Edição 191 alterada

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L A N Ç A M E N TO - A LT Í S S I M O PA D R Ã O

LUXO, LAZER E MUITOS DIFERENCIAIS. O ALTO PADRÃO QUE ALPHAVILLE ESPERAVA.

4 S UÍ T E S 5 VAGAS IMAGENS MERAMENTE ILIUSTRATIVAS

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INCORPORAÇÃO REGISTRADA SOB O NÚMERO R9 DA MATRÍCULA 40.616 DO OFICIAL DE REGISTRO DE IMÓVEIS DA COMARCA DE BARUERI, EM 10 DE MAIO DE 2018. TODAS AS IMAGENS SÃO MERAMENTE ILUSTRATIVAS, SUJEITAS A ALTERAÇÕES. OS MATERIAIS DE ACABAMENTO SERÃO ENTREGUES CONFORME O MEMORIAL DESCRITIVO. INTERMEDIAÇÃO: CASA JARDIM NEGÓCIOS IMOBILIÁRIOS LTDA - ALAMEDA MAMORÉ, 911, 6º ANDAR, CJ 601, EDIFÍCIO MONTE CARLO, ALPHAVILLE INDUSTRIAL, BARUERI/SP, TEL: (11) 4195-5800 / 4191-5022 - WWW.CASAJARDIM.NET. CRECI: 11883-J. FERNANDEZ MERA NEGÓCIOS IMOBILIÁRIOS - AVENIDA SAGITÁRIO, 138, TORRE LONDON, 2º ANDAR, SALA 214. ALPHAVILLE CONDE II, BARUERI/SP. TEL: (11) 4134-3333 - WWW.FERNANDEZMERA. COM.BR. CRECI: 22.061-J.


Divulgação

ANO XVII - Nº 191 - MAIO / 2018

A revista Beach&Co é editada pelo Jornal Costa Norte

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Redação e Publicidade Av. 19 de Maio, 695 - Bertioga/SP Fone/Fax: (13) 3317-1281 www.beachco.com.br

Motivos não faltam para a adoção da cobertura verde

beachco@costanorte.com.br Diretor-presidente Reuben Nagib Zaidan Diretora Administrativa Dinalva Berlofi Zaidan Editora-chefe Eleni Nogueira (MTb 47.477/SP) beachco@costanorte.com.br Diretor de Arte

E mais...

Roberto Berlofi Zaidan roberto@costanorte.com.br Criação e Diagramação Marcio Seco

Gastronomia

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Ser Sustentável

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Flashes

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Destaque

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Alto Astral

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Celebridades em foco

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marcioseco@marcioseco.com Marketing e Publicidade Ronaldo Berlofi Zaidan ronaldozaidan@costanorte.com.br Depto. Comercial Aline Pazin aline@costanorte.com.br Revisão Adlete Hamuch (MTb 10.805/SP) Colaboração Durval Capp Filho, Edison Prata, Fernanda Lopes, Estela Craveiro, Luciana Sotelo, Marcus Neves Fernandes e Morgana Monteiro Circulação Baixada Santista e Litoral Norte Impressão Gráfica 57


Divulgação

Foto Alex Laire

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Marcenaria: terapia com ganho real

Cubatão: um celeiro da arte

Capa Foto Renata de Brito

Rio Itapanhaú, com serra do mar e portinho da Vila de Itatinga ao fundo. Foto: Silvio Dutra

Parque Estadual da Restinga de Bertioga pág. 08




turismo

Ecoturismo floresce em Bertioga Plano de manejo deve expandir uso do Parque Estadual da Restinga de Bertioga e ampliar ainda mais as possibilidades de passeios já acessíveis

Foto Renata de Brito

Estela Craveiro Você já imaginou frequentar um restaurante, hospedar-se em uma pousada ou acampar na área do Parque Estadual da Restinga de Bertioga (Perb)? Pois isso será possível com a implantação do plano de manejo dessa imensa área verde de 9.312 hectares, atualmente em processo de elaboração pela Fundação Florestal (FF) em interação com a população de Bertioga. A instituição, que integra a Secretaria de Meio Ambiente do Estado de São Paulo, é responsável pela administração do parque. A minuta de zoneamento do Perb, apresentada pela FF, prevê a divisão do parque em cinco zonas: de preservação; de conservação; de recuperação; de uso extensivo; e de uso intensivo. E estabelece quatro tipos de áreas de uso: público; de administração; de ocupação humana; e histórico-cultural. Na área de uso público da zona de uso in-

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tensivo, devem ser permitidas atividades de mergulho; stand up paddle; boia-cross; rafting; canoagem; canionismo; arvorismo (andar por passarelas entre árvores); tirolesa; escalada; rapel; arborismo (escalar árvores); caminhada; travessia; cicloturismo; espeleoturismo; observação da vida silvestre; turismo equestre; slackline e highline; corrida de aventura; turismo fora de estrada; quadriciclo; decolagem para voo livre; decolagem de balonismo; banho em corpos d’água; e turismo pedagógico. A área também contará com estacionamento, lojas, lanchonetes e restaurantes, pousadas e hospedarias, sanitários, lixeiras, sinalização, mirante artificial, infraestrutura de segurança, abrigo de pernoite, e deverá ser permitido o camping rústico. A proposta inicial é de que não seja obrigatório o agendamento de visitas; que se permitam trilhas autoguiadas; e que os passeios não tenham limite de visitantes diários, nem de tamanho de grupos.

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Com 54,09 hectares, 0,58% da área total, a zona de uso intensivo reúne ambientes naturais com mais efeitos de intervenção humana, que pode vir a ter infraestrutura de gestão e de suporte às atividades ligadas à visitação pública. Inclui a praia de Itaguaré, o rio Guaratuba, o Canto do Itaguá, na ponta da praia de Boraceia. Na área de uso público em zona de uso extensivo, várias dessas atividades serão permitidas, e outras, não, como estacionamento, lojas, estabelecimentos de alimentação e hospedagem, turismo fora de estrada, uso de quadriciclo e prática de balonismo. Deve haver limite no número de visitantes diários e do tamanho dos grupos. A zona de uso extensivo, com 650,47 hectares, 6,92% do total, é composta, na maioria, por regiões naturais conservadas, podendo apresentar efeitos de intervenção humana e atrativos passíveis de visitação pública, como os rios Jaguareguava e Itapanhaú, os

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manguezais dos rios Itaguaré e Guaratuba, a trilha do Guaratuba, a praia da Boraceia e a área próxima ao condomínio Morada da Praia, também em Boraceia. Pesquisa científica, educação ambiental e contemplação da natureza são os usos previstos para as zonas de conservação e de recuperação. A zona de preservação é a maior do parque, ocupando 75,08% da área total do Perb (7.059,36 hectares), com ambientes naturais bem mantidos e pouca intervenção humana. A zona de recuperação é constituída por ambientes naturais degradados, que devem ser recuperados e, depois, reclassificados. São 850,62 hectares, 9,04% da área total, com histórico de corte raso da vegetação, extração de areia, fazendas de bananicultura e presença de espécies exóticas. Já a de preservação abrange 787,52 hectares, 8,38% do total do parque, na qual ecossistemas e processos ecológicos, que os mantêm, exibem a máxima expressão de

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turismo integridade referente à estrutura, função e composição, com efeitos insignificantes das ações antrópicas. Lá devem ser permitidas apenas pesquisas científicas, mas só as que não forem viáveis em outras zonas.

O Perb Com área de 9.312 hectares, o Parque Estadual da Restinga de Bertioga (Perb) é uma Unidade de Conservação de Proteção Integral, criada em dezembro de 2010. Administrado pela Fundação Florestal (FF), localiza-se totalmente no município de Bertioga. Começa no entorno das três grandes bacias hidrográficas formadas pelos rios Itapanhaú, Itaguaré e Guaratuba, e avança em direção às montanhas, onde faz fronteira com o Parque Estadual da Serra do Mar. Estende-se da altura da ponte sobre o rio Itapanhaú, na rodovia Rio-Santos, perto da área central de Bertioga, ao início do bairro Boraceia, no extremo norte da cidade, englobando sete quilômetros de praia, entre Itaguaré, a foz do rio Guaratuba e o Canto do Itaguá. A elaboração do plano de manejo, que regrará o uso do parque, começou em março de 2018, com oficinas abertas ao público, para

diagnosticar a situação da área, estabelecer sua divisão em zonas, e colher ideias e propostas da população da cidade. Em junho, nova reunião deve focar propostas de programas de gestão. Em julho, a FF apresentará à comunidade a devolutiva em relação às sugestões colhidas nos encontros anteriores. Será a vez, então, de o conselho consultivo do Perb posicionar-se em relação às propostas de zoneamento e administração. Uma das questões mais complexas a resolver é a regularização de moradias dentro da área do parque, existentes anteriormente à sua criação. Tudo indica que o perímetro definitivo exclua esses terrenos. E também há regras a definir nas zonas de amortecimento, uma faixa de alguns quilômetros em torno dos limites do Perb. O plano de manejo deverá ser aprovado pelo Conselho Estadual de Meio Ambiente (Consema), antes de ser colocado em prática, quando uma nova fase se iniciará na história do Perb e do município de Bertioga. A possibilidade de maior acesso ao parque deve fomentar as ofertas de ecoturismo, atualmente já em fase de expansão, inclusive, em decorrência de curso de formação de monitores realizado em 2017 pela própria FF.

Foto Renata de Brito

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Foto Renata de Brito

Passeios já disponíveis Embora o acesso ao Parque Estadual da Restinga de Bertioga seja bastante restrito, em relação ao que era permitido quando ele ainda não existia, hoje, há algumas maneiras de aproveitar as maravilhas do bioma Mata Atlântica e seus variados ecossistemas. São trilhas, rios e praias, pois, de Itaguaré em direção a Boraceia, o perímetro do parque se estende até essa praia e às vizinhas praias de Guaratuba e Canto do Itaguá, que, na realidade, é o comecinho da praia de Boraceia. Itaguaré A área mais rica para passeios, totalmente acessível, é Itaguaré, a maior faixa de ligação entre o Perb e o oceano. Também tem o rio homônimo, um espetáculo à parte, que contorna uma península, para desaguar na praia em trajeto paralelo ao mar. E tem, ainda, uma trilha em mata de restinga, que liga a parte central ao sul da praia, separadas por falésias. A praia possui ondas fortes, boas para surfar. Mas, dentro dela, há outra prainha, fluvial, bem tranquila. Também dá para pescar no barranco da beira do rio, no contorno da península, e dá para navegar. É possível ir sozinho, de caiaque ou canoa, até a ponte da rodovia Rio-Santos. Dali em diante, só com monitor turístico credenciado. Guaratuba Em Guaratuba, há três atrações do Perb. Duas são acessíveis: as praias fluviais do rio Guaratuba, uma localizada junto à rodovia Rio-Santos, à direita de quem vem do centro de Bertioga, a uns 150 metros da ponte, e a outra, contornando a foz do rio na praia homônima. A terceira é a trilha de Guaratuba, que segue o sistema de captação de água do loteamento Costa do Sol, que ocupa todo o bairro, a partir do portal do Perb, no fundo das quadras G-H. O passeio de oito quilômetros requer seis horas de caminhada, em áreas de charco e de transição de restinga de média para alta, com grande variedade de espécies arbóreas, aves, répteis e mamífe-

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A região de Itaguaré faz parte da zona de uso intensivo, assim como a de Guaratuba, abaixo. Para estas áreas o plano de manejo prevê diversas atividades. Na página ao lado, o rio Itapanhaú

Foto Dirceu Mathias

Rio Guaratuba, cujas praias fluviais já são atrativos do Perb

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turismo Foto Marcos Pertinhes

Os esportes de aventura serão permitidos nas áreas do Perb, bem como a abertura de novas trilhas, a exemplo da trilha de Guaratuba, já em uso

ros. Os prêmios da aventura são o Poço do Limão, no rio Perequê Mirim, e a cachoeira do Tobogã, no final da trilha. Para percorrer apenas com monitores ambientais credenciados. Nível de dificuldade médio. Trilha D’Água Com nível de dificuldade fácil, também acessível na companhia de monitores credenciados, a trilha D’Água passa por áreas de mangue, mata ciliar, mata paludosa, restinga baixa, restinga alta e mata de encosta. Ocorre em meio à grande diversidade da flora e fauna, acompanhando a linha de captação de água do Sesc Bertioga, em roteiro total de seis quilômetros, percorrido em cerca de três a quatro horas. Ela passa pela linha do bondinho de Itatinga e por uma antiga ponte de ferro sobre o rio Guaxanduva, afluente do Itapanhaú. Itapanhaú Há várias maneiras de percorrer o Itapanhaú, maior rio do litoral paulista, com 40 quilômetros de extensão, entre seu início, com a fusão dos rios Sertãozinho e Guacá,

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Foto Marcos Pertinhes

e o canal de Bertioga, onde deságua, perto da Vila. Uma das possibilidades é um passeio que começa no Itapanhaú e acaba no rio Jaguareguava, um de seus afluentes. Outra, é um passeio pelo Sítio Vergara, situado ao lado da Usina de Itatinga, a mais antiga do Brasil, datada de 1910. E, outra, é a realização de aulas de stand up paddle, no Itapanhaú, incluindo uma trilha aquática que leva até a trilha D’Água. Jaguareguava Com cinco quilômetros, dos quais três são navegáveis, o rio Jaguareguava corre por trás do bairro Sítio São João, um pouco antes da ponte da Rio-Santos, para quem vem do Guarujá. Límpido, tranquilo, e raso, em vários trechos, tem diversas prainhas. Dá para chegar lá navegando. É possível ir diretamente para a praia na qual a empresa Onda BGF aluga canoas canadenses e caiaques. Ou dá para fazer um passeio de turismo comunitário, que inclui almoço com frutos da Mata Atlântica, na casa de uma família do Sítio São João, e termina com uma pequena caminhada e um banho no rio.

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Fotonativa

O rio Itapanhaú, maior do litoral paulista, com 40 quilômetros de extensão, é propício para a navegação

Agências e passeios Confira algumas opções de passeios oferecidas por agências de ecoturismo receptivo e monitores ambientais de Bertioga. Todas levam às trilhas D’Água, de Guaratuba e de Itaguaré, ao Sítio Vergara e ao rio Jaguareguava. As agências também criam roteiros personalizados e oferecem passeios fora da área do Perb. Outros monitores ambientais podem ser obtidos em lista enviada pela Fundação Florestal, mediante contato com o escritório de Bertioga (13) 3317 2094.

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Via Eco Bertioga Alguns dos passeios dessa agência, comandada por Bruno D’Angelo, são a navegação pelo Itapanhaú e pelo Jaguareguava, e a aula de stand up com trilha náutica. Contato: facebook.com/ViaEcoBertioga; viaecobertioga.com.br; celular/WhatsApp: (13) 99757 9227. Buriquioca Ecoturismo e Educação Ambiental Um dos atrativos oferecidos pelos biólogos Cristiano Muriana e Luísa Tavares são

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Foto Wagner Tinga

turismo roteiros pedagógicos, focados nos aspectos naturais, históricos e culturais. Contato:facebook.com/buriquiocaea; buriquiocaea@gmail.com; celulares/WhatsApp: (13) 98181 3731 / 98193 2895. Terra Brasilis Trip O roteiro Sabores na Floresta, com almoço no Sítio São João, é um dos atrativos oferecidos pelos biólogos Aline Luíza da Silva e Raphael Roberto de Castro Rodrigues. Contato: facebook.com/brasilistrip; celular/WhatsApp: (13 ) 99692 6762. Raízes Aventura O biólogo e guia local Lucas Harder Gonsalves tem entre seus destaques, no Perb, o roteiro da trilha de Guaratuba.

O rapel em cachoeiras é uma das atividades que terá locais apropriados para a prática

Foto Bruno Guazielle Filho

O rio Jaguareguava possui três quilômetros navegáveis

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Contato: facebook.com/raizesaventura; raizesaventura.com.br; celular/WhatsApp: (13) 98101 2807. OndaBGF Bruno Guazelli Filho recebe até 40 pessoas, simultaneamente, para passeios, com ou sem aulas de remo, a bordo de canoas, caiaques e catamarãs formados pela união de dois caiaques, também para portadores de necessidades especiais. Contato: ondabgf. com.br; celular/WhatsApp: (11) 94702 0906. Chauás Litoral – Centro de Treinamento e Turismo de Aventura O monitor ambiental Francisco Perez, conhecido como Chauás, oferece locação de caiaques na praia de Itaguaré, entre o verão e a Páscoa, e monitoramento para navegação. No resto do ano, opera sob demanda. Contato: facebook.com/ctchauaslitoral; chauas. com; celular/WhatsApp: (13) 99783 2532.

Foto Renata de Brito

Cachoeira do Tobogã, na trilha de Guaratuba, e, acima, a trilha D’Água

Foto Camila Mikie


VEM AÍ

&

JAZZ Quando o tempo esfria, é hora de esquentar a programação.

V


&

VINHOS 3a Edição

De 7 a 10 de junho


meio ambiente

Foto Luciana Sotelo

As mil e uma vantagens da cobertura sustentável Mesmo com tantos pontos positivos, o telhado verde, tendência mundo afora, é ainda pouco explorado no Brasil Luciana Sotelo Se hoje temos o cinza como principal cor das grandes metrópoles, por causa de arranha-céus e asfalto por toda parte, como podemos ‘sonhar’ com um mundo mais sustentável? Onde encontrar espaços para cultivar a natureza e usufruir dos seus benefícios? Se, olhando ao redor, fica difícil encontrar uma resposta, uma alternativa que não é nova, mas pouco utilizada no Brasil, faz a solução ‘cair do céu’: são os chamados telhados verdes. O conceito permite um sistema de cultivo de plantas sobre a cobertura de uma edificação, com o objetivo de agregar outras funções ao telhado ou cobertura. Portanto, ‘do alto dos edifícios’ podem vir vantagens que garantem muito mais qualidade de vida à população, amenizando patologias urbanas. O isolamento térmico é um dos destaques, garante o engenheiro agrônomo Ser-

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gio Rocha, diretor executivo do Instituto Cidade Jardim, primeira empresa na América do Sul a desenvolver e comercializar materiais técnicos para drenagem e armazenamento de água para telhados verdes; ela oferece uma linha completa de produtos exclusivos, com patente concedida e parcerias com a Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp) e Financiadora de Estudos e Projetos (Finep). No verão, a cobertura verde pode diminuir em até 70% o calor, dependendo da construção. Há 11 anos no ramo, o pesquisador explica que, por definição, um telhado tradicional é seco e que, portanto, um conjunto de telhados acaba formando uma região árida. “É isso que temos sobre nossas cabeças. Áreas que se comportam exatamente como desertos: recebem muito calor e acabam retransmitindo essa energia para o entorno, ressecando o ar. Uma laje

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seca chega a atingir mais de 70˚C durante um dia quente, enquanto que, neste mesmo local, a temperatura baixa para 11˚C. Da mesma forma, recebem muita água da chuva, que, se não encontra nada para absorver, é imediatamente levada para fora, contribuindo para congestionar a chegada da água ao sistema de escoamento público. Sem falar na poluição das partículas que ficam em suspensão e se acumulam sobre os telhados secos, sendo facilmente transportadas de um lado para o outro por qualquer rajada de vento”. Um estudo da Universidade de São Paulo (USP) também comprova a redução dos impactos de ilhas de calor dos grandes centros urbanos. Ao comparar dois prédios da capital paulista, um com área verde e outro com laje de concreto, o geógrafo Humberto Catuzzo verificou que a temperatura no topo do edifício com jardim ficou até 5,3 graus Celsius (°C) mais baixa. Também houve ganho de 15,7% em relação à umidade relativa do ar. Rocha define o telhado verde como uma tecnologia de impacto sistêmico, ou seja, proporciona benefícios e serviços ambientais de forma simultânea. Nesse sentido, ele enumera alguns: controle de enxurradas e enchentes, eficiência energética, regulação atmosférica. “As plantas produzem oxigênio e isso melhora a qualidade do ar das proximidades. Esse conforto acaba por reduzir o uso do ar condicionado no entorno da edificação”. Na questão das chuvas, também há uma explicação. A alta impermeabilização, formada por muito concreto e pouco verde, ajuda a formar ilhas de calor, o que eleva a temperatura da região e, quando há o encontro com um ar mais frio, ocorrem chuvas intensas. Além disso, o processo de escoamento dos telhados verdes ajuda a retardar o caminho da água, aliviando possíveis enchentes na região. E os frutos desse jardim vão além. Rocha menciona outros: agricultura urbana, isolamento acústico, espaços de lazer, ilhas e corredores de biodiversidade, controle de pragas urbanas, filtragem de poluentes na água da chuva e valorização do imóvel.

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shuttersotck Yuri Photolife

Conceito permite o cultivo de plantas, com o objetivo de agregar outras funções ao telhado ou cobertura. Na página ao lado, a cobertura jardim do Edifício Ana Costa, em Santos

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meio ambiente

Um shopping verde Uma horta de três mil metros quadrados com muito verde, composta por legumes, verduras e ervas, instalada em cinco mil metros quadrados. Tudo isso pode ser visto do alto da avenida Rebouças, em São Paulo. Quem passeia pelos corredores do shopping Eldorado, muitas vezes, nem imagina que no topo da construção existe uma verdadeira fábrica de hortaliças. A iniciativa foi implantada em 2012 e surgiu da necessidade de descobrir como transformar o lixo orgânico gerado em algo sustentável, afirma Sérgio Nagai, superintendente do shopping, responsável pela implantação do projeto. “Desde a aprovação da Lei de Resíduos Sólidos, em 2010, estávamos atrás de uma solução para as 60 toneladas produzidas mensalmente nas praças de alimentação. Começamos a pesquisar de que maneira poderíamos reduzir a quantidade de lixo orgânico que é produzido no shopping e enviado aos aterros. São cerca de duas toneladas de lixo orgânico por dia, gerados nas praças de alimentação, e com o processo de compostagem damos o destino ecologicamente correto a mais de 30% de todo o lixo, transformando as sobras de alimentos em adubo”, fala orgulhoso.

O primeiro passo foi instalar uma usina de tratamento na área das docas. Em seguida, o shopping treinou os funcionários para fazerem a separação correta do lixo e instalou ilhas de manuseio de lixo orgânico dentro da praça de alimentação. “Durante o processo de compostagem, enzimas especiais retiram o odor e a umidade dos alimentos e transformam essa matéria orgânica em adubo. Temos funcionários que cuidam de toda a compostagem e do telhado verde”. Com a implantação da horta no telhado verde, os ganhos foram reais. Os mais de 400 funcionários do shopping podem levar para casa, no período da colheita, os produtos que lá são plantados, com a vantagem adicional de não terem agrotóxicos. Além disso, existem os benefícios comuns, pois ameniza a temperatura do empreendimento, reduzir o consumo de energia e evita o desperdício de água utilizado nos equipamentos de refrigeração de ar. “Com o telhado verde, trabalhamos o tripé da sustentabilidade, com um ciclo em que tentamos abranger não apenas questões ambientais, como também sociais. Até 2020, queremos chegar ao resíduo zero no funcionamento do shopping

Divulgação

No topo do shopping Eldorado existe uma verdadeira fábrica de hortaliças, cuja produção é destinada aos mais de 400 funcionários

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Freepick

Ilhas de calor Ilha de calor é o nome da patologia urbana causada por este tipo de urbanização seca, sem área verde e sem área de amortização para as águas da chuva. Os principais sintomas são ‘febre’ alta (com temperatura média regional até 10˚C acima da temperatura de regiões arborizadas), baixa umidade relativa do ar (aumentando a probabilidade de doenças infecto-respiratórias em pessoas), formação de ‘bolsas’ de poluição, precipitação desregulada. Em alguns casos mais graves, pode ocasionar enchentes e ondas de calor.

Freepick

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meio ambiente

Instituto Cidade Jardim

Divulgação

Criado em 2008 pelo engenheiro agrônomo Sérgio Rocha e pela ecóloga Fabiana Scarda, o Instituto reúne as experiências pessoais dos fundadores nas áreas de atuação de pesquisa botânica, agroecologia e permacultura. Com o objetivo de mudar o clima das cidades, a empresa já realizou cerca de 900 projetos instalados em todo país, somando mais de 80 mil m², em dez anos de atuação. Entre os telhados verdes criados, um foi realizado em Santos, no Edifício Ana Costa, na avenida Ana Costa. Implementado em 2013, está em uma área de 550m², formado por grama esmeralda (Zoyzea japônica), capim do Texas, Agapanthus e Ophiopogon.

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Gal Bueno

comportamento

Marcenaria ecológica, uma geradora de oportunidades Projeto premiado internacionalmente une sustentabilidade, capacitação profissional e geração de renda, em Santos Luciana Sotelo

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Luciana Sotelo

Considerada uma profissão milenar, a marcenaria é uma arte. Com técnicas repassadas de geração em geração, o domínio da habilidade pode se tornar uma espécie de terapia ou ainda um meio de ganhar a vida. Com o intuito de abrir um novo horizonte na vida da população de baixa renda, o projeto Ecofábrica Criativa une, literalmente, o útil ao agradável, ou melhor, agrega numa única iniciativa capacitação profissional e sustentabilidade. Por meio do curso de marcenaria ecológica, é possível transformar lixo em matéria-prima. O resultado não poderia ser melhor: peças com valor agregado e profissionais qualificados para o mercado de trabalho. A ação acontece por intermédio de uma parceria entre o Fundo Social de Solidariedade de Santos (FSS), o Centro Paula Souza e o Club Design. As atividades começaram em 2016, dentro do Mercado Municipal de Santos, atendendo a uma reivindicação antiga: aproveitamento do material recolhido pelo cata-treco, destaca Selley Storino, assessora do FSS. “Descobrimos com o Departamento de Meio Ambiente que o material recolhido estava sem utilização; as madeiras estavam seguindo para o aterro sanitário. Daí surgiu a ideia do curso de marcenaria. A prefeitura cedeu o espaço; o Centro de Paula Souza, os professores; e o Club Design, os equipamentos”. Desde o início das aulas, o curso já formou mais de 100 alunos. Com carga horária de 80 horas, o aprendizado é realizado duas vezes por semana, durante três horas aula. É o que explica a gestora do projeto, Silvia Moreira. “Todos saem com pelo menos uma peça pronta, que serve como um portfólio”. Segundo o professor Armando Gomes Tavares, o conteúdo é repassado em dois módulos. No primeiro, são aplicados todos os conceitos de marcenaria em peque-

Freepick

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Selley Storino e Silvia Moreira destacam as vantagens da iniciativa que aproveita restos de madeira e já formou mais de 100 alunos

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comportamento

Elisabeth Goulart vê no curso a oportunidade de divulgar a importância da sustentabilidade Luciana Sotelo

nas peças. O grande diferencial do programa está no segundo módulo, intitulado Encontros Criativos. Nessa fase, os futuros profissionais aprendem a interpretar de forma criativa projetos de peças assinadas por renomados arquitetos da cidade, oriundos do Club Design. Da ação, saíram bancos, mesas, conjunto de aparadores, bandeja, mesa de centro feita com paletes, biombos com janelas velhas e muito mais, de um total de 24 peças de design. Tamanha nobreza de propósito levou o projeto a patamares internacionais. O curso ganhou o prêmio Internacional IF Social Impact Prize, concedido por uma instituição alemã. O IF International Design tem caráter social e objetiva publicar e compartilhar projetos já implantados ao redor do mundo, que tenham a missão de contribuir com a melhora da sociedade. A comissão julgadora é formada por 12 membros oriundos de Taiwan, China, Coreia do Sul e Alemanha. Como afirma Selley, o título é considerado o Oscar do Design. Entre as regras, os concorrentes tinham que atender a aspectos como resolver um problema relevante; refletir questões morais e éticas; fortalecer as relações de um grupo; criar uma experiência positiva; e ter boa relação custo-benefício. “Nosso projeto foi ao encontro das exigências, afinal, temos no nosso DNA a sustentabilidade. Recolhemos o lixo, transformamos em peças vendáveis e qualificamos a mão de obra”, comenta satisfeita. Além da notoriedade, o prêmio é composto por uma recompensa em dinheiro: 10 mil euros a ser aplicados na compra de novos equipamentos, ampliação de vagas, melhorias na infraestrutura da escola e outras novidades, detalha Selley.

Etapas da reciclagem Assim que o caminhão chega à sede do projeto, a madeira passa por um longo caminho até se transformar em uma peça. O primeiro passo é submeter o material a uma triagem, define Armando. “Só pegamos o que de fato interessa para a reciclagem, algo que possa gerar um novo obje-

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to”. Para ficar apta ao uso, a madeira passa por um processo de limpeza. “Retiramos toda ferragem que ela possa ter, como pregos, parafusos e também dobradiças. Essa fase é essencial para garantir a segurança dos aprendizes”. Só então o material é armazenado nas prateleiras, já com aval para ser utilizado nos ensinamentos. Por receber produtos de toda natureza, o professor diz estar satisfeito com a qualidade das doações. “Recebemos madeira de toda sorte, as nobres como cedro, mogno, embuia, ipê, assim como também as mais populares como pinho e eucalipto”. E se uma das metas do curso é a geração de renda, o professor Armando fala de alguns casos de sucesso já contabilizados. Entre os exemplos, cita ex-alunos que se tornaram professores do ofício, outros, que hoje fazem reparo de movelaria, e o caso de Glauci Mara Martines Bueno, uma publicitária de 36 anos que mudou sua vida. Gal Bueno, como é conhecida, identificou-se com as técnicas de marchetaria e deu asas a sua imaginação. “Sempre gostei de arte, já trabalhava com outras técnicas de artesanato, precisava me profissionalizar. Me identifiquei muito com tudo que aprendi e o desenvolvimento do projeto, na segunda fase, foi muito interessante”. Com entusiasmo e um forte senso de oportunidade, Gal começou a divulgar as peças produzidas durante o curso, e o resultado se materializou em convites para participar de eventos. “Precisava produzir mais, as peças tiveram uma ótima aceitação e recebi algumas encomendas. Assim, senti a necessidade de criar a marca, pontuar estratégias de comunicação, aperfeiçoar as técnicas e, finalmente, me profissionalizar”. Desempregada até então, Gal abraçou a ideia e viu no curso uma grande porta aberta. Foi assim que caixotes de feira, janelas velhas, batentes desgastados e camas quebradas se transformaram em peças criativas e variadas, inclusive bijuterias. “Após o curso, participei de algumas oficinas como de móveis em bambu, em Bertio-

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Luciana Sotelo

Em um dos módulos do curso os futuros profissionais aprendem a interpretar de forma criativa projetos de peças assinadas por renomados arquitetos da cidade, oriundos do Club Design

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comportamento

Gal Bueno

Gal Bueno

Luciana Sotelo

A carga horária do curso é de 80 horas e todos os alunos saem com pelo menos uma peça pronta, que serve como um portfólio

ga, e produção artesanal de anéis em madeira, em São Paulo. Ainda estou no estudo para produção de novas peças”. Se Gal veio à Ecofábrica com todo pique, porém, ressalta o professor, nem sempre é assim. Algumas pessoas chegam sem rumo, sem emprego, com problema de baixa-estima e sem saber o que fazer da vida. “Quando começam a conhecer as técnicas, ganham um novo sentido, descobrem um verdadeiro universo de possibilidades. Isso é maravilhoso, a gente vê a evolução, isso não tem preço, é muito gratificante”. O aposentado Nelson Carneiro de Melo foi atrás de distração, algo para ocupar o tempo livre. Como logo colocou a mão na massa, tem no currículo a experiência na confecção de mesa, cadeira, centro de mesa e um conjunto de acessórios para comer caranguejo, composto por martelos e tábuas

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de madeira. “Para você ver como minha vida mudou, antes não fazia nada e, agora, estou cheio de novas ideias”, diz Nelson. Já com Elisabeth Goulart foi diferente. Ela levou em consideração a pegada ecológica. Como técnica em meio ambiente e segurança do trabalho, não poderia deixar de prestigiar tamanha iniciativa. “Quando soube que o curso iria dar uma utilidade para o material do cata-treco, não pensei duas vezes. Tinha que apoiar e levar esse conhecimento adiante”. Mesmo desempregada, Elisabeth não pensa em ganhar dinheiro com os frutos da marcenaria. Ela tem pensamentos mais nobres, ou seja, divulgar a importância da sustentabilidade e, quem sabe, repassar o conhecimento adquirido às pessoas atendidas nos projetos sociais dos quais atua como voluntária.

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ONDE TEM TRANSFORMAÇÃO

O FUTURO É HOJE. NÃO PRECISA PENSAR MUITO À FRENTE PARA SABER QUE OS SERVIÇOS SERÃO MAIS OTIMIZADOS, QUE AS FAMOSAS LOJAS DO FUTURO, NA VERDADE, SÃO DO PRESENTE. SEJA BEM-VINDO À ERA EM QUE A TECNOLOGIA CRIA SOLUÇÕES VOLTADAS ÀS SUAS NECESSIDADES. SEJA BEM-VINDO À TOTVS.

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arte

Cidadãos do mundo graças à arte Com seu talento e expertise, mais de 200 artistas de Cubatão já representaram o município e o Brasil em Nova York, Áustria e Chile

Foto Alceu Bett 32

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Foto Alex Laire

Ano passado, os bailarinos Yasmin Matos e Jey Santos conquistaram ouro no Festival Valentina Kozlova, em Nova York, nos Estados Unidos

Morgan Monteiro Há tempos a cidade de Cubatão colhe os louros de seus talentosos artistas. São músicos, bailarinos, atores e profissionais de outras áreas artísticas, que brindam o Brasil e o exterior com suas performances. Em anos recentes, os grupos artísticos oficiais da cidade despertaram o interesse de festivais e produtoras internacionais. Essas equipes fazem parte da Secretaria Municipal de Cultura, que dá o suporte para desenvolverem o trabalho. A devolutiva dos artistas são apresentações para a comunidade e projetos de formação de público e educação musical. A mais recente experiência ocorreu com a Cia. de Dança de Cubatão. Em 2017, apresentou-se em Nova York, nos Estados Unidos, representando nosso país no Festival Valentina Kozlova, de grande importância mundial. Foi uma das mais premiadas da competição. Todas as coreografias apre-

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sentadas pela equipe cubatense em disputa foram classificadas. O ouro ficou com Apenas..., um duo contemporâneo interpretado por Yasmin Matos e Jey Santos. A jovem bailarina Flávia Sá, que criou as quatro montagens classificadas para o festival, também conquistou medalhas pelo trabalho impecável. Ela é quem explica: “Foi incrível ver a dança, que elaboramos com tanto carinho, no Symphony Space, um espaço tão amplificador de talentos. NY é uma vitrine para qualquer artista”. Ela lembra que foram mais de 300 coreografias em competição; apenas 38 foram classificadas para a final. Independentemente do ótimo resultado, a diretora artística da Cia., Vanessa Toledo, afirma que, dançar no coração de Nova York, foi um grande sonho. “É realmente muito recompensador perceber aonde chegamos. E sabemos o quanto batalhamos para estar lá. A participação no Valentina Kozlova, as medalhas, o reco-

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arte

Foto Alex Laire

nhecimento de todo nosso trabalho, tudo é prêmio”; Vanessa coordena a equipe com um olhar diferenciado, para o futuro e para as oportunidades de crescimento. Mesmo em um ano no qual a crise financeira causou estrago nos investimentos voltados à arte, nos setores público e privado, a Cia. usou de criatividade para garantir essa viagem. Foram mais de seis meses realizando festas, workshops, apresentações, rifas e livro-ouro, para arrecadar verba. Uma semana antes da viagem, a Cia. foi destaque em rede nacional na Rede Globo, quando participou do programa Encontro com Fátima Bernardes. Dias depois, conseguiu o restante do patrocínio com a prefeitura de Cubatão. Lá na Big Apple, os bailarinos da Cia. de Dança participaram de aulas em locais como o Broadway Center, escola formadora de bailarinos e atores para musicais; oficinas com nomes de destaque, como Sheila

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Barker e Slam, ex-bailarino de Madonna; conheceram várias escolas de dança; assistiram a espetáculos da Broadway e até experimentaram alguns passos na Times Square. Dias antes de retornarem, em um domingo que seria de folga, a equipe continuou dançando; dessa vez no Central Park, no coração da mais importante cidade dos Estados Unidos.

Coral Zanzalá no Lincoln Center Esta não foi a primeira vez que um grupo artístico cubatense desembarcou em solo norte-americano. Em 2014, o Coral Zanzalá esteve na ilha de Manhattan para cantar uma obra importantíssima do cenário musical: The Messiah ou O Messias, de Handel. O espaço para a apresentação foi no complexo Lincoln Center, local que recebe músicos, atores, cantores e bailarinos de todo o planeta. O Zanzalá foi o único coral brasileiro

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a participar do espetáculo, que aconteceu em 30 de novembro daquele ano. Juntou-se a cantores da Austrália, França, Guatemala, China, Alemanha, Canadá e Estados Unidos. A apresentação contou com a Orquestra do Distinguished Concerts International New York (DCINY) e participação de sopranos importantes dos EUA, alguns cedidos pela Metropolitan Opera. A regência foi de Jonathan Griffith, diretor artístico da Orquestra, que não poupou elogios ao coral cubatense. “Muito articulados, técnica impecável e boa vontade de sobra. É isso que os diferenciou quando realizamos a seleção dos artistas”, afirmou Griffith. O Coral foi descoberto pela produção do DCINY via internet. Um ano antes, o Zanzalá havia interpretado a mesma obra de Handel, na Igreja Matriz de Cubatão, junto com a Banda Marcial da cidade. Diz Nailse Machado, regente titular. “Recebemos um e-mail com o convite para a apresentação nos EUA. Num primeiro momento, desconfiamos, mas depois de muitas conversas com a produção DCINY, tivemos certeza da seriedade do projeto. E foi mesmo uma experiência ímpar!”. O Zanzalá também teve a oportunidade de se apresentar em plena 5ª Avenida, na Saint Patrick’s Cathedral. A igreja recebe coros e grupos de câmara de NY, em um programa que leva arte para a comunidade. O Zanzalá foi inserido nesse projeto. Além de repertório de música gospel norte-americana – também chamada de Negro Spirituals -, foi a oportunidade para cantar bossa nova e MPB, no coração de NY. Na época, a igreja estava em reforma e abriu as portas meses mais tarde com a presença do papa Francisco. O local enfeita a cidade por mais de um século e é um dos cartões-postais da cidade. Imponente pela arquitetura, a catedral destaca-se no meio urbano da metrópole e é uma âncora do turismo. Recebe mais de cinco milhões de visitantes por ano. Antes de partir, o grupo decidiu levar a cultura brasileira para a rua. Mesmo no início do inverno nos Estados Unidos, com temperaturas que chegaram a -4ºC, os artistas

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Foto Alex Laire

A Cia. de Dança de Cubatão é um dos exemplos da qualidade artística da cidade, que despertou o interesse de festivais e produtoras internacionais 35


arte Foto Divulgação

não resistiram e cantaram em plena Times Square, em uma das noites de folga. Segundo Genilde Spina, uma das cantoras do Zanzalá, foi “uma experiência inesquecível. Às vezes, a gente custava a acreditar que estava ali e ainda fazendo o que gosta mais: cantando”. A participação do Coral nessa viagem internacional só veio coroar um trabalho de mais de 40 anos. O Zanzalá surgiu em meados da década de 1970, no então Conservatório Musical (hoje, Escola Técnica de Música e Dança de Cubatão). De um projeto experimental, tornou-se referência municipal e regional, apresentando-se em teatros da capital, interior e outros estados brasileiros, até chegar ao exterior. Para esses artistas, estar em terras estrangeiras representa muito mais do que divulgar o trabalho lá fora. É a oportunidade de ter um feedback poderoso a respeito da qualidade técnica de tudo que é feito por aqui. Diz Nailse: “Em Nova York, trocamos experiências com regentes norte-americanos, da América Latina e Europa. E percebemos que o repertório que executamos no Zanzalá é perfeitamente compatível com os coros de outras partes do mundo. E não digo somente a nosso respeito, não”. A regente refere-se,

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também, às obras interpretadas por grupos cubatenses, como o Rinascita, especializado em música antiga feita entre os séculos XIV e XVI, na Europa, e as Bandas Sinfônica e Marcial, que executam com maestria peças de grandes nomes da música erudita. Outro grupo artístico cubatense que fez viagens internacionais foi a Banda Marcial de Cubatão. Em 2005 e 2004, esteve na cidade de Melipilla, no Chile, quando participou do Festival Internacional de Bandas y Fanfarrias. A Marcial também representou o Brasil. O repertório, além das músicas tradicionais de bandas marciais, contou com música popular brasileira e participação de bailarinas do Corpo Coreográfico da Marcial. O grupo fez três apresentações em desfile de solo, em avenidas e ruas de Melipilla, e ainda, outros dois concertos no Centro Cultural Teatro Serrano. Milton Custódio Simões, produtor da Banda, disse: “Aproveitamos a oportunidade e realizamos uma pequena turnê por Santiago e algumas cidades próximas. Nos apresentamos em praças, teatros de arena, e tornou-se uma ótima experiência, fomos muito bem-recebidos pela população chilena. Sobretudo, por causa da música brasileira”. O regente titular e fundador da Marcial,

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Pelo menos 60 pessoas, entre artistas e equipe técnica do Zanzalá, estiveram na Big Apple. O Coral representou o Brasil na apresentação que reuniu artistas de todo o mundo

Alexandre Felipe Gomes, garante que a viagem foi uma aventura. O valor arrecadado para o encontro só permitiu à equipe fazer o percurso de ônibus. Foram três dias e meio na estrada. “Retornamos com uma bagagem artística muito interessante e a união do grupo, fundamental para realização de um trabalho coeso”, afirmou.

Experiência artística na Europa O maestro Alexandre também reconta outra importante parte da história artística de Cubatão quando, em setembro de 1999, a Banda Sinfônica de Cubatão – da qual era regente, à época – foi convidada para um intercâmbio na Áustria. Tudo começou um ano antes, durante o Brasil Fest in Folk, festival folclórico realizado na região pela AbrasOffa (Associação Brasileira dos Organizadores de Festivais de Folclore). A sinfônica foi convidada por músicos austríacos que se apresentaram em Cubatão, no Fest in Folk, para fazer uma visita e apresentações na cidade de Lackenbach, a 95 quilômetros da capital Vienna. Os músicos cubatenses foram recebidos nas casas dos instrumentistas austríacos, nas quais foram abrigados por alguns dias. Hele-

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na Lourenço, organizadora do Fest In Folk e presidente da AbrasOffa, explica: “Essa troca é um dos principais instrumentos usados pelo Festival para promover o intercâmbio de culturas. Dessa maneira, a gente conseguia fazer com que os participantes de fato conhecessem os costumes locais, contemplando as diferenças e aceitando os semelhantes. Sempre foi muito enriquecedor. E, em especial, esta viagem; a troca foi incrível porque também havia arte envolvida”, Helena participou dessa empreitada com uma equipe de 80 pessoas, entre regentes, músicos, equipe técnica, bailarinas do Corpo Coreográfico (antes de se tornar Cia. de Dança) e tradutores. Na Áustria, a Sinfônica de Cubatão apresentou-se em uma construção medieval, o Castelo de Lockenhaus. A viagem musical se expandiu até Portugal. Nessa conexão, a Banda mostrou seu talento para a comunidade de Aveiro, que é cidade-irmã de Cubatão, com concertos em praças públicas. Já em Santarém, a apresentação foi na Igreja da Graça. É nesse local que estão enterrados os restos mortais de Pedro Álvares Cabral. “Também foi uma experiência enriquecedora”, disse o maestro Alexandre.

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arte

Fotos Secom Cubatão

Os músicos cubatenses encantam ouvintes, tanto no Brasil , quanto no exterior

Referência aqui e lá A presença dos Corpos Estáveis de Cubatão em festivais e apresentações no exterior só reforça a vocação da cidade em fazer arte e cultura com muita propriedade. O coordenador geral dos Grupos Artísticos, maestro Roberto Farias, ressalta que, ao longo desses anos, sobraram convites para que as equipes municipais participassem de eventos no estrangeiro, porém, foi inviável financeiramente em algumas deles. Banda Marcial e Corpo Coreográfico foram selecionados para estar em um fes-

tival na Colômbia, em 2015, mas apenas o maestro Alexandre pôde ir com seus próprios recursos; o Coral Zanzalá recebeu convites para representar o Brasil na Espanha e Argentina, e a Banda Sinfônica para retornar à Áustria, por duas vezes. O próprio Farias, fundador da Banda Sinfônica, tem obras suas executadas por orquestras, bandas e grupos de câmara de todo o mundo; já regeu orquestras e bandas nos Estados Unidos, Uruguai e Argentina, além de possuir músicas publicadas em revistas norte-americanas.


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gastronomia

Leites vegetais, uma opção saudável Fácil de preparar em casa, dificilmente esse tipo de bebida causa alergia ou desconforto gástrico Fernanda Lopes

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Derivados de cereais e sementes, os chamados leites vegetais têm ganhado cada vez mais espaço nas prateleiras dos supermercados e, principalmente, nas receitas caseiras. Segundo a nutricionista Angelica Croccia, os leites vegetais são grandes aliados para quem faz uso de dietas restritivas a produtos de origem animal, como é o caso dos veganos. E também para quem tem intolerância ou alergia à lactose, ou a outro elemento presente nos leites animais, ou, ainda, simplesmente para quem deseja experimentar outras formas de leite, como ela explica: “Geralmente, há pouca variedade de leites vegetais disponíveis nos supermercados comuns, e, quando são encontrados, apresentam um preço bem elevado. Outra desvantagem dos leites vegetais industrializados é que, quase sempre, apresentam conservantes, corantes, açúcar e adoçantes, o que faz muitas propriedades desses leites se perderem. Por isso, o ideal é prepará-los em casa.” O processo para obter leite de diferentes tipos de grãos e cereais é bem parecido. Na maioria das vezes, é necessário deixar o grão ou cereal de molho durante algumas horas, bater com água e coar, porém não é regra. Em alguns casos, não é necessário nem deixar de molho ou ainda coar, tornando o processo mais prático. “O leite de coco

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é o queridinho do momento, pelo seu sabor e cremosidade. Porém, é o mais calórico”, diz Angelica. A nutricionista explica que os leites vegetais mais baixos em carboidratos são elaborados a partir das oleaginosas, como nozes e amêndoas. Já o leite de arroz, depois do leite de soja, costuma ser o mais em conta e fácil de encontrar pronto. “O leite vegetal é rico em carboidrato e livre de lactose, colesterol e de uma proteína chamada caseína (presente no leite de origem animal). Por essas razões, dificilmente esse tipo de bebida causa alergia ou desconfortos gástricos. Têm fácil digestão”.

Em alta Segundo relatório da empresa de pesquisa de mercado Packaged Facts, o mercado de bebidas alternativas aos laticínios e de produtos substitutivos aos laticínios lucrará US$ 28 bilhões em 2021. Os produtos veganos estimularão o crescimento do segmento e devem representar 40% do total combinado de substitutivos aos laticínios e às bebidas de origem animal, em comparação com 25%, em 2016, quando as bebidas alternativas a laticínios representaram apenas US$ 6 bilhões das vendas no varejo. A categoria de leites vegetais subiu 3,1% desde 2016. No mesmo período, as vendas de leite de vaca foram reduzidas em aproximadamente 5%.

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gastronomia

Receitas Leite de amêndoas Ingredientes: 1 xícara de amêndoas sem sal e cruas (pode ser qualquer outra oleaginosa como castanha de caju, castanha do Brasil etc.); 2 a 4 xícaras de água filtrada ou água de coco, caso queira mais docinho (a proporção varia conforme queira o leite mais concentrado ou diluído) Preparo: deixe as amêndoas de molho na água de um dia para o outro, e depois bata no liquidificador por 1 a 2 minutos. Coe em um pano ou coador convencional. Conserve o leite em geladeira e consuma em até três dias. Dica: você pode usar o resíduo do leite para incrementar massas de bolo. Rendimento: 1 litro

Propriedades nutricionais

Iogurte vegano de coco Ingredientes: 200ml de leite de coco; 1 banana; 1 fatia de mamão; 1 colher de sopa de abacate; 1 colher de sopa de farinha de coco. Preparo: bata tudo no liquidificador. Se quiser, polvilhe farelo de aveia ou castanhas picadinhas.

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De amêndoas: esse leite é rico em antioxidantes, em gorduras boas e em minerais que ajudam na malhação. Tem baixo índice glicêmico. Calorias: 122 cal em 200ml; De arroz: por não conter gordura, é menos calórico, mas pode elevar o índice glicêmico. Rico em carboidratos, é ótimo no pré ou pós-treino. Calorias: 48 cal em 200ml; De aveia: fonte de fibras que dão saciedade, melhora a digestão e até a qualidade do sono. Como tem muito carboidrato, em excesso pode elevar o índice glicêmico. Calorias: 71 cal em 200ml; De castanha de caju: excelente fonte de ômega 9 (auxilia na saúde do coração) e de selênio, mineral com ação antioxidante, que previne o envelhecimento precoce. Calorias: 95 cal em 200ml; De coco: É rico em antioxidantes, ajuda na saciedade e a reduzir o colesterol ruim. Ótimo para dar energia antes do treino. Calorias: 176 cal em 200ml.

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Leite de coco Ingredientes: 1 polpa de coco seco cortada em pedaços e 700ml de água morna. Preparo: bata a polpa do coco com a água no liquidificador por 3 minutos. Coe em pano fino ou coador convencional. Conserve o leite em geladeira e consuma em até três dias. A polpa de coco que restou no coador pode ser aproveitada para fazer uma farinha de coco, biscoitos ou até mesmo coco ralado. Basta levá-lo ao forno ou frigideira e mexer constantemente, para evitar que queime. O ponto ideal é quando ele estiver seco e solto. Dica: para retirar a casca do coco, primeiramente, faça um furo e retire a água de dentro do coco. Pré- aqueça o forno, coloque o coco em uma assadeira e leve-o ao forno por aproximadamente 15 minutos. Após esse tempo, retire o coco do forno, espere esfriar e retire a casca com toda a facilidade. Se quiser, utilize o auxílio de uma faca (mas, com cuidado). A polpa vai sair facilmente e você pode utilizá-la mesmo com aquela película marrom que a envolve. Rendimento: 1 litro

Leite de aveia Ingredientes: 1 litro de água morna; 1 xícara (chá) de farelo de aveia; 1/4 de xícara (chá) de aveia em flocos; 5 gotas de essência ou extrato de baunilha; adoçante a gosto (opcional). Preparo: bata todos os ingredientes no liquidificador por 1 a 2 minutos. Coe com um pano ou coador convencional. Conserve o leite na geladeira e consuma em até três dias. Dica: você pode usar o resíduo do leite para incrementar massas de bolo, cookies ou panquecas. Rendimento: 1 litro

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ser sustentável

Sai o Itapanhaú, entra o reuso Foto Du Zuppani

A reutilização é a melhor alternativa para aumentar a quantidade de água potável disponível à população

Marcus Neves Fernandes Em recente encontro, que reuniu cientistas e professores universitários, para falar sobre sustentabilidade e recursos hídricos, a proposta de transposição do rio Itapanhaú acabou criticada e considerada, até mesmo, como desnecessária, por pesquisadores a exemplo do professor José Carlos Mierzwa. Membro do Departamento de Engenharia Hidraúlica e Sanitária, da Escola Politécnica da USP, e coordenador de projetos do Centro Internacional de Referência em Reuso de Água (Cirra), Mierzwa apontou o reuso como a melhor alternativa para aumentar a quantidade de água potável disponível à população. O tema ‘reuso’ ainda é pouco debatido no Brasil. O próprio termo, para surpresa

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de muitos, sequer existia na língua portuguesa até o final dos anos 90. Hoje, porém, faz parte da pauta de muitos setores, como é o caso da construção civil, segundo o engenheiro civil Marcos Casado, especializado em administração e gestão ambiental, e diretor técnico da Sustentech Desenvolvimento Sustentável. Também presente ao evento, Casado enfatizou que soluções como a reutilização da água do chuveiro, para a descarga do vaso sanitário – uma das várias opções de reuso ainda pouco empregadas no Brasil – é não apenas viável tecnicamente, como também necessária (a descarga do vaso ‘rouba’ até 30% de todo o volume de água que uma família consome ao longo de um mês). Afinal, chega a ser um verdadeiro absurdo utilizar água limpa, potável, tão so-

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mente para se livrar de dejetos. Ainda mais em um contexto de constante crise hídrica, a ponto de o governo do estado cogitar retirar água do rio Itapanhaú para o abastecimento da Grande São Paulo. Com o reuso, um condomínio, seja ele comercial, residencial ou misto, pode atingir índices acima de 50%, na economia de água. Caso adote um conjunto de soluções, que pode incluir até mesmo a captação de água da chuva, o consumo de água pode ser reduzido em 80%. Amplie esse raciocínio para hospitais, prédios públicos e shoppings, entre outros, e o volume de água poupada torna-se significativamente relevante, politicamente imperativo. Note que não chegamos sequer a comentar a questão das perdas ao longo de toda a linha de abastecimento. Esse já crô-

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nico problema, que compromete nada menos do que 35% de tudo que sai das áreas de captação, ainda aguarda uma ação mais efetiva por parte do estado, independentemente dos elevados custos que se impõem. O que os cientistas defendem, e demonstram como plenamente factível (técnica e financeiramente), é a adoção em larga escala das tecnologias de reuso, culminando, por exemplo, com algo impensável há 30 anos: o reuso de água do esgoto. Atualmente, inclusive no Brasil, já é possível produzir 75 litros de água potável para cada 100 litros de esgoto. E isso com um custo semelhante ao da água retirada e tratada de um manancial. Aliás, em muitos países, a água de reuso de esgoto é reenviada aos rios e lagos e não diretamente à rede de abastecimento.

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ser sustentável Isso me faz lembrar um professor de uma escola pública rural no litoral sul paulista. Em pleno Dia da Água, ele tinha como costume levar seus alunos para um passeio ao banheiro. Lá, sem o menor constrangimento, ele recolhia água da descarga do vaso sanitário e oferecia aos alunos. Estes, espantados, não sabiam bem como agir. Alguns arriscavam pegar a caneca do professor, outros apenas se entreolhavam. O mestre, então, fazia o seu discurso, enfatizando que aquela água era tão potável quanto a que saia da pia da cozinha para o almoço dos estudantes. A única diferença, dizia ele, era que algum “maluco” ainda deixava que água potável, boa para o

Atualmente, inclusive no Brasil, já é possível produzir 75 litros de água potável para cada 100 litros de esgoto

consumo, fosse estupidamente utilizada para empurrar fezes e urina cano abaixo. Infelizmente, essa ‘maluquice’ persiste e continua sendo ignorada cotidianamente por boa parte da população, que também desconhece que a prática de retirar água de uma comunidade para abastecer outra é não apenas “pré-histórica, como irracional, resolvendo precariamente o problema de abastecimento de água em uma região, em detrimento daquela que a fornece”, afirma o professor Ivanildo Hespanhol, um brasileiro reconhecido mundialmente por suas pesquisas em relação aos recursos hídricos. Por essas e outras, é preciso salientar que a crise hídrica no Brasil também é uma crise de gestão. Afinal, o que se propõe atualmente, a transposição do Itapanhaú, por exemplo, é o mesmo que a humanidade faz há pelo menos 2,5 mil anos. Talvez, quem sabe, esteja na hora de repensar o modelo. Talvez seja hora de, pelo menos, adotar outros modelos.


Flashes

Encontros de maio

Em Mogi: o deputado federal Junji Abe, o prefeito Marcus Melo, o bispo diocesano Dom Pedro Luiz Stringhini, o vice-prefeito Juliano Abe e Adriano Stringhini, superintendente de Comunicação da Sabesp

O secretário de Cultura de Santos Fabio Nunes e a secretária de Turismo Thaís Margarido

O vereador de Santos Benedito Furtado e o deputado estadual Caio França

O governador Marcio França e a primeira-dama do Guarujá Edna Suman

Em Brasília: o deputado Marcelo Squassoni, o major-brigadeiro do ar Marcelo Kanitz Damasceno, o prefeito de Guarujá Válter Suman e o secretário de governo do Guarujá Gilberto Venâncio Alves

Em Bertioga

O prefeito de Guarujá Válter Suman e Edna Suman

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Os aniversariantes Guilherme Hanato e Douglas Dias

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Flashes

A animadíssima festa de comemoração do 1° aniversário do Pastel Bertioga

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Flashes

Momentos registrados durante o desfile de aniversário de 27 anos de emancipação político-administrativo de Bertioga, comemorado em 19 de maio

Alfonso Dari Weiland, Ribas Zaidan, Eduardo e Débora Pereira

Vereadora Valéria Bento, Marcos Augusto e Matheus Rodrigues

Emancipadores de Bertioga

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Ana Paula Pimenta, assessora de Comunicação Social, Caio Luis, CEO da Viação Bertioga, e Mario Marques, gerente administrativo da Viação Bertioga

Jurandyr José Teixeira das Neves, Sérgio e Lucila Nassur

Iria e Sergio Pauli

Membros do Grupo Vivência

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“Alto Astral” // Durval Capp Filho

Confraternizações, eventos, festividades e comemorações

A nova diretoria da Associação dos Engenheiros e Arquitetos de Santos, empossada para o biênio 2017/2019

Novo presidente da Associação dos Engenheiros e Arquitetos de Santos Rui Evangelista dos Santos

O casal Myrian e Henrique Cunha, organizadores da Noite de Glamour do Oscar, no Buffet Tiroli

Valéria e Evandro Trocoli, na Magia do Cinema

A arquiteta Cláudia Viana em seu lindo espaço, na mostra Decore, em Praia Grande

Felipe Vilarinho, o mestre das flores, em sua tradicional floricultura Gardênia

No bazar do Dia das Mães, realizado na Associação dos Dentistas de Santos, as ciganas do grupo Mistério do Oriente deram show de dança

Daniela e Adriana Zucchini Rodrigues em mais um lançamento sensacional da D’ Casa, na mostra Religare

No Dia das Mães, o carinho especial do filho Adry Santos para sua mãe Silvera Santos


“Destaques” // Luci Cardia

Para essa edição, a coluna foi até Paris, a eterna Cidade Luz, no início da primavera, e conferiu a celebração de um ano de vida de Pietro Nor, com os pais Mersinho e Renata Palma, e toda família. Parabéns!

A lindíssima Drª Angelica Nor, com os netos

O aniversariante Pietro Nor

Toda a família Nor, na Torre Eiffel, celebrando na Cidade Luz

O casal Dr. Merson Nor e sua amada Angélica, com os filhos e genro

Merson Nor Jr. e o petit Pietro Nor

O amor está no ar: Renata Palma Nor e Merson Nor Júnior, celebrando a vida

Nosso aniversariante de maio, meu querido Dr. José Aparecido Cardia, e esta colunista

Rose Aragon, também aniversariante de maio, com seu amor Sérgio Aragon

Giro Social

Eles são de maio: Roberto Haddad e o cantor Rominho


“Celebridades em Foco” // Edison Prata

Aniversário de Humberto Barbato reúne família e amigos em Guarujá

Com estilo, o aniversariante posa ao lado de sua companheira Neia

Um close em Neia, Humberto, Hugo Rinaldi e Patrícia Franco

Quem desceu a serra para dar um abraço no paizão foi o filho Humberto, nesta foto com sua eleita Patrícia Rockenbach

Click especial: Neia e Patrícia Rockenbach

Família unida e reunida é tudo de bom: Gabriel, Susana, Bianca, Giovanna, Neia e o aniversariante

Humbertinho e Humberto Barbato. Bons momentos

Bons amigos não deixam de comparecer: Adriana e Claudeci Lopes

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Humberto e Natanael Moreira, direto de Campinas

Um close em Werner Odenheimer e Glaucia Ferreira

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Sustentabilidade é planejar hoje o bem-estar do amanhã.

A Riviera de São Lourenço é parceira de Bertioga em diversas frentes de trabalho, gerando dividendos econômicos, sociais e ambientais. São mais de 5 mil empregos diretos, programas de responsabilidade social como o Programa Clorofila e a Fundação 10 de Agosto, que atendem milhares de crianças e jovens de todos os bairros. Gerando significativa receita tributária para o município, a Riviera possui ainda um Sistema de Gestão Ambiental certificado pela norma ISO 14001, que garante o seu crescimento sustentável. Por tudo isso, a Riviera é um grande patrimônio da cidade. Parabéns Bertioga pelos seus 27 anos. Estamos orgulhosos de fazer parte de seu desenvolvimento.


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