Coletas de Outono
e outras coletas Ana Laura D Paduani Ana Livia Silveira Ariana com M Luciana Grizotti Mile Hubner Patricia Franca-Huchet
Escola de Belas Artes, 3 andar, Corredor Desenho, Atelie 06 21 de junho a 01 de julho de 2022
Curadoria, montagem e argumento: Ana Laura D Paduani, Ana Livia Silveira, Ariana com M, Luciana Grizotti, Milly Hubner, Patricia Franca-Huchet
Ana Laura D Paduani Luciana Grizotti Ariana com M
Os desenhos do meu trabalho se traduzem na representação dos objetos pelos quais eu mais me interessei durante a nossa coleta. Busquei exprimir cada detalhe que pude observar em suas composições, como uma tentativa de perpetuar um pouco mais a permanência de cada um na natureza e assim celebrar a sua história. Com um pedido silencioso, que essa ultrapasse outonos porvir. Coletando fragmentos de objetos, de fotografias, escritas e outras imagens, passei longos anos imaginando e criando histórias a partir deles nascaminhadas em casa ou na rua, sem privilegiar dentro ou fora. Os vestígios de passado sempre estiveram presentes, tinha a necessidade de tingir histórias e criar imagens com aquilo que me constitui e nos constitui, percorrendo as diferenças. Recentemente redescobri as coletas quando procurava um futuro com frutos maduros, o que poderá nos constituir, através da técnica de colagem de imagens, e junto aos fragmentosencontrados, imaginei a natureza invadindo a vida,trazendo da sua força e dos seus materiais o que podemos chamar de amor. Axé. Como um entrelaçamento cósmico, meus trabalhos caminham por experimentos na pintura, desenho e impressão. Desejo através da prática artística, alcançar o alto conhecimento. Abraçando meus medos e inseguranças, busquei algo fora da área de conforto, com estudos em paisagens, analisando a natureza, me aprofundando no significado muito além da borda, análises de árvores, nuvens, céu, estrelas, luz, terra, davida á nossa volta.
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Patricia Franca-Huchet
O trabalho que mostro são pequenas montagens de palavras e folhas, pétalas e galhos. A fotografia nesse sentido é uma forma de aprofundar o tempo das imagens, que são construídas e logo em seguida, apagadas. São pequenas ficções ´herbarísticas´, voltadas para o desejo de dar a ver não somente uma fotografia, mas uma natureza de narrativa poética.
Mile Hubner
O outono veio com tudo nos convidando a percebê-lo e inspirarmos. A partir desse chamado conectei-me as escutas do olhar sob a natureza elemental junto as habilidades da fotografia, desenho e bordado. As fotografias pertencem a essa busca incessante de sempre ver um pouco mais desse sistema micro que apresenta sistemas maiores, o ato de congelar temporariamente o que nunca está parado é magnífico. O desenho orgânico que estudo tem o objetivo de trazer ao bidimensional, de maneira simples, o que vem do quântico e geométrico. Vejo a possibilidade do bordado através da conexão ancestral próxima e a linearidade ilusória do nosso olhar que enxerga de maneira sagaz, fazendo-o palpável e real pela representatividade mais sútil.
Ana Livia Silveira
Meus trabalhos falam sobre a efemeridade, aquilo que estava e em breve, não mais estará. Fizemos uma coleta de itens de outono,folhas,sementes e itens ali esquecidos.Isso me inspirou a trabalha-los em pinturas e desenhos. Fiz diversas frotagens e experimentos com eles. A frotagem para mim é uma memória de um objeto que esteve ali, esses trabalhos falam sobre a vida e a morte,sobre o vir a ser. Além disso tive contato com as obras de Giuseppe Penonne que me fizeram ver a natureza de outra forma e me impulsionaram a trabalhar com
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A exposição Coleta de outono e Outras Coletas surgiu do desejo de encontrar um temapara um projeto em comum. Enquanto não sabíamos o que iria acontecer, fomospassear no campus e fazer coletas de folhas, sementes, troncos e galhos pequenos —todas as securas do outono. Começamos a sonhar, e a coleta se mostrou sensível, commomentos de mistério e maravilhamento. Começamos a desenhar e fotografar aomesmo tempo que nos conhecíamos. A coleta começou a nos unir, a criar um elo entrenós todas. Surgiram imagens e um contexto bastante feminino e sútil. Olhando ostrabalhos surgindo, eu pensava no grande jardim que habitamos; com o seu tempo, oseu espaço e todas as suas dobras, camadas, volutas, manchas, cores, grãos, cascas eos sonhos da pureza vegetal. Somos tão cosmológicos! O universo está em nós e estamos inteiramente nele. A exposição é o nosso jardim encontrado, ou pelo menos uma parcela das fabulosas delícias que escapam por milagre às desventuras do mundo malformado.
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