O filme é como um livro, uma memória que nunca acaba: entrevista com Divino Tserewahú Fernanda Silva1 PPGCS-Universidade Federal de São Paulo, SP/Brasil
Divino Tserewahú Tsereptse é um cineasta indígena Xavante, residente na aldeia Sangradouro no Mato Grosso. Sua história com as imagens tem início através do projeto Vídeo nas Aldeias (VNA), vinculado até o ano 2000 ao Centro de Trabalho Indigenista (CTI).2 Foi em 1988, através de convite realizado por líderes da aldeia de Sangradouro, por meio de Lucas Ruri‘õ. Eles desejavam que um de seus rituais fosse filmado — o Wai‘á — importante ritual 1
Concluiu sua dissertação de mestrado em fevereiro de 2013 com o título: “O cinema indigenizado de Divino Tserewahú”.
2 O Vídeo nas Aldeias tem início no ano de 1986 como um projeto de comunicação intercultural vinculado ao CTI. A intenção era de estreitar as relações entre índios e não índios para conjuntamente enfrentar os problemas que estavam sendo vivenciados pelos povos indígenas no Brasil. De um projeto de comunicação intercultural ele passa a ensinar as técnicas de realização de filmes. O projeto amadurece e ganha repercussão nacional e internacional e com o passar dos anos se torna uma escola referência na formação de cineastas indígenas.
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