Foto Luciana Sotelo
28 Tradições e inovações do mais antigo clube santista
Foto Henrique Ramos
44 Ferreomodelismo, um hobby apaixonante
E mais... Salvamar 10 Porto 34 Sustentabilidade 38 Entremares 42 Gastronomia 60 Homenagem 64 Moda 68 Foto sxc.hu/ Hidden
Flashes 72 Alto astral
76
Destaques 78 Celebridades em foco
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Foto Renata Inforzato
50 As encantadoras máquinas da Traversée de Paris
Capa
Helicóptero Águia apoia trabalho de prevenção e resgate Foto Patrick do Prado/ Salvamar Paulista
Foto Divulgação
56 Energia verde, por um futuro sustentável
Foto Luciana Sotelo
Opos Orquestra pág. 20
Beach A
R e v i s t a
Co d o
ao leitor Foto Joel Ribeiro/Salvamar Paulista
L i t o r a l .
ANO XI - Nº 125 - NOVEMBRO/2012 A revista Beach&Co é editada pelo Jornal Costa Norte Redação e Publicidade Av. 19 de Maio, 695 - Bertioga/SP Fone/Fax: (13) 3317-1281 www.beachco.com.br beachco@costanorte.com.br Diretor - Presidente Reuben Nagib Zaidan Diretora Administrativa Dinalva Berlofi Zaidan Editora Chefe Eleni Nogueira (MTb 47.477/SP)
E mais...
beachco@costanorte.com.br Diretor de Arte
Roberto Berlofi Zaidan roberto@costanorte.com.br Criação e Diagramação Audrye Rotta audrye.rotta@gmail.com Marketing e Publicidade Ronaldo Berlofi Zaidan marketing@costanorte.com.br Depto. Comercial Aline Pazin aline@costanorte.com.br Revisão Adlete Hamuch (MTb 10.805/SP) Colaboração Belisa Barga, Durval Capp Filho, Edison Prata, Fernanda Lopes, Karlos Ferrera, Leandro Saadi, Luci Cardia, Luciana Sotelo, Marcos Neves Fernandes e Renata Inforzato Circulação Baixada Santista e Litoral Norte Impressão Gráfica Silvamarts
Um olho no mar, outro no banhista Quando se está na praia, a ordem é relaxar. Mergulhar, boiar, nadar, estirar-se sob o Sol. Nada de tensão ou preocupação. Mas essa regra só vale para os frequentadores. Há aqueles que, na praia, fazem justamente o contrário: atenção total a cada movimento fora do normal. Correntezas, boias, idosos, crianças, braçadas mal dadas... Nada foge aos olhares atentos dos guarda-vidas. Guardiões das praias, ou anjos, como cabe bem chamar a esses homens e mulheres, que se dedicam à sagrada missão de proteger a vida diariamente. Com a proximidade do verão, o número de turistas aumenta nas cidades da costa paulista. Aumenta também a preocupação com a segurança desses banhistas. Uma função que o Salvamar Paulista, segundo mais antigo do Brasil, executa com mérito desde 1921. Só nos últimos 26 anos, foram mais de 54.900 salvamentos, mais de cinco mil vítimas de afogamento resgatadas, e mais de 22.800 casos de crianças perdidas localizadas nas praias paulistas. Nada mais justo, então, homenagearmos esses verdadeiros heróis do mar com a nossa reportagem de capa. Por ela, fica-se sabendo que, mesmo nos seus dias de folga, os guarda-vidas não relaxam quando estão de frente para o mar, pois os olhos e os sentidos instintivamente mantêm-se em alerta e, caso seja necessário, lá vão eles, orientar, correr, dar braçadas e resgatar aqueles que não respeitam a força da natureza. A nossa proposta é que, nesse verão, que se inicia no próximo mês, todos deem uma folguinha para os anjos do mar. Podemos começar de forma bem simples, basta respeitar a máxima `água no umbigo sinal de perigo’. Se comer ou beber demais, evite entrar na água. Atenção redobrada com as crianças e idosos e boa temporada para todos. Eleni Nogueira
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Foto Leandro Saadi
comportamento
Anjos de plantão As cores chamativas dos uniformes vermelhos e amarelos destacam-se na paisagem litorânea, e têm um forte apelo simbólico entre os frequentadores das praias. Representam homens e mulheres com uma vocação especial, a de guardar e salvar vidas
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Beach&Co nº 125 - Novembro/2012
Por Belisa Barga
A rotina dos guarda-vidas começa bem cedo. Antes mesmo das 7 da manhã as placas de sinalização aos banhistas são distribuídas pelas praias, com informações como a tábua das marés, previsão do tempo e a condição do mar. A partir de então, nem o Sol a pino, a chuva ou mesmo o frio os impedem de exercer sua sagrada missão, a de zelar pela vida. Olhos atentos, corpos preparados para uma corrida ou umas braçadas em atendimento de emergência a banhistas, e muita paciência para orientar e convencer alguns teimosos sobre os riscos que o mar oferece. Assim é a rotina diária de um guarda-vidas. Tarde ensolarada de domingo, e a praia do José Menino, em Santos, está lotada de pessoas em busca de diversão. No mar, pelo menos três colchões infláveis divertem adultos e crianças no vai e vem da maré. O guarda-vidas divide a
atenção entre banhistas e um grupo que nada próximo às pedras da Ilha de Urubuqueçaba. A atenção, então, passa a ter único foco: gritos avisam que um colchão virara próximo à costeira. Com flutuador em punho, o guarda-vidas corre em direção ao pedido de socorro e atravessa as ondas em busca das vítimas. O acidente, sem consequências trágicas, felizmente, envolveu aproximadamente oito pessoas. Mas, essa história e tantas outras que acontecem diariamente nas praias paulistas, poderiam ser muito diferentes se não fossem as ações desses anjos do mar. O guarda-vidas responsável pelo atendimento William Matias diz: “Já ajudei muita gente, inclusive surfistas, a sair do mar. Os banhistas, muitas vezes, não seguem nossas orientações por achar que exageramos no zelo”. Um exemplo dessa falta de senso de
Foto Leandro Saadi
Sempre a postos, guarda-vidas atendem chamados em locais de difícil acesso
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comportamento
Foto Patrick do Prado/Salvamar Paulista
Uma atuação heroica e efetiva na costa paulista
Aproveite bem o verão • Frequente as praias durante os horários de proteção dos guarda-vidas (das 7h00 às 19 horas). • Não ingira bebidas alcoólicas antes de entrar na água. Se beber, não entre no mar. • Informe-se com os guarda-vidas
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sobre os melhores locais para banho. • Mantenha a atenção redobrada em idosos e crianças. Pulseiras de identificação são entregues gratuitamente pelos guarda-vidas.
perigo são os constantes chamados de pessoas ilhadas na Ilha Urubuqueçaba. “Como é possível chegar a pé, as pessoas pensam que não existem riscos, mas a maré sobe rápida e elas ficam presas”, afirma William. O perfil de um afogado em geral é o de uma pessoa que não sabe nadar, ingeriu bebidas alcoólicas ou comeu demais antes de entrar no mar. Turistas representam a maioria desses casos, pois não costumam respeitar a máxima de ‘água no umbigo sinal de perigo’ e, o pior, abusam de acessórios infláveis, como boias e colchões, nada adequados para o mar. Sempre que vai à praia, a assistente financeira Cristiane Fernandes entra no mar atenta ao nível da água. Isso por causa das lembranças de um domingo passado, há alguns anos, em uma praia do Guarujá. “Entrei no mar com mais duas amigas, uma delas nadadora profissional. Estávamos com água pouco acima do umbigo, mas uma onda forte nos puxou para o fundo. Eu não sabia nadar e a atleta não conseguia retornar por causa da força da correnteza”. Cristiane disse que foi tudo muito rápido e não sabe bem como as coisas sucederam. “Lembro-me do guarda-vidas vindo ao nosso encontro nos resgatar. Quando me refiz do susto, nem tive tempo de agradecer ao bombeiro, pois ele já havia ido”. O caso de Cristiane é apenas um dentre os milhares que ocorrem todos os anos nas praias do litoral. Mas nem sempre o final é feliz. Bombeiro guarda-vidas desde 1990, o soldado Fábio Lobo relembra o salvamento que mais marcou sua carreira, ocorrido na Praia
caminhar nas costeiras, que são perigosas e escorregadias. • Caso sinta a correnteza puxando, tente boiar e sinalizar pedindo ajuda.
• Obedeça as orientações dos guarda-vidas e das placas sinalizadoras.
• Evite usar boias, colchões e espaguetes, que tendem a ser levados pelas correntezas.
• Afaste-se das pedras, e evite
• Em caso de emergência, ligue para o 193.
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Foto Belisa Barga
Grande, em 1999. Uma menina foi puxada pela correnteza, e a mãe e um rapaz tentaram salvá-la. “Estava em Mongaguá quando recebemos o chamado de três afogados. Fomos de helicóptero e pulei na água para ajudar no resgate. Coloquei a menina no puçá e ela foi levada para a Santa Casa de Santos, mas não resistiu. Esse fato me marcou, principalmente, porque eu também tenho filhos”. O amor pela profissão bate forte no coração desses heróis que não desligam nem nas horas de descanso. “Nossa missão sempre fala mais alto e, se vamos à praia a lazer, permanecemos atentos e, se virmos algum perigo, corremos para ajudar”, diz Lobo. Nesses vinte anos de atuação, Lobo já participou de inúmeros salvamentos. O que lhe chama a atenção é a quantidade de afogamentos que envolvem idosos. O bombeiro explica que, em virtude da alta população de idosos no litoral, já presenciou socorros a essas pessoas “que sofrem algum mal súbito durante uma caminhada à beira-mar e, quando caem, ingerem uma pequena quantidade de água, mas suficiente para causar um afogamento”.
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Foto Joel Ribeiro/Salvamar Paulista
Salvamento no entorno do emissário submarino, em Santos. Abaixo, treinamento para situações de emergência em dias de mar revolto
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comportamento Nos últimos 26 anos foram mais de 54.900 salvamentos, mais de cinco mil vítimas de afogamento resgatadas e mais de 22.800 casos de crianças perdidas localizadas nas praias paulistas
Crianças perdidas são frequentes nas praias. De acordo com levantamento do Grupamento, até o final de outubro desse ano foram 739 ocorrências, sendo que das doze cidades monitoradas, a de maior incidência foi Ubatuba, com 202 casos contra dois registrados em São Sebastião, cidade de menor índice. O bombeiro Lobo acompanha essas situações em todas as temporadas. “Certa vez, encaminhamos uma criança ao Conselho Tutelar, pois os pais não vieram buscá-la até o fim do nosso expediente”. Quando um menor está perdido, é levado ao posto de salvamento até que o responsável seja identificado. “Tem pais que levam até quatro horas para perceber o sumiço do filho”. Para reduzir esses desencontros, os guarda-vidas distribuem, gratuitamente, pulseirinhas de identificação. Neste verão, dois milhões de unidades estarão disponíveis para entrega aos banhistas. O ano passado foram 600 mil. Pedidos inusitados também são feitos aos guarda-vidas ao longo dos municípios da costa litorânea paulista. Considerados por muitos banhistas como uma espécie de ‘faz tudo’ das areias, eles são requisitados para atender resgates de animais, casos de
furtos nas areias, e até para apartar brigas de casais. Pessoas acidentadas em praias de difícil acesso também são resgatadas pelos heróis do mar, seja em botes ou com o auxílio do helicóptero Águia.
Eficiência comprovada Até outubro desse ano, foram realizados 2535 salvamentos pelo Salvamar Paulista, segundo mais antigo do Brasil, em toda a costa litorânea do estado. A unidade desenvolve atividades de proteção a banhistas, salvamentos nas praias, busca de pessoas e embarcações em situações de risco, e atendimento a crianças perdidas. O tenente Marcelo Medeiros, do 17° Grupamento de Bombeiros, diz que as ocorrências são mais comuns no litoral sul, nas cidades de Guarujá e Bertioga. “Para nós, não existe o conceito de praias perigosas e, sim, comportamentos que expõem as pessoas aos riscos do mar. Praias com maior número de banhistas apresentam maiores índices de atitudes inadequadas, que aumentam os chamados”, analisa. Regiões de costeira e ilhas com acesso por terra, como a de Urubuqueçaba, em Santos,
Os banhistas devem respeitar os alertas das placas de sinalização e as orientações dos guarda-vidas
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Fotos Leandro Saadi
Vigilância permanente, mesmo nos horários de Sol a pino
também concentram mais atendimentos. “É importante divulgar para a população que o mar possui correntezas que podem provocar afogamentos até em quem sabe nadar. A orientação é para que as pessoas permaneçam em águas rasas, fiquem longe de costeiras e busquem orientações com os guarda-vidas sobre os locais mais seguros para banho”, reforça o tenente Medeiros. O balanço de 2011 fechou com 3676 resgates, sendo 112 fatais e, até 31 de outubro desse ano, foram 2535 salvamentos com 78 mortes. Ou seja, mesmo com o aumento populacional e de turistas, o número de socorros triplicou, mas a quantidade de vidas perdidas caiu para menos de 1/3, em comparação com anos passados. O tenente Medeiros cita que “fatores como o tempo ensolarado ou chuvoso, feriados prolongados, condições do mar e até mesmo a economia interferem na quantidade de resgates”. Esses resultados, de acordo com o tenente, são frutos de ações preventivas e do melhor preparo dos profissionais. “Essa redução é consequência do trabalho de prevenção que inclui campanhas educativas em diversas mídias, a contratação dos guarda-vidas temporários e o investimento em modernas embarcações, que propiciam o aumento da área atendida”, comenta. Se, antes, os músculos eram requisitos básicos para exercer a atividade de guarda-vidas, hoje, o importante é o condiciona-
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mento físico. “Temos homens e mulheres no efetivo e todos passam pelos mesmos treinamentos já que os riscos são os mesmos para ambos”. Para facilitar e agilizar os atendimentos, as equipes utilizam nadadeiras e flutuadores, além de veículos como botes, motos aquáticas, lanchas, ambulâncias e helicópteros.
Reforço temporário Para a próxima temporada de verão, o efetivo dos bombeiros contará com reforço de oitocentos guarda-vidas temporários no litoral paulista a partir da segunda quinzena de dezembro. Esse aumento aconte-
91 anos de salvamentos A história do Salvamar Paulista teve início em 1921, quando o capitão do Corpo de Bombeiros José Martiniano de Carvalho propôs à Câmara Municipal de Santos a criação de um posto marítimo similar aos que já existiam no Rio de Janeiro. A proposta foi aceita e, no ano seguinte, foi construído o Posto de Salvamento 1, na praia do José Menino, sendo este local escolhido por causa da localização próxima a importantes hotéis à época. Com o passar dos anos, os demais postos foram erguidos e atendem a orla santista. Nos anos 1960, o serviço expandiu-se para São Vicente e Guarujá. Na década de 1980, desvinculou-se do Grupamento de Incêndio para atender exclusivamente os serviços de salvamentos aquáticos. Em 1985, foi criado o 3° Grupamento de Busca e Salvamento (hoje 17° Grupamento de Bombeiros – Salvamar Paulista). Localizado no Guarujá, é a primeira e única unidade do estado de São Paulo e é modelo de prevenção e salvamento aquático para todo o Brasil.
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comportamento Foto Joel Ribeiro/Salvamar Paulista
A qualquer tempo, eles estão sempre prontos para a ação
ce desde os anos 2000, ocasião em que as prefeituras e algumas empresas firmaram parceria com o Corpo de Bombeiros, responsável pela seleção e treinamento, para contratação de temporários por períodos de 90 dias. “Esses ajustes são importantes para aumentar o número de setores protegidos por guarda-vidas nos períodos críticos”, explica o tenente Marcelo Medeiros. A oportunidade de se tornar um guarda-vidas pode alterar os projetos futuros dos jovens, como ocorreu com Alexandre Alves, morador da Prainha Branca, em Guarujá e guarda-vidas civil na Riviera de São Lourenço, em Bertioga. “Eu surfava e via os guarda-vidas ali, monitorando a praia por horas e horas, e imaginava o quão monótono devia ser. Um dia, desempregado, fiz o curso e passei a exercer a função. Naquele dia, descobri a motivação da profissão, que é salvar vidas e saber que você faz a dife-
rença para alguém quando a resgata”, diz. Quase quinze anos depois, o guarda-vidas já presenciou inúmeros salvamentos com e sem sucesso. Muitos, como um caso ocorrido em 2009, ficaram na memória. “Houve um afogamento na praia Selada, em Bertioga. A pessoa já afundava quando a resgatamos, e pensamos que ela tivesse falecido. Quando a colocamos na prancha de resgate e fizemos as primeiras manobras de socorro, ela abriu os olhos. No dia seguinte, estava bem e conversando conosco”, relembra. Apesar de tantos anos na profissão, Alves diz que participar dos cursos de atualização e reciclagem do Grupamento é primordial para garantir um salvamento eficiente. “Estamos aqui para cuidar dos banhistas. Ter conhecimento de primeiros-socorros é essencial para prestar o atendimento inicial, e pode ser o fator decisivo para manter uma vida”.
Foto Leandro Saadi
Áreas de correnteza exigem atenção redobrada
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Orquestra Opos durante apresentação de “Uma odisseia pelo mar”
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Beach&Co nº 125 - Novembro/2012
Amorà música Jovens artistas, talentosos, cheios de vontade e ansiosos por um futuro melhor realizam o sonho de todo músico: tocar numa orquestra que podem chamar de sua
Por Luciana Sotelo
Foi à beira-mar de Santos que tudo começou. Lá, a violinista Adrianne Okazaki idealizou uma nova orquestra para a cidade, na qual pudesse tocar com amigos que deixaram a carreira de lado por falta de oportunidade. Ao observar os navios entrando e saindo do maior porto da América Latina, teve a ideia de utilizar a força do complexo santista em favor da música e da transformação das pessoas por meio dela. O nome surgiu como ato contínuo: Orquestra do Porto de Santos. Com o incentivo do marido Pedro Sorensen, e a união de um grupo de músicos voluntários, Adrianne, violinista desde os 14 anos, colocou em prática seu sonho. Mas nada foi fácil. Primeiro, uniu esforços num verdadeiro casamento entre as suas habilidades e a do companheiro. “Eu sou formada em publicidade, meu marido é da área de marketing. Tínhamos nas mãos as ferramentas necessárias para fazer surgir
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com sucesso um novo produto. Para isso, precisávamos de recursos. E foi assim que protocolamos nosso projeto no Ministério da Cultura, em busca de repasse de verba”. O apoio do maestro Beto Lopes, o atual regente da Opos, também foi essencial. “Nos conhecemos na Orquestra de Câmara da Universidade Católica de Santos. Ele foi meu regente e abraçou a ideia de imediato”, conta Adrianne. Com o projeto aprovado, foi preciso bater de porta em porta das empresas para conseguir patrocinadores que quisessem se beneficiar da Lei Rouanet, legislação que institui políticas públicas para a cultura nacional, e possibilita que empresas e cidadãos apliquem uma parte do imposto de renda devido em ações culturais. “Tínhamos que conseguir, pois o mercado de trabalho para músicos é muito escasso”. A estratégia a seguir foi a divulgação. “Meu marido estava com sua rescisão de
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cultura
A Opos formou-se com a adesão de 36 músicos e 13 tipos de instrumentos diferentes, entre sopros, cordas e percussão
Futuro incerto O trabalho incansável dos idealizadores, o amor e a dedicação dos músicos, e a melhor das intenções não são suficientes para tocar a orquestra. Os patrocínios conquistados valem apenas por um período de um ano. “Estamos com as contas pagas até este ano. Um novo processo de captação de recursos tem que ser feito para que a gente possa seguir adiante”, enfatiza Adrianne, animada com suas expectativas. O grupo está em busca de novos patrocinadores para a temporada 2013. Para contribuir e obter outras informações, acesse o site www.opos.mus.br.
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emprego e resolvemos investir com recursos próprios para a formação da orquestra. Liguei para vários amigos, encontrei alguns músicos dispostos a participar do projeto voluntariamente”, lembra a violinista. “Depois de tanta propaganda e esforço, era preciso mostrar algo de concreto para os empresários, em meio a tantos sonhos”, completa Pedro. Em dezembro de 2011, a Orquestra do Porto fez sua pré-estreia no Museu do Café, no centro histórico de Santos. “Ensaiamos por quatro meses, formamos um repertório e fizemos nossa apresentação para os possíveis patrocinadores”. No final do mesmo ano, a Codesp (Companhia Docas do Estado de São Paulo) e a Copersucar deram o ‘sim’ que os músicos tanto queriam, e se tornaram patrocinadores oficiais do grupo. A partir de então, a
sorte mudou o ritmo da orquestra. O mar agitado das incertezas deu lugar a águas tranquilas e prósperas. A orquestra ganhou um tom profissional. Enfim, Adrianne, Pedro e Beto Lopes poderiam dar início a um trabalho de qualidade. A Opos formou-se com a adesão de 36 músicos e 13 tipos de instrumentos diferentes, entre sopros, cordas e percussão. Com lançamento inaugural em grande estilo, a Opos apresentou como destaque um repertório temático. Na primeira temporada, intitulada Uma odisseia pelo mar, a proposta foi a de transformar o público em tripulante de um navio e experimentar sete sensações marítimas. No roteiro, muita aventura, mistério, solidão, tempestade, calmaria, nascer do sol e chegada. Ao todo, foram cinco apresentações gratuitas. “Um imenso orgulho tomou
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Programação especial de Natal contará com a harpista Tatiana Shizue, estreante em orquestra
conta de nós. É muito bom ver que os esforços foram reconhecidos. Estamos levando música de qualidade às pessoas, e construindo a nossa história” A Opos realiza seus ensaios no centro comunitário da Igreja São Judas, por intermédio das Oficinas Culturais do Estado de São Paulo (Regional Pagú). São seis horas de trabalhos semanais comandadas pelo experiente ‘condutor’, como gosta de ser chamado o maestro Beto Lopes, mestre em música. Ele tem 55 anos, 15 deles dedicados à carreira de regente. Atualmente, é maestro do Coral Transpetro, da Petrobras, da Orquestra Jovem da Unisantos, do Coral Lírico da Unisantos, e da Orquestra do Porto de Santos. A música, porém, já habita a sua alma a bem mais tempo. “Eu nem era alfabetizado e já tirava música de ouvido. Quando comecei a ler e escrever, minha mãe me perguntou se eu queria aprender música e eu não parei mais”, lembra o maestro. Beto Lopes é um entusiasta dessa nova geração. “Eu aprendo muito com esses jovens. Por isso, sempre acreditei no potencial da Opos”. Com o reconhecimento da equipe, a Opos pôde gerar oportunidades para que jovens talentosos pudessem seguir na carreira profissional. São muitos os exemplos. Lucas Santiago Almeida Santos é violinista e o caçula da turma. Ele tem apenas 17 anos e já pode vivenciar uma experiência única. Na primeira temporada, foi um dos solistas. “Estou muito feliz em ter conseguido
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cultura Em cartaz A orquestra prepara-se para apresentar um especial de Natal. De acordo com o regente Beto Lopes, o próximo espetáculo traz a trajetória de Jesus Cristo em 11 peças. “Vamos trabalhar com o melhor do Natal; teremos uma música para anunciar o anjo, outra para a chegada do Menino Jesus, outra para os Reis Magos, e muito mais. Vamos do erudito ao popular”. As apresentações já confirmadas acontecem no dia 2 de dezembro, na Igreja do Embaré, às 19h30, e no dia 15 de dezembro, na Bolsa Oficial do Café, às 19 horas. Ambas são gratuitas.
essa chance. É de extrema importância para o meu currículo”, afirma o integrante mais novo. Além de ser aplaudido de pé, Lucas recebeu elogios valiosos do maestro. “Ele é um talento nato. Uma promessa que já está se revelando”. Para a temporada atual, outro solista promete atrair os holofotes. Agora é a vez de Lucas Azevedo, de 20 anos, mostrar tudo que sabe. “Vai ser uma experiência importante para a minha carreira, é a primeira vez que faço parte de uma orquestra profissional”. Outra novidade é a presença de uma harpista no programado especial de Natal. Tatiana Shizue Henna, de 29 anos, comandará o instrumento. “Eu estou muito emocionada, já toco há oito anos, mas é a primeira vez numa orquestra. Estou tendo um aprendizado e tanto”. Outro beneficiado com o perfil da Opos é Igor Bileski. Ele sustenta o posto de regente assistente, uma honra para quem
tem apenas 26 anos. “Em qualquer outra orquestra, seria muito difícil conseguir essa posição tão rápido. A maioria nem abre esse tipo de oportunidade. Fico muito honrado, é uma satisfação”. Adrianne diz que “ sentia falta de mercado para trabalhar, pois os projetos sociais capacitam e estimulam os jovens, mas não encaminham para prosseguir na carreira. Tínhamos que fazer isso. Revelar novos talentos é fascinante.” Além dos jovens promissores, profissionais experientes também fazem parte da Opos, que ainda oferece outra inovação, ou seja, o investimento na formação de público para orquestra. “Muita gente considera cansativa uma apresentação, porque não conhece. Investimos no concerto didático. Queremos que a criança associe a orquestra com diversão também. É ela quem vai incentivar a mãe a conhecer; vai crescer sem bloqueios e será um multiplicador desse conhecimento”, diz Adrianne.
Os solistas Lucas Azevedo e Lucas Santiago. Jovens talentosos têm oportunidade de seguir carreira profissional
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Como em
Nova York O casal Robson e Silene Melinsky, franqueados Florense de Bertioga, representa na região uma das mais sofisticadas redes de móveis high-end do mundo, que conta com 72 “pontos de sedução” no Brasil e exterior, inclusive em Nova York, Chicago e Miami.
O ponto forte da marca é uma afinadíssima combinação de design, engenharia construtiva e o esmero dos 170 padrões de acabamentos de um mix de produtos que contempla todos os ambientes da casa e do escritório e projetos customizados para empreendimentos. Desde sua fundação, em 1953, a Florense destaca-se pelo compromisso com a qualidade dos produtos e o respeito ao cliente, um compromisso estendido à prestação de serviços por meio de sua rede franqueada, que oferece a mesma qualidade também em projetos, medições, assessoramento técnico, transporte, instalação e assistência técnica, estabelecendo fortes laços com arquitetos e designers de interiores,
cujo trabalho valoriza e é valorizado pelos produtos Florense. A bandeira já está em Bertioga desde a inauguração do Shopping Riviera, há 22 anos, e, há 6 anos, é capitaneada por Robson e Silene. Em seu projeto de expansão e de melhorar ainda mais o atendimento, o casal acaba de inaugurar um novo showroom no Centro Comercial Uptown, próximo ao Pão de Açúcar Riviera. Trata-se de uma loja bem maior, que permite melhor exibição das diversas coleções de produtos e proporciona muito mais comodidade aos clientes. Para se ter uma noção dos muitos diferenciais que caracterizam a
marca, vale ressaltar que as lâminas de madeiras nobres utilizadas no acabamento dos móveis são importadas da Europa, extraídas de florestas com manejo controlado e certificadas FSC; os laminados têm proteção antibacteriana Microban, que controla o desenvolvimento de micro-organismos e facilita a higienização; a pintura microtextura e o incomparável acabamento high gloss completam as inúmeras possibilidades de ambientação com dezenas de opções de cores. Referência mundial entre as fábricas de móveis high-end, a Florense possui o mais avançado centro de acabamentos de móveis do Brasil, com tecnologia ecologicamente correta de última geração. Aliás, foi a primeira fábrica do setor da América do Sul a conquistar o certificado de gestão ambiental ISO 14001, assumindo compromisso efetivo com a preservação do meio ambiente muito antes de sustentabilidade tornar-se uma preocupação mundial. No aspecto comercial, este ano foi marcado pelo lançamento das mais impactantes coleções de sua história recente: a Charm Collection, com design retrô, que atende ao mercado de luxo de cozinhas, spas e armários, e a coleção Camerette, com armários versáteis, flexíveis, despojados e informais, que permitem criar projetos alternativos para os mais diversos estilos de vida. Esta soma de fortes elementos define uma postura em que a Florense traça uma trajetória ainda mais impetuosa e vibrante, com uma profusão de inovações tecnológicas e estilos de alta classe. Shopping Riviera e Centro Comercial Uptown Fones 3316.6115 - 3316.6689 www.florense.com
história
As quadras do Clube dos Ingleses foram precursoras do badminton no Brasil
Os ingleses mais santistas do mundo Tradição no esporte, na cultura e na vida social. Essa é a definição mais adequada para retratar a mais antiga agremiação santista, o Santos Athletic Club, mais conhecido como Clube dos Ingleses 28
Beach&Co nº 125 - Novembro/2012
Por Belisa Barga Um clube de origem inglesa, mas adotado e frequentado por santistas há mais de 100 anos. Criado, a princípio, para agregar praticantes de esportes notadamente britânicos, o Clube dos Ingleses fincou raízes culturais não só na cidade que lhe serve de sede, como em toda a região da Baixada Santista. São inúmeras as passagens memoráveis desse tradicional espaço atlético e social, nos 123 anos de existência. O mais recente capítulo da história da agremiação começa a ser escrito este ano, com a sua fusão ao também tradicional Caiçara Clube. A nova denominação será Clube dos Ingleses & Caiçara. “Com mais de 90% de aprovação dos nossos sócios, mostraremos que essa incorporação perpetuará dois clubes centenários da cidade”, avalia Olaf Cristian Syrdahl, atual presidente do Clube dos Ingleses. Relembrar a trajetória da agremiação é retratar momentos que vão muito além de sua própria história. Os britânicos foram personagens essenciais no desenvolvimento do Brasil, com participações ativas e decisivas, que vão desde a abertura dos portos em 1808, por Dom João VI, ao papel de construtores de infraestrutura no império de D.Pedro II. Com a chegada desses imigrantes a partir do século XIX, a vida em Santos e em São Paulo passou por modificações fundamentais nos processos de saneamento, infraestrutura urbana, transportes e comunicação, bem como na introdução dos refinados hábitos ingleses nos esportes, alimentação, decoração e etiqueta. Imagine: a cidade exportadora de quase toda a produção cafeeira da época, tomava chá ao melhor estilo britânico. “O Santos Atlético Clube é legado de um tempo em que a cidade e, por consequência, o Brasil, abria-se para o mundo, e criou a nação que usufruímos hoje. Mas o SAC não é um museu. É dinâmico, atual e perpétuo. Hoje, o seu quadro associativo representa, como outrora, os que movimentaram a cidade com vigor e novas ideias”, diz Soren Knudsen, vice-presidente do conselho deliberativo.
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As tradições também são mantidas. “Somos um clube que não por acaso ainda toca o velho sino do HMSS Russel, de 1867, às 13 horas, para anunciar o almoço nos domingos, além de mantermos as fotos da rainha Elizabeth II e duque Phillip de Edimburgo no salão principal. Somos um clube de costumes, sim. Uma tradição de desbravadores nos negócios, na vida social e familiar e, principalmente com essa visão, nos esportes”. O esporte, aliás, é o grande atrativo para a comunidade jovem do clube. A novidade para este ano será o retorno do Summer Games, famoso décadas atrás. “São quatro times de sócios de todas as idades que competem em 12 modalidades en-
O clube mantém tradições, como tocar o sino do HMSS Russel, de 1867, às 13 horas, para anunciar o almoço nos domingos
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história O clube foi criado com o objetivo de regulamentar as partidas de cricket, esporte de origem inglesa do século XV, que aconteciam aos finais de semana na praia do José Menino
tre si para chegar ao campeão absoluto do ano. O campo dos Ingleses vai ecoar risos e gritos de outrora e dos muitos que ainda vão passar nos próximos anos”, diz Soren. O próximo passo será a incorporação do Caiçara Clube pelo Clube dos Ingleses. Aliás, é a segunda vez, na história da agremiação, que ocorre uma união. A primeira foi há mais de setenta anos, quando o Anglo American Clube juntou-se ao Santos Atlético Clube. Os novos sócios poderão desfrutar da já consolidada estrutura, bem como das diversas opções de lazer, esportes, contatos e gastronomia. Essa transição será importante para ambas agremiações e é o início de mais uma etapa na história secular do clube. “Vamos buscar os próximos 100 anos com força, determinação e ânimo, para oferecer o melhor para os filhos dessa grande família que será o Clube dos Ingleses e Caiçara”, diz Soren.
tomadas em grupo. Hoje não vejo espaço como este na cidade e temos que preservar nosso patrimônio e esta área maravilhosa”. Sócio há mais de quatro décadas, Olaf Syrdahl mantém vínculos afetivos especiais com o clube. “Aqui é minha casa, onde aprendi a correr, brincar, praticar esportes, educação e respeitar as pessoas que convivem conosco. Minha família frequentava muito antes de eu nascer”. Filho de um ex-presidente do SAC, Olaf aceitou o desafio de representar o clube também para mantê-lo a salvo das fortes investidas imobiliárias que acontecem na cidade. Soren Knudsen também é sócio de longa data, desde 1968, quando sua família veio da Dinamarca para Santos. Depois de adulto, passou vinte anos nos Estados Unidos e ao retornar, há treze anos, voltou a integrar o quadro associativo. “Hoje sou vice-presidente do conselho e participo das decisões marcantes que afetam o presente e futuro do clube”.
Fusão Uma família com mais de mil componentes e que, em breve, receberá mais 440, com a incorporação do Caiçara Clube. Para administrar e organizar uma casa desse porte são necessários envolvimento e união por parte de seus dirigentes. Olaf explica que “a atual diretoria trabalha em sistema democrático e todas as decisões são
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Vocação esportiva Agosto é sempre um mês de comemoração, pois foi num longínquo 15 de agosto de 1889, em um dos últimos dias do reinado de D. Pedro II, que o clube foi criado, com o objetivo de regulamentar as partidas de cricket, esporte de origem inglesa do século XV, que aconteciam aos finais de semana na praia
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do José Menino. As partidas eram disputadas somente por funcionários das empresas britânicas instaladas na cidade e aconteciam em clima de grandes confraternizações. Os primeiros associados eram funcionários da São Paulo Railway, da Cia. City e membros da colônia inglesa que residiam em Santos. “Cricket era o esporte da moda e deixou as areias e foi para um vasto terreno encostado no morro, junto ao hoje canalizado córrego do Rio Branco, que ficou conhecido como ‘campo dos ingleses’, cuja alcunha perdura até hoje na referência Clube dos Ingleses”, explica Soren Knudsen, conhecedor de boa parte das memórias do local. Na época da fundação do clube, Santos sofria severas epidemias de febre amarela, que contagiaram alguns jogadores de cricket que disputariam uma partida na capital. Esse episódio foi definitivo para a escolha das cores que o representam até hoje: azul, em alusão ao céu; o amarelo, da febre, e preto, símbolo do luto. A exemplo de outras agremiações, o Santos Athletic Club foi organizado sem sede social própria. Um grupo de ingleses, liderado pelo australiano Alexander Kealmen, reuniu-se para a escolha da primeira diretoria. Dez anos depois, Kealmen e Alfred Sell, um dos membros da primeira diretoria, incentivaram a compra de três terrenos no sopé do morro
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do José Menino. “Foi ali que gerações de ingleses, irlandeses, escoceses, canadenses, australianos e neozeolandezes, súditos da Coroa britânica, cresceram junto aos seus primos americanos. Era uma ilha de cultura anglo-saxã onde mantinham seus costumes, comemorações, benemerências, vida social com muito chá da tarde, e seu entusiasmo por esportes, vocação do clube desde sempre”, diz Soren. A primeira sede social era um chalé de madeira destinado à guarda de materiais esportivos. Em 1908, quando passou a ocupar sua atual área, foi construída uma nova sede em madeira, com um pequeno salão para servir chás, aos finais de semana, oferecidos por um grupo de senhoras.
Charles Miller integrou o quadro associativo do Ingleses em Santos, cidade onde residia Andrew Miller, tio do ‘pai do futebol brasileiro’
O esporte é o grande atrativo para a comunidade jovem do clube
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Foto Luciana Sotelo
história
Sede mantém variados espaços coletivos, com equipamentos esportivos, sociais e de lazer
Na época da fundação do clube, Santos sofria severas epidemias de febre amarela, o que influenciou na escolha das cores que o representam: azul, em alusão ao céu; o amarelo, da febre, e preto, símbolo do luto
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Ali também aconteceram as primeiras partidas de tênis em quadras de saibro na cidade em 1900. O tênis tornou-se bastante popular, principalmente entre as mulheres que formaram, em meados de 1930, uma subdiretoria feminina da modalidade e instituíram as terças-feiras como o Ladie’s Day, dia reservado à pratica do tênis feminino. Essas mesmas quadras foram precursoras do badminton no Brasil e garantiu ao clube o pioneirismo na prática da atividade. “Comemoramos esse fato todos os anos com o ‘George Cave Challengers Cup’ da modalidade, cuja final é disputada na quadra número 1 do Brasil, intitulada assim pela Federação de Badminton do estado de São Paulo”, orgulha-se Soren. Um importante personagem das lembranças esportivas do SAC foi Charles Miller, introdutor do futebol no Brasil. Sua família era associada em uma agremiação
paulistana, o São Paulo Athletic Club, pioneira no esporte. No entanto, ele também integrou o quadro associativo do Ingleses em Santos, cidade onde residia Andrew Miller, tio do ‘pai do futebol brasileiro’. Nas décadas de 1970 e 1980, o SAC destacou atletas em algumas modalidades, como Ian Ritchie, Andy Ritchie e Alfredo Lália, que foram campeões brasileiros de tiro esportivo, e Célia e Joaquim Livramento, no tênis. Todos os praticantes de arco e flecha competem em eventos estaduais e nacionais. Este ano, a equipe de patinação artística liderada por Sandra Inforzato sagrou-se campeã sul-americana. No badminton, o pequeno João de Abreu representou-os no Campeonato Panamericano do Canadá. “Hoje, o clube tem equipes de competição representando nossas cores em várias modalidades, trazendo-nos muitas alegrias”, orgulha-se o dirigente Syrdahl.
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porto
A gestão da
experiência
O novo presidente da Codesp Renato Barco dará continuidade aos projetos já em andamento e, também, aos previstos para o porto de Santos, com ênfase na ampliação da infraestrutura e expansão da atividade operacional
Por Luciana Sotelo
Ele entrou para a Codesp quando ela ainda se chamava CDS – Companhia Docas de Santos, em 1974. Engenheiro de formação, Renato Barco foi admitido pela Divisão de Tráfego. Entre 1980 e 1997, passou a coordenar o maior terminal de contêineres da América Latina, o Tecon, inaugurado em 1981. Após o arrendamento desse terminal, passou para a iniciativa privada como assessor da presidência da Santos Brasil, empresa que venceu o leilão para arrendamento do Tecon. Em 2000, assumiu a superintendência operacional do terminal retroportuário alfandegado da Marimex, empresa que deixou para assumir a diretoria executiva da Codesp. Entre um cargo e outro, acumulou experiência em quase 40 anos de atuação no complexo santista. Mas foi em 24 de agosto desse ano, que a missão mais importante surgia na sua extensa carreira, a de presidente da Codesp. Na verdade, Barco já era titular da área de planejamento e controle e acumulou o cargo de diretor-presidente em exercício desde 21 de junho, após a saída de José Roberto Serra.
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Maduro e ciente de suas responsabilidades, Barco concedeu entrevista exclusiva à revista Beach&Co para falar sobre sua gestão, aspirações, expectativas futuras, entre outros assuntos. Ao assumir a presidência da Codesp, quais os grandes desafios? Eu tive como desafio imediato a manutenção de um trabalho que foi desenvolvido desde a época da criação da Secretaria Especial de Portos (SEP), e, por consequência, a manutenção dos cargos diretivos da empresa, de técnicos do setor que colaboraram sobremaneira para o desenvolvimento portuário. De uma maneira mais direta, e dentro de um planejamento estratégico que foi criado dentro da gestão anterior, sabia que tinha que dar continuidade às grandes obras que vinham ocorrendo no porto. Isso se aplica à continuidade das obras das avenidas perimetrais da margem esquerda e da margem direita; a implantação efetiva do Plano de Desenvolvimento e Zoneamento do porto (PDZ); o estudo das hidrovias da Baixada
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Santista; e, entre outras questões, a implantação do novo plano de cargos e salários para os empregados da Codesp. Destacando cada um dos itens, temos boa parte do trecho da avenida perimetral, em Santos, já concluído e com dois gargalos importantíssimos suprimidos com a construção de dois viadutos. Agora, o tráfego rodoferroviário flui dentro da área portuária. O trecho do Mergulhão, que já se encontra em fase de contratação do projeto executivo. Em Guarujá, a avenida perimetral está na primeira fase, num estágio bastante elevado de construção. Nossa expectativa é de entregar o primeiro viaduto ainda no final de novembro e, no mês seguinte, entregar o outro e sanar mais um grande gargalo. Quanto ao PDZ, encontra-se praticamente finalizado. Já foi submetido ao Conselho de Administração e será, em breve, apresentado ao Conselho de Autoridade Portuária (CAP). O plano é de extrema relevância porque existem vários contratos de arrendamento que estão sendo finalizados e, com isso, podemos fazer um novo alinhamento dos terminais para facilitar a logística operacional do porto. Já com a conclusão dos estudos das hidrovias da Baixada Santista, vamos avaliar o potencial de todas as áreas da região com o intuito de utilizá-las de maneira adequada, respeitando o meio ambiente e colaborando num transporte de barcaça de cargas entre os terminais do porto e outros terminais remotos, fazendo com que diminua o número de caminhões. Esse estudo também irá prever a utilização de transporte de pessoas, entre cidades. E, para concluir, falando um pouco do pessoal, uma grande meta minha é batalhar pela implantação do novo plano de cargos e salários para os empregados da Codesp. Estudos estão sendo feitos, pois os salários estão defasados. A proximidade da inauguração dos terminais da Embraport e da Brasil Terminal Portuário (BTP) traz expectativa de mais recordes de movimentação, porém, na questão estrutural, traz também preocupações, não é? Esse é um assunto delicado e explico por quê. Nós temos uma deman-
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Fotos Luciana Sotelo
“Com a conclusão dos estudos das hidrovias da Baixada Santista, vamos avaliar o potencial de todas as áreas da região com o intuito de utilizá-las de maneira adequada”. Renato Barco
da de carga projetada para o porto de Santos e ela não vai aumentar em função desses dois novos terminais. Eles compõem um cenário. Num primeiro momento, vai ocorrer uma competitividade maior entre todos os terminais. Toda aquela carga que antes se dirigia a um determinado ponto, estará melhor distribuída. Só então nós vamos ter facilidade para identificar o que vai acontecer com o trânsito. Por exemplo, aquela carga que antes ia para a Libra, na Ponta da Praia, pode ser que ela já fique na entrada da cidade, na BTP. Com isso, o senhor acha então que não haverá crescimento significativo, mesmo com essa grande expansão? O crescimento vai ocorrer por conta da demanda. Hoje, eu tenho uma demanda projetada para 3 milhões de TEUS (unidade de contêiner de 20 pés) e tenho uma capacidade para movimentar 3,2 milhões de TEUS, ou seja, haverá uma folga operacional. A carga de hoje, que está ao redor de 3 milhões de TEUS, até o ano de 2024, quando vamos atingir
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porto 9 milhões de TEUS, vai subir numa escala gradativa de crescimento, não vai ser de uma hora para outra que isso vai acontecer. Existe também a guerra fiscal entre os portos. Pode ser que alguma carga de Vitória, por exemplo, passe a ser direcionada ao porto de Santos, e vamos ter condições de absorver isso com facilidade, porque teremos dois megaterminais funcionando, pelo menos, a meia carga até o ano que vem. Existe expectativa de que o porto de Santos vá superar a marca de 100 milhões de toneladas movimentadas. Ao que se atribui esse crescimento? Ao potencial do porto, à diversidade das suas instalações. Esse ano foi extremamente positivo; o porto bateu recordes e mais recordes. Foram recordes mensais que, no cômputo geral, nos levam a ultrapassar com relativa tranquilidade os 100 milhões de toneladas. Hoje, já movimentamos 97 milhões. E tivemos um recorde histórico, movimentamos num único mês 10.5 milhões de toneladas de cargas. É a maior marca mensal, nunca tinha vatingido esses números. Quando uma determinada mercadoria tem uma
queda, sempre tem um outro que compensa. Tudo leva a crer que a marca vai ser atingida com facilidade. E o cais da Copa do Mundo? É importante ter uma obra dessas em andamento? Já temos uma ordem de serviço assinada; o primeiro faturamento já foi feito e, no mês que vem, já vamos começar a cravar estacas. Teremos duas frentes de trabalho, partindo do armazém 29, no sentido da curva do armazém 23, já funcionando a pleno favor. A gente espera que, para o ano que vem, tenha um adiantamento muito bom. Quais as expectativas para 2013? São boas; nós temos várias ações a ser tomadas. Tudo isso que foi mencionado estará em pleno andamento, então eu espero que o porto de Santos ocupe cada vez mais o seu lugar de destaque no cenário nacional e internacional, movimentando mais carga, com segurança. E que a gente tenha cada vez mais projetos, porque o próprio país é carente de projetos. Muitas coisas não são feitas por falta de projeto. Que isso não ocorra por aqui.
Este ano o porto obteve um recorde histórico, movimentou num único mês 10.5 milhões de toneladas de cargas
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ser sustentável
Elétricas, híbridas ou recicláveis? Com desenhos inovadores, as bicicletas se reinventam, e primam pela criatividade e sustentabilidade Por Marcus Neves Fernandes
Reciclagem de pneus No Brasil, a Caloi, empresa líder na fabricação desse tipo de veículo no país, lançou um projeto para a reciclagem de pneus de bicicleta, iniciativa que tem o apoio do Instituto Via Viva. Os pneus inservíveis podem ser depositados nos coletores já instalados em cinco bike shops de São Paulo. Outros pontos de coleta para captar esses pneus também foram instalados nas fábricas da Caloi, em Atibaia (SP) e em Manaus (AM).
Bambucicleta
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A primeira bicicleta, chamada de celerífero, surgiu há mais de 220 anos. De lá para cá, muita coisa mudou. Agora, com um cenário marcado por um transporte público ineficiente e poluente, trânsito caótico e cada vez mais lento, o mercado de bicicletas começou a agregar novas tecnologias, com a utilização de materiais sustentáveis que lhes conferem status de grifes famosas. Na Europa, segundo o recém-divulgado Relatório Mundial de Bicicletas Elétricas, as vendas desses modelos devem ultrapassar, pela primeira vez, a casa de 1 milhão de unidades. No mundo, o mesmo estudo avalia que serão comercializadas mais de 30 milhões - 10 milhões a mais do que em 2007. No Brasil, o movimento das elétricas ainda é tímido. Não há números oficiais para o setor, mas dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio sinalizam um aumento de mais de 10% nas importações. Pode parecer pouco, mas isso não significa que não haja novidades no mundo dos pedais. Se faltam modelos elétricos, sobra criatividade. É o caso, por exemplo, do designer uruguaio Juan Muzzi. Radicado no Brasil há 40 anos, Muz-
Prius Concept Bike
zi criou a ‘Muzzicycles’. Trata-se de uma bicicleta feita inteiramente com garrafas PET pós-consumo, um conceito que mesmo para os padrões internacionais, ainda possui poucos concorrentes. A técnica desenvolvida pelo artista é capaz de fazer um quadro em apenas dois minutos. O produto custa cerca de R$ 250,00, enquanto o modelo completo pode alcançar R$ 3 mil (http:// www.muzzicycles.com.br/). Para conseguir o resultado final, são necessárias 200 garrafas plásticas. Os resíduos passam por um processo de trituração, viram pó, são misturados a outros elementos químicos e então vão para uma injetora. Ao sair do molde, a peça já está pronta. O inventor garante a qualidade do equipamento dando dez anos de garantia e explica que, por ter baixos custos durante o processo de fabricação, uma bicicleta feita com material reciclado pode ser vendida por metade do preço de uma comum. Além da resistência, o material também é muito flexível, por isso não necessita de amortecedores, soldas e até mesmo pintura. A ‘Muzzicleta’, que, segundo o fabricante, tem uma fila de espera de mais de mil clientes, ainda
Frii
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é um produto tipicamente nacional. O mesmo, porém, não se aplica à bambucicleta. Criada pelo designer industrial brasileiro Flávio Deslandes, ela foi lançada há três anos na Europa. De um modelo artesanal, até mesmo rústico, ela ganhou status e passou a ser fabricada em parceria com a empresa dinamarquesa Biomega. Hoje, existem oito modelos à disposição no site www.flaviodeslandes.com. O sucesso foi tão grande que já inspirou o lançamento de exemplares similares. Na Inglaterra, por exemplo, engenheiros da Universidade de Oxford criaram uma ‘bamboo-bike’, com a qual percorreram 670 quilômetros. Segundo um dos envolvidos no projeto, James Broughton, ela deve começar a ser comercializada em 2012 por cerca de R$ 3,5 mil, que eles esperam reduzir na medida em que o produto for produzido em maior escala. Já o designer francês Antoine Fritsch ‘reinventou’ algo semelhante aos patinetes. É a T20, que possui um motor elétrico e uma bateria dentro do seu quadro, oferecendo uma velocidade máxima de 35 Km/h, com uma autonomia de 40 km. Além do bambu, ela possui cortiça, aço e alumínio em sua estrutura. O israelense Dror Peleg, estudante da Academia de Arte e Design Bezalel, em Israel, resolveu inovar e apostou na estética do objeto. Sua criação também conta com outros dois aspectos de importância: resistência e baixo custo. Batizada de “Frii”, a bicicleta foi projetada para adultos, mas pode até ser confundida com um brinquedo. Ela é quase toda feita de plástico
reciclado - com exceção dos pneus -, possibilitando às indústrias locais a sua fabricação. Por sua vez, o estudante inglês de desenho industrial Phil Bridge, da Sheffield Hallam University, criou uma bicicleta feita de papelão. Ela custa apenas 15 pounds (cerca de R$ 40), é mais leve que qualquer bicicleta de alumínio, e ainda tem a vantagem de o papelão ser reciclável. O único inconveniente é o prazo de validade: apenas seis meses. Nesse embalo de tantas novidades, grandes marcas como Toyota, Ford, Audi, Lexus e Volkswagen resolveram se aventurar no mundo das duas rodas. É o caso da Prius Concept Bike, da Toyota. Ela é a primeira do mundo a ser dotada de um sistema que permite trocar as marchas com a força do pensamento. A ideia foi levar os conceitos de tecnologia e design de um dos carros mais famosos da empresa (o Prius) para um dos veículos mais populares do mundo. Para isso, a empresa japonesa fez uma parceria com um dos mais famosos designers de bikes, o norte-americano Bob Parlee. A nova bicicleta, que não tem prazo para chegar ao mercado, possui pequenos transmissores acoplados em um capacete. Por meio de transmissão sem fio (wireless), o ciclista precisa apenas pensar para que o comando seja enviado a um sistema colocado no assento. As ondas cerebrais são então interpretadas por um microprocessador, que determina a troca das marchas. O equipamento ainda permite comunicação com smartphones, possibilitando que o aparelho registre, automaticamente, dados como a velocidade, o tempo de percurso e os batimentos cardíacos.
Na Europa, as vendas de bicicletas elétricas devem ultrapassar, pela primeira vez, a casa de 1 milhão de unidades. No mundo, serão comercializadas mais de 30 milhões - 10 milhões a mais do que em 2007 Muzzicycles
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Mobilidade complicada Falta de políticas públicas para transporte de massas e mobilidade urbana, aliada a passagens cada vez mais caras, provocaram uma queda de cerca de 30% na utilização do transporte público no Brasil nos últimos dez anos. A constatação é do estudo A Mobilidade Urbana no Brasil, divulgado pelo Instituto de Política Econômica Aplicada (Ipea). Como consequência, o uso de automóveis nas grandes cidades cresce 9% ao ano e o de motos, 19%. Somente em 2008, foram vendidos 2,2 milhões de carros e 1,9 milhão de motos e a previsão é que, em 2015, esses números dobrem. De acordo com o coordenador da pesquisa, Carlos Henrique Carvalho, em alguns lugares, dependendo do trajeto que se faça, sai mais barato usar moto ou até mesmo o carro do que o ônibus, metrô ou trem. O documento aponta ainda que, nos últimos 15 anos, as tarifas de ônibus aumentaram cerca de 60% acima da inflação. Segundo o estudo, os ônibus a diesel, que estão em 85% dos municípios, são os grandes vilões da poluição atmosférica. Enquanto as indústrias representam apenas 3% das emissões, os veículos emitem mais de 58% de todo o volume de gases nocivos liberados no ar.
Patinete T20
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investimento
Fotos Aline Pazin
O privilégio de viver Entremares
Acima, a maquete dá mostras da amplitude da área de lazer. Abaixo, um dos ambientes do apartamento decorado
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De um lado, uma das mais completas e sofisticadas infraestruturas de serviços de todo o litoral paulista, a Riviera de São Lourenço, na Praia de São Lourenço; do outro, um dos últimos remanescentes de restinga da costa paulista, a Praia de Itaguaré, ainda mais preservada com a instituição do Parque Estadual Restinga Bertioga, recentemente. Entre eles, muito bem localizado, surge o empreendimento Entremares, lançado pela empresa Phoenix, dia 3 passado, e com previsão de entrega para outubro de 2015. Trata-se de um verdadeiro resort, a ser implantado em um terreno com mais de 10 mil m². Um amplo espaço reservado para as mais diversas opções de lazer e descanso, encravado em um logradouro em franca renovação. Isso porque, a empresa priorizou a solução de problemas de água e esgoto do Jardim São Lourenço, bairro que conta com mais de 400 casas, e onde despontará o Entremares. Segundo Mário Celso, diretor da Phoenix, foram necessários
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cinco anos para viabilizar a obra, mas que valeram a pena, uma vez que o empreendimento já nasce em uma área privilegiada também nesse quesito. “Foi fundamental resolvermos o problema do esgoto, em parceria com a empresa SRW, prefeitura, sociedade amigos do bairro e Sabesp. A entrega da rede será em fevereiro”. O diretor lembra que a Phoenix também investe na segurança do bairro, por meio de sistema de câmeras. No dia do lançamento, já foi possível notar o sucesso do empreendimento, tal o número de negociações e consultas feitas no local. Com quatro torres, dez andares, 144 apartamentos de dois dormitórios (69,65m²) e 144 apartamentos de três dormitórios (86,50 m²), e 20 espaços coletivos de puro prazer, além de segurança jurídica, o Entremares promete ser o sucesso de vendas da temporada. O arquiteto responsável pelo projeto, Cledenor J. S. Filho, diz: “O projeto arquitetônico teve como inspiração a exuberância do meio ambiente local e a integração de suas belezas com ambientes que conduzam ao máximo de relaxamento e bem-estar, com uma fundamental aura de resort por toda a parte”. Quem visitou o apartamento decorado e checou a maquete do prédio aprovou a proposta. A paulistana Mara Felizardo ficou encantada. “Pretendo comprar. O projeto é bem convidativo e a proximidade com São Paulo é um atrativo a mais”, afirmou. O casal Edeno e Isabel Tostes também se mostrou interessado. “Gostei muito e está dentro daquilo que pretendemos investir”, afirmou Edeno Tostes. Da mesma forma manifestou-se a veterinária Adriana Maresca, de São Paulo. Ela já foi proprietária de uma pousada na cidade e, agora, pretende adquirir um dos apartamentos do Entremares. “Sempre quis investir em São Lourenço, mas não havia empreendimentos com essa característica aqui no bairro; agora surgiu a oportunidade.”
O arquiteto Cledenor e o diretor da Phoenix, Mário Celso, certos da qualidade da obra
Localização é um dos grandes atrativos. No lançamento, já foi possível notar o sucesso do empreendimento, tal o número de negociações e consultas feitas no local
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comportamento
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Foto Henrique Ramos
Paixão sobre trilhos Décadas passadas, o trenzinho de brinquedo era o sonho de consumo das crianças pré-internet. A magia, felizmente, sobreviveu nos adultos de hoje, que têm como hobby o ferreomodelismo. Um sucesso crescente na região
Por Morgana Monteiro
Basta um olhar mais cuidadoso sobre a Baixada Santista para perceber que as ferrovias estão presentes em quase todas as cidades que a integram. Recortam as escarpas da Serra do Mar, margeiam o interior de Bertioga ou alimentam os armazéns de cargas do porto de Santos. Elas também estão presentes nas atividades de lazer de um grupo que vem crescendo bastante na região, a ponto de se tornarem uma paixão irreprimível. Fala-se, aqui, daqueles que adotaram como hobby o ferreomodelismo, ou seja, a construção de modelos ferroviários em escala reduzida, pelo qual o mundo sobre trilhos ganha outra dimensão. As peças em miniatura reproduzem cidades inteiras nas maquetes, com estação, sinalização, passageiros, casas, e todo o entorno comum ao transporte férreo. Estima-se que na Baixada Santista existam pelo menos três mil aficionados dessa prática. De acordo com a Sociedade Brasileira de Ferreomodelismo, o segmento cresce a cada dia, movimentando revistas e sites especializados que oferecem de tutoriais para montagem de dioramas a softwares para projetar maquetes ferroviárias, DVDs, e até empresas especializadas na
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comportamento Foto Welington Borges
Peças em miniatura reproduzem cidades inteiras nas maquetes, com estação, sinalização, passageiros, e todo o entorno comum ao transporte férreo
Dicionário do ferreomodelês ABPF: Associação Brasileira de Preservação Ferroviária. Entidade sem fins lucrativos, dedicada à memória das ferrovias. Site: www.abpf.org.br Agulha: parte móvel do aparelho de mudança de via. Sua posição define a rota em que o veículo ferroviário irá trafegar. Beiçuda: locomotiva elétrica construída pela GE. Devido ao ronco do motor, já foi chamada “V8” e “Escandalosa”. Bitola: distância interna entre os dois trilhos de uma linha ferroviária. Jacaré: local onde os trilhos internos das rotas se encontram. Também conhecido como “coração”. Mola: dispositivo montado no trilho, que permite ao veículo ferroviário transpor em rota contrária sem causar danos a este, pois a agulha cede passagem às rodas, retornando em seguida na posição normal. Pão de forma: apelido dado à locomotiva elétrica de bitola larga fabricada pela Henschel. Pega-mão: são barras de metal que funcionam em material rodante como corrimãos e parapeitos. São comuns em carros de madeira antigos e locomotivas de todas as épocas. Vagão torpedo: usado em usinas siderúrgicas para o transporte de ferro gusa em estado líquido, do alto forno para a aciaria. Vandeca: apelido da locomotiva elétrica da GE que já rodou nos trilhos da Fepasa, também conhecida como “Minissaia”. Fonte: site www.portaldotrem.com.br
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fabricação das miniaturas. Só no estado de São Paulo existem 18 associações de colecionadores. O ferreomodelismo é um dos hobbies mais completos que existem, pois seus adeptos usam as mais variadas habilidades: marcenaria, mecânica (modificações nas locomotivas), elétrica (ligações para a locomotiva se movimentar), eletrônica, pintura ou aerógrafo (para “envelhecer” uma locomotiva ou vagão), e assim por diante. Isso, sem contar o aproveitamento de materiais recicláveis como garrafas plásticas, palitos de sorvete, isopor e jornal, usados na construção das paisagens. Para quem é aficionado, não basta montar a estrutura e ver o trenzinho passar. “O diferencial é justamente construir a maquete, conseguir peças diferentes, raras, e ver vagões e locomotivas ganharem vida a cada saída da estação”, diz Sandro Roberto Ventura, 45 anos, morador de Cubatão. A paixão pelos trilhos surgiu quando ainda era adolescente. Acostumado a acompanhar o vai e vem de trens cruzando a cidade desde que era criança, para ele, cultivar o hobby é, sobretudo, uma maneira de valorizar as ferrovias.
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Foto Henrique Ramos Fotos Carlos Felipe
O amor do colecionador vai muito além das miniaturas. Sandro tem um acervo de revistas, recortes de jornais com reportagens, material gráfico de antigas estradas de ferro e até um documentário raro, de 1929, retratando a construção da Cia. Paulista de Ferrovias. “Parece cinema mudo, mas é um filme que reconta a história das ferrovias paulistas. Me emociono toda vez que assisto”, afirma. Sandro tem um acervo de cinco mil miniaturas, entre trens, carros, caminhões e ônibus. Mas os xodós são mesmo as locomotivas. A Pimentinha 42, a réplica da Baldwin (1891) a vapor, com iluminação e gasômetro, vinda diretamente da Filadélfia, e a miniatura da alemã Heinschel, igualzinha à exposta no Parque Anilinas, em Cubatão, ocupam lugar de destaque na prateleira. Mas a preferida é uma Locobreque, que lhe rendeu o título de campeão brasileiro de ferreomodelismo, em 2009. Diz Sandro: “Eu mesmo a construí, toda em papel cartão”. Outra pequena raridade que adora mostrar é a réplica do trem-bala “Ice”, um material de colecionador que vale mais de R$ 2 mil. Aliás, investimento é a palavra usada pelos ferreomodelistas ao adquirir uma nova peça. “As miniaturas de trens custam de R$ 20 a R$ 3 mil ou mais. Mas, para quem ama os trilhos, vale a pena”. A alegria desses colecionadores é dividir a conquista. Por isso, Sandro e outros 14 apaixonados por trens organizaram o Círculo de Amigos do Ferreomodelismo de Cubatão. O grupo viaja, levando o encanto dos trilhos e trens por todo o Brasil; há quatro anos, criou o Encontro de Ferreomodelismo de Cubatão, que já faz parte do calendário oficial de eventos da cidade, realizado sempre no mês de setembro. O evento, já em sua 4ª edição consecutiva, este ano reuniu cerca de 30 ferreomodelistas da Baixada Santista, Santo André (Paranapiacaba), Salto de Pirapora, Campinas, Arara-
Foto Henrique Ramos
Existem cerca de 60 fábricas em todo o mundo que produzem locomotivas, vagões e acessórios em grandes quantidades. Abaixo, exposição de modelos no Encontro de Ferreomodelismo de Cubatão
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comportamento quara e Leme. Eles apresentaram centenas de miniaturas, réplicas de locomotivas fabricadas na Rússia, Estados Unidos, Inglaterra, muitas das quais já circularam pelos trilhos brasileiros. Isso, sem contar as maquetes em escala diminuída de cidades inteiras. Muitos trilhos somam até sete metros, entre curvas, pontes e túneis. O ferreomodelismo é a mais popular dentre todas as modalidades do modelismo, praticado por milhões de pessoas no planeta. Existem cerca de 60 fábricas em todo o mundo que produzem locomotivas, vagões e acessórios em grandes quantidades. De acordo com o site da Apefe (Associação Pernambucana de Preservação Ferroviária), são mais de 60 mil artigos fabricados por ano, para atender os praticantes. Entre cancelas e outras sinalizações, os trens elétricos comandados pelos manobristas-colecionadores passam carregando o sonho de quem é apaixonado pelo hobby, além de despertarem nas pessoas uma reflexão sobre a importância das ferrovias para a nossa região. Afinal, foi graças à contribuição das locomotivas e vagões que houve o crescimento e desenvolvimento das cidades, do porto, das indústrias.
O charme do ferreomodelismo Engana-se quem pensa que o hobby é masculino. Tem muita mulher interessada no mundo ferroviário, colecionadoras e, até, no comando de trens de verdade. Exemplo disso é Daiane Kowaleski Miranda, 23 anos, sotaque sulista e uma das poucas maquinistas do Brasil que atuam em locomotivas a vapor. Ela esteve em Cubatão para conhecer o Encontro
Como surgiu Não há registro de quando ou onde surgiu a primeira miniatura de trem. Acredita-se que alguns ingleses organizaram um clube no fim do século XIX, e construíram estradas de ferro em escala exata reduzida. A primeira industrialização de trenzinhos aconteceu na Alemanha, entre 1880 e 1890. Eram locomotivas de latão e com impulsão por motor de relógio. Os primeiros trens com motor elétrico foram produzidos pela empresa germânica Märklin, em 1900.
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Fotos Carlos Felipe
Sandro tem um acervo de cinco mil miniaturas. Ao lado, Daiane Kowaleski, uma das poucas maquinistas do Brasil que atuam em locomotivas a vapor
de Ferreomodelismo. “Muito importante resgatar a memória das ferrovias e das locomotivas por meio de exposições. O mundo ferroviário é apaixonante. Não tem como ver uma locomotiva a vapor e não se impactar. Fiquei feliz em poder trocar experiências e interagir com outras pessoas que também são apaixonadas por trilhos”, disse. Daiane conta que começou a se interessar pelo mundo ferroviário em 2006, quando teve a oportunidade de ver de perto uma locomotiva. Gaúcha da cidade de Juí, desenvolveu esse interesse por meio de pesquisas, até chegar a uma empresa de Campinas, interior paulista, que trabalha com trem de passageiros. Em 2010, teve a oportunidade de integrar o corpo de funcionários da empresa e, desde então, passou a conhecer mais de perto as locomotivas a vapor e todos os seus detalhes. “Faço de tudo na empresa. Trabalho na oficina, cuidando e restaurando as locomotivas, carrego lenha e conduzo a máquina. Adoro ser maquinista. Geralmente, faço a linha de Campinas até Tanquinho, que é um percurso menor, e outro que vai até Jaguariúna. É um trabalho muito interessante e apaixonante porque conhecemos a locomotiva inteira, por dentro e por fora”, comenta Daiane, que já registrou a paixão pelos trilhos na própria pele: tem 9 tatuagens, todas alusivas ao mundo ferroviário. A réplica de uma locomotiva a vapor no pescoço é a que mais chama a atenção.
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Fotos Renata Inforzato
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Nas máquinas do tempo Carros antigos desfilam por Paris, encantando parisienses e turistas, amantes desses veículos que marcaram a história do automobilismo
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internacional Por Renata Inforzato
Sete e meia da manhã do domingo, 16 de setembro: a esplanada do Château de Vincennes, nos arredores de Paris, está repleta de carros antigos, representantes das mais diferentes épocas e dos mais variados tipos. Seus orgulhosos proprietários checam os últimos detalhes do motor e dos pneus. É preciso que tudo esteja em ordem, pois já é quase hora de partir. O maior evento na França em homenagem a essas máquinas vai começar: é a Traversée (Travessia) de Paris, um passeio de carros, motos e até ônibus antigos pelos principais pontos da
capital francesa. Uma verdadeira volta ao passado. A travessia acontece há pouco mais de uma década e já um evento tradicional da cidade. É promovida pela Associação Vincennes en Anciennes (algo como Antiga Vincennes) e tem como objetivo integrar os proprietários dos veículos e os aficionados por essas preciosidades do mundo automobilístico. A ideia nasceu de forma simples, conta o presidente da Associação, Michel Romanet-Perroux: “Há 11 anos, em uma reunião de amigos, alguém falou: ‘E se
Até o popular fusquinha dá as caras pelas ruas da Cidade Luz
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Um desfile com máquinas de todos os tipos: são cerca de 450 veículos, dos anos 1920 a 1970
nós atravessássemos Paris?’. E assim nasceu a travessia. As duas primeiras foram até sem autorização da prefeitura.” Para participar, basta se inscrever. Não é preciso ser associado. O cortejo parte. Há um percurso, mas não há uma ordem definida. Alguns carros chegarão até uma hora após os primeiros cruzarem a linha de chegada. Há máquinas de todos os tipos: são cerca de 450 veículos, dos anos 1920 a 1970, entre Rolls Royces, Jaguars, Renaults, entre outros, além de 20 motos e dois ônibus, estes últimos cedidos pelo Museu dos Transportes de Paris. As pessoas que
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não têm um carro ou moto, podem se inscrever para acompanhar de ônibus. Por onde passa, o desfile chama a atenção das pessoas na rua; muitos param para fotografar e correm atrás dos carros. Dentro dos veículos, motoristas e acompanhantes vestem-se de acordo com a época de suas máquinas, constituindo uma atração a mais. Depois de passar pela Bastilha, Montmartre, Champs-Elysées e outros pontos de Paris, o cortejo volta para Vincennes. É hora do almoço e os veículos ficarão expostos até o final da tarde para quem quiser admirá-los. Alguns proprietários
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internacional
A travessia passa pela Praça da Concórdia (Place de la Concorde). Ao fundo a Torre Eiffel
É possível se inscrever e acompanhar a travessia de ônibus vão almoçar em algum restaurante por perto, e deixam suas máquinas abertas para que as pessoas possam vê-las melhor. Outros fazem um piquenique ali mesmo, orgulhosos de seus carros ou motos. E não se cansam de falar de sua paixão. Caso do feliz proprietário do Rolls Royce Silver Cloud 1964, Pierre-Bertrand Darrieutort. “Este carro é a realização de um sonho de infância. Sempre quis muito andar em um, mas meu pai não podia comprar”. Se você vem a Paris, interessou-se pelo passeio e gostaria de participar de um evento como esse, acesse o site e veja as datas dos próximos passeios. Aí é só reservar, por email ou telefone, seu lugar no ônibus e voltar no tempo pelas ruas da Cidade Luz. A próxima deve ocorrer em janeiro próximo, fique atento. Serviço: mais informações no site www.vincennesenanciennes.com
meio ambiente
força verde Fotos Divulgação
Pioneiros da
Com criatividade e ousadia, pesquisadores apontam um possível futuro sustentável Por Marcus Neves Fernandes
Ilhas solares que se movem como um girassol, balsas que captam eletricidade das ondas do mar, painéis fotovoltaicos dez mil vezes mais finos do que um fio de cabelo, turbinas eólicas flutuantes ou colocadas a mais de 10 quilômetros de altitude. Pode parecer ficção, mas essas e outras tecnologias já existem. Algumas já estão inclusive em teste, gerando energia limpa e renovável. O Brasil tem participação nesse pioneirismo. Aqui mesmo na Baixada Santista há casos de pesquisas na área. Porém, há uma considerável defasagem, principalmente em relação à Europa, Japão, Canadá e Estados Unidos. É uma relação curiosa. Mesmo não tendo um
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potencial solar, eólico ou de biomassa como o Brasil, a Alemanha, por exemplo, já tem mais de 20% da sua matriz energética baseada em energia fotovoltaica ou aerogeradores – sem falar na força maremotriz (ondas), como o Parque de Aguçadora, em Portugal, que, com 28 balsas, abastecerá 250 mil habitantes. O mar, aliás, é um ‘espaço’ ainda pouco explorado, mas com grande potencial. É o caso, por exemplo, da primeira turbina eólica oceânica de grande porte. Localizada a 12 km a leste da cidade de Karmoy, na Noruega, ela tem um rotor com um diâmetro de 82 metros. Para se ter uma ideia, o círculo central de um campo de futebol tem 9,15 metros. Sozinha, essa nova
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turbina será capaz de gerar 2,3 megawatts, suficientes para abastecer 1,5 mil casas. Outra opção seria colocá-las bem alto, algo como a 10 km do chão. Nessa altura, as rajadas são mais fortes, permitindo captar 100 vezes mais energia. Segundo o Ken Caldeira, da Sky WindPower, 1% dessa fonte energética atenderia à demanda planetária. Enquanto as turbinas aéreas ainda não são realidade, as usinas solares ‘girassol’ já deixaram o mundo dos laboratórios. A empresa suíça Solar Islands já constrói o primeiro protótipo, curiosamente no deserto dos Emirados Árabes, um dos maiores exportadores mundiais de petróleo. No futuro, a proposta é instalá-las em alto mar, como ilhas, cada uma com um diâmetro de cinco quilômetros. Seus espelhos se moverão em relação à posição solar, como um girassol, aumentando a eficiência em 15%. Para trazer toda essa eletricidade até os consumidores, outra solução ousada: fibras ópticas milhares de vezes mais finas que um fio de cabelo, recobertas com pigmentos fotossensíveis. Seis vezes mais eficientes do que as placas solares em duas dimensões, os fios 3D poderão não só recolher e transmitir a energia, como captá-la ao longo do percurso, servindo ainda para ‘revestir’ prédios e até veículos.
Condomínio Ecovila, em Praia Grande, onde estão instaladas as primeiras placas solares do Brasil, que giram automaticamente para acompanhar a posição do Sol
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Você sabia? Desertos áridos e escaldantes. Tem lugar mais propício para alguém construir uma usina solar? Tem. No Himalaia, nos Andes, Sibéria ou a Antártica. É o que revela um novo estudo publicado pela Environmental Science & Technology. O Himalaia, por exemplo, tem potencial para gerar o equivalente à energia consumida na China. Já nas regiões polares, metade do ano tem 24 horas de luz por dia. Aliás, é essa abundante radiação que abastece o Criosfera 1, uma estação científica autônoma que o Programa Antártico Brasileiro instalou no coração do continente gelado. As placas fotovoltaicas e as turbinas eólicas, monitoradas via satélite, são da empresa Energia Pura, responsável também pelo projeto energético da Ecovila, um condomínio horizontal construído em Praia Grande. Nele, estão instaladas as primeiras placas solares do Brasil, que giram automaticamente para acompanhar a posição do Sol.
Energia solar, o futuro chegou Apesar da abundância de radiação que incide em todo território brasileiro, a energia solar ainda é a prima-pobre entre as fontes renováveis. Enquanto a geração eólica já gera quase 2 mil MW (megawatts), os painéis fotovoltaicos fornecem menos de 10 MW. Mas isso, dentro de poucos meses, vai mudar por dois motivos. O primeiro é a crise na Europa, que fez com que as empresas buscassem novos e promissores mercados. O outro é a decisão da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), que, pela primeira vez, autorizou a entrada da energia solar na rede de distribuição aos consumidores. Para o professor Ennio Peres da Silva (Unicamp), especialista no setor energético, isso representa um marco para a energia fotovoltaica no Brasil. “Sempre falávamos no futuro e agora o futuro chegou,” afirma. Toda essa movimentação já atraiu a atenção de gigantes mundiais do setor. É o caso, por exemplo, dos fabricantes chineses. Dos 50 mil pontos de venda que uma dessas empresas pretende abrir pelo mundo nos próximos cinco anos, 10% devem ser no Brasil. Mas há dois problemas nesse tipo de parceria. O primeiro deles é que o país, que hoje só tem uma fábrica que produz painéis fotovoltaicos, se mantém refém do que é produzido lá fora. O governo afirma que exigirá um índice mínimo de peças nacionalizadas. Especialistas
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meio ambiente
Produção eólica já gera quase 2 mil MW (megawatts) no Brasil. Agora pode ser a vez da solar, uma vez que a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), autorizou a entrada da energia solar na rede de distribuição aos consumidores
Ideia local no anonimato Entre as inúmeras pesquisas sobre energias alternativas no Brasil, uma é de um engenheiro que reside em São Vicente. Trabalhando quase que no anonimato, o engenheiro José Roberto Abbud (USP/Unisanta) construiu, na laje de sua casa, a “primeira e menor piscina solar do Brasil”. Piscina solar é um recipiente com água salgada, um isolante térmico no fundo e camadas horizontais com diferentes concentrações de sal. Com isso, o calor fica armazenado e produz energia térmica, mesmo à noite, com o tempo nublado e no inverno. “Se o calor for canalizado para um biodigestor cheio de lixo, a produção de gás metano será aceleradíssima”, afirma Abbud. Biodigestor é um sistema que degrada a matéria orgânica por meio de microorganismos que a transformam em biogás, que pode ser usado em fogões. Já o metano vira combustível veicular. Israel é um dos que mais investe nessa tecnologia.
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afirmam que é preciso, além disso, gerar uma cadeia de consumo, demanda, para que esta impulsione a produção e a pesquisa. Matéria-prima não falta. O país possui uma das maiores reservas mundiais de silício, um dos principais componentes dos painéis. A maior parte (80%) é exportada, principalmente para o Sudeste Asiático e América do Norte. Lá, ele é processado e devolvido na forma de componentes que são a base dos painéis fotovoltaicos que o Brasil importa. O outro problema é a forma como esses equipamentos são produzidos. Em boa parte do Sudeste Asiático, o silício é refinado em empresas de alta tecnologia, mas que obtém a sua eletricidade a partir de uma das mais poluentes fontes: o carvão. Para muitos, é um verdadeiro ‘nonsense’ energético: fábricas usando fontes sujas para construir equipamentos que vão gerar energia limpa. Outros encaram como um caso emblemático, que talvez sinalize o início de uma grande mudança.
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Foto sxc.huZsuzsanna Kilian
gastronomia
Mais sabor Ă s
suas receitas
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Foto sxc.hu/Felix atsoram
Os temperos dão um toque diferenciado à boa cozinha e, quando usados com imaginação, podem melhorar o sabor e a qualidade nutricional dos alimentos, além de conferir aos pratos um aspecto ainda mais convidativo
Por Fernanda Lopes Desde a Antiguidade, o poder dos temperos e ervas é difundido. Os egípcios deixaram relatos minuciosos de seu uso na culinária, na medicina e na cosmética. Nos tempos modernos, descobriu-se outra vantagem em seu uso diário: eles podem reduzir a quantidade de sal na comida e são indicados para quem quer reduzir o sódio. Ou seja, use mais temperos naturais e frescos, e menos sal. O melhor é que há uma infinidade deles. É preciso arriscar, descobrir novas combinações. Manteiga com sálvia é uma dupla imbatível, perfeita com massas, assim como orégano na pizza e hortelã com cordeiro. O mesmo acontece com o refogado de cebola e alho para temperar uma infinidade de receitas, desde o básico feijão até um sofisticado risoto. O chef e consultor João Belezia classifica nessa categoria, o manjericão e o tomate ou o manjericão e as massas. “A mistura de
azeite, alecrim, alho e sal também fica ótima em aves e carne suína. Dá para fazer e guardar na geladeira por uma semana. Mas tem de cobrir o tempero com o azeite para durar”, ensina. “O capim-limão é uma erva que tem sido mais utilizada no Brasil e remete imediatamente a pratos orientais, tailandeses. Mas, com ele, faz-se um suco delicioso com maracujá. Dá para experimentar, ousar”. Além de darem um sabor especial aos alimentos, as ervas também conferem propriedades terapêuticas. As folhas de louro são um exemplo. Elas são digestivas e deixam o feijão e as carnes com um gostinho delicioso. A hortelã, o coentro e o estragão também são digestivos. A salsa tem altas doses de vitamina C, e o alecrim, a sálvia e o tomilho são considerados anti-inflamatórios. A dica é ousar, experimentar e adicionar estes deliciosos ingredientes à mesa diariamente. O resultado será sabor e saúde.
Coentro O coentro talvez seja uma das ervas que mais dividem opiniões na culinária. Isso se deve a seu sabor e aroma marcantes. O chef João Belezia é um defensor da planta. “Usado com moderação, ele deixa os pratos mais saborosos. Esse é o caso de pescados, e também de pratos árabes como o falafel (bolinho de grão-de-bico) ou de sopas, como a açorda portuguesa”. Ele explica que se pode aproveitar tudo do coentro, inclusive a raiz, que tem um sabor menos predominante e, picadinha, fica ótima em caldos e molhos, assim como o próprio talo da erva.
Produção e fotos Fernanda Lopes
Mirepoix Um dos segredinhos dos chefs é a mirepoix, o nome francês dado à mistura de cebola, salsão e cenoura cortados. Esse mix é a base de muitos caldos, sopas, ensopados e molhos. Também conhecido como a ‘trindade sagrada’ da culinária francesa, pode ser dourado na manteiga, no azeite, assado ou cru. Confere muito sabor à comida. Passe a usá-lo nos seus molhos, como no ragu que ensinamos aqui ou em sopas ou ainda como fundo de um assado – coloque a mistura sob a carne ou frango e leve ao forno. Vai formar um líquido rico e aromatizado.
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gastronomia Receitas Saltimbocca à romana Ingredientes 8 escalopes de filé mignon; Sal, pimenta-do-reino moída na hora; 16 fatias finas de presunto cru; 16 folhas de sálvia fresca; 1 dente de alho picado; ½ xícara de farinha; 4 colheres de sopa de azeite de oliva; 8 colheres de sopa de manteiga; 1 xícara de caldo de galinha; 25 ml de vinho branco seco. lher de sopa de manteiga, coloque metade das folhas de sálvia e frite os filés. Despeje o excesso de gordura da frigideira e, em fogo baixo, coloque a marinada na carne. Limpe bem o fundo com uma colher de pau. Depois que reduziu pela metade, junte o caldo e reduza também pela meta-
Preparo Bata com cuidado os escalopes dentro de um saco plástico para não cortá-los. Tempere a carne com sal, pimenta-do-reino, o vinho e o alho. Passe os filés levemente na farinha e reserve a marinada (o vinho). Esquente uma frigideira, derreta uma co-
de. Em seguida coloque a manteiga remanescente e misture bem no molho com um batedor. Volte as carnes para a frigideira por mais um ou dois minutos. Depois, disponha em um prato os filés intercalados com o presunto e as folhas de sálvia. Serve 4 pessoas
Casarecce com ragu de carne e linguiça Ingredientes 500g de casarecce (tipo de macarrão); 4 latas de tomate pelado picado ou 2 kg de tomate sem pele e picado; 3 dentes de alho picados; 1 cebola picada; 2 ramos de alecrim fresco; 1 cenoura ralada; 1 talo de salsão picadinho; Azeite, sal e pimenta-do-reino o quanto baste; 1 linguiça calabresa em fatias; ½ kg de músculo limpo (com pouca gordura e sem nervos). Preparo Tempere a carne com um pouco de sal e pimenta-do-reino moída na hora. Em uma panela grande, refogue no azeite quente a carne cortada em cubos grandes. Deixe dourar de todos os lados. Retire a carne e reserve. Frite a linguiça. Retire e reserve. Na mesma panela, refogue a cebola e o
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alho. Adicione o salsão. Refogue um pouco. Adicione a cenoura e volte com a carne e a linguiça para a panela e mais o tomate. Coloque 500 ml de água e o alecrim. Misture e diminua o fogo. Deixe cozinhando por cerca de 2 horas ou até a carne começar a desmanchar. Vá colocando água de tempos em tempos. Ao final, corrija o sal,
retire o alecrim e coloque folha de manjericão fresco. Cozinhe o macarrão em 5 litros de água fervente com uma colher de sopa de sal. Siga o tempo da embalagem. Depois, misture o ragu ao macarrão. Dica: se quiser, use penne, parafuso ou farfale em lugar do casarecce.
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homenagem
Danilo Miranda,
cidadão bertioguense O homem forte do Sesc São Paulo, responsável pelas 33 unidades no estado de São Paulo, recebeu a honraria dia 10 passado, da Câmara Municipal da cidade
Fotos JCN
Da redação
Danilo Santos de Miranda, natural do Rio de Janeiro, tem mais de 40 anos de Sesc, frequenta Bertioga há décadas e, agora, é um cidadão bertioguense, título concedido pela Câmara Municipal da cidade, dia 10 passado. Suas memórias remontam ao período em que ele passava as férias escolares em Boraceia II (divisa de Bertioga com a Costa Sul de São Sebastião), na Vila Anchieta, unidade pertencente ao Colégio São Luíz, ministrado por jesuítas, e que atualmente, é utilizado para encontros e treinamento de professores e funcionários. Na juventude, Danilo foi seminarista, mas acabou optando por estudar ciências sociais na USP. Ele relembra os velhos tempos em que Bertioga era quase só praia, com poucas estradas e
Danilo tem como marca de gestão a fusão entre cultura e educação
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A unidade de Bertioga, fundada em 1948, serviu como modelo para outras instituições do gênero
acessos pavimentados. “Quando eu ia até Boraceia, passava pela praia e pela frente do Sesc. Uma vez, ficamos atolados de carro bem em frente. Por esse caminho, nas áreas de costões, tínhamos que entrar na mata, passar por pontes e voltar à praia. Não havia a rodovia Rio-Santos. Fiz isso muitas vezes. Conhecia o Sesc, mas não sabia direito o que era. Nem imaginava que faria um concurso e entraria no Sesc em 1968”. Formado também em filosofia, especializou-se em ação cultural, e vem mudando o perfil do Sesc paulista há anos. Sua principal marca na condução desta que é uma das mais expressivas instituições de cultura, lazer e ação social, é a junção da educação e da cultura, o que ele defende com muita veemência. “Enquanto não estivermos cientes que educação e cultura estão absolutamente inseridas em toda a nossa vida, não temos saída. Então, meu conceito de educação/ cultura junta esses dois elementos de maneira muito profunda, especialmente, no caso de uma entidade como o Sesc. Sobre a unidade de Bertioga, diz: “Não conseguimos repetir esse modelo do Sesc em nenhuma outra cidade do país”. Sua avaliação considera a estrutura e a área total da unidade, criada em 1948, a pioneira no país e a primeira destinada ao lazer dos trabalhadores. A seguir, Danilo fala sobre os planos da unidade. Qual o orçamento do Sesc no estado de São Paulo? Do montante, quanto deverá ser aplicado em Bertioga? O Sesc tem hoje um orçamento em torno de R$ 1 bilhão, no estado de São Paulo, voltado para todas as
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atividades, nas 33 unidades, e que inclui Bertioga. A unidade local fica com um valor em torno de R$ 25 a 30 milhões, cerca de 2,5% a 3% do total. Quais as próximas metas? Nós temos uma perspectiva ambiental importante, tendo em vista a RPPN, em Bertioga, em fase de implantação. Primeiro tem o cercamento da área, que já está feito. Segundo, vem o Plano de Manejo, para verificar as condições da fauna, da flora. Ao todo, é uma área de 60 hectares, de grande interesse imobiliário. Somos a favor da cidade. Isso vai ser um privilégio de tal ordem, que talvez no litoral brasileiro não haverá nenhuma outra cidade com uma RPPN dentro da sua região urbana. E esta é a terceira RPPN do Sesc, em âmbito nacional. Como funcionará essa RPPN? Uma hora vamos ter que abrir para visitação e não podemos fazer isso sem um Plano de Manejo completo, sem saber exatamente o que vai precisar ser feito, como serão as visitas ao local. Teremos visitas controladas. Hóspedes lá dentro. Vamos construir um espaço, numa área adequada. Então, é um tipo de ocupação muito enobrecedora da região toda.
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homenagem
Salão social do Sesc Bertioga lotou para prestigiar o homenageado
Essa área do Sesc já era preservada muito antes dos conceitos modernos de sustentabilidade e preservação... É uma área preservada, claro que com o conceito da época. Uma coisa que nós não faríamos hoje. E eu não tenho nenhum receio, nenhum pejo, de falar sobre isso. O Sesc, quando instalou a antiga colônia de férias, o fez sobre um aterro; trouxe coqueiros do Nordeste, implantou esse coqueiral maravilhoso que tem no Sesc Bertioga. Na época, o conceito de valorização, de cuidado, de preservação ambiental era esse. Conceito hoje superado. Agora, temos plantas nativas e trabalhamos com a ideia de uma utilização adequada, sustentável. Absolutamente cuidadosa. O Sesc Bertioga tem uma história pioneira na trajetória do órgão. Como
a unidade bertioguense ajudou a mudar os rumos do Sesc, e como o senhor atuou nesse sentido? Sem dúvida, o conceito de férias no Brasil, para o trabalhador, mudou com o Sesc Bertioga. Todas essas colônias de férias de sindicatos, de federações, de confederações e entidades que existem, inclusive no litoral norte e em Praia Grande, foram inspiradas no Sesc Bertioga. Hoje, vejo a unidade como uma espécie de resort com centro cultural e de lazer dos trabalhadores. Você tem um plano de ocupação do tempo absolutamente extraordinário, melhor do que muitos lugares destinados à classe AA, e acomodação sendo aprimorada. As novas acomodações possuem novos conceitos de espaço, de ocupação; estamos modernizando os novos pavilhões, acabando com o velho sistema de cama/ beliche para todo mundo. Colaborou Eliana Cirqueira/JCN
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moda Fotos KFpress
Salome
A união de todas as cores nesse verão 68
Branco total é o novo “pretinho básico”, e chega para alegrar o verão e clarear o guarda-roupa das antenadas
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Por Karlos Ferrera
O look branco total é a tendência da vez. Em geral, mais usado em casamentos, finais de ano e festividades, o conhecido “total white” passa a ser visto pelas ruas e passarelas, explorando texturas, recortes, decotes e transparência. Seja o branco puro e claro, ou mesmo o “off white” - branco envelhecido, amarelado - a tendência é sucesso e faz-se luxuosa. Nos desfiles de primavera/verão, marcas nacionais e internacionais provaram que a tonalidade é o hit da temporada e invadiu o coração e os armários das mais bem vestidas. Estilistas e marcas renomados desfilaram em passarelas do mundo todo o branco como carro chefe da paleta de cores, e foi
possível ver que ficou mais fácil se arriscar no visual quase que monocromático, ou seja, “branco total”, sem que isso remeta a um dress code de uma festa de fim de ano. Para usar a cor, quase tudo é permitido, já que não é difícil de combinar. Mesmo se você não escolher um visual total white, é possível se preocupar apenas com as proporções das peças, já que a cor tende a iluminar e aumentar um pouco a silhueta. Se tiver um corpo um pouco mais curvilíneo, opte por tecidos mais leves, que não marquem tanto. Transparências nos lugares certos também podem ajudar e se tornar um aliado tanto de uma produção mais bem bolada, quanto para um básico do dia a dia.
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Salome
Chanel
O branco envelhecido ou amarelado é uma tendência luxuosa. Ao usar um vestido branco, coloque um colar ou lenço colorido para dar mais vida ao visual
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Alexander Wang
Lodice
Kanye West
moda
Na moda do branco, quase tudo é permitido, já que não é difícil de combinar
O verão é uma ótima oportunidade para você renovar o seu guarda-roupa com peças mais clarinhas, em tons de nude e, principalmente, o branco básico
O uso das roupas brancas tem suas regras; é preciso ter alguns cuidados e aderir a alguns truques para se vestir o melhor possível. Dicas:
• A camisa branca pode dar um ar masculino e clássico ao look, é um coringa da moda e combina com a rotina da mulher urbana.
• A camiseta branca é uma peça básica; é sempre bom ter uma no armário, pois combina com tudo e pode ser bastante utilizada no dia a dia. Mas, fique atento a seu tipo de corpo e qual tecido e modelo a valoriza mais.
• O vestido branco cai muito bem no verão, bordado ou liso, ele é básico para os dias quentes, e os que têm cortes mais largos são mais recomendados, pois não marcam o corpo.
• Ao usar uma roupa branca, procure não combinar sapatos e bolsa da mesma cor. • Evite colocar roupa íntima colorida ou branca por baixo de uma peça branca, prefira as da cor da pele, porque são mais discretas, não aparecem em roupas transparentes e sem forro. • Pessoas de pele morena ou bronzeada podem abusar do branco, afinal, essa cor destaca o bronzeado. Já as de pele mais claras podem ficar pálidas com o excesso de branco.
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• O colete é uma peça em alta; o branco pode complementar um visual básico para a noite ou para o dia, deixando a mulher com um ar mais chique e arrojado. Os coletinhos brancos bordados, com brilho, dão o toque final para uma noite de balada. • As bermudinhas e shorts brancos são uma boa pedida para os dias de calor, em ocasiões mais informais; combinam com todas as cores e oferecem um toque de delicadeza e frescor.
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Flashes
A região da Santa Ifigênia, em São Paulo, ganhou mais luz com a abertura de uma unidade da Sergon. O coquetel de inauguração, dia 9 passado, já foi um sucesso
Sergio Gonçalves e Sergio Albanesi
Sergio Gonçalves e Telma Oliveira
Panayotis e Sergio Gonçalves
Flavio Takeda, Tadeu Milanezi, Sergio Gonçalves e Janner Negrão
Sergio Gonçalves e Cid Augusto Bonilha
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Sergio Gonçalves e Daniela Castro
Gabriela Matiazo e Sergio Gonçalves
Sidney Gonçalves, Emilio Volz, Augusto Nogueira e Glads Nogueira
Marcos Pilão, Sergio Gonçalves, Milton Fernandes e Eduardo Carqueijo
Daniel Gonçalves e Sergio Gonçalves
Luciana Gonçalves, Sergio Gonçalves e Daniela Sutto
Beach&Co nº 125 - Novembro/2012
Gabriela Reis, Sergio Gonçalves e Herika Marik
Ana Priscila Paixão e Douglas Secanechia Paixão
Ronieri Prado da Silveira, Ronier Gulosian Silveira, Sergio Gonçalves, Lourancy Gulosian Silveira e Daniel Gonçalves
Sergio Gonçalves, Erika e Sergio Misan
Rosangela Brogliato Rodrigues, Mauro Zacchia Rodrigues e Daniel Gonçalves
Melissa Lemes, Rene Silva e Patricia Kussarev
Carlos Alberto Neves Junior, Sergio Gonçalves e Giuliano Folloni
Gabriela Ganszer Kozlowski, Sergio Gonçalves e Fabio Kozlowski
Marcia Cardoso e Edilson Lopes
Beach&Co nº 125 - Novembro/2012
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Flashes Galinha pintadinha à solta, muita cor e alegria na festa de aniversário do pequeno Yuri Zaidan
Papai Vinicius e Yuri Zaidan celebram a alegria da vida
O aniversariante dorme tranquilo, protegido pela magia da família reunida
Bento e Miriam Monte Alegre
Caio, Giovanna Perez, Marcelo e Lyvia Perez
Eduardo Pacheco, Rogério e Solange Fernandes e Mara Fernandes
Rosi Berlofi, Dinalva Berlofi e Zilda Moreira
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Yuri ladeado pelos papais Vinícius e Larissa Guerra. Hora de assoprar a velinha
Ana Clara Neder, Sandra Neder e José Miguel Rossi
Carmem Lúcia e Ernesto Perez
Beach&Co nº 125 - Novembro/2012
Gessica e Pietro Pacheco
Giuliano Rodrigues, Patrícia Murayama e Luiza
Tios, vovô e muitos amigos celebram os dois anos de Yuri
A primeira-dama Cecília e o prefeito Orlandini também prestigiaram o aniversariante
Beach&Co nº 125 - Novembro/2012
Márcia Garcia, Fabiane Dias e Natalia Alvim
Tais Frutas, Mariane e Larissa Dalseno
Vanessa e Tatiana Berlofi
Iraci Ribeiro, Laura Enedino e Sidney Ferreira
Yuri com o papai e com sua família materna: Solange, Larissa, Irina, o pequeno Vinícius e Antônio Guerra
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“Alto Astral” // Durval Capp Filho
A Associação dos Engenheiros e Arquitetos de Santos comemorou seu Jubileu de Brilhante em noite de coquetel, com a presença de mais de 600 convidados. Ex-presidentes e convidados receberam um livro de registro dos 75 anos de história da entidade (1937 a 2012), sob a coordenação editorial de Daniel Passos Proença
O presidente em exercício Marcos Teixeira e sua mulher Priscila Teixeira no jantar de comemoração
Ex-presidente Murilo Amado Barletta, eleito vereador recentemente, e sua Cristina
A atual diretora social Iara Mara P. Vidaller Migotto esmerou-se na realização da festa
O mestre de cerimônia engenheiro e jornalista Paulo Schiff
O presidente da Câmara de Santos Manoel Constantino dos Santos
O prefeito eleito de Santos Paulo Alexandre Barbosa enalteceu os 75 anos da Associação
O número elevado de ex-presidentes presentes ao evento demonstrou a grande união da classe
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O ex-presidente Antonio Carlos Silva Gonçalves e a sua mulher, a jornalista Cristina Guedes
Marise Céspedes Tavolaro e o marido, o engenheiro Otávio Tavolaro
Beach&Co nº 125 - Novembro/2012
Nos eventos sociais santistas...
Trend Vision Campeonato Mundial de Beleza, em Madrid
Espaço tremendão
O empresário Christian Wolthers Maraccini e a artista plástica May Britt Wolthers, que apresentou a exposição Outras Equivalências
O empresário Ivo Cunha Moreira, proprietário do Espaço Tremendão, e a publicitária Kris Rezende
Movimento Um Olhar Solidário Silvera Santos, da grife capilar Silvera Coiffeur, uma das representantes brasileiras selecionadas pela empresa de cosméticos Wella, na Espanha
Silvera ao lado da embaixadora exclusiva da Wella, na França
Beach&Co nº 125 - Novembro/2012
A psicóloga Walkyria S. Capp autografou seu livro Maria das Rodas; ao lado, a jornalista Flávia Cintra
A empresária Fátima Alves da Donna Ótica, responsável pela doação de 100 óculos aos idosos e moradores de rua
O casal rotariano Helenita Mello Blanco e José Luiz Blanco Lorenzo, da Central de Fretes, sempre atuante nas causas benemerentes
Jairo Rodrigues, um dos contemplados com os óculos doados, e a assistente social Raquel Dias, da Associação Prato de Sopa “Monsenhor Moreira” 77
Flashes Momentos da festa de confraternização do grupo Lucatti
Eleonora e Ivanete Lucatti: os olhos dizem tudo
Entre amigos, Dalton, Toninho, Daniel, Leandro e Mariano
Uma mesa bem colorida com Eleonora, Vania, Cintia, Alciana, Irene, Valnira, Roberto, Toninho, Fernando e Carlos
Um close em Toninho, Cintia, Eleonora e Felipe
Turma da Lucatti reunida em peso
A jovialidade de Juliana e Felipe
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Edna, Tania, Getulio, Vinhate, Toninho, Beto, João, Eleonora e Juliana, em momento de descontração
Ivanete, ao centro, flagrada na cozinha com Ana Maria, Terezinha e Mara
O charme feminino da Lucatti
Toninho, feliz em seu boteco personalizado
Um flashe no lindo show room da Lucatti
Beach&Co nº 125 - Novembro/2012
“Destaques” // Luci Cardia Sergio e Rose Aragon receberam amigos na Riviera para uma linda festa organizada pelo grupo de amigos da TAR (Turma dos Apaixonados pela Riviera)
Sergio e Rose Aragon, Gerson e Fany França e o casal Lurdinha e Pasquale Russo
Gerson França, Humberto Castro, José Cardia, Sergio Aragon e Martinho Marques
Novos e permanentes amigos da TAR
O lindo casal Ricardo e Alessandra Aragon Hajjar
As mulheres da TAR, brilhantes na elegância
Giro na Riviera
Roberto Haddad recebeu os amigos Barbara Alves, Rubens Alves, Ribas Zaidan, José Cardia, Sidnei Haddad e Hugo Farias
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Carina, Sidney e a belíssima Nicole Haddad
A colunista, Carina Haddad, Daniela Farias e Nicole Haddad
Martinho Marques, Danilo Marques e José Carlos Pinto
Beach&Co nº 125 - Novembro/2012
“Celebridades em Foco” // Edison Prata De olho na sociedade guarujaense
Rogério Lopes Zilli, Patrícia Franco, a pequena Esther Zilli, Danielle Zilli e Hugo Rinaldi
As vencedoras do torneio feminino Melhor Cross: Lie Gwen Chang, Fabrícia Nunes e Terezinha Haddad
Santos
Patrícia Figueiredo e Marcos Veiga
Capitão João Santos e a mulher Augusta
A advogada Simonia Agria e Alberto Zacharias Toron, candidato à presidência da OAB-SP,
Drª Daniela Cunha e Ednei Aranha
Em visita ao Brasil, os americanos Lles e Jennifer Mitchel recepcionados por Luis França e sua Regiane, no Guarujá Golf Club
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O advogado Célio Maciel
Recém-chegado da Alemanha, André Grotzinger, e seu pai Ziegfried Grotzinger
O advogado João Marcos Simões e a mulher, a dentista Othir Simões
O secretario da Câmara Municipal de Guarujá Carlos Antonio de Souza e o filho Arthur, campeão de jiu jitsu, na categoria faixa branca
Beach&Co nº 125 - Novembro/2012
Sobloco: 20 anos plantando sementes de cidadania em Bertioga
Há 20 anos ininterruptos, o Programa Clorofila de Educação Ambiental da Sobloco vem despertando crianças e jovens do município de Bertioga para uma conscientização quanto às questões ambientais e para a adoção de práticas e atitudes mais sutentáveis. Com projetos que sensibilizam, fazem pensar e pesquisar, o Programa já envolveu mais de 12 mil estudantes em suas várias frentes de trabalho. Parabéns alunos, pais, educadores e Município de
Bertioga, essa comemoração é de todos nós.