Depois de ter lido várias tabelas, escolhi para concretizar a segunda parte da tarefa a tabela da colega Lígia Pereira porque apesar de ser uma Biblioteca “novinha”, recentemente integrada na Rede RBE (Fevereiro de 2009), deparei-me com alguns pontos em comum. No que concerne ao papel e às competências do professor bibliotecário, a colega destaca como pontos fortes a sua “capacidade de liderança; abertura à mudança; criatividade e inovação” a par de forte motivação e sensibilidade especial para a diferença. Efectivamente, só um professor bibliotecário com espírito aberto à mudança e à inovação poderá conseguir o engagement de professores e alunos para a construção do conhecimento. “Ser prospectivo, estar atento e ter uma postura de investigação e de aprendizagem contínua são factores críticos à efectivação de uma boa gestão e à prestação de serviços de qualidade.” (Texto da 2ª sessão) Se por um lado a Portaria que define o papel do Professor Bibliotecário é um ponto forte, saliente-se que por parte das escolas há um “desconhecimento da especificidade das funções do Professor Bibliotecário e do papel da BE na escola”, fraqueza apontada pela colega. Cabe ao PB promover efectivamente o papel da BE não só em reuniões de Conselho Pedagógico, Conselhos de Docentes, Directores ou de Turma, bem como em conversas informais com os docentes para combater “a resistência à mudança e práticas ultrapassadas enraizadas.” O marketing da BE tem de fazer parte das nossas acções: divulgar, divulgar, divulgar! Tarefa fácil? Pois, não é, mas passo a passo vamos conseguindo conquistar um de cada vez. No que diz respeito à Organização e Gestão da BE, o facto de se tratar de uma BE novinha é um ponto forte quanto aos recursos físicos. É de lamentar, contudo, o espaço da BE estar afastada do centro da Escola. Um bom marketing das actividades, das novidades é ainda mais importante nestas condições. A ”dinamização da página da BE para uma optimização na divulgação do acervo e serviços “connections, not collections.”, (Ross Tod, 2001), parece-me ser uma boa acção a implementar. Como a equipa da BE é bastante motivada e consciente de que há “quase tudo” a fazer, não deve, no meu ver, considerar um ponto fraco a ausência de sinalética, se tem, por sua vez, a colecção devidamente organizado de acordo com a CDU. Poderei partilhar consigo um ficheiro que utilizámos para renovar a nossa sinalética no inicio do ano lectivo. Com alguns cliques pode adaptar à sua realidade e ultrapassar um dos pontos “fracos”. Numa altura em que tanto se fala do Plano Tecnológico, na importância do desenvolvimento das literacias, colecções digitais, verifica-se que nas nossas escolas a Internet, muitas vezes, não funcione. O Coordenador TIC, por sua vez, tem tantas solicitações, acabando a BE muitas vezes por ser relegada para segundo plano… Chamou-me a atenção o ponto forte que refere no domínio BE como espaço de conhecimento e aprendizagem. Trabalho colaborativo e articulado com Departamentos e docentes: “Utilização da BE para concretização de actividades lectivas com carácter regular no 1ºCEB.”
e “expectativas positivas dos docentes do 1ºCEB e Pré-escolar”. É fundamental conquistarmos os colegas o quanto antes para concretizarmos o papel transformativo das BE no “desenvolvimento de competências que suportam as aprendizagens e a construção do conhecimento” (Texto 2ª sessão) Na tabela destaca-se também a intenção de apostar na “promoção das literacias como factor de sucesso escolar dos alunos.”, acção sem dúvida importante na escola da era da informação. Apesar de os nossos alunos serem nativos digitais, apesar de dominarem as várias tecnologias que os rodeiam, não dominam, no entanto, as competências das literacias da informação, pelo que o Learning specialist, com formação e competências de literacia de informação e formação pedagógica e aberto à inovação, up on the latest trends in teaching and learning, com capacidade de autoformação e avaliação (Zmuda & Harada, 2008) deverá, em articulação com os Conselhos de Turma promover actividades de formação de utilizador na área da pesquisa, (Guião de Pesquisa), avaliação de sites, ética da informação, entre outros. Tratando-se de um equipa extremamente motivada e tendo como ponto forte o “desenvolvimento de uma prática regular de avaliação dos serviços prestados iniciada no THEKA” encontrará a melhor forma de apostar na recolha sistemática de evidências – evidence based on practice” (R. Todd)
Em síntese, a “transformação da informação em conhecimento é o desafio da BE do século XXI”, mudança que exige, como a colega muito bem aponta, uma forte capacidade de liderança e empenho da equipa da BE, a par com uma constante formação e auto-formação na área das BE. Se o marketing é importante para promover a BE e o seu papel, é igualmente importante conquistarmos professores e demais comunidade educativa, com especial relevo para a Direcção da escola.
Em suma, “the school library is about empowerment, connectivity, engagement, interactivity and its outcome is knowledge construction” 1
Susana Branco
1 (Todd, R. (2001). Transitions for preferred futures of school libraries. Acedido em 7 de Novembro de 2009, de International association of School Librarianship, School Libraries online: http://www.iasl-online.org/events/conf/virtualpaper2001.html)