Beach&Co 113

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Foto Prism68/Shutterstock

20 Lixo na natureza, não mais!

Foto Divulgação Phanton Films

52 Cineastas brasileiros em projeção

E mais... Orquídeas 10 Cidadania 28 Porto 40 Saúde 46 Costa Norte Escola

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Foto Renata Inforzato

Sustentabilidade 64 La Défense

68

Moda 78 Destaque 84 Coluna Chic

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Flashes 94 Celebridades em foco

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Foto Fernanda Brito Paiva

58 Visita ao Horto Florestal. Falta pouco

Capa

Orquídea Brasilaelia purpurata, comum no bioma Mata Atlântica Foto Marcos Antonio Campacci

Foto Khvost / Shutterstock

74 Educação alimentar começa cedo

Foto Giuseppe Puorto

Ilha Queimada Grande pág. 34


Beach A

R e v i s t a

Co d o

ao leitor Foto Marcos Antonio Campacci

L i t o r a l .

ANO X - Nº 113 - novembro/2011 A revista Beach&Co é editada pelo Jornal Costa Norte Redação e Publicidade Av. 19 de Maio, 695 - Bertioga/SP Fone/Fax: (13) 3317-1281 www.beachco.com.br beachco@costanorte.com.br Diretor - Presidente Reuben Nagib Zaidan Diretora Administrativa Dinalva Berlofi Zaidan Edição Eleni Nogueira (MTb 47.477/SP) beachco@costanorte.com.br

E mais... Diretor de Arte

Roberto Berlofi Zaidan roberto@costanorte.com.br Criação e Diagramação PP7 Publicidade www.pp7.com.br | pp7@pp7.com.br Direção de Arte: Marcel Oliveira Diagramação: Audrye Rotta Marketing e Publicidade Ronaldo Berlofi Zaidan marketing@costanorte.com.br Depto. Comercial Aline Pazin aline@costanorte.com.br Revisão Adlete Hamuch (MTb 10.805/SP) Colaboração Edison Prata, Fernanda Lopes, Flávia Souza, Fernanda Brito Paiva, Gabriela Montoro, Gisela Bello, Lucia Bakos, Luci Cardia, Karlos Ferrera, Mar Franz, Marcos Neves Fernandes, Renata Inforzato e Vinícius Mauricio Circulação Baixada Santista e Litoral Norte

Sinônimo de paixão Foi mesmo em decorrência de uma paixão que ela nasceu na cidade de Anam, como conta uma lenda originada, provavelmente, na Indochina. A bela jovem Hoan-Lan, fria e distante, desprezava a todos os homens que lhe ofereciam seu amor, levando-os, inclusive, ao suicídio. Um poderoso deus decidiu castigá-la, fazendo com que se apaixonasse pelo formoso Mun-Say, que a ignorou. Decidida a se vingar, procurou ajuda com uma bruxa, que, no entanto, transformou o jovem numa árvore de ébano. Durante muito tempo, Hoan-Lan chorou enlaçada à árvore, até que um deus dela se compadeceu e a transformou numa flor, cujo destino estaria para sempre ligado ao seu hospedeiro. Esta flor é a orquídea, cujo nome origina da palavra grega orkhis, que significa testículo, outro dado exótico que permeia esta bela espécie de planta. Sua história data de milhares de anos, de acordo com o Centro Paulista de Orquidófilos (CPO), a mais antiga associação orquidófila do estado de São Paulo. No terceiro século antes de Cristo, as orquídeas já eram usadas na alimentação por conter supostos poderes afrodisíacos. O fascínio do homem por esta planta atravessou os séculos e, até hoje, ela é admirada e cultivada como uma preciosidade dentre as espécies vegetais. De formas, cores, texturas e tamanhos incríveis, sua variedade parece ser infinita, uma vez que, de tempos em tempos, descobre-se um novo tipo de orquídea. Como a jovem Hoan-Lan, ela é difícil de cultivar, cresce distante no meio das matas, temperamental no trato, mas fascinante. Provavelmente, por tudo isso é que as orquídeas motivam tanta paixão. Eleni Nogueira





meio ambiente

beleza e fascínio

Fotos Marcos Antonio Campacci

Símbolo de

Elas somam milhares de espécies naturais. E nem se enquadram nesta estimativa, aquelas ainda desconhecidas pela Botânica, nem as criadas pelo homo sapiens. Sim, fala-se aqui das orquídeas, as flores que fascinam por suas cores, formas, aromas e simbologia 10

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Por Lúcia Bakos

Cultivar a espécie é um exercício relaxante. Comprá-las (ou melhor, ganhá-las!) é um imenso prazer para homens ou mulheres, jovens ou maduros, amantes do verde ou seres urbanos. E nos dias atuais, as orquídeas exercem um papel especial na natureza, já que são sinônimos de bom equilíbrio ecológico do local onde desabrocham. Estima-se que existam, aproximadamente, 25 mil espécies naturais de orquídeas no mundo, e a Colômbia figura como líder em quantidade de tipos conhecidos. No Brasil, a diversidade da planta é incerta, mas, segundo orquidófilos, varia entre 2,5 mil e 2,8 mil espécies naturais, ou cerca de 10% das catalogadas em todo o mundo. No estado de São Paulo, a estimativa é de 900 tipos e o litoral paulista faz bonito

nesta avaliação. Por estar encravado em plena Mata Atlântica – maior biodiversidade do planeta – abriga grande parte dessas riquezas vegetais. Em Bertioga, por exemplo, pesquisas indicam existir mais de 150 espécies nativas. Algumas, inclusive, são raridades (Stanhopea guttulata, Pogoniopsis schenkii, Platystele oxyglossa, Pabstia modestior, Mormolyca galeata, Cryptarrhena kegelii e Sudamerlycaste rossyi). O mais animador é que sempre se descobre, na região, uma nova espécie, já que ela concentra o maior número de pesquisadores do assunto, seguida do Rio de Janeiro. O taxonomista (especialista em identificação de espécies) e diretor técnico do Círculo Paulista de Orquidófilos (CPO) – mais

Huntleya meleagris e Octomeria juncifolia

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meio ambiente

Brasilaelia purpurata, a “Rainha das Orquídeas” Presente de forma marcante nos limites do município de Bertioga, a espécie é considerada por muitos a mais expressiva dessa família de plantas tão evoluída, as Orchidaceae. Majestosa, talvez seja com essa palavra que se deva resumir o grande rol de adjetivos usados para exprimir a beleza dessa espécie. Foi a principal responsável direta pelo surgimento da orquidofilia no Brasil. No sul do país, ainda é a maior propulsora das coleções. Sua ocorrência restringe-se aos estados de São Paulo, Santa Catarina e Rio Grande do Sul, na Mata Atlântica, até aproximadamente 200 metros de altitude. Apresenta inflorescências abundantes e com um grande número de variações de cores e desenhos. Essa enorme gama de variedades é que a torna objeto de desejo de colecionadores. Fonte: revista NOB/2010

Catesetum bertioguense antiga associação orquidófila do estado de São Paulo, de 1941 –, Marcos Antonio Campacci, já descreveu mais de 70 delas, desde 1983. O processo, ele conta, segue normas do Código Internacional de Nomenclatura Botânica (publicação atualizada a cada conferência internacional da qual participam as maiores autoridades mundiais no assunto), entre outros quesitos, como uma série de informações da orquídea em questão e a distribuição do Código Internacional por pelo menos meia dúzia de instituições oficiais de estudo de Botânica. Após todo esse processo, se aceita, a orquídea é reconhecida mundialmente. “A nominação da planta segue uma série de regras, mas, de maneira geral, é um binômio genérico/específico, em latim ou palavras latinizadas, acompanhado do nome do autor. Isso é para sempre, enquanto existir a humanidade, por isso, as pessoas fazem tanta questão de ter seu nome ligado a uma nova espécie. Uma questão de vaidade humana”, detalha Campacci.

Catesetum bertioguense Uma das descobertas de Campacci, presidente do Núcleo Orquidófilo de Bertioga (NOB), criado em 2009, foi a

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do, o grupo realizou a fixação de 800 mudas de orquídeas pertencentes a espécies classificadas como criticamente ameaçadas de extinção, nas árvores do Parque dos Tupiniquins - entorno do Forte -, na Praia da Enseada, com destaque para a Brasilaelia purpurata e a Cattleya intermédia, bastante comum nas matas de Bertioga. Entre os projetos do NOB, estão o de capacitação dos indígenas da Terra Indígena Ribeirão Silveira – situada na divisa entre Bertioga e São Sebastião –, para o manejo sustentável de orquídeas e bromélias, e o de implantação de um plano de educação ambiental nas escolas públicas da cidade.

Foto Mar Franz

Catesetum bertioguense, originária, como o nome indica, de Bertioga. A espécie, já conhecida de longa data, era confundida com outra natural de Minas Gerais. “Desde 2002 sabíamos tratar-se de coisa diferente e, quando da visita de um grande especialista internacional ao Brasil, ele confirmou nossa opinião, razão pela qual resolvemos descrevê-la, em homenagem à cidade de Bertioga, onde foi encontrada primeiramente, na região de Boracéia. Ela encontra-se difundida por toda a faixa litorânea de Bertioga”. Um dos objetivos do Núcleo de Orquidófilos de Bertioga é fazer com que a cidade seja conhecida como “A cidade das orquídeas”. Nesse senti-

Campaccia venusta, que leva o nome do orquidófilo Marcos Antonio Campacci (acima), descobridor da espécie

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meio ambiente

Anacheilium pachysepalum

Rodriguezia bracteata

Vanilla chamissonis

Estudantes participaram da fixação de orquídeas nas árvores do Parque dos Tupiniquins, em Bertioga Foto Arquivo / Pedro Rezende

Paixão total São muitos os colecionadores e cultivadores de orquídeas espalhados pelo mundo, inclusive em Bertioga. Em uma área de 2 mil m², o casal de dentistas paulistano Celso e Solange Peres cultiva centenas de espécies de orquídea. Entre elas, pode-se encontrar até mesmo a Vanilla, da qual se origina a baunilha. Foi a partir dessa paixão do casal por orquídeas, inclusive, que se cogitou a criação do NOB. “Nossa ideia é fazer com que Bertioga seja conhecida como a ‘Cidade das Orquídeas’, já que há uma biodiversidade genética muito grande por aqui. Bertioga merece esse título, são mais de 150 espécies nativas”, assegura Celso.

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III Semana de Orquídeas e Bromélias de Bertioga de mensagens com temas referentes às plantas, e o oferecimento de rifas onde, claro, o prêmio era uma bela planta adulta de orquídea ou bromélia. Outro diferencial da edição deste ano foi a mostra fotográfica que homenageou a paixão dos bertioguenses pelas plantas. O material exposto foi resultado de trabalho realizado pelo Foto Clube Lentes Caiçaras, do município. Com a participação de várias associações de orquidófilos do estado de São Paulo, em especial, do litoral paulista, o evento contou ainda com

as já tradicionais oficinas sobre manejo e conservação das espécies e a promoção da educação ambiental, por meio do plantio de orquídeas nas árvores do Parque dos Tupiniquins, que fica no entorno do Forte. Houve sorteios e venda de plantas, além de distribuição gratuita de revista que trata da biologia e conservação dessas plantas no habitat da Mata Atlântica e, consequentemente, no de Bertioga, assim como a trajetória do NOB, que atua em prol da conservação das orquídeas e bromélias. Fotos Marcos Pertinhes/PMB

Inúmeras espécies de orquídeas e bromélias deram ainda mais vida às instalações do Forte São João, em Bertioga, entre os dias 4 e 6 de novembro passados. A III Semana de Orquídeas e Bromélias, promovida pelo NOB (Núcleo Orquidófilo de Bertioga), em parceria com o comércio e prefeitura locais, estava supercolorida, devido à variedade de plantas expostas. Grande público prestigiou o evento, que ofereceu novidades aos seus visitantes, como oficinas de arte com pinturas em óleo sobre tela e cartões

Um outro aficionado mora numa casa simples, localizada no bairro Vista Linda, mas que chama atenção devido a uma particularidade: vasos variados de orquídeas dispostos caprichosamente na varanda. O marceneiro João Ribeiro Soares Júnior, apaixonado por orquídeas há seis anos, conta que tal febre se deu a partir de um amigo orquidófilo que o presenteou com um exemplar. “Achei

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Foto Mar Franz

João Ribeiro pegou a “febre das orquídeas” há 6 anos, quando foi presenteado com um exemplar

uma planta fascinante, muito bela. Foi aí que veio minha febre pelas orquídeas”. E a filha dele segue os mesmos passos. De tanto presenciar o pai cuidando das orquídeas, Juliana Paiva Soares, de 12 anos, decidiu cultivar suas próprias espécies, em outro orquidário. Ela diz descobrir os gêneros por meio de revistas especializadas que ensinam a identificar os tipos de orquídeas.

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meio ambiente

Processo de vida Na natureza, as orquídeas ocorrem de três formas principais: terrestres, rupícolas e epífitas. As terrestres se desenvolvem a partir do solo; as rupícolas se agarram às frestas das rochas, nas quais ocorre acúmulo de material orgânico e água, que lhes servem de alimento. Já as epífitas são espécies mais evoluídas. Vivem presas a outros vegetais (árvores, cactos, arbustos). Não são parasitas, apenas usam esses hospedeiros para se apoiar e buscar luz, sem extrair-lhes seiva. Alimentam-se via água que escorre pelos troncos e trazem consigo os nutrientes de que elas se alimentam, num processo muito lento. Suas flores atraem polinizadores, principalmente insetos, que as fecundam e, com isso, criam as cápsulas de sementes que vão gerar novas plantas. Essas sementes são sempre carregadas pelo vento e, ao caírem em local com condições ideais, geram novas plantas. O chamado “estresse” ocorre quando há um desequilíbrio violento nas condições ambientais, normalmente gerado pelos humanos. Mas as orquídeas são muito resistentes e só morrem em condições extremas. No caso de cultivo doméstico, costuma-se acondicioná-las em vasos ou recipientes especiais. Temos então que dar a elas o necessário à sobrevivência: água de boa qualidade (não clorada), adubo e boa incidência de luz e ventilação. Agindo corretamente, teremos orquídeas saudáveis por muito tempo. Para quem é iniciante no cultivo, é aconselhável participar de reuniões orquidófilas, como o Núcleo Orquidófilo de Bertioga (NOB), onde boas informações podem ser encontradas. Fonte: Marcos Antonio Campacci

Cleistes libonii é um exemplo de orquídea terrestre

Foto Mar Franz

O estudante Henrique Felix Trindade, de 14 anos, já é um grande cultivador de orquídeas

O estudante Henrique Felix Trindade, de 14 anos, também é fascinado por orquídeas desde que acompanhou a mãe Marly Alves, em uma das reuniões do NOB. O interesse pela espécie foi imediato e, a partir de então, não largou mais a curiosidade pelos diferentes tipos da planta. A dona de casa Marlene Kitamura, de 57 anos, diz: “A beleza das orquídeas

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para mim é tudo, fico encantada. É a flor que mais admiro, ela é cheia de detalhes, é inexplicável a paixão por orquídeas”. Com mais de 50 mudas na residência, Marlene mostra quão grande é o seu fascínio pela espécie: “Deixo de comprar uma roupa e compro orquídeas. Gosto tanto que, se pudesse, colocaria uma mochila nas costas e viajaria por ai atrás de orquídeas”, conclui sorrindo.

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REVEILLON À BRASILEIRA

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meio ambiente

Lixo

Foto Elena Schweitzer / Shutterstock

agora é coisa séria

Com a sanção da lei 12.305/2010, foi instituída a Política Nacional de Resíduos Sólidos. Dessa forma, os municípios brasileiros têm que se enquadrar em suas normas até o próximo ano. Na Baixada Santista, as cidades já se preparam para o devido tratamento de seus lixos. Enquanto isso, ações simples de reaproveitamento de materiais descartados fazem toda a diferença

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Por Vinícius Mauricio

Acabou a brincadeira. Sancionada em 2010, a Lei 12.305, que instituiu a Política Nacional de Resíduos Sólidos no Brasil, estipula que os municípios têm até o próximo ano para enviar ao Ministério do Meio Ambiente seus planos para tratamento do lixo. Na prática, as cidades da Baixada Santista e do país se mobilizam para se adequarem às novas normas. Os cidadãos conscientes, por sua vez, transformam o lixo em artigo de luxo. Em pleno século XXI, consumista ao extremo, o lixo torna-se um fator decisivo para a população humana. Na concepção do sociólogo e assessor técnico do Fórum da Cidadania de Santos, Célio Nori, “a problemática do lixo urbano, em seu ciclo de produção, coleta e destinação final, passa a ser um dos grandes desafios sócio-ambien-

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• 38% do lixo produzido no mundo decorrem da mineração; • 19% do lixo produzido no mundo são gerados pela agricultura (equipamentos mecânicos, embalagens de pesticidas etc); • 4% do lixo produzido no mundo vêm da indústria (maquinário obsoleto, óleos lubrificantes etc); • 3% do lixo produzido no mundo são resíduos da construção civil; • 2,5% do lixo produzido no mundo são resíduos sólidos urbanos (limpeza pública, resíduos comerciais, sólidos domiciliares etc).

Foto prism68 / Shutterstock

• 4 bilhões de toneladas de lixo são produzidos no mundo, por ano; • 2,5% desse total provêm do Brasil; • 2% do lixo orgânico urbano produzido no Brasil passam pelo processo de compostagem; • 65% do lixo orgânico urbano produzido na Índia passam pelo processo de compostagem; • 13% do lixo seco são reciclados no Brasil; • 3% da população mundial geram 5,5% do lixo do planeta; • R$ 8 bilhões são perdidos anualmente devido ao sistema falho de coleta e reaproveitamento de lixo no Brasil; • 90% do material que retorna para o consumo provêm de catadores; • 7 milhões de toneladas de lixo seco, por ano, seriam desperdiçados se não fossem os catadores; • 39% do lixo produzido no mundo provêm da pecuária;

tais a ser enfrentados”. Para ele, não se trata apenas de uma discussão técnica ou política, é preciso rever hábitos. O lema “reduzir, reutilizar e reciclar” agora ganha mais força. Com a promulgação da lei, segundo o sociólogo, “todos devem estar preocupados. Não podemos deixar de consumir, em função disso, é preciso diminuir a quantidade de lixo nos aterros, por questões ambientais, econômicas, porque quanto mais lixo, maior desperdício de riquezas, e até de espaço”. A lei estabelece, entre outros itens, o fortalecimento da coleta seletiva e o investimento em cooperativas de catadores. Na região, comenta Nori, há algumas iniciativas não consolidadas, mas em andamento. “Um grupo estuda criar uma rede litorânea

Fontes: Mauricio Waldman (autor do Guia Ecológico Doméstico) e Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada - Ipea

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Foto Vinícius Mauricio

meio ambiente

Célio Nori revela que há estudo para criar uma rede litorânea para fortalecer os catadores em trabalho na região

para fortalecer a atuação dos catadores em trabalho. Participam do grupo Itanhaém, Mongaguá, Praia Grande, São Vicente, Guarujá e Cubatão”. Santos não participa desse grupo. Porém, a cidade tenta administrar sozinha seu problema. No município, explica o sociólogo, existem quatro iniciativas de grupos de catadores (duas antigas: uma formada por pacientes do setor de saúde mental, e outra por pessoas que atuam na coleta no centro de Santos. E duas novas, ainda em processo de implantação pela prefeitura local). Uma das principais preocupações do município é com os resíduos da construção civil, já que, em decorrência do boom imobiliário, Santos é a cidade com maior índi-

ce de verticalização do país, o que significa muito lixo vindo desse setor. E a Secretaria de Meio Ambiente projeta um plano para a destinação desse tipo de resíduo. Na opinião de Nori, os poderes públicos das cidades precisam apoiar essas iniciativas, capacitar cidadãos e evitar o surgimento do que ele chama de “catadores de smoking”, ou seja, pessoas que tirem proveito do trabalho dos catadores.

Lixões Eles devem acabar até 2014, segundo a Política Nacional de Resíduos Sólidos. Até lá, a ideia é usar a coleta seletiva para diminuir a quantidade de resíduos nesses lugares, até que deixem de existir. A logística reversa também deve ser pensada, comenta

Foto sxc.hu

Os lixões devem acabar até 2014. A ideia é usar a coleta seletiva para diminuir a quantidade de resíduos nesses lugares, até que deixem de existir

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Foto sxc.hu

Nori. Isso significa que os municípios precisam estudar maneiras de até mesmo o próprio consumidor saber onde depositar o lixo que produz para o reuso. “É uma responsabilidade compartilhada pelos produtores, comerciantes e consumidores, não pode simplesmente colocar o lixo na calçada”. Este ano, o governo do estado de São Paulo sugeriu criar uma usina de incineração em Cubatão, para queimar o lixo que não pode ser reutilizado da região. Mas a ideia foi vetada pela administração da cidade. A incineração tem impactos ambientais e contra a saúde humana, já que a queima lança partículas tóxicas na atmosfera, segundo Nori. Além disso, não elimina a necessidade de se obter novos recursos naturais. E pode prescindir, ainda, da coleta seletiva. O problema maior, salienta o sociólogo, é que os catadores da região acabariam perdendo seus empregos. “Alguns países europeus adotam a incineração, queimam alguns produtos que não podem ser reaproveitados, mas é uma maneira predatória e não sustentável. A Alemanha, por exemplo, já determinou o fim dos incineradores, o problema é que vende sua tecnologia para países emergentes”, ironiza Nori. O Comitê de Gestão de Resíduos Sólidos formou-se em maio, depois que o Fórum da Cidadania de Santos, em parceria com outras instituições da cidade, realizou uma série de debates no 1º Encontro para Gestão de Resíduos Sólidos na Baixada Santista. Participaram do evento, representantes dos governos federal, estaduais e municipais, pesquisadores, organizações privadas e do terceiro setor, e cidadãos em geral. O Comitê tem se reunido mensalmente para elaborar um documento, com

A lei estabelece o fortalecimento da coleta seletiva e das cooperativas de catadores

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Fotos Vinícius Mauricio

meio ambiente

Foto sxc.hu

Pedro de Menezes e Regina Lucia, peças importantes do projeto social Transformando Lixo em Luxo

Lei 12.305/2010 Ela institui a Política Nacional de Resíduos Sólidos e dispõe seus princípios, objetivos, instrumentos, perigos, gestão política e responsabilidades. De acordo com a lei, todas as pessoas, tanto físicas quanto jurídicas, têm parte, direta ou indiretamente, na geração e no gerenciamento dos resíduos sólidos. Para outras informações sobre a lei, acessar o www. planalto.gov.br/ccivil_03/_ Ato2007-2010/2010/Lei/ L12305.htm.

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base na Política Nacional para Resíduos Sólidos, que será enviado às prefeituras e Câmaras Municipais da região. O objetivo é suscitar discussões. “Em reunião com a presidente da Condesb (Conselho de Desenvolvimento da Região Metropolitana da Baixada Santista), a prefeita de Guarujá Maria Antonieta de Brito, em outubro, solicitamos uma audiência pública com o estado, para que se explicitem os planos sobre os resíduos sólidos da região. E organizaremos o 2º Encontro para a Gestão de Resíduos Sólidos, no próximo ano, para que os municípios apresentem em que estágio estão com seus planos”, disse Nori.

Lixo que vira luxo Uma caixinha de leite condensado que vira caixinha de presente; coador de café usado que, seco, reveste potes descartados e banquinhos de madeira simples; sacolas plásticas que viram lindos jogos americanos de mesa. Em Guarujá, o projeto Transformando Lixo em Luxo, da prefeitura, comprova que o lixo é coisa séria mesmo. O projeto começou em 2010, como explica seu idealizador, Pedro de Menezes do Nascimento, coordenador cultural e tecnológico da Secretária de Educação de Guarujá. “É um projeto dentro de um projeto maior: Biblioteca Cidadã. Além de ser um espaço para leitura, oferecemos à população a pos-

sibilidade de fazer seus documentos e participar de oficinas e cursos como o do lixo”. Atualmente, quatro funcionárias realizam os cursos e oficinas para as pessoas que vão até lá para aprender a reutilizar o lixo. E os estudantes da rede municipal de ensino participam do projeto, como forma de conscientização: “As crianças e adultos aprendem que destino diferente podem dar ao lixo. Os novos moradores do Conjunto Habitacional da Prainha, por exemplo, vieram fazer o curso, quando se mudaram para lá. É um projeto que pode ser aplicado em toda a escola”. E o trabalho já rende bons frutos. Uma senhora deficiente visual, conta Nascimento, precisava de dinheiro para comprar comida: “Veio aqui e não tinha nem material para usar. Fornecemos as peças e ela passou a fazer os objetos com o lixo reciclável e vender; depois de um tempo, trouxe uma sacola que fez, para nós, em agradecimento”. Regina Lucia Ferreira da Silva, 43 anos, participa do Transformando Lixo em Luxo e faz um trabalho belíssimo pintando telhas que encontra na rua. Para ela, a ação tem um papel fundamental: “Limpar o planeta.” Serviço: a Biblioteca Cidadã fica na Rua Ceará, s/ n, Vila Alice, em Vicente de Carvalho. Fones: (13) 3341 7845/ (13) 3386 6041.

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Foto Luciana Sotelo

cidadania

Oportunidades em alto mar O projeto social Tripulantes do Futuro já formou mais de mil alunos no segmento de cruzeiros marítimos. Além de ferramenta indispensável para a formação de mão de obra qualificada na região, ele realiza sonhos e insere jovens num mercado de trabalho altamente gratificante Por Flávia Souza

Aos 18 anos, o vicentino Lucas Padilha Itói nunca havia saído do estado de São Paulo. Sua história começou a mudar quando ingressou no Tripulantes do Futuro – um inédito projeto de qualificação profissional desenvolvido pela prefeitura de São Vicente, que capacita jovens para o mercado de trabalho, no segmento de cruzeiros

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marítimos. “Fiz o curso porque sonhava em viajar, conhecer outros lugares”, diz. Depois de seis meses de aulas, concluídas no ano passado, Lucas fechou seu primeiro contrato e ficou nove meses em alto mar. Nesse período conheceu nove países, e, melhor ainda, recebeu por isso, já que ganhou mais de R$ 7 mil por mês.

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Lançado em 2008, o Tripulantes do Futuro foi criado para sanar uma lacuna social em São Vicente. “Vimos que as pessoas que atendemos na creche e nos Centros Educacionais e Recreativos (CER), na adolescência, tinham crescido e queriam trabalhar, para ganhar seu próprio dinheiro. Então passamos a buscar um projeto de qualificação profissional, para aumentar suas chances de emprego”, explica Márcia Garcia, secretária de Assistência Social e presidente do Fundo de Solidariedade de São Vicente. Nesse mesmo período, na Baixada Santista houve um aumento da movimentação de cruzeiros, com o consequente crescimento da busca por mão de obra qualificada, por parte das empresas do setor. De acordo com a legislação brasileira, as empresas que fazem suas rotas em águas nacionais devem empregar 25% de mão de obra nacional. “Percebemos, com a ajuda de Fabrício Britto, proprietário da escola de formação para o turismo marítimo Fatto Brazil, que havia uma lacuna

naquele cenário e que poderíamos sanar”, revela Márcia. A ideia deu certo. Em três temporadas o curso formou mais de mil alunos. Atualmente, o projeto conta com dois pólos na cidade, um na ilha e outro na área continental – este foi projetado de forma a acolher o aluno como se estivesse em um navio. Algumas das salas de aula são cabines ou bares semelhantes aos dos transatlânticos, para que os participantes tenham uma intimidade maior com o ambiente de turismo marítimo. Os alunos do projeto recebem aulas gratuitas de governança, garçon, recreação, bartender e marketing pessoal. Além de preparar o jovem carente para trabalhar em cruzeiros marítimos, as aulas também habilitam o estudante para atuar no setor de turismo, hotelaria, restaurantes, bufês e eventos. Quando foi criado o projeto, a região só contava com duas outras escolas de formação para turismo marítimo. “Naquela época, essas escolas chegavam a

Além de preparar o jovem para trabalhar em cruzeiros marítimos, as aulas também habilitam no setor de turismo, hotelaria, restaurantes, bufês e eventos

Fotos Secom/PMSV

Algumas das salas de aula são cabines ou bares semelhantes aos dos transatlânticos

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cidadania Fotos arquivo pessoal

pois fazia fotos de shows de amigos, consegui um contrato como fotógrafa no Ibero Grand Holliday”. Quem também está prestes a realizar seu sonho é Lynda Grace Donato Oliveira Silva. Aos 30 anos, acaba de assinar seu primeiro contrato para trabalhar com turismo marítimo. Em sua primeira viagem, ficará embarcada durante nove meses. “Estou empolgada, pois estou realizando um sonho”.

Apoio e futuro Juliana e Lucas já colhem os frutos do aprendizado

cobrar dos seus alunos uma mensalidade de até R$ 750,00, ou seja, um valor inviável para grande parte da população”, diz a secretária.

Parceria de sucesso

Serviço: informações adicionais no site www.saovicente.sp.gov.br/tripulantes/index.asp ou no tel.: (13) 3467 9118.

Imagem/Secom/PMSV

A criação do Tripulantes do Futuro foi bem aceita pelas empresas marítimas, que formaram parcerias com a administração municipal. Douglas Santos, recrutador da Royal Caribbean International, afirma que contratar uma pessoa diplomada pelo projeto tem um lado bem positivo e que sem-

pre é levado em conta. “Esses profissionais, geralmente, têm uma história de vida que faz toda a diferença. Por virem de um lar de baixa renda, têm uma característica importante: lutam contra as adversidades”. Juliana Lima Arantes, 19 anos, formou-se ano passado no Tripulantes do Futuro, e é mais um exemplo do sucesso do projeto. Ela aproveita os poucos meses que ficará no Brasil para participar de um curso de fotografia. “Como sempre gostei de fotografar e tinha portifólio,

Em setembro de 2010, o projeto passou a fazer parte da rede de Centros Vocacionais Tecnológicos (CVTs). A sigla faz parte do programa de Popularização e Difusão da Ciência e Tecnologia, do Ministério da Ciência e Tecnologia (MCT). O programa federal entrou com recursos de R$ 1,5 milhão para ampliar o projeto, que deverá atender, a partir de 2012, 600 jovens. Para oferecer maior e melhor estrutura para os candidatos, uma nova sede está em construção na Esplanada dos Barreiros. As obras da escola-navio contam com um projeto arquitetônico que imita as formas de um transatlântico e tem previsão de entrega ainda este ano.

Projeto arquitetônico da futura sede imita as formas de um transatlântico

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meio ambiente

As guardiãs da

Ilha da Queimada Grande

Foto Silvia Cardoso

Longilíneas, discretas e fatais, elas dominam o ambiente e impedem o acesso de visitantes indesejáveis, nós, os humanos

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Foto Secom/PMI

A ilha possui uma das maiores densidades populacionais de víboras conhecidas no mundo Por Flávia Souza

Os arredores da Ilha da Queimada Grande, em Itanhaém, são um dos lugares preferidos para a pesca amadora de peixes como caranhas, badejos e garoupas. Mergulhadores também costumam frequentar a área, onde as águas são claras, permitindo a visibilidade do reino de Netuno em até 40 metros de profundidade, com direito, inclusive, de ver os restos dos navios mercantes Rio Negro e Tocantins, naufragados, respectivamente, em 1893 e 1933. Num dia de sorte, também é possível se deparar com golfinhos nariz de garrafa. Mas, adentrar a Ilha da Queimada Grande não é nada convidativo. Na verdade, o desembarque em terra é proibido. O motivo? Seus intratáveis habitantes, as venenosas cobras jararacas-ilhoa. Jamais um bioma teve protetores tão temidos. Pescadores e mergulhadores sabem disso e respeitam a lei natural. Foram esses homens do mar, aliás, os responsáveis pelo nome da ilha. Cientes do perigo de desembarcar em terra firme, eles ateavam fogo na mata costeira para afugentar as serpentes, tidas como pragas até pouco tempo atrás. Com isso, conseguiram batizar a ilha, mas

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não ameaçaram o reinado das víboras. Parentes das jararacas continentais, as cobras da ilha possuem um veneno cinco vezes mais forte do que as da costa. Propagam-se informações de que a saliva das suas glândulas é a mais venenosa do mundo. Mas a bióloga Karina Kasperoviczuz, responsável pelo Laboratório Especial de Ecologia e Evolução do Instituto Butantan, esclarece: “A ilhoa só é mais venenosa que as outras espécies para as aves, não para os mamíferos.” A ilha possui uma das maiores densidades populacionais de víboras conhecidas no mundo. Localizada dentro de uma área de proteção ambiental (a APA de Cananéia - Iguape - Peruíbe), ela também é considerada Área de Relevante Interesse Ecológico (ARIE), desde 1985. Das estimadas 15 mil cobras existentes na Queimada Grande, apenas cerca de 2.300 são da espécie ilhoa. As demais são jararaquinhas dormideiras - cobras não venenosas, que servem de jantar para a jararaca-ilhoa jovem. São 430 mil m2 de área de Mata Atlântica, habitados quase que exclusivamente por serpentes. Também vivem ali duas espécies de morcego, duas de anfíbio, três

Das estimadas 15 mil cobras existentes na Queimada Grande, apenas cerca de 2.300 são da espécie jararaca-ilhoa (ao lado)

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meio ambiente

A jararaca-ilhoa da Ilha da Queimada Grande é amarela e não se camufla

Parentes das jararacas continentais, as cobras da ilha possuem um veneno cinco vezes mais forte do que as da costa

de lagarto e duas de réptil subterrâneo. Dentre as aves, só a curruíra e a cambacira fixaram residência no local. As demais aves marinhas só frequentam a ilha, assim como as 30 espécies de pássaros migratórios.

Sobrevivência Sabe-se que a maioria das cobras se alimenta de roedores, mas, como a ilha não possui ratos, as ilhoas tiveram que se adaptar para sobreviver. A bióloga Karina Kasperoviczuz explica: “Elas desenvolveram características biológicas próprias, que as distinguem das outras jararacas. Como não há pequenos mamíferos terrestres na ilha, a alimentação da espécie é baseada no consumo de pássaros. Com isso, tornaram-se arborícolas e agem mais durante o dia, para facilitar a captura das aves.” Outra distinção é a falta de camuflagem em sua coloração. As víboras da ilha são amarelas e não se camuflam. “Acredita-se que isso acontece porque elas vivem num lugar onde também não há predadores”, diz Karina. Considerada ameaçada de extinção pelo governo de São Paulo, a ilhoa só existe na

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Queimada Grande. A quantidade de cobras por metro quadrado na ilha assusta boa parte da população mundial, mas é um fator que também atrai a atenção de contrabandistas de animais silvestres, que capturam a espécie para vendê-la por cerca de US$ 30 mil a unidade, segundo pesquisadores do Butantan. O preço alto é pago por excêntricos que desejam usar a serpente como bicho de estimação e também por alguns pesquisadores do mundo todo. Eles estão interessados em descobrir o que pode vir do caldeirão existente nas glândulas das ilhoas. Profissionais do Butantan também realizam pesquisas com a espécie, mas ainda não há qualquer produção feita a partir desse veneno.

Farmácias vivas A indústria farmacêutica mundial vê nossas serpentes como alguns dos tesouros da biodiversidade brasileira. Isso acontece porque as proteínas do veneno das jararacas têm alto interesse biomédico, devido às suas muitas possibilidades. Soros antiofídicos são fabricados a partir das toxinas

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encontradas em suas glândulas. Um importante medicamento para hipertensão também é produzido tendo como matéria-prima o veneno da jararaca. Da cascavel, tira-se uma enzima que é usada para soldar tecidos biológicos. Funciona como um tipo de cola de pele que substitui os pontos na hora de fechar ferimentos ou cortes. Como algumas das proteínas contidas nos venenos são exclusivas, os cientistas estudam o veneno na esperança de encontrar outros tesouros, substâncias que levem à descoberta de novos produtos farmacêuticos. Eles estão focados na produção de analgésicos, remédios contra câncer e outras doenças associadas ao coração, como a trombose. E não é apenas o veneno da ilhoa que está em estudo. Toxinas de cobras de toda a Mata Atlântica estão sendo analisadas com afinco. Mas o tempo entre pesquisa e produto final pode levar décadas. O trabalho dos pesquisadores mostra que, na medicina, a história é um pouco diferente da apresentada pela mitologia. Nesse paralelo, o animal que foi amaldiçoado por oferecer o fruto à Eva, fazendo

com que a primeira mulher relatada na Bíblia caísse em tentação, hoje é visto como um ser de inúmeras possibilidades. Seu veneno pode matar, mas também proteger e salvar vidas.

No continente Estima-se que na Mata Atlântica, um dos biomas mais ricos do mundo em diversidade de fauna e flora, vivam mais de 150 espécies de cobra. A extensão paulista da Serra do Mar conta com 84, mas apenas seis das espécies são peçonhentas. Além da ilhoa, a jararaca, jararacuçu, jararaca de alcatrazes e dois tipos de coral. Algumas dessas espécies podem ser encontradas nas áreas urbanas, isso porque o rico mosaico ambiental em que elas vivem está cada vez mais reduzido. Segundo dados do Centro de Vigilância Epidemiológica “Alexandre Vranjac” (CVE), em 2010 foram registrados 1.752 acidentes por serpentes no estado de São Paulo. A Organização Mundial de Saúde (OMS) estima que mais de 5,4 milhões de acidentes por animais peçonhentos ocorrem a cada ano. Para combater os sintomas da picada e evitar a morte é preciso agir rápido, expli-

Giuseppe Puorto, diretor do Museu Biológico do Instituto Butantan

Foto Maria Teresa Valentini - Instituto Butantan

Jaracuçu, uma das seis espécies peçonhentas da porção paulista da Serra do Mar

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meio ambiente

Fotos Antonio Cor da Costa - Instituto Butantan

Foto Otavio Marques - Instituto Butantan

Fotos Antonio Cor da Costa - Instituto Butantan

ca o biólogo Giuseppe Puorto, diretor do Museu Biológico do Instituto Butantan. “Em caso de acidente com qualquer tipo de cobra é preciso, primeiramente, manter a calma para raciocinar e não fazer besteira”, alerta. O segundo passo é lavar o local atingido com água e sabão, para evitar infecções secundárias. E só então procurar um serviço médico. “As pessoas têm que ter em mente que amarrar, fazer torniquete, sugar ou cortar o local atingido pode ser ainda mais prejudicial. O ideal é que procurem o mais rápido possível o hospital de sua cidade para receber atendimento adequado”, diz Puorto. Ele explica que, um ótimo atendimento é quando acontece entre seis e 10 horas após a picada, mas excelente mesmo, é entre três e quatro horas. “Quanto mais rápido for o atendimento, menores serão as sequelas”, diz. Ele ainda lembra que há um soro antipeçonhento específico para cada espécie de veneno. “O médico sabe qual soro usar pelos sintomas do paciente. Os sinais se diferenciam um do outro, o que dá clareza para o profissional de saúde.” As informações dadas pela pessoa picada também ajudam a conhecer o animal que a atacou, isso porque cada serpente tem a sua característica. A maioria das jaracuçus, por exemplo, é terrícola e se alimenta de roedores. Já as jararacas são difíceis de enxergar, pois se camuflam no ambiente. As corais costumam ser mais reservadas e se escondem em folhagens ou embaixo de pedras e troncos. “As cobras corais se dão ao luxo de aparecer com suas cores vermelha, branco e preta, isso adverte quem está próximo. Assim, o número de acidentes com corais é de 0,5%, já com jararacas são mais de 90%”, revela Puorto.

Acima, a jararaca, responsável por 90% dos acidentes, devido a sua capacidade de se camuflar. Ao centro, a falsa coral e, ao lado, a coral verdadeira. Suas cores fortes evitam acidentes, já que são vistas com facilidade

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Foto Luciana Sotello

porto

Organização e fluidez ao tráfego Nova Perimetral reordenará o viário da margem esquerda do porto de Santos, melhorando o fluxo de caminhões na área. O resultado: garantia de bem-estar para quem se desloca pela cidade

Por Luciana Sotelo

O porto santista é responsável por escoar 49% da produção nacional e 25% do comércio exterior. Pelo menos metade desta fatia passa por Guarujá, na margem esquerda do cais que, só no ano passado, movimentou 1.361.1113 toneladas. Em número de contêineres, responde por 56% do total de todo o complexo. Atualmente, as mercadorias circulam em torno de um sistema viário local composto por apenas um corredor estabelecido ao longo do perímetro portuário numa exten-

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são de, aproximadamente, 2,5 km, com sete grandes empresas instaladas nas imediações. Juntas atraem, por dia, uma média de 3 mil caminhões, que circulam exclusivamente por um único acesso, a Rua Idalino Pinez, a conhecida Rua do Adubo. O resultado não poderia ser outro: caos viário e frequentes congestionamentos, com prejuízo aos moradores locais e a quem é obrigado a circular pela região. Um transtorno que parece estar com os dias contados, com o início das obras da tão esperada Avenida Perimetral.

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No início do mês de outubro, o ministro dos Portos, Leônidas Cristino, esteve em Vicente de Carvalho para oficializar esta construção, que implica, em sua primeira etapa, na segregação do tráfego pesado e veículos urbanos, por meio de cinco pistas expressas isoladas e restritas à demanda portuária. A obra terá 1.600 m de extensão (excluindo-se a rotatória, vias reformadas após a rotatória e os viadutos) e foi contratada com recursos provenientes do Programa de Aceleração do Crescimento do Governo Federal (PAC), administrados pela Secretaria Especial de Portos da Presidência da República (SEP). Orçada em R$ 51 milhões, o empreendimento está sendo executado por meio de um contrato com a Constran, assinado em 30 de junho. De acordo com a Codesp, o projeto possibilitará a maior oferta de espaço para tráfego de caminhões de carga, em comparação

com as atuais 4 faixas de rolagem da Avenida Santos Dumont, além da separação entre veículos de carga e passageiros. “Será uma fluidez maior na movimentação de ambos, além da possibilidade de aumento do fluxo de caminhões que entram e saem dos terminais portuários da margem esquerda”, aponta Paulino Moreira Vicente, diretor de Infraestrutura e Execução de Obras da estatal. A segregação do trânsito se dará com o alargamento da Avenida Santos Dumont. Além disso, vão ser eliminados os ‘nós’ rodoferroviários. “Serão construídos dois viadutos e uma rotatória de distribuição na área de acesso aos terminais. Com a implantação de um novo circuito de acesso e saída, ou seja, com a construção dos viadutos, será eliminado um dos principais gargalos na região, representado pelo cruzamento em nível do atual sistema rodoferroviário”, explica Paulino.

Tanto os caminhões quanto as composições ferroviárias serão beneficiados com o fim das filas duplas e dos cruzamentos em nível do atual sistema rodoferroviário

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porto Foto Secom/PMG

Nova Perimetral A prefeitura de Guarujá participou ativamente do projeto. A prefeita Maria Antonieta de Brito lembra que, ao assumir a Administração em 2009, percebeu que o projeto inicial da Perimetral possuía graves problemas que precisavam ser equacionados a fim de não prejudicar a população local. “Nosso maior desafio, na ocasião, foi mostrar ao então ministro dos Portos, Pedro Brito, que a Avenida Perimetral teria de ter seu tráfego de caminhões segregado do tráfego urbano, e que não poderíamos aceitar a perenização da Rua do Adubo”, conta Antonieta. Por conta disso, a Nova Perimetral foi elaborada por técnicos da prefeitura e garante a segregação do tráfego de veículos pesados em área diferente do fluxo de veículos leves e, além disso, devolverá a Rua do Adubo aos moradores do Jardim Boa Esperança.

Margem esquerda do cais, no Guarujá, responde por 54% da movimentação de contêineres

Foto Assessoria Codesp

Em outubro, o ministro dos Portos, Leônidas Cristino, esteve em Vicente de Carvalho para oficializar a construção da via Perimetral

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“Muito foi feito pelos terminais como o agendamento de carga, a implantação da mão inglesa e manutenção da própria Rua do Adubo até que a Codesp contratasse a obra da Perimetral, mas todas essas ações foram medidas mitigatórias, pois a solução está na construção dos viadutos. Tanto os caminhões quanto as composições ferroviárias serão beneficiados com o fim dos cruzamentos em nível”, afirma Washington Flores, diretor executivo do Tecon Santos, maior terminal de contêineres do complexo, responsável por uma movimentação média de 112,5 mil TEUs/mês. Em 2010, a empresa escoou cerca de 15 milhões de toneladas de cargas de importação e exportação e, segundo Flores, um acesso mais dinâmico vai garantir condições adequadas de tráfego para que a Santos Brasil movimente cada vez mais e,

assim, o volume de cargas do porto de Santos possa continuar crescendo e impulsionando a economia brasileira.

Segundo tempo Numa segunda fase, estão previstas melhorias na Rua Idalina Pinez (Rua do Adubo) desde o acesso da Rodovia Cônego Domênico Rangoni até a Avenida Santos Dumont, onde estão os acessos aos terminais e instalações portuárias. Enquanto durar essa etapa, o tráfego será desviado para o trecho portuário já remodelado. As vias contarão com iluminação, paisagismo e sinalização. Está projetada, também, a construção de uma ciclovia junto às pistas para tráfego urbano. Ao todo, as duas etapas da obra se estenderão por um período de até 18 meses. “Nossa expectativa é que os serviços terminem em janeiro de 2013”, aponta Paulino.

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saúde

Enxaqueca também

na infância

Crianças e adolescentes também fazem parte da população de 18 milhões de brasileiros atingidos por esse mal. Os pais precisam ficar atentos aos sintomas, para que não os confundam com manha infantil

Por Gisela Bello

Jaqueline Araújo Machado da Silva, 13 anos. Mickael Pedro Santos da Silva, 11 anos. Apesar de terem o mesmo sobrenome, não são parentes e nem se conhecem. Fazem parte de um grupo de adolescentes que já sabe muito bem o que é a enxaqueca. Rosângela de Araújo, mãe da Jaqueline, diz que as dores da filha começaram quando a menina tinha seis anos. Os sintomas eram dor na testa e nos olhos, olheiras acentuadas e uma grande indisposição. Na época, a família achou que fosse problema de visão e procurou um oftalmologista, que não diagnosticou nenhum problema. As dores continuaram e após várias consultas a médicos, no Hospital São Paulo, veio o diagnóstico correto: Jaqueline

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sofria de enxaqueca. Com algumas medicações, receitadas pelo médico, e alimentação regrada, as dores de Jaqueline diminuíram. Hoje as crises passaram e ela vive uma vida normal. A mãe de Mickael, Elisângela dos Santos, conta que as dores do menino começaram quando ele tinha oito anos. No começo, ela achou que fosse manha, desculpa para não fazer lição, nem estudar. Mas a intensidade das queixas deu o alerta. “Às vezes, a dor era tão forte que meu filho batia a cabeça na parede, se fechava no quarto e preferia sempre ficar em ambientes escuros”, lembra Elisângela. Na escola, professores também perceberam modificações no garoto, e o encaminharam a um psicólogo. Observando a

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Fotos Shutterstock

gravidade do caso, a psicóloga aconselhou a família a procurar um neuropediatra. Vários exames foram feitos e o diagnóstico foi de sinusite, rinite e enxaqueca. Desde então ele toma medicações prescritas pelo neuropediatra para amenizar a dor. Mickael também precisou cortar do cardápio alimentos e bebidas com corantes.

Causas Cefaleia ou dor de cabeça, como é mais conhecida, é apenas um sintoma, que pode ser causado por muitas condicionantes. Segundo especialistas, há mais de 150 tipos diferentes desse mal. A causa mais frequente é a enxaqueca, que afeta cerca de 11% da população de países ocidentais, e no Brasil atinge, aproximadamente, 18 milhões de pessoas. O neuropediatra da Unifesp Marcelo Masruha explica que a dor de cabeça provocada pela enxaqueca, em muitos casos, é unilateral, do tipo latejante e de intensidade forte. As dores podem se intensificar com atividade física, mudança da posição da cabeça e esforço mental. Durante as crises é comum náusea, vômitos e intolerância à luz, sons e odores. Mas o que leva uma pessoa a ter enxaqueca? Fatores emocionais, alimentares, mudanças no horário de alimentação ou sono e exposição ao calor excessivo estão entre os fatores apontados pelos médicos. Também é muito comum indivíduos da mesma família apresentarem Cefaleia com as mesmas características, esclarece Marcelo Masruha. Na infância, como explica o pediatra da Unifesp Domingos Palma, as primeiras crises de enxaqueca geralmente acontecem entre os 6 e os 10 anos ou na adolescência. Segundo ele, é muito comum as crianças queixarem-se de dor de cabeça e ressalta

As primeiras crises de enxaqueca geralmente acontecem entre os 6 e os 10 anos ou na adolescência

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saúde

Fatores emocionais, alimentares, mudanças no horário de alimentação ou sono e exposição ao calor excessivo estão entre os fatores que provocam a enxaqueca infantil. É importante que o médico saiba identificar a origem da dor e o histórico familiar da criança

a importância de o médico saber identificar a origem da dor e o histórico familiar da criança. Mais de 50% dos parentes dos pacientes atendidos pelo médico também apresentam quadro de enxaqueca. Ele diz que a função do pediatra é pesquisar o que acompanha e o que antecede essa dor. Outro ponto alertado é para que os pediatras, que fazem a linha de frente no atendimento às crianças e adolescentes, devem observar se a dor de cabeça possa ter causas secundárias ou sintomáticas, que podem estar atreladas a alguma doença associada a outras estruturas faciais ou cranianas, pescoço, olhos, orelhas, seios paranasais e dentes. “A primeira pergunta que eu faço para os meus pacientes e para os pais é: a dor de cabeça está interferindo no dia a dia ou não? Se a resposta for negativa eu receito uma medicação, caso contrário, encaminho para um neuropediatra.” O tratamento pode ser aplicado de três

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formas, explica Masruha: não medicamentoso, que consiste em se identificar os fatores desencadeantes e evitá-los, quando possível; o tratamento das crises, que pode ser feito com medicamentos de classes diversas, de acordo com a intensidade das crises e de seu padrão particular de resposta aos remédios; e o tratamento preventivo, para os pacientes com crises frequentes ou intensas, nas quais várias classes de medicamentos podem ser utilizadas. Pesquisa realizada por Masruha, na Universidade Federal de São Paulo, apontou uma maior frequência dos diagnósticos de depressão e transtornos de ansiedade em crianças e adolescentes, na faixa dos 10 aos 19 anos, com enxaqueca. “A partir desses resultados podemos ter um olhar diferenciado para um problema nessa faixa etária, fazendo com que os médicos identifiquem e tratem adequadamente esses males”, resume o médico.

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arte

Jovens cineastas em destaque internacional Curta-metragem produzido em Praia Grande classifica-se entre as cinco melhores produções no concorrido Festival de Cinema Possible Futures Film Contest, na Califórnia (EUA)

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Fotos Divulgação Phanton Films

O diretor Alyson Montrezol, o músico Matheus Ortega e o diretor de fotografia Allan Montrezol Por Flávia Souza

“Existe uma linha que separa dois mundos. Em um típico cenário urbano, uma bela jovem se depara com uma situação inesperada, na qual ela tem a opção de poder mudar a realidade”. Assim a equipe da Phanton Films define a mensagem contida do curta-metragem Coss The Line, destaque no Festival de Cinema Possible Futures Film Contest, realizado na Califórnia (EUA), no final de julho. A produtora de Praia Grande, única representante da América Latina, teve o mérito de ver seu filme classificado entre os cinco melhores da categoria Human Fulfillment, concorrendo com produções de 44 países. O feliz desfecho coroa um trabalho iniciado há oito anos, quando o publicitário e fotógrafo Alyson Montrezol começou a realizar filmes para clientes. Primeiro atuou como diretor de fotografia em documentários e curta-metragens, mas logo foi “picado pelo bicho do cinema” e passou a dirigir e produzir seus próprios filmes. Desde então, seu panorama profissional mudou e o currículo do jovem de 33 anos, que também é professor universitário, conta hoje com 15 produções, sendo que três receberam premiações em festivais nacionais.

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Cross The Line é uma delas, e, além de classificar-se entre os cinco melhores no Possible Futures, também ficou entre as primeiras no 9º Curta Santos, realizado em setembro passado. “O filme foi muito bem produzido e merece destaque pela qualidade e profissionalismo. Não deixa nada a desejar para produções das grandes cidades”, declarou José Claudio Pimentel, diretor de Comunicação do Festival Curta Santos. Segundo ele, o evento deste ano contou com cerca de 250 produções; dessas, aproximadamente 30 mostraram um trabalho de qualidade. “Entre elas destacamos obras como a apresentada pela Phanton”. Por dois anos consecutivos a produtora, por meio de seus diretores, foi premiada no festival santista. Em 2010, levou o prêmio de Melhor Direção de Videoclipe na categoria Brasilis e, em 2009, recebeu o prêmio na categoria Olhar Caiçara Universitário. O curta deste ano, que aborda a desigualdade social, foi rodado nas ruas do centro histórico de Santos e na cidade de São Paulo. Dirigido por Montrezol, com argumentos e trilha sonora de Matheus Ortega, a película contou com vários profissionais

Primeiro longa da equipe, previsto para 2012, contará histórias de superação. Documentário começou a ser rodado no Haiti

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arte da região no elenco e nos bastidores. “Acredito que a Baixada Santista tem potencial para se tornar um pólo cinematográfico”, afirma o diretor.

esperança na reconstrução de um país digno. Desejo sensibilizar e contagiar os espectadores com motivação”, explicou.

Projeções Reflexão social

Além de classificar-se entre os cinco melhores no Possible Futures, a produção também ficou entre as primeiras no 9º Curta Santos, realizado em setembro passado

De acordo com Montrezol, a proposta de Cross The Line é fomentar uma reflexão sobre a indiferença dos jovens em relação à sociedade. “A ideia é incentivar o jovem a sair da apatia e cruzar a linha, fazer a diferença no mundo. Ainda acredito em um futuro melhor”, enfatiza. Com aproximadamente seis minutos, o curta foi produzido com apoio do Global Changemakers, programa internacional patrocinado pelo Conselho Britânico, uma organização oficial do Reino Unido que desenvolve várias iniciativas educacionais e culturais, como incentivo ao ativismo social de jovens em prol da comunidade. O social, aliás, é uma das bandeiras do jovem cineasta, que planeja lançar em 2012 seu primeiro longa, no qual contará histórias de superação. No documentário, que começou a ser rodado no Haiti dois meses após o forte terremoto assolar o país no início de 2010, Montrezol mostrará fases da vida de algumas pessoas, da tragédia à superação. Para tanto, já fez três viagens ao país e planeja fazer outras duas captações, para só então finalizar e montar a película. “O teaser dessa produção já pode ser encontrado na internet. O filme não fala sobre a tragédia, porque isso todo mundo já mostrou. Meu enfoque é a esperança. Quero mostrar que mesmo naquela situação de extremo caos, existem pessoas que ainda têm vontade de viver, que não perderam a fé e a

A ideia de documentar o Haiti e suas necessidades é anterior à tragédia, mas Montrezol mudou seus planos após janeiro de 2010. “Quando fomos ao país, sabíamos o que iríamos encontrar, mas quando nos deparamos com todo aquele caos houve um choque muito grande. Além da fome, que é terrível, as pessoas não contavam com água encanada, luz elétrica, serviço de coleta de lixo. O país parou. A sujeira e o esgoto transbordavam nas ruas. Era uma miséria muito grande numa cidade que é metrópole, uma situação difícil de descrever”. O diretor, que está produzindo o documentário com recursos próprios, foi ao país acompanhado de sua equipe, composta pelo músico Matheus Ortega, pelo diretor de fotografia Allan Montrezol e pelo editor de imagens Leandro Prado. O impacto da situação foi tanto, que inspirou Ortega na composição da música Revolução do Amor, premiada ano passado no Curta Santos, e também por Cross The Line. “Dois projetos premiados nasceram como resultado dessa viagem ao Haiti. O curta também tem nos rendido ótimos resultados, já que muitas outras pessoas em todo o Brasil têm usado o filme na abertura de conferências. Quero gerar reflexão e inquietação para as pessoas através da minha arte”, almeja o produtor. Serviço: para conhecer melhor o trabalho da Phanton Films, acesse www.phanton.art.br.

Concurso O Possible Futures Film Contest define-se como um concurso mundial de filmes sobre visões de um futuro positivo para a humanidade. É um evento cinematográfico novo e ousado, que desafia cineastas de todo o mundo a contar histórias que estimulem reflexões e mudanças benéficas nas pessoas, no planeta e em seus ecossistemas. O concurso não classifica os filmes em categorias convencionais, conforme

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gêneros ou estilos, mas sim de acordo com temas sociais. Vale lembrar que a comissão julgadora, que conta com profissionais renomados na área cinematográfica, escolheu 20 filmes (sendo cinco em cada uma das quatro categorias) e premiaram dois, além dos escolhidos pelo júri popular. Teoricamente, todos os finalistas foram considerados vencedores.

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educação

Costa Norte Escola

Foto Mar Franz

em sua terceira premiação

Professora Maria Marta do Nascimento, Bianca Costa, vencedora na categoria poesia, na 2a edição do concurso, e Roberto Zaidan Grande expectativa antecede o evento de premiação da terceira edição do Projeto Costa Norte Escola: Comunicando para Educar, responsável pela mobilização de estudantes do ensino fundamental do 1º ao 5º ano, na elaboração de frases, poesias, redações, desenhos e cartazes alusivos ao tema sustentabilidade. A cerimônia será no Sesc-Bertioga, no dia 9 de dezembro, a partir das 19h30. Entre os convidados de honra aguardados, destaque para o governador Geraldo Alckmin, o secretário estadual de Meio Ambiente Bruno Covas, a presidente da Sabesp Dilma Pena, e demais autoridades estaduais e municipais. A segunda edição do projeto, realizada no primeiro semestre do ano, contou com 4.100 trabalhos e a expectativa para este semestre é de superar a marca. O responsável pelo projeto, o diretor do Sistema Costa Norte de Comunicação, Roberto Zaidan, afirma: “Não só o número de trabalhos aumentou desde a primeira edição, como também é visível a melhora na qualidade dos trabalhos dos alunos, graças ao empenho dos coordenadores, professores e diretores de ensino da rede municipal”. O projeto conta com patrocínio da Sabesp e apoio das empresas: Sesc-Bertioga, Terracom, Ramon Alvares, Incorporadora Mare, Fafex Transportes, Zogbi Engenharia e Construtora Costa Hirota.

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turismo

Pulmão verde O Parque Ecológico Voturuá, em São Vicente, uma das últimas reservas de Mata Atlântica em área urbana do país, com cerca de 850 mil metros quadrados, e que abriga, inclusive, um zoológico, deve ser reaberto em janeiro

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Foto Fernanda Brito Paiva

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turismo

Por Fernanda Brito Paiva

A correria das grandes cidades muitas vezes nos faz esquecer a importância de estarmos em contato com a natureza. Pulmão verde de São Vicente, o Parque Ecológico Voturuá, local de grande beleza natural, é propício para quem quer fazer o caminho de volta. A boa notícia é que este, que sempre foi um dos pontos turísticos mais visitados da cidade, está prestes a ser reaberto. A data é janeiro próximo, como parte das comemorações de aniversário da cidade, dia 22. Ficou fechado por quase dois anos para reformas, período em que foram

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executadas melhorias no zoológico (equipamento com cerca de 150 animais, pertencentes à nossa fauna e também de outros países, tais como um hipopótamo e leões), bem como no paisagismo, iluminação e drenagem. Foram construídos no local um centro de atendimento ao turista e um quiosque para crianças. Dentre as atrações mantidas no espaço, figuram um pesque-pague e o Museu dos Escravos (que permanecerá desativado para reformas). A qualidade do som é garantida pela trilha sonora composta pelos pássaros da região.

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Fotos Márcio Pinheiro/PMSV

Zoológico conta com cerca de 150 animais, como leões, onça-pintada e hipopótamo

Em 2009, o Conselho Municipal de Defesa do Meio Ambiente de São Vicente aprovou a abertura de trilhas que somam mais de três mil metros de extensão e envolvem uma área entre o morro do Voturuá e o do Itararé. A liberação das trilhas, segundo Brito Coelho, secretário de Turismo da cidade, também está prevista para janeiro. “A abertura do parque já deve ocorrer com esse novo produto turístico”. O principal objetivo do projeto é promover o turismo ecológico e enfatizar a importância da preservação da Mata Atlântica. A bióloga Carla Cerqueira explica que

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Fotos Márcio Pinheiro/PMSV

Foto Fernanda Brito Paiva

turismo

Visitante terá opção de passeio monitorado por trilhas localizadas entre o morro do Voturuá e o do Itararé

Depois de dois anos fechado para reformas, reinauguração do parque deve acontecer como parte das comemorações do aniversário da cidade

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um estudo da fauna nativa foi feito a fim de identificar as espécies que ali habitam. As intervenções estão sendo realizadas de modo que causem o menor impacto possível ao habitat desses animais. “Nas trilhas, será possível observar diversas espécies de pássaros, como tucanos, entre outras aves, além de lagartos, saguis e outros animais silvestres da região”. A diversão é para toda a família. A Trilha do Bicho Preguiça tem 1200 metros, e a da Pedreira, 900 metros, sendo de média dificuldade. O percurso leva até o alto da

Pedreira, onde está a Trilha do Pico do Urubu (360 metros). Faz parte do projeto a recuperação de uma antiga casa que será um ponto de observação de pássaros. As visitas serão monitoradas por guias capacitados a fornecer informações sobre a vegetação e fauna do bioma Mata Atlântica. Serviço: o Parque Ecológico do Voturuá funcionará de terça-feira a domingo, e feriados, das 8h00 às 18h00. Entrada pela avenida Anita Costa, Bairro Voturuá - São Vicente.

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ser sustentável

A utopia do

o x li

Tem lixo aí na sua casa? Pois eu aposto que não. Você duvida? Pois bem, em média, uma família brasileira (quatro pessoas) gera o equivalente a pouco mais de um quilo de matéria-prima por dia. Não há nenhum lixo ali. Aliás, a própria palavra ‘lixo’ precisa ser reinterpretada

Por Marcus Neves Fernandes

O dicionário dá as seguintes definições para lixo: tudo aquilo que perdeu o valor e pode ser jogado fora; sujeira, porcaria. Com base nisso, podemos chegar à conclusão de que o lugar daquilo que chamamos de lixo não é no lixo, definitivamente. Do ponto de vista da sustentabilidade, o que fazemos hoje com nossos resíduos domésticos é algo que, no futuro, nossos descendentes vão ficar horrorizados. Hoje mesmo, dependendo do país que você visite, enviar o lixo para aterros já é

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considerado um enorme desperdício, tanto de dinheiro como de recursos naturais. O que, para muitos, ainda é uma utopia, o chamado ‘Lixo Zero’ já está na pauta de muitas nações, cidades, edifícios e empresas. Aqui mesmo no Brasil, que ainda convive com centenas de lixões a céu aberto, diversos pesquisadores demonstram o potencial contido em nossos descartes diários. O plástico, por exemplo, pode ser inteiramente recuperado, seja para fabricação de novas resinas, seja para a

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Fezes energéticas Ah, mas tem o lixo orgânico, aquele composto por restos de alimentos, por exemplo. Hoje, aqui na Baixada Santista, 70% do peso do seu descarte diário é de lixo orgânico – os recicláveis só ocupam espaço, mas são leves. Pois até mesmo os orgânicos não precisam ir para o aterro, não precisaríamos pagar para que isso acontecesse. Na Universidade Federal do Rio de Janeiro, um estudo feito desde 2006 demonstra que é possível obter óleo combustível a partir desses resíduos. Aliás, até mesmo o esgoto produzido pelas nossas cidades não precisaria ser despejado em alto mar – outro desperdício. Em Foz do Iguaçu, a Sanepar (Companhia de Saneamento do Paraná) já está produzindo eletricidade a partir do esgoto doméstico, que gera biogás e depois é convertido em energia por meio de uma turbina. É obvio que muitas coisas ainda têm um destino complicado, como lâmpadas fluorescentes, pilhas ou baterias. Mas até esses resíduos, quando devidamente reciclados, escondem riquezas. Em uma tonelada de placas de processadores de computador há mais ouro do que em 17 toneladas de minério bruto. Já as placas de circuitos eletrônicos são 40 vezes mais ricas em cobre do que o próprio minério bruto do metal. Já no caso dos telefones celulares, em cada quilo de circuitos é possível reaproveitar até 150 miligramas de ouro, 600 miligramas de prata e até 130 gramas de cobre, além de outros materiais, como cerâmica e plástico. Quando não reciclados, esses resíduos vão contaminar o meio ambiente, já que muitas dessas substâncias são cancerígenas. Viu, eu não falei que não existe lixo na sua casa?

*O autor é jornalista especializado em desenvolvimento sustentável

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Foto Luiz Renato D. Coutinho/SXC

produção de outros produtos, como a chamada madeira plástica. Com ela, é possível fabricar postes, cavaletes, placas, pisos, revestimentos de parede, tampas de bueiros, móveis e até dormentes para trilhos de trem. Além disso, uma tonelada de resinas recicladas propicia uma economia de 5,06 MW/h, o suficiente para abastecer mais de 10 mil residências. Então, combinamos que o plástico está fora do lixo, certo? Muito bem, vamos agora ver o vidro. Um quilo de vidro ao ser reciclado se transforma em um quilo de vidro. Não há perda. Ele é 100% reaproveitável. E mais: um quilo de vidro reciclado gera uma economia de energia elétrica da ordem de 640 KW/h. Tiramos o vidro da lixeira. Metais? Bom, faça um teste. Tente encontrar uma latinha de alumínio dando sopa pela rua. Difícil, não? O motivo é que essa matéria-prima, além de muito valorizada, também pode ser 100% reciclada. E, para cada tonelada que devolvemos para as indústrias, deixamos de gastar 5,3 MW/h de eletricidade. O mesmo raciocínio vale para o papel, papelão e até mesmo para as embalagens do tipo longa-vida. Todos são plenamente reaproveitáveis e, quando voltam para os fabricantes, geram expressiva economia de energia na hora de fabricar o produto. Por essas e outras, é só dar uma espiada no aterro que atende a maioria das cidades da Baixada Santista para perceber que estamos, literalmente, enterrando dinheiro. É como se todos os dias eu passasse na sua casa e lhe tomasse alguns reais. Você não percebe, mas paga por essa verdadeira insanidade todo mês, por meio do carnê de IPTU.

Projeto inédito, ideia genial No Ceará, desde 2007, as pessoas podem trocar recicláveis (não usaremos mais a palavra lixo, ok?) por dinheiro. Isso mesmo, dinheiro, ou melhor, descontos na conta de energia elétrica. Lá, 3 mil famílias já conseguem zerar suas faturas apenas trocando recicláveis. Agora, finalmente, o projeto chega à Baixada Santista, por meio da Elektro. Começa por Guarujá e depois deve chegar à Bertioga. No Ceará, já são 58 postos de coleta. As pessoas ainda podem doar os bônus para entidades beneficentes. Todos ganham. O cidadão, que pode economizar; a prefeitura, que vê a cidade mais limpa e economiza com a coleta e disposição do material e, por fim, a concessionária de energia, que vê diminuir os roubos de eletricidade – já que só tem direito ao desconto aqueles que tiverem suas faturas regularizadas. Uma ideia simples e, por isso mesmo, genial. Então, estamos combinados, certo? Lixo, ou seja, tudo aquilo que perdeu o valor e pode ser jogado fora, não existe. O que existe é desperdício.

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IMPRIMINDO

HOJE

PENSANDO

FUTURO

NO

Telefax: 19 - 3112.8700 / 3273.0637 www.graficasilvamarts.com.br Rua Flávio Telles, 15 - Esquina com Henrique Veiga (paralela com o Tapetão) Jd. Santa Genebra • CEP 13080-291 • Campinas • SP



turismo internacional

O lado moderno e futurista de

Paris

ria, às igrejas e palácios A capital da França sempre nos remete à histó Paris também oferece o medievais, e até mesmo às ruínas romanas. Mas ologia que há de mais moderno em edificações e tecn

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Fotos Renata Inforzato

Por Renata Inforzato La Défense localiza-se numa grande esplanada no subúrbio parisiense. Mas, diferentemente da concepção que temos de bairro afastado, carente, problemático, La Défense não tem nada de feio, nem de desfavorecido. É justamente o oposto: trata-se do maior bairro de negócios da Europa, local de concentração de grandes empresas. Cerca de 160 mil pessoas trabalham lá, das quais 20 mil são moradores. No entanto, La Défense não é apenas para trabalho. Cada vez mais turistas visitam o lugar. Segundo dados do Hauts-de-Seine Tourisme, o bairro recebe por ano cerca 8,4 milhões de visitantes, possuindo uma rede hoteleira e de serviços turísticos de primeira linha. La Défense vale, e muito, a visita. Primeiro, porque o arrojo dos arranha-céus é complementado, e também contrastado, com áreas verdes, espaços de lazer e obras de arte. Isso faz com que o bairro não pareça uma selva de concreto fria e impessoal, e sim um lugar vivo, onde as pessoas apressadas convivem harmoniosamente com aposentados, crianças e esportistas. Uma outra curiosidade: todas as estradas e avenidas ficam abaixo da Esplanada, que compõe o bairro. La Défense é para se andar a pé. Aos finais de semana, o local é invadido por famílias que, se o tempo estiver bom, estenderão suas toalhas na grama em um típico piquenique francês. O espírito democrático de Paris, onde várias tribos

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turismo internacional Cada vez mais turistas visitam La Défense. Segundo dados do Haus-de-Seine Tourisme, o bairro recebe por ano cerca 8,4 milhões de visitantes

convivem bem e interagem entre si, é visto em La Défense, mas com o toque de modernidade. E futurista, com seus prédios espelhados, que refletem a luz do Sol, e lembram um filme de ficção científica. La Défense é, também, como toda Paris, um ótimo lugar para se comer bem. No bairro, é possível encontrar vários cafés, brasserias e restaurantes, com gastronomia do mundo inteiro. E a preços acessíveis. O comércio local, ajudado pelo Shopping Quatre Temps, também torna o lugar muito atraente para comprar aquela lembrança, roupa ou perfume de Paris, por um valor bem convidativo.

História recente Mesmo com tantos quesitos, até hoje, La Défense está longe de ser unanimidade entre os parisienses e turistas. E desde seu início criou polêmica. A história de La Défense é recente. Nos anos 1950, o governo francês decidiu instalar um bairro inteiramente dedicado aos negócios e ao trabalho. A região escolhida ficava a noroeste de Paris, no departamento de Haus-de-Seine, nos municípios de Courbevoie, Puteaux e Nanterre (região considerada parisiense). Nascia, assim, La Defense, que hoje possui cerca de 160 hectares. O nome La Défense é devido ao

O arrojo dos arranha-céus é complementado, e também contrastado, com áreas dedicadas ao descanso, onde o verde ainda tem espaço

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monumento de mesmo nome, construído na região em 1883, para homenagear os soldados que defenderam Paris na Guerra Franco-Prussiana. Mas o começo não foi fácil, pois os parisienses não viram com bons olhos a instalação de um bairro moderno, tão diferente do restante de Paris, orgulhosa de seu patrimônio histórico. O pontapé inicial para a criação de La Défense foi a instituição, em 9 de setembro de 1958, do Etablissement Public d’Amenagement de La Défense, o EPAD, órgão encarregado de planejar e criar La Défense, num prazo de trinta anos. Grandes obras começaram a ser construídas, a exemplo do edifício CNIT, criado para abrigar a Exposição Universal daquele ano – mesmo evento que motivou a construção da Torre Eiffel várias décadas antes -, mas ela acabou acontecendo em Bruxelas. Em 1964, um plano chefe determinou as dimensões dos futuros prédios: no máximo 115 m de altura em relação ao solo, com uma base de 24 x 42 m e uma superfície igual a 27 000 m2. Em 1969, o governo francês autorizou o EPAD a aumentar o tamanho padrão dos edifícios. Surgiram, então, arranha-céus ainda mais altos e com superfície muito maior. A altura cada vez mais ousada dos edificios provocou ainda mais descontentamento entre os opositores de La Défense. Em 1970, foi inaugurada a estação La Défense RER, um tipo de trem de alta velocidade que atravessa Paris e liga vários subúrbios. Mais prédios foram construídos, o comércio se desenvolveu rapidamente, mas os investimentos duraram pouco.

Obras de arte ao ar livre dão um toque diferenciado ao ambiente

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turismo internacional

Grande Arco de La Défense foi construído em 1989 e é o símbolo da modernidade de Paris

O monumento La Défense, construído em 1883

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O choque do petróleo, em 1974, viria jogar um balde de água fria na euforia dos construtores. Durante cerca de cinco anos, nem um metro quadrado do bairro foi vendido, alguns edificios até foram esvaziados ou sublocados. Para compensar esse problema, o EPAD decidiu melhorar, com investimentos próprios, a vida dos habitantes e dos trabalhadores do local. A situação começou a melhorar somente em 1979, quando a região voltou a despertar o interesse do mercado imobiliário. La Défense renasceu e, em 1980, começou a terceira geração de construções. As altas torres continuará a aparecer. Em 1981, o Centro Quatre Temps foi inaugurado, sendo, ainda hoje, um dos maiores shoppings centers da Europa. O Grande Arco surgiu em 1989, em um prolongamento do eixo histórico, formado pelo Louvre, Praça de La Concorde (Praça da Concórdia) e o Arco do Triunfo, situados no centro de Paris. Assim, La Défense forma uma linha retílinea com os principais marcos históricos da capital francesa. O Grande Arco de La Défense é hoje o

maior monumento do bairro e o símbolo da modernidade de Paris. Ainda em 1989, o CNIT foi reformado para abrigar mais lojas. Era o embrião de mais uma fase de construções, chamada de quarta geração, que se daria um ano depois, em 1990, com prédios em ângulos cada vez mais modernos e audaciosos. A crise imobiliária de 1992 não afetou o bairro, ao contrário: para atender ainda mais a demanda, a linha 1 do metrô foi prolongada em duas estações, indo até a estação de La Défense e se juntado à estação do RER. Segundo dados da EPAD, só em 2001, mais de trezentos mil metros quadrados de escritórios foram construídos. Em 2006, Nicolas Sarkozy assumiu a presidência do EPAD (extinto em 2010) e uma nova reforma foi lançada. Desta vez, tanto as reformas quanto as novas construções deveriam estar de acordo com parâmetros ecológicos. Vários edifícios contam com um sistema de energia eólica e reciclagem de água. Essa última reforma ainda não acabou, a previsão é que dure até 2015.

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gastronomia

Alimentação saudável

começa em casa

Foto: Artcasta / Shutterstock

Hábitos familiares formam o padrão alimentar das crianças e criam protótipos para os demais estágios da vida. Horários, limites, variedade e perseverança são fundamentais

Por Fernanda Lopes

Cuidar da alimentação dos pequenos nem sempre é uma tarefa fácil. Os pais muitas vezes optam por dar aos filhos o que eles querem, apenas para vê-los satisfeitos. É uma escolha perigosa, que pode resultar em uma dieta com excesso de açúcar, gorduras saturadas (ruins) e calorias. Segundo o Ministério da Saúde, 71,7% das crianças entre 9 e 12 meses já consomem salgadinhos e biscoitos e 11,6%, refrigerantes. Com isso, o IBGE aponta que, uma em cada três crianças de 5 a 9 anos, está acima do peso.

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Além da obesidade, isso resulta no menor consumo dos nutrientes necessários para o crescimento e desenvolvimento adequados. “Do nascimento aos primeiros cinco anos de idade aumentam as necessidades de certos nutrientes, fundamentais para o desenvolvimento cerebral. São eles: ácido retinoico (forma ativa da vitamina A), cálcio, ácido fólico, ferro, zinco e alguns ácidos graxos, como o EPA e o DHA (gorduras poli-insaturadas). Alimentos ricos nestes nutrientes devem ser regularmente oferecidos à criança”,

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alerta a nutricionista Tatiana Branco Barroso. Segundo ela, a criança começa a formar os padrões de comportamento alimentar desde cedo de acordo com o hábito familiar, em termos de escolha e quantidade de alimento, horário e ambiente das refeições, padrão este que tende a se manter nos demais estágios da vida. “É preciso, sim, se preocupar com a frequência e horário das refeições, em proporcionar um ambiente calmo e agradável, em apresentar novos alimentos, em evitar a monotonia alimentar e limitar a ingestão de alimentos com excesso de gordura, sal e açúcar (basicamente, industrializados), pois são comprovadamente fatores de risco para as doenças crônicas, como obesidade, diabetes, hipertensão, entre outras”. Ela ressalta que é essencial tornar as refeições prazerosas para as crianças que, geralmente, não querem perder o tempo de brincar, para comer. Um dos segredos é tornar os pratos atrativos, apostando na apresentação e nas cores dos alimentos. Molhos que ressaltem o sabor das refeições também são bem-vindos. Trocar as frituras por pratos assados, grelhados sem gordura ou cozidos é fundamental. De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), o consumo de gorduras saturadas na infância atualmente é 60% maior que o recomendado. Já a ingestão das gorduras boas, as poli-insaturadas, chamadas de ômega 3 e 6 é, em média, 40% menor do que o recomendado. Também a prática de exercícios regulares é importantíssima O pediatra Marcelo Reibscheid, do Hospital São Luiz, orienta os pais sobre os caminhos ideais para se evitar a obesidade infantil. Como saber se há obesidade? Há influência genética também? E distúrbios psicológicos podem levar ou agravar à obesidade? Há vários fatores que podem levar à obesidade infantil. A vida sedentária da criança, falta de controle na dieta alimentar, fatores psicológicos como ansiedade e depressão. A predisposição genética pode existir, mas há também a questão do exemplo. Crianças com familiares obesos tendem a seguir a mesma rotina alimentar e podem se tornar mais facilmente obesas.

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para evitar a obesidade que, segundo o Ministério da Saúde, já atinge 15% das crianças brasileiras.

Adolescência No período de transição entre a infância e a vida adulta, que se estende dos 10 aos 19 anos de idade, caracterizado principalmente pela maturação sexual – ocorre um aumento das necessidades proteicas e calóricas, cálcio, ferro e zinco, além de vitaminas. Tatiana alerta que os pais devem ficar atentos, já que a necessidade de marcar novas posições ou de se desvincular da família pode também se expressar por questões afetivas que são transferidas para a alimentação. “Comer demais ou não comer pode significar formas inconscientes de satisfazer faltas, recusar controles externos ou “estar na moda”. E comer fora de casa acaba sendo uma nova oportunidade de criar amizades, mas também novos modismos alimentares. Enfim, ser diferente e ainda assim igual a todos, na procura do aqui e agora, imediatismo característico da adolescência”, alerta Tatiana. Uma alternativa para combater os problemas alimentares comuns desse período é inserir na dieta alimentos que fogem da rotina; ofertar alimentos variados e com preparações diferentes, mas de forma constante, acostuma a criança à variedade. Nas primeiras tentativas a rejeição é normal, mas, com o tempo, o novo e o inusitado se tornam habituais. Crianças podem ingerir produtos diets ou adoçantes? Crianças que ingerem esses produtos em excesso podem sofrer com disfunções no fígado ou rim, por exemplo, por causa dos resíduos tóxicos dos adoçantes artificiais. A melhor saída, se não quer oferecer açúcar refinado ao seu filho, é substituir por açúcar mascavo. Os produtos diet foram desenvolvidos para quem sofre de doenças crônicas, como diabetes e hipertensão. Portanto, se seu filho não tem diabetes, ele não precisa e não deve consumir produtos diet. Com a invasão dos fast foods e das propagandas de produtos industrializados, principalmente em programas infantis, como fazer as crianças se alimentarem de forma saudá-

É essencial tornar as refeições prazerosas para as crianças que, geralmente, não querem perder o tempo de brincar, para comer. Um dos segredos é tornar os pratos atrativos, apostando na apresentação e nas cores dos alimentos

vel? Com todas as opções de alimentos industrializados disponíveis no mercado, o mais importante é os pais darem o exemplo. Alimentação saudável começa em casa, de preferência com a televisão desligada. A rotina de horários também é fundamental para que a criança tenha disciplina na alimentação. Outra boa dica é falar sempre o nome correto dos alimentos. Se maquiar um legume ou verdura, a criança pode não aceitar aquele alimento no futuro.

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gastronomia Produção e fotos Fernanda Lopes

Fase escolar • Ofereça uma alimentação variada, que inclua todos os grupos alimentares. Não há alimentos proibidos, entretanto, o consumo de guloseimas deve ser controlado; deve haver limites para a frequência e quantidade. • A criança não deve comer escondido. Por isso, não proíba, determine a porção. • Ofereça 5 a 6 refeições ao dia, com intervalo de cerca de 3 horas. Evite o hábito de repetir os alimentos nas refeições. • Estabeleça horários e rotinas para a criança se alimentar. E faça-as comer devagar. • Evite refrigerantes e estimule a ingestão de sucos naturais, mas com moderação (não deve ultrapassar 240 ml/dia). O ideal é ingerir água potável filtrada. • Sanduíches são permitidos, desde que preparados com alimentos com baixo teor de gordura e sódio. • Estimule o consumo diário de frutas, verduras e legumes (mais de 5 porções por dia). • Estimule o consumo de carnes magras (de boi, frango e peixe). • Estimule a criança a ler os rótulos dos alimentos. Ela deve participar da escolha dos alimentos que farão parte da sua alimentação. • Evite substituir refeições por lanches. • Incentive brincadeiras ao ar livre, caminhadas, andar de bicicleta. No dia a dia, limite o tempo diante da TV, do videogame e do computador. A criança não deve assistir a mais de duas horas de TV por dia. • Para aumentar a ingestão de água, incentive a criança ou o adolescente a levar sempre uma garrafinha de água na escola e em suas demais atividades. • Sempre que possível, coloque fibras na alimentação, agregando à receita aveia, linhaça e verduras de folhas escuras, por exemplo. Fontes: Sociedade Brasileira de Pediatria e Nutriaction Consultoria.

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Espetinho de carne com tomatinhos Ingredientes 1/2 k de carne sem gordura moída (patinho); 1 cenoura ralada; 1/2 cebola ralada; 1 dente de alho ralado ou espremido; 1 colher de chá de sal; 2 colheres de sopa de salsinha picada (ou pode ser a rama da cenoura); 2 colheres de sopa de aveia em flocos ou farelo de aveia; 1 ovo; 1 colher de sopa de azeite; 2 fatias de pão de forma integral desmanchadas em 1/2 xícara de leite semidesnatado;

1 colher de sopa de farinha de linhaça. Preparo Misture todos os ingredientes e modele bolinhas de carne. Coloque em uma assadeira untada com um pouco de óleo vegetal e leve para assar em forno pré-aquecido a 200 graus por cerca de 20 minutos ou até estarem moreninhas. Em espetinhos de madeira, alterne bolinhas de carne e tomatinhos cereja. Sirva com arroz branco ou integral, feijão e uma salada verde ou ainda com uma massa com molho leve como de tomates. Rendimento: 6 espetinhos.

Muffin de banana Ingredientes 3 bananas descascadas e amassadas; 125 ml de óleo; 2 ovos; 200g de farinha de trigo; 50g de aveia em flocos ou farinha de aveia; 100g de açúcar;

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Sanduíche divertido

1 colher de chá de orégano.

Ingredientes 3 fatias de pão de forma, sendo duas integrais e uma normal, sem casca; 2 fatias de peito de peru ou presunto magro cortado em tirinhas; 1 colher de sobremesa de requeijão; 2 colheres de cenoura ralada; 1 colher de chá de maionese sem colesterol; 1 colher de chá de azeite;

Preparo Com um cortador de biscoitos, no formato desejado (como o da foto, com a estrela), corte no centro de 1 fatia de pão de forma integral e de 1 fatia de pão de forma branco. Separe a fatia e o formato cortado e encaixe na fatia de pão de forma branco, o formato cortado no pão de forma integral. Reserve. Espalhe

1/2 colher de chá de bicarbonato de sódio; 1 colher de sopa de fermento em pó; 1 colher de chá de essência de baunilha. Para polvilhar 5 colheres de sopa de flocos de aveia; 1 colher de sopa de margarina light; 1 colher de sopa de açúcar.

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Preparo Pré-aqueça o forno a 200 graus e prepare 12 forminhas de muffins ou de empadas. Misture os ovos com o óleo e a banana amassada e reserve. Em outro recipiente, misture os ingredientes secos. Depois misture os úmidos aos secos e coloque as forminhas (agora já tem para vender forminhas de papel

sobre uma fatia de pão de forma integral, uma camada de requeijão, espalhe as tirinhas de peito de peru, cubra com outra fatia de pão branco, espalhe uma camada de maionese, coloque a cenoura picada e tempere com o azeite e o orégano. Cubra com a fatia de pão de forma integral (com a parte branca encaixada). Sirva em seguida. Rendimento: 1 sanduíche.

para fornos, que podem ser colocadas dentro das formas de empada ou muffins). Misture a aveia, a margarina e o açúcar até formar uma farofinha. Polvilhe um pouco sobre cada muffin e leve para assar por cerca de 20 minutos ou até dourar. Rendimento: 12 unidades.

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Fotos KFpress

moda

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Totalmente

versátil

Praticidade e conforto são palavras-chave para o Verão 2012, que traz novamente uma das peças mais despojadas do vestuário: o macacão

Por Karlos Ferrera

Ele configura excelente investimento pela versatilidade que proporciona, já que pode ser utilizado tanto no inverno quanto no verão. O macacão ressurge como forte aposta, tanto em modelos tradicionais, quanto em versões mais curtas, como cropped e macaquinhos. Dentre as principais tendências de moda que o modelo assume na estação estão: o glamour e o estilo boho da década de 70; a feminilidade e a

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moda

Os drapeados, babados, florais, calças cropped e decotes princesa marcam a estrutura dos macacões neste verão, que promete charme e sensualidade

delicadeza da década de 50; a versatilidade, a assimetria e a modernidade urbana. A princípio, a referência aos anos 1970 transparece com ênfase na modelagem ampla, sobretudo nas calças dos macacões, ao estilo pantalona, além da presença das cores vibrantes e estamparia alegre dos florais. Dos anos 1950, surgem as construções delicadas dos decotes princesa, no es-

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tilo lady like da modelagem acinturada, na cartela de cores claras, principalmente em tons sorbet (doce), e também no modelo com cropped, outra aposta certeira para a temporada. Já o aspecto urbano influi nos modelos em que o foco é a praticidade, e na construção do modelo, mais soltinho e com cores sóbrias - sem muita utilização de estampas -, além das formas geométricas e da assimetria.

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“Destaques” // Luci Cardia Foi a realização de um sonho casar às margens do Oceano Atlântico. Uma festa maravilhosa oferecida pelos noivos Adriana Zuchini Gardil e Paulo Gardil, no Hanga Roa, em Bertioga

Os noivos, em momento de radiante felicidade

Os pais do noivo, Ivete Maria Gardil e Marcio Gardil

Sofisticação, beleza e tecnologia na concorrida cerimônia frente ao mar

Rafael Moreno e Ana Martins Zuchini, a matriarca da família

Os pais da noiva, Adenir Zuchini e Edvaldo Rodrigues, e os amigos Enzo e Sueli Fingolo

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João Tiosso, a mulher Ciane e a filha Paula

Família reunida no altar

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Mauro e Cecília Orlandini prestigiaram os noivos

A pequena Luana Gardil, Cinthia Gardil, Bruno Singolo, Thais Gardil e Sergio Del Nero

O pai da noiva, Edvaldo Rodrigues, ladeado pelo casal Inocêncio e Elizete Psiciota

Cida Zuchini e Andreia Zuchini, simplesmente maravilhosas

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Muita emoção no abraço de Adriana Zucchini no sogro Marcio Gardil

José Aparecido Cardia e a colunista também marcaram presença

Reuben Zaidan e Dinalva Berlofi Zaidan, presentes ao enlace

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“Destaques” // Luci Cardia Na capela da PUC, em São Paulo, Fernanda e Fernando Katsonis disseram o sim, com muita elegância, em evento superprestigiado

Muita paixão entre os elegantes noivos Fernanda e Fernando Katsonis

Fernanda Garcia e os amigos Ricardo Amorin e Fernanda Brandão

Os pais do noivo, Carmem Célia e Constantino

Os pais da noiva, Maria de Fátima e Osvaldo Garcia

Regina e Flávio Petrilho

Giro Social

Domênico Valente, sempre o melhor anfitrião, e os amigos do Hanga Hoa: Eduardo Salvia, Sidney Gomes, Ulysses Mansur, Renan Valente e Darnon Barcelos

Os 18 anos de Giovani Lucatti Carvalho comemorados em festa surpresa ao lado da mamãe Ivanete 86

Silvana Salvia, Nilza Mansur, Marcia Barcelos, Laura Paranhos, a colunista, Andreia Mansur, Valeria Valente e Isabelle Valente

Fernando Cardia completou 15 anos, e comemorou ao lado dos amigos, no Boliche da Riviera. Parabéns! Beach&Co nº 113 - Novembro/2011



Flashes A Möntmann & Gomes Engenharia reuniu amigos e clientes para a festa de pré-lançamento do edifício Spazio Felicitá Residenziale, no bairro do Indaiá, em Bertioga, dia 14 de outubro. Um sucesso!

Os anfitriões Cynthia Möntmann e Marcos Quintana

Carolina Almeida e Rosilene Rodrigues

Clóe Lúcia Nascimento e Flavio Barros, da Real Consultoria Imobiliária

Adriane Markendorf Baumhardt e José Filipe, sócio do empreendimento

José das Neves, Antonio Carlos Costa, Simone Bom, Iracema Costa e Thiago Cancian

Tatiana Souza, Rodolfo Cardoso e Wilton Neves

Marcia André Pereira, Nelsa Rodrigues, Wilsinho Rodrigues, Edilaine de Assis e Zezinho Rodrigues e Cynthia Möntmann

Lia Mara Colichini, Elisa Andrade, Gilberto Legal, Thiago Brito e Claudia Bastos 88

Marcos Quintana, Marina Fernandes, Mariana Hernandes, Isabelle Hernandez, Marcelo Gomes e Cynthia Möntmann

O prefeito Mauro Orlandini e o empresário Marcos Quintana

Mariana Hernandes entrevista o secretário municipal de Planejamento José Marcelo

O vereador Antônio Rodrigues também prestigiou Marcos Quintana Beach&Co nº 113 - Novembro/2011


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Coluna Chic // Gabi Montoro

As primas Marcela, Lara e Bia Finochio, em comemoração familiar

O animadíssimo casal Renata Carvalho e Mauro Liguori, na Capital Disco

Marisa e Priscila Nacamuta

Fabio Leal e Loraine Prokish

Nathalia Barbieri

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Kelly Bontempi, que inaugurou a linda loja Dolce Baby

Paola Tasselli, mãe do noivo Mauro, na noite da grande festa

Danielle Zangrano e sua Lara

Cinthia Belmonte e Sergio Almeida, da Meeting Eventos, responsável pela decoração na Capital Disco

Andressa Reis e Diego Nunes Pinheiro

Danielle Stefanello e Luiza foram conferir as novidades na Dolce Baby

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Coluna Chic // Gabi Montoro

Erika Almeida

O casal Guilherme e Leilane Nagy no Iate Clube de Santos

Thiago Marsaiolli e Camila Rodrigues Gomes

Carla Quinto e sua linda Beatriz

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Suzel e Daniel Augusto

Rita e Marcelo Peres inauguraram a loja Shoulder no Praiamar Shopping

Marcelo Marsaiolli e seu filho Enrico

Roberta Gracioso e Rafael Campos muito felizes na grande noite do casamento

JosĂŠ Roberto Montoro foi eleito o Profissional do Ano pelo Rotary Club

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Flashes O governador Geraldo Alckmin recebeu atletas no Palácio dos Bandeirantes, no início deste mês, para entrega do Bolsa Talento Esportivo e homenagem aos medalhistas dos Jogos Pan-Americanos de Guadalajara, realizado em outubro, no México

Atletas medalhistas do Pan-Americano

Governador Geraldo Alckmin e a atleta homenageada Fabiana Murer, campeã mundial do salto com vara, e prata nos Jogos PanAmericanos de Guadalajara

Reuben Zaidan entrega ao governador exemplar da revista Beach&Co, que aborda o Projeto Costa Norte Escola

Geraldo Alckmin e o canoísta bertioguense Cadu Zaidan, que recebeu o Bolsa Talento Esportivo, programa de incentivo a atletas que se destacaram em torneios estaduais ou nacionais

Cadu Zaidan e a atleta Maurren Maggi, medalha de ouro no salto em distância nos Jogos Pan-Americanos de Guadalajara

Beto Zaidan também marcou presença ao lado de Fabiana Murer

O orgulhoso pai Reuben Zaidan, o secretário de Esportes, Lazer e Juventude José Benedito Pereira Fernandes e Cadu Zaidan

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Flashes Bertioga abrigará mais um requintado empreendimento na orla da praia, o Beach Garden Family Club Ramon Alvares, da Construtora Costa Hirota. Em evento marcante, o pré-lançamento aconteceu dia 27 de outubro, no Hotel 27, na praia da Enseada

Prefeito Mauro Orlandini abriu a cerimônia de pré-lançamento

Compuseram a mesa de apresentação do projeto, o vereador Ney Lyra, Pedro Alves, Ramon Alvares, José Luis Hirota e Reuben Zaidan

Os irmãos Evandro e Eduardo Tomé

Os empresários Pedro Alves, Ramon Alvares e José Luis Hirota

Paulo Rubens Arieta, Antonio Manuel e Paulo Avila

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Pedro Alves e a mulher Sueli Gropo

Dorival Lopes Alvares, Olga Anita e Pedro Alves

Antônio Francisco Franco, Paulo de Tarso, Rildo André e Robson Ferreira

Jackson Pierre, Julio Pierre, Luis Paschoal e Ceme Suaiden

Alice Bacheschi e Henrique Costa

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“Celebridades em Foco” // Edison Prata O 1° Torneio Interno da Primavera foi realizado, no final de outubro, no Guarujá Golf Club. O evento esportivo, organizado pelos golfistas Hugo Rinaldi e Domênico Abate, contou com a participação de muitos amigos atletas e convidados. Parabéns!

Antonio Ferreira e os organizadores do torneio Domênico Abate e Hugo Rinaldi

Adolfo e Arlete Canann

Maria Lucia Cescon, Lucinda Virgílio, Augusta Niedzienski e Vera Fonseca

João Santos, Domênico Abate, Virgilio Carolino, Hugo Rinaldi, Gabriel Jacinto, Kaio Nascimento, Antonio Sodré, Erinaldo Nascimento e Adjalma do Carmo

Silvana Marani, Claudia Zuccas, Maria Eunice, Patrícia Franco e Beth Gaino

Demétrio Fraiha, Maria Eunice e Ziegfried Grotzinger

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Wagner Gataz, Antonio e sua mulher Matiko Ferreira, Marcello Zuccas e Kaio Nascimento

Gabriel Jacintho, Wagner Rezende e Robert Bauchatt

Mario Grieco, João Santos e Ramon Portas

Ronald Gunn, Kaio Nascimento e Tarcisio De Angelis

Antonio Fonseca, Demétrio Fraiha e Anselmo Aragon

Gabi Gataz, Renata Azevedo, Bruna Rinaldi, Patrícia Franco, Débora e Arlete Canann

Luiz França, Hans Widmer e Wagner Gattaz

Antonio Pimentel, Salvio Casson e Antonio Sodré

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COMPROMISSO COM O DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL

Desenvolvimento sustentável é conquistar o crescimento econômico com responsabilidade social e preservação e conservação do meio ambiente. A Riviera é assim. Há mais de 30 anos sendo implantada, tornou-se referência mundial de uso e ocupação do solo, sendo o seu Sistema de Gestão Ambiental o primeiro em todo o mundo a receber a Certificação ISO 14001. Riviera, porque é assim que a vida deve ser.

Planejamento e realização global:


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