B&co 137

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Foto Kiko Masuda

30 Estreia da editoria arquitetura e decoração

Foto Vagner Dantas

34 GAPC: mão amiga no enfrentamento do câncer

E mais... Insetos 10 Ser sustentável

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Moda 52

Foto KFPress

Flashes 58 Destaques 60 Alto astral

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Celebridades em foco

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No clique

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Foto Renata Inforzato

42 As muitas culturas de Luxemburgo

Capa

Bicho-pau, inseto típico de florestas tropicais Foto Ch’ien Lee/Minden Pictures/Latinstock

Foto sxc.hu

48 O sempre bem-vindo fruto tropical

Foto Valclei Lemos

Inclusão pág. 22


Beach A

R e v i s t a

Co d o

ao leitor Foto Valclei Lemos

L i t o r a l .

ANO XII - Nº 137 - Novembro/2013 A revista Beach&Co é editada pelo Jornal Costa Norte Redação e Publicidade Av. 19 de Maio, 695 - Bertioga/SP Fone/Fax: (13) 3317-1281 www.beachco.com.br beachco@costanorte.com.br Diretor-presidente Reuben Nagib Zaidan Diretora Administrativa Dinalva Berlofi Zaidan Editora-chefe Eleni Nogueira (MTb 47.477/SP) beachco@costanorte.com.br

E mais... Diretor de Arte

Roberto Berlofi Zaidan roberto@costanorte.com.br

A trama dos

Criação e Diagramação Audrye Rotta audrye.rotta@gmail.com Marketing e Publicidade Ronaldo Berlofi Zaidan marketing@costanorte.com.br Depto. Comercial Aline Pazin aline@costanorte.com.br Revisão Adlete Hamuch (MTb 10.805/SP) Colaboração Claudio Milito, Durval Capp Filho, Edison Prata, Fernanda Lopes, Fernanda Mello, Karlos Ferrera, Kiko Masuda, Luci Cardia, Marcus Neves Fernandes, Maria Helena Pugliesi, Renata Inforzato, Valclei Lemos e Vagner Dantas Circulação Baixada Santista e Litoral Norte Impressão Gráfica Silvamarts

insetos

O que dizer dos insetos? Muitos deles picam, zunem, roem, incomodam, transmitem doenças e, até, assustam muita gente. Outros, no entanto, são reconhecidos como fofinhos, belos e encantadores. Entre a beleza e o asco, há ainda muito a se descobrir sobre a infinidade de espécies que habita o planeta. Fontes de inspiração para músicas, poesias, filmes e contos infantis, eles são essenciais para a manutenção do equilíbrio dos ecossistemas e guardam segredos de interesse direto para a medicina, indústria, alimentação e agricultura. O certo é que, enquanto gastamos litros de inseticidas, nos besuntamos de repelentes e caçamos mosquitos a tapas; ou paramos para apreciar a beleza do voo de uma borboleta, ou as cores das joaninhas nos jardins, cientistas debruçam-se em pesquisas relacionadas aos insetos, de grande interesse para a humanidade. Eles descobriram, por exemplo, que a estrutura das cores das asas das borboletas podem dar origem a cédulas e cartões de banco impossíveis de ser falsificados. Outro estudo analisa como as informações e sensações são codificadas e processadas nos neurônios do sistema visual das moscas, o que pode, no futuro, ajudar na recuperação do movimento em paraplégicos. Por falar em futuro, ele nos reserva a possível inclusão de insetos na alimentação humana. A abundância e o alto nível de proteína, vitaminas e minerais dos bichinhos justificam a iniciativa de órgãos oficiais, como a Organização das Nações Unidas para a Agricultura e Alimentação (FAO). Segundo estudos, alimentar-se de insetos é a grande opção para acabar, ou pelo menos minimizar, com a fome no mundo, já que o consumo global de carne bovina ou suína deverá dobrar até 2050. Sendo assim, o aconselhável é mudarmos nossos conceitos sobre essas criaturas, pois o que seria do ser humano sem elas? Eleni Nogueira



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Foto IPS

meio ambiente

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Insetos,

por que não comê-los? O Brasil tem a maior biodiversidade mundial de insetos. Hoje, conhecemos cerca de 90 mil, de um total estimado em 400 mil. Com tal fartura, o futuro aponta sua inclusão na dieta humana, como já acontece em muitos países. Está servido?

Por Marcus Neves Fernandes

Imagine a Baixada Santista no início do século XIX. Caso você estivesse caminhando pelas ruas da região e estivesse com fome, poderia recorrer a quituteiras que, entre outras guloseimas, ofereceriam formigas fritas ou assadas. O costume, que muitos podem até considerar repugnante, desapareceu na Baixada Santista com o passar do tempo, mas ainda é muito comum, seja na Ásia, na América Central ou no México, onde comer larvas de besouro, grilos, gafanhotos, abelhas, percevejos, vespas, escorpiões ou lagartas, é algo não só normal, como muito nutritivo. Pesquisas realizadas com larvas de-

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sidratadas de mariposas, por exemplo, demonstram que elas possuem todos os minerais necessários para o ser humano, como potássio, cálcio, zinco e fósforo, além de ser uma excelente fonte de energia: cada 100 gramas equivalem a 430 calorias. A entomofagia, nome dado ao consumo de insetos (entomo significa inseto, e fagia, comer), já faz parte inclusive de análises do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa). A ideia surgiu há cerca de 20 anos, por meio de pesquisas antropológicas com comunidades do Norte/Nordeste, que ainda mantêm a prática.

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Foto Elderth Theza

meio ambiente

“Eu não seria capaz de comer uma barata, mas já experimentei larvas de besouro fritas e achei gostoso.” Luiz Otávio Gonçalves

Mais recentemente, o Mapa passou a avaliar o trabalho do empresário mineiro Luiz Otávio Gonçalves. Criador da Nutrinsecta, empreendimento que cria e comercializa insetos comestíveis, Luiz Otávio pediu o reconhecimento do seu negócio pelo governo e a certificação de seus produtos para comercialização em todo país, obtendo a documentação, inicialmente, para alimentação animal. “Eu não seria capaz de comer uma barata, mas já experimentei larvas de besouro fritas e achei gostoso”, disse Luiz Otávio Gonçalves. “Algumas tribos do interior amazonense consomem uma larva de besouro encontrada em coquinhos. Ricas em proteína, o seu sabor lembra o do leite de coco”, afirma a entomóloga Beatriz

Ronchi, do Instituto Nacional de Pesquisa da Amazônia (Inpa). Beatriz trabalha em uma pesquisa que pretende não apenas analisar o potencial nutricional dos insetos, mas também desenvolver técnicas de criação em cativeiro. Os mais nutritivos seriam transformados em farinha. “Devido à grande resistência das pessoas quando o assunto é a entomofagia, a melhor opção para introduzir os insetos no cardápio é por meio das farinhas”, explica a pesquisadora. Para ela, os insetos são “o alimento do futuro”. São abundantes, fáceis de criar e têm alto valor protéico. É o caso da formiga cortadeira, que contém, em média, 44,6% de proteínas, contra 23% na carne de frango e 20% da de boi.

Foto Nutrinsecta

Pães de queijo preparados com o bicho-da-farinha, larvas do besouro tenébrio molitor

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Segundo o professor Eraldo Medeiros Costa Neto, da Universidade Estadual de Feira de Santana (BA), os insetos, além da grande quantidade de proteínas e lipídios, são ricos em elementos importantes como sódio, potássio, zinco, fósforo, manganês, magnésio, ferro, cobre e cálcio. Pupas de abelhas têm 18% de proteína e são ricas em vitaminas A e D. Já as do bicho-da-seda, ingeridas na forma de biscoitos na China e no Japão, possuem 90 gramas de gordura e 207 gramas de proteína em 362 gramas de matéria sólida. E os benefícios não param por aí. Costa Neto diz que eles ainda têm propriedades imunológicas, analgésicas, diuréticas, antibióticas, anestésicas e antirreumáticas. A Organização das Nações Unidas para a Agricultura e Alimentação (FAO) incentiva oficialmente a inclusão de insetos na dieta humana. Segundo Arnold van Huis, entomologista da Universidade Wageningen, na Holanda, “os insetos têm vantagens sobre animais convencionais, incluindo um alto nível de proteína, vitaminas e minerais. Além de um sabor único”, afirma. Para ele e outros pesquisadores, comer insetos será uma prática cada vez mais difundida, na medida em que o consumo global de carne bovina ou suína deverá dobrar até 2050, fazendo com que esses alimentos se tornem, pouco a pouco, artigos de luxo. A FAO afirma que, cerca de 80% dos países incluem insetos em seu cardápio, sendo que 23 dessas nações ficam no continente americano.

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Foto Nutrinsecta

Empresa tem produção mensal de aproximadamente duas toneladas de insetos para consumo animal e aguarda autorização para entrar no mercado de alimentação humana

Alimento do futuro A Nutrinsecta comercializa insetos vivos e/ou desidratados, para alimentação de diversas espécies de animais, principalmente pets (animais de estimação). Pássaros, macacos, roedores, peixes, enfim, todos aqueles que, habitualmente, ingerem insetos na natureza, beneficiam-se da inclusão desse alimento na dieta. Os insetos vivos são muito importantes para estimular fêmeas com filhotes a alimentá-los, e também para a atividade de caça, que é muito benéfica para ajudar a “quebrar” a monotonia do cativeiro. Já os desidratados, são incluídos em rações peletizadas, extrusadas e em misturas de sementes e frutas secas. Segundo o zootecnista Gilberto Schickler, o mercado da Nutrinsecta inclui a elaboração de kits escolares com insetos, pescaria, reality shows, e mais recentemente, a procura de insetos para consumo humano tem sido muito frequente nos pontos de venda da empresa. “Temos grande interesse em atender essa demanda por insetos para alimentação humana. Mas, por incrível que pareça, nosso problema hoje não é dúvida quanto ao mercado, e sim a falta do produto.” Ele diz que a produção mensal de aproximadamente duas toneladas, hoje se encontra comprometida quase em sua totalidade, em contratos fechados com fábricas de rações, e que já estão trabalhando com listas de espera para maior parte dos produtos. Gilberto diz: “Nesse momento, buscamos novos investidores, a fim de aumentar a escala de produção de insetos, e produtividade. O Brasil é um país líder em produção e desenvolvimento de tecnologia agropecuária, e enxergamos excelentes perspectivas para que o Brasil seja líder mundial também na produção de insetos comestíveis, muito antes de 2050.

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meio ambiente Diversidade e ciência

O weta gigante é o maior inseto do mundo. Ele vive na Nova Zelândia, não tem predadores e pesa 70 gramas

Zoológico de mosquitos Há diversas opções para os leigos que quiserem se aprofundar no mundo dos insetos. Além de vários livros, há blogs e até um jardim zoológico inteiramente dedicado a eles. Ele funciona no Museu do Instituto Biológico, na Vila Mariana, em São Paulo - visitas de terça a domingo, das 9h às 16 horas. Já a bióloga Sirlei Morais, que desenvolve

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pesquisas no campo de genética populacional do Culex quinquefasciatus, o popular pernilongo, criou o ‘mosquitoculex’, um blog sobre a espécie, no qual tira dúvidas e publica novidades. Mas, se o que você procura é algo, digamos, mais agradável, uma opção é o livro Borboletas, de Evoneo Berti Filho e João Angelo Cerignonido (Editora Fealq). Com linguagem

Os insetos existem há 400 milhões de anos e são tão abundantes que apenas as formigas representam 15% do peso de todos os seres vivos do planeta. E é no Brasil que está a maior diversidade de insetos: 90 mil espécies já descritas. Mas, para os cientistas, esse número deve ultrapassar os 400 mil. Descobri-los é só uma questão de tempo, paciência e pesquisa. No Brasil, um estudo feito pelo professor Dalton de Souza Amorim (USP), entre Santa Catarina e a Paraíba, descobriu cerca de mil novas espécies. Mas, apesar do grande número, a surpresa foi constatar que a fauna de insetos de áreas separadas por alguns quilômetros tem diferenças significativas de composição. “O que encontramos na Serra do Mar não é o mesmo que encontramos na Floresta Atlântica, no interior e vice-versa”. Isso se deve a barreiras geográficas, que isolam as espécies e as fazem evoluir de maneira própria. Esse fenômeno é muito comum em ilhas. Na Nova Zelândia, por exemplo, vive o weta gigante, o maior inseto do mundo. Sem grandes predadores, ele pesa mais de 70 gramas. Aqui no Brasil, quem quiser se aventurar por esse estranho mundo já tem um bom ponto de partida. Desde o ano passado, boa parte das espécies nacionais está presente no mais completo livro já lançado no país, fruto de dez anos de tra-

simples, ele mostra as espécies encontradas no estado de São Paulo e, de quebra, ensina como organizar um borboletário. Outra opção é o livro História Natural das Borboletas do Vale do Rio Quilombo. A obra, de autoria do professor do curso de ciências biológicas da Universidade Católica de Santos (Unisantos) Ronaldo Francini, está disponível para download no site da universidade.

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Fotos Valclei Lemos

No Brasil está a maior biodiversidade de insetos do planeta: 90 mil espécies já descritas, de um total que, segundo cientistas, pode chegar a 400 mil

balho, envolvendo mais de 70 cientistas. A obra, intitulada Insetos do Brasil Diversidade e Taxonomia (Editora Holos) vem preencher uma lacuna de 50 anos, já que o último livro do gênero foi lançado em 1962. De lá para cá, o número de entomólogos aumentou consideravelmente - o que, por si só, ainda não é suficiente para mudar a visão que a maioria das pessoas tem diante dessas criaturas. Para os leigos, há uma clara distinção. De um lado, os chamados insetos bons, como as abelhas e o bicho-da-seda. Do outro, os maus, tais como os pernilongos. Na verdade, porém, essa dicotomia, no estilo ‘mocinhos e bandidos’, não existe. Cada qual, até mesmo os que são vetores de doenças, tem a sua importância biológica. E mais: se todos os ‘maus’ insetos fossem extintos, os seres humanos simplesmente deixariam de existir. Os insetos, na sua essência, representam parte fundamental da complexa cadeia da vida no planeta. Eles englobam 13% de todos os seres vivos e guardam segredos de interesse direto para a medicina, indústria, alimentação, agricul-

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A ciência já catalogou cerca de um milhão de espécies de insetos e estima que devam existir perto de sete milhões. Entre os mais abundantes, estão os besouros (350 mil espécies), seguidos pelas abelhas, formigas, borboletas, moscas, mosquitos e percevejos. Com base nos registros fósseis, os primeiros insetos surgiram entre 425 milhões e 385 milhões de anos atrás. Com o tempo, eles se diversificaram em formas, tamanhos e cores.

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meio ambiente Fotos Valclei Lemos

tura e para a saúde do próprio meio ambiente. “Insetos só sobrevivem em rios ou lagos com boa oxigenação. A existência deles é sinal de que aquele ambiente está em equilíbrio”, afirma o professor Claudio José Barros de Carvalho, entomólogo da Universidade Federal do Paraná e um dos autores do livro. Essa relação funciona inclusive para aquilo que comemos. “Muitas vezes, ao ver uma lagarta numa folha de verdura, os consumidores acreditam se tratar de um indício de má qualidade do produto. Mas ocorre justamente o contrário. Na verdade, isso pode dizer que aquela folha tem pouco resíduo de agrotóxico”, explica a pesquisadora Cristiane Martins Cardoso, da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ). Não é para menos, por exemplo, que o Ibama, de forma recorrente, tenta restringir a aplicação de alguns tipos de inseticidas agrícolas. É que, ao se tentar atingir esta ou aquela praga, o tiro, por vezes, acaba saindo pela culatra. Resultado: estudos apontam que essas substâncias causam a morte de abelhas em diferentes regiões do país e do mundo. Segundo o agrônomo Quimet Toldrá, “a abelha europeia é responsável por 75% da safra mundial de frutos”. No caso das maçãs, por exemplo, calcula-se que 90% da produção dependem dessa polinização. Em outros cultivos, como o café, 60% devem-se às abelhas. Na verdade, a má-fama dos insetos está relacionada a sua presença nas cidades. Por possuir a maior diversidade de flora e fauna do planeta, o Brasil pos-

Os insetos englobam 13% de todos os seres vivos e guardam segredos de interesse direto para a medicina, indústria, alimentação, agricultura e para a saúde do próprio meio ambiente

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Fotos Valclei Lemos

Pequenas andarilhas

sui, também, uma grande diversidade de animais sinantrópicos, ou seja, as pragas urbanas. Segundo Ana Eugenia de Carvalho Campos, pesquisadora do Instituto Biológico de São Paulo (IB), as formigas lideram essa lista. Em um único hospital brasileiro, cujo nome é mantido em sigilo, foram encontradas 23 espécies de formigas, que podem contribuir para a infecção hospitalar. Ela lembra, entretanto, que as formigas são consideradas positivas aos ecossistemas, pois incorporam nutrientes ao solo e são predadoras de outras espécies, contribuindo para o equilíbrio dos ecossistemas. Por isso, explica o professor Claudio

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Foto Arquivo pessoal

Com exceção dos polos, as formigas podem ser encontradas em todos os ambientes do planeta. São tão abundantes que, se todos os animais terrestres fossem colocados numa balança, 1/10 do peso seria de formigas. Das 20 mil espécies que se acredita existirem no mundo, algumas são capazes de grandes proezas. A lava-pés, por exemplo, é uma das principais pragas invasoras no mundo. Nativa da América do Sul, ela foi objeto de um recente estudo do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos. A pesquisa demonstrou como, em um século, elas foram capazes de se deslocar pelo continente até chegar ao sul dos EUA. Dali, partiram para conquistar a Califórnia, Caribe, China, Taiwan, Filipinas e Austrália em pelo menos nove invasões distintas. Os autores acreditam que a lava-pés chegou aos seus destinos por meio de navios. Eles ressaltam que o aumento no comércio e turismo globais pode incorrer em novas invasões. Nos EUA, o prejuízo da lava-pés na agricultura é estimado em US$ 6 bilhões ao ano.

O pesquisador Dalton Souza Amorim, da USP, descobriu cerca de mil novas espécies de insetos, entre Santa Catarina e a Paraíba

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meio ambiente Fotos Valclei Lemos

Moscas e borboletas Enquanto a mosca é vista como algo nojento, prejudicial à saúde, a borboleta é símbolo de beleza, delicadeza. Mas, para a ciência, moscas e borboletas podem ensinar muito ao ser humano. Na Inglaterra, cientistas descobriram que a estrutura das cores das asas das borboletas podem dar origem a cédulas e cartões de banco impossíveis de ser falsificados, assim como uma nova classe de protetores solares mais eficazes, além de cosméticos multicoloridos, roupas com efeito camaleão e até tintas que nunca se desgastam. En-

Foto NPR.Org

“Muitas vezes, ao ver uma lagarta numa folha de verdura, os consumidores acreditam se tratar de um indício de má qualidade do produto. Mas ocorre justamente o contrário. Na verdade, isso pode dizer que aquela folha tem pouco resíduo de agrotóxico.” Cristiane Martins Cardoso, da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro

quanto isso, no Instituto de Física de São Carlos (SP), pesquisadores analisam como as informações e sensações são codificadas e processadas nos neurônios do sistema visual das moscas. “A reação de uma mosca é extremamente rápida, por isso o interesse em estudá-la”, afirma o pesquisador Lírio Onofre de Almeida. Segundo ele, esse tipo de trabalho poderá fornecer evidências para decodificar como o processamento de informações ocorre no cérebro humano. No futuro, pesquisas como essas poderão ser usadas para recuperar o movimento em paraplégicos.

José, não se pode generalizar, transformando insetos em sinônimo de coisa ruim. “O estudo dessas criaturas é de suma importância para o país, seja no aspecto urbano ou não. Nesse sentido, o novo livro permite atrair novos pesquisadores para a área da entomologia.” Apesar de ser uma obra direcionada a pesquisadores, Claudio José afirma que ele pode ser útil aos professores do ensino médio. “O livro traz 1.700 imagens, entre gráficos, ilustrações e fotos, com informações gerais sobre aspectos comuns a todas as espécies, além de dados sobre biodiversidade, distribuição geográfica e orientações para coleta e estudo desses animais.”

Pesquisas realizadas com o cérebro das moscas, podem, no futuro, ser usadas para recuperar o movimento em paraplégicos

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inclusão

Trilha sensorial em plena Mata Atlântica Uma grata surpresa no vilarejo Prainha Branca, em Guarujá, é um jovem de apenas 15 anos, exemplo de superação, e que divide a emoção do contato com a natureza com portadores de deficiência visual

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A Prainha Branca, localizada no Guarujá, na Serra do Guararu, uma área de proteção ambiental, possui vários encantos: a natureza, a tranquilidade e uma bela história de superação. Entre os pouco mais de 500 moradores do local, encontra-se Miguel Almeida Flávio, 15 anos, o primeiro e único (por enquanto) monitor ambiental com deficiência visual credenciado em trilha sensorial no país. Apresentando, desde bebê, uma baixa visão decorrente de toxoplasmose, Miguel enxerga apenas 10% com o olho direito e 5% com o esquerdo. O que, no entanto, não o impede de ir à escola, jogar futebol, surfar e transmitir os seus conhecimentos sobre Mata Atlântica às crianças com deficiência visual total, durante os passeios que monitora, na trilha de acesso à Prainha Branca. Nascido e criado no local, o jovem conhece como ninguém a região e tem sensibilidade suficiente para entender o seu público. O passeio começa a partir do portal da Sociedade Amigos da Prainha Branca, ao lado da travessia de balsas Guarujá-Bertioga, no final da rodovia Ariovaldo de Almeida Viana (SP61), também conhecida como rodovia Guarujá-Bertioga. O percurso determinado para o passeio, com 40 metros de extensão, é percorrido pelos visitantes com o apoio de uma corda marcada com nós. Cada nó significa uma parada, oportunidade em que Miguel oferece uma informação específica sobre aquele trecho, como dar atenção ao musgo presente nas pedras, os diferentes tipos de formação rochosa e de folhas, a existência de uma toca, possivelmente utilizada por animais mamíferos, abundantes no local. O contato com esses elementos é feito por meio do toque e de outros sentidos, como o olfato, para apreciar o perfume das flores e do mato, e da audição, para identificar o canto dos pássaros ou o som provocado pelo pisar nas folhas secas no chão. “Para muitas crianças, a trilha sensorial é

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Fotos Valclei Lemos

Por Fernanda Mello

Percurso é feito com o apoio de uma corda marcada com nós. Cada nó significa uma parada para informações e identificação dos elementos citados

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inclusão A iniciativa é uma das 192 finalistas do Prêmio da Fundação Banco do Brasil, entre 1.011 concorrentes. Em dezembro, a Fundação anunciará as 30 melhores propostas

seu primeiro contato com a natureza na vida. Pela deficiência, elas não saem muito de casa, seus pais têm medo que se machuquem”, diz Miguel. Esta é uma realidade que o monitor desconhece. Foi criado solto no pequeno vilarejo, livre para desenvolver habilidades, como jogar futebol, uma de suas atividades preferidas. “No futuro, quero continuar monitor ambiental ou ser jogador de futebol”. Torcedor do Corinthians, Miguel é lateral-direita no time da sua comunidade e adora disputar campeonatos. Também luta jiu- jítsu e pratica surfe nas ondas em frente à sua casa. “Até hoje, a baixa visão não me impediu de fazer nada”. A única dificuldade encontrada é na escola. Nem todos entendem o seu problema, e o acesso ao material didático adaptado é difícil. Para conseguir ler, ele precisa de textos com letras bem maiores que o padrão normal. Nestas horas, conta com a

ajuda da mãe Claudenice Almeida Flávio, que resume o conteúdo e o adapta para que o filho consiga se preparar para as provas. “Como o Miguel faz tudo, tem gente que não acredita em sua deficiência, acha que é preguiça”. O garoto está no 9º ano do ensino fundamental. Miguel e Claudenice fazem parte do Programa Turismo de Base Comunitária, desenvolvido pela prefeitura de Guarujá, e que consiste na formação de moradores das localidades para a monitoria ambiental. Claudenice coordena o grupo da Prainha Branca. A iniciativa municipal é uma das 192 finalistas do Prêmio da Fundação Banco do Brasil, entre 1.011 concorrentes. A formação de Miguel para a trilha sensorial e dos demais moradores para as trilhas normais chamou a atenção dos técnicos da instituição. O projeto inclui as comunidades do Jardim Progresso, Santa Cruz dos Navegantes, Góes, Ponta da Armação, Perequê e Sítio Cachoeira. Desde 2010, a Secretaria de Turismo, com o apoio de parceiros, capacitou 135 pessoas para a monitoria ambiental, entre crianças e adultos. Em dezembro deste ano, a Fundação anunciará as 30 melhores propostas. Os contemplados receberão verba para incrementar os projetos premiados. “Para nós, o que importa é que o programa tornou-se referência em tecnologia social. Pode ser replicado em outras comunidades do Brasil, gerando trabalho e renda à população”, destaca Sílvia Regina Cabral, diretora de Planejamento Turístico e Estratégico de Guarujá. Já se estuda a ampliação da trilha sensorial para pessoas sem deficiência visual. O público seria vendado para dedicar mais atenção a outros atrativos, que ficam em segundo plano quando a visão funciona plenamente.

Miguel em sua primeira monitoria, logo após a formatura, em 2010

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Fotos Valclei Lemos

Na trilha de acesso à Prainha Branca (acima) é comum avistar muitos animais silvestres, como bichos-preguiça e pássaros

A cereja do bolo A Prainha Branca faz parte da Serra do Guararu, considerada área de proteção ambiental e tombada pelo Condephaat (Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Arqueológico, Artístico e Turístico). A região, localizada a 27 quilômetros do centro de Guarujá, representa uma das últimas porções de dimensões significativas - tem 25,6 km² de Mata Atlântica, em bom estado de conservação. A serra apresenta praias, mangues, restinga e sítios arqueológicos. A vegetação, rica em palmito-juçara, funciona como ninhal para tucanos, pica-paus e gaviões de várias espécies. A trilha sonora fica por conta de tiês-sangue, saíras-de-sete-cores e maritacas. Embora não exista um estudo específico sobre a área, é comum a aparição de tamanduás-mirins, bichos-preguiça, veados, pacas, tatus e gambás, além de centenas de espécies características da Mata Atlântica. O trecho de praia da Prainha Branca possui 1.350 metros de extensão e é bastante conhecida pelos surfistas devido à qua-

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inclusão

Procissão anual, em dezembro, homenageia N.S. da Conceição Aparecida, a padroeira da Prainha Branca

lidade das ondas na ponta esquerda; já os banhistas preferem o mar calmo do canto direito. De fácil acesso, sua trilha, de cerca de 2 km, propicia momentos de caminhada agradável em meio à Mata Atlântica, ar puro e belas paisagens. Entre 25 e 30 minutos de caminhada, chega-se à comunidade da Prainha Branca, cuja formação deu-se em 1810, época em que seus fundadores viviam da pesca e da plantação. Os descendentes destes primeiros moradores já não vivem da pesca; apenas três famílias ainda mantêm o difícil ofício, em tempos de escassez de pescado. As demais trabalham no comércio local, nas cidades vizinhas e também se dedicam ao ecoturismo, como Claudenice. “Fazemos questão de preservar a cultura de nossos antepassados”, explica a monitora ambiental. En-

tre as tradições mantidas estão as festas da Tainha, em julho, da Primavera, em outubro e da santa padroeira Nossa Senhora da Conceição Aparecida, em dezembro. O vilarejo possui pousadas, campings, restaurantes e bares. O Cantinho do Pão, ao lado do campo de futebol, assa o famoso pão de cenoura, muito procurado pelos surfistas. A receita de Dona Conceição, avó de Miguel, é guardada em segredo. “Fazemos esse pão há mais de 20 anos. Tem gente que encomenda ao chegar e, quando sai da praia, passa aqui e leva.” Serviço: agendamentos para as trilhas da Prainha Branca, sensorial e normal, podem ser feitos com Claudenice Almeida Flávio, pelos telefones (13) 99709 1141 ou (13) 3305 6119.

Miguel e sua mãe Claudenice fazem parte do Programa Turismo de Base Comunitária

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arquitetura & decoração

Sob as bênçãos do sol e do mar

Por Maria Helena Pugliesi

A poucos passos das areias da Riviera de São Lourenço, em Bertioga, um apartamento projetado e decorado para iluminar a vida de um casal paulista e de suas três jovens filhas, nos finais de semana

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Quatro anos atrás, a empresária Eliana e o advogado Renato Bruno se encantaram com a Riviera de São Lourenço. “Já tínhamos casa numa praia movimentada do litoral paulista, mas a insegurança de passear a pé e a falta de limpeza urbana nos desagradavam. Quando, em 2009, viemos visitar uns parentes na Riviera de São Lourenço, adoramos o que vimos. O lugar era perfeito, ideal para nossas três filhas jovens, que gostam de sair à noite”, lembra Eliana. O casal logo encontrou o que queria: uma cobertura, no sexto andar de um pré-

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Fotos Kiko Masuda

Móveis claros e de visual leve realçam a proposta descontraída e acolhedora da decoração da sala de estar e do home theater

dio pertinho da areia. Na linha do horizonte, entre o céu e o mar, o apartamento é enriquecido por janelas que expõem um visual de tirar o fôlego. “A paisagem é tranquila e restauradora, mas o melhor é poder dar uma espiada nas meninas quando elas vão aos luais, que costumam acontecer na praia aqui em frente”, diz a mãe. Para conquistar esse lugar de sonho, os proprietários chamaram o arquiteto Toninho Noronha, ainda na construção do prédio. “Foi ótimo pegar o projeto nessa fase da obra. Pudemos fazer mudanças estruturais

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que deram mais personalidade aos ambientes”, explica o profissional, com escritório na capital paulista. Entre as áreas reformadas está a enorme varanda que circunda todo o imóvel de 400 m². Ali, a piscina foi remanejada: em novo tamanho e formato, ela agora fica em frente ao living, aumentando a interação entre os espaços interno e externo. O piso único de granito aqualux, com acabamento serrado, também reforça a união de salas, cozinha e cantos de lazer. “O Toninho acertou em cheio transformando o terraço numa extensão do estar. A piscina é o coração do nosso apartamento. No calor, até mesmo de noite, gostamos de reunir os amigos em torno dela, em encontros descontraídos, como pede o verão”, fala Eliana. Espreguiçadeiras, pufes e cadeiras-diretor, intercalados por graciosas luminárias de acrílico na cor laranja convidam a boas horas ao ar livre. Com pé direito alto, de 4,30 m, e amplos panos de vidro, que vão do teto ao piso, o estar é luminoso, emoldurando a bela paisagem litorânea. “A vista é privilegiada, mas quando o sol invade, as telas rolô solares e as cortinas de linho branco ajudam a amenizar o calor”, fala o arquiteto Renato Andrade, que também colaborou no projeto. Para priorizar os tons branco, turquesa e laranja, o mobiliário de design atual realça as características principais de uma boa

Rodeada por espreguiçadeiras e pufes, a piscina oferece uma gostosa área de convívio para a família e os amigos

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Fotos Kiko Masuda

arquitetura & decoração

Todos com vista para o mar, cada quarto ganhou uma cor. No do casal (acima), impera o turquesa e nos das filhas o lilás e o rosa

decoração praiana: beleza e praticidade. Dessa forma, todos os estofados têm capas de chino washed, tecido que pode ser lavado em casa. Os móveis também priorizam materiais que não exigem mais do que um pano úmido para ficarem limpos. As mesinhas de centro desenhadas por Toninho e a mesa de jantar são de laca e os aparadores de vidro. No piso, os tapetes kilim são fáceis de varrer. “A manutenção é bastante simples, mesmo assim, tenho minhas regras”, brinca a dona do apartamento, que não deixa ninguém entrar com os pés sujos de areia, muito menos sentar nos sofás com trajes molhados. Outro xodó de Eliana é o home theater, onde ela e o marido assistem seus DVDs enquanto as filhas curtem as baladas da Riviera. Duas confortáveis chaises voltadas para a TV fixada no atraente painel de madeira de demolição, e um aparador laqueado, que também tem função

Luminárias Copper Shade, do designer inglês Tom Dixon, e quadro do artista plástico Marcus Vinicius embelezam a sala de jantar

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de bar, compõem a decoração do ambiente. Na área íntima, cada um dos quatro quartos ganhou uma cor diferente. “Elas representam as preferências de seus donos”, conta Toninho. No do casal, impera o turquesa, no da filha Maiara (26 anos), o verde, e nos das adolescentes Roberta (14) e Thais (18), lilás e cor-de-rosa. A decoração enxuta - afinal são os cômodos menos usados deste apartamento - não abriu mão do capricho. Todos os móveis e o enxoval foram feitos sob encomenda, em medidas e padronagens exclusivas. “Quem tem filhos jovens sabe como é difícil fazê-los nos acompanhar nas férias ou nos finais de semana. Com esse apartamento, as coisas se tornaram muito mais fáceis. As meninas adoram o alto astral da Riviera e têm o maior orgulho de trazer os amigos para cá”, festeja a mãe. Piscina: Casual Móveis • Cortinas: Kika Chic • Mesa do jantar: Dpot • Tapetes: By Kamy • Home theather: Interni • Tecidos: JRJ


Foto Vagner Dantas

saúde

Amor alegria

e ajudam no combate ao câncer 27 de novembro é o Dia Nacional de Combate ao Câncer, doença bastante difícil de ser enfrentada, mas que, graças ao apoio de instituições, funcionários e voluntários abnegados, pode ser encarada com mais leveza e otimismo

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Por Fernanda Mello

Entre as metas do GAPC está a compra de um turbilhão e de cadeira especial para a fisioterapia

Fotos Vagner Dantas

É com o carinho dos 37 voluntários e 11 funcionários que os cerca de 450 portadores de câncer atendidos mensalmente pelo Grupo de Assistência aos Portadores de Câncer (GAPC Santos) ganham fôlego para viver a cada dia. A entidade sem fins lucrativos estende a mão aos pacientes do SUS (Sistema Único de Saúde) de toda a Baixada Santista, em qualquer idade e tipo de câncer. Na instituição fundada há cinco anos, crianças, homens e mulheres encontram gratuitamente atendi-

Entidade oferece diversos serviços gratuitos, como acompanhamento nutricional e fisioterapeuta. Na página ao lado, o baile do Outubro Rosa

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saúde ali encontrou sua salvação. “Em 2011, depois que fiz a cirurgia para a retirada de parte do fígado, a médica me falou do GAPC. Procurei por causa da terapia, pois estava muito desanimada, querendo desistir do tratamento”. Tomando quimioterapia via oral, Hélia conta que hoje não acreditam quando diz que tem câncer. “Virei outra pessoa. Aqui encontrei solidariedade e amigos que passam pelo mesmo problema que eu e que me entendem. Estou feliz”. Depois do susto de descobrir um tumor maligno na mama e de passar por cirurgia, quimioterapia e radioterapia, a assistente de logística Maria Eduarda de Oliveira, 42 anos, encontrou no grupo o apoio que precisava para se manter bem. “Esse espaço é fundamental para a minha recuperação. Eu trabalhava muito e, de repente, foi difícil ter que parar com tudo para cuidar da minha saúde. Então, aqui me mantenho

Foto Vagner Dantas

“Aqui encontrei solidariedade e amigos que passam pelo mesmo problema que eu e que me entendem. Estou feliz.” Hélia Aparecida

mento social, jurídico e odontológico, fisioterapia e outras terapias, cursos, atividades de lazer e, acima de tudo, amor e compreensão. Esses sentimentos estão por trás da história da instituição. Um dos fundadores teve um doente na família e sentiu a dificuldade para enfrentar o mal, mesmo contando com recursos financeiros. Colocando-se no lugar do próximo, ele pensou como seria passar por tudo aquilo com situação financeira desfavorável. Foi assim que, com um grupo de amigos, criou o GAPC, presente em Santos, Registro, Guarulhos e Belo Horizonte. Além dos pacientes, seus familiares também são assistidos. “Estamos aqui para impulsionar a qualidade de vida deles, e para que enfrentem a doença com dignidade”, explica Rubia Uliana, relações-públicas do grupo santista. A auxiliar administrativa Hélia Aparecida de Limeira Dias, 32 anos, diz que

Refeitório onde é saboreado o cardápio, feito com amor e cuidados específicos

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Fotos Vagner Dantas

Cantinho especial de apoio aos portadores de câncer conta com variados ambientes de aconchego, como as salas de convivência, das perucas e de repouso, além de um brechó

ativa, me distraio e fico em equilíbrio.” A criação de vínculos entre usuários, funcionários e voluntários é tão vital quanto o tratamento e beneficia a todos, especialmente os voluntários. Glória Maria, ex-paciente de câncer de mama, colabora dando aulas de pintura em tela e tecido. “Já passei por tudo isso e sei como é importante ter o apoio dos familiares e de amigos. Graças a Deus, estou aqui para contar essa história.” As voluntárias Marlene Pereira de Oliveira e Iza Cesário também vivenciaram o câncer de perto por meio de familiares e, por isso, dedicam-se aos pacientes do GAPC. “Aqui somos uma

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"Aqui me mantenho ativa, me distraio e fico em equilíbrio.” Maria Eduarda

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Foto Vagner Dantas

saúde

As voluntárias Marlene Pereira, Glória Maria e Iza Cesário

Todos juntos Todo o apoio à instituição é bem-vindo. O GAPC realiza constantemente campanhas para atender às necessidades dos pacientes. Alguns precisam de complementação alimentar, cestas básicas, fraldas, brinquedos, leite, muletas, cadeiras de rodas e roupas. Estas também vão para o bazar, cuja renda é revertida para a instituição. Entre as metas do GAPC está a compra de um turbilhão e de cadeira especial para incrementar a fisioterapia. Juntos, os dois equipamentos custam aproximadamente R$ 9 mil. Antes de associar-se à entidade, Rubia explica que o melhor caminho é conhecer o trabalho realizado.

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Em Santos, o endereço é Av. Senador Feijó, 632, Vila Mathias, com funcionamento de segunda a sexta-feira das 8h às 17 horas. O site é o www. gapcbrasil.org.br, e o telefone (13) 3035 2550. Já pacientes interessados no atendimento devem agendar uma entrevista com a assistente social pelo telefone (13) 3345 7009 e levar os seguintes documentos: biópsia e relatório médico com CID, encaminhamento médico ou da assistência social, comprovante de residência, RG e CPF, RG do acompanhante (se necessário), carteirinha do hospital, comprovante de renda, carteira profissional, receitas médicas e nutricionais e cartão do SUS.

família”, diz Marlene. “Sinto-me útil e valorizada, porque eles reconhecem nosso trabalho. Acho que ganho mais do que dou”, conta Iza. No GAPC, conta a relações-públicas Rubia, comemoram-se todas as datas. No mês passado, o Baile Rosa serviu para lembrar o Outubro Rosa, mês de prevenção e cuidados contra o câncer de mama. Reunindo pacientes, funcionários, voluntários e colaboradores, o evento promoveu uma tarde animada de música, diversão e lanches gostosos - com direito a desfile entre as mulheres. A próxima festa será a do Natal. A cada 15 dias, os frequentadores também recebem cuidados de beleza com serviços de cabeleireiro e manicure, fundamentais para manter elevada a autoestima, também exercitada durante as oficinas, nas quais é grande a gama de perucas e acessórios como lenços e faixas para a cabeça.

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ser sustentável

Nadismo Que tal ter mais tempo para não fazer nada? A ideia não é parar o mundo, mas deixar que os conceitos sustentáveis sejam cada vez mais a essência de um novo mercado

Por Marcus Neves Fernandes

Janeiro, fevereiro, março, abril, maio, junho, julho, agosto, setembro, outubro e novembro. Lá se foi quase o ano. Desculpe se deixo uma sensação desagradável, mas, da forma como o sentimos, o tempo corre como nunca. Voa. E pior: deixa-nos com a impressão de que está cada vez mais rápido. A ciência nos diz que isso é reflexo de nossos afazeres. Mais e mais compromissos, um dia que, para muitos, deveria ter 25, 28, 30 horas - só para chegar à conclusão de que é necessário mais tempo. Esse é o seu caso? Resigne-se. É o nosso caso. Para alguns pensadores (de ontem e de hoje), a humanidade precisa encontrar um ritmo, digamos, mais lento. Os gregos já propunham, e até colocavam em prática, o ócio. Aristóteles dizia que ele era indispensável ao desenvolvimento das qualidades morais e à prática das atividades políticas. É óbvio que boa parte dessa ‘folga’ vinha da

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exploração do trabalho escravo, o que invalida o meio, mas não a filosofia em si. Afinal, a palavra ócio tem origem no mesmo termo do qual também deriva a palavra escola. Para os gregos, assim era o ócio produtivo. Hoje, com o crescimento da noção de consumo versus recursos naturais, muitos pesquisadores e filósofos entendem que é preciso, em certo aspecto, ter mais tempo para não se fazer nada. É controverso dizer isso, pregar tal ideia então, nem se fale. Mas há até renomados economistas que veem a necessidade de um mercado com menos sanha, mais equilíbrio. A ideia não é parar o mundo, mas deixar que os conceitos sustentáveis sejam cada vez mais a essência desse mercado. Falando assim, parece simples, mas não é mesmo. As últimas gerações nasceram e vivem sob a égide do consumo. Seria necessário outro raciocínio, que privilegias-

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se o conteúdo e não a forma. Os custos dos produtos precisariam ser calculados com base no comprometimento futuro dos recursos, as ações cotidianas balizadas mais pela necessidade do que pelo desejo. Parece um mundo chato? Pode até parecer, mas é muito mais racional e tranquilo do que o que vivenciamos. É uma realidade que permite mais do que cobra, sem que isso se confunda com vagabundagem. É uma defesa por valores mais duradouros, cidadania plena, justiça social de fato. Dizem alguns especialistas, por outro lado, que tal realidade é um mito. Estamos encerrados e enredados em uma trama da qual não nos libertaremos assim tão facilmente. A equação é produzir e ganhar e acumular. E poucos estariam dispostos a abrir mão disso.

Não concordo. Pelo simples fato de que o atual enredo dessa novela já mostra sinais de cansaço, desgaste, irritação. Ela se materializa em um pouco de tudo ao nosso redor, das massas que vão para as ruas ao modelo caótico de nossos deslocamentos. Mas não sejamos tolos. Qualquer modificação no status quo é traumática. Mesmo que ela encontre eco para se expandir nos dias em que vivemos, dias que se desfazem por entre nossos dedos, sem que tenhamos tempo para filhos, amigos, família ou, porque não, se deixar ficar. Há quem sinta culpa só de pensar em não fazer nada! O que essas novas vozes do mercado e da sociedade almejam não é deixar de trabalhar, de conquistar novos avanços na saúde, nos transportes, na educação ou em qualquer outra de nossas mazelas. O que muda são as prioridades. Pense assim: se o seu filho lhe dissesse estar em dúvida se quer ser artista ou engenheiro, qual das duas alternativas mais lhe agradaria? A maioria dirá engenheiro, pois identifica como algo mais seguro, de mais futuro. Mas, o que as grandes consultorias do setor vêm identificando, é o contrário. Não que o engenheiro deixará de ter o seu espaço, mas, dentro dessa nova visão, que muitos chamam de economia criativa, as profissões capazes de inovar, aproveitando o diferencial local de cada povo, suas singularidades culturais, terão cada vez mais espaço no mercado. Grandes corporações já adotam essas novas configurações, seja por meio de espaços de trabalho totalmente diferentes dos sisudos escritórios, seja por meio de trabalhadores que não mais se prendem aos horários e ritos pré-estabelecidos. Quem melhor souber aproveitar essa tendência, com certeza estará mais apto a esse hipotético mundo novo, onde as soluções são fruto, acima de tudo, da capacidade de gerar riquezas culturais e sociais, para, aí sim, transformarem-se em riquezas econômicas, as quais tenhamos tempo para aproveitá-las.

*O autor é jornalista especializado em desenvolvimento sustentável

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internacional

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Foto Renata Inforzato

Caldeirão de culturas

em um miniterritório Luxemburgo, capital do ducado de mesmo nome, é uma cidade peculiar, dado o contraste entre sua arquitetura milenar e um modo de vida moderno e cosmopolita

Por Renata Inforzato Em meio a castelos medievais intactos e ruínas de antigas construções datadas de mais de mil anos, Luxemburgo segue apressada no ritmo dos muitos povos que a habitam. Basta parar cinco minutos em alguma esquina para escutar vários idiomas, falados por pessoas num constante e frenético vaivém, grande parte delas a trabalho em um dos muitos bancos da cidade. A característica multicultural do lugar deve-se a sua história, iniciada na época do Império Romano. Seu desenvolvimento começou nos anos 900, quando o conde Sigefroid construiu um castelo, chamado Lucilinburhuc, no rochedo de Bock. Nos séculos seguintes, ele foi aumentado com a construção de um subterrâneo e uma muralha com torres e portas fortificadas. Em 1354, o imperador germânico Carlos IV transformou Luxemburgo em um ducado. Seu meio-irmão Wenceslas assumiu o local na condição de primeiro duque. Ao final da Idade Média, a cidade contava com mais de cinco mil habitantes. E aí começa o perío-

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Cenário ímpar das construções às margens do rio Alzette

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internacional Fotos Renata Inforzato

Kirchberg, um bairro moderno e verde; ao centro, a avenida da Liberdade, aberta no começo do século XX e, abaixo, destaque para a harmonia entre as construções e os rochedos

do mais curioso, e que vai dar a característica atual: do século XIV ao século XIX, Luxemburgo passou pelas mãos de franceses, austríacos, espanhóis, holandeses e alemães. Só os franceses, por exemplo, apoderaram-se do lugar nada menos do que três vezes. Em 1839, dois terços do território do ducado foram cedidos à Bélgica pelo tratado de Londres (a Bélgica havia conquistado a independência em 1830), cujas fronteiras são mantidades até hoje. Luxemburgo tornou-se um Gran Ducado independente, e foi ocupado pelos alemães durante as duas Grandes Guerras. Na década de 1970, instalaram-se bancos e instituições financeiras. Em 1985, o ducado assinou o tratado de Schengen, e passou a fazer parte da União Europeia. Ali se concentra a parte financeira da UE, principalmente no bairro moderno de Kirchberg. Luxemburgo tem cerca de 3 mil quilômetros quadrados, ou duas vezes a cidade de São Paulo, e 500 mil habitantes (censo de 2010). Mas, por causa de suas instituições financeiras, atrai trabalhadores de mais de 150 países, pois é um lugar aberto à cultura estrangeira. Isso faz de Luxemburgo, capital do ducado, uma cidade extremamente cosmopolita. A língua oficial é o luxemburguês, símbolo da resistência durante as ocupações alemãs. Mas o francês é o mais falado, e também o alemão. Várias pessoas vivem em Luxemburgo, mas trabalham em países vizinhos, como França, Alemanha e Bélgica. Andar pelas ruas da capital é conhecer um pouco da cultura de todas as nacionalidades que dominaram o ducado. Há uma convivência harmônica entre a arquitetura francesa, a germânica, belga, holandesa, entre outras. Há construções da época medieval, que

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Fotos Renata Inforzato

No alto do rochedo de Boch, a imponência da cidade alta, a área mais antiga da capital. Ao lado, detalhes da arquitetura em estilo medieval convivem lindamente ao lado de palacetes estilo Luis XV, de edifícios estilo art nouveau e até com arquitetuta contemporânea. A gastronomia segue o mesmo caminho. Não há um prato típico de Luxemburgo. Porém, é possível encontrar ali uma gastronomia internacional. E outra curiosidade: a quantidade de restaurantes portugueses é bem grande. Isso porque, boa parte dos imigrantes no ducado é composta por trabalhadores vindos de Portugal. Eles atuam principalmente em construção civil e hotelaria. Assim, há grande chance de falar e ouvir português no hotel. A cidade de Luxemburgo, assim como todo o ducado, é um destino relativamente barato, se comparado com outras capitais europeias. Isso porque, o governo faz questão de manter o lugar protegido do boom especulativo do turismo. O objetivo é preservar a identidade do ducado, ainda que multicultural.

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internacional Fotos Renata Inforzato

Ruínas da antiga muralha e fortaleza, que, como a cidade, são frutos de muitos estilos e nacionalidades

O que visitar

Apesar de se localizar no norte da Europa, as temperaturas de Luxemburgo não são extremas. No verão, a média fica em torno de 20 graus. E no inverno raramente faz temperatura abaixo de zero. Quase não neva. Para chegar ao ducado, a melhor maneira é a partir de Paris. A viagem de trem dura duas horas e chega bem ao centro de Luxemburgo. Mais informações www.sncf.com

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A cidade alta - A área mais antiga da capital é a que fica no rochedo de Boch. Nela, há o antigo castelo-fortaleza, no qual é possível visitar os subterrâneos. É nessa parte, também, que estão os edifícios do governo, que utilizam as construções em estilo Luis XV. Ponte Adolphe - Nome do duque que governou Luxemburgo de 1880 a 1905. Ela foi terminada em 1903. Tem 150 metros de comprimento e simboliza a urbanização na pós-revolução industrial. Casemates du Bock - Fazem parte das ruínas do castelo, erguido na Idade Média e reformado várias vezes ao longo dos séculos. Essa área faz parte das construções feitas pelos austríacos no século XVIII. São 23 km de subterrâneos que foram utilizados até mesmo pelos alemães durante a Segunda Guerra. Palácio Grand-Ducal - Construído no século XV, possui belas fachadas e salas muito bem decoradas. É a antiga prefeitura e onde hoje acontecem eventos oficiais

e comemorações. Apesar de o grão-duque Henri (que está no poder desde 2000) ainda morar lá, o palácio pode ser visitado quando não há eventos. Museu Nacional de História da Arte Mostra aspectos do país desde a época da pré-história até os dias de hoje. Há um prédio principal, inaugurado em 2002. Já a parte de artes populares funciona em antigas casas dos séculos XVII e XVIII. Rio Alzette - Um passeio que vale muito a pena. Fica na cidade baixa e parece cenário de contos de fadas ou de cartões postais. As margens do rio são repletas de pequenos restaurantes e igrejas que parecem miniaturas. Kirchberg - É o bairro moderno, que começou a ser urbanizado em 1966. Quando Luxemburgo assumiu sua vocação de centro financeiro e uma das capitais da União Europeia, vários bancos e escritórios passaram a se instalar ali. É um passeio completamente diferente. Difícil acreditar que se está em uma cidade milenar.

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gastronomia

Foto Rita Juliana

Coco,

maravilha tropical De antigo vilĂŁo das dietas restritivas Ă vedete do momento, o refrescante fruto tem muito a oferecer, tanto em sua forma natural, quanto aplicado em receitas doces ou salgadas

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Por Fernanda Lopes O bom e conhecido coco. Dele se extrai a água, a polpa (e seu leite), a casca (para a fabricação de fibra, em substituição ao nada sustentável e, atualmente proibido, xaxim) e o óleo - que tem sido apontado como emagrecedor. Provavelmente os portugueses colonizadores desconheciam tantas qualidades, mas, ainda bem, souberam unir o coco com o açúcar obtido da cana como ninguém, transformando-o em matéria-prima para inúmeros quitutes, hoje, grandes clássicos da gastronomia nacional. É um fruto polêmico. Até pouco tempo, foi considerado como um vilão das dietas restritivas em calorias. Tido como gorduroso, era evitado. Agora, está na moda. Estudos recentes mostram que sua gordura, na verdade, é boa para a saúde, rejuvenesce e, com moderação, pode até ajudar a emagrecer. “É uma fruta que não contém colesterol e suas gorduras atuam de maneira positiva no organismo”, diz a nutricionista Tatiana Branco. Sobre a nova onda de consumo do seu óleo a nutricionista diz: “O óleo é um derivado da massa do coco. Em uma pesquisa realizada pela Universidade de Columbia (EUA), os partici-

Água - É conhecida por ser um potente hidratante e repositor de sais minerais e eletrólitos. Produto extraído do coco verde, é bastante consumido nas regiões litorâneas de todo país. Corresponde a aproximadamente 25% do peso do fruto, e sua composição básica apresenta 93% de água, 5% de açúcares, além de proteínas, vitaminas e sais minerais. É uma bebida leve, refrescante e pouco calórica, e apresenta, em média, 20 calorias/100ml. A água de coco industrializada não é igual à natural, algumas têm mais açúcar e todas contêm conservantes. Quando possível prefira a natural e sempre atente para a higiene do local. Farinha - Obtida a partir do processo de secagem da polpa do coco e retirada Beach&Co nº 137 - Novembro/2013

da gordura, a farinha de coco é um pó muito similar na consistência à farinha de trigo. Contém cerca de 30% mais fibras que a farinha de trigo, o que torna seu índice glicêmico baixo (demora mais para aumentar o açúcar sanguíneo depois que comemos). É um alimento de fácil digestão e não contém glúten, o que a torna boa opção para os celíacos. Leite - Extraído a partir do coco previamente seco e flocado, é reidratado nas indústrias e prensado para extração do líquido. Versátil, pode ser adicionado na preparação de doces e salgados, e para os veganos, é uma opção de leite vegetal para consumir, em substituição à soja, por exemplo. Como o leite de coco produzido no Brasil é mais encorpado, o ideal é diluí-lo com uma parte de água, se for con-

Foto sxc.hu

Produtos extraídos do coco

pantes que ingeriram acabaram emagrecendo mais do que o esperado. Ele é antioxidante, mas ainda são necessários mais estudos.” Os quatro minerais que fazem parte da composição do coco são o potássio, o sódio, o fósforo e o cloro. Em nosso organismo, o potássio e o sódio são essenciais no transporte de nutrientes e água para dentro das células. O fósforo converte proteínas, carboidratos e gorduras em energia, além de atuar no sistema nervoso, ajudando a prevenir a perda da memória. O cloro, em conjunto com os outros nutrientes, controla a entrada e a saída de líquidos no organismo e colabora na formação de sucos gástricos. Além disso, há as fibras, que auxiliam no bom funcionamento do intestino, ajudam a reduzir a absorção da gordura e provocam sensação de saciedade, o que evita ataques constantes à geladeira. Como escolher: procure os que contêm mais água e que são mais pesados para o tamanho. Além disso, dê batidinhas na casca: se estiver fresco, o som é mais estridente. O coco verde deve conter bastante água - verifique chacoalhando, antes de comprá-lo.

sumi-lo puro. Por ser derivado de uma fruta gordurosa, é preciso cuidado no consumo excessivo, para não engordar e nem alterar as concentrações de gorduras no sangue e fígado. Algumas indústrias já oferecem variedades com diferentes teores de gordura (9%, 18%, 25%). Fonte: Tatiana Branco 49


gastronomia Receitas Produção e fotos Fernanda Lopes

Arroz especial Ingredientes 2 colheres (sopa) de azeite de oliva; 1 cebola média picada; 2 dentes de alho amassados; 2 xícaras (chá) de arroz; 500 ml de água de coco; 1 xícara (chá) de água fervente; 2 colheres (chá) de sal; 1 pimentão vermelho pequeno e picado em cubinhos; 300 g de carne seca dessalgada, aferventada e desfiada em lascas; 2 colheres (sopa) de salsa picada; 12 minimilhos cozidos al dente; azeitonas e pimenta dedo-de-moça picada para enfeitar.

Cookies de coco Ingredientes 2 xícaras (chá) de farinha de trigo; 1 xícara (chá) de açúcar; 2 ovos grandes; 100 g de manteiga (temperatura ambiente); 1 colher (chá) de fermento em pó; 1 colher (chá) de essência de baunilha; 1 pitada de sal; 100 g de chocolate bem picado ou gotas de chocolate; 100 g de coco ralado úmido e adoçado; raspas de meio limão. Preparo Em uma tigela, coloque, nesta sequên-

Preparo Em uma panela média, aqueça uma colher (sopa) de azeite e doure a cebola e o alho. Junte o arroz, a água de coco, a água e o sal. Cozinhe, com a panela parcialmente tampada, em fogo baixo, por 20 minutos ou até secar. Reserve. Em uma frigideira, aqueça o azeite restante e refogue o pimentão e o minimilho. Junte a carne seca e mexa. Junte os outros ingredientes e o arroz cozido. Misture. Enfeite com azeitonas, pimenta dedo-de-moça picada e salsinha picada. Rendimento: 4 porções.

cia: a farinha, o açúcar, o fermento, o sal, a manteiga, os ovos, coco ralado, as raspas de limão e a essência de baunilha. Misture bem. Faça bolinhas com a massa do tamanho de uma noz. Coloque as bolinhas deixando entre elas uma distância de quatro centímetros. Com um garfo, dê uma leve amassada em cada bolinha, para ficar no formato de um biscoito. Jogue o chocolate picado em cima de cada um e asse de 15 a 20 minutos a 180°C, verificando sempre para não queimar. Rendimento: 20 porções.

Pão de coco Ingredientes Massa: 1 ovo; 200 ml de leite morno; 4 colheres (sopa) de margarina sem sal; 5 colheres (sopa) de açúcar; 1 colher (chá) de sal; 1 colher (sopa) de fermento biológico e 500 g de farinha de trigo. Recheio: 1 lata de leite condensado; 50 g de coco ralado; 1 colher (sopa) de margarina. Preparo Massa: Bata no liquidificador o leite, o fermento e o açúcar. Em uma vasilha, misture o restante dos ingredientes. Acrescente o que foi batido no liquidificador e misture com as mãos até formar uma massa que solte das mãos e fique lisa, sempre sovando

(por uns 10 minutos). Cubra a massa com filme plástico e deixe descansar por 1 hora. Recheio: misture todos os ingredientes do recheio. Leve ao fogo baixo, mexendo até dar o ponto de beijinho (soltar do fundo da panela). Montagem: Após o descanso da massa, divida-a em duas partes. Abra cada parte da massa com um rolo formando um retângulo e espalhe o recheio. Enrole formando um rocambole e corte em rolinhos com cerca de 5 cm de largura. Unte duas formas com margarina e açúcar cristal e distribua os rolinhos. Deixe descansar mais 40 minutos coberto por um pano limpo. Pincele gema e leve ao forno pré-aquecido por cerca de 25 minutos ou até dourar. Rendimento: cerca de 20 pãezinhos.



Foto Prabal Gurun

moda

Na medida certa para a

estação

Horário de verão, temperaturas subindo; é tempo de roupinhas leves que permitem mostrar o bronzeado

No quesito roupas de verão, o vestido cai no gosto das mulheres. Mas você sabe o modelo ideal para realçar seu biótipo? Alguns pequenos cuidados garantem a alegria do pós-compra. Em relação à altura, as baixinhas podem subtrair o comprimento, já que os curtinhos alongam pernas e troncos. As mais altas devem optar pela barra próxima ao joelho, com elegância. Para criar ou disfarçar curvas, as magras com pouca cintura devem optar por modelos com recorte no quadril, ou fazer uso de um cinto para marcar. Tubinho só para noite. No caso de excesso de conteúdo, prefira modelagens soltas, com tecidos estruturados. Tons escuros ajudam a disfarçar as saliências. Para acertar na estampa, todo cuidado é pouco. As grandes podem en-

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Prabal Gurung

Por Karlos Ferrera

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Foto Versace

O modelo tubinho cai bem em mulheres magras e bem acinturadas

Versace

Foto KFPRESS

gordar; cai melhor nas magrinhas. Se a estampa tiver muito destaque faça o contraponto com acessórios discretos. Para valorizar o busto, os decotes em V ajudam a conter seios fartos; já as de seios pequenos devem investir em golas canoa ou de uma lateral só. Também valem os modelos com cinto ou faixa com laço logo abaixo da linha dos seios, para dar sensação de volume para a região.

Camisas de seda atualizam os looks para esse verão, pode apostar. A modelagem formal, confeccionada no material mais sedutor do mundo da tecelagem, acrescenta elegância de um jeito superfresquinho, mas também despojado e despretensioso, por conta do caimento molenga da peça.

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Pink Poa

Para um verão fresquinho

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moda

Estampa étnica nos calçados

Foto KFPRESS

Foto KFPRESS

Considerada como ícone da década de 1970, a estampa é tendência para as próximas temporadas também para os pés, e chega em padronagens inspiradas em culturas diversas, como a asiática, indígena e africana. Um charme!

Como tudo na moda vai e vem, os conjuntinhos ressurgem lá dos anos 80/90 e ganham força na próxima estação. Saia e blusa, short e top, saia e camisa - o que importa nessa tendência é a parte de cima e a de baixo com a mesma estampa ou padrão, bem combinadinhas. O melhor é que, quando essa modinha passar, elas podem ser usadas separadamente.

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Duma

Em alta

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Flashes

Maison Haddad abre as portas para a festa dos aniversariantes do mês de outubro

Ribas Zaidan, Maria Aparecida da Silva, Carina Martinez Haddad, Marta Graton, Rosely Casari e Thiago Biondo

Luciane Biondo, Flávia Patriota e Roberto Haddad

Letícia Biondo, Maria Antonia e Vicenzo Biondo e Paschoal Biondo

Helio e Carla Violani, João e Regina Fernandes, Sergio Cardoso e Marta Graton

Sergio e Rose Aragon, Domênico e Roberta Dragone

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Dr. Almir Ferraz e Ribas Zaidan

O clã da família Di Francesco: Heloisa, Camilo, Camila e Carlos Alberto Marcondes

Rosely Casari trouxe amigos para conhecer o ambiente da Tar

Denise Lobo e Fátima Sanches

Carina e Sidnei Haddad, Eduardo e Viviane Fernandes

Rafaela Ino, Rafael Violani, André Casari e Gabriele Violani

Beach&Co nº 137 - Novembro/2013


Heróis reunidos para parabenizar o pequeno Yuri Zaidan por mais uma primavera

O super-homem Reginaldo Reis e os homens de ferro Vinicius Guerra e Yuri

Os orgulhosos papais Larissa Guerra e Vinícius Zaidan

Vanessa Berlofi, Sidney Dias, Ronaldo Zaidan e Tatiane Berlofi

Na hora dos parabéns, Roberto, Vinícius, Yuri e o vovô aranha Ribas Zaidan

Aline Pazin, Larissa Guerra, Mariana Dalseno, Juliana Fernandes e Ana Maria Reis

A heroína Luiza Murayama Rodrigues

Luiz e Márcia Galofori

Em Santos

Família Guerra: Everton Tabuada, Marilandi, Solange e Irina

Karen Keller e a filha Alessandra

Giro em Brasília

Vereador Pacífico Junior, o senador José Sarney e Ribas Zaidan

Beach&Co nº 137 - Novembro/2013

Eurípedes Junior, presidente nacional do Partido Republicano da Ordem Social - PROS e Pacífico

Deputado federal Salvador Zimbaldi, Cristina do Léssio, prefeita de Pirassununga, e Pacífico

Ribas Zaidan, Paulo Alexandre Barbosa, prefeito de Santos, e Rivaldo de Almeida Junior

Dilma Pena, presidente da Sabesp, e Ribas Zaidan

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“Destaques” // Luci Cardia Thiago Biondo e os pais Paschoal e Luciane Biondo receberam amigos para comemorar os seus 10 anos de vida

Thiago Biondo, feliz em sua linda festa

Família Biondo reunida: Paschoal, Letícia, Thiago e Luciane

Marcos Muniz e a filha Monique

Marcelo Dragone e Carmem Pitágoras e a bela filha Pietra

Marcos Muniz e Bia Muniz

Sandra Alonso, Neuza, Claudio Alonso e Silvia Mazzeto. À frente, Vicenzo e Maria Antonio Biondo

Família Biondo e, ao centro, esta colunista e José Cardia

Sidnei Haddad, com a bela Manuelle Haddad, ao lado do casal Helio e Carla Violani

Devanir Vilela, Lourdes Vilela, Renato Vilela, Carolina Branzani, Gislene, Rafael e João Prestes

Roberto Haddad, Flavia Patriota, Jurema Dragone, Luci Cardia, Carla e Hélio Violani, José Cardia e Paschoal Biondo

Momento especial com todos os amigos em homenagem a Thiago Biondo

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Paulo Vieira de Mello e Angélica Sposito

Monique e Nicole Muniz

Nicole Haddad, Carina Martines Haddad e Hilse Amorin Martines

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“Alto Astral” // Durval Capp Filho

Outubro foi um mês de comemorações, eventos e muitas festas

Silvera e Arnóbio Santos, no Tênis Clube de Santos

No Dia do Médico, Drª Lourdes Teixeira Henrique, presidente da APMS, entrega o título de Médico Honorário ao Dr. Carlos Henrique de Alvarenga Bernardes, por seus 40 anos de relevantes serviços prestados na Irmandade da Santa Casa da Misericórdia de Santos

Os empresários Walid e Lolla Abdounio, e o filho Samir, na Santos Arquidecor - Casa Natal 2013

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Sandra Gianetto e o presidente Paulo Eduardo Costa, na comemoração dos 98 anos do Golf Club de Santos e São Vicente

O médico veterinário Eduardo Ribeiro Filetti e seu filho Pedro, na Capital Disco

Felipe e Alessandra Vilarinho junto aos pais Zélia e José Vilarinho Alvarez

As artistas plásticas Bel Braga e Cila Matias agora atuam juntas no Atelier Castelinho

José Antônio Marques de Almeida, o Jama, e a soroptimista Maria Leonor Soares Neves de Almeida

Terezinha Cândia Barbosa, o colunista social Luiz Gonzaga Alca De Sant´ Anna e Zulmira Ribas de Camargo

Beach&Co nº 137 - Novembro/2013


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“Celebridades em Foco” // Edison Prata O empresário Ribas Zaidan reúne amigos em seu aniversário

Os anfitriões Ribas Zaidan e sua Dinalva Berlofi

Roberto Zaidan e Nathalia Alvim

O caçula da família Kadu Zaidan e Larissa Guerra

Os amigos José Aparecido Cardia, Luci Cardia, Edivaldo Rodrigues e o aniversariante

Muita gente reunida para felicitar o grande amigo Ribas Zaidan

Vereador Ivan e Regiane Carvalho

O aniversariante ladeado pelo vereador Pacífico e o prefeito de Bertioga Mauro Orlandini

Ana Maria, Lucivânia e Zezinho Reis

Em Las Vegas

Com o prefeito Orlandini, os pequenos Hércules Reis, Yuri Zaidan, Gleidson Reis e Reginaldo de Brito 64

Ribas Zaidan e Miranda

Um brinde à felicidade do jovem casal Merson Nor Junior e Renata Palma Nor

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“No clique” // Cláudio Milito

Comemoração do aniversário de João Luiz Cravo, em São Sebastião

Antonio Paulo Cravo e seu irmão e aniversariante João Luiz Cravo

Creusa Cravo e Cristina Augusto

Eduardo Cimino, Jeannis Platon e Katia Platon

Elon Nunes e Sandra Cajuella (acima), Liedina Moraes, Nilton Oliveira e Fátima Vilela (todos do Lions de Caraguatatuba) 66

Maria Nandes, Mair Nandes Ramos e Edleuza Ramos

Os anfitriões Creuza e Antonio Paulo Cravo

Dulcineia Nunes e Liedina Moraes

Eduardo Cimino, Nilton Oliveira (presidente do CREA Caraguatatuba), Onofre Andrade (Petrobras) Wagner Augusto, e Elon Nunes, Jeannis Platon e Antonio Paulo Cravo

Este colunista e sua mulher Josi Milito

Beach&Co nº 137 - Novembro/2013




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