FS Revista Fotosite [n. 13]

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Ay paia MR):

FIM É SÓ O COMEÇO

A ILFORD ESTÁ AQUI PARA PROVAR QUE O FILME NÃO ACABOU. ESTAMOS APENAS COMEÇANDO. OU RECOMEÇANDO.

ENQUANTO PROFISSIONAIS, ENTUSIASTAS E AMADORES PREFERIREM A QUALIDADE, A GRADUAÇÃO DE TONS E O CONTRASTE QUE APENAS O FILME PERMITE, A ILFORD CONTINUARA SENDO A ESCOLHA DOS MELHORES FOTOGRAFOS DO MUNDO.

NÃO LIMITE SUA CRIATIVIDADE ÀS PREVISÕES.

REPRESENTANTE OFICIAL NO BRASIL: MARINHO COMERCIO LTDA. (11) 5052.1206 * INFOGMARINHO.COM.BR REVENDEDORES AUTORIZADOS: CONSIGO (11) 3214.2660 « WWW.CONSIGO.COM.BR CAPOVILLA (11) 3038.0000 e WWW.CAPOVILLA.COM.BR

voa BLACK SNNA NTE ENINA

editorial ilustrado

FS 2 ANOS

Você está desvendando a nova REVISTA FOTOSITE. Ou, pros íntimos, FS. Esta edição de aniversário comemora nossos dois anos de vida impressa, Um novo projeto gráfico, criado pelo diretor de arte Chico Max e sua equipe, deu uma nova forma a uma essência que queremos inalterada, a de abrir espaço para o que nos parece novo. E novo pode ser o fotógrafo ou o seu jeito de entender o mundo. Este último detalhe é o que mais nos interessa. A fotografia que ilustra esta página de editorial, de autoria de Rodrigues Moura, foi feita na favela do Cantagalo, Rio de Janeiro. Moura faz parte da equipe de fotógrafos do Portal Viva Favela [www.vivafavelacom.br] e fez esta imagem em 2001, durante uma pauta sobre o lado bom da parada , como ele mesmo disse. Essa foto leva a gente para O imaginário , completa o autor. Em outras palavras? Fotografia boa, que nos faz sair da realidade, intriga e emociona. De hoje em diante? Uma foto por edição, feita por um autor pouco ou nada conhecido. Na essência é como ter dois anos, época em que tudo que parece novo, interessa!

Pisco DEL GaIso

Laurent Gueneau, e sua série

Questão de Natureza . Veja mais na matéria sobre Arles sereis Na página 08

Bob Wollheim

Marcelo Cândido de Melo Pisco Del Gaiso xpix.com.br

Estúdio Chico Design Chico Max, Cacau Lamounier e Alexandre Roque chicodesign.com.br

Érica Rodrigues ericafotosite.com.br Flávia Lelis flavialelisdfotosite m.br Rei Tuca Borba da, Klaus Mitteldorf, Joaquina, Marcio Scavone, Mauro Pinheiro Júnior, Pedro Karp Vasquez, Ricardo Slim, alem Adriana Bortolotto adriz sixpix.com.br

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Nova Cyber-shot Série T com Super SteadyShot e Alta Sensibilidade: imagens perfeitas mesmo nas condições* mais difíceis.

otógrafos são seguidores angusE sacos de seus instintos, uma legião sempre à procura de novas maneiras de olhar para o mundo, redefini-lo com seus próprios parâmetros e significados. Onde há angústia, há provocação, movimentação, um certo desapego do passado. Esse pressuposto foi construído a partir dos pensamentos de Raymond Depardon, fotógrafo e cineasta francês convidado para ser o curador da 373 edição dos Rencontres d'Arles, um dos mais tradicionais festivais de fotografia do mundo que acontece anualmente na cidade de Arles, no sul da França, de julho a setembro. Segundo ele, a nova geração de fotógrafos vem produzindo sem culpa, caminhando para uma fotografia que vai além da representação do local onde foi tirada e está cada vez mais distante do referencial da fotografia clássica e humanista, que tem Henri Cartier-Bresson como um de seus maiores ícones

Depardon dividiu sua curadoria em três grupos: seus mestres (todos americanos), seus companheiros de carreira e, por último, nomes ligados a questões políticas e da sociedade, em sua maioria franceses. Sob essa tríade, restou a difícil tarefa de garantir pluralidade e coerência a um festival historicamente clássico e de grandes proporções. Esse equilíbrio fora cobrado pelos críticos mais convictos, que apontam o resultado

final deste ano como conservador em comparação ao do ano passado especialmente centrado na fotografia francesa e com um excesso de autores vindos da fotografia documental. Por outro lado, fica fácil perceber que uma curadoria tem seu mix oriundo no passado de seu idealizador. Depardon foi um dos mais relevantes repórteres fotográficos de seu tempo (uma geração depois de Bresson) e é videodocumentarista premiado, uma unanimidade não só na França. Foi criador da agência Gamma em 1966, e consta na lista de fotógrafos célebres da Magnum, duas fortes marcas na história da fotografia documental. Com esse repertório, era de se esperar uma curadoria com claras tendências para a reportagem afinal, a fotografia é autobiográfica. Mais do que garantir a participação de vários integrantes da Magnum, como Josef Koudelka, e exposições de clássicos como Cornell Capa, entre outros, as escolhas do curador reafirmam uma tendência. Ainda que de maneira levemente diluída, ele apresentou novos nomes (exceto para os franceses, que já conheciam a maioria dos fotógrafos locais) e intensificou o espaço para os audiovisuais (leia mais na página 18) atualmente uma constante em todos os festivais e ponto alto nas noites do evento. E, com todo o cuidado, destrancou continua na página 18

Um olhar sobre a 377? edição dos Rencontres d'Arles

por Pisco Del Gaiso, de Arles, França

RENCONTRES D'ARLES 2006 onde | Cidade de Arles, sul da França quando| de 4 de julho a 17 de setembro de 2006 internet | www.rencontres-arles.com

No recente ensaio intitulado Station , Vincent Debanne aplica a mesma fórmula estética para a construção de todas as suas fotomontagens. Em uma estação de metrô, o autor fotografa viajantes, transeuntes, gente comum que busca fixamente informações nos quadros com os horários dos trens. Esses retratos são, então, aplicados sobre cenas de subúrbios franceses. A série de lugares recriados, que o artista chama de o futuro do mundo , traz um misto de prece e revelação, e sugere um iminente desastre Vincent Debanne, da série Station , cortesia da Galerie Hors Sol

Vincent Debanne

OTAN

Uma mudança em um ano, uma grande mudança em três anos e uma imensurável mudança em cinco anos. Esse slogan reflete a excitação do povo chinês com os atuais níveis de crescimento e transformação social por que passa o país. Ansiedade interpretada pelo fotógrafo Wang Qingsong em uma de suas imagens. Competition , título desta obra, discute a intensa competição entre as grandes marcas do Ocidente na disputa pelo novo mercado chinês. Saiba mais sobre o autor no site www.wanggingsong.com Wang Qingsong Competition , 85 x150 cm (2004)

Esta imagem faz parte do trabalho As Is , que em português pode ser traduzido por Como É. Hoje, sete anos depois do início do ensaio, o francês Franck Gérard coleciona centenas de imagens que formam um documento de como a ação do homem impõe mudanças em seu meio ambiente

CRIEyi Dome! Pe a

UMA HOMENAGEM

A QUEM, COMO NÓS,

FOTOGRAFIA

Gilles Leimdorfer migrou do tradicional 35mm para experimentar outros formatos, como a Polaroid sx70, 4x5 e 6x6. Re Tiç apontam há tempos para as margens da Rodovia 7, que liga Paris à Riviera francesa, tema [elites(Re ensaio, intitulado Di E

Depois de fotografar moda por um longo período, o italiano Paolo Ventura que vive e trabalha em Nova York aventura-se por trabalhos mais pessoais para criar o ensaio Cenas de Guerra , que materializa o imaginário do autor diante do sofrimento de seus avós durante a Segunda Guerra. Os personagens são bonecos Paolo Ventura, Dance Hall in Milan , da série Cenas de Guerra

Laurent Gueneau explora a relação entre natureza e cidade, e a presença de uma na fi As imagens pretendem levar o espectador a uma reflexão diante de cenários frios, não naturais, frutos de um vínculo estressante entre o natural e os muros modernos

Laurent Gueneau, Question de nature (2005)

Edicão de 2006 atraíu mais público do que o ano amierior: Inicresse pela fotografia vem crescendo

1) As mãos de uma larva de salamandra ampliadas dezenas de vezes. O ensaio é resultado da evolução tecnológica, que permite novas experiências visuais não acessíveis ao olho humano. Imagens feitas com um scanner microscópico à base de elétrons. Realismo e espanto tridimensionais Claudia Fahrenkemper, da série Metamorphosis , gelatina de prata (2002)

2) Com 26 anos de idade, Marion Poussier é uma fotógrafa de olho em sua sociedade. Documentou o conturbado dia-a-dia de adolescentes nas colônias de férias francesas, ensaio que recebeu menção honrosa no prestigiado prêmio Kodak Critics em 2005

Marion Poussier, untitled

3) Fotógrafa questiona o papel da mídia e o vazio que há por trás dos cenários televisivos. Foi vencedora do prêmio oferecido pela Fundação HSBC para a Fotografia 2006

Marina Gadonneix, untitled

4) O estranho ursinho azul de pelúcia, chamado Zouzou, é elemento que se repete no ensaio que Thierry Rajic desenvolve desde 1999. Um trabalho singular, que permite vários níveis de interpretação de clichês e símbolos eróticos

Thierry Rajic, Zouzou's Eyes (Tattoo Toro)! 2004

Imagem que integra o ensaio vencedor na categoria de melhor reportagem no WorldPressPhoto 2006. O fotógrafo acompanhou a saga de Kingsley, um imigrante camaronês de 22 anos que tentava entrar na Europa de forma ilegal. Olivier Jobard é de uma estirpe de fotógrafos que correm riscos para documentar a sobrevivência humana em seus mais improváveis momentos

À evolucão tecnológica permite novas experiencias visuais

Um dos mais expressivos trabalhos apresentados no festival, o ensaio do premiado fotógrafo sueco Anders Petersen nos relembra que o último bar continua aberto, e quea vida privada de pessoas que não conhecemos pode não ter limites, assim como anoite. Em cópias preto-e-branco saturadas e densas, a mostra traz tensão e intimidade profundas Anders Petersen / Galeria VU Saint-Étienne (2005)

(Página ao lado) Misturando frames de vídeos feitos pela agência Reuters no Iraque com fotografias de sua autoria produzidas em vários lugares de conflito pelo mundo, especialmente Oriente Médio, a fotógrafa recria cenários onde tudo é verdadeiro e falso ao tempo. [o] id fog Re e Re E US)

So PIA ÉS rco

uma janela de onde se pode olhar a fotografia sob várias direções. Ainda que o ritmo forte com que florescem tendências menos formais da arte fotográfica tenha sido minimizado nesta edição, as mostras e, principalmente, os formatos de apresentação foram tão coerentes quanto o caos estético e de suporte que vive a fotografia dos tempos de hoje. Raymond Depardon não está livre desse caos O festival de Arles é muito atual e ao mesmo tempo, dicotômico. Langa autores com igual rapidez com que

os esquece, mas apesar disso reafirma que fotografia é repertório vide a exposição antológica do mestre sul-africano David Goldblatt, uma das mais belas montagens do evento, na igreja Sainte Anne. Da nossa parte, coube aqui uma modesta edição de imagens onde filtro aplicado mediu o nível de frescor estético dos trabalhos, não importando a forma em que foram apresentados. Ainda que reste uma angústia, Arles caminha lentamente para o novo. Mas a velocidade dependerá, sempre, de quem pensou a curadoria. E

NOITE DE FOTOGRAFIA BRASILEIRA EM ARLES

Ruas estreitas e entremeadas, assim é o bairro de La Roquette, na cidade de Arles O local abriu suas igrejas, praças, vielas e monastérios para a segunda edição de A Noite do Ano , evento que faz parte da 37 edição dos Rencontres d'Arles. Treze telas com a produção fotográfica de jorgências e instituições do mundo todo tomaram o bairro noite adentro. Entre elas, a tela de número 5, na pequena rua Baudanoni, trazia pela primeira vez na história do festival, uma produção coletiva ra multimídia. Dez trabalhos foram entados: Folha de S.Paulo, Agência do, Editora Abril, Revista TRIP, Pinaca do Estado de São Paulo, Galeria elho, Cia de Foto, Fotografia Paraense, Fnac Brasil e REVISTA FOTOSIE. A convite da Aliança Francesa de São Paulo, todos os autores brasileiros estavam presentes no evento. Nas outras doze tepalhadas por La Roquette, nomes conhecidos da fotografia mundial - como a agência Magnum, The New Yok Times e World Press, entre outros fizeram da Noido Ano um dos acontecimentos mais inressantes de todo o festival. D ho)

A NOITE DO ANO

Gente chegandoe saindo, trocando de tela, de rua, de esquina. Entre uma projeção e outra, a massa se aglomerava nos poucos bares do bairro, e, na falta de espaço ali, o povo se servia das janelas das casas, onde os moradores mais animados improvisavam caixas de som bombadas no volume. Noite de festa e de fotografia. Gente falando do que viu, do que verá na próxima tela. Uma noite inesquecível, movimentada. O evento A Noite do Ano deve vir para São Paulo nos próximos meses,

EM TEMPO -A realização da Noite do Ano no Brasil, anunciada pelo www.fotosite.com.br para setembro de 2006, foi cancelada. A nova data não foi definida até o fechamento desta edição. Estamos atentos e avisamos você!

o curador convidado para a 37º edição dos Rencontres d'Arles
Raymond Depardon, tido como um antibressoniano , foi

HUNT RN

A Folhapress é a agência de notícias do Grupo Folha. Comercializa fotos, textos, colunas e ilustrações a partir do conteúdo editorial do jornal Folha de S.Paulo. O site contém um Banco de Imagens on-line com um acervo de mais de 250 mil imagens digitalizadas. Fer So ET o <META 422/ ou acesse www.folhapress.com.br

AT Folhapress

A boa imagem da notícia

Walter Mesquita

39 anos, morador de Queimados, na Baixada Fluminense

89, Walter Mesquita nscreveu em seu o curso de

Grupo de fotógrafos profissionais se especializa em criar imagens no coração das favelas

Nando Dias

36 anos, morador da Rocinha, Zona Sul do Rio de Janeiro

Nando deixou o trabalho no comércio quando ganhou sua primeira câmera de presente de um grande amigo, Eduardo Tripa Gutemberg, responsável por apresentá-lo ao fotógrafo André Cypriano, que o levou à escola de fotografia Ateliê da Imagem, na Urca. Integrou a equipe do Viva Favela durante cinco anos e atualmente trabalha como fotógrafo do Jornal do Brasil

Por Flávia Lelis

Ele atuou por muitos anos no campo social, realizando atividades culturais e educacionais para a melhor integração de menores carentes à sociedade. Depois de

passar pelo curso de fotografia do SENAC, Tony encontrou um novo campo de atividade profissional

ão inúmeras as imagens de favelas publicadas pela grande mídia que extraem apenas uma visão estereotipada de violência e pobreza, sem conseguir constituir um novo repertório imagético. Desgastadas por carências estruturais, arquitetônicas e sociais, e por tantos outros predicativos depreciativos, as favelas são agora palco para uma história distinta. Um grupo de cinco fotógrafos profissionais oriundos de comunidades cariocas, capitaneados pelas editoras Sandra Delgado e Kita Pedroza, tomaram para si a responsabilidade de mostrar ao mundo cenas de quem vivencia intimamente esse dia-a-dia.

Deise Lane, da Maré, Nando Dias, da Rocinha, Rodrigues Moura, do Alemão, Tony Barros, da Cidade de Deus, e Walter Mesquita, de Queimados, buscam uma auto-representação de lugares e temas já tão explorados pela grande mídia, de maneira muitas vezes equivocada. Eles atuam como fotojornalistas do Portal Viva Favela [www.vivafavela.com.br]). Segundo a editora Sandra Delgado, o grupo é estimulado a apresentar o ponto de vista de quem sofre com as tragédias, mas sobrevive. O maior desafio está na idéia de mostrar favelas vivas, de forma humana e espontânea, abrindo espaço para abordar problemas, mas sem intensificá-los , explica. Recentemente, a equipe criou o site Foto Favela [www.fotofavela.com.br], uma vitrine para os ensaios

desenvolvidos que, além disso, concentra uma galeria com trabalhos de outros profissionais ou grupos de comunidades de baixa renda. De olho no futuro, uma das metas é transformá-lo também em banco de imagens. Lutamos pela auto-sustentação; já recebemos alguns pedidos de compra de imagens para livros didáticos, usos diversos, mas isso ainda não viabiliza a produção , salienta a editora.

No segundo semestre de 2006, a exposição itinerante Moro na Favela , com o trabalho do grupo, passará pelo Espaço Criança Esperança, em Cantagalo, e por outras escolas de comunidades. Em 2007, o Foto Favela estará presente no FotoRio Encontro Internacional de Fotografia do Rio de Janeiro [www.fotorio.fot.br].

Deise Lane

24 anos, moradora do Complexo da Maré

Ela começou a fotografar incentivada por sua mãe, aos treze anos de idade. Depois iniciou um curso de fotografia e passou a trabalhar para o jornal de bairro O Cidadão, que retrata o cotidiano das comunidades do Complexo da Maré. Hoje, integra a equipe do Viva Favela e cursa Jornalismo na Faculdade Unicarioca, no Rio de Janeiro

Rodrigues Moura

50 anos, morador do Complexo do Alemão

odrigui já ava como fotógrafo de eventos sociais. Começou a fazer suas primeiras coberturas fotojornalísticas quando ingressou no Viva Favela, iniciando.

snapshots

Mercado |. em potencial

Livreiro carioca expõe parte de seu acervo e afirma: Há um mercado de fotografia a ser explorado no Brasil

Por Érica Rodrigues

Imagem de Orlando Azevedo integra a mostra Fotografia Contemporânea Brasileira , em cartaz até 10 de setembro na Caixa Cultural, no Rio Há 12 anos, o carioca Carlos Leal largou a presidência de uma das maiores companhias de navegação das Américas, a Netumar, herdada do pai, para editar livros, seu grande prazer. Assumiu o comando da Francisco Alves, tradicionalíssima editora de publicações de interesse geral, então em estado pré-falimentar, e a reergueu, apostando no filão de livros de arte. Apaixonado por fotografia desde os 15 anos de idade, Leal figura entre os maiores colecionadores do Rio de Janeiro. Embora não tenha uma sistemática de coleção, nos últimos 25 anos constituiu um

grande acervo, que passa de uma centena de peças. Tenho fotos em todos os cantos da minha casa e do meu escritório: na sala, no hall, no banheiro, no corredor , disse o empresário diante de parte de sua coleção, em exposição na galeria da Caixa Cultural, no centro do Rio. O bon vivant, que no passado ficou conhecido pela conquista de beldades internacionais, explicou a relação com suas fotografias: É como casamento. Por algumas me apaixonei perdidamente, por outras nem tanto... Mas elas sempre estiveram presentes na minha vida

O publisher Carlos Leal coleciona fotografias há 25 anos

A maioria das fotos, ele ganhou de amigos fotógrafos. Só algumas foram compradas, entre elas uma pequena ampliação com uma vista da avenida Paulista, de Cristiano Mascaro. Fui o primeiro comprador de uma foto dele, ainda na década de 80", revelou, enquanto caminhava pela galeria contando em voz alta imagem por imagem, até concluir: Destas 54, ganhei 33 .

Leal também já editou vários títulos de fotografia, entre eles Coração do Brasil, de Orlando Azevedo, e O Século XIX na Fotografia Brasileira, de Pedro Corrêa do Lago. Mas como é transitar em três mercados tão restritos no Brasil: arte, fotografia e livros? Essas áreas têm crescido muito, graças às leis de incentivo. Não tenho nenhum dos livros de fotografia que editei para te mostrar. Está tudo esgotado , disseo livreiro. Vendemos nove mil livros do Orlando Azevedo" exemplífica, empolgado. Um livro de arte bem editado, em tiragens pequenas, esgota facilmente , ratificou. Observando o entra-e-sai dos visitantes = que paravam em frente à fotografia documental de Maureen Bissiliat e à fotoarte de Antonio Sagesse, passando pelo fotojornalismo de Evandro Teixeira , Leal, também responsável pela curadoria da mostra, acrescentou que há muito poucas iniciativas comerciais na área da fotografia no Brasil, comparadas ao mercado internacional. Temos excelentes fotógrafos e há muito público. Mas poucos projetos viabilizados. Há um potencial de mercado muito grande. Agora, com essa movimentação em sites, revistas, galerias e até livrarias especializadas, parece que se começa a vislumbrar um horizonte acredita o livreiro e colecionador apaixonado, que nos fins de semana também arrisca seus cliques: Fotografo, há vários anos, a torcida do Botafogo no Maracanã".

Garotas de Ipanema

Trio de profissionais inaugura espaço dedicado à fotografia no Rio

Ipanema foi o cenário escolhido pelas fotógrafas Carolina Dias Leite e Georgianna Basto e pela restauradora Marcia Mello paraa instalação da petite-galerie Tempo, dedicada exclusivamente à fotografia e à videoarte. Nossa idéia é formar um acervo que vai desde imagens do século 19 até a produção atual, com ênfase no contemporâneo , diz Marcia. Inaugurada em maio último com uma mostra do fotógrafo português Fernando Lemos, a galeriajá conta com nomes como Robert Mapplethorpe, Martin Parr, Flor Gardufio e Lucien Clergue. Queremos trazer à tona autores das décadas de 50, 60 e 70 que, apesar de reconhecidos como grandes fotógrafos, por algum motivo não conseguiram colocar sua produção no mercado: As moças também estão prospectando novos talentos. Estamos recebendo fotógrafos de todo o Brasil. Interessados podem agendar uma leitura de portfólio acrescenta Marcia. A próxima exposição vai apresentar os trabalhos dos jovens cariocas Felix Richter, Marcelo Rangel e Otavio Schipper. A empreitada seguinte do trio é buscar parcerias com outros espaços expositivos pelo país, para levar mostras dos autores representados.

EXPOSIÇÃO DE FELIX

RICHTER, MARCELO RANGEL E OTAVIO SCHIPPER

Galeria Tempo

Rua Visconde de Pirajá, 414, sala 305, Ipanema-RJ quando | de 25 de agosto a 31 de outubro de 2006 quanto | entrada franca visitação| de seg. a sex., das 14h às 19h

Atendimento aos sábados com hora marcada informações | (21) 2227-2221 contato galeriatempo.com.br

CINEMA Mauro Pinheiro Júnior comenta Sven Nykvist

Pelo trabalho desenvolvido no aclamado Cinema, Aspirinas e Urubus, Mauro Pinheiro Júnior [www.mauropinheirojr.com.br] ganhou neste ano o prêmio de Melhor Fotografia de Longa-Metragem da ABCine - Associação Brasileira de Cinematografia. A fotografia assumidamente estourada e contrastada do filme mostra a evolução adaptativa de um personagem europeu à luminosidade brasileira e dá a dimensão do homem em meio à natureza hostil. Em sua carreira, Mauro coleciona uma série de curtas-metragens premiados, como O Velho, o Mar e o Lago e Transubstancial. Ele escolheu a fotografia de Persona, do mestre Ingmar Bergman, para comentar:

Quando tive os primeiros contatos com os filmes do cineasta sueco Ingmar Bergman, fiquei fascinado com o trabalho de, direção de fotografia de Sven Nykvist. Juntos, eles fizeram 23 longas-metragens, dentre os quais diversas obras-primas, como Noites de Circo e Gritos e Sussurros. Persona, mais um primoroso exemplar, trata do conflito entre duas personagens: Elizabeth, uma atriz que sofre um colapso nervoso enigmático, e Alma, uma jovem e doce enfermeira. À medida que as duas vão se relacionando, suas identidades começam a se confundir. Para viajar pelo universo psicológico que o filme propõe, Nykvist desenvolve uma primorosa fotografia p&b. E, com impressionante domínio sobre todos os elementos da linguagem fotográfica, cria um ambiente propício para a construção da dramaturgia de Bergman. Destaco duas situações em Persona: na sequência em que Elizabeth ouve música na clínica, a luz vai diminuindo de intensidade como a tarde que cai. A personagem fica entregue à solidão e à introspecção. Em outro momento, a dupla realiza a imagem-síntese do filme quando os rostos das duas personagens se fundem, formando uma única face: metade Liv Ullmann, metade Bibi Andersson. Fica aqui uma homenagem ao mestre Sven Nykvist e às grandes parcerias entre cineastas e diretores de fotografia

À partir da esquerda: Marcia Mello, Georgianna Basto e Carolina Dias Leite abriram a galeria Tempo, em Ipanema

Prêmio Mkt Best

O fotógrafo Ricardo Rojas explica, a seguir, o making of da imagem utilizada no anúncio do Mkt Best 2006: A foto deste anúncio foi programada para sofrer muita interferência de sistema. Foram montados seis mock ups (maquetes, veja abaixo) das latas. Três delas literalmente construídas e três » penas amassadas, formando a figura do cavalo. Para cada laa, foram feitos vários cliques em ângulos diferentes (girandose a lata). Usamos, nesse caso, uma fonte de luz lateral próxima ao produto, que estava posicionado sobre uma superfície de vidro, e uma câmera frontal com lente 7Omm. Para otimizar o tempo, fotografei a mesma imagem em RAW e JPEG. Enviei para o diretor de arte as imagens em JPEG para que fosse montado um bromuro, rascunho da imagem (acima). Com a referência das fotos utilizadas, enviei para o retoque, e, com o bromuro pronto, foram marcados os números das fotos e as posições onde cada imagem entraria. Depois disso, colocamos as imagens e fundimos umas nas outras. Logo em seguida entramos com os ajustes de cor, brilho, curvas e hue/saturation (ferramenta do Photoshop que faz alteração de cor). Após os ajustes, foi dado o noise (dispositivo do Photoshop que insere ruído na imagem), e colocada em fundo preparado a versão final da imagem

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Na batida do ganzá

Grupo de jovens fotógrafos pernambucanos documenta a cultura do maracatu em preto-e-branco

Tudo começou num domingo de Carnaval do ano de 1998. Um grupo de amigos fotógrafos encantou-se com as manifestações do maracatu, uma dança secular ligada ao ciclo da cana-de-açúcar, típica do estado de Pernambuco. Ali nasciam os primeiros cliques da turma, que acabaram resultando no coletivo fotográfico Canal 083. Essa união prosperou. Hoje, Beto Figueiroa, 28, Luca Barreto, 30, e Mateus Sá, 3 1, afirmam que o trabalho é resultado de afinidades e intuição. O maracatu é algo muito sério para a população; é como uma religião, um estilo de vida. Tinhamos o mesmo pensamento de aprender juntos essa culturae construir um trabalho coletivo, que se transformasse em um só sintetiza Figueiroa, que atua também como fotojornalista do Jornal do Commercio e ganhou recentemente o Prêmio Caixa de Jornalismo Social. O ensaio sobre o maracatu, que conta com o apoio do Fundo de Cultura do Estado de Pernambuco, exibe a essência da dança, desde os preparativos das festas e o misticismo de seus integrantes até o corte e a queimada da cana. Depois de oito anos de cliques, o trio prepara o livro independente A Cambinda do Cumbe, com lançamento previsto para setembro. [Flávia Lelis]

Vilma Slomp

A paranaense Vilma Slomp é fotógrafa profissional desde 1975. Passou pelo fotojornalismo e pela fotografia publicitária, e desde 1983 dedica-se a trabalhos autorais, caminho que lhe permitiu expor individualmente no Museu de Arte de Brasília, no MAM do Rio de Janeiro, no Centro Cultural Recoleta, em Buenos Aires, no MuBe e no MASP, em São Paulo. Seu ensaio mais recente, Vísceras em ViceVersa , está em cartaz na Pinacoteca do Estado de São Paulo até 1 0 de setembro. OQ livro de fotografias do meu coração é Henri Cartier-Bresson, Photographe, edição da Delpire, de 1979. Sua importância na fotografia mundial é indiscutível, por sua estética e a poética do fotojornalismo impregnado de antropologia. Cada vez que revejo, apreendo mais detalhes e mais admiro a obra de Bresson, sempre com requinte primoroso e de uma delicadeza comovente e aguda. Quando comprei minha primeira Nikormat, em1975, não existiam cursos. Os equipamentos, o laboratório e livros eram quase todos importados; tinha que ser autodidata com muita raça para enfrentar essa profissão, principalmente na época de ditadura e do machismo. E em Curitiba o campo de trabalho era muito restrito. Quando comprei esse livro foi paixão à primeira vista, e as suas referências levo para o túmulo. Depois, em outubro de 1980, conheci Bresson em Paris, convidada pelo generoso Sebastião Salgado para uma exposição do inglês George Rodger na agência Magnum. Foi uma noite inesquecível. Além de Bresson e de sua mulher, a fotógrafa Martine, conheci o próprio Rodger, Koudelka, Álvares Bravo e outros feras. O mito me disse que não fotografava, e sim desenhava. Respondi que ele realmente desenhava com a luz, Somente nos últimos anos saquei que é o que sempre busquei nas minhas imagens, coisas de amor

Sambada no Engenho do Cumbe. As sambadas são encontros que antecedem o Carnaval, iniciados no mês de setembro
ESTANTE

COMO ESCOLHO UM FOTÓGRAFO

Rogério Reis

O carioca Rogério Reis [www.rogerioreis.com.br] é um dos fundadores da Tyba Agência Fotográfica, onde acumula as funções de fotógrafo e editor de projetos especiais. Já passou pelas redações do Jornal do Brasil, O Globo e Veja, e participou da formação da F4, agência de fotógrafos independentes com grande atuação nos anos 80. Aos 52 anos, coleciona no currículo exposições individuais em várias cidades do Brasil e ao redor do mundo; a mais recente, Atitudes Cariocas , está em cartaz até setembro no Tropenmuseum, de Amsterdã. Já recebeu o Prêmio Nacional de Fotografia da Funarte e é autor do livro Na Lona, poético retrato do Carnaval no Rio de Janeiro. Há dois anos, pesquisa novas linguagens para falar de violência urbana a partir de fotografias. A seguir, o editor dá dicas para quem

O que você busca em um portfólio?

Depende a que se destina. De qualquer forma, na leitura de um portfólio, eu sempre quero me surpreender comaidéia e o trabalho apresentados. Enfim, conhecer a pessoa nas suas por tencialidades criativas e técnicas, e entender o discurso dele para podermos dialogar.

Você prefere que tipo de formato de apresentação do trabalho?

A apresentação é parte integrante do trabalho. Portanto, cabe ao fotógrafo definir o formato. Uma vez, a fotógrafa Andrea Hagge apareceu em minha sala carregando, com a ajuda de outra pessoa, um portfólio na forma de grandes pastas que mediam mais de dois metros de comprimento. Afastamos mesas e cadeiras e abrimos o trabalho sobre o chão. Entendi, ali, que aquela atitude era para falar do gigantismo da região amazônica, seu tema atual. Mas a grande parte dos portfólios que recebo hoje na Tyba chegam em CD-ROM.

O que não deve ser colocado em um portfólio?

O excesso, o exagero. O problema éa dificuldade que nós temos para perceber isso. Daía importância de um bom interlocutor durante o processo de desenvolvimento do portfólio. Como os fotógrafos podem entrar em contato com você?

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Série

de auto-retratos que filtram o real e projetam o inverossímil

U m homem dança nu e sozinho na praia, diante da câmera. Durante noites a fio, o fotógrafo Edouard Fraipont desempenha essa espécie de happening: coloca a câmera no tripé, dispara o obturador, e deixa o diafragma aberto por extensos períodos Em frente à máquina, espectadora única, caminha à beira do mar, movimenta-se, às vezes aleatoriamente às vezes ordenadamente, até plasmar no filme um ser não reconhecível, em múltiplas variáveis de si mesmo Na trajetória desse paulistano de 34 anos, não há divisão entre vida e trabalho, entre o fazer fotografia e o sobreviver dela, entre o prazer e a obrigação. Sem dicotomias, num motocontínuo, a fotografia reinventa-se no fotógrafo, que agrega ao caráter performático de sua produção uma extrema expressividade plástica.

As experimentações com o próprio corpo, desdobradas em auto-retratos com emprego de luz artificial, foram iniciadas em meados da década de 1990. Depois de ter permanecido alguns anos fazendo retratos documentais de índios isolados na Bolívia e fotos de paisagens, o fotógrafo começou a questionar a própria natureza da fotografia e seu caráter de prova irrefutável do real . Os primeiros auto-retratos foram executados em ambiente doméstico. Mas, após perder seu apartamento e, consequentemente, seu local de trabalho, por falta de dinheiro, o fotógrafo foi morar em casas de amigos, passando a realizar suas performances nas ruas e, depois, em espaços vazios da galeria Vermelho, que também abrigou o resultado dessas investigações em 2004, na exposição intitulada 1 sua segunda individual Fraipont estudou Cinema na FAAP e frequentou o curso do curador Eduardo Brandão, tendo estreado no circuito expositivo em 1998, com a mostra Edouard Fraipont , na Casa Triângulo. Por sua diferenciada abordagem do corpo e do retrato, seu nome tem marcado presença em curadorias sobre esses temas, como nas coletivas O Corpo na Arte Contemporânea , do Itaú Cultural, em 2005, O Retrato como Imagem do Mundo, do MAM de São Paulo, também em 2005, e Auto-Retrato: Espelho do

Artista , da Galeria de Arte do Sesi de São Paulo, em 2001.

Como observou o jornalista e crítico de fotografia Eder Chiodetto sobre a produção de Fraipont: Os movimentos conceituais do artista apontam as possibilidades de ser um (1), ser outro (-1), ser nulo (0), ser parte ser múltiplo (2) e ser indeterminado (X). A fuga da unicidade, enfim, resulta na restauração de um ser integral, ainda que multifacetado .

O resultado que se exibe ao espectador não tem nenhuma manipulação posterior ao ato do registro. À fotografia de Fraipont filtra o real e projeta o inverossímil; personagem e cenário perdem a conotação original e estabelecem um jogo entre homem e paisagem.

Esta série de auto-retratos, feitos no litoral de Pernambuco e da Bahia, foi ecutada com a bolsa conquistada IG no 46º Salão de Artes Plásticas do MAM-Pernambuco, onde esteve exposta no último mês de julho. E

Sem dicotomias, num moto-contínuo, a fotografia reinventa-se no fotógrafo

Edouard Fraipont prepara agora sua sexta individual, prevista para ser inaugurada no dia 25 de setembro no Centro Cultural Banco do Brasil, em São Paulo. Serão apresentadas mais de cem imagens, em pequenas ampliações de 20x 30 cm e 25x 30 cm, que poderão ser manipuladas e reorganizadas pelo espectador. A instalação, cuja concepção de montagem e seleção de imagens é do próprio autor, ocupará o subsolo do CCBB.

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Marcos Bonisson transforma praia carioca em campo de investigação, realizando imagens performáticas que extrapolam o conteúdo factual captado pela câmera. Em novembro, o artista visual lança livro com parte de seus 30 anos de produção fotográfica por Érica Rodrigues

work in progress

marcos bonisson

Da série
Pedras de Toque , 2002-2004
Saia de Polvos , 2000

O bloco de pedras que avança sobre o mar e os oitocentos metros de areia do Arpoador, no Rio de Janeiro, transformaram-se em um grande ateliê a céu aberto para Marcos Bonisson. Por meio da fotografia, o artista visual realiza, desde 1997, uma espécie de estudo da topologia local. O trabalho se desloca nesse espaço da praia de diferentes maneiras, resultando em diferentes séries, sem, no entanto, encerrar-se em temáticas determinadas. Para Bonisson, temas pressupõem começo, meio e fim, são lineares e decisivos .

Edificadas como work in progress (trabalho em andamento), as séries são processadas de acordo com um tempo interno, inerente ao trabalho, e não cronológico.

Bonisson explora as potencialidades da fotografia para a construção de outras realidades, elaborando discursos que extrapolam o factual captado pela câmera. Corpos, mar, areia, pedras, espumas, poças interagem com elementos inseridos na cena, como linhas, pedaços de bambu, esferas. Suas imagens performáticas ganham outras dimensões e alçam o espectador a di-

ferentes extratos da percepção.

Na série Balada do Corpo Solar (1997 2002), detalhes de movimentos dos banhistas são captados numa experiência lúdica, em que corpos pesados ocupam o mesmo espaço do ar: uma transgressão à lei da gravidade a que, para o autor, só a imagem construída é capaz de dar vazão. Em uma outra sequência, chamada "Estudo para Levitação Virtual , o próprio artista revela e realiza seu desejo íntimo de planar no espaço, colocando-se na cena, levitando sobre as pedras do Arpoador

Da série ZigZag , 2002-2004

Um outro desdobramento desse trabalho é a observação de situações efêmeras, como a série Contornando Poças . O fato de o relevo das pedras represar pequenas quantidades de água da chuva é captado pelo artista, que contorna tais porções de líquido com linha, interferindo sobre a circunstância e perpetuando-a na película

O aspecto da transitoriedade ainda

aparecerá em várias outras séries. Em Bolhando (2002-2004), Bonisson provoca e semeia bolhas que, em frações ínfimas de tempo, se desfazem e refazem, múltiplas ou nulas. Em Pedras de Toque (2002-2004), pequenas pedras portuguesas que se descolam do calçadão são recolhidas e colecionadas pelo artista e posteriormente reordenadas no espaço, formando-se assim composições que

apontam para uma frágil estabilidade e transmitem a sensação de que, a qualquer momento, podem se perder.

Asérie "ZigZag' (2002-2004) compõe-se de instalações ao longo da praia, com seis ou oito pedaços de bambu e segmentos de linha, em que a sinuosidade própria da cidade e a trajetória de vida do artista ' capaz de andar em linha reta' densam-se numa única metáfora

Da série Contornando Poças , 2002-2004

Da série

Esferas Ouriço , 2000-2002

Cara de Pedra , 2004 Ponta seca s/negativo

Embora o espaço não seja o centro do trabalho, a cidade é intrínseca à visualidade proposta por Bonisson. Carioca nato, o que ele pensa mergulhando no Arpoador ou pedalando pelas ruas origina elementos vitais a suas fotografias, vídeos e filmes.

Mais do que a imagem revelada sobre o papel ou projetada sobre a te-

la, o trabalho de Marcos Bonisson estabelece uma dinâmica de interação entre corpo e espaço. O que importa não é o impacto da imagem final, mas o que se sugere como uma poética de processo: a experiência, a vivência, o andamento. O grande desafio é o imaterial.

O artista se dedica agora a um projeto de livro, com recortes de sua pro-

dução de 1976 a 2005. O bloco de trabalho desenvolvido no Arpoador é um extrato da publicação, que deve ser lançada em novembro. Antes disso, a partir de outubro, seu trabalho em vídeo poderá ser conferido na 27º Bienal de São Paulo, onde será apresentado "Héliophonia , projeto experimental sobre o quase-cinema de Hélio Oiticica. =

Sem Título, 1978

DAQUI A POUCO, O LUXO TRANQUEIRA NAS SUAS MÃOS!

5 para conferir outras camadas de significação à fotografia

redemunho
joão castilho

O Castilho foi buscar nos sertões das Minas Gerais e da Bahia as imagens de Redemunho , seu mais recente ensaio, realizado com a Bolsa Pampulha, que recebeu durante a vigência do XVIII Salão de Arte de Belo Horizonte. Redemunho como os sertanejos chamam o redemoinho é o movimento circular causado pelo cruzamento de ventos contrários, e, no imaginário sertanejo, é onde o diabo mora Aproveitando esses causos , narrativas plasmadas na cultura popular em que cada ouvinte vai inserindo novos elementos até a história virar estória,

o fotógrafo concebe seu documentário imaginário: ele utiliza recortes da realidade para oferecer outras camadas de significação, onde a circularidade, os opostos e o fantástico são os principais elementos. Por aqui escuto muito isso, de que o diabo vive dentro do redemunho , diz o jovem fotógrafo, durante temporada no Vale do Jequitinhonha. Trabalho em cima do real, mas eu o modifico, dirijo, monto, me aproprio das cenas e crio outra coisa. À carvoeira está lá, o carvão está lá, mas meu foco não é esse. Hoje acredito muito mais na capacidade de a fotografia e o fotógra-

fo criarem novos mundos , explica Castilho, que transita entre a arte e o jornalismo. Ele atua como freelancer para a Folha de S.Paulo, já expôs no MAM-Bahia, no Palácio das Artes, em Belo Horizonte, e no Centro Cultural Telemar, no Rio de Janeiro, e participou da 5º Bienal Internacional de Fotografia e Artes Visuais de Liege na Bélgica, com o trabalho "Paisagem Submersa , realizado em parceria com Pedro David e Pedro Mota. A seguir, algumas das imagens de Redemunho

ÉRICA RODRIGUES

HISTÓRIA DE UMA FOTO

Cheguei à cidade de Mucugê, na Chapada Diamantina, Bahia, e fiquei impressionado com o cemitério da cidade. Tinha que fazer algo ali. Já era fim de dia e a luz caía rápido. Eu precisava de um corpo em cima daquelas lápides, mas não havia ninguém. Então, apoieia câmera em uma pedra e me pus diante dela. A foto é um auto-retrato, sem ser um auto-retrato

nome idade tempo de carreira formação mestres no som na telona na estante na web temas de interesse equipamento vertentes de atuação

A FICHA COMPLETA

João Castilho [www.redemunho.zip.net]

28 anos

7 anos

Jornalismo na PUC-Minas, com pós-graduação em Artes Plásticas e Contemporaneidade pela Escola Guignard

A nova geração da Magnum, Sally Man, Roger Ballen, Robert Frank TV On The Radio, Otto e Caetano Veloso

Deus e o Diabo na Terra do Sol (Glauber Rocha), Lavoura Arcaica (Luís Fernando Carvalho), Fale com Ela (Pedro Almodóvar)

Um Médico Rural (Franz Kafka), Memórias do Subsolo (Fiódor Dostoiévski), Silent Book (Miguel Rio Branco) e Winterreise (Luc Delahaye)

Diário dos Olhos [www.diariodosolhos.zip.net]

Literatura dos séculos 19 e 20. Músicas do século 21

Uma D200 com lente 20 mm, uma Seagull, que imita uma Rolleiflex, e uma Holga

Artes visuais e jornalismo

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INTROVISÃO

O olhar é o melhor filme que existe

olhar é uma dádiva incomparáO vel... eo poder de imaginaré o supra-sumo!

Introvisão é olhar para dentro de algo, ou melhor, tentar imaginar o que os outros estão vendo Seja como for, esse processo todo de investigação me leva a uma única conclusão: intrometer-se no olhar dos outros é como tentar enxergar a si mesmo.

Uma procura por si mesmo em outros indivíduos!

Essa questão bastante complexa sob o ponto de vista filosófico deu origem a este meu novo trabalho, chamado Introvisão

Nessa procura de quem sou e porque sou, vou descobrindo novas formas de me comunicar com as pessoas..

Através dos óculos amigos, começo a desbravar o olhar do outro sutilmente por detrás das lentes... provoco distorções e miragens... novas formas, novas texturas... novas visões... tudo me fascina

O prisma sempre me encanta seja ele sólido ou líquido... como me

disse certa vez o amigo Rubens Fernandes Junior

O prisma líquido é a superfície da água. Encontro misteriosas distorções quando fico entre a água e o ar como ver o mundo com algum filtro surreal.

O mesmo acontece quando olho o mundo através de uma lente de aumento... vejo novas texturas... novas formas... novos grãos... vou fundo neles..

Quando vejo meu reflexo nos espelhos naturais dos vidros e das superfícies, enxergo uma outra pessoa que não conheço, mas que vou tentar descobrir quem é

Miragens e reflexos, sombras e vultos.. adoro criar formas desconhecidas e me descobrir nelas. Criar imagens é como criar a si mesmo acho que nasci para fazer isso

Mais uma vez tento me libertar dos vícios fotográficos do passa do...pelo menos me arrisco em novos territórios o prazer do desco nhecido é incontrolável

LAUS MITTELDORF K

E Dao

mid nternac aIrê a e www.klausmitteldorf.com.br

1970 HAMBURGO

Klaus estudou Oceanografia durante dois anos (1970-71), E na cidade alemã de Hamburgo.

Ali começaram suas primeiras experiências cotidianas com fotografia, depois que comprou uma câmera Pentax Spotmatic

1975 SURFE - Antes de se tornar conhecido como fotógrafo de moda, Klaus era nome recorrente nas primeiras revistas de surfe do Brasil, como a lendária Brasil Surf. Entre 1975 e 1979, consolidou sua reputação como um dos primeiros fotógrafos paulistas a registrar o esporte. Esta imagem, feita de dentro d'água - ângulo inusitado para a época -, estampou sua primeira capa na revista, edição 6

1984 NORAMI - Klaus passa a dividir com o mundo suas experiências com a cor, traço marcante de seu trabalho até os dias de hoje. Esta imagem, feita em Maceió com a modelo Débora Franco, virou capa do livro Norami - lançado em 1989 e com edição esgotada. Pode ser encontrado pela internet, com preços que variam de 10 a 80 dólares

'S ENTRA NA MODA - Klaus troca a praia do surfe pela praia da moda. Por sua conta e risco, bancava superproduções, à frente da escolha de modelos, roupas, luz e assim por diante. Levava tudo para olitoral e montava cenários que ele mesmo chama de autorais

Algumas imagens de Introvisão , seu mais novo projeto. As fotos irão ilustrar mais um livro e uma exposição na Pinacoteca do Estado de São Paulo, também em 2006. Confira detalhes no www.fotosite.com.br

1998 MAIS PESSOAL - O autor empreende uma viagem estética mais introspectiva e dramática, discute temas profundos, como a sobrevivência, e usa novamente a água como cenário. O resultado dessa fase pode ser visto no livro Último Grito

2001 KATHARSIS

O conceito deste livro começa na virada do século. Momento de tensão, de soltar as últimas emoções, início ou fim. A criança chorando é seu filho Max, com três semanas de vida. Virou capa no grito

coluna

A PRINCESA ISABEL

pedr vasquez

história do Brasil é um somatório de múltiplos engodos e profundas injustiças, combinados num calidoscópio alucinado que, aos poucos, vai sendo desconstruído e reordenado num mosaico lógico e coerente pelos modernos historiadores, libertos da submissão ao poder econômico responsável pela tessitura dessa rede de mentiras. Nesse cenário desolador, não existia ninguém mais incompreendido e injustiçado do que a princesa Isabel. Assim, todos os seus admiradores incondicionais ficaram grandemente satisfeitos com a realização, entre os dias 26 e 28 de julho, do seminário "A Princesa das Camélias pelo Museu Imperial de Petrópolis, em comemoração aos 160 anos da personagem. O evento projetou novas luzes sobre a princesa, colaborando para dissipar a penumbra que envolvia a dama do entardecer , graças à participação de importantes estudiosos, como Eduardo Silva, Robert Daibert Júnior, Mary Del Priore, Maurício Vicente Ferreira Júnior, Bruno Cerqueira e Maria de Fátima Moraes Argon esta última, chefe do Arquivo Histórico do Museu e organizadora do evento

A fotografia teve papel de destaque no seminário, com a comunicação À Princesa Isabel, retratos fotográficos nas Coleções Museu Imperial e Arquivo Grão Pará antecipando o conteúdo do CD-ROM com 250 imagens que será lançado em setembro próximo, obra da incansável Fátima Argon, com quem tíve o prazer de colaborar nessa empreitada. No encerramento, a cargo de Dom Pedro Carlos de Orleans e Bragança bisneto da princesa Isabel e diretor do Arquivo Grão Pará, que gentilmente liberou dezenas de fotografias inéditas para o CD-ROM foi sintetizada toda a emoção que tomou conta da assistência ao contemplar a

fotobiografia da princesa, desde a primeira infância até a velhice. Como al daguerreotipia foi difundida a partir del 1839, sete anos antes de seu nascimento, a princesa Isabel foi a primeira del nossos governantes a ter toda a sua. existência documentada por intermédio da fotografia. Dessa forma foi possível estabelecer, a um só tempo, um memorial visual biográfico e um panorama da evolução da imagem técnica, desde os procedimentos inaugurais até o moderno processo negativo/positivo de prata e gelatina que dominou a fotografia do século 20.

O melhor é que esse é um trabalho ainda em aberto, prenunciador de outros importantes desdobramentos, um dos quais será a unificação de referências a respeito da família imperial brasileira numa base de dados coordenada pelo Museu Imperial. Nesse sentido, vale ressaltar que, apesar de ser uma instituição consagrada ao estudoe à difusão da memória no século 21, o museu se firmou como uma instituição de vanguarda no uso das novas tecnologias, a ponto de ter editado seu primeiro CD-ROM, Pedro 1: Um Brasileiro, em 1998, já seguido por três outros: Diário do Imperador D. Pedro II (1999), Família Imperial Álbum de Retratos (2002), eo presente À Princesa Isabel, Retratos Foto-

ráficos nas Coleções Museu Imperial e ArquiDo Grão Pará. Mas as boas surpresas não param por aí: em breve possivelmente este ano, no mais tardar em 2007 o Museu Imperial inaugurará o Estúdio Imperial, espaço inteiramente dedicado a exposições fotográficas e ao estudo da fotografia. Não faltarão certamente aqueles que atribuirão tal valorização da fotografia aos eflúvios astrais do construtor do belo palacete que hoje abriga o Museu Imperial, Dom Pedro II, ilustre pioneiro e incentivador da fotografia no Brasil. Eles têm razão de pensar assim, mas não toda a razão, pois o fato é que, naquela casa, todos amavam a fotografia, a ponto de a imperatriz Thereza Christina e as princesas Isabel e Leopoldina terem estudado a nova disciplina artística com dois dos maiores mestres oitocentistas, Revert Henrique Klumb e Marc Ferrez, existindo ainda testemunhos escritos de que a princesa Isabel foi uma excelente fotógrafa. Mais um motivo para admirarmos essa mulher admirável sob todos os pontos de vista.

PEDRO KARP VASQUEZ fotóg histor

EI DE CÂMERAS

Ss e, na cobertura da guerra entre Israele o Hezbollah (por tabela, o Líbano), a mídia fosse um exército, a TV seria a Força Aérea, e a fotografia, a Infantaria. Dessa profusão de imagens que invadem nossas telinhas e impressos, um olhar atento pode diferenciar cada tipo de abordagem.

As grandes emissoras trazem ampla cobertura, algumas até com correspondentes no Líbano e em Israel, e utilizam toda sorte de tecnologia da imagem. Mostram cenas de satélites, de aviões e até frames captados das armas à distância, utilizadas pelo exército israelense. Um espetáculo de informação, com acabamento de entretenimento. Os fotógrafos são como aqueles soldados com mochilas nas costas, que avançam metro a metro, um pouco a cada dia. Nessa guerra de imagens, a edição de fotografia está dando um show. Talvez porque os generais das agências sejam homens de foto, o que não acontece na televisão.

As fotos têm exposto um cenário muito mais duro do que se podia imaginar. Os ataques cirúrgicos são balelas. Sobrenomes como Hajji, Asfouri, Behrakis e Nasser, fotógrafos de origem árabe que trabalham para grandes agências como Reuters e AP, conseguem mostrar ao mundo quem são as vítimas dessa guerra com uma dureza impressionante. Só os inocentes estão morrendo.

As características desse conflito parecem não permitir que fotógrafos ocidentais cubram o lado libanês da história, e isso revela uma vantagem: uma cobertura realista, sem armações ou cenas feitas exclusivamente para as câmeras (comuns na ofensiva americana no Iraque). Pelo lado de Israel, as fotos mostram o que é possível. Os fotógrafos, resguardados pelo exército, trabalham com limites, e em cenas cla-

ramente construídas atrás das linhas israelenses. Os repórteres de televisão fazem suas reportagens com tranqjiilidade, e outro dia até o Marcos Losekan, da Globo, nem usava colete à prova de balas. É uma guerra à distância: cenas abertas, uma explosão, a câmera balança e a fumaça ao longe. Claro que algumas cidades israelenses sofrem com os foguetes Katiuchas, lançados pelo Hezbollah, e é inegável o absurdo desses ataques. Mas, analisando-se somente pelas fotos, há apenas um vilão nessa história, Israel. Digo isso não porque o seja de fato mas onde estão as fotos, ou imagens de TV, dos guerrilheiros do Hezbollah? O inimigo oculto não se revela. Nenhum dos lados, mesmo nas redes de TV ocidentais com toda a tecnologia, e nem os "soldados" da Reuters, AP ou AFP (até 1º de agosto, quando fechei esta coluna) tinham conseguido mostrar um guerrilheiro de arma em punho ou lançando um foguete. Outro fator que cria essa sensação é o de que as imagens das vítimas israelenses são menos duras. Em geral, as fotos exibem equipes de resgate, corpos cobertos, ou pessoas já atendidas pelos primeiros socorros. Na verdade, são também vítimas inocentes, apenas mais amparadas. À televisão, à distância, eleva o problema do conflito a esferas maiores, políticas, econômicas e diplomáticas. Um debate importante, sem dúvida, mas um cenário macro. Por sua vez, as capas do Estadão e da Folha de S.Paulo de 1º de agosto, com fotos diferentes de um soldado libanês carregando, aos gritos, o corpo de uma criança de seis ou sete anos, morta, são

um soco no estômago. Não é possível haver ganhos com uma guerra, mas a fotografia tem uma oportunidade nas mãos. Não de construir fotógrafos heróis, quase românticos, mas de demonstrar ao mundo o que se tira dessa história: morte e destruição.

Se Deus (que é o mesmo para os dois lados) não pode conter a fúria dos homens, que proteja e permita a Hajji, Behrakis, Asfouri e Nasser, no Líbano, e a Guttenfelder, Frayer e Witzmann, em Israel só para citar alguns , mostrar ao mundo os horrores da guerra. Quem sabe isso leve às próximas gerações algumas reflexões que permitam a paz.

RICARDO CORRÊA é fot

PARATY EM FOCO é um evento que valoriza a arte fotográfica como meio de comunicação, expressão e registro. O festival acon- ERES tecerá na cidade histórica de Paraty e terá palestras, workshops, exposições, oficinas e leituras de portfólios. EA Os fotógrafos convidados transmitirão ao publico suas experiências e indagações sobre o futuro da fotografia no Brasil e no mundo. o £ =

HARMAN
Prefeitura dePARATY

pe HOJE É DIA Arte DE CINEMA

TES uma relação religiosa com o cinema. Quando li que Scorsese tinha várias tvs em casa passando filmes (na época em VHS) como se fossem quadros em movimento, acho que devo ter sorrido e tido aquela sensação de não estar sozinho em certa loucuras, pelo menos as domésticas. Revi pela enésima vez Asas do Desejo (Der Himmel iiber Berlin, O Céu sobre Berlim , título original), de Wim Wenders, fotografado em preto-e-branco por Henri Alekan (1909-2001) em 1987, dois anos antes da Queda do Muro. Se você não viu, vale a pena ver. Não é das coisas mais fáceis de se encontrar nas locadoras e aqui só existe em VHS. O DVD versão made in USA vale a pena. Legendas em inglês. O roteiro. Damiel, um anjo, interpretado por Bruno Ganz, faz o que os anjos fazem: olham, observam e alentam as pessoas, mas nunca, nunca interferem. Estão em quartos, salas, bibliotecas, acidentes de trânsito, ruas e restaurantes. Os anjos de Wenders têm especial apreço pelo solitário urbano, aquele que não tem a companhia da natureza, do cheiro de mar ou do desenho das montanhas. Damiel não quer ser mais anjo, se cansou de observar e não poder exercer o amor que seu Chefe teria por nós, e, para piorar as coisas, se apaixona por uma trapezista, uma mulher que voa. O que ele faz? Desfaz-se das asas e vira humano, sente fome, frio, o gosto das coisas e deixa de observar os outros para viver o estado de atenção máxima a uma pessoa só, a paixão. E Damiel descobre que a paixão dói. O resto vocês vêem no filme.

Anjo, o voyeur absoluto, a metáfora do fotógrafo? Olhar, observar, ver. Sempre que se observa, interfere-se. Não que fotógrafos sejam anjos, estamos longe disso. O fotógrafo evo-

ca e resume talvez o mais voraz dos pecados, a vaidade, tanto do seu trabalho quanto de quem é fotografado. Não conheço um fotógrafo que não tenha um ego beeeeem grande. Talvez o tempo os faça crer no contrário, seja por sublimação ou por ver a foto errada sempre publicada. Não seria fácil ser anjo hoje. Superpopulação, sofrimento demais, a competição com a televisãoe as igrejas de salvação a dez reais. Assim como os anjos, ser fotógrafo também não está moleza; há fotógrafos demais (pelo menos os que se dizem), e o digital, assim como a salvação, está ao alcance de todos pelos meios eletrônicos, e a concorrência se vende barato. Assim como na fotografia, há muitos experts em anjos, muitos escrevem

livros sobre o assunto, há sites sobre eles, há quem os ame, quem os considere uma farsa e até quem saiba suas biografias de cor. E não esqueçamos que o anjo mais famoso era o mensageiro da luz , ele mesmo, Lúcifer, que caiu por vaidade e castigo dos castigos viu sua luz se tornar sombra. E, na sombra, viu a besteira que fez. Talvez seja uma solução para tanto o que há para se ver hoje: fechar um pouco os olhos. Ver menos para olhar melhor.

ANDRÉ ARRUDAé fotógrafo c: a: www.andrearruda.com

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crônicas fotográficas

por marcio scavone

MAURICIO NAHAS

aurício veio ao meu estudio e levava Era uma vez em Havana , seu ensaio em Cuba, na forma de um elegante catálogo. O grande fotógrafo de publicidade, que, como eu e tantos outros, cultivou a aptidão da fotografia útil, demandava agora a fotografia inútil, bálsamo e espiação de pecados cometidos em nome desta mesma fotografia.

Todo fotógrafo é no fundo um nômade, viaja para caçar imagens. Mas atente, o grande safari fotográfico acontece nas diferentes selvas culturais do mundo. Havana ou Paris, praias ou montanhas, água ou ar, noite ou dia, decisões práticas e necessárias para que o caçador itinerante se ponha a campo.

Nahas, me diz, com a expressão mordaz de quem pergunta e responde ao mesmo tempo, que sua sala no estudio atual é a sala onde, anos atrás, fez o exame psicotécnico para ingressar como fotógrafo na editora Abril. Perfeito.

Pois que, segundo o filosofo, Villen Flusser, amigo de meu pai e que conheci na minha adolescência, os fotografos são pessoas que procuram inserir na imagem informações imprevistas pelo aparelho fotográfico. Portanto, arrojados operadores de máquinas que ensinam a ver. E aí reside o perigo.

Mais do que nunca hoje, quando as imagens se preparam para substituirem textos, digitais, rápidas, ao alcance de todos e que prescindem dos rituais técnicos que remetiam à magia, a iniciação e a experiência, quem sabe o porte da arma não deveria ser verificado e o tal exame psicotécnico implantado. Maurício Nahas, com certeza, seria novamente, bem habilitado.

MAURICIO NAHAS
MARCIO SCAVONE

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