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Biodiversidade no Douro
Sónia Lopes . Professora de Físico-Química
Apesar de se situar no norte do país, a Régua possui um clima mediterrânico por se encontrar encaixada no vale do Douro e protegida dos ventos atlânticos pelo maciço Marão-Alvão. O nosso microclima reflete-se na vegetação. A vegetação de porte arbóreo é sobretudo constituída por sobreiros e azinheiras (conhecidas na região como carrascos), mas também carvalhos e pinheiro bravo sintomas de alguma atlanticidade.
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Sobreiro, Quercus suber
A vegetação arbustiva é composta por zimbro, zêlha, medronheiro ou êrvedo, lentisco, trovisco, jasmineiro e madressilva.
Medronheiro, Arbustus unedo,com mais de um século A cornalheira e o sumagre são arbustos de folha caduca, uma exceção na vegetação mediterrânica. Este último foi de grande importância económica para a região nos séc. XVI e XVII. De porte inferior encontra-se a esteva, estevão, sangalho, rosêlha, bela-luz, espargo bravo, giesta, tojo, urze e rosmaninho.
Rosmaninho, Lavandula pendunculata
Podemos ainda encontrar: • 24 espécies de plantas bravias comestíveis entre elas: acelga brava, agrião, azedas ou vinagreiras, beldroega, chicória-brava ou Almeirão, espargo bravo, fiôlho ou funcho ou as urtigas.
Funcho, fiolho ou erva-doce, Foeninculum vulgar
• 16 espécies de plantas bravias de frutos comestíveis como o abrunheiro-bravo, a aveleira-brava, a cerejeira-brava, a framboeseira, a Groselheira-espim, o marmeleiro bravo, o medronheiro, o mirtilo, o morangueiro-bravo, o sabugueiro ou a silva.
Fruto da cerejeira brava, Prunus avium
• 17 espécies de plantas condimentares: zimbro, tomilhos, rosmaninhos, funcho, Alecrim entre outras.
Alecrim, Rosmarinus officinalis • muitas plantas medicinais como a urtiga ou a erva-de-São-Roberto;
Erva-de-S. Roberto, Genciana robertianum
• Mais de 100 espécies de cogumelos; • 3 endemismos, um deles só existe aqui na Régua, o Falso-trevo-de-quatro-folhas, Marsilia quadrifólia. Nas zonas ribeirinhas predominam os amieiros, salgueiros, freixos, choupos e o tamujo (um salgueiro espinhoso).
Rio Douro na cheia de abril de 2016