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Cartas
Francisca Costa . Aluna do 12º E
“o que antes eram cartas hoje são SMS, não têm o mesmo valor ou sentido…“
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Ultimamente tenho estado a pensar em cartas, aquelas cartas escritas à mão, longas, onde os mais puros sentimentos eram expostos, e por vezes um pouco cómicas, e como é triste ninguém mais as escrever. Retrocedo ao passado, onde a tecnologia era praticamente desconhecida, onde as cartas tinham mais sentido, cartas essas cujo tema central era o amor. Eram escritas com prazer e não por obrigação, tornavam o amor mais sentido e vívido, entregavam-se por completo fazendo valer a pena lê-las e guardá-las. O carinho com que eram feitas e mesmo a sua simplicidade e originalidade tornavam-nas especiais, apesar de parecerem tão desesperados para se perderem loucamente no amor, tudo isso as tornava muito mais significativas pondo sempre o amor acima de tudo independentemente das consequências e talvez ‘’só quem nunca amou é ridículo e provavelmente o amor seja a melhor forma de ser ridículo ‘’. Regressando agora ao presente, pergunto-me se ainda haverá alguém que seja tão devoto a este tipo de cartas, e chego à conclusão de que estas se encontram apagadas, o que é triste. Hoje o amor é meramente uma palavra, não necessariamente sentida por todos; o que antes eram cartas hoje são SMS, não têm o mesmo valor ou sentido, essas sim ridicularizam a verdadeira essência do amor e não são tão espontâneas quanto deveriam ser. Provavelmente o dia em que a as cartas ganham temporariamente vida é no conceituado Dia dos Namorados e mesmo essas não significam o mesmo, pois deveriam ser escritas sempre e não só por causa de uma simples ocasião pois o amor não se comemora somente num dia mas todos os 365 dias. O facto de ninguém as escrever não significa que não deveriam ser escritas; o facto de ninguém as ler não significa que não deveriam ser lidas e com isto ir-se-ão tornando numa lenda, a lenda chegará a mito. Com o passar dos anos talvez alguém recorde a lenda e o mito e as procure tornar realidade.