São Paulo por
Gustavo
Illustrado
com
100
Koenigswetld.
estampas,
segundo
os
quadros
originaes
dos
exímios pintores: Pedro Américo (No. 36). W . Reichardt (No. 97). e as photographias originaes de Gaensly & Lindemann (No. 34, 3 5 , 3 7 , 3 9 — 4 1 , 4 4 — 4 6 , 65, 66, 6 8 — 7 0 | Paulo Kowalsky (No. 7 — 1 1 ,
14, 16, 22, 33, 38, 42, 43, 49, 50,
55, 59 — 64, 67, 71, 72, 79—86, 89). Axel Frick (No. 2, 3, 13, 17—19, 25, 73—78, 90—96, 99, 100). Francisco Henszler (No. 1 , 4 — 6 , Oscar Ernheira (No.
21, 23, 2 7 -
15, 51—54, 56—58).
João Pompe (No. 2 6 , 8 7 ,
88).
Carlos Hoenen Successores (No. 4 7 , Alberto Loefgren (No. 2 4 , Paulo Sack (No."
48).
98).
12, 2 o j | # ;
S. PAULO. * 1895.
32).
PREFACIO. Quando recentemente
publicamos em lingua allemã um ligeiro
esboço
sobre o Estado de S. Paulo, foi-nos manifestado por muitos amigos o desejo de que dessemos do mesmo uma edição em portuguez. Accedendo com muito prazer, sentimos ao mesmo tempo não poder, nesta occasião, offerecer uma obra mais completa, como desejavamos.
Para uma obra
nestas condições, á qual nos temos dedicado, se faz mister reunir maior numero de dados por meio de estudos e viagens. E ' um dever agradavel
confessar a nossa gratidão aos amigos que
tão
benevolamente puzeram á nossa disposição o material que interessa aos nossos estudos.
• •
• *"
O eximio pintor W. R e i f c h a r d t cedeu-nos amavelmente copias dos seus excellentes quadros que tratam da vida rústica neste Estado, assim como os distinctos photographos, Snres. G a e n s l y & L i n d e m a n n ,
Paulo Kowalsky,
J o ã o P o m p e , C a r l o s H o e n e n S u c c e s s o r e s , e os illustres amadores, Snres. Axel
Frick,
Francisco
Henszler
(vejam-se as estampas
magnificas re-
presentando os nossos indigenas, cujos originaes foram tirados por este amigo na qualidade de engenheiro da „Commissão do Alto Paraná", sob a direcção do Dr. Olavo Hummel, em 1893), O s c a r E r n h e i m , A l b e r t o L o e f g r e n e P a u l o S a c k nos coadjuvaram, para illustração da obra, com as suas collecções de photographias originaes. A ' fineza do illustre Dr. E u g ê n i o H u s s a c k devemos interessantes notas a respeito da mineralogia de S. Paulo. '
Pedimos venia para aqui patentearmos a todos os nossos collaboradores
e a cada um de per si o nosso mais profundo agradecimento. B e r l i m , Agosto 1895.
Gustavo Koenigswald.
1*
Sao Paulo. D'entre os vinte Estados do Brazil, o de S. Paulo é um dos mais importantes e mais ricos. Tendo
uma superfície de cerca de 300000 kilometros
quadrados, calcula-se a sua população em, mais ou menos, 1 800OOO habitantes. O grande excesso de nascimentos • sobre os obitos, assim como a immigração muito desenvolvida, representam um augmento annual de, pouco mais ou menos, 100000 almas, podendo-se portanto suppôr que dentro de 15 a 20 annos a população tenha duplicado. O Estado de S. Paulo é limitrophé ao nordeste com o do Rio de Janeiro , ao norte com o de Minas Geraes, ao oeste com o de Matto Grosso e ao sul
1.
Salto Grande (Rio Paranapanema).
com o do Paraná, estendendo-se ao sueste o Oceano Atlântico.
O littoral do
Estado é muito irregular, 6 ao longo do mesmo encontram-se muitas ilhas, d'entre as quaes são mais dignas de nota as seguintes: S. S e b a s t i ã o , A m a r o , S. V i c e n t e , ilha d o M a r e ilha d o C a r d o z o .
Sto.
A costa é pouco
áccessivel para navios de maior calado, havendo apenas a mencionar Os portos de U b a t u b a , S. S e b a s t i ã o , S a n t o s , C a n a n é a e I g u a p e . O littoral estreito e baixo é separado, pelas s e r r a s d o M a r ao norte e de P a r a n a p i a c a b a
ao sul, do planalto que forma todo o interior do Estado. :
Destas duas serras, que fazem a vertente das aguas, partem diversas ramificações para o interior.
—
6
—
Numerosos rios cortam o Estado, entre os quaes os mais importantes: Rio Pardo, Tietê e Paranapanema
correm
em direcção de noroeste ao
R i o G r a n d e , convergindo para elles quasi todas as aguas de S. Paulo. Entre os rios,
que regam o littoral,
são notáveis o R i o
Grande
de
Y t a n h a e m e o R i b e i r a de I g u a p e , emquanto que o P a r a h y b a , que nasce na serra da Bocaina, depois de um curso de cerca de 580 km,
entra no Estado
do Rio de Janeiro e, atravessando-o em toda a sua extensão, lança-se no Oceano, pouco abaixo da cidade de Campos.
2.
Cachoeira no Rio Dourado (Lençóes).
Todos estes rios são muito piscosos, sendo os maiores, apezar dos muitos obstáculos íiaturaes, navegados por vapores apropriados, formando desta maneira extensas vias de communicação, abrindo o interior do paiz á civilisação e ao progresso.
(V. Est. 1. 2. 21. ^5. 26. 27. 28.)
Situado sob o. tropico de Capricornio, o Estado de S. Paulo já faz parte da região subtropical, sendo o clima, no planalto, ameno e agradavel, ao passo que no littoral predominam o calor e a humidade. Pelas observações meteorologicas, conscienciosamente feitas pela » C o m m i s são
Geographica
nosso clima
e Geologica«
assemelha-se
muito ao
em S. Paulo, da Europa
está demonstrado meridional,
que o
destruindo - se
assim os preconceitos que, a respeito do mesmo, se tem espalhado geralmente no Estrangeiro. A s observações thermometricas do anno de 1892 apresentam o seguinte resultado:
—
7
—
Extremos Media S. Paulo
(740 m. acima do nivel do mar)
Campinas
(660 m. id.)
17-74° I9>6
Ytú
(570 m. id.) (618 m.
19,57 19,92
Rio Claro
+
id.)-
M a x i m a e M i n i m a absoluta +
+ 0,7'
31,6°
0,2
33,8 32,6 35.1
0.7 1,0
Bragança
(840 m. ü )
19,1
34.5
2,0
Tatuhy
(600 m. id.y
18,4
Santos
I
3 m. id.)
21,9
36,8 38,5
+ 3.o
Centígrados.
1,8
A estação chuvosa coincide com o verão (Novembro-Março), emquanto o inverno é geralmênte secco e de temperatura menos elevada.
Raras vezes ob-
servam-se geadas, e, ainda assim, em poucos lugares. A maior quantidade de agua cahe no districto comprehendido entre a serra e o mar interior.
na própria serra do Mar, diminuindo progressivamente para o
Verificou-se pelo pluviometro que em 1892 a quantidade de agua que
cahiu em S a n t o s
foi de 3766 mm,
A l t o ' da S e r r a
4031 mm, S.
Paulo
1628 mm, C a m p i n a s " 1453 mm, Y t ú T302 mm, P o r t o F e r r e i r a 1054 mm.
Mais da metade do Estado já está entregue á cultura, sendo esta região cortada por uma rêde de vias-ferreas de perto de 3000 kilometros que facilita as communicações com o littoral e com os Estados vizinhos. A florescente navegação fluvial na extensão de cerca de 1000 kilometros alarga muito a região productora, e' o Governo procura por meio de estradas de rodagem entrar em relações mais directas com os Estados longínquos de Matto Grosso e Goyaz.
(V. Est. 23, 74.)
Só o norte e o noroeste do Estado estão ainda povoados por Índios, e são pouco conhecidos. Já ha muito tem-se procurado, mas com poucó successo, fazer estes selvagens accessiveis á civilisação e reunil-os em aldeamentos. sem restricção,
correndo os mattos, sustentando-se
gueírreando-se entre si.
Preferem a liberdade
da caça e da pesca
e
-1-' 8 m Distinguem-se entre elles as tribus dos C o r o a d o s (V. Est. 4, 5, 30) e dos G u a r a n y s . ( V . Est. 6, 31, 32), sendo a dos C h a v a n t e s (V. Estampa 33) pouco nuéierosa. Os C o r o a d o s são de índole muito feroz e cruel; pelo que são igualmente temidos pelas outras tribus e pelos seus vizinhos européos.
Habitam as extensas
mattas de Minas Geraes até Santa Catharina, vivendo em constantes hostilidades. Principalmente õs colonos que fixam domicilio" na sua vizinhança muito têm que sofifrer com as correrias delles.
4.
índios Coroados.
Já mais pacificos são os G u a r a n y s , que foram aldeados, em vários sitios, e se mesclaram com a população branca (Caboclos).
O seu idioma (a chamada
L i n g u a G e r a l ) é fallado desde a Republica Argentina até o norte do Brazil, derivando-se do mesmo muitas denominações de animaes, plantas e outros objectòs," assim como muitos termos geographicos da America do Sul. O Governo faz o possivel para proporcionar aos Índios, que se forem aldeando, as vantagens da civilisação, para tornal-os membros úteis na sociedade. Fundam-se aldeamentos para este fim, guarnecendo os mesmos de forças para protegel-os contra os assaltos dos seus semelhantes. A população européa conquista sempre mais terreno, estabelecendo novas colonias, e lá, onde em tempo não remoto ostentava-se a matta virgem frondosa
índios . Coroados,
6.
índios Guaranys, voltando de uma caçada.
—
10
—
e impenetrável, existem hoje florescentes povoações.
Muitos lugares do interior
duplicaram ou mesmo triplicaram nos últimos tempos. Porém, singularmente assombroso é o progresso da cidade de S. P a u l o , a " c a p i t a l a r t í s t i c a " , como a denominam, com justo orgulho, os Paulistas. Indubitavelmente é hoje a cidade mais bella do Brazil, depois da do Rio de Janeiro.
(V. Est. 34.) Sobre um terreno levemente ondulado está situada a cidade, distando 2 kilometros da margem esquerda do rio Tietê, sem que obstáculos naturaes se opponham ao seu desenvolvimento. Os bairros mais novos, como os C a m p o s
Elyseos,
Santa
C e c i l i a , V i l l a B u a r q u e e outros, patenteam gosto architectonico em
7- L a r g o do Arouche.
seus . bellos e solidos edifícios. (V. Est. 51—64-)' Também demoliram-se, no centro da cidade, grande numero de edifícios antigos, para serem
substituídos
por
con-
strucçSes imponentes, entre as quaes primam alguns, edifícios públicos já acabados, e outros
8.
Campos Elyseos.
Casas particulares.
por acabar. Entre
todos destaca-se
construído de 1885 a 1890. a collina do Ypiranga,
o Monumento
onde a 7 de Setembro
brado da Independencia.
do
Ypiranga
( V . Est.
35),
Fica o edifício a 3 kilometros da cidade, sobre de 1822 D. Pedro I. deu o
Este acontecimento historico de summa importancia
parà o Brazil foi brilhantemente perpetuado pelo eximio pintor brazileiro P e d r o A m é r i c o em um quadro collosal (V. Est. 36) que hoje orna a sala de honra daquelle
monumento.
Em princípios do anno de 1894 transferiu-se para este
— II
—
edifício o M u s e u d o E s t a d o ; " que se originou
das collecções
do
Coronel
J o a q u i m S e r t o r i o , que as encetou em 1877. Na cidade é a E s c o l a N o r m a l (V. Est. 37), sita no Largo da Republica, o
edifício
que
construcção.
mais Este
attrahe a vista
dos
visitantes
pela
elegancia
da
sua
mais outros
bellos
edifícios
foram
construidos
pelo
e
conhecido architecto Dr. R a m o s de A z e v e d o ,
a quem a cidade muito deve
no concernente ao progresso architéctonico. Também a E s c o l a M o d e l o no Largo do Jardim é de muito bella apparencia; dando estes edifícios prova do vivo interesse que tem o Governo em
9.
melhorar
a instrucçãò
Faculdade de Direito.
publica, para cujo desenvolvimento
não
se
poupam
esforços. E s c o l a s p u b l i c a s gratuitas existem em todo o Estado; funccionam na cidade de S. Paulo, além dos muitos estabelecimentos particulares para o ensino superior, o G y m n a s i o , o S e m i n á r i o
E p i s c o p a l (desde 1857) (V. Est. 38),
a E s c o l a P o l y t e c h n i c a e a F a c u l d a d e de D i r e i t o (desde 1831) (V. Est. 9). Pretende-se installar ainda uma E s c o l a de M e d i c i n a . A
instrucçãò
publica tem sido reorganisada inteiramente
desde
1892,
melhorando-se consideravelmente as condições do professorado publico. No
centro
da cidade ergue-se o P a l a c i o
do
G o v e r n o (V. Est. 39),
concluido em 1886, de estylo muito simplès. A o lado do mesmo acha-se a antiga igreja dos Jesuitas, hoje abandonada, sendo a primeira de S. Paulo.
Erigiu-sè no lugar onde em 1554 os jesuitas
12
fundaram a sua primeira colonia entre os Índios Guayanazes, No mesmo sitio foi celebrada,
seus
alliados.
n'uma pequena capella, a primeira missa a 25
de Janeiro do mesmo anno, dia de S. Paulo, dando-se ao lugar o nome de S. P a u l o de P i r a t i n i n g a , em honra do nome daquelle santo. Na vizinhança do Palacio ficam também a T h e s o u r a r i a
(V. Est. 40),
o C o r r e i o e outros edifícios públicos, agrupando-se ao redor delles a cidade velha, que é ao mesmo tempo a parte mais commercial. A s ruas de maior importância são as de 15 de N o v e m b r o (V. Est. ió, 44), r u a D i r e i t a (V. Est. 49), S. B e n t o (V. Est. 46), rua d o G o m m e r c i o e a do R o s á r i o , nas quaes ostentam-se as grandes casas commerciaes assim como
10.
Rua 15 de Novembro.
os imponentes edifícios bancarios.
Quasi todas, as casas antigas destas ruas
tiveram de ceder o seu lugar, durante os últimos annos, a prédios elegantes, em geral de um ou dous andares. Desta parte da cidade ( L a r g o
do
Rosário
e Largo
da
S é ) partem
para todos os lados as numerosas linhas de bondes; e, para que o leitor possa formar uma opinião, sobre o progresso de S. Paulo, basta dizer que a C o m panhia V i à ç ã o Paulista,
á qual pertencem todas as linhas,
1890 1892
.
.
.
.
.
1894
.
.
. . . .
.
conduziu em
2 886609 passageiros. 10887089 17742223
. „
Este enorme augmento no movimento deve-se attribuir também em grande parte ao V i a d u c t o
d o C h á "(V. E s t
11, 68),
municaçSes com diversos bairros da cidade.
que facilita muito
as
com-
—
13
—
A maior parte das ruas é calçada, e o seu asseio achá-se ao cuidado da empreza da «Limpeza Publica«, que remove o lixo todas as noites.
Durante
o dia as ruas principaes são regadas. A h y g i e n e p u b l i c a não descura do que diz respeito á bôa conservação do estado sanitorio, existindo
por toda a cidade redes completas de enca-
namento d'agua potável e de esgotos.
A i l l u m i n a ç ã o p u b l i c a é feita a gaz,
que é geralmente usado também pelos particulares, emquanto que as grandes casas commerciaes illuminam os seus estabelecimentos á luz electrica.
li.
Viaducto do Chá.
O transito nas ruas principaes é bastante grande, notando-se nas bellas noites um movimento extraordinário. Cinco vias-ferreas ligam a cidade á Capital Federal (496 km),. a Santos (o porto de S. Paulo, 79 km) e ao interior do Estado.
Os fios telegraphicos
cruzam o Estado em todas as direcções, servindo á .communicação urbana o telephone. S. Paulo é uma cidade
cosmopolita
no verdadeiro sentido da palavra.
De conformidade com a estatística*) o recenseamento de 30 de Setembro de 1893 mostrou que a cidade tinha então 1307.75 habitantes, dos quaes apenas 59307 eram brazileiros, "sendo todo o resto (71 468) composto de estrangeiros. população . de
côr
figura
com
15 049
almas
(Pretos
Pardos 8639). *) Relatório da Repartição da Estatística e Archivo, 1894.
5920,
Caboclos
A. 490,
—
14
—
A colonia mais numerosa de estrangeiros é a italiana com 44 854 individuos. Tanto na capital como em todo o Estado, representam elles a maioria entre os estrangeiros. Quando a 13 de Maio de 1888 pela » L e i Á u r e a « foram libertados os escravos no Brazil, o seu numero no Estado de S. Paulo elevava-se mais ou menos a 110 000, em sua maior parte empregados na lavoura.
Quebrados os
vinculos da escravidão, preferiu a maioria delles, segundo a sua indole, ganhar a vida nos centros populosos, dedicando-se outros á pequena lavoura. (V. Est. 12.)
12.
Rancho de Negro.
Destituida, deste modo, a lavoura de grande numero de braços, o Governo viu-se obrigado, para auxiliar os lavradores nesta crise bastante melindrosa, a favorecer por todos os meios possíveis a immigração de trabalhadores livres da Europa. os que mais se prestam para este fim, já
pela
affinidade lingüística, já pela semelhança do clima italiano com o nosso,
E
sendo
os italianos
são
elles os que mais facilmente se adaptam á nossa vida. 1 De 1888 a esta parte, tem immigrado mais de 300000 italianos, e de anno em anno vai crescendo está corrente immigratoria. é a elles justamente qüe á lavoura estradas de ferro e grandes trabalhadores italianos.
Sobrios e laboriosos,
deve o seu progresso.
emprezas
são executadas
Qüasi todas
as
com o concurso
dé
— is m Como é natural, o commercio italiano é muito considerável; e acham-se em S. Paulo grandes casas bancarias e commerciaes italianas que entretêm intimas relaçSes com a patria. Tres importantes linhas de vapores rápidos servem á communicaçao animada de S. Paulo com a Italia; e diversos jornaes em lingua italiana, assim como grande numero de sociedades e escolas italianas favorecem a união da colonia. Em geral, os italianos ficam estranhos á politica do paiz, e poucos são os que acceitam a nacionalidade estatística de 1893).
brazileira (apenas 36 por mil, segundo
a
Muitos voltam á sua patria com as economias feitas aqui,
depois de alguns annos de duro trabalho.
13.
(V. Est. 13, 75, 76, 77).
Colonia Italiana (Fazenda Arindiuba).
Os pòrtuguezes, que residem na capital, são em numero de 15 200; seguemse-lhes os hespanhóes com 4800, os allemães com 2400, os francezes com 1100, os austríacos com IOOO, emquanto que os inglezes, belgas,
suecos e outras
nacionalidades são representados por pequeno numero. Devemos mencionar aqui ainda os turcos (syrios) que na sua maioria são Originários de Beirut, e que, tanto homens como mulheres', se occupam quasi que exclusivamente com o commercio ambulante. Posto qué em pequeno numero, são estes mascates encontrados por toda parte. O grande progresso que tem feito S. Paulo é visivel em tudo. que a industria se tem desenvolvido extraordinariamente. p a p e l em C a i e i r a s e no S a l t o de Y t ú ; S. B e r n a r d o ,
P i r a c i c a b a e outras;
Assim é
Existem f a b r i c a s de
fabricas de tecidos em
fabricas de machinas,
S. Paulo,
com grandes
fundiçSes em S. P a u l o e J u n d i a h y ; uma f a b r i c a de p h o s p h o r o s em V i l l a M a r i a n n a (S. Paulo); f a b r i c a s de c h a p é u s e de c a l ç a d o em muitos lugares; as quaeS além de satisfazer ao consumo local, exportam já quantidades consideráveis para os Estados vizinhos.
i6
—
—
A l é m de muitas f a b r i c a s de c e r v e j a de somenos importancia,
pode
S. Paulo ufanar-se de possuir neste genero dous estabelecimentos de primeira ordem, o da » A n t a r c t i c a « e o da » B a v a r i a « , cujas cervejas rivalisam com as melhores da Europa. A arte t y p o g r a p h i c a
e as industrias relacionadas com a mesma, têm;
grandemente progredido em S. Paulo, sendo só a imprensa da capital representada por mais de 30 jornaes, dos quaes 4 italianos, 2 allemães e I hespanhoL »0
Estado
de
S. P a u l o « ,
o
«Correio
Paulistano^,
o
«Diário
Popular<< e a » G e r m a n i a « são os veteranos da imprensa local.
14.
A poli,cia e a f o r ç a
Fonte no Jardim do Palacio.
publica
casas apropriadas (V. Est. 69).
estão reorganisadas e aquarteladas
Por toda a cidade existem postos
em
policiaes
para desta maneira melhor garantirem a ordem e a tranquillidade publicas. Também o c o r p o d o s b o m b e i r o s está reorganisado, o qual, instruído segundo os melhores methodos e munido dos instrumentos mais aperfeiçoados, já tem prestado grandes serviços á população pela presteza e valentia com que tem combatido os diversos incêndios. Em breve vai-se installar em S. Paulo uma alfandega, que trará grandes vantagens para o commercio d'aqui e do interior. O espirito caritativo da população de S. Paulo testemunha-se por muitos institutos de beneficencia, como a S a n t a
Casa de Misericórdia,
a Bene-
-
ficencia
17
—
P o r t u g u e z a (V. Est. 70), a M a t e r n i d a d e , o A s y l o de O r p h ã o s
e Des validos,
e muitos
outros,
quasi todos
sustentados a expensas
de
particulares. Depois da capital é S a n t o s a cidade de maior importancia.
(V. Est. 80,
81, 82, 83). Fundada em 1545 por Braz Cubas na parte noroeste da ilha de S. Vicente, tem Santos actualmente uma população de cerca de 30000 habitantes.
E' o
emporio commercial do prospero Estado de S. Paulo, e toda a sua importação e exportação tem que passar por este porto, que tem communicação
15.
directa
L a r g o da Sé.
com a Europa e com os Estados Unidos da America do Norte, assim como com as Republicas Platinas. Em 1859 foi importada, infelizmente, por navios vindos das índias Occidentaes a febre amarella, que ainda todos os annos victíma tantas vidas neste porto.
E ' de esperar que perderá este character epidemico logo que se con-
cluirem todos os trabalhos de saneamento, para os quaes o Governo abriu um credito illimitado. Santos é ligado á capital por uma estrada de ferro (S. Paulo Railway Comp.), de uma extensão de 79 kilometros, a única, que por emquanto communica o interior com o littoral.
Esta via-ferrea, em vista das dificuldades
topographicas que teve de vencer, é uma das mais arrojadas e bem construídas do Brazil. Das
(V. Est. 72). cidades
do interior é C a m p i n a s
a mais importante,
população de, mais ou menos, 35000 habitantes,
com
uma
E' o centro de uma rica 2
—
—
18
zona cafeeira e , ha uns 15 annos atráz, rivalisava com a capital. magnifiea theatro,
matriz,
Possue uma
que talvez seja a mais bella igreja do Brazil; um bonito
uma elegante «stação da estrada de ferro e- muitos outros edifícios
dignos de nota:
{V. Est. t6, 84, 85, 86.)
Quasi todas as cidades d o interior são
servidas por estradas de ferro;
assim é que estão, situadas na E. F.
C e n t r a l do B r á z i l
das
dos • Campos,
Cruzes,
Jacarehy,
Pindamonhangaba,
S.
José
(273 km):
Caçapava,
G u a r a t i n g u e t á , L o r e n a e Q u e l u z ; na E. F. P a u l i s t a
(788 km): J u n d i a h y (V. Est. 17), C a m p i n a s , L i m e i r a , R i o C l a r o ,
16;
Mogy
Taubaté, Araras,
Estação da Estrada d e Ferro em Campinas.
P i r a s s u n u n g a , D e s c a l v a d o , Sta. C r u z , Sta. R i t a , S. C a r l o s d o P i n h a l , Araraquara,
Jaboticabal,
Brotas,
Dous
Corregps
e Jahú;
na^E.
F.
M o g y a n a (930 km): M o g y - M i r i m , M o g y - G u a s s ú , C a s a B r a n c a , S. S i m ã o , Ribeirão Preto, Batataes, Franca, Amparo, Monte A l e g r ê , Serra Negra, I t a p i r a , E s p i r i t o S a n t o d o P i n h a l , S. J ò s é do R i o P a r d o e M o c ó c a ; na S o r o c a b a n a (442 km): S. R o q u e , S o r o c a b a , Y p a n e m a , B ò t u c a t ú , E. F. S. M a n o e l , T i e t ê , T a t u h y e I t a p e t i n i n g a ; na E. F. Y t u a n a (246 km); Y t ú (V. Est. 89), I n d a y a t u b a , Pedro;
na E.
Capivary,
F. B r a g a n t i n a
I t a t i b e n s e (20 km):
Itatiba,
Piracicaba
(52 km): A t i b a i a
(V. Est.
87,
« Bragança;
88) e
S;
na E. F.
—
19
—
Fóra da rêde da viação ferrea ficam apenas: S. L u i z de P a r a h y t i n g a , S i l v e i r a s , C u n h a , P a r a h y b u n a , N a t i v i d a d e , A r ê a s , S. B e n t o , S. A n t o n i o da C a c h o e i r a , N a z a r e t h , C a c o n d e , C a j u r ú , Parnahyba, Porto Feliz, Avaré,
Rio Bonito, Faxina,
Apiahy
e mais
algumas de pouca importancia, tendo-se já começado a construcção de ferrovias para muitos destes lugares. No
littoral
devemos
ainda
mencionar:
Ubatuba,
Caraguatatuba,
S. S e b a s t i ã o , C o n c e i ç ã o de Y t a n h a e m , I g u a p e e C a n a n é a , servidas, com excepção de Ytanhaem, pela navegação costeira. A riqueza do Estado está na sua lavoura.'
O solo, em geral fertilissimo
e favorecido ainda de um bom clima e de uma abundante irrigação natural, presta-se a muitas e dififerentes culturas.
17.
Cidade de Jundiahy.
O c a f é , tanto pela sua enorme producção como por ser altamente rendoso, é aqui a cultura principal e a fonte'da grande prosperidade do Estado (V. Est. 18, 90, 91, 92, 93, 94, 95). Transplantado em 1762 das índias Occidentaes para o Norte do Brazil (Pará e Maranhão), só Jao principio deste século é que foi introduzido neste Estado.
Foram os muícipios de Ubatuba. Bananal e S. Luiz de Parahytinga
os primeiros, que se dedicaram á sua cultura. Só muito mais tafrde e progressivamente é que o cafeeiro ganhou terreno no interior; e principalmente ao desenvolvimento da rêde de vias ferreas se deve o incremento da cultura do mesmo no Oeste de S. Paulo. A s plantações de café requerem terras muito bôas, as quaes, segundo a sua composição chimica, se dividem em
massapé, salmorão e tqrra ronca. O
plantador pratico reconhece á primeira vista a qualidade do terreno pela sua vegetação; assim, por exemplo, o páo d'alho é characteristico de um solo superior. 2®
— 20
—
A vegetação do terreno destinado para o plantio do café é (roçada) de Julho a Setembro, e logo depois queimada.
derrubada
Estando a roça assim
preparada, começa-se em Outubro e Novembro a plantar o café ou com sementes ou com pequenas mudas, cultivadas em um viveiro para este fim.
O cafeeiro
é plantado em linhas rectas e com espaço de 14 a 16 palmos; e, emquanto a planta se
desenvolve,
feijão e abacaxi.
aproveita-se este espaço
para a plantação
de
milho,
A plantação do café exige muito bom tratamento, e deve
ser capinada diversas vezes, em geral 4 a 5 vezes ao anno. O cafeeiro cresce assaz rapidamente, e já no quarto anno está formado. A s melhores colheitas as dá na edade de 8 a 12 annos; como termo médio calcula-se por 1000 pés 1000 a x500 kilogrammas de semente annualmente; ha, porém, arvores que rendem muito mais e dão até 5 e 10 kilogrammas cada uma.
18.
Cafezal.
O cafeeiro alcança uma edade de 40 annos ou mais, e pela pratica chegou-se á conclusão de que as colheitas são alternadamente bôas e menos bôas, isto é , segue-se sempre ao anno de bôá colheita um anno de repouso, em que a arvore produz muitas vezes apenas a metade do que produziu no anno anterior. Calcula-se que S. Paulo possue mais de 400000000 de cafeeiros, tendo sido a safra de 1894 de cerca de 240000000 kilogrammas de café, ou mais do que a terça parte do producto do mundo inteiro. Com pouco successo tentou-se introduzir o c h á da í n d i a ,
cuja cultura
tem dado tão excellentes resultados na ilha de Ceylão. A s plantações prosperaram muito bem; porém a falta de trabalhadores, que conhecessem esta cultura, fez com que quasi todas se perdessem. O pouco chá, que ainda hoje é cultivado nos municípios da capital, de Ytú e de Capivary, não dá nem para o diminuto consumo de S. Paulo. O chá nacional tem aroma e sabor agradaveis, e é de esperar que com a vinda de colonos chins a sua cultivação se augmente. Onde a terra de menos boa qualidade cultivo do café, este é substituído pela
pouco se presta para o rendoso
c a n n a de assucar.
Principalmente
os pequenos lavradores dedicam-se á sua cultivação de preferencia; porque não exige grande capital nem machinas custosas, sendo em geral a canna vendida directamente aos engenhos centraes (V. Est. 96), que existem em muitos lugares. O assucar e a aguardente produzidas não chegam para o consumo local, sendo grandes quantidades importadas de outros Estados. O algodão,
que antigamente era cultivado de preferencia no littoral,
tomou grande incremento na sua cultivação durante a epocha de 1867 a 18 77 em todo o Estado, quando a guerra civil nos Estados Unidos da America do Norte aniquillou quasi completamente a sua florescente cultura naquelle paiz, e o algodão chegou a ser cotado até 2 $ 000 Rs. por kilogramma.
19.
Plantação de Mandioca.
A baixa, porém, que desde então tem sofifrido o algodão, desalentou os seus cultivadores, e hoje a sua producção é diminuta e está longe de supprir o consumo das fabricas de tecidos locaes. O cultivo do f u m o , que foi introduzido èm S. Paulo em 1775 e descuidado por muito tempo, tende a reviver em alguns municipios, tendo tido a exportação do mesmo um augmento considerável durante os últimos annos, Ha poucos annos,
a viticultura
em S. Paulo e nos Estados vizinhos.
tem tomado grande desenvolvimento
Grandes plantações de vinha existem nos
municipios da capital, S. Roque, Sorocaba, Tietê e outros, sendo as especies norte-americanas
as preferidas e que
melhor resistem
ao nosso clima.
A
fabricação' de vinho nacional já é bastante considerável, e, vendido por preços modicos, tem tido bastante procura. A mandioca, todo o Estado.
que prefere as terras arêentas e seccas, é cultivada em
O uso da farinha, que se extrahe da raiz desta util euphor-
biacea, é generalisado em todo
o Brazil,
e representa
mesmo papel que o trigo na Europa (V. Est. 19).
aqui a mandioca o
22 Ainda que a mandioca seja cultivada em escala bastante larga, os seus productos mal chegam para o consumo do Estado, e a sua exportação é insignificante. O a r r o z , o m i l h o , a f e i j ã o e a b a t a t a i n g l e z a são cultivados também em muitas partes; mas ainda assim se faz mister importar destes artigos grandes quantidades para o consumo local. Para
a cultivação
paizes tropicaes,
da b a n a n a ,
tão justamente estimada em todos os
foram aproveitadas com grande successo as terras baixas e
quentes dos arredores de Santos (V. Est. 98). de uma maneira
muito satisfactoria;
A s plantaçSes têm progredido
e já ha algum tempo que se exportam
milhares de cachos para Buenos Aires e Montevideo, por preços vantajosos. Entre as trinta e tantas especies de bananas as chamadas de S. T h o m é , d a t e r r a , o u r o , p r a t a , m a ç ã e c a b o c l a são as mais apreciadas.
20.' Carro de t>oi.
Devemos mencionar ainda o cultivo dè muitas plantas pomareiras já indígenas
como
jaboticaba,
maracujá,
caju,
cambucá,
saputá,
ingá,
m a n g a b a , u v a l h a , è a r a m b o l a , p i t a n g a , a r a s s á , c a r a g u a t á , g o i a b a etc., já exóticas como l a r a n j a , l i m a , l i m ã o , m a n g a , p e c e g o , m e l ã o ,
melancia,
m a m ã o , m a r m e l l o e outras. A lavoura de c e r e a e s é quasi nulla.
Também a cultura de legumes é
pouco desenvolvida, tornando-se necessário importal-os em grandes quantidades. Os terrenos, que pouco se prestam a uma ou outra das culturas lucrativas, como em geral os campos, são utilizados para a criação de gado; porém, de uma maneira pouco racional. cavallar, 29.
muar e suino,
A
criação principal consiste em gado vaccum,
emquanto
que a de
carneiros é desprezada
(V. Est.
97- 99)Também a criação de aves domesticas,
como gallinhas, patos e outras,
é raras vezes em escala maior; entretanto não se pôde negar que é ella uma fonte de bastante renda, em vista dos altos preços a que attingem os seus productos nos mercados das grandes cidades.
— 23 — Em data recente, e por iniciativa d é alguns criadores, constituiu-se em S. Paulo uma sociedade com o .fim de melhorar as raças de gado e alterar convenientemente o systema rudimentar da industria pastoril. A f a u n a de S. Paulo é rica e interessante em vista de que este Estado forma a região intermediária entre a fauna tropical e a subtropical. animaes são peculiares a este Estado;
21.
Poucos
porém grande numero de espeçies da
Rio de S. Anastacio.
fauna do Brazil meridional tem aqui o seu limite pelo norte,
ao passo que
muitos representantes da fauna amazônica chegam ainda até cá. Ha também alguma differença entre a fauna do littoral e a do planalto, differença determinada pelas condições topographicas e climatologicas.' Os m a m m i f e r o s são representados por cerca de ioo especies, emquanto que Os p a s s a r o s figuram com mais ou menos 650 especies; sendo estas duas ordens as mais bem estudadas. Os
amphibios,
os
reptís,
os
representados; mas pouco conhecidos.
batracios
e
os p e i x e s
são
bem
— 24 — E ' enorme
o
numero
doi
invertebrados;"
principalmente, é a mais numerosa e variada. ainda necessários para o estudo da vida animal,
a
ordem
dos
insectòs,
Muitos annos de trabalho são não só em S. Paulo,
como
em toda a America do Sul. D'entre os animaes indigenas poucos são os domesticados ou aproveitados para a industria; e o numero dos animaes offensivos ao homen é, felizmente, muito limitado. Na capital fundou-se ha pouco um j g C l u b de C a ç a e P e s c a « ,
com o
nobre intuito de evitar a guerra cruel, que caçadores inexperientes e deshumanos fazem a muitos- animaes úteis, como acontece principalmente com os passaros que, a bem dizer, foram exterminados dos jardins da cidade e da sua vizinhança. Trata-se de crear leis que restrmjam muito a caça neste sentido.
22.
Estatua de José Bonifácio.
(^Largo de S. Francisco.)
Assim é, que o urubu, indubitavelmente um dos seres mais úteis com que a creação tem dotado a fauna òrnithologica dos paizes, quentes, não pode ser caçado sob pena de multa e prisão; e em relação aos outros passaros existe uma lei (ao menos para o município da capital) que prohibe a caça dos mesmos durante o tempo da sua procreação, isto é, de 10 de Outubro a 10 de Abril. Além disso, cada caçador é obrigado a pagar um imposto annual de 10 $ ooo Rs. á municipalidade
de S. Paulo,
o que diminue consideravelmente
d'aquelles que muitas vezes não passam
de simples
matadores
de
o
numero passaros
innocentés. E' de esperar que, sendo a lei estrictamente observada, os nossos jardins se povoem outra vez com os pequenos cantores emplumados pará alegria de todos os amigos da natureza. Ainda mais rica do que a fauna é a f l o r a de S. Paulo.
Extensas mattas
virgens se alternam com vastos campos, mostrando em toda parte as formas
— 25 — da mais variada vegetação e encantando a vista tanto pela exhuberancia como pela magnificência de suas côres.
Arvores alterosas, de folhagem frondosa e
impenetrável, entremeiadas de elegantes palmeiras, parece não poderem resistir ao enorme peso dos muitos cipós, dos orchideas e de outras plantas parasiticas, que as cobrem (V; Est. 21, 23, 25, 100). A s mattas são riquíssimas em madeiras da melhor qualidade, taes como: cabreúva,
jacarandá,
23.
cambará,
jatahyj
massaranduba,
peroba,
canella,
cedro,
ipé,
Estrada de Rodagem do Alto Paraná.
sucupira,
angelim
amargoso,
arapoca,
angico,
g u a x a m b ú e muitas outras. Grande numero de plantas são muito procuradas por suas propriedades medicinaes
(carqueja,
salsaparilha,
tamarindo,
japecanga,
jalapa,
c a r o b a , etc.) e outras muitas são applicadas a diversos fins industriaes. A vegetação dos campos é menos rica, e compõe-se em geral de arbustos e grammineas, mimosas.
occultando-se entre estas muitas pequenas plantas de
flores
—
2(5
—
A riqueza mineralogica do Estado de S. Paulo é diminuta relativamente a outras zonas do Brazil. Encontra-se o o u r o em muitos lugares do Estado; porém a sua exploração é pouco lucrativa.
Todas as lavras antigas estão hoje desoccupadas.
Mais conhecida é a tradicional lavra no Jaraguá, proximo á capital, e descoberta no século X V I . Ainda hoje encontram-se os vestígios da antiga mineração, e canaes artificiaes, para o supprimento da agua necessaria nas minas. Além desta outras lavras foram exploradas no valle do Ribeira de Iguape, nos municipios de Amparo,
Cáconde
passado narra que neste ultimo
lugar
e Apiahy.
Unia
chronica
do
século
as damas, por vaidade e por falta de
outras jóias, polvilhavam os seus cabellos com pó de ouro. P r a t a pura não se encontra. " A s
informações
dos
antigos
mineiros a
respeito deste metal provêm de confusões com outros minérios muito parecidos
24.
Antiga Ponte sobre o Rio M o g y - G u a s s ú .
com a prata, como o p y r i t o de f e r r o , o m a r c i a l e o a r s e n o p y r i t o .
No
Sul do Estado, porém, acha-se minério de g a l e n a a r g e n t i f e r a (sulfureto de chumbo) que valia a pena se explorar. Ha poucos annos começou-se a explorar este minério, porém os trabalhos
perto de Yporanga;
foram interrompidos pelo desabamento
não tendo sido reencetados.
de uma
galeria,
Em todo o caso taes jazidas mereciam ser mais
bem estudadas quanto ao seu valor para serem exploradas. O c o b r e é mui pouco conhecido, tendo sido apenas achado occasionalmente na exploração da linha ferrea Sorocabana em pequenas laminas, nas geodas de chalcedonia em rochas eruptivas, que pela decomposição formam a terra roxa. O
ferro
(magnetito( existe çm grande quantidade nas proximidades de
Ypanema, onde o Governo entretem, ha 70 annos, de fundição.
O custeio deste estabelecimento,
ferro nacional não pode
concorrer com
as minas e as officinas
porém,
o importado
feitas ultimamente mostraram que o ferro de Ypanema phatado, e por isso de qualidade inferior.
é tão elevado, que o da Europa. é por
Analyses
demais phos-
27
-
G r é s a s p h a l t i c o s foram encontrados nos terrenos permocarbonicos, perto de Tatuhy e Xarqueado. explorações
pela
Na primeira destas localidades foram feitas diversas
«Companhia
Mineralurgica«
com o fim de
descobrir
fontes de petroleo, porém sem resultado. No valle do Parahyba existem grandes jazidas de s c h i s t o que são exploradas desde 1881 por uma sociedade, para o fabrico de gaz de illuminação
betuminoso,
aproveitando-se o mesmo
na vizinha cidade
de Taubaté,
assim
como pará a extracção de oleos, paraffina e outros productos congeneres. O c a r v ã o de p e d r a , para cuja descoberta
não se pouparam esforços,
não tem sido encontrado em jazidas de importancia.
Existem entretanto vieiros
de pouco valor nos valles dos rios Sorocaba e Tietê, Tratou-se, ha annos de explorar os terrenos carboniferos de Tatuhy, sendo o resultado pouco animador; porque, além de ser de qualidade inferior o carvão achado, as jazidas não excediam de 60 a 70 centímetros de possança. A t u r f a acha-se nas immediações de S. Paulo (Agua Branca e Moóca) e de Taubaté, sendo a sua qualidade de pouco valor. O precioso d i a m a n t e encontra-se no municipio de Franca e no rio Verde, affluente do rio Itararé, emquanto que bellas a m e t h y s t a s , g r a n a d a s , e c h r y s t a e s de r o c h a existem em grande quantidade,
agathas
e em muitos lugares
do Estado, especialmente na região das rochas eruptivas. Lindas variedades de m á r m o r e s se acham perto de S. Roque. Em toda a região dos schistos chrystallinos se encontra a p e d r a c a l c a r e a , sendo notáveis os fornos de Caieiras (V. Est. 79) e Pantojo. Abunda em muitos lugares a a r g i l a
de bôa qualidade para a industria
ceramica (tijolos, telhas, louça ordinaria, etc.). O kaolino,
que serve
para o fabrico de louças finas, foi ultimamente
encontrado nos municípios de Itatiba e de Iguape. E ' fora de duvida, que ainda grandes thesouros estão occultos nas entranhas da terra, e trazel-os á luz ficará a cargo das gerações vindouras.
Cachoeira no Rio Dourado (Lençóes).
Cachoeira de Piracicaba.
— 33 —
27-
Exploração do Rio de St°- Anastacio.
28.
Pesca no Rio
Grande.
— 35 —
29.
30.
Campos.
Cabanas de índios.
— 37 —
31.
32.
índios Guaranys.
Guaranys visitando um Acampamento.
33.
índios Chavantes.
34'
Vista Geral da Capital.
35.
Monumento do Ypiranga.
36.
Proclamação da Independencia do Brazil (7 de Setembro de 1822).
37-
Escola
Normal.
38.
Seminário Episcopal.
3g.
Palacio do Governo.
40.
Thesouraria de Fazenda.
41.
Observatório Astronomico do General Dr. Couto de Magalhães.
42.
43-
Igreja do Carmo.
Igreja dos Protestantes.
44.
R u a 15 de N o v e m b r o .
45-
R u a 25 de M a r ç o .
46.
L a r g o S. B e n t o .
47-
R u a 7 de A b r i l .
48.
Alameda Glette.
49.
50.
Rua Direita.
Rua Conselheiro Nebias.
51.
Palacete de Da. Veridiana Prado.
53.
L a r g o da Republica.
52.
Rua Conselheiro Crispiano.
54.
C a s a s P a r t i c u l a r e s em S. P a u l o .
Rua Florencio d'Abreu.
— 73 —
57-
Campos Elyseos.
58.
Casas
Particulares
em S. Paulo.
Sta. Cecília.
59.
6o.
L a r g o da Republica.
61.
Campos Elyseos.
62.
Campos Elyseos. Casas
Particulares
em
S. Paulo.
Campos Elyseos.
- 77 —
63.
64.
Rua
Rua
da
Estação.
Brigadeiro
Tobias.
65.
Jardim
Publico.
66.
Jardim
Publico.
67.
Avenida
de
Tiradentes.
68.
Viaduoto
do
Chá.
6g.
Quartel
da Luz.
70.
S. Portugueza de Benificencia.
71-
Convento da Luz.
—
7a.
91
—
Viaducto da E . F. Ingleza.
73.
Ponte de Jaguára.
74-
Construcção de um Estrada de Rodagem (S. Bernardo).
75-
Colonia de S. Bernardo.
76.
Colonia „Barão
de Jundiahy".
77»
Festa em uma Colônia.
78.
N e g o c i a n t e s do
Interior.
79-
Os Fornos
de
Caieiras.
8o.
Vista Geral de Santos.
81.
Santos (Porto das
Canôas).
82.
Porto de Santos.
83.
Os Quais de Santo:
84' Campinas.
85.
Campinas.
—
86.
U9
—
Matriz de Campinas.
87.
Piracicaba.
88.
Matriz de Piracicaba.
89.
Matriz de Ytu.
go.
Fazenda de Sete Quedas (Campinas).
gi.
Plantação de Café novo.
92.
Plantação
de Café formado.
93-
Terreiro para seccar o Café.
94-
Terreiro
para seccar o Café.
95.
Lavadouro
de
Café.
96.
Engenho Central de Porto Feliz.
97-
Sitio.
—
g8.
99.
143
Bananal
—
(Cubatão).
Fazenda de Criação (Campos do Jordão).
íoo.
Matta Virgem.
Lista das Estampas.
pag.
1. \ Salto Grande (Rio Paranapanema) .
5
2. Cachoeira no Rio Dourado (Lençóes)
6
3. Ponte da E. F . Mogyana
7
4. índios Coroados
8
ç. índios Coroados
• 1 } • )
6. índios Guaranys, voltando de uma caçada 7. 8.
9
L a r g o do Arouche I _ . > Casas particulares Campos Elyseos )
10
9. Faculdade de Direito
.11
10. Rua 15 de Novembro H.
12
Viaducto do Chá
.13
12. Rancho de Negro
14
13. Colonia Italiana (Fazenda Arindiuba) .
.
14. Fonte Monumental no Jardim do Palacio
15 .
.
15. L a r g o da Sé
•
.
.
.
.
, 16
•
« •
•
, *7
.
18
16. Estação da Estrada de Ferro em Campinas 17.
Cidade de Jundiahy
•
•
•
•
•
•
•
•
18. Cafezal 19. Plantação de Mandioca . 20. Carro de boi
.
.
.
.
.
•
•
l9
.
20
. •
21 •
-
22
21. Rio Sto. Anastacio
23.
22. Estatua de José Bonifácio
24
23. Estrada de Rodagem do A l t o Paraná
25
24. Antiga Ponte sobre o Rio Mogy-Guassú
26
25.
Cachoeira no Rio Dourado (Lençóes)
.
.
.
29
26. Cachoeira de Piracicaba
31
27. Exploração do Rio de Sto. Anastacio
^
28. Pesca no Rio Grande
.
29. Campos 30. Cabanas de índios
.
.
"
.
*
.
.
"
.
'
) " I
35
I
37
|
31. índios Guaranys 32.
Guaranys visitando um Acampamento
• J
33. índios Chavantes
•
•
39
•
43
34. Vista Geral da Capital
41
35. Monumento do Y p i r a n g a 36. Proclamação ,da Independencia do Brazil (7 de Setembro de 1822)
33
.
.
.
.
.
.
.
45
148 pag* 37» Escola Normal
47
38. Seminário Episcopal
49
39. Palacio do Governo
51
40.
Thesouraria de Fazenda
•
41.
Observatório Astronomico do General Dr. Couto de Magalhães
53 55
42. Igreja do Carmo
|
43. Igreja dos Protestantes
)
57
44. Rua 15 de Novembro
59
45. Rua 25 de-Março
61
46. L a r g o S. Bento
03
47. Rua 7 de Abril
65
48. Alameda Glette
67
49. Rua Direita 50. R u a Conselheiro Nebias 51.
I .
69
)
Palacete de Da. Veridiana Prado
^
52. Rua Conselheiro Crispiano
1
53. L a r g o da Republica .
[
54. Rua Florencio d'Abreu
J
55. Campos Elyseos
"j
56. Rua da Aurora
I
57. Campos Elyseos
. |
58. Sta. Cecilia
.
.
71
. J
59. L a r g o da Republica
\
60. Campos Elyseos
.1
61.
id.
(
62.
id.
J
63. Rua da Estação
}
64. Rua Brigadeiro Tobias
)
75
> 77
65. Jardim Publico
79
66.
id.
81
67. Avenida de Tiradentes
83
68. Viaducto do Chá
85
69. Quartel da L u z
87
70. S. Portugueza de Benificencia 71.
.
Convento da .Luz
. I
^
j
72. Viaducto da E . F . Ingleza
91
73. Ponte de Jaguára (E. F . Mogyana)
93
74. Construcçao de uma Estrada de Rodagem (S. Bernardo)
95
75.
97
Colonia de S. Bernardo
76. Colonia »Barão de Jundiahy«
99
77. Festa em uma Colonia
101
78. Negociantes do Interior
103
79. Os Fornos de Caieiras .
105
80. Vista Geral de Santos
107
81.
109
Santos (Porto das Canoas)
82. Porto de Santos
111
83. O s Quais de Santos
113
84. Campinas
115
85.
id.
117
86. Matriz de Campinas
119
87. Piracicaba
121
88. Matriz de Piracicaba 89. Matriz de Y t ú
, 1
. . .
123 125
—
i49
-r pag.
90. Fazenda de Sete Quedas (Campinas) 91. Plantação de Café novo
.
127 .
129
92. Plantação de Café formado
131
93. Terreiro para seccar o Café
133
94.
id.
135
95. Lavádouro de Café 96. Engenho Central de Porto Feliz
137 .
139
97. Sitio
14 1
98. Bananal (Cubatão)
I 14
99. Fazenda de Criação (Campos do Jordão)
)
100. Matta Virgem
'45