A epígrafe soy yo.
Este não é um texto que define ou conclui algo (essas possibilidades ainda existem?), mas movimenta pensamentos em um exercício honesto de labirintite: ginástica, pirueta, desequilíbrio, queda e fraturas expostas. Talvez o ato de sua leitura seja como passar por aquelas escovas rotativas de lava-rápido – escrevê-lo, foi assim. Se você tem tontura ao ler algo que deixa muitos fios soltos que garantam a possibilidade da vida em lacunas, tome um remédio antes – há de ter um, não posso indicar porque não tomo remédios – ou leia sambando bem devagar Porque É Proibido Pisar na Grama – passados alguns anos, tive uma recaída e viciei-me de novo nessa música.
1. O lugar de onde falo, neste texto, é o das artes visuais brasileiras e suas narrativas históricas. Não há no Brasil grandes estudos sobre o que vem acontecendo com o atual boom da publicação. Medir o que fazemos com as réguas padronizadas do norte hegemônico é um exercício de malabarismo colonizado para nos teorizar por um modelo ao qual não nos encaixamos. Seria a clássica tentativa de enfiar uma camiseta com a língua do Mick Jagger em nossas pernas e de nos convencer de que a história “universal”, aquela entre NY e Europa, conta nossa história também. Determina, mas não conta. Nesse sentido, penso o quanto, aqui, Anne Moeglin-Delcroix e Clive Phillpot não significam absolutamente nada. Nem determinam. Rien. Nothing. A não ser como
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