Prefácio Carmen Rial Universidade Federal de Santa Catarina
Não se escreve apenas com palavras. As imagens também podem ser instrumentos poderosos na elaboração de textos antropológicos, com grande capacidade de difusão de ideias. Mas como ensinar a “escrever” textos imagéticos? Esta é a questão central a que responde o livro organizado por Ana Lúcia Camargo Ferraz e João Martinho de Mendonça. Responde por meio de textos de antropólogas1 brasileiras, estrangeiras e de estrangeiros que atuam em instituições brasileiras. Desnecessário dizer que a Associação Brasileira de Antropologia (ABA) teve papel significativo na consolidação dessa importante área que é a Antropologia Visual e tem realizado ações que lhe ajudaram a se consolidar e a se expandir. Por exemplo, a ABA mantém uma rede das mais ativas, reunida no Comitê de Antropologia Visual. Criou o prêmio Pierre Verger, que, em 2014, está na sua 10a edição para filmes e na 7a edição para ensaios fotográficos. E também em 2014 colocou no ar a TV ABA, canal de divulgação na internet da ampla produção de Antropologia Visual, um antigo sonho das “antropólogas visuais”, como são identificadas as que atuam nesse campo. 1 Numa subversão gramatical, uso o feminino como referente universal para homens e mulheres por termos uma maioria de mulheres como autoras no livro, tal como prescrevem as linguistas feministas.
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