Antropologia visual: como transmitir esse conhecimento? Clarice E. Peixoto INARRA-PPCIS Universidade do Estado do Rio de Janeiro, RJ/Brasil
Já se passaram 20 anos desde a primeira aula de antropologia visual na UERJ, em 1994. Professora visitante, recém-chegada da França com doutorado nesse campo, e nenhuma experiência em sala de aula1. Auditório lotado: 65 alunos e grande expectativa! Na bagagem, vários filmes sobre a história do cinema, desde as cronofotografias de Etienne-Jules Marey, Eadweard Muybridge e Felix-Louis Regnault aos filmes dos primeiros cineastas (irmãos Lumière, Georges Méliès, Robert Flaherty, Dziga Vertov, Jean Vigo...). E muitos filmes etnográficos clássicos e contemporâneos (Franz Boas, Marcel Griaule, Jean Rouch, Georges Rouquier, Yolande Zauberman, Dennis O’Rourke, Bob Connoly, Eliane de Latour, entre outros). Aluna de Jean Rouch, seguiria seus preceitos, e o primeiro deles era: “é vendo filmes, muitos filmes, que aprendemos como fazê-los”. Muitas imagens e nenhum texto em português! Convencida de que não poderia transformar esse primeiro curso 1 Fui pesquisadora do IBGE durante 14 anos.
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