris causa pela Universidade de Sorbonne, em Paris, na França. Desde então, ficou notável a presença dos elementos africanos em trabalhos de fotógrafos brasileiros e vice-versa, mas que só agora aparecem como senso comum. O Brasil precisa entender que é mestiço , finaliza Adenor Gondim. [>|

O baiano Emanuel Araújo, 64, atual secretário de Cultura da cidade de São Paulo e curador do Museu Afro-Brasil, acumula em sua extensa carreira obras, exposições e curadorias que envolvem temáticas africanas. A seguir, ele fala dos fotógrafos brasileiros e africanos e sentencia: A grande arte brasileira hoje é a fotografia .

Sim, e isso faz a diferença, como registrar esse olhar: com excentricidade, de exotismo. Mas o Brasil é um país ambíguo. O Mario Cravo Neto, por exemplo, vem de uma família branca. O branco baiano não é bem branco. E o branco baiano filho de Mario Cravo Junior não é branco, por que os Cravo sempre tiveram ligações muito fortes com a cultura negra. Mario é branco por fora, mas no fundo ele é tão negro quanto o Eustáguio Neves.

Seydou Keita (fotógrafo do Mali) é o máximo. Ele funde a frente com o fundo com uma elegância, as roupas acontecem atrás, os rostos não são aleatórios, tudo funciona. É uma estética de poder, concisa, sintética, prática e muito africana. O plano vira arquitetura. Isso é fascinante na obra dele. Eu destacaria, também, o trabalho do nigeriano já falecido Rotimi Fani-Kayode. Sua obra está tão impregnada de elementos sagrados, as máscaras, que só quem vive o problema de ser um iorubá pode fazer.

Adoro Walter Firmo ]. Nenhum fotógrafo brasileiro tem a capacidade de sentir a cor como ele. É absolutamento fascinante. Há fotógrafos brasileiros maravilhosos que interpretam a questão negra e do índio com respeito e dignidade, não de ser exótico, têm um olhar diferente, não é estrangeiro, como Claudia Andujar, Maureen Bisilliat, Nair Benedito, Anita Cerqueira e por aí vai. Não tenho dúvida, a fotografia é o que está mais pulsando, interessa a todos,

É claro que às vezes sinto um pouco o peso do nome, mas trabalho exatamente como fazia para a Folha de S.Paulo ou para qualquer outro meio; simplesmente faço meu trabalho da melhor maneira possível. O nome NYT abre portas, sem dúvida. É mais fácil conseguir autorizações, ter acesso a lugares, enfim... é quase uma palavra mágica no meio jornalístico.

Um editor do NYT nunca diz a um fotógrafo como fazer seu trabalho. Eles têm uma prática de enviar a matéria já escrita e discutir o que deve ser fotografado. Nunca me aconteceu de ter que refazer uma foto ou o editor pedir algo que não havia sido previamente discutido. Diria que o fotógrafo tem 95% de autonomia.

Você tem que avaliar a história, estabelecer prioridades e tirar maior proveito do tempo. Cuba, por exemplo, foi encomendada com cinco dias de antecedência. Ficamos lá uma semana trabalhando em quatro matérias, uma delas sobre turismo sexual, que acontece normalmente de noite. Ou seja, trabalhava quase 16 horas por dia.

Normalmente é o fotógrafo que liga para as fontes, reserva avião, hotel, enfim, faz o roteiro e a produção da matéria.

Uma vez perguntei se poderia alugar um carro e a resposta foi: Please take whatever reasonable measures you need to get the photos"! (Por favor, faça o que for necessário e razoável para conseguir as imagens!).

Nem sei mais o que é filme! Sempre pedem digital e querem o trabalho bem editado e legendado. Sem legenda, a foto mais fantástica do mundo não serve para nada.

Pagam uma diária que varia entre 250 e 350 dólares, dependendo da editoria.

Já tive fotos publicadas na capa do jornal, capa de cadernos, enfim, depende de cada editor, mas de maneira geral não cortam as fotos. É sempre uma surpresa ver a publicação.

Há uma regra no contrato que garante 50% para cada parte. Eu posso revender as fotos depois de um período de embargo de dez dias para as imagens publicadas e não preciso pagar os 50% para eles. Por outro lado, eles me repassam 50% do valor se revenderem uma imagem e não pagam reutilização.

semesire com a anfologia de sua obra[ioa Eta NUR TTEo Re: RE RE Au io e je e

| uiz Braga passou seus primeiros anos de carreira às voltas | com uma obra multifacetada e sem identidade. O retrato E. mais bem-acabado desse problema conceitual podia ser encontrado em sua segunda exposição, Portfólio 80, que reunia desde fotos de arquitetura até retratos de nu soba influência de Helmut Newton. O que sobrou do sucesso de público do evento, realizado em Belém em 1980, foi uma sensação de que aquele caminho não era o meu , conta o fotógrafo. Depois da mostra, veio uma depressão que durou quase seis meses.

A saída para o vazio criativo aconteceu da maneira mais óbvia possível para um fotógrafo: pela simples observação do que estava ao seu redor. Durante o caminho que percorria diariamente entre sua casa e a faculdade de arquitetura, em Belém, Braga começou a prestar atenção nas cores fortes das portas dos bares, carrinhos e boates. O colorido peculiar dessa realidade ribeirinha serviu de fonte de inspiração e passou a ser o diferencial de sua obra.

O resultado disso pode ser conferido em Luiz Braga Retratos Amazônicos, exposição em cartaz até o dia 3 de abril no Museu de Arte Moderna de São Paulo, o MAM. A mostra reúne 60 imagens produzidas nas últimas três décadas (54 fotos são do acervo do autor e o restante pertence à coleção do museu). Luiz Braga figura entre os artistas fotógrafos que usam a cor de uma maneira madura, a seu favor e a favor da fotografia, e não a favor do exótico e do estranho , afirma Tadeu Chiarelli, curador da exposição.

Isolado no norte do Brasil dos anos 80, o fotógrafo fazia viagens para São Paulo em busca de orientação. A curadora Rosely Nakagawa foi uma das pessoas-chave nesse início de carreira.

Quando esses encontros não eram possíveis, Luiz Braga buscava referências no próprio quintal de casa. Sem cerimônia alguma, batia na porta dos hotéis de Belém sempre que ficava sabendo da passagem pela cidade de fotógrafos que me interessavam. Conheci David Zingg assim , comenta ele em trecho da uma longa entrevista que faz parte do livro inspirado na mostra e que será lançado no segundo semestre deste ano. Com esse espírito, Luiz Braga montou uma rede de referências de artistas que usavam a cor em suas imagens, como o fotógrafo americano Joel Meierowitz. Seu trabalho extrapolou as fronteiras de sua cidade natal, Belém do Pará, para se tornar uma fotografia sem limites geográficos. Deixar de ser amazônica no sentido regional para se tornar amazônica no sentido de grandeza da palavra. Talvez por esse viés, o nome da exposição seja mais adequado para representar a maneira intensa com que o autor retrata a mais simples cena do cotidiano de um fotógrafo andarilho, seja em Belém do Pará, seja em qualquer outro lugar do mundo.

O QUÊ: Lu montagem

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A partir de 14 de março, o Metropolitan Museum de Nova York abre suas portas às segundas-feiras dia em que o museu tradicionalmente fecha ao público para um número limitado de visitantes apreciar mais do que uma exposição de fotografias. Ao preço de US$ 50 a entrada, o que se verá é uma verdadeira celebração à vida e ao trabalho da fotógrafa Diane Arbus, cujas imagens se mantêm inguietantes, décadas após sua trágica morte. Amostra Diane Arbus Revelations, inaugurada no ano passado, no Museum of Modern Art de San Francisco, e que dá nome ao livro homônimo, de 352 páginas, ficará até 30 de maio em NY. É, literalmente, uma das mais reveladoras mostras sobre a obra de uma artista dessa importância. Mostra e livro, juntos, são uma rara oportunidade para se conhecer o processo de criação de sua contundente obra. Por meio de contatos, anotações, imagens inéditas, declarações, depoimentos de amigos e familiares, paga-se tributo ao talento e genialidade de Arbus, que não fez concessões mesmo ao preço de sua sanidade. Junto com o alemão August Sander, na Europa, e os americanos Gary Winogrand e Lee Friedlander, ela foi responsável pela mudança na direção da fotografia documental do século XX. Seus retratos formaram um novo cânone, ao transformar em arte a vida comum do homem moderno e ao expor as mazelas do establishment americano, que tenta renegar a anormalidade e esconder o estranho. Longe do reducionismo de justificar o amálgama de sua vida pessoal com sua obra, é preciso notar que Diane Arbus Foi uma artista muito à frente de seu tempo. Sua sensibilidade, extremamente original, a afasta dos seus clones, famosos ou não. Nas afiadas palavras da escritora Susan Sontag, Diane Arbus transformou todas as pessoas em uma mesma Família, habitando uma mesma aldeia. Uma aldeia idiota chamada América. As imagens a seguir fazem parte da exposição e do livro Revelations

Genialidade maldita

É difícil não começar a contar a história de Diane Arbus pelo seu fim. Suas imagens estão intrinsecamente ligadas a ele. A fotógrafa, que se matou em 1971, aos 48 anos, levou uma vida incomum. Nascida em Nova York, em 1923, numa rica família judia, Diane Nemerov viveu, desde pequena, as diferenças da sua posição social. Os avós paternos não eram da mesma casta que os maternos. Uma questão de hierarquia, não só judaica, mas social, na livre América do início do século XX. Sua biografia não autorizada foi escrita em 1984 por Patricia Bosworth, ex-modelo da fotógrafa. As duas filhas, Doon e Amy, e o seu marido, o também fotógrafo Allan Arbus, não deram depoimento, nem autorizaram O uso de suas imagens pessoais. As poucas conhecidas foram cedidas pelo irmão e amigos da fotógrafa. Diane casou-se com Allan Arbus aos 18 anos de idade.

Começou na fotografia como assistente do marido em trabalhos para revistas de moda, uma posição que a impulsionaria profissionalmente, mas que, ao mesmo tempo, a tornaria uma pessoa infeliz. A frivolidade do meio fashion deixava-a mais deprimida do que nunca. Na verdade, a companhia de Diane foi fundamental no resultado das fotos de Allan. Ela foi muito mais que uma assistente, foi produtora, diretora de criação, estilista e cenógrafa ao mesmo tempo. Todas essas qualidades levariam a dupla ao sucesso. Mesmo assim, Diane abandonou a fotografia fashion em 1946 por absoluta incompatibilidade com o meio e passou a se dedicar ao próprio pensamento e ao seu estúdio de retratos.

É nesse momento que ela conhece a consagrada fotógrafa Lisette Model, com quem estudaria fotografia.

Essa relação fez com que Diane percebesse que seu lado negro e sua atração pelo mal , deveriam ser canalizados para suas imagens.

Retratar pessoas que, assim como ela, desafiavam as convenções, era uma maneira de admirá-las. Diane era uma pessoa tímida que se transformava ao fotografar seus personagens. Retratar os freaks era como voltar à infância, tempo em que esses anormais eram mantidos a sua distância.

Além de Lisette, Diane tinha profunda admiração por Richard Avedon, e a recíproca era verdadeira. O que os distanciava

eram seus personagens e a maneira como os fotografavam. Para ela, retratar implicava manter uma relação duradoura. Já para Avedon, tudo se dava rapidamente. Perguntado como tinha a sido a sessão de fotos, dizia que não se lembrava. Como aconteceu com outros grandes fotógrafos, a mudança de formato da câmera causou uma grande transformação conceitual e pessoal em sua carreira. Dizia que não aguentava mais a granulação do negativo 35 mm e decidiu mudar para uma

"Sempre vi a fotografia como alguma coisa bagunçada, desobediente, que eu poderia fazer e isso era justamente o que mais me atraía nela. Quando comecei a fotografar, me senti meio perversa |

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Uma Fotografia é um segredo sobre outro segredo. Quanto mais ela revela, menos sabemos

Rolleiflex 6X6, depois para uma Mamiya do mesmo formato. Com a troca de equipamento, Diane Arbus criaria uma realidade fotográfica mais pulsante . Ela dizia que, quanto mais difícil, melhor a imagem, e mais fácil seria afastar seus clones. Queria a exclusividade do formato quadrado com um flash diretamente acoplado. Tinha crises quando via imagens semelhantes. Diane sofreu com o fim do casamento, em 1969. Havia o conflito das responsabilidades de criar as filhas e o trabalho e, embora sentisse ciúme das relações do ex-marido, colecionava uma série delas. Era comum fotografar sexo grupal, embora ela não o achasse erótico. Dizia que não tinha significado. Também era adepta do sexo casual, tendo uma infinidade de parceiros, até

mesmo desconhecidos, segundo declarações suas e de seus amigos mais chegados.

As idiossincrasias aumentaram, e a preocupação com o destino de sua obra também. A partir da mostra New Documents no MoMA, em 1967, com a curadoria de John Szarkowski a quem estaria muito ligada = OS convites para expor, conceder entrevistas e palestras, aumentaram, assim como os trabalhos. Szarkowski e Marvin Israel, foram os primeiros a reconhecer seu talento. Foi por meio de Israel que Diane Arbus conseguiu produzir vários trabalhos autorais para importantes pubicações, como Esquire e

Harper's Bazaar. Com o sucesso da exposição no MoMA, vieram outras mostras, e finalmente o reconhecimento. Suas imagens, juntamente com as de Winogrand e Friedlander, foram marcos definitivos na fotografia documental. Apesar disso, ela não se livrou da depressão, que a acompanhava desde criança. Deprimida, não lidava bem com a fama. Rejeitava importantes convites de galerias e museus. Seu medo era ficar rotulada como a fotógrafa dos freaks. Era difícil para ela lidar com a incompreensão que suas fotografias causavam e a real dimensão de seu trabalho.

De seu professor Algemon Black, na Fieldston School, uma escola de Nova York, fundamentada na ética cultural, Diane aprendeu que os mitos não são inventados, mas sim inspirados. Também, que eles vêm das mesmas fontes dos sonhos. Um sonho é uma coisa pessoal. O mito é o sonho da sociedade, e se preocupa com os mistérios da vida. Não se

pode interpretar as imagens concretamente.

Contudo, interpretar seus personagens foi o que ela tentou em sua curta existência, deixando um legado extraordinário na história da fotografia, uma ponte entre a antropologia e a arte. Diane foi encontrada em seu banheiro por Marvin Israel, com cortes nos pulsos. Oficialmente, a causa da morte foi envenenamento por barbitúricos.

O livro

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Curiosidade: O printer Neil Selkirk, única pessoa Ei aa CDE ao o E RE io O ra Sl od ET aeee pe tes a esLeco Ramdom House, 2003, U5$100 fwivw.rondomhouse.com)

Uma jovem família do Brooklyn indo a um passeio de domingo, em Nova York, em 1966

RONAN ROS N SIRI A

[actor e CEE A [ope ER se e E Paulo. O universo da Boca do Lixo, com CEER See SE SERES Poco o rogo pe Ed Su o RS erótico de sites de acompanhantes, Flyers E RO [Ss AEE AE] ESET to RE E e TTA E pu ET mulheres; gays e travestis

DOSE ENE TEEN TigES LEDS SEE [O oe li A EA e EE oO ENTE AR pe ER SA TEEPA E [TER [pude peter logs RT TE ERAS Ea AEot gotoo ENTEERTT: [OE to RES la EE] o público GLS, que o procura mais por causa da vaidade , mas faz dinheiro mesmo como técnico em eletrônica; na foto ele posa com Monique, 19. Batista Lima em seu estúdio ao lado da modelo Sabrina, 19; o fotógrafo faz uma média de 50 ensaios por semana, a maioria acompanhados de um pequeno videoclipe, que lhe garantem pelo E RR] ARC LE Er ER TR o [SACO o TO To COR ST oo Tere] uma bisteca maravilhosa e, depois da foto, comi com vontade

Há um grupo especial de fotógrafos que podem ser definidos como o lado B de Bob Wolfenson e J. R. Duran, as grandes marcas dos sofisticados ensaios da Playboy, sempre amparados por equipamentos de primeira linha, assistentes, maquiadores, cabeleireiros, produtores. Sem contar com nem a metade dessa estrutura e desconhecidos fora de seu próprio meio, esses três profissionais em questão também têm como matéria-prima o erotismo, mas não assinam trabalhos com coelhinhas posando em locações paradisíacas, como costumam fazer os colegas famosos. Eles vivem clicando prostitutas, travestis e garotos de programas na Boca do Lixo, a nostálgica zona de prostituição do centro de São Paulo. São personagens tão curiosos quanto os modelos que costumam retratar. Em vez das praias do Taiti e das savanas africanas, os ensaios são ambientados em estúdios improvisados em galpões, motéis ou - boates GLS. O resultado do trabalho nunca é publicado em revistas de grande circulação. Em geral, abastece sites especializados em anúncios de acompanhantes, como o Chantilly, o World Sex,

o Girls Delivery e o Travesti Brasil. A Boca do Lixo, que nos anos 70 e 80 entrou no circuito do cinema com algumas produções da pornochanchada nacional, agora é a fonte dos retratos para as, ou os, acompanhantes do sexo. Não é lá um mundo dos mais glamourosos, mas as pessoas que vivem nele adoram clima de agitação e os personagens do submundo. Gosto da noite e de fotografia, então uno o útil ao agradável. Meu trabalho é uma oportunidade de juntar essas duas vontades , conta Ricardo Campanere de Souza, 36 anos, espécie de fotógrafo oficial de uma série de boates GLS da região. Campanere começou a clicar a vida noturna do centro de São Paulo nos meados dos anos 90 e, há cinco anos, decidiu mudarse para a Boca do Lixo. Vive hoje num apartamento na Rua da Consolação com a Avenida São Luís. A luz negra e as janelas com tampão transformam a sala num estúdio, quando necessário. Já fiz dois vídeos pornôs aqui , conta ele. O fotógrafo também ambienta seus ensaios de nu em motéis. Entre seus clientes mais fiéis

E estão as boates A Lôca, Danger e Planet G, conhecidas notada-

mente pelo público GLS. Campanere fotografa as festas e eventos que ocorrem nesses locais e ganha por volta de R$ 200 por noite de trabalho. Ricardo tem uma especialidade: os travestis. Ele montou uma rede de contatos que inclui mais de 200 bonecas . Eles têm um gesto, um jogo de cintura, uma mexida de ombro muito especial, reconheço de longe a menina e sei que é homem , afirma Campanere. Sua Gisele Búndchen do momento atende pelo nome de Monique. Essa Barbie da Boca do Lixo tem 19 anos, e ganha a vida como cabeleireira e maquiadora em São Roque, município nos arredores de São Paulo. Travesti é um terceiro sexo. O que eles fazem com o corpo é uma engenharia , filosofa o fotógrafo, fascinado pelas formas generosas de Monique.

A zona de trabalho de profissionais como Campanere é frequentada por um público majoritariamente masculino, que inclui estudantes, bandidos, policiais e cineastas, atraídos pelas meninas e pelos meninos prostituídos da noite. A Boca do Lixo funciona como uma Disneylândia erótica, com uma penca de boates com fachadas de néon colorido, cines pornôs, hotéis e albergues de alta rotatividade sempre escuros, abafados e com ventiladores que não vencem o ar carregado de sexo volátil, misturado com cheiro plastificado de camisinha e lubrificante. Formada por um polígono imaginário, a Boca segue dois caminhos distintos: o primeiro desce a Rua Augusta, Rua Nestor Pestana e Avenida Ipiranga, cai na Rua Xavier de Toledo, Avenida São João, seguindo até as ruas Aurora e Vitória, onde ficam muitas putas de rua e as boates lendárias, como o Love Story e a Kilt. A outra rota vai pelas ruas Amaral Gurgel e Rego Freitas, passando pelo Largo do Arouche e chegando à Praça da República, onde se concentram nas vias públicas muitos gays e travestis, alguns que lembram o lendário ex-boxeador brasileiro Maguila. Lá também estão a Associação dos Gays, Lésbicas, Bissexuais e Transgêneros e casas noturnas, como a Planet G e Nostro Mundo.

O estúdio do fotógrafo Batista Lima fica praticamente no coração da Boca do Lixo mais exatamente no cruzamento entre as ruas General Jardim e Amaral Gurgel um grande galpão com várias salas e paredes beges. Batista mora reli bém e o lugar está sempre cheio de amigos e modelos esperando pelas sessões de fotos, que falam sem se incomodar com o som alto da rádio Alpha FM algumas garotas pedem Ee rcio to eis efe OO NS sobre qual foto devem usar nos cartões de visitas.

Batista começou trabalhando em um laboratório nos PR Teo RO ER DE ER O

ENTRADA DA BOCA A Rua Up ER ac entrada da Disneylândia Co E PESE º002, o Ministério do Aeee E tuição como atividade econômica, classificada de trabalhadores do ERR ER: oo

[o ER SS média, R$ 50 para as garotas, segundo dados [o ER po E

Contos de Bordel, da Carrenho Editorial, sobre a prostituição feminina Efe Rania (RS)

Tem que tomar cuidado com assédio dos VIPs, Viados Impossibilitados de Pagar

na década seguinte e fotografa noite e seus personagens desde 1990, agora no estúdio próprio. Já teve fotos publicadas na extinta semanal Manchete, nos jornais Folha de S.Paulo e O Estado de S.Paulo e na revista G Magazine. Atualmente, trabalha para alguns sites de acompanhantes, como o Chantily.

Suas fotos também aparecem em jornais e informativos de eventos da comunidade gay, como o periódico carioca Grito G. Batista fica orgulhoso por ter conquistado várias vezes uma espécie de Oscar da Boca do Lixo. Ganhei o troféu Charles Chaplin da boate Nostro Mundo, conferido pelos frequentadores ao melhor fotógrafo da noite, por três anos seguidos. Sempre me considerei um paparazzo , afirma, apontando para um pingúim de geladeira sobre um pedestal. Mas tem que tomar cuidado com assédio dos VIPs, Viados Impossibilitados de Pagar , alerta Batista.

De uns tempos para cá, a demanda pelas fotos eróticas na Boca do Lixo caiu bastante. Muitas garotas de programa e bonecas se mudaram para a Europa, onde as condições de vida são bem melhores, e alguns fotógrafos acreditam que passou o tempo da euforia de ter uma foto publicada em um site ou revista. E os profissionais da imagem acabaram sendo afetados diretamente por essa nova onda raros são os que sobrevivem apenas desse trabalho. O fotógrafo Ênio Tosta Marques, 34 anos, por exemplo, paga as contas com o salário de diretor financeiro da metalúrgica da família. Mas se realiza mesmo clicando modelos nus num estúdio da Rua Augusta. No começo do ano o local estava alagado por causa das chuvas e, provisoriamente, alone los lhava num outro endereço no bairro da Barra Funda. Uma pequena porta e uma escada levavam a um galpão grande, com umas cinco salas, paredes verde-pistache e cheiro de maquiagem no ar. Comecei na brincadeira e fotografo profissionalmente há um ano. Gosto de retratar gente, não importa se é homem, mulher ou travesti , afirma ele, que produz ensaios para alguns sites de acompanhantes sexuais. Para fotografar, às vezes é melhor conversar, deixar a pessoa bem à vontade. Se soltou, aí que vou achando a luz, os objetos, os melhores ângulos , ensina Ênio, que foi modelo por dez anos e chegou a posar nu para uma revista gay masculina. Ao contrário do que seu estilo sedutor sugere, ele jura nunca ter se envolvido com suas clientes. A única vez que eu comi a modelo foi num bar do centro , revela. Fotografei uma bisteca maravilhosa e, depois da foto, comi com vontade.

Quando você trabalha com outra gráfica, o seu anúncio pode ser a vítima. r

Indústria Gráfica

Enquanto rasgava o papel de seda amarelado e seco que envolvia cuidadosamente a edição alemã de seu livro Sertões, Luz e Trevas, pensava nas marcas do tempo e na preservação das coisas. Tratava-se de desvendar uma mulher, uma fotógrafa chamada Maureen. Como sou um péssimo repórter, me é impossível transcrever os fatos objetivamente. A nossa conversa no estúdio, durante a foto para esta coluna, acabou por se diluir na sua obra. O Kodachrome ígneo de urucum na pele dos indígenas deflagrado pela luz oblíqua do Xingu tingiu também a minha retina, desencadeando irremediavelmente o processo da memória. Eu tinha 16 anos de idade quando vi o seu ensaio visceral sobre o sertanejo e a terra em A João Guimarães Rosa na forma de um belíssimo livro. Senti-me traído e elevado, aprendiz e sábio por ter entrevisto a obra e compreendido: aquilo era Fotografia. Manuelzão, personagem ereto e estóico com ares esfíngicos, me assombrou durante 25 anos, até que fiz também o seu retrato. Agora, ele conversava e contava histórias à sombra furtiva dos buritis. Maureen tem razão, o homem civilizado é totalmente incapaz de viver em um mundo onde a passagem do tempo não tem importância. Quando nos distanciamos daquilo que fotografamos, voltamos a enxergar o ponto de partida. O olhar do fotógrafo tende mais para o nebuloso do que para o foco das coisas. Sempre que nos embrenhamos pela selva das imagens, retornamos sem fôlego, a exibir a cabeça degolada do monstro cuja existência ignorávamos. A fogueira, o sangue, o óleo de pequi, a lama e os caranguejos, a luz dura dos casebres nos olhos dos velhos e das crianças. A câmera como estorvo, o cérebro como material sensível. Só baixa a câmera quem fotografou. Só fecha os olhos quem viu.

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