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Meu Douro, meu rio

Nesta tarde de fim de Inverno O sol foge-me depressa E aqui estou A tristeza dói-me na alma E procuro a paz E venho a ti Meu Douro Meu rio Minha paz e meu remanso Buscar a tranquilidade nas tuas águas Que correm suavemente Na cantilena imprecisa Do teu marulhar.

Cresce-me a nostalgia Dos meus tempos de menina Quando acordava pela manhã E corria à janela para te ver Calmo Dum azul pintado a forte Reverberando centelhas Que o sol te acendia

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Doía-me Sim, doía-me muito Ver os rabelos Rasgarem sem piedade A serenidade das tuas águas E tu deixavas E agradecias ainda Com a espuma branca da tua paz.

Vinhas não sei de onde Vinhas do lugar donde vinha o sol Depois Depois via-te ir embora Suavemente Tão suavemente que mal dava por isso Mas ias. Eu sei que ias Mas via-te ficar também E ficava contente Porque gostavas de mim Ensinaste-me a sonhar E aprendi a amar-te E a buscar-te para a minha paz. E quando Num assomo de liberdade Galgavas margens Vi-te chegar aos pés da minha casa E não tinha medo Porque vinhas visitar-me. E depois ias, de novo Para o remanso do teu leito Namorando as lindas margens Que encontravas no caminho.

Meu Douro Meu rio Olha-me ainda menina Dá-me a tua paz… Continua a ensinar-me Quero aprender contigo A lição dos teus segredos

Meu Douro Meu rio Mergulho nas tuas águas O meu olhar E o meu coração dolorido E minha alma inquieta Pedem-te por piedade A bênção da tua paz.

Ana Raimundo. Professora de Matemática

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