ao leitor Foto Ubatubabirds
Beach A
R e v i s t a
Co d o
L i t o r a l .
ANO X - Nº 111 - setembro/2011 A revista Beach&Co é editada pelo Jornal Costa Norte Redação e Publicidade Av. 19 de Maio, 695 - Bertioga/SP Fone/Fax: (13) 3317-1281 www.beachco.com.br beachco@costanorte.com.br Diretor - Presidente Reuben Nagib Zaidan Diretora Administrativa Dinalva Berlofi Zaidan
E mais... Edição
Eleni Nogueira (MTb 47.477/SP) beachco@costanorte.com.br Diretor de Arte Roberto Berlofi Zaidan roberto@costanorte.com.br Criação e Diagramação PP7 Publicidade www.pp7.com.br | pp7@pp7.com.br Direção de Arte: Marcel Oliveira Diagramação: Audrye Rotta Marketing e Publicidade Ronaldo Berlofi Zaidan marketing@costanorte.com.br Depto. Comercial Aline Pazin aline@costanorte.com.br Revisão Adlete Hamuch (MTb 10.805/SP) Colaboração Bruna Vieira, Edison Prata, Fernanda Lopes, Flávia Souza, Gabriela Montoro, Luci Cardia, Karlos Ferrera, Renata Inforzato e Vinícius Mauricio
Encanto para os olhos e para a mente É Primavera! A estação em que as cores e os sons da natureza tornam-se mais evidentes aos nossos olhos e ouvidos. Impossível não atender a esse verdadeiro chamado para a contemplação. E diante da beleza efêmera da estação do renascimento, os pássaros são os que mais simbolizam e marcam sua chegada, roubando as atenções. Talvez porque estejam sempre por perto, em qualquer pedacinho de verde, na árvore em frente de casa, no jardim, na praça, até nos fios elétricos das ruas movimentadas. Logo aos primeiros clarões do dia, lá estão eles em alegre algazarra, como a nos chamar para apreciar suas peripécias primaveris. As aves têm o poder de despertar nossos sentidos para a beleza e para o sentimento maior da liberdade. Quem nunca se pegou olhando para um pássaro a imaginar como seria estar ali em pleno ar? O pensamento vai longe e, nesse momento, nos desprendemos, ainda que por alguns segundos, dos problemas e compromissos. Por tudo isso é que a prática de observação de pássaros, conhecida por birding, torna-se mais e mais apreciada. E é levada muito a sério no litoral norte paulista, uma vez que se alia às belezas naturais da região para atrair turistas, inclusive durante a chamada baixa temporada, pois o melhor período para a observação de aves vai de maio a dezembro. Só em Ubatuba, figuram mais de 555 espécies, sendo 42 endêmicas. Há 13 rotas e trilhas estruturadas para atender o segmento do birding. Quesito que levou a Embratur a declarar, em 2009, a cidade como melhor destino turístico de observação de aves no país. Lá, também acontece anualmente, entre setembro e outubro, um evento destinado a observadores de aves. Mas, se você não planeja ir a Ubatuba, não tem problema. Por todo o litoral, as aves da Mata Atlântica dão um show diário, e até noturno, como as corujas e os urutaus. Desperte sua sensibilidade. Pare, olhe, escute! A leveza do voo, o encanto sonoro, e a beleza da plumagem de uma ave podem, sim, recarregar as energias perdidas na labuta do dia a dia. Ou, melhor, carregá-las logo cedo para que seu dia seja especial.
Circulação Baixada Santista e Litoral Norte
Eleni Nogueira
Foto Bruna Vieira
22 Código Florestal interessa a todos
Foto Vinícius Mauricio
36 30 anos do riquíssimo MASS
E mais... Aventura 46 Comportamento 50 Saúde 54 Gastronomia 64 Moda 68
Foto KFPress / Cori
Artigo 72 Coluna Chic
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Flashes 76 Destaque 80 Celebridades em foco
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Erramos O nome do gerente de Saúde e Segurança da Codesp é Guanito Prado Alves Filho e não como publicado em nossa edição de agosto.
Foto Flávia Souza
42 A inusitada região rural de Itanhaém
Capa
O tangará-dançador, ave símbolo de Ubatuba por possuir as cores da bandeira do município Foto Dimitri Matoszko
Foto Renata Inforzato
58 Na Europa, visite Bruxelas
Foto Sérgio Furtado/Secom Santos
Porto pág. 30
Fotos Ubatubabirds
turismo
Pássaros à vista! Observar aves é uma prática eficiente para ativar os sentidos, quase sempre embotados pela correria da vida urbana. Atentar para a plumagem das aves, para a sonoridade de seus cantos, seus hábitos e movimentos, constitue-se em exercício de sensibilidade que ajuda a combater o estresse e a ansiedade
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Foto Dimitri Matoszko
Por Bruna Vieira
Os moradores e turistas do litoral norte paulista têm o privilégio de conviver com aves que, seja pela beleza ou raridade, chamam atenção do mundo todo. Numa simples caminhada pela orla de Ubatuba, numa visita à Ilha dos Pescadores, ou por rotas públicas, como os bairros Casanga, Itamambuca, Monte Valério e Cambucá, pode-se usufruir de momentos inesquecíveis. Os adeptos do birding, ou birdwatching, já aprenderam o significado da liberdade, da beleza, do poder de voo
e do canto das aves. As técnicas de observação de aves oferecem duas opções: a observação de percurso e a observação de espera, que sugere pontos fixos - da janela da própria casa até os parques estaduais. Ubatuba destaca-se nesta atividade devido às 555 espécies de pássaros existentes no município. O número representa 5% de todo
Ubatuba oferece 13 rotas e trilhas com excelentes pontos de observação de aves, nos quais se podem ver variedades de espécies, como o tucanoçu (ao lado) e o tangará-dançador, ave símbolo de Ubatuba (acima)
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turismo
Na observação, é preciso aprender a ouvir o som de cada ave para localizála, sentir a temperatura, perceber os sinais. Utilizamse todos os sentidos. Observar é muito mais do que o simples olhar. Além de a atividade ser de baixíssimo impacto, pois não é preciso abrir trilhas
o volume de aves no mundo, e 30% das encontradas no Brasil. Um verdadeiro deleite para os pesquisadores. Não é por acaso que a Embratur, em 2009, elegeu a cidade como o melhor destino turístico de observação de aves no país. A capital do surfe agora também passa a ser conhecida como a capital da observação de aves. Ubatuba oferece 13 rotas e trilhas que podem ser percorridas de dia ou de noite, a pé ou de carro, e levam aos locais de observação. Cada espécie tem seus hábitos e ambientes - campos de alta e baixa altitude, manguezais, plantações, matas ciliares, restinga e a própria área urbana da cidade. Os melhores períodos para a atividade de observação é pela manhã ou no final da tarde. Entre as espécies encontradas, destacam-se as saíras, como saíra-sete-cores, saíra-amarela, saíra-de-lenço, saíra-militar; os beija-flores, como beija-flor-rajado, beija-flor-cinza, beija-
-flor-de-banda-branca; o tiê-sangue, o gavião-caramujeiro, o sanhaço-rei, tucanos, pica-paus, sabiás, bem-te-vis, andorinhas, entre outras espécies, algumas endêmicas e raras como o beija-flor-rafajo e o saí-verde. A ave símbolo de Ubatuba é o tangará-dançador, que tem a bela cor azul claro em seu corpo, além do preto, e o topete vermelho vivo, cores que figuram na bandeira do município. Em 2004, foi instituído o Dia do Tangará-Azul de Ubatuba, comemorado juntamente com o Dia Mundial de Aves, em 4 de outubro. A prática de observação de aves começou em Ubatuba em 1974, ocasião em que o ornitólo americano Edwin Willis registrou uma nova espécie de ave (o anambezinho) que chamou a atenção de pesquisadores. Em 1996, o ornitólogo Carlos Rizzo, técnico da Secretaria de Meio Ambiente de Ubatuba, fez a primeira consolidação da lista de aves de Ubatuba com 186 espécies. Em
Variedades de saíra encontradas na região: saíra-sete-cores, saíra-militar e saíra-azul
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Foto Fábio Amaro
2000, eram 380. Em 2007, passou a 476, com a inclusão de aves marinhas. Em agosto deste ano, chegou a 555 espécies. Da lista atual, 42 espécies de aves são encontradas apenas na cidade. Em Ubatuba, o regime intenso de chuvas durante todo o ano e a umidade relativa do ar em torno de 88%, constante nos 12 meses, são condições climáticas que garantem a abundância de alimentos nas quatro estações. “A proximidade da Mata Atlântica com o oceano, o recorte nas encostas da Serra do Mar, que formam microambientes diferenciados em vários lugares do município, criaram um diferencial importante com aves de variados ecossistemas”, diz Carlos Rizzo.
Turistas estrangeiros Por ano, em média, 2.500 turistas chegam de várias partes do mundo para conhecer as muitas espécies de aves encontradas em Ubatuba. Isso representa um incremento de pelo menos R$ 2 milhões e 600 mil a cada ano na economia local, pouco mais de 1% do orçamento da prefeitura em 2011, segundo Rizzo. Estudo feito pelo Ubatubabirds confirma que os turistas de observação de aves, tanto estrangeiros como brasileiros, vindos de outros estados, gastam em média U$ 250 por dia, e permanecem na cidade entre 3 a 7 dias. Este tipo de turismo especializado deu tão certo em Ubatuba, que a experiência foi levada para cidades vizinhas. Em Ilhabela, hoteleiros adequam seus
O capitão-de-saíra (acima) e o joão-botina-da-mata
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turismo estabelecimentos para atrair observadores, de acordo com programa desenvolvido pelo núcleo do Parque Estadual da Serra do Mar. Em Caraguatatuba, a Fazenda Disparada, no bairro do Cantagalo, tem recebido turistas de observação de aves. Já a costa sul de São Sebastião, de Boiçucanga a Boracéia, também tem atraído os admiradores de pássaros. O Sinhores (Sindicato de Hotéis, Restaurantes, Bares e Similares) do litoral norte também incentiva a observação de pássaros como forma de minimizar a sazonalidade turística, pois o período propício para a atividade vai de maio
Período propício para a observação de aves vai de maio a dezembro. No detalhe, as belas espécies tesourinha e bem-te-vi-rajado
Espécies curiosas Coruja buraqueira Visite a ponta esquerda do Perequê-açu e conheça a Toca das Corujas e a barra do rio Indaiá, lugares ótimos para fotografar gaivotas, fragatas, socós e até o difícil matirão. Muitas aves migratórias passam por ali e fazem seus ninhos naquela porção do jundu, o que faz do canto esquerdo do Perequê local de visita obrigatória para quem gosta de observar aves. A moradora especial da praia do Perequê-açu é a coruja-buraqueira. Turistas e estrangeiros fazem questão de parar na placa “Toca das corujas” e registrar a atenção dada àquela ave. Tudo graças à dedicação de moradores que construíram um cercado ali, depois de o local ter sido ocupado pelas corujas, no
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que era um campinho de futebol. Alguém colocou a placa e, depois, construiu a casinha para abrigar a vigília diurna das corujas. Ela é uma das poucas aves de hábitos noturnos que mantêm atividade durante o dia. À noite, a coruja buraqueira caça, se alimenta e alimenta os filhotes. De dia, vigia o ninho contra eventuais invasores e ataca com decisão os cães que se aproximam do ninho. Por precaução, o ninho cavado na areia chega a atingir três metros de profundidade sempre com uma segunda saída para as emergências. Para facilitar a alimentação dos filhotes, o macho costuma juntar estrume de gado para atrair besouros e insetos para lhes servir de petiscos. A vigília diurna que mantém sobre o ninho torna a coruja buraquei-
ra uma das aves mais fotografadas, e campeã em quantidade de fotos em concursos de fotografias. Seu campo de visão força o giro da sua cabeça em até 270°, quase uma volta completa! E a visão noturna da coruja é 100 vezes mais clara que a visão humana.
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a dezembro. O calendário é definido pelas aves. Em maio, há redução de alimento na Mata Atlântica e elas vão para a cidade em maior quantidade, facilitando a visualização. Já a primavera é a melhor época para percorrer a floresta e adjacências, pois ocorre o acasalamento, sendo possível acompanhar o crescimento dos filhotes e observar os juvenis, cujas cores são mais intensas.
Janela para o mundo Segundo Rizzo, muitos moradores de Ubatuba já descobriram o encantamento das aves e, hoje, “abrem suas janelas”
Carlos Rizzo (ao lado) é o autor da lista de espécies existentes em Ubatuba, na qual figuram o gaturano-verdadeiro (acima) e beija-flor-de-fronte-violeta (foto maior)
Andorinhas
Beija-flor Os beija-flores são pequenos seres exclusivos das Américas. No Brasil, pode-se observar 72 espécies diferentes desta ave, desde o imenso rabo-de-tesoura, com seus 21 cm, até o minúsculo topetinho-vermelho, que pesa menos de dois gramas. As cores dos beija-flores merecem destaque. Em Ubatuba, o beija-flor-do-tufinho-verde possui no alto da cabeça uma coloração que parece emitir uma luz verde e intensa; já o papo-de-fogo oferece um tom de rubi inesquecível.
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Algumas deitam espraiadas nas areias das estradas, outras solitárias, como que num samba de uma nota só, dedilham o vento anunciando a quentura do novo tempo, do verão. Tem aquelas que permanecem por aqui o ano todo, outras aparecem na estação mais quente do ano. Elas são as andorinhas. Trinfar é um dos nomes daquele sonzinho, típico das andorinhas, também conhecido como chilrar, chilrear, gazear, gorjear, grinfar, trissar, zinzilular e trinfar. Já a andorinhão, tal qual urubu, crocita. Elas capturam insetos durante o voo, são rápidas e certeiras. No verão, Ubatuba conta com pelo menos seis tipos diferentes de andorinhas, a mais rara é a andorinha-de-calcinha-branca. Além desta, outras chamam atenção como a conhecida como andorinha-tesoura que, na verdade, não é andorinha. Ave migratória, que vem da América Central para se repro-
duzir em Ubatuba, é na verdade a tesourinha-do-campo, parente do bem-te-vi. Também chama atenção nos céus ubatubenses, o passarinho vermelho tal qual o tiê-sangue, menor, mas tão chamativo quanto.
Martim-pescador Na Ilha dos Pescadores, em Ubatuba, vivem 25 espécies de ave, dentre elas o martim-pescador. No mundo, exceto nas regiões polares, são 91 espécies desta ave. No Brasil, as espécies mais comuns de martim-pescador são matraca, caracaxá, caxaca. Olhar apurado e voo certeiro, são aves monogâmicas; o casal se mantém por toda a vida dividindo funções de manutenção de território, choco dos ovos e criação dos filhotes. Geralmente, os filhotes, quando adultos, abandonam o território dos pais, mas acontece de alguns permanecerem por perto, e colaboram com os pais na manutenção dos territórios e na alimentação dos irmãos nascidos depois.
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turismo
VI Ubatubabirds Festival O Ubatubabirds Festival, que teve início no último dia 9, contempla todos os níveis de amigos de aves. Dentre as atividades propostas, ainda dá tempo de participar da observação de aves em Cunha, no Núcleo do Parque Estadual, nos dias 19 e 20 de setembro. Para quem quer aprender mais sobre o assunto, haverá palestras. Richard Hasmussen, apresentador do programa televisivo Aventura Selvagem, falará sobre Conhecer para preservar, no dia 24 de setembro, às 19h00, no Aquário de Ubatuba. No dia 30 é a vez da jornalista Hellen Santos, do Planeta Vanguarda. Ainda tem curso de fotografia de aves no Itamambuca Eco Resort, com Jarbas
Mattos, no dia 18 de setembro. O Eco Resort desenvolve projeto de observação de aves o ano todo, tendo o registro de mais de 220 espécies. Ali foram implantadas trilhas, instalados atrativos e uma câmera online registra o movimento de um dos comedouros de aves. A inauguração da sede do Projeto Dacnis, ONG que apoia a preservação da Mata Atlântica, acontece no dia 25 de setembro, na Estrada do Rio Escuro, bairro Sertão das Cotias. Ver www.dacnis.org.br. O encerramento do festival será no dia 4 de outubro.
para observá-las. É comum encontrar fotografias de aves em propagandas de empresas locais e nos trabalhos escolares das crianças, que contam com educação ambiental pertinente ao tema na rede pública municipal. Donos e funcionários de hotéis e pousadas da cidade também são capacitados para a atividade, por meio de apoio do Conpet/Petrobras. A observação de aves em Ubatuba foi destaque até no programa Globo Repórter, da Rede Globo de Televisão. De lá para cá, vieram jornalistas americanos, observadores europeus, japoneses, latino-americanos, entre outros. Em 2008, foi a vez de uma equipe de cineastas da Venezuela filmar as três es-
Trinta-réis-de-bico-amarelo
pécies de beija-flor que só ocorrem em Ubatuba. O projeto, coordenado por Carlo Ferraro, reconhecido pela Birdlife International, busca o registro de 330 espécies de beija-flor que vivem de norte a sul no continente americano. Ubatuba foi passagem obrigatória. Aqui a equipe filmou 15 espécies e, dessa forma, chegou ao registro de 126 espécies. Serviço: locais de visitação em Ubatuba: Itamambuca, Fazenda Angelim, Puruba, Praia da Fazenda, Ilha dos Pescadores, Centro Cambucá de Observação de Aves. Informações adicionais com Carlos Rizzo pelos telefones (12) 9754 3555 e 3833 4541.
Arapaçu-de-garganta-branca, uma das espécies de pica-pau da região
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Fotos Arquivo / Pedro Rezende
meio ambiente
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O novo
Código Florestal
e a Baixada Santista
Das ocupações dos morros ao prejuízo das matas e florestas da região, a revisão do Código Florestal poderá legalizar e facilitar o desmatamento e a ocupação irregular de áreas de preservação ambiental
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meio ambiente
Ambientalistas alertam que, se aprovado, o novo Código vai facilitar o desmatamento das Áreas de Preservação Permanente (APP), como florestas e matas ciliares
Por Vinícius Maurício
Ambientalistas do Brasil e do mundo se manifestaram contra a reforma do Código Florestal brasileiro, nos ditames em que foi escrito
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Parece que o calor das discussões sobre a reforma do Código Florestal brasileiro não aquece em nada o cotidiano da Baixada Santista. Mas só deveria parecer. Na realidade, a alteração do Projeto de Lei (PL) 4.771, de 23 de janeiro de 1934, e de leis complementares, deve ser motivo de preocupação para os cidadãos e políticos da região. Isso porque, se aprovado, vai facilitar o desmatamento das Áreas de Preservação Permanente (APP), como florestas e matas ciliares, além da ocupação das encostas dos morros para moradia. Segundo a consultora da Unesco (Organização das Nações Unidas para a Educação, a
Ciência e a Cultura) e professora de mestrado em Direito da Universidade Católica de Santos, Maria Luiza Machado Granziera, o PL do Código Florestal é vago em relação às possíveis influências na Baixada Santista. Ela comenta que, no novo Código, cria-se um Programa de Regularização Ambiental (PRA), que permite a consolidação do uso das APPs, sem nenhuma limitação expressa no texto. Para a consultora, tecnicamente, o projeto de lei é falho e confuso, o que, em sua opinião beneficiará o desmatamento e não a proteção da biodiversidade local. “É preciso decidir, por exemplo, em
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Fotos Vinícius Mauricio
que termos se pretende dar anistia para quem desmatou. Afinal, quem ganha com a anistia? Parece-me que apenas quem desrespeita a lei. Essa sistemática é contrária à democracia. A anistia ao desmatador só privilegia a ilegalidade, não beneficia o desenvolvimento do país”, critica.
Meio urbano Nas cidades da região, o PL deve favorecer a expansão habitacional nos morros. A engenheira agrônoma especialista em áreas de proteção ambiental Claudia Vera Bellem Soukup afirma que o Código em vigor é ótimo, mas mal gerido, pois não tem fiscalização. “Não deveria haver mudança; é somente uma desculpa para a expansão agrícola e habitacional. Se aprovado, estarão legalizando o crime. As invasões a áreas de proteção e de risco, na Baixada Santista, só crescem. Há dificuldade em controlar e nossas florestas e morros estão à mercê”, justificou. Claudia comenta que, com o Novo Código, pode ficar mais fácil a ocupação, e os invasores passam a ter uma justificativa legal para tomarem os morros. “Nós corremos o risco de assistir a um péssimo espetáculo como aconteceu na região serrana do Rio de Janeiro.” A solução, para Claudia, é fazer projetos nos morros como o de desocupação da Serra do Mar, do governo estadual. Enquanto que o professor de pós-graduação em Gestão Ambiental da Universidade Santa Cecília e secretário de Meio Ambiente de Guarujá Elio Lopes pensa que precisam ocorrer manifestações civis e políticas na região contra a aprovação do Código. “Devemos nos unir, solicitar audiências públicas nas Câmaras, realizar conversas entre as autoridades políticas da região e tomar parte nas discussões.”
Meio ambiente e a ciência No centro das discussões, a temática ambiental joga mais brasa nas animosidades. Ambientalistas do Brasil e do mundo se manifestaram
Elio Lopes e Maria Luiza preocupados com a abertura para a expansão habitacional nos morros
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Foto Arquivo / Pedro Rezende
meio ambiente
Revisão do Código Florestal pode entrar em choque com o do Plano Nacional de Gerenciamento Costeiro, que sistematiza os limites de expansão das cidades litorâneas
Cidadania na rede Enquanto a revisão do Código atual não sai, os brasileiros podem acompanhar as notícias e debates em torno do projeto no site que a Agência Senado e os veículos de comunicação do governo federal desenvolveram, com informações em áudio, vídeo e texto. A página, hospedada no Portal do Senado, chama-se Reforma do Código Florestal e tem à disposição entrevistas, opiniões e infográficos que ajudam no entendimento do assunto: www12. senado.gov.br/codigoflorestal.
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contra a reforma do Código Florestal brasileiro, nos ditames em que foi escrito. A engenheira agrônoma revela, ainda, que a revisão do Código Florestal se agrava, caso choque com a revisão do Plano Nacional de Gerenciamento Costeiro. Ela explica que as cidades da costa brasileira, inclusive as da Baixada Santista, estão discutindo com a sociedade civil um planejamento econômico-ecológico para apresentar, até o final do ano. Esse plano sistematiza os limites de expansão de cada cidade. Diz Claudia: “Nas discussões do Código, devemos favorecer a discussão do Gerenciamento, para que não haja desencontro de leis a ser cumpridas.” A Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC) e a Academia Brasileira de Ciências (ABC) se reuniram para apresentar pesquisas à Câmara Federal, quando da tra-
mitação do PL na casa. Já no Senado, tanto o deputado Aldo Rebelo (PCdoB), que apresentou a proposta de alteração de lei, quanto os representantes das entidades científicas brasileiras terão a oportunidade de apresentar suas opiniões aos congressistas. Os cientistas devem expor dados referentes a estudos realizados, de forma a contribuir na revisão do Código. Esses estudos, em linhas gerais, favorecem o aumento da produtividade agropecuária em território já utilizado, a transformação de áreas degradadas pela atividade agrícola em reservas legais e a compensação àqueles que preservam os ecossistemas. Intitulado de O Código Florestal e a Ciência - Contribuições para o Diálogo (disponível em www.sbpcnet.org.br/site/arquivos/arquivo_292. pdf), o estudo apontou dados importantes, como os relacionados às APPs.
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porto
Hotéis flutuantes Alinhamento do cais do porto de Santos possibilitará a atracação de até seis navios de passageiros, o que agregará maior estrutura de atendimento à demanda por leitos na região durante a realização da Copa de 2014
Da redação A Copa do Mundo de Futebol de 2014 deverá incrementar a economia das cidades-sede, e também das regiões de seus entornos, por conta da movimentação turística, o que implica, inclusive, na demanda por leitos durante a realização do evento esportivo. Em vista disso, faz-se necessária a execução de obras de construção e adequação para alinhamento do cais de Outeirinhos, no porto de Santos. Para tanto, a Companhia Docas do Estado de São Paulo (Codesp) deu início, dia 2 de setembro, ao processo licitatório para a execução de obra de construção de 1.320 metros de cais, entre os armazéns 23 e 29. Com verbas da Secretaria de Portos (SEP), por meio do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC-Copa), a obra oferecerá a possibilidade de atracação de até seis navios de passageiros na região
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de Outeirinhos, disponibilizando 15,4 mil leitos de alta qualidade. De acordo com José Roberto Serra, presidente da Codesp, “trata-se de uma obra marcante, um grande empreendimento que se soma aos demais e contribui decisivamente para o desenvolvimento do porto, principalmente no setor de atendimento a passageiros, devendo, a médio prazo, colocar Santos pelo menos entre os 5 maiores portos em movimentação de passageiros no mundo.” Santos registra um fluxo de 90% de passageiros em embarque e desembarque, o que gera uma forte demanda de infraestrutura no setor de bagagens e passageiros. A situação se agrava quando navios atracam em cais distantes em até 1,5 km do terminal onde ocorrem os registros de embarque ou desembarque e todo o processo de transferência da bagagem, causando significativo
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Fotos Arquivo / Pedro Rezende
impacto na operação rodo-ferroviária do porto e desconforto para os passageiros. Na última temporada, registrou-se um total de 1,1 milhão de passageiros em 284 escalas, taxa média de crescimento de 30% por temporada e receita de cerca de R$ 230 milhões. Com a obra concluída, a oferta crescerá para até 2,5 milhões de passageiros por temporada. Com o alinhamento do cais, as profundidades passarão de, no mínimo de 4,5 m no trecho da Marinha do Brasil e de 7,5 m no cais do Terminal de Passageiros, para 15 metros. Isso permitirá a atracação de grandes navios que chegam a Santos. Haverá, por outro lado, agilização no atendimento de operação de cargas, com destaque para carga geral e carga de projeto, além de melhores instalações para acomodar navios da Marinha do Brasil.
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Para não comprometer a operacionalidade da área, os serviços serão realizados em duas fases com um total de 7 trechos. Prevista para ser concluída num prazo de 26 meses, a obra está estimada para entrega da primeira fase, do cais da Marinha ao T-Grão, em abril de 2013, e da segunda fase, do T-Grão ao Concais, em dezembro de 2013. O Ibama classificou o empreendimento como de baixo impacto, dispensando a elaboração de EIA-Rima. O licenciamento ambiental está vinculado à Regularização Ambiental do Porto de Santos, encaminhada ao Ibama em 31 de agosto.
Em números A obra de 1320 metros de cais, avaliada em R$ 325 milhões, demandará a cravação de 682 estacas, cerca de 85% delas em leito
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porto
A obra concluída permitirá a disponibilidade de 15,4 mil leitos em navios atracados, com significativa melhoria na demanda de infraestrutura no setor de bagagens e passageiros
rochoso, com comprimentos em média de 30 a 40 metros. Os serviços deverão gerar cerca de 600 empregos diretos. A licitação, na modalidade de concorrência pública pelo menor preço oferecido, poderá contar com a participação de empresa individual ou sociedade regularmente estabelecida no país ou, ainda, consórcio de empresas de engenharia com experiência em obras similares, desde que com capital social mínimo de R$ 30 milhões. Serviço: o edital completo está disponível para consulta na Gerência de Contratações e Licitações - GFL e para aquisição na tesouraria da empresa. A abertura das propostas ocorre dia 10 de outubro de 2011, às 10 horas na GFL. Informações adicionais no site www.portodesantos.com.br/licitacoes.php.
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Proteção e uso racional do território bertioguense Desafios para o novo conselho dos Parques da Serra do Mar e da Restinga O processo de criação dos Parques de proteção ambiental da restinga de Bertioga é um exemplo de construção de política pública com participação social e fundamentação técnica nas decisões que deram origem a Decretos e Resoluções legais do Poder Público. Foram criados: o Parque Municipal Ilha Rio da Praia, o Parque Estadual, da Restinga e duas RPPNs – Reservas Particulares do Patrimônio Natural: RPPN Hercules Florence e RPPN Costa Blanca. Essas novas Unidades de Conservação (UCs), foram integradas ao conjunto de áreas de proteção ambiental já existentes em Bertioga: o Parque Estadual da Serra do Mar, a Reserva Indígena do Rio Silveiras, a Área Natural Tombada pelo CONDEPHAT, a RPPN Parque das Neblinas e as zonas de proteção do Plano Diretor de Desenvolvimento Sustentado de Bertioga: Zona de Suporte Ambiental (ZSA) e Zona de Proteção (ZP).
área, aproximadamente 8% estão ocupados/construídos. Dos 4% restantes, ainda incidem as APPs - Áreas de Preservação Permanente: beira de rios, pequenos córregos e mangues e, de acordo com o Plano de Bacias Hidrográficas da Baixada Santista, representam aproximadamente outros 2%. Nesses 2% de área urbana remanescente, ainda são necessários prever a chamada reserva legal urbana estadual em 20% das propriedades acima de 1.000m2 (mil metros quadrados). Considerando que a maioria dos terrenos urbanos de Bertioga possui vegetação, também deve ser respeitada a legislação da Mata Atlântica, que, de acordo com a quantidade e qualidade da vegetação existente, o proprietário, a partir do licenciamento ambiental, pode utilizar de 30% a 70% de sua área.
As áreas ambientalmente protegidas representavam até 2009, 82% do município de Bertioga. Com a criação dos novos parques – públicos e privados – esse número saltou para admiráveis 88% de proteção ambiental.
Esse é um resumo da caracterização atual do território de Bertioga. E não podemos nos esquecer da parte marinha, onde foi criada a APA Estadual Guaibê (Centro) que tem como função proteger o meio ambiente marinho e ordenar seus usos, em especial as atividades de turismo náutico.
Portanto, restaram para o planejamento urbano, 12% do total do território. Dessa
Recentemente foi constituído de forma participativa e com muita representativi-
[OS NúMEROS APRESENTADOS FAZEM PARTE DO BANCO DE DADOS DA GAIA CONSUlTORIA E GESTãO AMBIENTAl]
dade, o Conselho dos Parques Estaduais da Serra do Mar e da Restinga de Bertioga. Além da fiscalização, gestão, manejo, ecoturismo, pesquisa e educação ambiental das áreas protegidas, outro desafio que se impõe aos conselheiros, é buscar viabilizar o uso planejado e racional das áreas urbanas restantes de Bertioga. Para que essa ocupação fortaleça e se integre harmonicamente ao conjunto das áreas ambientalmente protegidas. Os 2% que restaram do território de Bertioga para expansão urbana estão em áreas de entorno dos Parques, consideradas “Zonas de Amortecimento”. São essas áreas que deverão comportar toda a infra-estrutura urbana e acomodar a população fixa e flutuante da cidade. Nesse contexto ainda temos a perspectiva dos investimentos na cadeia produtiva de petróleo e gás para a baixada santista, vertiginoso crescimento da cidade de Santos e estagnação das atividades econômicas de Bertioga. Certamente a responsabilidade da sociedade em dar respostas a essas questões vão além do conselho do Parque, entretanto, esse ambiente institucional é um excelente espaço para pactuar as escolhas entre a comunidade bertioguense e os órgãos de governo de proteção ao meio ambiente.
Fotos VinĂcius Mauricio
turismo
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Ícone do
Morro São Bento O Museu de Arte Sacra de Santos abriga uma das primeiras imagens de santo produzidas no Brasil, com autoria identificada. Quadros e objetos dos monges que viveram no século XVIII também fazem parte do acervo
Por Vinícius Maurício
Pequeno, mas notável, o museu ao pé do morro São Bento, prestes a completar 30 anos de inauguração, fica ofuscado pela urbanização da região do entorno e pela avenida de trânsito intenso bem em frente. O espaço também não faz parte dos roteiros turísticos e tem poucas visitações em relação a outros pontos culturais da cidade. Mas, o antigo mosteiro que abriga o Museu reserva riquíssimo patrimônio histórico, arqueológico, artístico e cultural, com exposição permanente de arte sacra dos séculos XVI ao XVIII. O local recebe cerca de 500 visitantes por mês, segundo Fabiana Mendes, responsável pelo setor histórico do museu. Número bem aquém dos registrados por outros equipamentos culturais de Santos, tais como o Museu do Café e o Aquário Municipal, um dos lugares mais visitados no estado de São Paulo, com 500 mil visitantes por ano.
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Para aumentar a frequência, Marcela Rezek, uma das responsáveis pela administração do MASS, diz que haverá uma exposição, com início próximo ao final deste ano, quando o museu completa três décadas de existência, e que permanecerá durante 2012. Outro bom incentivo à visitação deverá ocorrer com a inclusão do museu no roteiro dos passeios de bondinho e de ônibus turístico, o que deve ocorrer em breve, de acordo com Fabiana. Ela diz que a maior parte dos visitantes do museu, curiosamente, é de turistas vindos, principalmente, de São Paulo, e pessoas da própria comunidade do morro São Bento, onde são desenvolvidas atividades educativas e de conscientização, como o projeto Cinema no Museu, uma vez por mês, e o teatro de fantoches Seu Bartô, que encena a história da transição do mosteiro para museu, para o público infantil.
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turismo A peça explica que o atual museu era, na verdade, um mosteiro de monges beneditinos alemães, vindos de São Paulo. De acordo com Fabiana, a área onde ele se encontra foi doada, em 1650, aos religiosos pela família de Bartolomeu Fernandes Mourão, ferreiro da armada de Martim Afonso, fundador da Vila de São Vicente. Ana Paula dos Santos Franco, também responsável pelo setor de história do MASS, explica que, quando os monges chegaram ao morro, só havia uma ermida (capela pequena), que foi ampliada, tornando-se, posteriormente, capela de Nossa Senhora do Desterro. Só depois foi construído o mosteiro, ao lado. O claustro tem, no seu entorno, o antigo refeitório, onde, atualmente, é o salão principal de exposições do museu; a sala de exposições temporárias e a recepção; os antigos dormitórios e a capela. Pequena e aconchegante, já passou por reformas no piso, no teto e algumas reestruturações e restaurações, inclusive na pintura. Em estilo colonial paulista, um barroco tardio, explica Fabiana, ela se caracteriza pelas paredes muito grossas, feitas da mistura de caldo de conchas, pedras e óleo de bananeira. Além disso, há poucos vãos, como janelas. “Acreditava-se que o fato de as paredes serem grossas fazia do lugar um ponto estratégico de defesa da Coroa. Mas, é porque foram feitas para suportar toda a estrutura da construção”. Segundo ela, os monges deixaram o mosteiro quando, na Segunda Guerra Mundial, o então presidente do Brasil, Getúlio Dornelles Vargas, decretou que todos os japoneses, alemães e italianos e seus descendentes deixassem
Detalhe da parte frontal do altar da Capela de Nossa Senhora do Desterro (acima) e a monitora do Mass Ana Paula (centro), com visitantes de São Paulo
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O atual museu era um mosteiro de monges beneditinos
a costa brasileira, alegando que poderiam ser espiões do Eixo (grupo que lutava contra os Aliados, do qual o Brasil fazia parte). Os monges foram de Santos para Vinhedo, em São Paulo, onde construíram outro mosteiro, em funcionamento até hoje. Já o mosteiro do morro São Bento foi doado à Diocese de Santos e se tornou museu, anos mais tarde.
MASS O Museu de Arte Sacra foi criado em 12 de dezembro de 1981. O antigo refeitório do mosteiro é o maior salão do museu e abriga uma exposição permanente de imagens de santos, em madeira ou terracota (barro cozido), datadas dos séculos XVI ao XVIII. Entre as imagens, as que mais chamam atenção por suas histórias e importância são a de Santa Catarina de Alexandria e de Nossa Senhora da Conceição, esta uma das primeiras, se não a primeira, imagens produzidas no Brasil com autoria conhecida. Segundo Ana Paula, a imagem de Nossa Senhora foi feita pelo santeiro João Gonçalo Fernandes, em 1560. Participou de exposições em várias partes do mundo, sendo bastante conhecida. A imagem retrata uma santa ao
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estilo barroco europeu: rechonchuda, pele clara e rosada e roupas com movimento. Em relação à imagem de Santa Catarina, acredita-se que tenha vindo ao Brasil em 1540, trazida por um casal de portugueses colonizadores. Ficava, antes, no outeiro de Santa Catarina. Mas com a invasão do temido corsário francês Thomas Cavendish a Santos, a imagem foi lançada ao mar, ficando perdida por 72 anos. Escravos do colégio de jesuítas (que ficava próximo ao prédio da atual Alfândega) pescavam quando a encontraram, causando grande repercussão na cidade. Diz Fabiana: “Tenta-se descobrir, agora, por que a imagem é diferente das outras da época (a imagem é escura, sem expressões faciais da época, lembrando um ventríloquo). Pelas características, ela não deve ser do período Renascentista, como se pensa, pode até ser da Idade Média.”
Dentro do museu, onde a arte sacra vigora, existe a sala de arte profana. Isolada dos demais objetos, como antigos instrumentos utilizados nas missas e procissões, a sala abriga quadros de arte contemporânea. São telas modernistas datadas da década de 1950, que retratam o cotidiano do trabalho no porto e outras pinturas
Serviço: o Museu de Arte Sacra de Santos (Rua Santa Joana D’Arc, 795 - Morro São Bento) funciona de terça-feira a domingo, das 11h00 às 17 horas. As visitas são monitoradas e os grupos devem agendar previamente pelo telefone (13) 3219 1111. A entrada única custa R$ 5.
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IMPRIMINDO
HOJE
PENSANDO
FUTURO
NO
Telefax: 19 - 3112.8700 / 3273.0637 www.graficasilvamarts.com.br Rua Flávio Telles, 15 - Esquina com Henrique Veiga (paralela com o Tapetão) Jd. Santa Genebra • CEP 13080-291 • Campinas • SP
Fotos Flávia Souza
agricultura
Terra produtiva Num passeio exploratório por Itanhaém, cidade famosa por suas belas praias, descobre-se seu lado rural, dotado de produtivos campos verdejantes, que compõem uma paisagem inusitada
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Há quatro anos no cultivo de palmito pupunha, Maximino Gonçalves colhe anualmente uma média de 10 mil quilos do produto
Por Flávia Souza Terra arada, fazendas, animais pastando livres nos campos e um povo tranquilo e amigável, sempre disposto a uma boa prosa. Acredite! Estamos em Itanhaém, cidade litorânea e muito procurada por suas inúmeras e belas praias. Numa viagem de cerca de 10 km a partir do centro do município, no sentido do interior da cidade, chega-se à região conhecida como microbacia hidrográfica do Rio Branco, com mais de 17 mil hectares, a qual concentra grande atividade agrícola. São inúmeros sítios e fazendas,
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nos quais reina a plantação de banana e palmito pupunha, mas com muito espaço ainda para outras culturas, como batata-doce, berinjela, inhame, chuchu e pimenta vermelha, entre outros. Oriundas da agricultura familiar, essas áreas de plantações e pastos são fontes de renda para 570 famílias, segundo dados da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo (LUPA 2008). Toda produção é comercializada aos sábados, na Feira do Agricultor Familiar, que acontece no estacionamento do Paço Municipal, no
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agricultura centro da cidade. No local, também estão disponíveis derivados artesanais como bolos, pães e sucos, além de pescados.
Escolha certa Há quatro anos no cultivo de pupunha, Maximino Gonçalves de Jesus, conhecido por Massu, é um dos pioneiros desta produção em Itanhaém. Iniciou com poucas mudas, a fim de avaliar o resultado. A iniciativa foi tão acertada que, hoje, o agricultor conta com uma área de 4,6 hectares da palmácea, e colhe anualmente uma média de 10 mil quilos do produto. “Eu já tinha plantado maracujá, chuchu e mandioca, mas nenhum desses cultivos me convenceu. Confesso que fiquei surpreso com o pupunha, pois ele não é muito exigente. Outra vantagem é que o primeiro corte acontece a partir de 18 meses de plantio. Depois disso, os brotos crescem rápido e permitem uma produção permanente; ele pode voltar a ser colhido a cada dois meses”.
Cerca de 400 búfalos são criados na região, o que garante boa produção de queijos. Abaixo, hortaliças crescem vigorosas
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Outra conveniência do palmito pupunha é que ele pode ser plantado por qualquer pessoa, diferentemente do que acontece com a espécie juçara. Nativo da região, o juçara só deve ser cortado após sete anos e, ao se retirar o palmito, mata-se a planta. Como está ameaçado de extinção desde a década de 1980, este tipo de palmeira só pode ser plantada se o agricultor obtiver registro do Ibama. Massu também cultiva diversos tipos de legumes, além da pimenta vermelha que, por ser sensível a baixas temperaturas, só deve ser cultivada nos meses de calor. Itanhaém também é forte na horticultura, suínocultura e bubalinocultura, ou seja, criação de búfalos. O engenheiro agrônomo Odil Vasquez há 40 anos cria búfalos no município. “Já criei vários animais aqui, mas acabei descobrindo que o búfalo é quem se adapta melhor ao nosso clima”. Atualmente, ele contabiliza cerca de 400 cabeças. Na fazenda São Pedro, da qual
é proprietário, 10 funcionários auxiliam no cuidado com os animais e três trabalham na produção de derivados do leite. A fazenda produz cerca de mil quilos de queijo por mês, comercializados na própria cidade para pequenos comerciantes, como pizzarias e empórios. Vasquez é presidente da Associação de Produtores Rurais de Itanhaém e afirma que o setor agrícola cresceu consideravelmente nos últimos quatro anos, e fortaleceu os agricultores. Ele diz que uma fábrica de processamento de palmito será instalada, em breve, na zona rural. E que o próximo passo deverá ser dado pelos produtores de banana, que já discutem a possibilidade de criar uma cooperativa.
Associação de Produtores Rurais de Itanhaém afirma que uma fábrica de processamento de palmito será instalada na região
Serviços: a Feira do Agricultor funciona aos sábados, das 7 às 16 horas, no estacionamento do Paço Municipal, na Avenida Washington Luiz, 75, Centro.
Turismo rural O surfista Marcus Souza Ferreira, presidente da ONG Ecosurfi - Entidade Ecológica dos Surfistas, vê no interior de Itanhaém um forte potencial para desenvolver o turismo rural e ecológico com base comunitária. “Localizadas no entorno dos limites
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do Parque Estadual Serra do Mar, essas propriedades mantêm um estilo de vida típico de regiões interioranas, o que é um forte atrativo para quem imagina que Itanhaém só tem praia”. Com um projeto que visa o desenvolvimento do pólo de turismo ecológico
e rural de Itanhaém, a ONG iniciou o processo de diagnóstico participativo da comunidade, com o objetivo de conscientizar os moradores das áreas rurais sobre a importância de aproveitar de maneira sustentável os recursos naturais existentes.
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história
Sim, nós também temos um
biental. Rio Claro co, Geográfico, Am ncias Naturais Ciê pal Escolar Históri Fonte Atlas Munici Laboratório de Ensino de Geografia e SP. UNESP -
Caminho de Santiago Ele tem onze mil quilômetros, liga a cidade de São Vicente, no litoral paulista, à Machu Picchu, no Peru, e atende pelo nome de Caminho de Peabiru. A rota milenar e pouco conhecida liga o Oceano Atlântico ao Pacífico, e percorre, por terra, quatro países: Brasil, Paraguai, Bolívia e Peru
Por Flávia Souza
Há várias rotas que permitem fazer essa peregrinação mística, mas a principal sai daqui do litoral, mais precisamente da cidade de São Vicente, com destino à capital. De lá segue pelas Avenidas Jabaquara, Paulista e Rebouças, margeia o rio Pinheiros e sobe o rio Tietê, até Itu. Depois cruza o estado do Paraná, de Leste a Oeste, até entrar no Paraguai. Após atravessar a Bolívia e ultrapassar a Cordilheira dos Andes, chega à cidade de Cuzco, no sul do Peru, já na costa do Pacífico, onde se erguem as ruínas de Machu Picchu.
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O trajeto transcontinental é uma das estradas históricas mais importantes da América do Sul, e percorre, atualmente, longas rodovias, corta matas e rios, supera cataratas, pântanos e cordilheiras. No passado, esse caminho formava uma estrada “larga de oito palmos (1,60m), com mais de 200 léguas (1.200 km) de comprido” (de acordo com Eduardo Bueno, em seu livro Náufragos, Traficantes e Degredados, Coleção Terra Brasilis, Vol.II). Para evitar o efeito erosivo da chuva, os índios guaranis plantavam pela trilha uma gramínea
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Foto Flávia Souza
tígios do que um dia foi este trajeto. Em seus trechos mais complicados, a rota chegou a ficar oculta pelas pedras; em outras partes haDe São Vice via sinalização nte rumo a uma grande aventura demarcada por inscrições rupestres, símbolos e mapas de procedência indígena. Não se sabe ao certo a origem do trajeto, similar aos Caminhos de Santiago, que afluem de toda a Europa, se encontram com caminhos espanhóis e seguem em direção à cidade de Santiago
Fotos Diário de Motocicleta
chamada puxa-tripa, que evitava que o caminho fosse encoberto pela mata. Peabiru, em tupi-guarani, significa caminho forrado, caminho pisado, caminho sem ervas, caminho que leva ao céu. Existe a crença de que o Caminho de Peabiru foi construído a partir de orientação celeste, já que os índios creem que a Terra Sem Mal pode ser alcançada seguindo a Via Láctea. O que faz todo sentido, já que o trajeto segue um sentido diagonal (do interior para o litoral brasileiro) e não Leste/Oeste ou Norte/Sul como a habitual orientação. Curiosamente, os antigos egípcios, gregos, indianos e incas também viam a Via Láctea como um caminho. Atualmente, restam apenas alguns ves-
...corta matas, rios e áreas rurais
Trajeto percorre longas
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rodovias...
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história
de Compostela. Historiadores dizem que o Caminho de Peabiru começou a ser construído entre 100 A.C. e 800 D.C. “Essa trilha não é uma lenda. Apesar de o seu trajeto no estado de São Paulo estar ocupado hoje por estradas, no Paraná ainda há trechos que comprovam sua existência”, diz o historiador Marcos Braga, coordenador da Casa Martim Afonso, em São Vicente. Na verdade, tratava-se de uma rota comercial feita aqui pelos índios, na maioria, guaranis e carijós e, no Peru, pelos incas. Segundo Braga, a notícia da descoberta desse caminho foi um dos motivos que incentivaram Martim Afonso de Souza a vir para o Brasil, onde fundou a Vila de São Vicente, em 1532. “Na Europa dos séculos XVI e XVII, falava-se da existência do reino de ouro e prata do
O caminho leva a M achu Picchu, na cidad e de Cuzco, no Peru
rei branco (N.R.: trata-se do rei inca Huayna Capac). Então, quando os europeus ouviram falar sobre o Caminho de Peabiru, logo concluíram que era esse o meio de chegar ao reino da lenda”.
Os desbravadores Pelo caminho por onde teriam passado os conquistadores espanhóis, os jesuítas das reduções, os bandeirantes paulistas nos séculos XVI e XVII e mesmo os pioneiros desbravadores do final do século XIX, passam hoje motociclistas aventureiros. Este é o caso do casal Gustavo Dias (Guga) e Elda Silveira, que fez da aventura de tri-
lhar o Caminho de Peabiru um projeto intitulado Diário de Motocicleta. Assim, no dia 31 de julho, a dupla saiu do Parque Cultural Vila de São Vicente, rumo a Machu Picchu, aonde chegaram no dia 27 de agosto. Dos dias 4 a 9 de outubro, a equipe contará mais detalhes dessa aventura no Salão Duas Rodas, que acontecerá no Pavilhão de Exposições do Anhembi, na capital paulista.
chu
Gustavo Dias e Elda Silveira em Ma Picchu
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comportamento
Biblioteca verde O cenário é inconfundível: mesas, cadeiras e estantes abarrotadas de livros, revistas e jornais. Pessoas de todas as idades, em silêncio total, concentradas em suas leituras. Mas, em Guarujá, o cenário é acrescido de um diferencial inusitado, uma horta fitoterápica, um complemento natural ao acervo do saber
Por Flávia Souza
Sabe aquele mato que cresce em seu quintal? Será que é apenas mato, ou, talvez, seja uma erva capaz de fazer maravilhas para sua saúde ou para sua mesa? A resposta pode ser dada pelo professor Pedro Menezes do Nascimento, coordenador cultural e tecnológico das oito bibliotecas públicas de Guarujá, e autor da brilhante ideia de criar uma horta fitoterápica dentro do espaço da Biblioteca Geraldo Ferraz, em Vicente de Carvalho. Ele aproveitou uma área externa de 60m2 e lá plantou mais de oito mil mudas de variadas espécies. Metade da área é composta por canteiros e, a outra, por estufas para reprodução. Das 127 espécies de ervas encontradas no local, 47 estão na lista de plantas autorizadas para uso medicinal pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). O es-
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Fotos Flávia Souza
paço, que antes era visto como um brejo, hoje gera vida e conhecimento para a comunidade. Pedro conta que não se conformava com o espaço ocioso e resolveu transformar a área num refúgio verde. Agregou parceiros para colocar o projeto em prática e, em pouco tempo, formou uma equipe com biólogo, engenheiro agrônomo, farmacêutico e ervanário. Com o objetivo de divulgar a horta, a equipe visitou diversas casas da comunidade e aproveitou para pesquisar o que as pessoas tinham plantado nas residências. A maioria nem sabia que possuía ervas benéficas em casa. Criada há um ano e meio, a horta foi um chamariz para aumentar a frequência na biblioteca, baseado num conceito de ensino com ênfase na interatividade e interdisciplinaridade. Deu certo. Em dias de visitação, os 31 funcionários do espaço ficam envolvidos com as atividades direcionadas. Mais do que ver plantas, as crianças recebem conhecimentos práticos para toda vida sobre botânica, bioquímica e meio ambiente. Ângela Madalena de Lima, professora e bióloga, há muito cultivava o sonho de ter uma horta para ensinar sobre a natureza de forma prática. Ela diz: “Quando vi esse espaço e no que ele estava se transformando, fiquei encantada; sinto-me realizada em fazer parte disso”.
Os professores Pedro e Ângela no cuidado diário com a horta fitoterápica, anexa à biblioteca municipal
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comportamento
Aula que é pura diversão Na hora do lanche, os estudantes vão para uma sala onde é servido um chazinho de capim-limão (também conhecido como cidrão), e aprendem mais sobre esta erva que substitui o limão em refrigerantes de soda. Depois, ouvem histórias contadas pelos professores. Quando pensam que a aula terminou, chega a professora Ângela para o próximo ritual. Tirinhas de filtro de café são distribuídas para que os estudantes as mergulhem numa mistura de água, suco de beterraba e outros vegetais. Com uma das pontas da tira para fora do copo e a outra em contato com a mistura, os alunos veem nascer a cor. Na mesma experiência, estudam como a água sai da raiz de
A ansiedade costuma ser geral quando os estudantes descem do ônibus escolar na porta da biblioteca. A primeira parada é na horta, onde passam a conhecer a planta pela forma, nome e cheiro. Ali descobrem, por exemplo, que erva lavadeira (também conhecida como melão de São Caetano) combate piolhos e era usada pelas escravas para lavar roupas, devido ao perfume que exala. Junto com os ensinamentos vêm as advertências dos professores sobre o uso das plantas de forma indiscriminada e o conselho para se pesquisar em livros especializados sobre como utilizar cada erva; a própria biblioteca dispõe de uma estante exclusiva de livros sobre o assunto. Orientam, também, a consultar um médico ou nutricionista antes de fazer uso de alguns tipos de chás, pois, tanto podem ajudar como agravar um problema. Bons exemplos são os chás verde, vermelho e branco - bebidas da moda que não são indicadas para quem tem hipertensão. Outros, como o de camomila, hortelã e erva-cidreira, não trazem qualquer problema. Serviço: a biblioteca Geraldo Ferraz fica na Rua Ceará, s/n, Jardim Santense, no centro de Vicente de Carvalho. Visitas monitoradas podem ser solicitadas pelos telefones (13) 3386 6041 e (13) 3341 7845. Para saber mais acesse www.bibliotecasdeguaruja.blogspot.com
uma planta e chega às folhas e ainda ouvem sobre capilaridade das plantas, fotossíntese, evaporação e clorofila. Ah, eles também aprendem como os índios utilizam o urucum para pintar o próprio corpo e objetos artesanais.
Visitas proporcionam às crianças conhecimentos práticos sobre botânica, bioquímica e meio ambiente
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saúde
Respire bem
e viva melhor
De boca fechada, inspire profundamente, expandindo o ventre; repita por três vezes ou mais. Se você já se sentiu melhor, imagine os benefícios que terá ao adotar essa prática como rotina diária
Foto Stock
Por Flávia Souza
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Respiramos para viver, mas a qualidade desta ação é que faz toda a diferença. Para que o ar chegue devidamente aos pulmões, um longo caminho é percorrido. Para tanto, o nariz é o órgão mais importante, já que é por ele que o ar deve entrar, e não pela boca. Então, feche a boca e inspire. Sinta o ar entrando limpo, pois está sendo filtrado pelo nariz, cujos pelos, além de purificar, também aquecem o ar - que vai até o cérebro, oxigena o órgão e deixa a pessoa mais ativa. Depois, o ar desce, passa pela glote, pela laringe, pelas cordas vocais, pela traqueia, até chegar ao pulmão. A respiração é a base de tudo, como diz a psicóloga santista Regina Claudia Carvalho Comenale Ferreira que, em suas con-
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sultas, chama a atenção para a importância da respiração correta. “Quando a pessoa respira corretamente, tem a sensação de que fez uma limpeza, pois as coisas ficam mais claras. Ela consegue voltar para o seu eixo e focar no aqui e agora, administrando melhor a vida. A ansiedade é uma das causas da má respiração. As pessoas já acordam pilhadas, com milhões de coisas para fazer. O fato é que o ser humano produz muito mais se conseguir respirar direito”. Sua tese é reforçada por Roberto Simões, instrutor de ioga. “Cada indivíduo busca o ar de uma forma e os padrões respiratórios estão ligados aos padrões emocionais, que estão conectados aos padrões da mente. A respiração correta ajuda a diminuir a loucura que é a mente humana, abrindo espaço para que a pessoa passe a pensar na vida”.
Como respirar Eliana Prado, fisioterapeuta de Praia Grande, diz que a respiração correta é aquela feita pelo bebê quando está dormindo. “Quando o ar entra pelos pulmões, a barriga cresce; quando o ar sai, a barriga murcha. Esse processo é feito com ritmo, mostrando a forma certa de se usar o diafragma”, explica. Quando o problema é respiratório, o jeito é buscar ajuda médica. A pneumologista infantil Ana Flávia Laitano, de Santos, diz: “Quem não inspira o ar corretamente por algum problema respiratório, deve procurar um médico, que é o profissional indicado para tratar a pessoa da forma correta. Também aconselho a prática de atividade física, que melhora a ventilação e perfusão pulmonar.” De fato, atividades físicas ajudam a pessoa no aprendizado da respiração correta, além de beneficiar a saúde e produzir bem-estar. A natação, por exemplo, é muito in-
Ah, ar! Existem dois tipos de respiração: a torácica (barriga para dentro e peito para fora), mais utilizada e menos recomendada; e a respiração diafragmática ou abdominal (barriga para fora e peito para dentro), que utilizamos no início de nossas vidas, mas desaprendemos com o tempo. Veja como respirar corretamente: - Deitado, coloque uma mão na barriga, logo acima do umbigo, e a outra no peito; - Com o nariz, inale lentamente, procurando fazer de sua barriga um balão expandindo-se. A mão na barriga sobe e desce, e a mão no tórax deve se mexer bem pouco; - Respire com calma, de maneira regular e suave; - Expire lentamente, mais ou menos na mesma velocidade que inspirou. Deixe sair todo o ar. As primeiras experiências podem ocasionar tonturas. Portanto, faça os exercícios devagar. * A terapeuta Regina Cláudia Carvalho indica fazer os exercícios logo que acordar, ainda na cama. Outra dica para iniciantes é executar o exercício, no mínimo, numa série de quatro vezes seguidas.
A respiração correta é a abdominal (barriga para fora e peito para dentro)
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saúde
A ansiedade é uma das causas da má respiração, principalmente na atribulada vida moderna
Fique atento As consequências da má respiração não atingem apenas a área psíquica. O ciclo incorreto da inspiração-expiração do ar pode causar sérios problemas à saúde em geral, pois altera todo o metabolismo da pessoa, fazendo com que os órgãos fiquem em déficit, o que pode causar aumento da pressão arterial, dor torácica, sobrepeso e obesidade, segundo a fisioterapeuta Eliana Prado. A pneumologista infantil Ana Flávia Laitano alerta sobre os danos à memória e concentração, que podem prejudicar o rendimento escolar ou profissional. Já a fonoaudióloga Vanessa Ludoca Paes de Barro chama a atenção para os problemas relacionados à insônia, halitose, alterações na mastigação, na dentição, nutrição e olfato. Ainda segundo as especialistas, quando feita pela boca, a respiração pode acarretar, também, alterações
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dicada para quem sofre de bronquite, isso porque, algumas modalidades, como o crawl, proporcionam um exercício respiratório completo. “Os pulmões abrem quando a pessoa está nadando, o que resulta numa melhor reserva respiratória”, diz Natallie Corrêa, professora de natação. Outros métodos, como ioga, tai chi chuan e pilates, têm a respiração como base principal dos movimentos. Mas não é apenas com atividade física que se aprende como fazer a correta entrada e saída do fôlego. A música pode ser uma alternativa para se aprender a respirar certo sem suar, como diz Fábio Ferreira, instrutor de iniciação musical: “Tanto os cantores, quanto quem toca qualquer
no nariz, na faringe e ortodônticas, além de doenças cardiovasculares, redução do hormônio do crescimento, cefaleias e diminuição da libido. São vários os fatores que levam a pessoa a adotar um padrão respiratório deficiente: roupas apertadas - que limitam o movimento do diafragma-, abdômen comprimido, estresse, medo e tensão. Crianças que usam chupetas e mamadeiras, com frequência também acabam adotando esse mau hábito. Mas há quem receba o ar pela boca por necessidade. Ana Flávia Laitano diz que pessoas com alterações nas vias aéreas, assim como nas vias superiores, como rinites, sinusites ou aumento de adenoides, usam a respiração mais superficial como forma de compensar a deficiência nasal. “Problemas como pneumonia, asma, secreções causadas pela poluição ou cigarro também podem interferir na correta execução do ato.”
tipo de instrumento musical, precisam saber utilizar a respiração para a correta execução da ação. Os músicos precisam aprender a respirar para controlar as notas, sejam tiradas dos instrumentos, sejam das cordas vocais.” Mirian Silva Santos, professora de flauta, enfatiza que, em instrumentos de sopro, a respiração faz toda a diferença. “Além de ensinarmos a correta embocadura, também damos diversos exercícios que trabalham os órgãos do aparelho respiratório para os alunos de iniciação musical. Os alunos enchem bexigas, o que expande os pulmões; deitam no chão para perceber a forma certa de se respirar. Esses exercícios fazem o ar entrar pelo nariz, ir
No uso de instrumentos de sopro, a respiração é fundamental
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Fonoaudiólogos utilizam a prática da respiração adequada como exercício
para a traqueia, depois para o pulmão que é esponjoso e se dilata, fazendo com que o diafragma se contraia e relaxe. Nesse processo, o ar é devolvido para fora, mas antes de sair ele faz com que as cordas vocais vibrem e o som saia limpo.” Outros exercícios são indicados para aprender a respirar. A fonoaudióloga Vanessa Ludoca Paes de Barros, de Praia Grande, diz que costuma desenvolver atividades com os pacientes usando um palito de madeira entre os lábios. “Se ele consegue fazer tudo o que lhe é proposto sem tirar o palito na boca é porque ele respira certinho, pelo nariz. Mas se ele
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precisa tirar para buscar o ar, então começamos o trabalho respiratório com ele.” Segundo ela, esse processo de reaprender a respirar não é fácil. Durante os exercícios de reeducação é comum que a pessoa sinta tontura, porque o pulmão acostumado com a respiração rápida e superficial-, perdeu a capacidade de receber o oxigênio. “Mas isso não deve ser visto como um bloqueio para a aprendizagem. Se ela continuar a praticar regularmente os exercícios, verá quantos benefícios alcançará”. Bem, como se vê, não é nada difícil; qualquer pessoa pode fazer isso sem ajuda. O resultado vale a pena.
O ciclo incorreto da inspiração-expiração do ar pode causar sérios problemas à saúde em geral, pois altera todo o metabolismo da pessoa
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turismo internacional
Arco do Triunfo de Bruxelas, construído para comemorar os 50 anos da independência da Bélgica (1830)
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Fotos Renata Inforzato
Um minitour pela fascinante
Bruxelas A bela capital da Bélgica oferece bem mais que seus famosos chocolates; nela há beleza, história e passeios memoráveis
Por Renata Inforzato
Uma curiosidade sobre Bruxelas é que ela também é conhecida como a cidade das histórias em quadrinhos. O célebre herói Tintin nasceu na região, assim como os Smurfs, cujo nome em francês é quase impronunciável - Les Schtroumpfs. Ao andar pela cidade, nos deparamos com as fachadas ou laterais das construções desenhadas ao estilo das histórias em quadrinhos. Na cidade fica o maior museu do gênero, o Centre Belge de Bande Dessinée (Centro Belga de Histórias em Quadrinhos), na Rue des Sables, nº 20. A visita é um paraíso para crianças e adultos que, nos seus quatro andares, podem encontrar de tudo sobre as histórias em quadrinhos, desde o processo de criação, até os mais famosos quadrinhos
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belgas. Criado em 1989, é altamente interativo, com exposições permanentes, inclusive sobre as primeiras tirinhas publicadas na Bélgica, e exposições temporárias. Além disso, funciona ali um importante centro de pesquisa, cujo catálogo é também disponível online. No térreo, uma grande livraria é a tentação dos amantes da arte. A Bélgica, país com pouco mais de 10 milhões de habitantes, fronteira entre a Europa Germânica e a Latina, possui três línguas oficiais: neerlandês, cuja variante falada na Bélgica se chama flamengo, o alemão, usado por uma pequena parte da população, e o francês, mais no Sul do país. Em Bruxelas, as duas principais línguas, a flamenga e a francesa, são usadas em todos os lugares públicos.
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turismo internacional
Grand-Place, considerada como a mais linda praça do mundo pelo escritor Victor Hugo
Manneken-Pis, o maior símbolo de Bruxelas
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Manneken-Pis A fonte, na qual um menino faz xixi, é o maior símbolo de Bruxelas, tanto que aparece em toda parte, até em embalagens de chocolates. Inúmeras lendas são atribuídas ao local, como a mais famosa, que fala sobre um rico burguês que havia perdido seu filho único no meio da multidão durante uma das festas da cidade. Cinco dias depois, ele o encontra fazendo xixi em uma das esquinas do lugar, na rue de L’Étuve, onde hoje está a estátua-fonte. Verdade ou não, a fonte foi esculpida em bronze pelo artista Jérôme Dusquenoy, em 1619. Desde então, ele já foi vestido, em algumas ocasiões, com inúmeros trajes, sendo o primeiro de 1693. As roupas de Manneken estão expostas no museu da cidade (Musée de la Ville de Bruxelles), mas não podem ser fotografadas. A estátua do Manneken-Pis é um dos pontos turísticos mais fotografados de Bruxelas e seu personagem é tão amado pelos belgas que, em 2007, foi símbolo de uma campanha para a conscientização do câncer de próstata.
A Grand-Place Segundo o célebre escritor Victor Hugo, é a mais linda praça do mundo e situa-se no coração do centro histórico. O que mais surpreende no lugar é a aparente coesão arquitetônica entre estilos e épocas diferentes, formando um conjunto que parece saído de um conto de fadas. No entanto, somente o Hôtel de Ville (prefeitura) construído entre 1402 e 1444, foi poupado dos incêndios causados pelos ataques franceses de 1695. O restante da praça foi reconstruído durante os séculos seguintes. Além do Hôtel de Ville, que domina o lugar, na praça está situada a Maison du Roi, que data do século XII, mas foi reformada ao longo dos séculos. No lugar, funciona o Musée de La Ville de Bruxelles (Museu da Cidade de Bruxelas), que, conhecido pela sua incomparável coleção de porcelanas, vale a pena ser visitado. Na Grand-Place, também encontramos restaurantes e cafés, que funcionam nas antigas construções do século XVII.
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História Embora na região haja vestígios anteriores ao período romano, considera-se a fundação de Bruxelas durante o século X, quando o império de Carlos Magno foi dividido entre seus netos. Um deles, Lotário I, construiu, em 979, uma fortaleza que assinala a fundação oficial de Bruxelas. Por ser banhada pelo rio Senne (não confundir com o Sena, que banha Paris) e caminho de uma importante rota comercial entre Brugges e Colônia (esta última na Alemanha), Bruxelas se desenvolveu rapidamente. Em 1516, Carlos V foi coroado Rei do Império Espanhol na Catedral de Bruxelas. Quatro anos mais tarde, seria coroado, na mesma catedral, Sacro Imperador Romano, tendo um império que compreendia quase toda a Europa Ocidental. Natural da região de Flandres, onde está situada Bruxelas, Carlos V aumentaria ainda mais a importância da cidade, até sua abdicação, em 1555. Em 1695, Bruxelas foi atacada por ordens do rei francês Luis XIV. Os ataques destruíram quase toda a cidade, cerca de 5000 casas foram incendiadas, incluindo os edifícios medievais da Grand Place, o local mais importante e visitado de Bruxelas. Cem anos depois, em 1795, a Bélgica, cobiçada
Galeries Saint-Hubert
Construídas em 1846 pelo rei Leopoldo I, as galerias formam um vasto conjunto artístico realizado por Cluysenaer e com estátuas esculpidas por Jacquet. Possuem 212 metros de comprimento, 8 metros de largura e 18 metros de altura. São as mais antigas galerias da Europa que abrigam lojas, restaurantes, cafés, teatros e até um museu, o do Manuscrito, com acesso pelas seguintes ruas: Rue de L’Ecuyer, Rue d’Arenberg, Rue des Bouchers e Rue du Marché aux Herbes.
pelo governo revolucionário francês, foi anexada à França e, unificada administrativamente, Bruxelas sofreu um novo impulso econômico. Com a derrota de Napoleão, em 1815, a Bélgica foi anexada à Holanda, no Reino dos Países Baixos. Isso provocou uma grande revolta por parte dos belgas, que em sua maioria eram católicos e não queriam ser governados por um soberano holandês e protestante. Assim, em 1830, ocorre a Revolta de Bruxelas e a Bélgica torna-se independente, tendo Leopoldo I como monarca. Nascia também a conhecida neutralidade belga, que seria quebrada nas duas Grandes Guerras, com a invasão alemã ao país. Bruxelas sofreu principalmente durante a Segunda Guerra Mundial, pois foi ocupada pelos alemães de 1940 até 1944, tempo em que o governo belga se instalou em Paris e depois em Londres. Durante o pós-guerra, Bruxelas, como toda a Bélgica, voltou a crescer economicamente. O país foi dividido em três regiões semiautônomas: Flandres, ao Norte, falante do flamengo, Valônia, ao Sul, de maioria de língua francesa, e Bruxelas, bilíngue. Em 1992, com a criação da União Europeia, Bruxelas se tornou uma de suas capitais, junto com Estrasburgo, na França, e Luxemburgo.
Cathédrale des Saints Michel et Gudule
Sua origem remonta ao século X, data da fundação de Bruxelas. O edifício atual começou a ser construído por volta do século XII, mas só foi acabado no século XVI, o que explica as sobreposições de estilo. Como quase todas as igrejas europeias, a catedral de Bruxelas é um verdadeiro museu, com destaque para o órgão e os vitrais. Também se pode visitar a cripta romana e o Museu do Tesouro da igreja. Fica na Parvis Saite-Gudule, 1000.
Fachadas desenhadas ao estilo das histórias em quadrinhos
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turismo internacional Atomium
Criado em 1958 para a Exposição Universal, esta gigantesca instalação é uma das mais visitadas de Bruxelas. Você pode entrar por suas esferas e tubos, ver a exposição permanente, com a história do monumento, e as temporárias. No último andar, além de uma linda visão de Bruxelas e arredores, um restaurante funciona no local. No térreo, há livraria e lojas de souvenires e chocolates. Fica na Square de l’Atomium.
Miniaturas
Ao lado do Atomium, há uma área com pequenos e charmosos restaurantes, inclusive, um “típico” brasileiro. No local funciona a Mini-Europa, um parque onde há miniaturas das principais atrações das mais importantes cidades da União Europeia. É possível “visitar” a Torre Eiffel, a Torre de Pisa, o Big Ben e muitas outras maquetes. Ao lado de cada uma, há um quadro com as principais informações sobre o país e um botão para acionar um gravador com o respectivo hino nacional. É um local totalmente interativo: pode-se até derrubar o muro de Berlim, por exemplo.
Guloseimas A cerveja e o chocolate são outros motivos para visitar Bruxelas. Estima-se que em toda a Bélgica sejam fabricados mais de 450 tipos de cerveja, dos quais se destacam as trapistes, ou seja, a bebida fabricada por monges. Os chocolates, conhecidos como os melhores do mundo, são outra tentação à parte. Praticamente em todas as ruas comerciais há ao menos uma loja onde são vendidos mais de 100 tipos da guloseima. Um prato típico de Bruxelas é o moules frites, mexilhões servidos com fritas.
Acima, vista de Bruxelas de dentro do Atomium; no centro, parte da Mini-Europa e, abaixo, chocolates representivos ao Manneken-Pis
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gastronomia
Foto Stock
Cores &
sabores
Com a chegada da primavera, as temperaturas se elevam, as chuvas são mais constantes e as frutas e verduras ficam mais bonitas, viçosas e baratas. São muitas opções, inclusive, com flores comestíveis Por Fernanda Lopes
Mas, antes de preparar o menu, é preciso informar-se sobre quais flores podem ser consumidas e como devem ser preparadas. Muitas agregam valor nutricional à receita. Floretes de brócolis e couve-flor e a alcachofra, por exemplo, dão grande contribuição à saúde, pois possuem vitaminas, minerais e antioxidantes. Usadas em diversas preparações, as florzinhas da cebolinha-verde (nirá), além do endro ou aneto, também oferecem benefícios para a saúde. Quanto às flores ornamentais, nem todas são comestíveis, mas podem-se destacar as flores de capuchinha, abobrinha, abóbora, nastúrcio, rosa, begônia, borago, calêndula, amor-perfeito e violeta - com exceção da africana, que muitas pessoas têm em casa. “Além disso, as flores têm poucas calorias; cada 100 gramas de pétalas comestíveis têm, em média, 40 calorias”, ressalta a nutricionista Sônia Almeida, do Vigilantes do Peso. Ela diz que as pétalas são ricas em vitamina A e C e
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minerais como ferro, cálcio e potássio; mas alerta: “Os caules e os pistilos devem ser desprezados, pois podem causar alergias.” Algumas culinárias privilegiam as flores em seus pratos, como a cozinha árabe, que utiliza muito a rosa em cremes e musses; a flor de abobrinha ou da abóbora, com recheio de queijo ou empanadas; o nastúrcio, o amor-perfeito e o borago, para colorir as saladas; e a violeta, usada também em saladas e bolos ornamentais. As flores comestíveis não são as mesmas flores compradas na floricultura, mas sim aquelas cultivadas por produtores especializados, sem uso de agrotóxico ou outros tratamentos químicos que possam prejudicar a saúde do consumidor. E, além das flores, há os produtos de época como a banana, a laranja, o figo, o morango, o melão, a escarola, o pimentão e o agrião. Então, lance mão dessas delícias e deixe sua mesa mais saudável e colorida.
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Ingredientes 4 xícaras de agrião lavado e escorrido; 2 xícaras de cenoura em tiras; 2 xícaras de pepino em tiras; 2 xícaras de broto de feijão; 1 ovo; 2 claras de ovo; 1/2 colher de chá de azeite; 2 xícaras de tofu firme em cubos (400 g); 1 colher de sopa de cebolinha picada. Para o molho 2 colheres de sopa de leite de coco light; 2 colheres de sopa de água; 1 colher de sopa de molho de soja; 1/2 colher de chá de tiras de casca de limão;
1 dente de alho amassado; 4 colheres de sopa de amendoim torrado; Flores comestíveis a gosto. Preparo Arrume as folhas de agrião sobre uma travessa. Numa panela grande misture a cenoura e o pepino com o broto de feijão. Regue com 2 colheres de sopa de água e leve ao fogo. Deixe cozinhar 5 minutos, só para quebrar a consistência de cru. Reserve. Numa tigela bata ligeiramente o ovo e as claras. Aqueça uma frigideira antiaderente grande, coloque o azeite e despeje o ovo. Cozinhe em fogo baixo até dourar. Vire do outro lado e deixe dourar. Retire, espere amornar e corte em tiras. Misture com as hortaliças e
distribua sobre as folhas. Enfeite com o tofu e polvilhe com a cebolinha. Faça o molho. Numa tigela pequena misture os ingredientes do molho e regue a salada na hora de servir. Enfeite com as flores comestíveis. Foto Divulgação
Salada tailandesa
Macarrão primavera
Fotos e Produção Fernanda Lopes
Ingredientes 250g de peito de frango cortado em cubos pequenos;
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70g de manteiga; 300g de macarrão grano duro (talharim ou espaguete);
1 dente de alho picado; 1/2 xícara de salsa fresca picadinha; 1/2 cebola picadinha ou ralada; 50 ml de conhaque ou vinho branco seco; 3 tomates sem pele e sem semente picados em cubinhos; Sal a gosto; 1 xícara de cebolinha picada e capuchinhas (tipo de flor) comestíveis para decorar. Preparo Cozinhe a massa em água abundante e fervente com sal até estar al dente. Reserve. Corte o frango em cubos pequenos e reserve. Sue a cebola com um pouco de manteiga, adicione o alho e o frango, refogue até estar cozido, adicione o conhaque e deixe evaporar o álcool. Coloque os tomates e mexa. Junte a massa, o restante da manteiga, a salsinha e a cebolinha. Corrija o sal, se necessário. Enfeite com as flores e sirva.
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gastronomia
Bolo invertido de banana
Ingredientes 3 xícaras de farinha de trigo; 3 ovos; 1/2 copo de óleo; 1 copo de leite; 1 1/2 copo de açúcar; 1 colher (chá) de fermento em pó; 1 pitada de sal; Cerca de 8 bananas nanica ou prata bem maduras; 2 xícaras de açúcar para caramelizar a forma; 1 colher de sopa de manteiga sem sal. Preparo Bata os ovos com o açúcar, o óleo e o fermento e reserve. Em uma
forma redonda média, coloque o açúcar e leve ao fogo tomando conta para não queimar. Quando estiver em ponto de caramelo, coloque a manteiga e misture. Pique as bananas e disponha na forma. Misture os demais ingredientes da massa e coloque na forma. Leve para assar em forno pré-aquecido por cerca de 30 a 40 minutos (ou até que ao enfiar um palito na massa, este saia limpo). Dica: não abra o forno antes de 20 minutos de o bolo estar lá dentro. Use ingredientes em temperatura ambiente, inclusive os ovos.
Salada verde com flores comestíveis ao vinagrete balsâmico Ingredientes 1 xícara de espinafre folhas pequenas; 1 xícara de radichio rasgado; 1 xícara de chicória rasgada; 1 xícara de erva-doce bulbo fatiado fino;
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1 xícara de flores comestíveis variadas; 2 laranjas descascadas sem sementes fatiadas finas; Vinagrete balsâmico;
2 colheres de sopa de azeite; 1/2 xícara de caldo de galinha 0% de gordura; 1 colher de chá de amido de milho dissolvida em 1 colher de sopa de água; 3 colheres de sopa de vinagre balsâmico; 2 colheres de chá de manjericão fresco finamente picado; 1 pitada de sal. Preparo Faça o molho, fervendo o caldo, em uma panela. Adicione o amido dissolvido. Mexa por 1 minuto até engrossar, retire do fogo, acrescente o vinagre e deixe esfriar completamente. Bata o molho, enquanto adiciona o azeite, o manjericão e o sal. Transfira para uma jarra e mantenha na geladeira até o momento de usar. O que sobrar pode ser usado em legumes cozidos. Numa tigela grande para salada, junte e misture os ingredientes da salada. Regue com o molho e sirva.
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moda
Primavera/Verão
revisita tendências do passado
Mais uma temporada de desfiles nacionais se passou e o que vimos nas passarelas do Fashion Businness, Fashion Rio e da São Paulo Fashion Week não acrescentaram muita coisa nova. Claro que sempre tem uma novidadezinha aqui e ali, mas as marcas mostraram apenas um jeito diferente de usar tendências passadas - o que pode ser um excelente exercício fashion. Vamos lá?
Por Karlos Ferrera
Barras assimétricas O comprimento das saias (e vestidos) continua superdemocrático - longo, curto, midi - mas
Luciana Gadeão
o que chamou a atenção foi a profusão de barras assimétricas. O interessante é que esse é um jeito mais fácil de usar comprimentos complicados, como o midi - afinal, com apenas algumas pontas mais compridas, pela altura da canela, fica mais fácil se olhar no espelho e gostar do resultado.
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Fotos KFPress
Fendas e recortes Recortes discretos ou exagerados e fendas em lugares estratégicos foram usados à exaustão pela grande maioria das marcas. A ordem é sempre deixar um tanto de pele à mostra, mesmo que sua saia seja longa.
Macacão
Camisas Elas estão com tudo e mais um pouco, e continuam fortes para o verão 2012. Só que, por conta das altas temperaturas, vêm mais frescas, sem mangas e com recortes. A peça é ótima para deixar o look mais arrumadinho e elegante sem perder o frescor do verão.
Anunciação
O revival fashion dos anos 1960 e 1970 já vem rolando e, com isso, os macacões despontaram até em tapetes vermelhos. Muita gente sente dificuldade em usá-lo, mas prepare-se, porque no verão, ele com certeza vai ser peça-desejo. Opte por um com modelagem confortável e tecido nobre, assim, dá para usar tanto de dia quanto à noite. O bacana é que o macacão é salvador em momentos de «desespero», já que, com apenas uma peça de roupa e acessórios poderosos, fica lindo. Fácil e prático!
Artesanal Crochê, macramê, trançados e rendas! Os elementos que remetem a trabalhos artesanais vêm com força para o verão, na maioria dos casos com pontos mais abertos e largos, trazendo transparência às peças. Bem anos 1970.
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Até de dia o brilho está liberado. E não faltarão peças com tecidos reluzentes - couro metalizado, lurex, lamê e demais tecidos lustrosos. Equilibre sua peça metalizada com outras opacas e com aspecto mais rústico, assim, fica mais leve e fácil de usar.
Cores Elegante, fresco e perfeito para o calorão brasileiro, o visual todo branco será a cara do próximo verão. Agora, se você gosta de uma cor bem forte não fique triste! Além de muito branco, bege e cru também teremos muito azulão (klein, cobalto, royal ou bic, chame como quiser) e um amarelo-limão bem chamativo.
Tufi Duek
Fernanda Yamamato
Brilho
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moda Plissados
Lino Villa Ventura
No inverno, o plissado já apareceu aqui e ali, mas ainda meio tímido - na maioria das vezes em saias. No verão, deve reinar em diversas peças, como camisas, vestidos, macacões, calças e saias curtas e longas - que, aliás, ganharam novo fôlego fashion por conta do acabamento de preguinhas.
Cori
Calças amplas A proposta para o verão são as calças amplas, seja qual for o modelo. As pantalonas continuam com força total e até as calças cropped (com a barra mais curta) foram apresentadas com uma modelagem mais folgada. Sem contar a flare (boca-de-sino com cintura alta), apostas garantidas.
Franjas Se, na última temporada de desfiles nacionais, a franja surgiu em alguns detalhes, dessa vez, as marcas brasileiras se alinharam com as grifes internacionais e apostaram nas tirinhas como protagonistas. Peças com franjas trazem movimento e sensualidade. Vale apostar!
Colci
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Parece que a febre das listras, lançada pela grife Prada, contagiou o mundo todo e não vão dar adeus tão cedo. Das mais finas às mais grossas, verticais ou horizontais, as listras vêm em cores ácidas e formam um par perfeito com outras peças de… listras!!
Triton
Listras
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A competência de cada um
N
Nos condomínios de veraneio, os zeladores desempenham papel fundamental ao intermediar, a pedido dos condôminos, a prestação de diversos serviços. Cabe a eles, muitas vezes, indicar profissionais para atender situações de emergência ou serviços de manutenção nos apartamentos. O condômino confia no zelador, ele é a sua referência no local. No meu entendimento, o limite dessa atuação está no desvio da função do zelador, ou seja, quando o zelador, para atender os condôminos, deixa de cumprir suas obrigações. Uma das atividades mais conflituosas é aquela inerente à questão imobiliária, no que se refere à locação e venda de unidades. A atuação do zelador na intermediação dos negócios imobiliários, diferentemente das outras situações acima exemplificadas, caracteriza-se como exercício ilegal da profissão, visto que essas atividades são privativas dos corretores de imóveis. Na verdade, para criticar ou apresentar alguma solução nessa questão é necessário conhecer a verdade dos fatos, a saber. Proprietários - Alguns simplesmente não se preocupam em ter uma empresa especializada para locar ou vender os seus imóveis; outros buscam somente o resultado positivo e não se importam com quem faça a intermediação do negócio. Existem ainda aqueles que oferecem aos zeladores comissões abaixo das que seriam exigidas. Imobiliárias e corretores - Muitas incentivam o zelador para que atue como captador dos imóveis e de pessoas interessadas na locação, na compra ou venda das unidades, premiando-o em razão do resultado. Existem corretores que se associam aos zeladores, dividindo a comissão recebida. Zeladores - Muitos agem normalmente e acabam participando da indicação ou do fechamento de alguns negócios imobiliários. Outros atuam como verdadeiros corretores, intermediando todos os negócios realizados no edifício. Dentro dessa realidade, nosso
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posicionamento é que proprietários, imobiliárias, corretores e zeladores devem buscar uma forma de ajustar todos esses interesses. No meu entendimento, cabe ao síndico analisar como essa situação está acontecendo em seu condomínio e encontrar soluções. Na condição de administradora de condomínio, não participamos do negócio imobiliário, mas entendemos que, juntamente com o síndico, é nosso papel trabalhar numa melhor relação entre todos os envolvidos e podemos colaborar com sugestões criativas, como: 1) O condomínio pode cadastrar as empresas imobiliárias autorizadas a realizar a intermediação da locação e venda das unidades; 2) Como retorno, no caso da locação, exigir dessas empresas que utilizem o Manual do Locatário e o Contrato Padrão, orientando a correta utilização da unidade e das áreas, instalações e equipamentos comuns; 3) Investir em parceria com as imobiliárias cadastradas em sistemas de controle de acesso de pessoas ao condomínio, inclusive de corretores e demais prestadores de serviços; 4) Ajustar um percentual de participação para o condomínio nos negócios imobiliários realizados, que poderá a seu critério repassar para seus zeladores. Se você, nosso leitor, proprietário de empresa imobiliária, corretor, ou síndico, quiser apresentar outras sugestões ou discutir sobre o assunto, encaminhe suas considerações via e-mail ivan@rivieraadm.com.br. Vamos continuar a discutir esse assunto nas próximas edições. Devemos lembrar que a comercialização de imóveis na Riviera de São Lourenço sempre foi valorizada pelo trabalho das empresas imobiliárias. * Ivan de Carvalho Advogado e sócio diretor da Riviera Administradora
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Coluna Chic // Gabi Montoro
Foto Zuffo
Rafael Abdalla curtiu a balada de Tati
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A debutante entre os pais Jorge e Suzana Jardim e o irmão Renan, na Capital Disco
Foto Zuffo
Foto Zuffo
Tatiana Jardim comemorou seu aniversário de 15 anos em grande estilo
Bianca Cidral, escolhida entre as 15 amigas para dançar na festa
Foto Meg Galvão
Foto Zuffo
Muita gente bonita e simpática nas charmosas festas de aniversário, que ajudaram a aquecer o gelado mês de agosto
Regina e Claudio Marote em festa surpresa, na qual ele comemorou os 70 anos entre muitos amigos, feijoada e caipirinhas
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Foto Meg Galvão
Foto Meg Galvão
Laura Marote curtiu muito sua festa de 1 ano com o tema da Galinha Pintadinha
Fernanda e Raul Finochio com o filhão João Pedro
Foto Meg Galvão
A grande anfitriã Christine Marote, recém-chegada da China, planejou a festa surpresa para o pai e a sobrinha no espaço Bloom em São Vicente
Ana Paula e Claudio Marote Filho
Dose dupla de felicidade: Karina e Nicholas Macchi com os gêmeos Enzo e Luca
Renata e Isabela Gusmão, lindas para cantar o primeiro parabéns
Guilherme Mahfuz, Paola Valentim e a pequena Isabela
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Flashes Familiares e amigos comemoraram, 27 de agosto passado, o aniversário da querida Léo Marques em uma grande festa na Riviera de São Lourenço
A aniversariante Léo Marques e o seu querido Martinho
Juliana e Marcos Pretty com a pequena Giovanna
Amigos da aniversariante compareceram em peso numa demonstração de muito carinho pela companheira de todas as horas
Família reunida sempre é muito bom
Turma dos Apaixonados pela Riviera - Essa é uma turma realmente animada!
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Os bons do churrasco Beach&Co nº 111 - Setembro/2011
Apresentação da Agenda Metropolitana do Conselho de Desenvolvimento da Região Metropolitana da Baixada Santista - Condesb, no Mendes Convention Center, em Santos Praia FM
Governador de São Paulo Geraldo Alckim e o diretor- presidente do Sistema Costa Norte de Comunicação Ribas Zaidan
Ricardo Joaquim, secretário de Governo do Guarujá , José Luiz Marcusso e Nilton Conceição Correa, ambos da Petrobras, regional de Santos
Arnaldo Barreto e Ernani Parreira, gerente do Pão de Açúcar Riviera, na estreia do programa Amigos da Praia, de Ribas Zaidan
Casamento
Confraternização
Sergio Aragão, o anfitrião Claudio Camilo e Arnaldo Barreto (sentados), Ribas Zaidan, Dr. Almir Ferraz, Roberto Haddad, Pascoal Biondo e Gerson França
Flávia Patriota, Fanny França e Cristina Castro (sentadas), Luciana Biondo, Maria Isabel Toledo e Rose Aragão
Parabéns aos noivos Keith Tatiane Paz da Silva e Pacífico Júnior
Inauguração Katel Casa
Jonatan, Thomas Tenoury e Karina Tenoury
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Roberto Haddad e Jonatan Tenoury
Ambiente decorado pela Katel Casa
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Flashes A Factual Negócios Imobiliários comemorou ao lado de amigos e clientes seu primeiro aniversário na Riviera de São Lourenço e apresentou o pré-lançamento do Edifício Privilege, em Bertioga
André Afonso, da ArtColor, Ribas Zaidan e Benedito Xavier, da Fafex
Vera Thomé, Pedro Henrique Thome Gaeta, Eliana Gaeta, Pedro Gaeta e Edison Thomé
O consultor Victor Hugo Gonçalves e o amigo Ronaldo Silveira
Miriam Muller Gomes e Otácilio Gomes Junior
A família Oliveira: Edison , Edileu, Gilvanete e a pequena Cecilia
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Aragon e Marcelo Aragon
João Carlos e Maria Nedeff
João Bouçada e Fernando Seixas
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O empresário da construção civil Paulo Campilongo
Os consultores Luiz Eduardo e Marlene Paes e o casal de amigos Claudia e Rubens Duarte
Benedito Xavier , Wagner Moran, Ribas Zaidan, Aragon e Edison Oliveira
Ambiente de atendimento a clientes da Factual
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A sede da Factual, na Riviera de São Lourenço
Perspectiva do pré-lançamento do Edifício Privilege
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“Destaques” // Luci Cardia
Tempo de primavera e os nossos amigos já colhem novas flores. Parabéns a todos!
Washington Pretty e o amigo Ribas Zaidan
Julio Iuliano e a aniversariante Ediangeli Rossi
O aniversariante Washington em momento de felicidade ao lado dos amigos da Riviera
Roberto Rossi, a mulher Maria Aparecida e os filhos Luis Guilherme e Luis Henrique
O casal Dr. Edson e Carmem Abraão
A noite paulistana nos Jardins brilhou mais com a festa surpresa da Drª Ediangeli Rossi, na foto com os pais Dorival e Lidia Rossi
Glaucia Brazeck, Mauricio de Souza Brazeck, o coronel Rossi e Kely Andrade
Giro social
O advogado Fernando Tadeu Gracia
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Nosso querido chef Bill e o secretário estadual de Meio Ambiente Bruno Covas
Carlos Sérgio e sua adorável Hirumi dos Santos, a colunista, Martinho e Leo Marques, Lucineide e Luiz Carlos Rachid, em evento realizado pelas Lojas Maçônicas
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“Celebridades em Foco” // Edison Prata Momentos da festividade de inauguração da nova sede da OAB-CAASP (Caixa de Assistência dos Advogados de São Paulo), no final de agosto, com a presença de representantes municipais de Guarujá e convidados
Fabio Romeu Canton Filho, Ufir Cavalcanti, Maria Antonieta de Brito, Rose Ogiano, Luis Flavio Borges D’Urso e Frederico Antonio Gracia
Marcio Antonio Lopes da Costa, diretor do Diário de Notícias, recebe placa de homenagem das mãos da prefeita Maria Antonieta, na presença de Manuel Gama e Dr. Miguel Calmon Nogueira da Gama
Os amigos golfistas Virgilio Carolino e Masakazu Shoje
O atuante casal de advogados Dr. Valdemir e Dra. Patrícia Santana
O apresentador Otávio Mesquita ladeado por Luis Arthur Filho e Luis Nishi
A secretária de Turismo Maria Eunice Grötzinger, Maria Antonieta de Brito, Dra. Cleide Calmon, Matilde Rodrigues e Késia Bevilacqua
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O presidente nacional da OAB, Dr. Ufir Cavalcanti com a vice-presidente da OAB-Guarujá, Dra. Rose Ogiano
Luis Carlos Bevilacqua, presidente do Rotary Clube Guarujá e da Creche Benedito Lellis, recebe doação do Guarujá Golf Glub
O presidente do Guarujá Golf Club, Dr. Miguel Calmon Nogueira da Gama, o presidente da OAB-Guarujá Dr. Frederico Antonio Gracia, Renato Arruda e Antonio Ferreira
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Coluna Chic // Gabi Montoro A Porto Seguro inaugurou no início deste mês a sua nova sede em Santos. No local, funcionarão as unidades do Centro Automotivo e do Centro de Atendimento Rápido (CAR), além de espaços exclusivos para o atendimento a corretores e clientes
De casa nova a Sucursal Litoral Paulista Porto Seguro, em Santos
Mônica Silva e Jayme Garfinkel, presidente do Conselho Administrativo da Corporação Porto Seguro
Beth Montoro, prefeito de Santos João Paulo Tavares Papa, José Roberto Montoro, o vice-presidente executivo da Porto Seguro Fábio Luchetti, Jayme Garfinkel e Mônica Silva
Pedro Cheida, Fernando Toledo, Rodrigo Chacaoe e Flavio Cheida
Antonio Cesar Nascimento e Sergio Marigny
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Angélica Abreu e Tabata Ruas
Eduardo Spessoto, responsável pelo som e iluminação do evento
Jayme Garfinkel, ladeado pela família Montoro: Beto e Ligia, Beth e José Roberto, Gabi e Ricardo
Carlos Teixeira Filho, vice-prefeito de Santos, Jayme Garfinkel, José Roberto Montoro, diretor de Produção, e Hermano Dreux
Fabio Morita, Jorge Garcia e Jorge Ogawa
Adriana Silva, Soraya Campos, Tatiana Figueiredo Cecilia Miyashiro, uma equipe e tanto
José Luiz Ferreira da Silva e Juarez Cardoso
A sempre linda Rosa Maria Marsaioli
Marco Aurelio Brasil
Diretamente de Ilhabela, Edson e Ana Correa vieram conferir o grandioso empreendimento Beach&Co nº 111 - Setembro/2011
Riviera de São Lourenço
Aqui todos os momentos são preciosos. Foto d o emp reendim ento
Foto da brinquedoteca
Terreno de 22 mil m2. Mais de 20 itens de lazer e facilidades exclusivas.
Spa Foto do
Foto ilustrativa
All Time Family Club, uma excelente oportunidade de possuir seu imóvel na exclusiva Riviera de São Lourenço. Localizado a apenas 120 km de São Paulo, o local é reconhecido por sua bela praia, contato com o verde, infraestrutura urbana referência em qualidade e respeito ao meio ambiente.
Lançamento 4ª Torre
Apartamentos de 132 e 138m2 privativos 3 suítes • vagas para 2 autos NO CLUBE:
EM CADA TORRE:
• Lan house • Playground • Academia • Spa • Saunas seca e úmida • Restaurante/bar • Sala de jogos e TV • Quadra de tênis • Quadra de tênis de saibro • Quadra poliesportiva • Quadra de areia • Praça central integrando as torres
• Hall social para cada dois apartamentos • Salão de festas • Churrasqueira com espaço gourmet • Gazebo • Brinquedoteca • Salão de jogos • Piscina adulto com deck e raia de 25m • Piscina infantil • Praça molhada • Guarita com WC para cada duas torres
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Foto da piscina
Consulte excepcionais condições de pagamento. Vendas: 0800 770 20 25 • (13) 3316-5330 Realização:
Construção:
Comercialização:
Incorporações registradas sob o nº R1 nas matrículas 60.307 em 31/08/2006 e 63.244 em 19/02/2008, ambas no 1º C.R.I. de Santos - SP. CRECI: 16.135
Av. Aprovada, 329/2869 Uptown Lj 13 Bairro Riviera | Bertioga - SP T: 13 3316 1821 Av. Adhemar Barros, 1064 Bairro Vila Santo Antônio | Guarujá - SP T: 13 3329 2225 Av. Padre Anchieta, 6463 Bairro Estância São José | Peruíbe - SP T: 13 3456 2902