Iconologia [s] leituras

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ICONO LOGIA [S] Leituras

Alexandre Sequeira Andréa Lanna Angélica Adverse Bárbara Mol Beatriz Rauscher Brígida Campbell Eduardo de Jesus Fernanda Goulart Gladston Costa Guilherme Massara José Lara Letícia Weiduschadt Leila Danzinger Luiz Cláudio da Costa Marcelo Drummond Marconi Drummond Marília Bergamo Marina Câmara Mário Azevedo Mônica Vaz Natália Rezende Nina Arágon Patricia Azevedo Piti | Maria Angélica Melendi Patricia Franca-Huchet Paula Huven Rodrigo Borges Coelho Stéphane Huchet



ICONO LOGIA [S] Leituras

Coordenação: Patricia Franca-Huchet Stéphane Huchet Beatriz Rauscher

Auditório Álvaro Apocalipse Escola de Belas Artes | UFMG Belo Horizonte 25 a 29 de junho de 2018


Tina Modotti. Woman with red flag, Mexico, 1928.


Auditório Álvaro Apocalipse Escola de Belas Artes | UFMG Belo Horizonte

25 a 29 de junho de 2018

Comitê Científico: Patricia Franca-Huchet Stéphane Huchet Beatriz Rauscher & Grupo de pesquisa BE-IT

Bureau de Estudos sobre a Imagem e o Tempo bureau.estudos.imagem.tempo@gmail.com


Colóquio

Iconologia[s]: Leituras “A Iconologia é um domínio de estudo muito antigo. Ele remonta, pelo menos, até o Renascimento e a Iconologia de Cesare Ripa [1560-1645]. Mais; remonta às mais antigas Imagens de Filostrato de Lenmos e inclui também a gama completa das imagens não artísticas, além, inclusive, das imagens científicas. A Iconologia interroga propriamente a ideia de imagem no discurso filosófico e retraça a circulação das imagens através da literatura, da música e das artes visuais. Isso demonstra as três grandes ordens descritas na Poética de Aristóteles: lexis [expressão], melos [o canto] e opsis [o espetáculo]. Do ponto de vista da Iconologia, a noção de imagem visual não é uma redundância, mas um reconhecimento tácito do fato de que existe igualmente imagens literárias e acústicas. A Iconologia se interessa do mesmo modo pelas figuras e metáforas de linguagem, bem como pelos motivos visuais e gráficos; ela estuda semelhantemente as expressões formais inscritas no tempo auditivo e no espaço escultural; imagens sobre um afresco ou sobre uma tela. Segundo a interpretação clássica formulada por Erwin Panofsky [restrita à imagem visual], a Iconologia inclui o estudo da iconografia — estudo histórico das significações de imagens particulares — e a transpõe para explorar a ontologia das imagens como tais e as condições pelas quais elas adquirem uma importância histórica. Na era pós-panofskiana, a qual chamei de ‘iconologia crítica’, esta disciplina abarcou novas problemáticas: as ‘meta-imagens’: formas de imagens reflexivas e autocríticas; as relações das imagens com a linguagem, fantasias [fantasmas] e memória; o estatuto teológico e político das imagens no âmbito do iconoclasmo e da iconofobia; a interação entre o virtual e o real, entre as imagens fictícias e reais que mostram claramente a distinção, em língua inglesa, entre ‘image’ e ‘picture’.” 1 1 William J. Thomas Mitchell, « Iconologie, culture visuelle et esthétique des médias », Perspective, 3 | 2009, 339-342.


A partir deste enunciado de William J. Thomas Mitchell — considerando que não entraremos no debate sobre a Iconologia panosfikiana X a warburguiana ­­­—, o Colóquio Iconologia[s] Leituras buscará encontrar pistas através dos trabalhos apresentados, já que o BEIT: Bureau de estudos sobre a imagem e o tempo, grupo de pesquisa idealizador do evento, coloca sua ênfase em práticas artísticas cujos propósitos se voltam para o estatuto da imagem com abordagem aberta à história, literatura, psicanálise e à antropologia do visual, assim como à problemática da crítica e da escrita sobre a imagem. Convidamos aqueles que apresentarem os seus trabalhos a refletirem sobre a possibilidade de orientarmos nossas apresentações na direção de uma Iconologia, seja ela mineira, brasileira, latina ou universal.

Palavras-chave: Iconologia Imagem História Práticas Literatura Psicanálise Antropologia do Visual Política Estética Artes Gráficas Escultura Música Impressão Escritos de Artistas Cinema Livro Montagem Filosofia Teoria da Arte Filosofia Transdisciplinaridade Fotografia Pintura Desenho


Programação Dia 25 Segunda-feira Tarde 14:30 Eduardo de Jesus 15:00 Maria Angélica Melendi 15:30 Stéphane Huchet 16:00 Conversa Moderador Eduardo de Jesus

Dia 26 Terça-feira Manhã 09:00 Letícia Weiduschadt 09:30 Mônica Vaz 10:00 Brígida Campbell 10:30 Angélica Adverse 11:00 Conversa Moderador Angélica Adverse

Tarde 14:30 Marina Câmara 15:00 Mário Azevedo 15:30 Andréa Lanna 16:00 Conversa Moderador Mário Azevedo


Dia 27 Quarta-Feira Manhã 09:00 Natália Rezende 09:30 Gladston Costa, José Lara e Nina Aragon: Ar do Tempo 10:00 Fernanda Goulart e Rodrigo Borges Coelho [Grassar] 10:30 Conversa Moderador Rodrigo Borges Coelho

Tarde [não haverá apresentações devido ao jogo do Brasil]

Dia 28 Quinta-Feira Manhã 09:00 Bárbara Mol 09:30 Guilherme Massara 10:00 Marcelo Drummond & Marconni Drummond 10:30 Conversa Moderador Marcelo Drummond


Dia 28 Quinta-feira Tarde 14:30 Paula Huven 15:00 Patricia Azevedo 15:30 Alexandre Sequeira 16:00 Leila Danzinger 16:30 Conversa Patricia Azevedo [moderadora]

Dia 29 Sexta-feira Manhã 09:00 Beatriz Rauscher 09:30 Patricia Franca-Huchet 10:00 Marília Bergamo 10:30 Luiz Cláudio da Costa 11:00 Conversa Beatriz Rauscher [moderadora]


Pavel Banka. I was too shy to speak, 1986.


Resumos das apresentações Alexandre Sequeira

A Constelação de Tião A fala trata de uma proposição de natureza artística que busca reunir e tornar público um acervo de imagens do Morro da Providência/RJ nos anos de 1970 e 1980 que correu o risco de ser descartado no lixo. Três malas e várias sacolas plásticas com uma série de documentos pessoais, negativos, monóculos, e cópias fotográficas produzidas pelo fotógrafo autodidata mineiro Sebastião Pires de Oliveira — o Tião — foram encontradas após sua morte em outubro de 2015 num canto do pequeno quarto onde vivia. O material composto por registros de aniversários, batizados, festas de laje e cenas de carnaval retornam na forma de uma constelação que brilha sobre o morro para, junto com os moradores, servir de ponto de partida para uma tomada de consciência da intensa cena cultural que animava e anima o cotidiano local. A Constelação de Tião se renova a cada nova mirada, evidenciando certo sentido de incompletude da fotografia; o que escapa ao se colocar para além do mero registro. Porém, justo por essa incapacidade de dar conta do momento que em vão tenta capturar, a fotografia, talvez, sugira o sentido mais nobre da memória: o sentido de retomada.

Andréa Lanna

Lugar possível Apresento uma reconstituição em video através de depoimentos de vinte artistas e profissionais das artes plásticas, entre eles uma galerista e críticos de arte, de um período entre os anos de 1985 e 1995, em Belo Horizonte. Sua elaboração envolve forçosamente uma atenção para com as interpretações pessoais e contextos sócios culturais. Com a montagem e edição do documentário percebemos que ocorreu uma atividade de “tradução”; e tradução, como se diz sempre, é traição. Sem dúvida tínhamos um tempo fílmico à respeitar, porém o ponto


era sabermos escolher a quem trair. Quanto a saber se a traição foi eficaz, quem poderá responder serão os espectadores. Neste recorte, entre tantas opções possíveis, um painel foi apresentado, numa dinâmica de afinidades e ausências, em um horizonte de reelaboração constante, para aprendizados e intercâmbios.

Angélica Adverse

Double Bind: Zenon Piéters e o Enigma da Escuta Para pensar a complexa relação que estabelecemos com as imagens, Patricia Franca-Huchet retoma, à maneira de Fernando Pessoa, quatro personalidades fictícias. Partindo da noção de heterônimo apresentada no trabalho Os Quatro Fotógrafos (2009-), examina como se configura a relação entre desejo e imagem. Apresentaremos uma análise sobre o duplo vínculo estabelecido entre a artista e o fotógrafo. Interessa-nos observar como a imagem acústica ocupa uma posição discursiva criando um ambíguo jogo de enunciação. Narrador e narratário inscrevem a arte no movimento transitório da história por meio de uma narração autodiegética. As imagens aparecem, então, como gesto do pensamento crítico do fotógrafo frente à ordem do discurso da tradição pictórica. Zénon Pièters parece reafirmar que a memória é uma força que se manifesta no curso de uma experiência histórica coletiva. Parafraseando Kubilai Kan, o que comanda a narrativa não é a voz, é o ouvido.

Bárbara Mol

Propor uma imagem, instalar um acidente: Shibboleth Partilham-se determinadas observações a partir das imagens de Shibboleth (2007/2008), uma obra de Doris Salcedo, exposta na Galeria da Tate Modern (Londres). Deseja-se, por meio de uma gestão estética de algumas notas teóricas e literárias, abordar a noção de imagem como acidente, como intrusa capaz de dissolver, por vezes, conceitos e categorias artísticas. É devido à força enunciativa dessa obra - perturbação, símbolo, acidente –, bem como pelo seu sedutor silêncio que se escreve e se articula questionamentos para construir, passionalmente, pensamentos, olhares, além de outras imagens sobre a exclusão e ruptura no mundo atual.


Beatriz Rauscher

[Inter-dit]: cruzamento entre palavras e imagens; fotografias e sons; narrativas e silêncios; ditos e não-ditos Tendo em vista a abertura de reflexões sobre o estatuto da imagem a partir do paradigma da(s) Iconologia(s) proposto pelo Colóquio, elegi o trabalho [inter-dit] (que realizei em 2015 em duas versões: uma impressa e a outra em vídeo) tomando por objeto as relações entre fazer, ver e dizer que seu processo encerra. Este trabalho e o discurso estético que ele propicia, estão ancorados na minha interpretação das abordagens de Jacques Rancière no que concerne a sua problematização das conexões entre palavras e imagens. Essa questão faz parte de um corpo de problemas teóricos que encontram reflexo nas questões expressas por William J. Thomas Mitchell sobre as Iconologias do visual, mesmo que - conforme Mitchell ( 2010) – tenham origem em caminhos filosóficos “fortemente divergentes”. A articulação entre o visível e o dizível interessa nessa reflexão na medida em que define um regime imagético específico – conforme Rancière - aquele que a fotografia supõe em sua dupla potência: “a imagem como presença sensível bruta e a imagem como discurso que cifra uma história” (2011).

Brígida Campbell

Biopolítica do sonhar Como a lógica atual da produção do espaço e as estruturas de controle impactam em nossas sensibilidades e subjetividades? Esta pergunta orienta essa apresentação que busca também reivindicar estas estruturas como territórios de invenção e criação, que nos fornece imagens, dados, conteúdos e processos que alimentam o trabalho de arte e podem ser usados como material poético em obras/intervenções, diálogos e esperanças.

Eduardo de Jesus Serão apresentadas algumas questões — ainda em processo — que indagam sobre o modo como as imagens em seus atuais processos de circulação acionam as políticas, as formas de inserção, militância e de reinvenção das alteridades em tempos de guerra midiática e simbólica. Para tanto, será abordado, como ponto de partida, as polêmicas em torno da presença da obra “Open Casket” (2016) da pintora Dana Schulz na Bienal do Whitney (2017).


Fernanda Goulart & Rodrigo Borges Coelho

GRASSAR: registro gráfico de um ateliê sem paredes As proposições do grupo Grassar: ações continuadas em arte se realizam na dinâmica do intercâmbio e são norteadas pela instância experimental da arte, com um exercício que se abre a um vasto campo de percepções. A proposta do grupo se embasa na ideia de um ateliê aberto, em que os liames dos processos criativos se dão a ver na condição de engendramento, de disposição para o vir a ser, para o tornar-se, sem que qualquer outra finalidade seja mais determinante que a própria força dos trabalhos, enquanto insurgência processual. Ao longo dos anos de 2015 e 2017, foram realizados estadias de produção e criação em Belo Horizonte e Tiradentes, um colóquio e três exposições. Expor, para o grupo, é uma forma de evidenciar essas dinâmicas processuais, promover articulações entre as diferentes propostas artísticas, enfrentar os desafios da montagem e da espacialidade, testar ideias que têm sobrevivido ao tempo, configurar o espaço expositivo como uma plataforma que abarque a convivência como potencial criativo. Exposição é exercício, vital para o artista, enfim. Para o Colóquio Iconologia[s]: leituras, apresentaremos o registro gráfico dessas exposições, na forma de um conjunto de publicações digitais, situadas entre o catálogo e o dossiê. Falar das ações e vivências do grupo através dessas imagens será um modo de constatar e refletir sobre como tais experiências podem ganhar nova vida (e realimentar-se) nas imagens.

Gladston Costa, José Lara, Nina Arágon

Ar do Tempo: Imagem e Representação da Crise A exposição Ar do Tempo: Imagem e Representação da Crise esteve em cartaz no MUnA (Museu Universitário de Arte), em Uberlândia, Minas Gerais, de 29 de setembro a 28 de outubro de 2017. Na mostra coletiva, Patricia Franca-Huchet, Nina Aragón, José Lara e Gladston Costa apresentaram trabalhos interligados por uma noção primordial de crise. A pesquisa de cada artista traz um plano distinto de abordagem desse conceito: a psique humana, o contexto político-social, a natureza e a economia, respectivamente. Os resultados das investigações são submetidos a diálogos entre si, trazendo à tona uma diversidade de perspectivas para discussão e reflexão em torno da noção de crise. Apresentamos, assim, o catálogo da exposição para compartilhar o percurso e a experiência, da criação e montagem, das obras e do próprio catálogo.


Guilherme Massara Essa apresentação de trabalho pretende problematizar, a partir de uma perspectiva que assume sua identificação à noção de iconologia crítica, aspectos subjetivos e políticos da narratividade audiovisual de vídeo-clips que protagonizam diferentes versões de uma mesma música. No espaço de interação/integração/ desintegração entre diferentes experiências musicais e diferentes modalidades de agenciamento das imagens que dão corpo a tais experiências, nos interessa interrogar os fundamentos e os efeitos de diferentes narrativas audiovisuais que tomam por base um mesmo texto e partilham das mesmas formas sonoras. Para tanto, as noções psicanalíticas de fantasia e de imaginário, assim como a noção sócio-crítica de performatividade sustentam um exercício que não pretende rastrear o estatuto ôntico dessas experiências, mas de algum modo dissertar acerca de suas éticas.

Letícia Weiduschadt

Rasuras e reconstruções: entre o fazer e o dividir Considerando a profissionalização do artista visual, traçaremos um paralelo entre as primeiras experiências acadêmicas renascentistas com a sistematização metodológica de ensino proposta pela escola Bauhaus para observar como a relação do artista com seu tempo desencadearam em reivindicações e em mudanças da sua função social. A partir da reflexão sobre obras e textos observaremos como a tradição estabelece relações com o tempo e com a construção de saberes que reverberam em permanências e reminiscências.

Leila Danzinger

Imagens-em-desastre [notas sobre a série Mediterrâneo] Como operar para que a textura da imagem contenha o desastre, oferecendo uma espécie possível de testemunho? Diante do fluxo informativo que anima as telas de nossos dispositivos de comunicação, como transformar o clichê visual (que crê no regime da pura presença) em imagem efetivamente, ou seja, condensado de ausência-presença? Como responder ao que habita o visível em termos de exigência? Apresento indagações que animam o processo da série Mediterrâneo, realizada a partir de informações sobre a crise de refugiados que, neste últimos anos, transformou o Mar Mediterrâneo numa rota desesperada de fuga. A série integra o projeto “Navios de emigrantes”, que dialoga com as obras de Lasar Segall, conectando duas crises extremas de refugiados.


Luiz Cláudio da Costa

A imagem crítica da história: três situações Pretendo pensar a imagem crítica da história a partir da produção de três diferentes artistas brasileiros contemporâneos e dialogar com autores como Walter Benjamin, Maurice Blanchot e Didi-Huberman. O objetivo é analisar o panfleto Lo que llevo en mi memóriade Paulo Nazareth realizado no contexto do projeto “Notícias de América”, uma das caminhadas mais prolongadas do artista cujos documentos visuais organizam o arquivo do blog arte contemporânea ltda. O segundo trabalho a ser pensado é Fábrica de Pipas de Christus Nóbrega, inserido na exposição do CCBB (Brasília e de Belo Horizonte), Dragão Floresta abundante, resultante da viagem que o artista realizou para a China por ocasião de uma residência artística em 2015. O terceiro e último trabalho a ser analisado é História Natural?, livro em que a artista Rosana Paulino concretiza uma reflexão visual da imagem antes mesmo de entrar em seu tema central.

Marcelo Drummond & Marconi Drummond

Experiências Fronteiriças Nesta apresentação a dupla de artistas visuais relatará experiências fronteiriças, que gravitam entre a literatura e as artes gráficas. Projetos autorais serão apresentados e confrontados, articulando zonas de contato entre a curadoria, o livro, a poesia visual e as artes gráficas.

Marília Bergamo

Do elemento autônomo à composição autônoma A partir do conceito de abstração, que inicia o processo de autonomia para o elemento compositivo, a apresentação percorre modelos computacionais matemáticos e autorreguláveis geradores de imagens buscando associar este conceito de autonomia à própria imagem. Destacando a diferença entre imagem matemática e imagem autorregulável, onde a primeira não apresenta autonomia, por se tratar de combinações aleatórias de previsibilidade distinguíveis. A segunda é autônoma, pois ao elemento compositivo são incorporados conceitos de autossustentação, reprodução e mutação, que permitem ao corpo virtual do elemento uma forma de intencionalidade de sobrevivência em um ambiente não determinístico.


Marina Câmara

Sensível e imagem: ameaças e potências Na base de toda experiência imaginativa, cognitiva ou psicológica, há um elemento que não tem natureza psíquica ou mental: a imagem. Com esta máxima, o italiano Emanuele Coccia declara a autonomia ontológica do sensível, tratado por ele como o ser da imagem em sentido amplo. Para o filósofo existe uma urgência em se reconhecer o imenso poder que o sensível – e não a razão – exerce em determinados viventes a ponto, por exemplo, de os homens se distinguirem dos demais animais por uma diferença não de natureza, mas sim do grau de relação que estabelecem com o sensível. O aprofundamento nesta relação com a imagem sensível, se assim a pudermos chamar, levou o homem não apenas a recebê-las e percebê-las, mas também a produzi-las. Propomos identificar momentos da História em que o poder da interação do homem com a imagem foi negado ao próprio homem. Desde que Platão identificou o artista ao charlatanismo, sob o argumento de o poeta ou o pintor serem, para aquele, imitadores de formas imperfeitas compromissadas tão somente com a suas aparências e não com suas naturezas, instaurou-se uma certa ideia de nocividade acerca das imagens. Elas foram negadas em favor de uma suposta racionalidade que hipoteticamente não teria relação com a imagem sensível. Levantaremos, por fim, argumentos que nos ajudem a sustentar a ideia de que aquilo que se chamou de racionalidade não ser nada além da relação com a imagem sensível levada às últimas consequências.

Mário Azevedo

A Obra-Texto De Joaquín Torres-Garcia: Uma Introdução Há um crescente registro e edição das declarações e reflexões dos artistas no panorama da arte contemporânea. Assim, o estudo que apresento se insere nessa leva e vem de uma tese de doutorado que, por sua vez, veio da minha insistente vontade de realizar uma tradução de qualidade dos carnets de Joaquín TorresGarcia e compreendê-los mais profundamente. A sua obra-texto – como chamo esse tipo de coisa entre o escrito-de-artista e o livro-de-artista – livre de se formatar sempre em um objeto, pode explorar e se estender por modalidades e aspectos muito diversos. O meu próprio trabalho se conforma dessa maneira e, portanto, falo e escrevo também como um artista que vê/lê a obra de um outro artista.


Mônica Vaz

O necroestado e as imagens de violência No Brasil, a pesquisa das imagens de violência na arte se dá pela ausência e pelo extenso período de silêncio – com alguns sussurros ao longo de sua história – até os anos 1960 e 1970, quando esse tema passa a ser abordado por artistas brasileiros. A partir da leitura de Achille Mbembe, definimos como “necroestado” o Estado conivente e fomentador da violência direcionada àqueles que elege como seus inimigos. O autor pressupõe que a expressão máxima da soberania reside no poder e na capacidade de o Estado determinar quem deve viver e quem deve morrer. No Brasil, esses “inimigos” foram muito cedo definidos: os povos indígenas e africanos massacrados e escravizados ao longo do processo de colonização. A eles, somaram-se ao longo dos séculos os pobres, as mulheres, os comunistas.Para discutir as representações ou ainda sugestões da violência, tomaremos como ponto de partida duas obras: Inserções em circuitos ideológicos: Projeto cédula, de Cildo Meireles (1970-1976), e Trouxas ensanguentadas, de Artur Barrio (1970), ambas produzidas justamente em um momento de maior censura, repressão e execução por parte do Estado.

Natália Rezende

Imagens do fio: narrativas, continuidades e encontros Em seu livro Lines – A brief history (2007), o antropólogo Tim Ingold identifica a linha como o elemento comum às ações de caminhar, tecer, observar, cantar, contar histórias, escrever e desenhar. A partir dessa perspectiva, percebemos a imagem do fio como representação ou metáfora para as potências da narrativa, da continuidade e do encontro: como objeto mnemônico, o fio se torna instrumento de registro e continuidade da história, da conexão entre tempos e espaços distintos, provocando encontros que grafam no espaço a presença – e resistência – de gestos ancestrais. Esta apresentação propõe a leitura de algumas obras de artistas mulheres da América Latina, tais como Cecília Vicuña e Ana Maria Maiolino, que tratam destas múltiplas possibilidades de uma linha no campo experimental das materialidades têxteis.


Patricia Azevedo

Iconologia Do Intervalo A ciência de Aby Warburg segue sem nome, uma ciência que não se refere ao significado das imagens mas às relações que mantêm entre si. É no encontro com as demais que se produz sentido. Arrancadas de camadas heterogêneas do tempo as imagens se aproximam num jogo intervalar, num processo combinatório de adição, subtração e repetição operando, como na poesia, por tremores, saltos, silêncios, pausas e aparições. Não há significado intrínseco senão em seu movimento, suas linhas de fuga correm para fora e se abrem para um mundo de outras imagens. Deslocando o domínio da imagem do campo da arte para o da cultura apontando para uma dimensão ética. No Atlas Mnemosyne, sua obra capital, percebe-se a contemporaneidade e potência desse gesto, que ainda contesta as classificações um século adiante, denotando a possibilidade de uma ocorrência inédita. Teria criado um outro gênero de fazer arte, também ainda sem nome, ainda sem se entender como arte?

Piti | Maria Angélica Melendi

Estética ou cosmética? A arte abjeta de Nicola Constantino Partindo de algumas imagens do passado abordaremos as obras da artista contemporânea argentina Nicola Constantino para discutir como, nelas, os princípios da estética, especifica mente da estética da moda e da beleza irrompem em oposição aos da ética e o respeito pelos corpos vivos, martirizados ou mortos.

Patricia Franca-Huchet

A figura presente no real que a linguagem constitui ou... é para outro céu que estou olhando Uma de minhas frentes de trabalho desde 2003 é a pesquisa artística com extensões literárias e críticas junto a imagem da fotografia. Toda fotografia é uma cronofotografia, por isso o tempo aparece como um parâmetro constante e específico para mim. Assim, tenho trabalho com a imagem de vestígios e da fabulação, como se a fotografia fosse a cada vez uma possibilidade para me aprofundar no que desconheço, ao contrário da fotografia documental. Recolhendo impressões através da pesquisa, observo que dentre muitas, fica uma questão: qual a diferença da imagem do cinema, da fotografia e da pintura além de suas formas de


apresentação? O cinema, a fotografia e a pintura guardam grandes diferenças e muitas aproximações. Para mim o figural — hoje a figura da Antígona — se encontra aí nestes entrelacs. Vou criando um filme sobre ela, fotografias e observando através de suas centenas de anos, sua força pictural, teatral, artística e política.

Paula Huven

Desconstrução, instabilidade, tremor Tomando como princípio estruturante a própria produção artística, buscarei investigar a natureza da imagem fotográfica e as relações que dela se desdobram entre real, imaginário e arte; presença e ausência; semelhança e dessemelhança. Se a “Pós-fotografia” traduz a ideia de que as imagens não representam o real, mas o constroem, desejo tencionar essa ideia de construção do real da imagem fotográfica contemporânea, pensando justamente em sua desconstrução, instabilidade, tremor. O que se passa sob nossos olhos? Como opera a imagem fotográfica para determinar a natureza artística do que vemos?

Stéphane Huchet

Magritte: a imagem entre similitude e semelhança. A comunicação, baseada na leitura de alguns textos produzidos pelo pintor no decorrer de sua longa carreira, propõe uma síntese da concepção magrittiana da imagem. Se a poética “surrealista” parece sugerir a necessidade de solucionar rebus visuais, a visão teórica defendida pelo pintor dá preferência a uma forma de ontologia da imagem que supera todo tipo de abordagem iconográfica. Magritte não manipula apenas signos. Ele procura disparar o sentido: o momento em que o receptor entra na ordem da semelhança interior consigo mesmo.


Notas sobre os participantes Alexandre Sequeira 1961. Belém-PA. Artista visual, Mestre em Arte pela UFMG, doutorando pela mesma instituição e professor do Instituto de Ciências da Arte da UFPa. Desenvolve trabalhos que estabelecem relações entre fotografia e alteridade social. Várias participações em exposições, destacando: Une certaine amazonie em Paris/França; Bienal Internacional de Fotografia de Liège/Bélgica; Exposição no Centro Cultural Engramme em Quebec/Canadá; X Bienal de Havana/Cuba; Festival de Fotografia de Recife 2010; Simpósio e exposição Brush with Light, na Universidade de Arte Mídia e Design de NewPort no Reino Unido, Festival Internacional de Fotografia de Pingyao/China; Gigante pela própria natureza em Valência na Espanha; Geração 00: a nova fotografia brasileira; Segue-se ver o que quisesse, no Palácio das Artes em Belo Horizonte e Projeto Portfólio no Itaú Cultural em São Paulo. Tem obras no acervo do Museu da UFPa (PA); Espaço Cultural Casa das 11 Janelas (PA); Coleção Pirelli/MASP (SP), Museu de Arte do Rio/ MAR (RJ), Museu da Fotografia do Ceará (CE), Museu de Arte Contemporânea do Rio Grande do Sul (RS); Coleção de Fotografia da Associação Brasileira de Arte Contemporânea (SP) e AMBA C.

Andréa Lanna Andrea Lanna 1957 Vive e trabalha em Belo Horizonte. Graduação, UFMG, 1982, Gravura. Mestrado, 2002, Artes Visuais. Doutorado, 2016, Arte; Ambos Pela Escola De Belas Artes Da UFMG, Onde Leciona Na Área De Pintura Desde 1996. Principais Exposições Individuais:2018: Calendário. Centro Cultural do Minas Tênis Clube. BH. MG. 2013: Desenho. Galeria de Arte Cemig. BH, MG. 2007: Kamikaze, Palácio das Artes. BH, MG. 1998: Circuito Atelier. C/Arte Editora. BH, MG. Principais Exposições Coletivas: 2017: Plantear: Centro Cultural Yves Alves, Tiradentes-MG. 2015: Há escolas que são gaiolas, há escolas que são asas, Museu de Arte do Rio, RJ, 2012: Coleção Anna Maria Niemeyer: um caminho.


Paço Imperial, RJ. 2012: 1911-2011: Arte Brasileira e depois, Coleção Itaú. Palácio das Artes, BH e Paço Imperial, RJ, 2007: Arte no Brasil: 1981-2006. Itaú Cultural. São Paulo, SP , 2002: Desenho Mineiro. Juiz de Fora, Cataguases e Palácio das Artes, BH.

Angélica Adverse Doutora e Mestre em Artes Visuais pela Escola de Belas Artes /UFMG (2016), Especialista em Filosofia pela FAFICH/UFMG (2000), Graduada em Desenho pela Escola de Belas Artes /UFMG (1995). É professora permanente do Programa de Pós-Graduação em Artes / UEMG e professora colaboradora do Programa de Pós-Graduação em Design / UEMG. Atualmente realiza Estágio Pós-doutoral no Programa de Pós-Graduação em História / UFMG. Publicou os seguintes livros: Moda Moderna Medida do Tempo (2012) Ed. Estação das Letras e Cores (SP) e Imagens são Espelhos (2013) Ed. do autor. Desenvolve pesquisas sobre a arte, o design e a moda a partir noções críticas da filosofia da arte e estética. Recebeu os seguintes Prêmios: Smirnoff International Fashion Awards (1996), Jovens Talentos - Editora Abril (2001), Prêmio Capes de Tese - Área de concentração: Arte (2017), Prêmio UFMG de Tese - Área de concentração: Arte (2017) e Prêmio Gilda de Mello e Souza (13º Colóquio de Moda /2017).

Bárbara Mol 1986. Vive e trabalha entre Belo Horizonte e Ouro Preto. Artista e pesquisadora. Doutoranda (2016- ) e Mestre (2012-2014) em Artes pela Escola de Belas Artes da Universidade Federal de Minas Gerais (EBA | UFMG), graduada pela mesma instituição, com habilitação em Desenho (2006-2010). Pesquisa o trabalho do artista atual (atuante desde os anos 1980) e sua singular pluralidade formal, técnica, conceitual e simbólica, que se relacionam com o aquilo que é mestiço, geral e abrangente nas manifestações artísticas, como escolha estética. E ainda o trabalho da pesquisa em arte e sua escrita, em conjunto com a história, filosofia, teoria de arte e práticas teorizadas. Bolsista Capes/Proex.

Beatriz Rauscher Artista plástica e pesquisadora atuando principalmente nos seguintes temas: imagem, imagem impressa, fotografia, vídeo, paisagem, poéticas urbanas. Tem realizado exposições individuais e coletivas e publicado artigos científicos em


periódicos e anais de congressos no Brasil e exterior. É líder do Grupo de Pesquisa Poéticas da Imagem / UFU. Realiza pós-doutoramento no Programa de Pósgraduação em Artes na Escola de Belas Artes / UFMG. Membro da Associação Nacional de Pesquisadores em Artes Plásticas (ANPAP) desde 2006. É editora responsável do periódico científico ouvirOUver do IARTE/UFU desde 2014.

Brígida Campbell Brígida Campbell é artista e professora do curso de graduação em Artes Visuais da Escola de Belas Artes da UFMG. É doutora em Artes Visuais pela ECA-USP e mestre pela EBA- UFMG. Colaboradora do EXA - Espaço Experimental de Arte, em Belo Horizonte [www.exa.art.br]. Como artista já participou de diversas exposições no Brasil e no exterior. Foi curadora dos projeto “Muros - Territórios Compartilhados”, Organizadora da SEMANÁRIA - Semana de Arte Gráficas - evento anual da EBA_UFMG. Pesquisadora das relações entre Arte e Cidade. Em 2015 publicou o livro “Arte para uma cidade sensível”, resultado da “Bolsa de Estímulo a Produção em Artes Visuais da Funarte” [http://www.arteparaumacidadesensivel.wordpress.com], e “Exercício para a Liberdade”. Em 2010 publicou o Livro “Intervalo Respiro Pequenos Deslocamentos - ações poética do Poro” - premiado no Prêmio Publicações de Arte Contemporânea em em Língua Estrangeira” – da Fundação Bienal de São Paulo e Ministério da Cultura.

Eduardo de Jesus Com Graduação (PUC Minas, 1991) e Mestrado (UFMG, 2001) em Comunicação e Doutorado em Artes (USP, 2008), Eduardo de Jesus é Professor Titular do Departamento de Comunicação Social da Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas da UFMG. Suas pesquisas estão focadas na relação entre as imagens em movimento e as espacialidades. Tanto aquelas acionadas pela presença da produção audiovisual nos espaços expositivos típicos do domínio da arte contemporânea, quanto as formulações políticas da produção do espaço construídas pela produção audiovisual contemporânea nacional e internacional. Sobre esses e outros temas tem publicado textos, ensaios e organizado livros como o mais recente Walter Zanini: Vanguardas, desmaterialização, tecnologia na arte. Desenvolveu ainda uma série de curadorias tais como: Festival Internacional de Fotografia de Belo Horizonte (2013, 2015 e 2017), Esses espaços (Belo Horizonte, 2010), Densidade local (Cidade do México, 2008) e Festival Internacional de Arte Contemporânea — Videobrasil (2001 a 2013).


Fernanda Goulart [Uberlândia, 1976] é professora, artista e designer. Formada em gravura pela UFMG e mestre em Comunicação Social pela mesma instituição, é professora adjunta na área de Artes Gráficas da Escola de Belas Artes da UFMG e doutora em Arquitetura e Urbanismo também na UFMG. É autora do livro “Urbano Ornamento. Inventário de grades ornamentais em Belo Horizonte (e outras belezas)”.

Gladston Costa Artista plástico e pesquisador. Doutorando e Mestre em Artes Visuais pelo Programa de pós-graduação em artes da Escola de Belas Artes da UFMG, Bolsista Proex-Capes; atua nas áreas de história e crítica de artes visuais e filosofia da arte. Desenvolve proposições artisticas a partir de questões tomadas à cultura visual, tratando sempre das implicações desta nas práticas da arte contemporânea e nas possibilidades de diálogo do campo artístico com elementos da industria cultural, cultura popular, economia e antropologia visual. Realizou a exposição individual Ideias de Novo (Abril de 2018) na Galeria do BDMG Cultural, participou das exposições Ar do tempo: Imagem e representação da crise (Outubro de 2017); O jornal da Imagem a Imagem do Jornal (Maio de 2012). Membro dos grupos de pesquisa BE-IT: Bureau de estudos da imagem e do tempo; Grupo estratégias da arte numa era de catástrofes.

Guilherme Massara Guilherme Massara é psicanalista e professor do Departamento de Psicologia da UFMG. Membro do GT Psicanálise, política e cultura/ANPEPP, da ISSP (International Society of Philosophy and Psychoanalysis) e da FEDEPSY (Fédération Européenne de Psychanalyse). Autor de Olho Clínico: ensaios e estudos sobre arte e psicanálise (Scriptum Livros) e pesquisador nas áreas de estética, subjetividade e política.

José Lara [Itaúna, Minas Gerais, 1990]. Artsita-pesquisador. Mestre em Artes (2018) e bacharel em Pintura (2014) pela Escola de Belas Artes da UFMG. Professor-substituto do Departamento de Artes Plásticas da mesma instituição. Desenvolve sua produção artística através de meios diversos – desenho, pintura e fotografia –,


abordando o processo de transformação da paisagem pelo homem. Além da participação em mostras coletivas, apresentou quatro exposições individuais em Belo Horizonte: ‘O que existe por dentro (ou por trás)’, 2013 - Galeria de Arte da CEMIG / ‘Incursões’, 2015 - Museu Inimá de Paula / ‘Diante da matéria’, 2015 Galeria de Arte da COPASA / ‘Arqueologia Trivial’, 2017 - BDMG Culural.

Letícia Weiduschadt Letícia Weiduschadt é artista visual, professora e pesquisadora graduada em Artes Visuais pela Universidade do Estado de Santa Catarina e mestre em artes pela Universidade Federal de Minas Gerais. É membro do grupo de pesquisa “Bureau de estudos da imagem e do tempo” e atualmente desenvolve sua pesquisa de doutorado “Processos de criação nas artes visuais: o artista, seus métodos e gestos” pela Universidade Federal de Minas Gerais e é professora temporária do curso de Artes Plásticas da Escola Guignard (UEMG).

Leila Danzinger Artista plástica, professora associada do Instituto de Artes da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ), pesquisadora do CNPq e da Faperj (CNE). Suas pesquisas desenvolvem-se a partir do interesse pelo documento histórico, a página impressa, o livro e o jornal, alternando operações de apagamento e inscrição, que visam transformar o documento em objeto artístico, simultaneamente sensível e densamente reflexivo. Organizou “Todos os nomes da melancolia” (Apicuri, 2012) e “Diários públicos” (Contra Capa/ Faperj, 2013), sobre sua produção artística. Em poesia, publicou “Ano Novo” (7Letras, 2016) e “Três ensaios de fala” (7Letras, 2012). Expõe regularmente desde o início da década de 1990.

Luiz Cláudio da Costa Professor Associado do Instituto de Artes da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj), bolsista Produtividade do CNPq e Procientista da Uerj/Faperj. Realizou Estágio pós-doutoral Sênior com bolsa da Capes na Université de Paris 1 | Sorbonne. É membro do conselho consultivo da revista VIS da UNB e membro do conselho editorial da revista Modos. Pertence ao grupo de pesquisa Modos - História da arte: modos de ver, exibir e compreender). Publicou os livros A gravidade da imagem: arte e memória na contemporaneidade (Quartet, 2014) e Cinema brasileiro (anos 70-70), dissimetria, oscilação e simulacro (7 Letras, 2000).


Foi editor responsável pelas coletâneas Narrativas, ficções, subjetividades (em parceria com Sheila Cabo Geraldo - Quartet, 2012), Dispositivos de registros na arte contemporânea (Contra Capa, 2010). Foi vice-presidente da ANPAP no biênio 2011-12. Foi curador das exposições Tempo-Matéria (MAC-Niterói, 2010), Paisagem e extremos (CCJF, Rio de Janeiro, 2012), Cidade e desaparecimento (CCJF, Rio de Janeiro, 2011) e co-curador da exposição Carlos Zilio: paisagens 1974-1978 (Galeria Candido Portinari, UERJ, 2011). Publicou na ARS (USP), Arte e Ensaios (UFRJ, Poiéisis (UFF), entre outras. Atualmente, desenvolve a pesquisa A gravidade da imagem: apropriação e repetição na arte contemporânea (Poéticas do arquivo).

Marcelo Drummond Artista Gráfico e Professor da Habilitação em Artes Gráficas do Curso de Artes Visuais da Escola de Belas Artes, UFMG. Doutorando em Artes Visuais pela Universidade de Barcelona, Espanha, onde investiga sobre a gráfica vernácula no Brasil. Membro-fundador do Laboratório PIRACEMA de Design, núcleo que desenvolve estudos sobre a relação entre arte, design e artesanato associados à cultura visual e material brasileiras. Proprietário do Ateliê ESPAI, espaço autônomo de experimentação, reflexão e desenvolvimento de práticas visuais contemporâneas. Destaca-se sua participação nas seguintes exposições: Daquilo que é próprio, Galeria Periscópio, BH [2016]; Cidade Gráfica, Itaú Cultural, SP [2014]; Bienal Ibero-americana /BID [2013], Madri, Espanha; Segue-se ver o que quisesse, BH [2012]; Bienal Brasileira de Design, Curitiba [2010]; Design Brasileiro hoje: novas fronteiras, MAM/SP [2009] e We loves Books!, Grenoble, França [2008]. Prêmios: Bienal Ibero-americana [2013]; 51º Prêmio Jabuti, CBL, SP [2009]; Prêmio Internacional de Poesia Visual Joan Brossa, Barcelona [1999].

Marconi Drummond Artista Visual E Curador. Vive e trabalha em Belo Horizonte. Graduação E Mestrado em Artes Plásticas, Escola De Belas Artes, Universidade Federal De Minas Gerais (1991 E 2011). Foi Diretor da Escola de Arte Rodrigo Melo Franco De Andrade, Entre 2004 E 2006, Entidade integrada à Fundação ce Arte de Ouro Preto, Ouro Preto, Mg. Entre 2006 E 2010 atuou como curador co Museu ce Arte ca Pampulha no qual organizou Inúmeras Mostras Individuais, Coletivas, Históricas E Monográficas. Entre 2013 E 2014 foi Superintendente da Fundação Cultural Carlos Drummond de Andrade Itabira, Mg. Desde 1995 Desenvolve


Atividades como Artista Gráfico elaborando projetos editoriais para artistas, galerias, Museus e Instituições Culturais. Desde 2014 é diretor da Cápsula Cultura, Agência dedicada ao desenvolvimento de projetos culturais, curatoriais e de Design. Trabalha de forma Integrada E multidisciplinar na Concepção, Pesquisa, Elaboração, Produção, Gestão, Coordenação e Consultoria de Projetos Culturais e Publicações, especialmente vinculados ao universo das Artes Visuais.

Marília Bergamo Professora, artista e pesquisadora da Escola de Belas Artes da UFMG. Seu trabalho tem ênfase na produção artística para mídias interativas, atuando principalmente nos seguintes temas: arte computacional interativa, design de interação, e criação de interfaces multimodais. Atuante no grupo/laboratório 1maginari0: Poéticas Computacionais da Universidade Federal de Minas Gerais

Marina Câmara Professora adjunta da área História, Teoria e Crítica da Arte do Dpto de Artes Visuais do Instituto de Artes da UFRGS; Pós-doutoranda pelo Departamento de Letras Modernas da USP; Pesquisadora, crítica e curadora independente; Doutora em Artes pela EBA UFMG; Mestre em Comunicação e Artes pela PUC MG; Especialização em Artes pelo IUAV – Istituto Universitario di Architettura di Venezia, Itália; Master em Comunicação pela Università di Siena, Itália.

Mário Azevedo Mário Azevedo é artista plástico/visual e, desde 1980, fez mais de 35 mostras individuais em galerias e instituições entre Belo Horizonte, Rio de Janeiro, São Paulo e outras cidades. Seus trabalhos já integraram inúmeros Salões de Arte e mostras especiais, de caráter nacional e internacional, sendo premiado diversas vezes. Tem obras no acervo de importantes Museus e várias coleções particulares. Fez Graduação (1978/1982) e Mestrado (Desenhos e Pinturas – 1995/97, 1999) na Escola de Belas Artes da UFMG, onde também leciona desde 1994. Fez Doutorado (A obra-texto de Joaquín Torres-Garcia, 2010 ) no Instituto de Artes da UFRGS e Pós-Doutorado (Amilcar de Castro - Escritos, 2017) na Escola de Belas Artes da UFRJ.


Mônica Vaz (Belo Horizonte, 1982) Doutoranda em Artes pela Escola de Belas Artes da UFMG, é mestre em Estudos Literários pela Faculdade de Letras da UFMG (2013) e graduada em Artes, com habilitação em Artes Gráficas, pela mesma instituição (2008). Atualmente pesquisa as noções de fronteiras, barreiras e geopolítica na América Latina no trabalho de Francis Alÿs.

Natália Rezende Bacharel em Artes Visuais com habilitação em Desenho pela Escola de Belas Artes da Universidade Federal de Minas Gerais. Atualmente é mestranda na mesma instituição, onde pesquisa artistas mulheres da América Latina que trabalham com os meios têxteis e suas implicações históricas e conceituais. Iniciou os trabalhos com a tecelagem manual no ano de 2010 e, desde então, desenvolve desenhos, fotografias e instalações que exploram o gesto tecedor, expandindo suas formas de criação e representação. Participou de diversas mostras coletivas e individuais em Belo Horizonte e Contagem/MG, selecionada através de editais ou em espaços independentes (entre 2010 e 2016). Também integrou uma mostra coletiva de livros de artistas em Paris/França (2011) e participou de mostras de arte feminista em São Paulo e no Rio Grande do Sul (2016/2017).

Nina Arágon Artista, mestre em Artes Plásticas pela Escola de Belas Artes da UFMG. Graduada em Artes Visuais na EBA/UFMG com habilitação em Desenho, em 2014. Pesquisa a linguagem, o testemunho, as questões sociais e políticas na arte contemporânea. Integrante do grupo de pesquisa BE-IT: Bureau de estudos sobre a imagem e o tempo, coordenado pela professora Patricia Franca-Huchet e do Grupo de pesquisa Estratégias da arte na Era das Catástrofes, coordenado pela professora Maria Angélica Melendi (Piti).

Patricia Azevedo Patricia Azevedo nasceu em Recife, é graduada em Filosofia pela Université Paris VIII, França (1997), possui mestrado em Filosofia (Arte e Ação em Leon Battista Alberti) e doutorado em Artes Visuais (Jogos de Distância e Proximidade com


o Prêmio CAPES de pesquisa no The Warburg Institute Archive, LADA-Live Art Development Agency, Londres e Leeds Beckett University, Reino Unido), ambos na UFMG, onde é professora do Curso de Artes Visuais. Compõe a equipe de curadoria do FIF BH - Festival Internacional de Fotografia de Belo Horizonte, Brasil. Como artista, desenvolve projetos colaborativos em diferentes mídias, investigando a linguagem, território e poder, trabalhando no espaço público por meio de relações estabelecidas entre pessoas e o ato comunicativo em si. Está incluída em várias exposições coletivas e residências e publicações no Brasil e no exterior.

Piti | Maria Angélica Melendi Pesquisadora e professora. Formada em Letras Contemporâneas na Universidade de Buenos Aires, é Doutora em Literatura Comparada pela Faculdade de Letras da Universidade Federal de Minas Gerais. Professora do programa de Pósgraduação em Artes da Escola de Belas Artes da UFMG. Investiga as relações entre memória, arte visual, literatura e política na América Latina, assunto sobre o qual tem publicado livros e artigos em jornais e revistas acadêmicas nacionais e internacionais.

Patricia Franca-Huchet Pesquisadora, artista e professora titular da Escola de Belas Artes da UFMG. Doutora e Mestre pela Université de Paris I- Panthéon/Sorbonne, Pós-doutorado e residência na Université de Paris III, no CRECI: Centre de Recherche en Esthétique du Cinéma et des Images. Pesquisa a imagem focalizando seu interesse pela reconstrução crítica da tradição pictural [fotografia, artes plásticas e literatura]. Coordena o grupo de pesquisa BE-IT: Bureau de estudos sobre a imagem e o tempo. É Pesquisadora do CNPq. Tem exposições e publicações no Brasil e em outros países.

Paula Huven Belo Horizonte, 1982, é doutoranda pela EBA | UFMG, Mestre pelo Instituto de Artes da UERJ, com formação livre pela Escola de Artes Visuais do Parque Lage, RJ. Realizou as exposições individuais: Dias Comuns (Câmera Sete, BH, 2017 e Museu de Sant’Anna, Festival Foto em Pauta, Tiradentes, 2017); Devastação (Galeria AM, BH, 2014) e O que nos une, o que nos separa, (Galeria Ibeu, circuito


Foto Rio, 2013). Coletivas em destaque: Feito poeira ao vento (Museu de Arte do Rio, 2017); The Language of Memory (PhotoVisa Russia 2105); V Prêmio Diário Contemporâneo (Belém, 2014); Em Desencanto (Museu Mineiro, BH, 2014); Abre Alas 8 (A Gentil Carioca, RJ, 2012). Recebeu o Prêmio Funarte Mulheres nas Artes Visuais (2013) e finalista nos prêmios Pierre Verger (2017); Conrado Wessel (2015) e Photovisa Russia (2015). Em 2016, publicou o livro Devastação, edição da artista.

Rodrigo Borges Coelho [1974] Artista e professor da EBA-UFMG. Doutorado e Mestrado pelo PPGArtes da UFMG. Sua pesquisa plástica, nos campos do desenho e da instalação, tem como premissa o exercício de uma geometria que, em sua frágil rigidez, pretende revelar um ambiente e envolver corpos. Investiga a produção abstrata e geométrica, espacialmente ativa, envolvente e participativa, presente na obra de artistas brasileiros e sul-americanos de meados do século XX. Vive e trabalha em Belo Horizonte (MG).

Stéphane Huchet Professor Titular da Escola de Arquitetura da Universidade Federal de Minas Gerais e pesquisador do CNPq. Publicou Le tableau du monde, Paris: L’Harmattan (1999); Castaño. Situação da pintura, Belo Horizonte: C/Arte, 2006; Intenções espaciais, Belo Horizonte: C/Arte, 2012; e uma coletânea intitulada Fragmentos de uma teoria da arte, São Paulo: Edusp, 2012. Publicou também vários artigos, no Brasil e na França.



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