Foto Vagner Dantas
34 Em forma ao ar livre
Foto Luciana Sotelo
40 Lições de amor ao próximo
Foto Divulgação
E mais... Bares temáticos
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Pesca amadora
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Sustentabilidade
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Gastronomia
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Moda
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Flashes
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No clique
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Destaques
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Alto astral
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Celebridades em foco
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Foto Luciana Sotelo
Foto Renata Inforzato
46
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Congestionamentos: há soluções
Fascínios de Amsterdã
Capa
Cotidiano do canal de Bertioga Foto Zé Zuppani/ Pulsar Imagens
Foto Miguel Saavedra
Cavernas do Brasil pág. 20
Beach A
R e v i s t a
Co d o
ao leitor Foto Gustavo Mello
L i t o r a l .
ANO XII - Nº 131 - Maio/2013 A revista Beach&Co é editada pelo Jornal Costa Norte Redação e Publicidade Av. 19 de Maio, 695 - Bertioga/SP Fone/Fax: (13) 3317-1281 www.beachco.com.br beachco@costanorte.com.br Diretor-presidente Reuben Nagib Zaidan Diretora Administrativa Dinalva Berlofi Zaidan Editora-chefe Eleni Nogueira (MTb 47.477/SP) beachco@costanorte.com.br
E mais... Diretor de Arte
Naturalmente
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Roberto Berlofi Zaidan roberto@costanorte.com.br Criação e Diagramação Audrye Rotta audrye.rotta@gmail.com Marketing e Publicidade Ronaldo Berlofi Zaidan marketing@costanorte.com.br Depto. Comercial Aline Pazin aline@costanorte.com.br Revisão Adlete Hamuch (MTb 10.805/SP) Colaboração Aline Porfiro, Durval Capp Filho, Edison Prata, Flávia Souza, Fernanda Lopes, Fernanda Mello, Karlos Ferrera, Luci Cardia, Luciana Sotelo, Marcos Neves Fernandes, Mayumi Kitamura, Renata Inforzato e Vagner Dantas Circulação Baixada Santista e Litoral Norte Impressão Gráfica Silvamarts
Uma das cidades com maior área de cobertura vegetal preservada do estado de São Paulo, Bertioga tem importância estratégica por estar localizada entre os principais polos de desenvolvimento da região, nas áreas ligadas ao porto e ao pré-sal. Em franca expansão, a caçula do litoral paulista chega aos 22 anos de emancipação política, e se prepara para acompanhar o ritmo de desenvolvimento regional, de forma a consolidar sua condição de referência em investimentos e qualidade de vida. Áreas prioritárias como macro e microdrenagem, saneamento básico e pavimentação, já deixam de ser sonho para, aos poucos, transformar-se em realidade por meio de um ousado pacote de obras com frentes por toda a cidade. Enfim, o município começa a ganhar contornos urbanos, condição que lhe confere maior credibilidade nos muitos investidores que aportam, em número crescente, nestas terras promissoras. A exemplo da pioneira Riviera de São Lourenço, implantada no município a partir de 1979, e responsável pela alteração da concepção urbanística da cidade, e consequente valorização imobiliária da região, novos empreendimentos, projetados a partir de conceitos atuais de intervenção urbanística, aguardam sua vez para se instalarem na cidade. Quando aprovados, representarão um marco no desenvolvimento local, com geração de emprego e renda e mudança no padrão de qualidade do município. Vê-se que, mesmo com escassez de áreas para seu pleno desenvolvimento urbano, Bertioga tem como vencer o desafio de conciliar a proteção de seu patrimônio natural ao desenvolvimento socioeconômico. Mais importante, ainda, é crescer sem abrir mão da qualidade de vida, um trunfo que faz de Bertioga a cidade perfeita para aqueles que buscam tranquilidade, lazer, cultura, respeito aos mais maduros e ao menos favorecidos fisicamente. Todos estes aspectos devem se aperfeiçoar e progredir lado a lado ao progresso urbano. Eleni Nogueira
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Orla da praia da Enseada
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Beach&Co nº 131 - Maio/2013
De olhos voltados
para Bertioga Privilegiada por sua natureza preservada, mas, por outro lado, limitada pela escassez de áreas propícias ao desenvolvimento urbano, Bertioga é uma joia cobiçada no contexto regional, por conta de sua proximidade com os principais polos de negócios portuários e ligados à exploração do pré-sal
Da redação * Com reportagem de Mayumi Kitamura Viver em uma cidade próxima aos principais centros de negócios do litoral paulista e, ao mesmo tempo, desfrutar de uma tranquilidade quase interiorana, em empreendimentos de qualidade de primeiro mundo, parece proposta irresistível. Por este prisma, grandes investidores nacionais anteveem o futuro e correm contra o tempo em busca de aprovação de projetos de excelência no município, uma tarefa bem difícil. É que, desde a década de 1970, nenhum novo loteamento foi aprovado na cidade, devido às exigências do Plano Diretor de Desenvolvimento Sustentável, somadas às das atuais leis ambientais. Mas, tanto rigor também garante a excelência dos futuros empreendimentos, a exemplo do City Acaraú e do Buriqui Costa Nativa, que, uma vez aprovados, podem mudar o perfil da cidade. O loteamento City Acaraú, em Bertioga, proposto para ser instalado às margens da rodovia Rio-Santos (SP-55), fronteiriço à Riviera de São Lourenço, é um projeto de
Beach&Co nº 131 - Maio/2013
desenvolvimento urbano com regras de planejamento ambiental, que deve gerar aproximadamente 850 empregos diretos em sua fase inicial, e servir como exemplo de ocupação no litoral brasileiro, segundo a empresa Cia. City Desenvolvimento, fundada há 100 anos e responsável pelo empreendimento. O projeto prevê a instalação de villages, edifícios residenciais, centro comercial, hotel, centro de convenções e flat, em áreas de 681.117,97 m², sendo 436.243,57 m² deste total, destinados aos lotes residenciais. Um de seus maiores atrativos é o hotel, com espaços diversificados, tais como área de lazer com piscinas naturais, SPA, restaurante, quadras de tênis, futebol e vôlei de areia e até uma pista de skate. O consultor ambiental da Gaia Consultoria, Teo Balieiro, ressaltou que, entre os benefícios para o desenvolvimento da cidade proporcionados pelo projeto, encontram-se o incremento da arrecadação municipal de impostos e a geração de empregos diretos. Mas, uma obra com tal envergadura vai exigir a duplicação da rodovia Rio-Santos
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especial
Imagem ilustrativa
Loteamento City Acaraú: centro de convenções e village. Abaixo, área de influência do empreendimento
(SP-55), do trecho entre os trevos da Riviera de São Lourenço e Mogi-Bertioga, com duas faixas de circulação por sentido. O estudo e o relatório de impacto ambiental (EIA-Rima) foram elaborados durante três anos, a partir das demandas e necessidades locais, conforme apresentou Teo Balieiro, em audiência pública realizada dia 18 de abril, no Hotel 27. Ele ressaltou que a destinação da área para construção foi projetada em dimensões menores do que as estipuladas pela legislação, num reflexo da visão conservadora do projeto. Sergio Levy, da Cia. Fazenda Acaraú, proprietária da área, disse: “É uma felicidade apresentar um projeto em uma cidade como Bertioga, com a qual eu e a minha família temos um vínculo há mais de 60 anos.” Idealizado pelo Grupo Brasfanta, o loteamento residencial e o complexo turístico
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Beach&Co nº 131 - Maio/2013
O empresário Gustavo Bandeira de Carvalho, proprietário das franquias Cacau Show e Subway
Fotos Aline Pazin
Buriqui Costa Nativa deve ser implantado na praia da Enseada, em uma área privilegiada de 3,5 milhões de metros quadrados, localizada a poucos metros da Colônia de Férias Ruy Fonseca - o Sesc Bertioga, e entre dois bairros populosos, o Jardim Ana Paula e o Jardim Raphael. A área em questão é cortada pela rodovia Rio-Santos, a SP-055 (BR 101) e pela avenida Anchieta (veja mapa). A planta, que vem sofrendo modificações e ajustes para atender as normas ambientais desde 2005, apresenta um loteamento predominantemente residencial, com lotes para casas e edifícios de apartamentos, hotel, comércio e serviços, clubes, área de apoio, além de áreas públicas e institucionais. O projeto destina 81% da área total do empreendimento para conservação ambiental. Em outro patamar, empreendimentos verticais já autorizados despontam na orla da praia e evidenciam o momento atual da cidade, que parece entrar em um novo tempo de desenvolvimento após 22 anos de emancipação político-administrativa, completados neste 19 de maio. O comércio é outro termômetro notável. A mudança já é visível nas fachadas de lojas como Hering, Colombo, Cacau Show, Subway. Se antes eram nomes conhecidos, mas distantes da realidade dos moradores da cidade, hoje fazem parte do cotidiano. Trata-se de um dos sinais de desenvolvimento, uma vez que, as grandes franquias só se instalam numa localidade mediante garantia de uma série de requisitos, entre eles, um retorno promissor. Gustavo Bandeira de Carvalho, 36 anos, responsável pelas marcas Cacau Show e Subway na cidade confirma tais expectativas. “Eu tinha o sonho de ter meu negócio. Sempre quis trabalhar com a Cacau Show, e foi uma coisa muito bacana, porque no estado de São Paulo havia poucas cidades habilitadas, enquanto Bertioga estava em aberto”, diz.
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especial
Reflexos regionais
Foto Dirceu Mathias
A área do pré-sal da Bacia de Santos, somada à Bacia de Campos, atingiu uma produção de 300 mil barris de petróleo por dia (bpd), com estimativa de superar a marca de 1 milhão/bpdem 2017, segundo o plano de negócios da Petrobras. Até lá, a empresa calcula que US$ 147,5 bilhões serão investidos em exploração e produção, sendo 11% deste valor, ou seja, US$ 16,3 bilhões, destinados à infraestrutura e suporte. Por isso, a localização de Bertioga a torna um dos possíveis pontos de apoio na exploração do petróleo na região. Os reflexos do pré-sal devem atingir toda a região em diferentes proporções, segundo estimativa de Rodolfo Amaral, diretor da
“As obras, atualmente em execução, dão uma nova perspectiva para Bertioga. Novos empreendimentos estão chegando, ampliando a oferta de trabalho e a distribuição de renda.” Mauro Orlandini
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consultoria RAmaral& Associados: “Muitas cidades já sentem tais reflexos na indústria da construção civil, inclusive Bertioga, e a tendência é de que isto cresça nos próximos cinco a dez anos. Há, também, a perspectiva de crescimento decorrente da expansão do porto de Santos para a área continental, que faz divisa com Bertioga. Desta forma, é indispensável pôr o assunto em pauta dentro do contexto de discussão de um plano de negócios a ser inserido no debate sobre a reformulação do Plano Diretor de Desenvolvimento Integrado”, afirmou. Amaral acredita que a cidade deva criar um grupo de inteligência empresarial, com a finalidade de acompanhar as tendências de desenvolvimento da região, com foco
Ele largou seu emprego em São Paulo, onde atuava na área financeira, e aportou na cidade para investir na franquia. Gustavo disse que o contato com o município é de longa data, uma vez que seus pais possuíam casa na Riviera de São Lourenço. Após a obtenção da franquia de chocolates, Gustavo pegou gosto pelo negócio e, em parceria com seu irmão Fernando, 38, abriu outra, a Subway. Ele não tem motivo para arrependimentos. “A receptividade foi muito boa. A marca é muito forte no Brasil e, para o tamanho da cidade, a unidade está indo muito bem, até acima da média do mercado brasileiro por número de habitantes”. Ele revelou que a expectativa de mercado em Bertioga ultrapassou de 10% a 15% em relação às unidades da lanchonete em cidades com 50 mil habitantes. O desempenho além do esperado reflete o momento pelo qual Bertioga está passando, acredita o empresário, formado em administração. “Se cabe uma Subway aqui, quer dizer que a cidade está se de-
em estudos de demandas futuras. Assim, a cidade poderá “vender” suas potencialidades de acordo com a necessidade. Apesar disso, para ele, Bertioga perdeu uma chance de se beneficiar com o pré-sal há três anos, quando a empresa Iesa tentou se instalar no município. “Houve manifestação contrária de parte da sociedade, por desconhecimento efetivo dos serviços executados por esta empresa (montagem de módulos de plataforma de petróleo), de modo que a empresa acabou se instalando na área continental de São Vicente. Na época, havia uma previsão de criação de mais de 1.500 empregos diretos e indiretos, expansão da receita do ISS e também do ICMS. Bertioga deve procurar se inserir na rede de serviços do pré-sal, mas
senvolvendo, se preparando para o futuro. Para a abertura da unidade, com certeza o franqueador possui uma projeção otimista. Eles verificam muito isso, se certificam, anteriormente, de que o novo ponto tem tudo para dar certo no local”, disse. O arquiteto Ney Lyra, cujos pais participaram do movimento de emancipação político-administrativa da cidade, é cliente assíduo da Cacau Show. Para ele: “O mercado está crescendo, principalmente, na avenida Anchieta, que tem uma visibilidade comercial boa. Estas franquias geram empregos, renda e eu acho que o município deve, inclusive, incentivar para que mais investidores venham para Bertioga”. Para acompanhar esse ritmo de crescimento a administração pública deu início, no ano passado, a um conjunto ambicioso de obras que vão funcionar como divisores de águas entre a Bertioga atual e a que se projeta como ideal para moradores, investidores e turistas. Entre elas, encontram-se as de pavimentação e de macro e microdrenagem. Já em re-
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terá muitas dificuldades em encontrar locais para receber novas empresas, diante das inúmeras restrições de ocupação ambiental do seu território”, ressaltou. Há poucas áreas disponíveis para empreendimentos, ainda assim, há possibilidades de instalação na cidade, conforme explicou o secretário municipal de Habitação, Planejamento e Desenvolvimento Urbano da prefeitura José Marcelo Marques. Ele reforça que é uma questão de demanda, mas que, com a iminente necessidade de ampliação da capacidade portuária, Bertioga deve despertar interesse. Contudo, isto não deve ser de imediato, mas dentro de, aproximadamente, 15 anos.
Obras de pavimentação e de macro e microdrenagem preparam Bertioga para um novo tempo
Fotos Dirceu Mathias
*Por Mayumi Kitamura
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especial
Foto arquivo/Pedro Rezende
Bertioga ostenta o título de uma das cidades com mais áreas verdes preservadas do estado
lação às obras de mobilidade em andamento, o novo atracadouro de balsas entre Bertioga e Guarujá e a duplicação da avenida Anchieta estão próximas do prazo previsto para a entrega. Tais investimentos públicos atraem outros, estes de caráter privado, mas que, juntos, possibilitam a melhoria da qualidade de vida dos moradores e visitantes. Um bom exemplo é a pavimentação programada para boa parte da região central da cidade, com verbas oriundas do PAC da Mobilidade. O secretário municipal de Habitação, Planejamento e Desenvolvimento Urbano da prefeitura José Marcelo Marques diz: “Tem muita coisa para fazer, mas que entramos em uma onda de crescimento, disso eu não tenho dúvida”. No setor de saneamento básico, imprescindível ao desenvolvimento sustentável da cidade, as obras prioritárias são de macro e microdrenagem, assim como a conclusão da rede de água e esgoto, já que constituem elementos básicos para que
Obras de reurbanização do calçadão fronteiriço ao canal de Bertioga, com projeto de Ruy Ohtake
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Foto Renata de Brito
tes do Programa Saneamento para Todos, do governo federal, em parceria com a prefeitura de Bertioga, que entra com R$ 9,5 milhões. Já o pacote de obras para a região central (Vila Tamoios, Vila Itapanhaú, Jardim Lido, Jardim Paulista, Vila Tupi, Parque Estoril, Jardim Albatroz e Maitinga) terá um financiamento de R$ 25 milhões do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC 2) da Mobilidade; R$ 1,8 milhão virá do município. Esta verba, financiada para pagamento em até 20 anos, privilegia a pavimentação, calçamento e adequação da acessibilidade; apenas 30% dela são de macro e microdrenagem. A respeito, diz José Marcelo: “Para podermos resolver só o problema de macrodrenagem da cidade, precisaríamos de um investimento em torno de R$ 180 milhões. E nós estamos fazendo um investimento nos próximos dois anos em torno de R$ 40 milhões neste setor. No de microdrenagem já fizemos um pouco mais”. A julgar pelo ritmo das obras em anda-
“Estamos em uma onda de crescimento, disso eu não tenho dúvida.” José Marcelo, secretário municipal de Habitação, Planejamento e Desenvolvimento Urbano
Foto Aline Pazin
seja realizada a pavimentação. Sem estas obras, há grande dificuldade de empreendimentos serem instalados na cidade. O saneamento básico representa não apenas infraestrutura e serviços, mas também uma melhora na saúde da população, já que evita a propagação de doenças. A meta é que, até 2018, a cidade inteira seja contemplada com rede de água tratada e tratamento e coleta de esgoto. As obras de macro e microdrenagem em andamento no município receberam um reforço de peso com a duplicação da avenida Anchieta, que consiste em 70% em macro e microdrenagem e 30% de pavimentação, informou o secretário José Marcelo Marques. Além disso, as obras também abrangem serviços de pavimentação asfáltica e ciclovia em 10 quilômetros da pista, entre a avenida 19 de Maio e o bairro do Indaiá. Deste total, seis quilômetros passarão por duplicação. A duplicação da Anchieta, a ser entregue ainda este ano, está orçada em R$ 31,8 milhões, provenien-
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Foto Aline Pazin
Fotos Gustavo Mello
especial
Forte São João, marco da cidade. Acima a tranquilidade do canal de Bertioga, onde pescadores mantêm suas redes e, ao lado, a renovada orla da Praia da Enseada
Previsão é de que uma das principais obras de interesse turístico, a reurbanização do calçadão do canal e de trecho da orla da praia da Enseada, seja entregue ainda este ano
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mento, Bertioga deve passar a virada do ano 2013 de cara nova. A previsão é de que uma das principais obras de interesse turístico, a reurbanização do canal e de trecho da orla da praia, seja entregue ainda este ano. A reurbanização do canal, que consiste na segunda fase do projeto do arquiteto Ruy Ohtake, foi iniciada em setembro de 2012 e prevê drenagem, recuperação do muro de contenção, implantação de guarda-corpo em fibra de vidro do atracadouro da balsa até o Forte São João, entre outras melhorias. As obras são realizadas do trecho do Forte São João até o Jardim Veleiros, onde será instalado o novo atracadouro de travessia de balsas entre Guarujá e Bertioga, cuja entrega, conforme informou a Dersa, está prevista para agosto deste ano.
O projeto prevê uma diminuição em 200 metros no trajeto entre os dois municípios, reduzindo o tempo de travessia em 30%, além de outras mudanças. Sobre o momento atual do município, o prefeito Mauro Orlandini diz: “A cidade está mais valorizada e desponta cada vez mais no cenário regional como um município bom para investir e morar. As obras, atualmente em execução, estão dando uma nova perspectiva para Bertioga. Novos empreendimentos estão chegando, ampliando a oferta de trabalho e a distribuição de renda. Tudo isso, aliado ao grande investimento em saúde, educação e cultura, que fizemos nos últimos anos, nos dá a certeza de estarmos no caminho certo, preparando a cidade para um futuro cada vez melhor”.
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meio ambiente
O Brasil das dez mil cavernas
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O país tem uma das mais diversificadas formações de cavernas do mundo, grande parte delas ainda desconhecida e sob ameaça de desaparecer com todo o mistério e conhecimento que encerra
Por Marcus Neves Fernandes
As cavernas evocam a própria história humana. Foram lar, ateliê e cemitério de muitos de nossos antepassados. Hoje, são como ‘máquinas do tempo’, ambientes fascinantes que nos levam tanto ao passado como ao futuro. O Brasil, que começou a olhar para esse universo subterrâneo há pouco mais de 100 anos, acaba de contabilizar 10.134 cavernas mais da metade descobertas nos últimos cinco anos. Agora, o desafio é estudá-las e preservá-las. Motivos não faltam. São fundamentais, por exemplo, no abastecimento hídrico. As cavernas acumulam água, agindo como agentes de recarga para os lençóis freáticos. Hoje, cerca de 70% das cidades paulistas são abastecidas por meio de poços artesianos. A visitação, como uma atividade sustentável e educativa, tem grande potencial, já que o país reúne características únicas no mundo, como lagos gigantescos, enormes formações rochosas e entradas monumentais, muitas delas aqui perto, no Vale do Ribeira (veja quadro na página 22). E se atrair turistas não será difícil, cientistas, então, nem se fale. “Recebemos muitos pesquisadores de outros países”, afirma Jocy Cruz,
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meio ambiente As formações geológicas são de grande interesse para pesquisadores, turistas e aventureiros. Em Iporanga, no Vale do Ribeira, está a maior concentração do país
diretor do Centro Nacional de Pesquisa e Conservação de Cavernas (Cecav), vinculado ao Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio). O que atrai esses pesquisadores é o potencial ainda desconhecido. “Estimamos que as dez mil cavernas representem 10% do total”, explica Jocy. “Enquanto na França você comemora a descoberta de alguns poucos metros, no Brasil a base do Cecav no Rio Grande do Norte descobriu 400 cavernas só nos últimos cinco anos”. E esse é outro desafio que o país tem pela frente. Enquanto na Espanha as cerca de 30 mil cavernas estão todas topografadas, no Brasil isso ocorre em menos de 10%. Além disso, das 10.134 cavernas, apenas 2.039 estão em Unidades de Conservação (UC). E dessas, apenas 122 (6%) estão em área de proteção integral.
Destaque no Brasil Dezenas de cavernas são descobertas a cada ano no Brasil. Estima-se que o país possua mais de 100 mil dessas formações geológicas. Por isso, este é um setor de grande interesse para pesquisadores, turistas e aventureiros. Motivos não faltam. Em Iporanga, no Vale do Ribeira, está a maior concentração no país. Entre elas, a Gruta da Casa de Pedra (foto), que possui o maior pórtico de entrada do mundo, com 215 metros de altura, equivalente a um prédio de 80 andares. Em Goiás, está a maior caverna em micaxisto do mundo, a Gruta dos Ecos, que tem 1.380 metros de galerias e um lago subterrâneo com cerca de 300 metros de comprimento. Já em Minas Gerais, destaque para a Caverna do Centenário (481 metros de profundidade), que ao lado do Abismo Guy Collet (670 metros de desnível), no Amazonas, são as mais profundas em quartzito no planeta. Ainda em Minas, 24
a Gruta do Jamelão conta com a maior estalactite (formação vertical que surge no teto) do mundo, com 28 metros de altura. Cada milímetro de uma estalactite leva pelo menos um século para se
formar. Na Bahia, a Toca da Boa Vista é uma das maiores do mundo, com mais de 95 mil metros topografados. Em Bonito (MT), há a famosa Gruta do Lago Azul, conhecida internacionalmente. Beach&Co nº 131 - Maio/2013
Cada milímetro de uma estalactite leva pelo menos um século para se formar
Segundo Jocy, o objetivo do Cecav é criar 30 novas UC, a maior parte delas, se possível, com o status de proteção integral. Será um avanço, ainda mais quando se leva em conta que até o ano 2000, o órgão só tinha cerca de quatro mil cavernas cadastradas. O vertiginoso aumento deve-se à prospecção por minérios, atividade que, sozinha, descobriu 3.750 cavernas, quase todas em áreas com importantes jazidas. A pressão por esses recursos será cada vez maior, assim como o risco de se perder o que ainda nem se conhece. Um grupo de trabalho, por exemplo, acaba de ser criado pelo governo federal para estudar possíveis mudanças na atual legislação (veja quadro na página 26). O presidente da Sociedade Brasileira de Espeleologia (SBE), Marcelo Rasteiro, defende maior acesso aos dados. No banco de dados da SBE, o país possui 5.660 cavernas cadastradas. A diferença, em relação ao levantamento do Cecav/ICMBio, deve-se ao fato de que o governo federal recebe informações de empresas interessadas em explorá-las, necessitando, para isso, de
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licenciamento ambiental. “Nós, da SBE, não temos acesso a esses dados. Por outro lado, todas as cavernas por nós catalogadas têm os seus registros enviados ao Cecav”, explica.
Estudos começaram há mais de 100 anos Mas afinal, o que significa ter 10 mil cavernas catalogadas? Para o presidente da Sociedade Brasileira de Espeleologia (SBE), Marcelo Rasteiro, o número em si tem pouca relevância. “O importante mesmo é saber se faremos bom uso dessa informação, ou seja, que elas sejam utilizadas de maneira consciente”. Seja como for, Marcelo afirma que, nas Américas, com exceção dos Estados Unidos, o Brasil é um dos países com mais cavernas mapeadas (topografadas). “Nos demais, praticamente não há informações relevantes”. Isso se deve ao número de pesquisadores envolvidos com o tema. Na SBE existem, atualmente, 22 grupos registrados. O mais antigo e o primeiro das Américas foi criado em 1937, em Ouro Preto (MG). Hoje, o estado pos-
Das 10.134 cavernas catalogadas no Brasil, apenas 2.039 estão em Unidades de Conservação (UC). Dessas, apenas 122 (6%) estão em área de proteção integral
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meio ambiente A exploração mineral é uma das principais ameaças a esse gigantesco patrimônio ainda desconhecido
sui 1.853 cavernas cadastradas na entidade. Em segundo lugar vem Goiás, com 712 e, em terceiro, São Paulo (652), seguido de perto da Bahia (622) e do Pará, com 608. Aliás, segundo Marcelo, acredita-se que o Pará tenha uma grande quantidade de pequenas cavernas. É por isso que o estado, ao lado de Minas Gerais, aparece como ‘líder’ no país de acordo com os levantamentos do Cecav, pois há grande potencial mineral, como é o caso da Serra dos Carajás (PA), onde a Vale do Rio Doce explora o minério de ferro (veja quadro na página). Por outro lado, Marcelo salienta a importância do patrimônio existente no estado de São Paulo. O levantamento começou por volta de 1890, com Ricardo Krone, que catalogou as 41 primeiras cavernas, incluindo a maior e a mais famosa de todas, a Caverna do Diabo, no Vale do Ribeira, originalmente batizada de Caverna Tapagem. “Ele era um visionário. Já naquela época ele recomendou ao estado que comprasse a área, pois o local tinha grande apelo turístico”. Além da visitação, o presidente da SBE chama a atenção para a importância que as cavernas têm para a ciência. Do ponto de vista arqueológico, elas preservam registros de ocupações, cujos vestígios ficam protegidos da luz e das chuvas. E por falar em chuvas, as cavernas guardam informações do clima no passado, permitindo melhorar as informações
Patrimônio em perigo
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Considerado pela Constituição de 1988 como um bem cultural a ser preservado, o patrimônio cavernoso brasileiro já foi, desde então, objeto de dois decretos presidenciais. O primeiro, de 1990, reforçou esse status. O segundo, de 2008, passou a classificá-lo em quatro níveis de relevância: máxima, alta, média e baixa. O primeiro não permite qualquer tipo de intervenção, a não ser o turismo. Nos demais, que comporiam a maioria das cavernas do país, a exploração pressupõe compensação
ambiental. “Ou seja, de protegidas, ficaram quase sem proteção”, afirma Marcelo Rasteiro (SBE). Ele salienta que a mudança foi feita “sem consulta aos especialistas”, tendo como foco a exploração mineral. Em Carajás (PA), por exemplo, estima-se um investimento da ordem de US$ 8 bilhões para mineração. Porém, uma das principais jazidas, de 3,4 bilhões de toneladas, não pode ser explorada. Na área, existem mais de 170 cavernas, de onde já foram recolhidos fragmentos de cerâmica e pedras feitas há cerca de 10 mil anos.
Por isso, elas estão no grau máximo de proteção. Porém, até isso pode mudar. O Ministério do Meio Ambiente criou um grupo de estudos para avaliar possíveis mudanças na Instrução Normativa 02/2009, que regulamentou o decreto de 2008. O Instituto Brasileiro de Mineração (Ibram) defende uma mudança nesse status de forma a permitir a escavação do minério mediante a retirada dos objetos arqueológicos, a preservação da caverna mais representativa ou até a construção de um museu. Não há prazo para conclusão dos estudos.
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Ecoturismo em expectativa
para o futuro. Para a biologia, elas permitem o estudo da evolução da vida, já que é possível encontrar animais endêmicos (que só existem nesses locais), tais como o bagre-cego, um peixe despigmentado, que evoluiu de maneira diferente de seus parentes, e que pode ser encontrado no Parque Estadual Turístico do Alto Ribeira (Petar). A paleontologia é outra área que tem imenso interesse nesse tipo de ambiente. Peter Lundo (1801- 1880) é considerado o ‘Pai da Paleontologia’ no Brasil. Nascido na Dinamarca, ele realizou as suas mais importantes descobertas no município de Lagoa Santa (MG), onde identificou centenas de fósseis, desde tigres-dente-de-sabre até preguiças gigantes. Outras informações sobre o tema, é só acessar o site da SBE (cavernas.org.br)
Em vários países, os labirintos, salões, cachoeiras e lagos encontrados em muitas cavernas atraem milhões de pessoas, principalmente na Europa. O Brasil tem grande potencial, desde que os Planos de Manejo estudos que avaliam de que forma esses frágeis ambientes podem ser explorados com segurança sejam feitos e fiscalizados. No estado de São Paulo, por exemplo, o Centro Nacional de Pesquisa e Conservação de Cavernas (Cecav) liberou, em dezembro de 2011, parecer favorável sobre os Planos de Manejo de 33 cavernas, vinte delas no Parque Estadual Turístico do Alto Ribeira (Petar). Até então, elas estavam recebendo turistas com base em um plano de ação emergencial. A expectativa, agora, é viabilizar o turismo sustentável. Em entrevista recente, o secretário estadual do Meio Ambiente Bruno Covas revelou que, dos 43 milhões de turistas que o estado recebe por ano, apenas 1,5 milhão se destina a Unidades de Conservação (onde estão muitas das cavernas paulistas). O número é similar ao de visitantes do Zoológico de São Paulo. “Isso mostra a possibilidade que temos de ampliar as visitações. Só na Caverna do Diabo, no Vale do Ribeira, ela poderia crescer duzentos por cento”.
Para a arqueologia, as cavernas preservam registros de ocupações, pois os vestígios ficam protegidos da luz e das chuvas
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comportamento
Um pouco de tudo
para todos Fotos Aline Porfírio
Bares e casas noturnas ao gosto do freguês. Literalmente. Em Santos, é possível frequentar points bem específicos para os mais diversos públicos, segmentados de acordo com o tipo de bebida, de comida e, até, de decoração ambiente
Por Aline Porfírio Os finais de semana para os adeptos da vida noturna sempre geram alguma dúvida na hora de escolher o local para passar horas agradáveis com os amigos, familiares ou com o (a) parceiro (a). A escolha recai naquele que estiver mais de acordo com o gosto pessoal: amantes da cerveja, do vinho, do futebol, de determi-
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nado tipo de música, de motos e por aí vai. Santos é uma cidade bem dotada nesse sentido, uma vez que nela é possível encontrar opções capazes de ir ao encontro de tais preferências, sempre com um toque diferenciado e muita temática para agradar o cliente exigente. Danceteria vintage - O Cadillac Vinta-
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ge Bar é o lugar ideal para quem gosta de reviver as lembranças dos melhores momentos do século XX. A casa é decorada com itens de coleção, como carros antigos, lambretas e miniaturas que somam quase mil peças do acervo pessoal de um colecionador. Além desses itens, todo o teto do Cadillac é revestido com mais de três mil vinis e CDs, que proporcionam ao visitante o clima de uma danceteria anos 80. O local funciona há quatro anos no centro de Santos e agita as noites de sexta-feira e sábado com os hits que marcaram a época dos anos 60 aos 90. Lá é possível ouvir de Sidney Magal a Elvis Presley, de Balão Mágico à Creedence Clearwater Revival e muitos outros nomes da música brasileira e mundial. O
gerente da casa, Antônio Carlos Gonçalves, de 51 anos, diz que o local recebe cerca de mil pessoas por final de semana, e quem vai para conhecer costuma voltar. “Aqui costumamos dizer que não é baile da saudade. Nossa casa é conhecida pela temática e animação, disponibilizamos uma grande pista de dança e trazemos bandas do litoral e da capital, além de DJ. Aqui ninguém fica parado”. Durante a noite, até os garçons entram no clima; eles contam com um guarda-roupa temático para os dias de funcionamento da casa. As peças variam entre cowboys, gângsters, marinheiros, entre outros. A casa possui reconhecimento mundial pelos itens de coleção, que são arrumados e dispostos minuciosamente
Inspirado nos tradicionais bares londrinos, o Cheers Pub é conhecido pela sua carta de cervejas internacionais
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Antônio Carlos, Lucas, José Ricardo e Cláudio, gerentes das casas Cadillac, Cassino e Maria Chuteira
pelo dono, que prefere não aparecer. O Cadillac realiza diversas festas temáticas durante o ano, como a noite do cinema, festa à fantasia, halloween e em breve fará uma festa havaiana. Endereço: rua São Bento, 50, centro. Studio e Rock - Para quem gosta de um clássico rock n’ roll não pode deixar de visitar o Studio Rock Café, no Gonzaga. A casa oferece um ambiente aconchegante e temático, com os maiores ícones do rock mundial desenhados em suas paredes, como Ozzy Osbourne, Jimi Hendrix, AC/DC, Elvis... No chão, uma enorme língua, símbolo da banda Rolling Stones, recebe os visitantes, que podem curtir bandas da Baixada Santista, capital e interior. Elas se apresentam em um estúdio de vidro equipado com alta tecnologia, que fornece um som limpo e tratado. Um dos sócios da casa, Oliver Kivitz,
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41 anos, é o baixista da banda santista Aliados. A paixão pela música o uniu a mais dois amigos para montar o espaço, existente há três anos. Segundo Oliver, a ideia inicial era um espaço para aulas de bateria, mas o entusiasmo dos amigos gerou o Studio Rock Café. “Queríamos uma espécie de faz tudo, um barzinho simples, e um bom estúdio de bateria para quem quer aprender. Mas na hora da reforma vimos que nossas ideias eram maiores, e conseguimos juntar bem as duas coisas em um bar. Agora temos um estúdio de bateria durante o dia e um estúdio todo equipado para bandas, à noite”, explica. Além das bandas que se apresentam no estúdio de vidro, a casa disponibiliza diversas seleções de clipes em televisões distribuídas pela casa; ao todo, são mais de quatro mil vídeos que formam a playlist do local. O cardápio da casa é elaborado com
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Ambientes caprichosamente decorados com detalhes sugestivos aos temas propostos
nomes dos principais símbolos do rock n’ roll. O pedido favorito de quem vai ao Studio Rock é o mini rock burger, servido com molhos de mostarda e barbecue. Endereço: rua Marechal Deodoro da Fonseca, 110 - Gonzaga Futebol - O Brasil é considerado o país do futebol, e os brasileiros são apaixonados pela modalidade. Uma boa opção de bar para reunir os amigos e saudar essa paixão nacional é o Maria Chuteira Bar, um local elaborado com a temática do esporte. Nas paredes de entrada estão expostas camisas dos principais times do mundo, algumas raras e de difícil aquisição para o torcedor. As principais cervejas do mundo também estão expostas nas paredes, bem como um mural de craques do futebol. Claudio Roberto Ferreira (Kako), 40 anos, é o proprietário do bar. Ele e o irmão inauguraram o Maria Chuteira há três anos, e segundo ele, a aceitação do público vem crescendo cada dia mais. “A ideia era criar um bar temático de futebol, e não de um time específico. Assim, todo mundo pode vir assistir jogos variados e curtir o clima que a casa oferece”, diz. O bar transmite os principais clássicos do futebol brasileiro e europeu. Durante as grandes finais, como a Libertadores, por exemplo, a casa chega a receber mais de 110 pessoas. O Maria Chuteira funciona de terça a sábado das 18h00 às 2h30. Às terças-feiras, a casa realiza apresentações de Stand up da turma Comédia na areia. Às quartas, acontece o Ao Vivokê, que deixa o microfone livre para os clientes se divertirem. Às quintas, têm acústico de voz e violão. Aos sábados, eletro acústico, com sucessos dos anos 80 e 90. O bar também exibe lutas de MMA e outras modalidades es-
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comportamento
Os amantes da cultura retrô não resistem ao ver a Jukebox original do Cadillac. Uma entre as quase mil peças expostas na casa
portivas e abre aos domingos nos dias de grandes clássicos do futebol. Endereço: avenida Senador Dantas, 415 - Embaré Cervejas importadas - Que tal experimentar uma cerveja internacional em um ambiente que o conduza para o exterior? O Cheers Pub é um bar inspirado nos famosos pubs londrinos. Há três anos em Santos, o local oferece uma carta com mais de 20 cervejas importadas, entre elas, a famosa Duff, a cerveja do desenho Os Simpsons, e a preferida dos santistas, a alemã Erdinger Weissbier, uma cerveja de trigo premium conhecida por ser uma das melhores cervejas de trigo do mundo. Uma das sócias do local, Araceli Rabelo Barros, 30 anos, destaca que o Cheers foi cuidadosamente pensado no clima de Londres, mas que mantém o jeitinho brasileiro. “Nossa ideia é aproximar o cliente do clima que tem um verdadeiro pub, mas, também deixá-lo bem à vontade, como gosta de ser o povo brasileiro”. A casa é decorada com itens referentes à cultura inglesa. Diversos quadros de ban-
O Maria Chuteira bar atrai o público com os grandes clássicos do futebol nacional e internacional, além de apresentações de stand up às terças
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das britânicas como Beatles e Queen enfeitam as paredes da casa. Além de pôster dos famosos ônibus Double deckers de Londres. O Cheers oferece uma mesa de sinuca e jogos de dardos aos visitantes. Lá se comemora o Saint Patricks Day, em 17 de março. Na ocasião, o bar serve chope Heineken de coloração verde e distribui cartolas de Saint Patrick aos clientes. O local funciona de quinta a sábado a partir das 20 horas. Duas quintas-feiras por mês a casa realiza uma noite de jazz e bossa nova, fora isso, as atrações são rock clássico e pop rock dos anos 80. Às quintas-feiras, os clientes pagam somente a consumação. Endereço: avenida Siqueira Campos, 628 - Boqueirão Cassino - O conceito dois em um serviu de inspiração para os amigos José Ricardo Ferreira de Albuquerque Júnior e Lucas De Santis Silveira, ambos de 28 anos, ao criaram o Espaço Cassino, que funciona como lounge e assistência para motos. O local funciona dia e noite e agrega um espaço inspirado no luxo e no clima de animação, lazer e entretenimento de Las Vegas. Conta com bar e música, e também com uma oficina especializada em lavagem e manutenção de grandes motocicletas. José e Lucas são dois apaixonados por grandes motos, também grande atração em Las Vegas. José é piloto de competição, e Lucas é motociclista e apaixonado por estrada. Durante o dia, o responsável pelo lugar é Lucas, que cuida do lava-rápido e da oficina especializada. O lugar atende grandes marcas de motocicletas, como as famosas Harley Davidson e Kawasaki. Para quem quiser deixar a motocicleta lavando e aproveitar para experimentar cervejas nacionais e importadas, sanduíches, porções e até comida japonesa, o Cassino lounge funciona de quarta-feira a domingo a partir das 16 horas. O local recebe músicos de pop rock às sextas-feiras e aos sábados, e aos domingos a casa realiza a noite do pagode a partir das 18 horas. Endereço: avenida Francisco Glicério, 405 - Gonzaga.
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NORMAL É NÃO TER
PRECONCEITO
Tratar com respeito, dignidade e igualdade pessoas com transtornos mentais é o primeiro passo para uma vida melhor para todos. 18 DE MAIO DIA DA LUTA ANTIMANICOMIAL A Prefeitura de Guarujá implantou o CAPS, Centro de Atenção Psicossocial, que tem como objetivo oferecer atendimento à população, realizar o acompanhamento clínico e a reinserção social pelo acesso ao trabalho, lazer, exercício dos direitos civis e fortalecimento dos laços familiares e comunitários. De 13 a 24 de maio, comemore o dia da Reforma Psiquiátrica, 18 de maio. Nesses dias haverá uma exposição “PORTAS E MENTES ABERTAS... pelos Direitos Humanos”, com telas e esculturas de pessoas portadoras de transtornos mentais no Paço Raphael Vitiello. Compareça e traga a sua família.
comportamento Fotos Vagner Dantas
Malhação
a céu aberto A atividade física está cada vez mais presente na vida de quem deseja manter-se saudável e em equilíbrio mental. As pessoas malham em casa, nas academias ou em áreas abertas, aliás, uma forma preferencial para aqueles que curtem a natureza e o ar puro
Por Fernando Mello Hoje, não faltam opções de modalidades nas academias, detentoras de infraestrutura completa, qualquer que sejam as necessidades de seus usuários. Mas, ainda assim, alguns preferem treinar ao ar livre, ainda que sob sol ou chuva. Para atendê-los, surgem em número crescente as chamadas assessorias esportivas, em geral, distribuídas pelas praias do litoral paulista. Em Santos, a prática já é comum e vista em vários pontos da orla. Orientados por um profissional de educação física, tais grupos se reúnem, em dias e horários determinados, incluindo sábados, para treinos de corrida a modalidade mais praticada -, ciclismo e até natação, além de circuitos de exercícios para trabalhar força e resistência. Surgiram com a popularização das corridas de rua e com o aumento do número de praticantes. Funcionam para orientar tanto alunos novos, quanto os mais experientes. Dependendo da situação, o treino na praia pode ser um complemento do tra-
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Dicas para corredores iniciantes Quem se empolgou com os depoimentos abaixo, deve começar devagar. Confira as dicas dos especialistas. • Primeiramente, procure um médico para ver se sua saúde está em dia.
• Busque orientação profissional para saber como treinar. • O mais indicado para iniciantes é caminhar antes de correr. • Os tênis devem ser de qualidade e escolhidos de acordo com a pisada do atleta.
• Use protetor solar, boné e óculos de sol. • Alongue, de forma leve, antes e depois do treino. • Comece devagar e respeite seus limites. • Evite a praia e demais espaços abertos durante tempestade com raios.
O treino na praia pode ser um complemento do trabalho feito na academia. Na página ao lado, Stella Melo na modalidade mais praticada, a corrida
balho feito na academia. Ou uma forma de fugir de um local fechado, socializar-se e encontrar motivação no colega ao lado. “Tem gente que não gosta de correr na esteira. E treinar sozinho é mais difícil. Em grupo, o aluno tem mais força e incentivo dos colegas. Surge até uma competição saudável entre eles”, diz o professor e triatleta Caê Rodrigues. Ele leva, em média, 22 alunos para a praia, nas noites de terça, quarta e quinta-feira, e também aos sábados de manhã. As equipes são abertas para pessoas de todas as faixas etárias e com objetivos diferenciados. Apesar de serem em grupo, os exercícios atendem as necessidades individuais, de acordo com o estágio de cada aluno. Duram de uma hora a duas horas e meia, começando e terminando com alongamento e reunião do grupo inteiro. O serviço é pago. Os alunos têm sua planilha de treino e
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recebem ainda dicas de alimentação saudável. Algumas tendas oferecem água e frutas. No caso dos atletas amadores, eles podem ser acompanhados pelos professores nas competições. “Comecei por causa da minha mãe, que também vinha. Já emagreci, ganhei condicionamento e estou participando de competições. Minha meta agora é correr 10 quilômetros em uma hora. Sem contar que é muito melhor fazer abdominal olhando as estrelas”, diz a administradora Stella Melo. O analista de previdência Anderson Brandão diz que, desde que aderiu aos treinamentos na praia, há oito meses, já sentiu a diferença na qualidade de vida. “Mesmo trabalhando em São Paulo, subindo e descendo diariamente, estou mais disposto e saudável. Até o meu humor está melhor”. Para ele, a temperatura não é desculpa
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comportamento A socialização e a motivação do colega ao lado é uma das vantagens da atividade
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para faltar aos treinos ao ar livre. “O sol faz parte, e a chuva refresca. Particularmente, prefiro a chuva para me exercitar”. O professor de educação física Marcelo Netto, da Gama Assessoria Esportiva, lembra que o objetivo da prestação do serviço é unir atividade física à natureza privilegiada presente em todo o litoral de São Paulo. “É muito bom poder usar o cenário da praia para praticar um esporte”. A orientação para os iniciantes na corrida foi outro fator que motivou Marcelo e o sócio e professor Gabriel Lotfi. “Apesar de ser um esporte natural e aparentemente simples, é recomendável que a atividade seja monitorada por um profissional, em benefício do atleta”. A par das recomendações, o publicitário Arnaldo Duarte começou a correr sozinho e sem orientação, em busca de mais qualidade de vida. Pegou gosto pela coisa e, há três anos, entrou para um grupo. “Com isso, passei a correr e me alimentar melhor; logo, minha performance também evoluiu. Sem contar que tem os amigos, que tornam a corrida muito mais fácil. Assim, o treino não cai na rotina”. Arnaldo descobriu ainda uma nova faceta dos treinamentos: o prazer de competir e de conhecer lugares novos. Embora os treinos em grupo não visem a formar atletas, em geral os alunos passam a participar de competições de rua, até para ganhar motivação para continuar os treinos. Arnaldo e outros colegas já conheceram lugares como Paris, Rio de Janeiro, Florianópolis. “Viajamos em grupo de 20 pessoas. Fazemos turismo, corremos e nos divertimos muito.”
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Imagem vecto2000
saúde
Leite materno:
doar é oferecer esperança de vida Banco de leite materno do Hospital Guilherme Álvaro, em Santos, atende bebês doentes e prematuros internados no local, além de oferecer orientação gratuita para mães em geral
Por Luciana Sotelo Ter o filho nos braços e dar a ele o que se tem de mais valioso: amor e leite materno. Esta a cena mais desejada por todas as gestantes após o parto. Afinal, todo manual de primeiros cuidados diz que amamentar significa mais do que garantir a saúde do bebê. Dar o peito fortalece o vínculo afetivo entre mãe e filho. Mas o que, na literatura, parece simples, na vida real nem sempre é
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possível. Há histórias que começam com a participação de outras mães, voluntárias e anônimas, mas que também têm final feliz. Com o pequeno Bryan foi assim. A auxiliar de escritório Iracy Gomes, de 34 anos, teve complicações na fase final da gravidez e o parto foi realizado às pressas, considerado uma cesariana de risco. Ela ainda estava com 32 semanas de gestação, o bebê
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nasceu prematuro, com pouco mais de um quilo (1,165 kg) e 40 centímetros. Muito frágil, ele foi levado direto para uma incubadora da Unidade de Terapia Intensiva Neonatal do Hospital Guilherme Álvaro, em Santos. Por 45 dias, o menino tomou doses terapêuticas de leite humano como se fosse um medicamento, de três em três horas, fornecido pelo Banco de Leite Humano Keiko Miyasaki Teruya. E foi assim, de pouquinho em pouquinho, que ele ganhou peso e deixou a UTI. Quem trabalha no local, não se cansa de reforçar o conceito: o leite materno é completo, forte e rico em vitaminas, minerais, proteínas e anticorpos, por isso, funciona como uma vacina. Não é a toa que, hoje, após três meses, Bryan enche a casa de alegria, e é motivo de orgulho para a família. O ponteiro da balança já passa dos 3 qui-
los. “O leite doado foi fundamental para a sobrevivência do meu filho. Eu só tenho a agradecer. Agora, passado todo o estresse, felizmente, já posso amamentá-lo e senti-lo nos meus braços”, conta a mãe. Além de ceder o leite, a instituição dá apoio e proteção às mulheres que a procuram, diz a pediatra Teresa Maria Isaac Nishimoto, supervisora do Banco de Leite, que funciona desde outubro de 2006 e conta com uma equipe multidisciplinar composta por pediatra, enfermeiras, técnica em enfermagem, nutricionista, psicóloga e fonoaudióloga. Devido a essa ajuda que recebeu no local, Iracy aprendeu a estimular a própria mama enquanto estava longe de Bryan. “Isso foi muito bom, fez com que eu pudesse amamentar e me sentir uma mulher mais completa”. O Banco de Leite Humano Keiko Miya-
Fotos Luciana Sotelo
A pequena Daphine nasceu prematura. Ela se alimenta com 25 ml de leite de três em três horas e depois de um mês já está pesando1.245 quilo
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saúde
Leite materno pasteurizado congelado saki Teruya funciona dentro do complexo do Hospital Guilherme Álvaro, em Santos. Ele é referência para o estado de São Paulo e faz parte da Rede Nacional de Bancos de Leite Humano (REDEBLH), que integra o Sistema Único de Saúde (SUS). Os serviços prestados são gratuitos, de segunda a sexta-feira, das 8h00 às 17h00. E para o bebê, o alimento é entregue em tempo integral no hospital durante o prazo em que estiver internado.
Informações importantes • O primeiro banco de leite humano do Brasil surgiu em 1943, no então Instituto Nacional de Puericultura, no Rio de Janeiro. A partir de 1985, a rede começou a crescer significativamente devido aos investimentos do Ministério da Saúde. Hoje existem bancos em todos os estados brasileiros. • De 25 a 31 de agosto, o Ministério da Saúde promove no Brasil a Semana Mundial da Amamentação. Uma de suas metas é fortalecer a importância da amamentação até os dois anos de idade ou mais, e a introdução de alimentação complementar após os seis meses de vida. • Crianças que mamam no peito correm menos riscos de ter infecções urinárias, diarreias, doenças respiratórias e outras, que podem levar a internações ou a óbito. Os benefícios são duradouros, pois a criança terá menos chance de desenvolver problemas como diabetes, hipertensão e doenças cardiovasculares. Para as mães que não amamentam, poderá haver incidência de anemia, câncer de mama, câncer de ovário e osteoporose.
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Doadoras de saúde Fernanda Alves de Almeida Rocha amamenta a filha Isabela, de um mês de vida, com carinho e muita fartura. Ela é um exemplo de mãe saudável que tem leite em excesso. Além de ter uma produção de qualidade, ela tem bom coração. Atributo que a faz ser uma das voluntárias, pela segunda vez. “Em 2011, nasceu o Henrique. Tinha muito leite e resolvi ajudar outros recém-nascidos. Agora, com a chegada da Isabela, mais uma vez estou podendo colaborar. Para mim é uma honra, sou enfermeira, sei da importância desse alimento”, comenta Fernanda que, na primeira vez, permaneceu como doadora por um período de oito meses. Com volume significativo, ela consegue retirar 1 litro de leite excedente por dia. “Às vezes, me pego imaginando como é o rostinho de cada uma dessas crianças que recebem o meu leite. Sinto-me um pouco mãe de cada uma delas, pois estou dando amor através do alimento”. De acordo com a enfermeira Eliana Ribeiro de Oliveira Silva, o líquido doado por Fernanda está sempre em perfeitas condições de consumo. A profissional diz isso com propriedade, ela é umas das responsáveis pela pasteurização de todo leite
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A doadora Fernanda, com a filha Isabela, e Iracy, com o pequeno Bryan, atendido pelo Banco de Leite Humano Keiko Miyasaki Teruya
doado. “Nós fazemos testes para verificar se o alimento não está contaminado. É um trabalho quase artesanal”, diz. Eliana trabalha no setor desde a sua criação, e para ela é gratificante atestar os efeitos do leite materno nos bebês. “Eu seleciono o leite e a dosagem conforme as orientações do médico. Me dá uma alegria muito grande constatar que, no dia seguinte, a quantidade prescrita é maior porque o nenê ganhou peso. Isso não tem preço, me sinto parte dessa conquista”, emociona- se a enfermeira, mãe de dois filhos que mamaram no peito por mais de dois anos. Segundo a pediatra Teresa, existem poucas doadoras assíduas como a Fernanda, que doou leite por oito meses na primeira vez. A maioria colabora por, no máximo, dois meses. “O grande volume de leite acontece nos primeiros 15 dias. Quando a mama fica dura e dói, elas procuram tirar o excedente e doam. Com o tempo, ocorre o equilíbrio e essa voluntária passa a fornecer apenas para o filho”. Para ser uma doadora, é exigido que a candidata goze de boa saúde e não use medicamentos. A primeira doação é feita no centro de coleta do Banco de Leite. As mamães recebem um kit com frascos estéreis, gorro, máscara, gaze e água destilada para limpeza do mamilo. “Com essas informações, elas vão para casa e, a partir de então, começam o trabalho solidário. Depois de dez dias, elas ligam e buscamos as doações em domicílio”, informa a médica. De acordo com as estatísticas da entidade, a demanda interna é muito grande, oriunda da maternidade do Hospital Guilherme Álvaro. Por essa razão, não é possível atender a pedidos externos. A luta diária da supervisora do banco é expandir o número de doadoras. “Muitas vezes, mal conseguimos atender os nossos pacientes”.
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saúde
Testes de qualidade do leite para garantir a pureza do alimento
A razão é matemática. A necessidade diária gira em torno de 1 litro e meio de leite, o que equivale a cerca de 45 litros ao mês. Por vezes, o registro de doações não ultrapassa os 20 litros. “Nem chegamos a estocar, como gostaríamos. Seria o ideal, porque o leite pasteurizado pode ficar congelado por até seis meses”, diz Teresa. O leite materno é de extrema importância para bebês como Daphine Cristina, umas das prematuras atendidas atualmente. Ela nasceu com apenas 995 gramas, e 34 centímetros. A mãe Magali dos Santos Silva tinha leite desde o início, mas não podia oferecer porque a filha estava muito fraca e foi para a incubadora. Em casos como este, o Banco de Leite atua estrategicamente. No local, funcionários repassam os ensinamentos da ordenha manu-
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al e do armazenamento deste leite para as mamães de primeira viagem. Em seguida, submetem o líquido ao mesmo controle de qualidade dos demais. A única diferença é que essa remessa já tem um destino certo; no caso de Magali, é a pequena Daphine. “Eu me lembro que, nas primeiras mamadas, ela tomava somente 3 ml por vez. Parecia tão pouco, mas para ela foi o suficiente para começar a sua luta. Depois de um mês, ela já está pesando 1.245 quilo e se alimenta com 25 ml, de três em três horas e, depois de um mês, já está pesando 1.245 quilo”, explica a mãe, que já respira aliviada, acompanhando o desenvolvimento de sua cria. Serviço: o Banco de Leite Humano Keiko Miyasaki Teruya funciona à rua Oswaldo Cruz, 197, Boqueirão, Santos.
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Fotos Luciana Sotelo
porto
Urge o fim dos congestionamentos A Codesp cria resolução para amenizar as filas nos principais acessos ao complexo santista Por Luciana Sotelo Diariamente, mais de 15 mil caminhões têm como destino o porto de Santos, seja para carregar ou descarregar mercadorias. No pico da safra de grãos, esse registro passa de 20 mil. Se, por um lado, todo esse movimento mostrou êxito da produção rural nacional, serviu também para estampar ao país e, talvez, ao mundo, a fragilidade do maior complexo portuário do Brasil diante de grandes demandas. As razões são diversas: não há espaço para atender a tantos veículos de uma só vez, faltam planejamento estratégico e obras emergenciais para solucionar um problema antigo, intensificado com o escoamento de uma supersafra de soja. Tudo isso conver-
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ge para os congestionamentos nos principais acessos viários aos terminais. Uma bomba-relógio que, aparentemente, foi desativada, mas que a qualquer hora pode explodir. Este ano, os congestionamentos tiveram como ponto de partida o final do mês de fevereiro. As filas de carretas começaram a se formar na margem esquerda do porto, ou seja, no lado de Guarujá. A rodovia Cônego Domênico Rangoni registrou filas enormes. Depois, foi a vez de a margem direita receber a produção. Os caminhões lotaram a Via Anchieta, a entrada da cidade e trechos urbanos do município. As filas chegaram a quase 30 quilômetros de extensão.
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De acordo com o professor e pesquisador da Unisanta Helio Hallite, a cadeia logística da exportação de grãos é perfeitamente previsível, pois todos têm conhecimento dos períodos de safras e, principalmente, dos volumes de produtividade. Além disso, é possível saber com antecedência como será a distribuição entre os modais que escoarão o produto do interior ao porto e a programação de armadores e operadores portuários. Sendo assim, o principal fator que determina o caos é a ineficiência da gestão pública em todos os âmbitos: municipal, estadual e federal. “O dono do navio não constrói estradas, o caminhoneiro não constrói viadutos e, assim, sucessivamente. O estado brasileiro é tão lento quanto um fim de tarde na rodovia Piaçaguera-Guarujá”, compara o especialista. Como se não bastasse a falta de obras para dar fluidez ao trânsito, o porto sofre também com a escassez de áreas livres para os caminhoneiros estacionarem, enquanto aguardam liberação para entrar nos terminais. Hoje, existem dois pátios reguladores para suprir essa necessidade; ambos ficam em Cubatão e possuem, no geral, menos de duas mil vagas. Antônio Carlos Alves da Mota é um dos personagens desse drama. Há 18 anos ele traz soja do Mato Grosso para Santos. Segundo o motorista, a distância entre os dois pontos é de cerca de 1.200 quilômetros. O que daria para ser percorrido em dois dias de trabalho, atualmente, leva uma média de cinco a seis dias. “É prejuízo na certa. O desgaste começa na Serra do Mar. Depois, no caminho até o pátio regulador. Já cheguei a demorar quase 20 horas para fazer esse percurso. A situação é péssima. Pior do que está não sei se dá para ficar. É uma vergonha”, desabafa o caminhoneiro. No início de abril, a Secretaria do Patrimônio da União oficializou a transferência de
dois terrenos para a Codesp. Um deles é uma área da Rede Ferroviária Federal (RFFSA), próxima ao retão da Alemoa, com 226,7 mil metros quadrados; o outro, da Companhia de Transportes Integrados Lloydbratti, perto da Libra Terminais, na Ponta da Praia, com 20 mil metros quadrados. Ambos serão transformados em estacionamentos com capacidade para receber cerca de 700 caminhões. Aumentar as alternativas de acesso à região portuária é fundamental, tanto que, no último dia 25, a prefeitura de Santos divulgou que o projeto executivo e parte das obras do complexo viário na entrada da cidade serão contratados pela própria administração, com verbas garantidas pelo governo federal. O prefeito Paulo Alexandre afirmou que as licitações encontram-se em elaboração para a primeira etapa da obra, estimada em R$ 240 milhões, oriundos do Pac - Plano de Aceleração do Crescimento. Com expectativa de entrega para 2015, a primeira fase prevê a construção de uma ponte para ligar os bairros Jardim São Manoel e Bom Retiro, além de dois viadutos, um ligando a rodovia Anchieta à avenida Nossa Senhora de Fátima e, outro, a mesma rodovia à rua Martins Fontes.
Diariamente, mais de 15 mil caminhões seguem em direção ao porto de Santos
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porto Margem esquerda Em Guarujá, prefeitura e empresários também somaram esforços para frear a situação. Segundo o vice-prefeito Duíno Verri Fernandes, a prefeitura solicitou do governo do estado a recuperação da marginal da rodovia Cônego Domênico Rangoni para operar como via auxiliar. A ideia é dar mais fluidez à rua Idalino Pinez, a rua do Adubo, única via de acesso da rodovia aos terminais marítimos. Outra solução imediata foi definida pela Associação Comercial e Empresarial de Guarujá, pela Codesp e empresários dos terminais da margem esquerda. O grupo vai custear a construção de um acesso provisório, com 600 metros de comprimento por 50 metros de largura. Segundo Jairo de Almeida Lima Neto, gerente de departamento de porto da associação, as empresas vão investir, aproximadamente, R$ 1 milhão. A via será construída num terreno particular pertencente às empresas Dow Química e Fassina, que deve ser desapropriado. O acesso terá três faixas e, quando em operação, irá desafogar o fluxo de carretas na rua do Adubo. “Futuramente, apenas os caminhoneiros que transportam contêineres utilizarão a nova pista. Estudos mostram que vai diminuir em 40% o movimento no local”, esclarece Duíno. Com esperança de tempos melhores, a prefeitura de Guarujá encaminhou ao governo estadual uma proposta para a construção de uma central de regulação, para fazer o cadenciamento das carretas. Na prática, o que se propõe são operações-comboio de até mil carretas, por hora, ainda no Planalto. Em situações emergenciais, o professor Helio Hallite também acredita no represamento dos caminhões. “Recomendo que três pistas da interligação Imigrantes-Anchieta sejam transformadas em pátio regulador, com gates de entrada e saída integrados aos terminais, para que os caminhões sejam dosados gradualmente aos terminais”. Mas, enquanto os novos empreendimentos não saem do papel, será que é possível fazer algo para não ficar a mercê de novos gargalos? Será que os próprios terminais cumprem suas tarefas? Será que operam
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Filas: um entrave ao escoamento portuário e ao livre trânsito urbano
dentro do limite de suas capacidades? A iniciativa privada cumpre o agendamento? Será que as empresas se programaram para receber a safra de açúcar que se inicia? Para resolver estas dúvidas, a Codesp instituiu a resolução 47/2013, no dia 24 de abril. O documento determina a obrigatoriedade de todos os terminais do porto de Santos interligarem seu programa de agendamento de carga ao sistema de gestão de tráfego central, da estatal. Conforme Querginaldo Camargo, presidente do Sindicato dos Operadores Portuários do Estado de São Paulo (Sopesp), apenas 30, dos pouco mais de 70 terminais, já estão de acordo com a norma. “O que se busca é o gerenciamento dessa carga; quando vai chegar e em que quantidade. A soma de todos os terminais vai mostrar se a capacidade das vias públicas está esgotada”. O prazo para ajuste é de 90 dias. Quem não cumprir, estará sujeito a penalidades, previstas nos contratos de arrendamento.
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comportamento
Nosso mar
está para peixe Centenas de pessoas frequentam as baías de Santos e São Vicente para praticar pesca. A atividade, vista como um hobby por profissionais de várias áreas, é um dos hábitos mais difundidos no mundo
Por Flávia Souza
Pescar também é uma aventura, já que em alto-mar os praticantes ficam expostos à possíveis intempéries e imprevisibilidades próprias da natureza
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O vento sopra forte. Em busca do melhor lugar para pescar, o barco a motor parece dar pequenos rasantes em alto-mar. Com a brisa a bater no rosto e aquecido pelo calor do sol, é possível entender com clareza porque muitos pescadores dormem durante a pescaria. A calmaria e a paz são ímpares nessa atividade, e o visual dentro da baia de Santos é show à parte. “Estar no mar, é estar no infinito. Dependendo da sua localização, vê-se água por todos os lados. A pessoa torna-se uma caixinha de fósforo perante sua imensidão”. A definição é de Radamés Gomiero, empresário vicentino do ramo gráfico, e pescador há mais de 50 anos. Nascido em uma família de pescadores profissionais, Gomiero já enfrentava alto-mar aos seis anos de idade. Com isso, conhece as águas de boa parte do Brasil. Do litoral paulista afirma conhecer cada pedacinho. “Os costões de nossa região são muito ricos em mariscos e crustáceos, o que faz com que os peixes se aproximem mais”, explica. O Brasil, com sua extensa área costeira e
hidrográfica, tem grande potencial turístico baseado na pesca amadora - que é considerada ecologicamente correta, já que esta atividade não visa à comercialização do pescado. Os praticantes pescam para o próprio consumo ou só pelo prazer, já que, muitas vezes, devolvem ao mar o peixe ainda com vida. Para a maioria dos praticantes, pescar é uma aventura. O vento, a maré e a incógnita de não saber que peixe virá preso ao anzol, fazem de cada pescaria uma experiência única. Experiência que atrai e ramifica, estendendo-se para outras gerações. Gustavo Gomiero dos Santos tem 12 anos e há um pesca com o avô, Radamés. Segundo conta, a pescaria já é o seu hobby preferido, ganhando de outras atividades como futebol e vídeo game. Ao meio-dia de um sábado, quando questionado sobre o que mais curte na empreitada mar adentro, ele pensa e responde: “Se estivesse em casa, provavelmente ainda estaria dormindo ou no computador. Mas olha quantas coisas já fiz hoje”, diz, referindo-se às mais de quatro horas que passou pescando.
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Na pesca amadoa, o peixe é apenas uma consequência. Estar com a família, com os amigos e curtir a natureza é o que mais vale nessa atividade Beach&Co nº 131 - Maio/2013
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comportamento Na pesca, o peixe é apenas uma consequência, como afirma Lirian Marcelle Simões de Lima, proprietária da marina Dona Rosa, no Japuí, em São Vicente. “Tenho clientes que não comem peixe ou que tem alergia a camarão, e, ainda assim, têm a pesca como hobby. Isso acontece porque ela tem um lado familiar muito legal. Quem gosta de pescar é gente boa, bom caráter, que curte reunir amigos, contar histórias e dar risadas. Da pescaria se tira muita coisa, parcerias empresariais são comuns numa manhã de pesca”, afirma. Para Gustavo, a pesca trouxe também conhecimento. “Já vi coisas que muitos meninos da minha idade só conhecem pela internet. Pelo mar, baías e rios, fui a lugares que meus amigos nem sonham que existem, e reconheço muitos peixes e frutos do mar”. O menino não só conhece boa parte da fauna marinha da nossa costa, como aprendeu a respeitá-la e admirá-la. “Fico triste quando vejo a sujeira boiando pela água, quando vejo que peixes estão morrendo por causa da poluição”, diz ele, que também costuma preparar para os familiares os peixes que pesca. “Ele faz um sashimi que fica delicioso”, entrega o avô. Além de ramificar, a pesca é democrática. Pessoas de várias idades, profissões e posições sociais a tem como atividade de lazer. A contadora paulistana Milena Juliano de Rezende é uma jovem que ama pescar. Aos 22 anos, ela afirma trocar com facilidade uma balada por uma boa noite de sono. “Se tenho programada uma pescaria para a manhã seguinte, durmo cedo para poder curtir numa boa o tempo em cima do barco. Amo fazer isso, tanto que já pesco há 10 anos. Essa é a minha terapia”, revela.
Na baía de São Vicente, o pescador posa para a foto, feliz com o resultado da pescaria. Ao lado, Jair Rigotti, que fez do esporte profissão, e Radamés e o neto Gustavo
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Ao lado de amigos, Luiz Maruzi relaxa e contempla a bela paisagem na baía de Santos
No barco, a pessoa esquece que o mundo existe, deixa os problemas e o estresse de lado. A pesca revitaliza, segundo afirma o fabricante de tintas de São Bernardo do Campo Luiz Maruzi: “A pesca é relaxante, pois ajuda a acalmar. No mar, você se desliga de tudo para concentrar-se na ação, e aprende a levar isso para o dia a dia. Sabe parar para pensar com mansidão diante de um problema”. A artesã paulista Elaine Cristina Costa afirma que, entre os muitos benefícios da pescaria, está o estímulo à criatividade. “No mar, a sensação que se tem é de liberdade total; você desenvolve uma conexão única com a natureza, e o que vejo quando estou pescando vai parar no tecido”, diz ela, que pratica patchwork. Para quem está de fora, a pescaria mostra-se como algo viciante. A história do apresentador Jair Rigotti parece confirmar essa sensação. Jair começou a pescar com o pai, aos três anos de idade. Desde então, praticamente todos seus finais de semana
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foram dedicados ao esporte. Há quase 15 anos, ele fez do hobby sua profissão. Apresentador do programa televisivo Hora do Pescador, ele agora viaja o mundo atrás de boas histórias com a pesca. Aliás, “causos” não faltam numa conversa de pescador; há quem diga que já pescou um cação de mais de 200 quilos e com cerca de seis metros de comprimento. Ou que já pegou um cardume inteirinho de baiacu, sendo que cada peixe pesava cerca de 4,5 quilos. “Foram mais de 300 peixes. Literalmente, enchemos o barco a ponto de não ter condições de continuar pescando. Esses peixes acabaram sendo distribuídos entre os amigos”, relata Radamés Gomiero. Não existe um cálculo exato de quantos barcos de pesca navegam nas baías de Santos e São Vicente, mas a marina Dona Rosa consegue juntar boa parte dessas embarcações de uma só vez, com seu tradicional Torneio de Pesca Amadora. Realizado há 12 edições, a prova reuniu, em abril, 50 barcos e 150 participantes.
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ser sustentável
Tudo limpo,
infelizmente
Por Marcus Neves Fernandes Costuma-se relacionar, em uma mesma frase, as palavras reciclagem e ecologia. Mas prefiro ficar com a ideia básica: reciclar é simplesmente racional. Mesmo porque, não é nem uma opção, como termos e conceitos, que você usa ou adota se quiser. Nesse caso, como dizia minha avó, não há querer. Só que a reciclagem é, e precisa ser uma indústria, trabalhar com mais e mais volumes e, por isso mesmo, é mais complexa do que se imagina.
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Um curioso exemplo é o plástico. Digamos que você seja daqueles que reciclam ‘tudo’. Nesse caso, até aqueles sacos transparentes que embalam carnes. Esses filmes grudam no produto e, tecnicamente, estão sujos, impróprios para ser reprocessados. Ah, você lava o saquinho, deixa tinindo, sem gordura, certo? Para os especialistas, isso é um potencial tiro pela culatra. Dependendo do gasto com água e detergente, o custo-benefício
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ambiental e financeiro fluiu pelo ralo. Raciocínio semelhante serve para as embalagens longa-vidas. Imagine uma pilha delas, sujas, em um pátio sob o sol. Até os ratos passam mal, disse-me certa vez o administrador de uma empresa de recolhimento de recicláveis. Pior: na ponta do lápis, ele me mostrou que limpá-las daria prejuízo - monetário, obviamente, já que hoje a quase totalidade dos nossos resíduos sólidos urbanos é gerida por empresas privadas. Então, o que fazer com esses resíduos? Mandar para o aterro? Só para lembrar: a partir de agosto do próximo ano, só os orgânicos (restos de comida, poda de árvores, etc.) poderão ser dispostos nesses espaços. E aí? Uma alternativa é repensar as embalagens. Isso vale tanto para os embrulhos de carne como para as carcaças, torres e módulos de computadores. “Eles precisam ser feitos de forma que a reciclagem seja viável e o mais fácil possível”, afirmou Neuci Bicov Freitas, especialista em gestão ambiental e pesquisadora do Centro de Descarte e Reuso de Resíduos de Informática, da USP. Lá, eles descobriram que boa parte dos produtos do setor é construída de forma que desmontá-los leva tempo, exige diversos tipos de ferramentas e conhecimentos específicos. O centro percebeu, entre outros curiosos detalhes, equipamentos com porcas e parafusos além da necessidade. Desenvolver novas embalagens é preciso, e é feito, mas sem informação clara para o consumidor, não funciona. É crucial um índice, como o selo criado para indicar o consumo de energia em eletroeletrônicos, que mostre quais produtos são mais facilmente recicláveis. O consumidor compara, escolhe e, dessa forma, pressiona as empresas a mudarem seus conceitos.
No caso dos sacos plásticos em geral, películas antiaderentes podem ajudar. Algumas estão sendo desenvolvidas a partir do estudo da enorme capacidade que certos vegetais têm de repelir líquidos. É muito provável que, aí no seu jardim, tenha esse tipo de planta. Hoje, porém, esses filmes ainda não têm o mesmo desempenho que a mãe natureza desenvolveu ao longo de milhões de anos, sem falar no fato de continuarem dependentes de matérias-primas como o petróleo. Outra tecnologia que avança é a do reuso de água. Com ela, é possível, por exemplo, utilizar várias e várias vezes o mesmo líquido no processo de limpeza dos recicláveis. O problema, aqui, é o gasto energético que esses sistemas exigem. O ideal seria combinar soluções de baixo impacto, como painéis fotovoltai-
A partir de agosto do próximo ano, só os orgânicos (restos de comida, poda de árvores, etc.) poderão ser dispostos nos aterros sanitários
Para reciclar é preciso que as embalagens estejas limpas. Mas, dependendo do gasto com água e detergente, o custo-benefício ambiental e financeiro pode ir para o ralo
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ser sustentável
cos (solar) e geradores eólicos. Inicialmente, o custo seria até maior do que o uso da eletricidade convencional. Mas, com o tempo, haveria equilíbrio entre despesa e receita.
Essas e outras alternativas estão em testes, e boa parte delas ainda carece de um bom tempo de ajustes e evoluções para que cheguem de fato ao nosso cotidiano. Todavia, há ainda o que se pode chamar de soluções caseiras. Para não desperdiçar água na limpeza de recicláveis, como latas ou outros tipos de embalagens, o ideal é deixá-las dentro da pia da cozinha durante o processo de lavagem da louça. Isso ajuda a desengordurar. Aliás, o ideal mesmo é lavar a louça com uma bacia, um costume muito antigo que caiu em desuso. É simples. Um pouco de detergente na água da bacia e torneira fechada. Você deixa a louça na bacia e vai lavando. Depois, é só enxaguar. Pelos cálculos, uma economia de água de mais de 50%. Em algumas cozinhas, ainda é possível encontrar duas pias, uma maior e outra geralmente menor. Nesta última, é possível fazer esse processo, incluindo, entre os utensílios, os recicláveis que precisam ser limpos. Nas torneiras, não esqueça: use aeradores, que reduzem o gasto com o precioso líquido. Essas e algumas outras preocupações deixam tudo mais limpo, inclusive a nossa consciência. E aí sim, de fato, a reciclagem funciona.
Para limpar os recicláveis, as empresas, quase todas privadas, têm prejuízo financeiro, o que torna inviável o processo
Fotos Renata Inforzato
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Amsterdã, fascinante!
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Ela é uma das mais belas vitrines da chamada velha Europa. Apesar de ser uma cidade média, impressiona por seu cosmopolitismo. Ouvem-se os mais variados idiomas, mesmo em bairros não turísticos, do s milhares de pessoas vindos de várias partes do mundo para lá viver Beach&Co nº 131 - Maio/2013
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internacional
Bairro Jordaan, criado no século XVII, atrai artistas e intelectuais
Origem de Amsterdã Por volta de 1300, Nieuwe Zijde, algo como Lado Novo, já era uma cidade próspera e com uma rede de canais. Por volta de 1500, cerca de 30 mil pessoas moravam no lugar. No século XVI, a Holanda foi anexada ao reino da Espanha, muito católica. O duque Guillaume d’Orange liderou uma revolta, apoiada por outras cidades holandesas. Em 1579, a região norte do país libertou-se do jugo espanhol e tornou-se protestante. É o começo do século de ouro, no qual as riquezas do comércio e das artes se misturam. No século XVIII, várias guerras empobreceram a cidade. Após a Revolução Francesa, Luis Bonaparte tornou-se rei,
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Por Renata Inforzato A maior cidade da Holanda tem duas características principais: a bicicleta e a água. Extensão do próprio corpo, a bike é o meio de transporte mais usado em Amsterdã. Mas o turista tem que ter alguns cuidados, pois não é simples andar pelas ruas da cidade. Melhor escolher primeiro os bairros mais calmos, e só então se aventurar pelos mais movimentados e turísticos. Há água por todos os lados. Amsterdã é cortada por inúmeros canais; assim, para um simples ato de mudar de calçada, pode ser necessário atravessar uma ponte - a cidade tem 1.200 delas. As águas guiam os
A graça dos cafés nas margens dos canais. Na página ao lado, áreas verdes de tirar o fôlego, como o Keukenhof e o Vondelpark
abolindo a República. Após a derrota em Waterloo, a Holanda e a Bélgica se uniram novamente, até 1830, com a independência belga. A Holanda continua uma monarquia até hoje, tendo Amsterdã como capital e Haia como centro político. Com a industrialização, a cidade ganhou uma nova renovação econômica e arquitetônica. Durante a Primeira Guerra Mundial, a Holanda permaneceu neutra e não sofreu danos. A partir de 1930, inúmeros refugiados judeus alemães se refugiaram no país, principalmente em Amsterdã. Com a ascensão do nazismo e a invasão da cidade, o bairro judeu se transformou em gueto, e quase a totalidade dos habitantes judeus, cerca de 80 mil, foi deportada. Mas a solidariedade do povo holandês
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é famosa. Eles esconderam os judeus dos nazistas, a exemplo da história de Anne Frank, e fizeram uma ampla rede de resistência aos alemães. A cidade foi libertada em 8 de maio de 1945, pelos canadenses. Após a guerra, grande número de imigrantes, principalmente turcos e marroquinos, chegou a Amsterdã em busca de trabalho. Foi o começo do multiculturalismo, que hoje caracteriza a cidade. Desde então, sua fama de tolerância e respeito pelas diversidades só tem aumentado. Neste ano, Amsterdã torna-se palco de mais um marco importante na história holandesa: a rainha Beatrix renunciou no último 30 de abril, deixando o trono para o filho Willen Alexander, 46 anos, o rei mais jovem da Europa. Após mais de 123 anos, a Holanda volta a ser governada por um homem.
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Amsterdã é uma cidade de muitas facetas. Então, não há um roteiro único e obrigatório. Mas alguns pontos interessantes são: Jordaan - Bairro operário, criado no século XVII, hoje atrai artistas e intelectuais. A boemia é visível por todos os lados. Também é pontuado por vários cafés e pequenas lojas familiares e butiques de decoração.
Os grandes museus São três: Rijksmuseum, Stedelijk Museum e o Van Gogh Museum; todos eles se situam na Praça dos Museus (Museumplein). O Rijksmuseum foi reformado recentemente e parece uma catedral neo-gótica. É possível admirar as pinturas de mestres como Rembrandt e Vermeer, com cenas da vida civil na cidade dos séculos XVI e XVII. Stedelijk Museum é um museu de arte moderna. Além do acervo principal, ele realiza exposições temporárias. Van Gogh Museum - Possui o maior acervo do mestre impressionista holandês. Há também inúmeros trabalhos de contemporâneos do pintor, amigos ou artistas que o influenciaram.
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Casa de Anne Frank - É uma casa simples, e símbolo da barbárie nazista da 2ª Guerra Mundial. Ela abriga a sede de uma sociedade que foi dirigida pelo judeu alemão Otto Frank. De 1942 a 1944, ele escondeu ali a família e quatro amigos da Gestapo. Foi nessa casa que a filha caçula de Otto, Anne, escreveu seu diário, um dos livros mais vendidos do mundo. A menina
morreu no campo de concentração. Casa-museu de Rembrandt - Atraído pelas cores de Amsterdã, o artista, mestre do claro-obscuro da pintura holandesa, fixou nesta casa sua residência e atelier. Hoje um museu com obras de arte e objetos pessoais do pintor. Pode-se ter uma boa ideia de como um dos maiores gênios da pintura mundial realizava seus trabalhos e vivia o dia a dia.
Interior do museu Rijksmuseum, abaixo, a Praça dos Museus
passos do viajante: é fácil se perder por ali, mas elas ajudam a retomar o caminho. Além de barcos-residência, muitas casas parecem se debruçar sobre os canais. Amsterdã tem um lado artístico muito forte: Rembrandt, Van Gogh, só para citar alguns gênios da pintura, passaram por lá e são temas de museus na cidade. Mas o forte do lugar é andar pelos seus diferentes bairros e sentir o clima de cada um, o ritmo dos habitantes, o que há de interessante para ser visto. Não há uma Amsterdã única, e cada viajante deve descobrir a sua. Nos arredores da cidade encontramos o Keukenhof, considerado o parque mais bonito do mundo. A cada ano, a decoração dos canteiros muda e o espetáculo é magnífico. Deve ser visitado durante um dia inteiro, até porque está sempre cheio e - atenção - fica aberto somente dois meses por ano, o tempo de florescimento e corte de sua atração principal: as tulipas. É possível encontrá-las em todos os tamanhos e cores imagináveis. Imperdível para adultos e crianças.
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Foto Dream79/Shutterstock
gastronomia
A rainha dos tubérculos No Brasil, a batata é conhecida como inglesa, porém, este tubérculo é originário da região dos Andes, na América do Sul, onde é cultivado há cerca de sete mil anos. Hoje, representa a terceira fonte de alimento para a humanidade, superada apenas pelo arroz e o trigo
Por Fernanda Lopes Pobre em gordura e rica em carboidratos, é fonte importante de fósforo, vitaminas do grupo B, e se destaca como fonte de vitamina C entre os alimentos básicos. “Como carboidrato, deve ser consumido com moderação. Já a do tipo doce tem mais fibras, e a roxa é ótima para diminuir a pressão arterial”, ensina a nutricionista Nathália Guedes. Ela destaca ainda a variedade yacon, que é conhecida como batata dos diabéticos, por não estimular os picos de açúcar no sangue.
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Há muitos truques quando se fala de batatas, uma vez que existem mais de quatro mil variedades do tubérculo - a maioria encontrada no Peru. Cada uma delas é ideal para um tipo de preparo. O chef Fabio Leal explica que, quanto mais clara a batata, maior a quantidade de água e de sais minerais. As batatas secas são sempre melhores para fritura e bolinhos. A asterix, de cor rosa, é uma delas. “Ela também é chamada de portuguesa, porque a semente vem de lá e é muito boa também para o bolinho de
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Na história
bacalhau”, diz a feirante Eliana Magário, que há 25 anos tem barraca de batatas na feira. Ela explica que havia mais variedades à disposição. “Tinha baraka, monalisa, bintje, holandesa. Hoje, os agricultores preferem aquelas que rendem mais em menos espaço, como a césar e a ágata. Esta última é boa para assar ou purê”. O chef alemão Heiko Grabole conta que quando chegou ao Brasil teve dificuldade de encontrar variedades como na Alemanha. “Lá não temos a diversidade de alimentos como aqui, e nosso menu se baseia em batata, cultura que aguenta o inverno rigoroso. Temos mais de 400 tipos e ela é mais cremosa. Mas, depois encontrei a asterix, que é ótima para bolinhos e nhoque”.
O sucesso da batata no mundo deve-se a uma engenhosa publicidade feita no século XVIII. Na época, o tubérculo era usado somente como alimento para animais ou remédio. Levada para a Europa dois séculos antes, quando os espanhóis a encontraram na região onde hoje é o Peru, sua utilização na culinária só se deu graças a um esforço de guerra. A fome assolava a França e um farmacêutico do exército francês, Antoine-Augustin Parmentier, pleiteou sua utilização junto ao rei Luiz XVI. Ele tinha identificado o potencial nutritivo e o sabor agradável das batatas quando prisioneiro de guerra na Prússia. O rei concordou. Mas, como convencer a população de que a batata era saborosa? A solução foi a publicidade. O rei mandou plantar batatas nos arredores de Paris e determinou a presença de soldados para guardá-las. Porém, à noite, eles afrouxavam a vigilância deliberadamente. A população, então, acreditou que aquilo era valioso e passou a invadir as plantações para roubar o tubérculo.Também um grande jantar foi promovido no palácio e no menu somente receitas com batatas. A partir de então, a utilização deste tubérculo expandiu-se de forma rápida pela França e pelos demais países da Europa e, mais tarde, pelo mundo. O primeiro catálogo, feito em 1846, cita 177 tipos de batatas no continente europeu.
O segredo da batata frita Batata frita é praticamente uma unanimidade mundial. Mas para que ela fique irresistível é preciso estar sequinha e crocante. Para isso, deve-se usar o tipo certo de batata, como a asterix (portuguesa) ou baraca, e cortá-las em palitos do mesmo tamanho. Depois, o pulo do gato é pré-fritar os palitos de batata em óleo mais frio (150º) e depois congelá-los para, aí sim, fritá-los definitivamente em óleo quente. Veja a receita.
Para a pré-fritura Aqueça o óleo a 150°C. Adicione as batatas em lotes e frite-as até que fiquem macias, mas não douradas (o tempo varia segundo o tamanho delas). Escorra bem e transfira para grades ou escorredores próprios. Depois, coloque-as espalhadas em uma assadeira grande ou outro recipiente, de modo que fiquem separadas. Leve para congelar. Estas porções podem ser congeladas por até um mês. Para a fritura final: aqueça o óleo a 190°C e coloque o amido de milho, misturando. Frite os palitos de batata até que dourem. Escorra-os bem com uma escumadeira e depois transfira para uma grade ou escorredor próprio. Foto Ilker/ sxc.hu
Ingredientes 1kg de batatas baraca ou asterix; 500ml de óleo vegetal, ou quanto baste para fritar; Sal a gosto; 1 colher (chá) de amido de milho.
Preparo Escove (descasque, se quiser) e corte as batatas em palitos de cerca de um dedo de grossura. Mantenha-os em água fria com 1 colher de sopa de sal até o momento da fritura, para impedir que percam a cor. Escorra e seque bem.
Dicas • Use uma fritadeira ou panela grande. Ou então faça porções menores de cada vez. • Para conservar as batatinhas quentes e crocantes, pré-aqueça o forno em temperatura baixa (entre 70º e 90º), espalhe os palitos sobre uma assadeira forrada com papel toalha e mantenha-os ali enquanto frita outras porções.
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gastronomia
Alguns tipos de batata
Receita
Ágata: amarela clara, tem mais água e menos amido. É boa para cozinhar e assar. Não é muito saborosa.
Produção e Fotos Fernanda Lopes
Baraka: amarela clara, boa para cozinhar e fritar. Tem polpa seca e consistência firme. Bintje ou Bint: amarela, é mais seca e boa para fritar. Tem consistência firme. Asterix ou portuguesa: rosada, tem mais amido e menos água, sendo indicada para bolinhos, nhoque e fritura. Não é boa para cozinhar, pois a polpa esfarela.
Hambúrguer de batata com bacon Ingredientes • 1/2 kg de batatas tipo asterix ou bintje; • 1/2 xícara de bacon picado; • 1/2 cebola picada; • 1 dente de alho picado; • 1 colher de sopa rasa de manteiga sem sal; • 1 colher de chá de sal. Preparo Descasque e pique as batatas. Leve-as para cozinhar em água com uma pitada de sal.
Quando estiverem macias, escorra a água e amasse-as. Reserve. Frite o bacon com metade da manteiga até dourar. Junte a cebola e o alho e a outra metade da manteiga e refogue um pouco. Desligue e misture isso às batatas amassadas. Coloque o sal. Misture e molde hambúrgueres. Esquente uma frigideira antiaderente e pincele um pouco de óleo. Coloque os hambúrgueres e deixe dourar. Sirva com uma salada de tomates cereja, milho e alface temperada com azeite, vinagre balsâmico, sal e pimenta branca moída.
Purê com alho Ingredientes • 4 batatas cozidas (pode ser agatha, asterix ou bint); • 3 dentes de alho; • 1 colher de sopa de manteiga; • Uma xícara de leite; • 1 colher de queijo parmesão ralado; • Sal a gosto (coloque pouco que o queijo é salgado); • Salsinha picada. Preparo Cozinhe as batatas sem casca e cortadas em pedaços. Quando estiverem macias, escorra e coloque-as em água gelada para parar o cozimento. Amasse as batatas. Enquanto as batatas cozinham, embrulhe os dentes de alho em papel alumínio e leve ao forno a 200°C por cerca de 10 minutos. Depois, retire do forno, tire o papel, tire a casca do alho e amasse juntamente com as batatas. Esquente o leite com a manteiga e junte ao purê. Coloque o queijo e a salsinha picada e sirva com carne, peixe ou frango.
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César: amarela, boa para nhoque e fritura. Tem polpa seca e consistência firme. Monalisa: a mais encontrada nos supermercados. É amarela-clara e boa para sopas e saladas. Tem muita água, sabor fraco e perde a cor no cozimento. Batata-doce rosada: rica em vitamina C e fibras. Boa para cozinhar e fritar. Batata-doce branca: rica em fibras e boa para cozinhar. Batata roxa: ótima para diminuir a pressão arterial. Faz doces, purês e salada. Batata yacon: tem grande quantidade de água na sua composição, diferentemente dos outros tipos de tubérculos. É conhecida como batata dos diabéticos por não estimular os picos de açúcar no sangue. Tem sabor adocicado, com textura parecida com a pera madura e deve ser consumida preferencialmente crua, descascada, cortada em cubos, acompanhada por saladas verdes e carnes.
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moda
Que venha o
inverno! Vamos dar as boas-vindas a essa estação maravilhosa. Algumas grifes lançaram coleções com as tendências que desfilaram nas semanas de moda mundo afora, e agora apresentamos o que será usado na estação, sem medo de errar. Prepare-se, pois é provável que, muitas das “novidades”, você já terá no armário Por Karlos Ferrera
O modelo de saia bem rodada, com volume, famosa nos anos 1950, deve conquistar as brasileiras no inverno.
Fotos KFPress
J Mendel
Saia godê
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Thom Browne
Tricô O tricô entra na roda do extra large com modelo amplo, pontos grandes e agulhas grossas. Fica mais moderno quando usado com peças leves e modernas, criando sobreposições interessantes.
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Branco total A cor é garantia de elegância. Peças com recortes, detalhes transpassados e modelagem impecável deixam o visual moderno. Transparência e materiais nobres também são bem-vindos.
Derek Lam
Listras Se nas semanas de moda internacionais a estampa quadriculada foi destaque, por aqui são as listras que se sobressaem.
Estampas botânicas Plantas, folhagens e até plantas carnívoras surgiram fortes na temporada de inverno 2013. As estampas botânicas aparecem em cores terrosas, como marrom, verdemusgo, verde-militar, mostarda e bordô. Os neons vão perdendo força.
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As luvinhas são os acessórios do inverno 2013! Dão charme ao visual ladylike e, se forem coloridas, quebram a seriedade de um look “all black”, por exemplo. Agora, é torcer para o frio chegar logo, para proteger suas mãos com estilo.
Preen
ELLUS
Luvinhas
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Mix de texturas
moda
Prabal Gurung
Couro + renda, couro + matelassê, couro + feltro, couro + veludo: o couro é o tecido do inverno 2013, e dominou as passarelas. Sempre acompanhado por outra textura, acrescenta ainda mais sofisticação a um look.
Rabo de cavalo Penteado mais prático e versátil, impossível! Vale usá-lo com fios chapados, bagunçadinhos ou torcidinhos.
Ankle boots Nada de salto fino! O sapato do inverno 2013 pede mais conforto. A ankle boot, sobrevivente de várias temporadas, aparece mais uma vez nas ruas e nas passarelas para compor os modelitos invernais com muita feminilidade - com direito a cadarço, zíper e fivela. Dicas: para evitar o achatamento da silhueta, as baixinhas devem usar com calça skinny na mesma cor da bota ou apostar na combinação com comprimentos mini. Quem tem a panturrilha grossa deve ter cuidado redobrado, pois a ankle boot tende a chamar atenção para essa região e destacar o volume.
Ombro arredondado Uma das tendências mais vistas nas semanas de moda foram os ombros arredondados.
Batons escuros
Delpozo
Se você já se acostumou com o batom vinho, chegou a hora de inovar mais uma vez, e deixar a boca ainda mais escura, com batom preto, marrom e cinza, por exemplo.
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Flashes No aniversário da prefeita de Guarujá Maria Antonieta de Brito, na Base Aérea de Santos, muitas presenças marcantes
O prefeito de Bertioga Mauro Orlandini e a aniversariante
Antonieta, o secretário de Esporte Elson Maceió, o vice-prefeito Duíno Verri Fernandes e a mulher Sandra
Família Brito: a pequena Larissa, Alexandre, Chapetisk, a matriarca Maria, Antonieta, Maria do Carmo, Maria de Lourdes e Daniela
O diretor da Sabesp João Paulo Tavares Papa, a prefeita e o secretário estadual de Desenvolvimento Metropolitano Edmur Mesquita
Antonieta ladeada por José e Rosa Tabarin Santos e Marlene e Miguel Rubido
Antonieta, a jornalista Wanda Fernandes e os pequenos Enzo e Kaylani
A prefeita ladeada por sua equipe: Diego Rubido, Dayse Maria Gomes, Clara Medeiros, Meilin Neves, Karina Praça, Eron, Rafael Cicconi, Marcos Chacon, José Ricardo, Natali Ribeiro e, à frente, Guilherme Almeida 78
A aniversariante e o secretário de Finanças Armando Palmieri
Flávio Lopes e Antonieta Beach&Co nº 131 - Maio/2013
Flashes
Fotos Fernandes Zacarias
Evento de lançamento do BTPeduca, dia 2 passado, em Santos, na Escola UME Dr. José da Costa e Silva Sobrinho, com a presença do prefeito de Santos Paulo Alexandre Barbosa e convidados
Roberto Zaidan, diretor do Sistema Costa Norte de Comunicação e Henry James Robinson, presidente da Brasil Terminal Portuário
Audrey Kleys, chefe do Departamento de Planejamento Educacional de Santos
Mauro Orlandini e Paulo Alexandre Barbosa, prefeitos de Bertioga e de Santos, respectivamente
Paulo Alexandre durante assinatura do protocolo de intenção do projeto
Jossélia Fontoura, secretária municipal de Educação de Santos
Henry James Robinson, presidente da Brasil Terminal Portuário
Foto Arquivo Pessoal
Foto Marcos Pertinhes
Em Bertioga
Autoridades locais e representantes das forças militares, em encontro de agradecimento ao apoio recebido durante a Operação Verão, em Bertioga Beach&Co nº 131 - Maio/2013
João Lucas e Victor Heitor, netos de João Batista Sobrinho e Liana C. Batista 79
“No clique” // Cláudio Milito
12ª Edição da Noite do Vermelho e Preto, realizada pela Máxima Produções, na Marina Juqueriquê, em Caraguatatuba
Luiz Abreu, proprietário da Máxima Produções
Elizabeth Moraes e Mariana Ono
Soninha Gimenes, Bia Manhoso e Taynara Lopes
Deyse Negri e Paulo Negri 80
Damaris Oliveira e Antonio Carlos de Freitas
Marcio Luz e Gilmar Claro
Ana Sanches e Ricardo Ramos
Marco Abrahão e Raquel Abrahão
A equipe da CVC, Josi Milito, Marcio Luz, Ana Sanches, Gilmar Claro e Cris Cosentino Beach&Co nº 131 - Maio/2013
“Destaques” // Luci Cardia Turma dos Apaixonados pela Riviera (TAR), por meio de seu presidente Roberto Haddad, mais uma vez surpreendeu a todos com o tema “Botequim” na celebração dos aniversariantes do mês
Os aniversariantes João Fernandes, José Avelino, Carla e Helio Violani. Parabéns a todos
Família Biondo sempre presente
Marta e Sérgio Cardoso. O amor é lindo
Reuben Zaidan e seu abraço na turma dos amigos da TAR
A força dos Amigos da Tar
Regina e João Fernandes
Camilo Di Francesco e Paola Smanio
Sempre maravilhosos, Flavia Patriota e Roberto Haddad
Roseli e Milton Abrão e Helio e Carla Violani
A colunista, Leo Marques, Roberto Haddad e José Aparecido Cardia
Nawal e José Avelino, com muito charme
Beach&Co nº 131 - Maio/2013
Bia e Marcos Muniz, em família
Rose e Sergio Aragon
Newton Motta, Paola Smanio, Silmara Motta, Diego Motta e Mariana Lima 81
“Alto Astral” // Durval Capp Filho
Batizado de Olívia em São Paulo, na Paróquia Nossa Senhora do Perpétuo Socorro, no Jardim Paulistano
Os pais Paola e Kaká Marques, Olívia e o pároco que abençoou Olívia
Os avós maternos Nara e Paulo Eduardo Novaes
A madrinha Tatiana Sanches Marques Campora e Olívia ladeadas por Amaury Jr. e Celina
As bisavós Zara Novaes e Juracy Martins Sanches 82
Os tios e padrinhos Matheus Trocoli e Tatiana
A pequena Olívia com Walkyria Sanches Capp
Simone e Álvaro Marques, os avós paternos
Na recepção festiva, o colunista, Walkyria S. Capp e seus filhos Kaká Marques e Tatiana Campora Beach&Co nº 131 - Maio/2013
“Alto Astral” // Durval Capp Filho
Cláudia Matarazzo lança livro Gafes no Palácio, de sua autoria
Cláudia Matarazzo autografa para Helenita Mello Blanco
Empresária Iriana Bottene abre as portas para a cultura
A orgulhosa matriarca Silvera Santos com seus filhos Adry e Silvana Santos
Aniversariantes do mês
A promoter Ruth Teixeira e o empresário Felipe Alvarez Vilarinho ( Gardênia Flores)
Roberto Biancalana entre seus filhos, netos e sobrinha durante almoço festivo
Beach&Co nº 131 - Maio/2013
Em Campos do Jordão, Durval Capp Neto com as aniversariantes Priscila Augusto e Walkyria Sanches Capp, e os amigos Ivonete e Roberto Biancalana
As irmãs Margareth (cunhada) e Ivonete Ribeiro de Barros (esposa) no aniversário de Roberto
Maria José Castilho (Zezé) aniversariou em seu Espaço da Moda
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“Celebridades em Foco” // Edison Prata
Os dias e noites são mais prazerosos em Guarujá
O empresário Hugo Rinaldi declara todo seu amor a Patrícia Franco
Dario Lima, diretor de assuntos aeroportuários de Guarujá, e o gestor orçamentário Fernando Sandro
Andrea Ramos e seu marido Amarildo Borges
No Boteco Guarujá...
Tabacaria Buenos Aires, sob o comando de Aurelio Moniz e Daniel Llona; vale a pena conhecer Francisco de Chagas Quinto e Paulo Toledo cuidam sempre da boa recepção aos clientes
As simpáticas Catia Castaldi e Fernanda Toledo
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Paulo Toledo e Joelma Bio
Beach&Co nº 131 - Maio/2013
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Planejamento e visão de futuro que fazem a diferença
Foto: ilustrativa
Fotos: Riviera de São Lourenço
A
presentado em 1979 pela Sobloco, o Plano Urbanístico da Riviera de São Lourenço, era, naquela época, uma proposta inovadora e ambiciosa. Hoje, 33 anos se passaram e a Riviera tornou-se uma referência no segmento do desenvolvimento urbano sustentável. O empreendimento, nestas 3 décadas, investiu em tecnologias urbano-ambientais, que lhe garantiram reconhecimentos nacionais e internacionais no campo do uso e ocupação do solo. A Riviera é fonte de emprego e renda para milhares de pessoas em Bertioga, além de responder por grande parte da arrecadação de IPTU do Município. Sua praia, sempre limpa, é fruto de um sistema de saneamento básico, que atende todos os imóveis do empreendimento. Seu sistema de gestão ambiental é certificado pela norma internacional ISO 14001. São mais de 2,6 milhões de m² de áreas verdes, cerca de 1,5 vezes o Parque do Ibirapuera. Por tudo isto e muito mais, a Riviera é o destino de milhares de pessoas, que a elegeram como o melhor local para suas famílias. Venha você também conhecer e se encantar com este modelo de bairro sustentável, único em nosso País.