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O ser Humano como história

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Amigos”?

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O ser humano: história em construção

Rita Correia . Aluna do 12ºD

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Apesar da influência mútua e fundamental dos aspetos biológicos e dos aspetos socioculturais, o que nos tornamos, a cada momento, nunca é completamente determinado: nem pelo que somos em termos biológicos, nem pelo que nos rodeia em termos socioculturais. Para que se possa ter em conta a autonomia e a autodeterminação dos seres humanos, tem de se rejeitar a possibilidade de qualquer determinismo radical, seja este biológico ou sociocultural.

A história pessoal

Cada pessoa acumula um conjunto de experiências vividas com os outros: pais, irmãos, amigos, etc. Estas experiências marcam cada um de nós, tornando-nos únicos e distintos de todos os outros. Cada ser humano tem uma história pessoal, uma história de vida que o individualiza. Reconhecemo-nos como humanos, fazemos parte de uma cultura, de uma sociedade e temos uma história de vida que marca a nossa identidade pessoal. O mundo em que cada um se insere não é apenas seu: os seres humanos tornam-se humanos no seio das relações sociais. Em cada momento estamos face ao mundo no qual participamos e onde encontramos formas de conhecer os outros e de nos conhecermos a nós próprios.

Automat, Edward Hopper

A importância dos significados

A nossa identidade é o produto de uma articulação entre fatores internos e externos entre aquilo que nos acontece objetivamente e o significado subjetivo que se atribui a essas experiências. Com este processo de auto organização desenha-se a nossa história pessoal. A história pessoal é uma narrativa organizada pelo individuo e irá desempenhar um papel importante na forma como as experiências futuras serão vividas pelo mesmo. Cada um de nós vive e organiza de um modo singular esses diferentes episódios, em função dos significados que subjetivamente lhes atribui. Este processo leva-nos a caracterizar o mesmo com uma certa autonomia. Nesta auto-organização intervém o passado, o

Leandro Nunes

presente e o futuro. Assim, mais do que uma simples adaptação ao nosso meio natural e social, desempenhamos um papel ativo nesse processo, contribuindo com a nossa ação para modificar o mundo em que vivemos adaptando-os às nossas necessidades. Significa então que a nossa história pessoal tende a invadir o nosso quotidiano e a refletir-se no espaço cultural e físico onde nos movemos. Este processo proporciona-nos um determinado conjunto de experiências que depois de serem vividas subjetivamente passam a fazer parte da nossa história pessoal e que contribuem para a formação da nossa identidade. Em suma, o facto de estarmos inseridos num meio social faz com que este tenha um papel importante na construção psicológica, social e moral do nosso EU. Os seres humanos adaptam-se ao seu ambiente natural e social transformando-o, e vão simultaneamente construir a individualidade numa auto-organização permanente através da qual se inscreve na sua história pessoal a forma como vivenciaram subjetivamente as suas experiências mais marcantes.

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