B&co 138

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Belisa Barga

30 Opção pelos trilhos

Foto Luciana Sotelo

42 Viagem ao mundo dos brinquedos

Foto Dolce &Gabbana

E mais... Tartarugas marinhas 10 Roteiro 22 Ser sustentável 48 Aeromodelismo 56 CNE 62 Samba 76 Negócios 84 Decoração 88 Internacional 94 Gastronomia 102 Moda 108 Destaques 112 Flashes 116 Alto astral 126 No clique 128 Celebridades em foco 130


Foto Angélica Serpa

52 A nova maturidade

Capa

Foto Luciana Sotelo

68 Materialização de sonhos

Foto Valclei Lemos

Perigos do verão pág. 40

Tartaruga recém-nascida em direção ao oceano Foto Beltsazar/ Shutterstock


ao leitor Foto Projeto Tamar Hernrique Filgueiras

ANO XII - Nº 138 - Dezembro/2013 A revista Beach&Co é editada pelo Jornal Costa Norte Redação e Publicidade Av. 19 de Maio, 695 - Bertioga/SP Fone/Fax: (13) 3317-1281 www.beachco.com.br beachco@costanorte.com.br Diretor-presidente Reuben Nagib Zaidan Diretora Administrativa Dinalva Berlofi Zaidan Editora-chefe Eleni Nogueira (MTb 47.477/SP) beachco@costanorte.com.br

E mais... Diretor de Arte

Roberto Berlofi Zaidan roberto@costanorte.com.br Criação e Diagramação Audrye Rotta audrye.rotta@gmail.com Marketing e Publicidade Ronaldo Berlofi Zaidan marketing@costanorte.com.br Depto. Comercial Aline Pazin aline@costanorte.com.br Revisão Adlete Hamuch (MTb 10.805/SP) Colaboração Aline Porfírio, Belisa Barga, Bruna Vieira, Claudio Milito, Durval Capp Filho, Edison Prata, Fernanda Lopes, Karlos Ferrera, Luciana Sotelo, Luci Cardia, Marcus Neves Fernandes, Maria Helena Pugliesi e Renata Inforzato Circulação Baixada Santista e Litoral Norte Impressão Gráfica Silvamarts

Ciclo restabelecido Prainha Branca, Guarujá. Uma bela praia de difícil acesso, habitada há mais de 100 anos por uma comunidade tradicional. Dentre as histórias contadas pelos mais velhos, uma se destaca: muitos anos atrás, ao caminhar à noite pela praia, um morador avistou um vulto volumoso próximo ao jundu. Assustado, chamou mais pessoas e foram conferir a aparição. Tratava-se de uma tartaruga de couro (ela chega a medir 182 cm e pesar 700 kg). O animal havia chegado à praia para desovar, o que significou um banquete na época com muitos ovos (uma tartaruga marinha pode botar até 120 ovos por ninho) e carne à vontade para dividir. Depois desse ocorrido, nunca mais se soube de nenhuma aparição de tartaruga marinha da espécie naquela praia. Uma perda irreparável. Com certeza, fatos semelhantes repetiram-se por incontáveis anos por toda a costa litorânea, o que resultou no quase desaparecimento das cinco espécies com ocorrência no país. O que os habitantes do litoral não sabiam é que, por serem animais migratórios, de ciclo de vida longo, as tartarugas marinhas passam a maior parte do tempo no mar e só as fêmeas voltam à mesma praia onde nasceram para desovar. Isso depois de cerca de 30 anos. E o pior é que, como poucos filhotes chegam à idade adulta, matar uma dessas fêmeas significa o fim de um ciclo. Até o final da década de 1970, praticamente não havia informação sobre as tartarugas marinhas no Brasil. A partir de um levantamento realizado pelo Tamar, no início dos anos 1980, identificaram-se as áreas de reprodução no litoral, com a confirmação da ocorrência de cinco espécies, todas elas prestes a desaparecer. Iniciava-se aí um dos trabalhos mais bem-sucedidos de preservação do nosso país, pautado no envolvimento das comunidades costeiras, sem o qual, qualquer plano de proteção das espécies estaria fadado ao fracasso. Com o apoio dessas comunidades, foram instaladas as primeiras bases de pesquisa nas principais áreas de reprodução, com consequente proteção integral de fêmeas e ninhos, considerado o primeiro resultado biológico positivo alcançado. Em seguida, iniciou-se um árduo trabalho de coleta de dados, estudos de comportamento, desenvolvimento de novas técnicas de pesquisa e implementação de técnicas mitigadoras para diminuir o índice de mortalidade em decorrência da pesca incidental na costa e em alto-mar. Em seus 30 anos de atuação, o Tamar conseguiu restabelecer o ciclo de vida interrompido havia anos pela ação do homem. Mas, mesmo com todo o trabalho desses guardiões, outras ameaças perseguem a espécie, como o desenvolvimento desordenado das regiões costeiras; a poluição gerada pelo lixo e a própria característica intercontinental da espécie, que exige ações integradas internacionalmente. Vê-se que muito precisa ser feito, ainda, para proteger as tartarugas marinhas. É urgente que o ser humano tome consciência disso e faça a sua parte. Eleni Nogueira


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Foto Henrique Filgueiras / Projeto Tamar

meio ambiente

Tartaruga de couro chega Ă praia para desovar 12

Beach&Co nÂş 138 - Dezembro/2013


Que o

espetáculo

continue

De dezembro a março, ocorre o pico de nascimento de filhotes de tartarugas marinhas nas áreas reprodutivas do litoral brasileiro. No litoral norte, segue firme o trabalho de proteger as espécies juvenis que procuram a região anualmente para alimentação e desenvolvimento

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meio ambiente

Por Ricardo Hiar Questionado sobre qual o maior predador das tartarugas marinhas, José Henrique Becker, biólogo e coordenador técnico do Tamar Ubatuba, respondeu: “O maior predador natural é o tubarão, mas, depois dele, os maiores responsáveis pela morte das tartarugas são os seres humanos, seja pela pesca irregular, seja por jogar lixo nas ruas, praias e rios.” No Tamar há um centro de reabilitação no qual são atendidas, em média, cerca de 100 tartarugas por ano. Quando recuperadas, voltam ao mar. Um dos cuidados é a soltura na praia onde foi encontrada, para facilitar a retomada das atividades cotidianas da espécie. Para continuar a existir, esse réptil que surgiu há aproximadamente 150 milhões

Foto Ricarco Hiar

Em uma grande caixa de plástico, uma tartaruga-verde (Chelonia mydas), fêmea, de aproximadamente cinco anos e cerca de 70 cm, é transportada da base do Tamar Ubatuba até a praia do Cedro, para voltar ao mar após três meses de tratamento. Ao chegar à praia, ela passa por uma última avaliação, recebe o chip de monitoramento, e é solta. Como o dia estava ensolarado, um grupo de turistas parou para acompanhar a ação. As crianças olhavam curiosas e a conquista do animal, ao alcançar o mar e sair nadando rumo ao seu habitat, foi comemorado por todos. Durante a soltura, os representantes do Tamar aproveitaram a oportunidade para falar sobre o trabalho desenvolvido na base e de ações de conscientização.

O chip fixado nas tartarugas marinhas serve para o monitoramento da espécie. Por meio dele, os técnicos podem ter informações para aonde elas vão, o que fazem e quantas são. Ao encontrar uma tartaruga marinha marcada, anote o número, local e data onde foi encontrada e mande as informações para o e-mail: tamar@tamar.org.br

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Fotos Ricardo Hiar

Turistas acompanham a soltura da tartaruga-verde e, ao lado, os biólogos Berenice Maria Gomes Gallo e José Henrique Becker, do Tamar Ubatuba

de anos, precisa da ajuda de seu principal agente ameaçador: o homem. Isso porque, além dos desafios enfrentados pelos predadores naturais, as tartarugas passam por outros problemas gerados pela pesca incidental e a poluição provocada pela emissão de lixo no mar. Em ambos os casos, ações conscientes poderiam mudar o quadro. Por conta disso, em 1988 foi criado o Projeto Tamar, um trabalho contínuo, que, de certa forma, passou a fazer parte do ciclo de vida das tartarugas marinhas no Brasil.

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Foto Agência Petrobras

Para continuar a existir, o réptil, que surgiu há aproximadamente 150 milhões de anos, precisa da ajuda de seu principal agente ameaçador: o homem

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Em setembro tem início a temporada de reprodução de quatro das cinco espécies que ocorrem no país: a cabeçuda, de pente, oliva e de couro. A tartaruga-verde se reproduz em ilhas oceânicas de dezembro a julho, quando as fêmeas percorrem milhares de quilômetros pelos mares até chegar a sua praia de origem, onde depositam seus ovos. As áreas de reprodução no litoral brasileiro, com bases do Tamar, são: Bahia, Sergipe, Rio Grande do Norte, Espírito Santo e Rio de Janeiro. O auge da postura ocorre de novembro a janeiro e o pico de nascimento dos filhotes vai de dezembro a março. Nesse período, o cuidado com as tartarugas é revigorado nas bases do Tamar, após meses de análise de dados, reorganização de mate-

riais, procedimentos e renovação da força de trabalho das equipes. Para se ter uma ideia da amplitude desse trabalho, só na temporada anterior (2012-13), o Tamar protegeu em 1.100 quilômetros de praias mais de 24 mil ninhos, no continente e nas ilhas oceânicas. Mais de 1,5 milhão de filhotes foram levados ao mar em segurança, para o início de suas jornadas em direção ao oceano e à maturidade. Contudo, apenas uma pequena parcela deles conseguirá chegar à idade adulta. Para os que sobrevivem às grandes ameaças naturais e aos perigos criados pelo homem, um dos destinos é o litoral norte paulista, identificado por estudos do Tamar como área de alimentação e reprodução

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Fotos Agência Petrobras

As tartarugas marinhas

Ano passado, o Tamar protegeu em 1.100 quilômetros de praias mais de 24 mil ninhos, no continente e nas ilhas oceânicas. Mais de 1,5 milhão de filhotes foram levados ao mar em segurança

das espécies. Na fase adulta, elas procuram outras regiões para dar continuidade ao ciclo natural da vida. Existente há 23 anos, a base de Ubatuba foi a primeira a ser instalada em área de alimentação das tartarugas marinhas no litoral brasileiro. Hoje, com várias ações em funcionamento, a instituição se consolidou. O segredo, segundo os coordenadores, é conseguir manter a continuidade das ações, ano após ano. O trabalho é árduo e ocorre em várias frentes. Dentre as atividades, há o apoio e orientação à comunidade pesqueira; programas ambientais nas escolas das redes pública e privada; promoção, qualificação e valorização de adolescentes e jovens,

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além do resgate da cultura caiçara. Nem tudo o que é feito pelo projeto pode ser visto a olho nu, mas os registros conseguem definir com maior propriedade o resultado desse empenho: pelo menos dez mil tartarugas já foram catalogadas nas praias da região, desde o início das atividades. Ao contrário daquelas que entraram apenas para as estatísticas, muitas delas tiveram a vida salva por um dos agentes do projeto. Para cuidar das tartarugas marinhas, é preciso conhecê-las, e o projeto só consegue avançar porque um dos trabalhos realizados pelos agentes do instituto é ensinar e conscientizar quem está diretamente ligado ao dia a dia desses animais, como os pescadores.

Cinco espécies de tartarugas marinhas são encontradas no Brasil: a cabeçuda (Caretta caretta), de pente (Eretmochelys imbricata), verde (Chelonia mydas), oliva (Lepidochelys olivácea) e de couro (Dermochelys coriácea). Todas elas estão ameaçadas de extinção e o Tamar atua em sua proteção, manejo e pesquisa. As tartarugas vivem em média 100 anos e chegam à idade reprodutiva entre os 20 e 30 anos, quando voltam à praia onde nasceram para desovar. Elas realizam grandes viagens oceânicas e chegam a se deslocar mais de 2 mil quilômetros. Não é à toa que várias tartarugas de outros países já foram identificadas em Ubatuba. Uma curiosidade é que apesar de marinhas, são animais pulmonados e precisam respirar. Elas têm grande capacidade de mergulho e podem ficar até seis horas debaixo d’água. Apesar disso, morrem afogadas se não conseguirem respirar após esse período. É exatamente por esse motivo que a pesca é a grande vilã, quando praticada sem alguns cuidados. Isso porque as tartarugas podem ficar presas nas redes e, neste caso, não conseguem subir à superfície e se afogam. Também é comum pessoas encontrarem tartarugas já doentes ou debilitadas e pensar que precisam ser colocadas na água. Trata-se de uma ação que, na maioria das vezes, só agrava o caso e pode levar à morte.

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meio ambiente Por esse motivo, uma das primeiras ações na cidade foi a aproximação com a comunidade pesqueira. Berenice Maria Gomes Gallo, coordenadora regional e uma das precursoras do Tamar no litoral norte de São Paulo, diz: “Eles já estavam por aqui e conheciam o mar da região melhor do que ninguém. Por isso, foi de extrema importância buscar esse apoio e ter os pescadores como aliados nessa proposta”. Ela comemora os avanços conquistados ao longo dos últimos 23 anos. Entre as grandes mudanças, está o fato de que, hoje, muitos pescadores que apoiam e ajudam na preservação das tartarugas, no passado as tinham como fonte de alimentação. José Custódio Vieira, o Zeca, de 54 anos, abraçou a causa desde o início. “No começo, o pessoal tinha até medo de se envolver, porque achava que estavam só querendo fiscalizar o trabalho para tentar acabar com a atividade pesqueira na região. Mas o empenho dos coordenadores e a ação de alguns pescadores mostraram

Parceria eficaz

Foto Agência Petrobras

Com uma equipe reduzida e um ideal em mente, iniciar as atividades do Tamar em Ubatuba, assim como em outras regiões do país, é sempre um desafio. Afinal, não é uma tarefa fácil conseguir monitorar a rotina das tartarugas em todas as praias de uma mesma localidade. Em Ubatuba, por exemplo, existem cerca de 76 praias.

O pescador Djalma Rosa de Oliveira durante soltura de uma tartaruga-cabeçuda

Centro de visitantes A sede do Tamar em Ubatuba é uma verdadeira escola ambiental. Os detalhes e a funcionalidade foram organizados de forma criteriosa. A área total é de 1,8 mil m², num complexo de tanques com 200 mil litros de água do mar. Há, em exposição, 30 tartarugas marinhas de quatro espécies, desde pequenos filhotes, até animais de mais de 100 quilos. Visitar a sede do Tamar é um passeio prazeroso. Além das tartarugas de vá-

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rias idades, é possível conhecer um pouco sobre sua história, estrutura e anatomia. Uma réplica de um rancho caiçara foi recentemente inaugurado e faz alusão à importância dessa comunidade na continuidade da pesca. O espaço temático conta com redes de pesca, um barco e muita informação visual, que ajuda o visitante a conhecer os tipos de pesca praticados na região e o trabalho que o instituto mantém junto a essa categoria em Ubatuba.

Para aqueles que agendam as visitas, é possível garantir a participação de um monitor num tour que leva em média uma hora. O centro de visitantes do Tamar fica na rua Antônio Athanásio da Silva, 273, no Itaguá. Abre de domingo a quinta-feira, das 10 às 18h; às sextas, sábados, feriados e férias escolares, das 10 às 20h. Para mais informações, o site é www.projetotamar. org.br e os telefones (12) 3832 6202 / 3832 7014.

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Foto Agência Petrobras

O pescador Antonio da Conceição e o biólogo Bruno Amir, com a espécie verde, na comunidade Cambury

que a coisa era séria, e muito importante para nós e as tartarugas”. Segundo ele, muitos pescadores tinham, na época, o hábito de aproveitar a carne da tartaruga para a alimentação, bem diferente do panorama atual. Zeca é pescador na praia do Cedro, a primeira a receber o monitoramento do Tamar. Antes da chegada do projeto na cidade, alguns restaurantes ofereciam no cardápio opções com o animal. “Começamos o trabalho por aqui pelas características da

praia. Conseguimos identificar que se trata de uma praia com um perfil apreciado pelas tartarugas e, por isso, com grande incidência da aparição delas. Como muitos pescadores sempre atuaram aqui, percebemos que poderíamos ter um bom começo na praia do Cedro”, relembrou Berenice. Entre os avanços dessa parceria, o Tamar conseguiu motivar os pescadores a dar suporte no salvamento de tartarugas em risco de afogamento. Quando eles percebem que elas estão debilitadas, fazem o

Foto Ricarco Hiar

O pescador José Custódio Vieira, na soltura da tartaruga-verde, na praia do Cedro

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meio ambiente Fotos Ricarco Hiar

Réplica de rancho caiçara faz parte dos atrativos do Centro de Visitantes e faz alusão à importância dessa comunidade na continuidade da pesca

resgate e aplicam as técnicas necessárias para ajudar em sua recuperação. Assim, as tartarugas ganham mais condições de sobrevida, até que algum especialista do projeto chegue para fazer o resgate. Vieira explica que é preciso ter paciência e despender tempo para isso, mas que vale muito a pena. “Eles são animais incríveis e é gratificante ajudar a salvá-los. Nós aprendemos o básico de como salvar tartarugas

Lixo: o grande vilão Uma das ideias que devem ser implantadas em breve no Tamar é um espaço dedicado a explicações sobre a importância de não se jogar lixo em qualquer lugar. Afinal, material para ilustrar o caso é o que não falta. No espaço em que as tartarugas encontradas mortas são analisadas, existem dezenas de pacotes plásticos com muito lixo. Cada um deles representa a quantidade encontrada no interior dessas tartarugas. O biólogo José Henrique Becker afirma ser este um dos principais problemas enfrentados pelas tartarugas marinhas, algo que acontece de forma muito abrangente e que precisa de conscientização. “Uma pessoa que joga o lixo na rua, em São Paulo, pode impactar a vida de uma tartaruga marinha aqui em Ubatuba, porque esse lixo vai para um rio, que tem um afluente que certamente chegará no mar. Depois da pesca, a causa maior de morte das tartarugas é o consumo de lixo”, completou.

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que estão se afogando, mas, com o tempo, conseguimos desenvolver algumas técnicas próprias ainda melhores”. Para o pescador, um dos grandes retornos de integrar esse projeto é ver uma tartaruga recuperada e de volta ao mar. Entre as demais conquistas da parceria, está o estímulo à troca dos sistemas de pesca. Desde 2004, o Tamar orienta e estimula pescadores em várias partes do Brasil, onde mantém bases de pesquisa e conservação, a utilizarem o anzol circular. A substituição dos anzóis comuns tipo “J” pelos anzóis circulares agride menos as tartarugas e reduz a captura em cerca de 60%, aumentando as chances de sobrevivência pós-captura. No caso de redes de emalhe, os pescadores passaram a ficar mais atentos e evitar que elas fiquem o dia todo na água, com o risco de prenderem tartarugas no fundo do mar. Zeca dispõe sua rede pela manhã e já verifica a situação no período da tarde. Segundo ele, esses cuidados ajudam bastante na preservação das tartarugas. “É muito triste encontrar um bicho desse morto. A gente sente muito”, afirmou.

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turismo

Para circular Nem só de praia vive o litoral paulista. As opções de passeios para toda a família são inúmeras e bem diversificadas. Preparamos um roteiro básico sobre o potencial turístico da bela costa litorânea paulista, com o que há de melhor nas 13 cidades que o integram, para você aproveitar muito bem as férias Da redação As 13 cidades do litoral paulista formam um conjunto harmônico de paisagens belíssimas e prestação de serviços de qualidade, perfeito para tornar as férias de verão inesquecíveis. A começar pelo sul do litoral, há as aconchegantes Peruíbe, Itanhaém e Mongaguá, que, além do mar, possuem um ar irresistível de interior, com a hospitalidade e a qualidade de vida típicas das cidades pequenas. Em seguida, Praia Grande, São Vicente e Santos, que, embora preservem e valorizem suas histórias ricas e variadas, renovam-se e ganham aspectos e confortos de cidades grandes. Embora não seja parte do litoral, logo ao lado, ao pé da Serra do Mar, temos Cubatão, que abriga uma das maiores reservas de Mata Atlântica do estado de São Paulo, cidade que descobriu sua vocação para o ecoturismo, um de seus fortes atrativos. Depois de uma pequena travessia pelo canal do estuário santista, chega-se a Guarujá, balneário sofisticado, de praias badaladas, muito agito e alta gastronomia. Bem pertinho temos Bertioga, generosamente contemplada com uma natureza exuberante e com o maior projeto de desenvolvimento urbanístico do litoral brasileiro, a Riviera de São Lourenço. Alguns quilômetros à frente, e chegamos ao estonteante litoral norte, no qual as belíssimas São Sebastião, Caraguá, Ilhabela e Ubatuba oferecem aos turistas uma natureza vibrante em perfeita harmonia com o conforto, requinte, tranquilidade e badalação. A seguir, alguns dos muitos atrativos da região. Seja bem-vindo!

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Peruíbe Parque Guaraú - O local oferece arvorismo, tirolesa, canoagem, trilhas, passeio de jipe, kite surf, voo de ultraleve, water trekking e muita, muita adrenalina. É o Distrito de Ecoturismo e Esportes de Aventura do Guaraú, próximo ao centro da cidade, com acesso pela estrada Guaraú. Ruínas do Abarebebê - Trata-se de um monumento histórico de importância nacional, formado pelas ruínas das primeiras igrejas construídas pelos jesuítas no século XVI, entre eles, Leonardo Nunes. Localizam-se na entrada da cidade, no bairro dos Prados.

Itanhaém Country Club - Área de lazer com toda estrutura necessária para receber visitantes, como aluguel de caiaques e churrasqueiras. Um boa dica são os passeios pelo rio Itanhaém, que partem do píer localizado na alameda Emídio de Souza, na praia dos Sonhos, próximo ao Itanhaém Iate Clube, e que seguem até o Country Club, diariamente, durante a temporada. Outra opção de parada é a Ilha do Rio Acima, popularmente conhecida por Ilha do Maurício, uma área com campo de futebol e praça de alimentação. Cama de Anchieta - Trata-se de uma formação rochosa que lembra uma cama (daí o nome), encravada entre o costão da praia do Sonho e o mar. Conta a lenda que o beato José de Anchieta, em suas peregrinações pelas praias, costumava descansar no local e, assim, inspirar-se para compor seus poemas, entre eles, o da Bem Aventurada Virgem Maria Mãe de Deus. Uma pas-

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Foto PMM

sarela suspensa, de madeira, com 220 metros de extensão, construída em parceria com o governo das Ilhas Canárias (Espanha), permite aos visitantes um acesso mais fácil ao local. Logo no início do percurso, vale uma visita à gruta de Nossa Senhora de Lourdes.

Mongaguá

Foto Adriane Ciluzzo/PMU

Morro da Padroeira - Fica na região central da cidade e proporciona uma gostosa caminhada de 150 metros pela Mata Atlântica. Escadarias de madeira com plataformas para descanso e observação de pássaros garantem um acesso fácil. No final, uma ampla vista da região central, ao lado da imagem da padroeira Nossa Senhora Aparecida. Plataforma de pesca - Está entre um dos cenários mais bonitos e encantadores do Brasil. Instalada na cidade em 1977, é a maior plataforma pesqueira em estrutura de concreto armado: avança 400 metros mar adentro em forma de “T”, lançando-se 86m para cada um dos lados.

Praia Grande

Foto Bruna Vieira

Palácio das Artes - Excelente opção de lazer cultural, em uma área de 6 mil m², a bela edificação em estilos neoclássico e contemporâneo abriga museu, centro cultural com espetáculos de teatro, música e dança, exposição de arte, centro de documentação e memória, com mais de 30 mil documentos, e uma charmosa cafeteria. Avenida Presidente Costa e Silva, 1600, Boqueirão - Praia Grande. Fones (13) 3496 5716/ 3496 5707.

São Vicente Ilha Porchat - Uma das mais badaladas do país, já foi conhecida por Ilha do Mudo, por causa, dizem, de um português mudo, que adquiriu a ilha tempos passados. Seu nome atual deve-se à família Porchat, que construiu sua residência de verão no local. Nela, encontram-se luxuosas mansões, boates, restaurantes e o mirante Memorial dos 500 anos do Descobrimento, idealizado pelo arquiteto Oscar Niemayer, no qual se admira uma das mais belas vistas da região. Na praia do

Na sequência: plataforma de pesca, em Mongaguá, ecoturismo em Ubatuba e voo livre em Caraguá

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turismo Foto Renata de Brito/PMB

Itararé há um teleférico que permite uma vista deslumbrante de toda a orla, sem falar no famoso centro histórico, berço do nascimento do país.

Cubatão Caminho do Mar - Uma gostosa viagem no tempo, que começa no sopé da Serra do Mar, e sobe a cerca de 720 metros do nível do mar. Com o nome de Caminho do Vergueiro, a Estrada Velha, construída em 1917, inicialmente foi pavimentada com pedras e era então conhecida por Estrada da Maioridade, nos idos de 1841. Entre 1920 e 1925, recebeu o segundo pavimento, com placas de concreto. Em 1922, o arquiteto Victor Dubugras construiu os cinco monumentos evocativos do centenário da Independência: Cruzeiro Quinhentista, Pontilhão da Raiz da Serra, Arco do Lorena, Belvedere da Serra e o Pouso de Paranapiacaba.

Santos Jardim da orla - O maior jardim frontal de praia do mundo, conforme o Guinness Book, tem 5.335 metros de extensão, distribuídos em sete quilômetros de praia. Passear por suas alamedas floridas, a pé ou pela ciclovia, e apreciar as infindáveis praias e o mar calmo é garantia de um passeio relaxante e dos mais gratificantes.

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Museu do Café - Conta com exposições sobre a trajetória do café no Brasil. O visitante pode participar também de atividades educativas, oficinas e palestras. Fica na rua XV de novembro, 95, no centro da cidade, onde também é possível fazer um inesquecível passeio por bonde pelas principais edificações da época do Brasil colonial.

Guarujá Acqua Mundo - O maior aquário da América Latina, com mais de 3 mil m² de área construída, reúne 234 espécies de animais aquáticos e terrestres, distribuídos em 49 réplicas de seus habitats, como manguezal, costão rochoso, recife de coral, floresta amazônica inundada, pantanal e praia arenosa. Avenida Miguel Stéfano, 2001 - Praia da Enseada. Fone: (13) 3398 3000. Aproveite o endereço e dê um pulinho no Hotel Jequitibá (avenida Miguel Stéfano, 797 - Enseada) onde acontece uma exposição de carros de Fórmula I, até 14 de março. Fortaleza da Barra Grande - Localizada entre as praias do Góes e Santa Cruz dos Navegantes, é considerada um importante monumento histórico-militar do estado de São Paulo. Foi construída no século XVI, com o objetivo de

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Foto Aline Pazin

Foto Lucina Sotelo

Forte São João e calçadão da praia da Enseada, em Bertioga, e os jardins da orla santista

defender a Vila de Santos de ataques piratas. Possui trilha com vista para a orla de Santos e São Vicente. Também conhecida como Fortaleza da Barra, Fortaleza da Barra Grande, Fortaleza de São Miguel e Fortaleza de Santo Amaro e Santos. Fone: (13) 3344 4600.

Bertioga Forte São João - Trata-se da mais antiga fortificação do Brasil, construída em 1532. Dividido em ambientes temáticos que contam episódios da história da região, é o principal marco da cidade e um dos pontos mais visitados diariamente. Está localizado no Parque dos Tupiniquins, na praia da Enseada, centro, em frente ao canal de Bertioga. O local também é o ponto da principal queima de fogos da cidade, à meia-noite do dia 31, com 15 minutos de duração. Orla - Assinado pelo renomado arquiteto Ruy Ohtake, o novo calçadão da praia da Enseada, o primeiro jardim com intervenção artística à beira-mar do país, é, atualmente, o principal ponto de encontro da cidade. Dotado de ciclovia, caminhos para pedestres, jardins, parques

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infantis, pista de skate e esculturas metálicas com motivos de fauna e flora, o espaço ao ar livre tornou-se um belo cartão postal.

São Sebastião Trilha do Ribeirão de Itu - Pedra Lisa, Samambaiaçu e Serpente são as principais cachoeiras da Trilha do Ribeirão de Itu, uma das mais exploradas da cidade. Basta mergulhar em uma das três cachoeiras para recarregar a energia do corpo para o mês inteiro. Tem queda d’água com mais de 15 metros, cenário perfeito para contemplação, prática de rapel, cascading e muitas fotos. Para atingi-las, é imprescindível a contratação de guias de ecoturismo locais e com experiência. A natureza impõe limites a ser respeitados. Fone: (12) 3891 1075. Casa Esperança - Uma das construções mais antigas de São Sebastião data do século XVIII e foi feita em pedra e cal com argamassa de conchas, areia e óleo de baleia. As pedras que ornam as esquadrias, feitas em Portugal, e as pinturas no teto, demonstram uma riqueza incomum nas construções da época. Ao todo, o

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turismo Foto Márcio Bortolusso/Viagens Ecologicas.com.br

Igreja matriz e antiga Cadeia e Fórum, em Ilhabela

Desvendar a estrada-trilha é um desafio de resistência, destreza e autossuficiência, em meio à beleza da fauna e flora da Mata Atlântica. Ao chegar, depois de muita adrenalina, o negócio é relaxar, ou dar uma esticada até a Cachoeira do Gato com belíssima queda d’água de 70 metros de altura e piscinas naturais. A caminhada é de 30 minutos e a trilha começa no canto esquerdo da praia em meio à floresta, o que requer ajuda de um guia. Centro de Informações Turísticas de Ilhabela: (12) 3895 7220. centro histórico do município conta com sete quarteirões e 29 edifícios tombados pelo Condephaat (Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Artístico, Arquitetônico do Estado).

Caraguatatuba Morro Santo Antônio - Com estrada de acesso pavimentada e um monumento de 16 metros em homenagem ao padroeiro da cidade, Santo Antônio, este cartão postal, de onde se tem uma ampla vista da cidade é ponto de encontro dos aficionados do voo livre que, do seu pico mais alto, saltam para uma aventura a 350 metros de altura.

Ilhabela Vila - Uma caminhada pelas ruas de paralelepípedos da Vila, distante menos de seis quilômetros da balsa, proporciona a sensação de se estar em lugares historicamente importantes, ambientes de lutas e conquistas de um pitoresco povoado que remonta ao século XVI. O amarelo-ouro, cor das paredes do antigo prédio da Cadeia e Fórum, hoje sede do Parque Estadual de Ilhabela, evidencia o tempo áureo dessa vila que se destacou no cenário do Brasil colônia, por sua importância econômica garantida pelas plantações de cana-de-açúcar e, depois, de café. Estrada de Castelhanos - Essa é uma das melhores trilhas da região para a prática de mountain-bike e passeios de jipe. São 22 km, que cortam o território de Ilhabela de oeste a leste.

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Ubatuba Sítio Santa Cruz - Ótima opção para quem quer passar um dia diferente e cheio de atividades ecoturísticas. As terras da propriedade são banhadas por dois rios: Água Branca e Marimbondo, que formam nada menos que nove cachoeiras, todas acessíveis ao público, por meio de trilhas, em diferentes níveis de dificuldade. Além das caminhadas, também é possível praticar alguns esportes de aventura, como rappel, tirolesa e arborismo. Fora isso, tem quadra poliesportiva, campo de futebol, vôlei de areia e parque infantil, lago de pesca, pedalinhos e muito mais. Mapa no site: www.pousadadascachoeiras.com.br. Fones: (12) 3849 8244 / (12) 3849 5494. Ilha Anchieta - Recanto de ecoturismo e proteção ambiental, pertence hoje ao Parque Estadual da Ilha Anchieta. São 828 hectares, divididos em sete praias. É a segunda maior ilha do estado, visitada por turistas e pesquisadores de todo o mundo. Pesca, caça e coleta de mudas são proibidas, mas o desembarque para visitação e o mergulho contemplativo são liberados. Em terra, as ruínas de um presídio desativado, trilhas autoguiadas, dezenas de espécies de aves e animais e infraestrutura com sanitários, área para churrasco, duchas e miniambulatório para ferimentos leves. A água do mar é translúcida, com visibilidade de dois a 10 metros, descortinando um universo aquático de algas, arraias, peixes diversos, corais, tartarugas e esponjas. E-mail: pesm.picinguaba@ fflorestal.sp.gov.br.

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turismo

Bonde Porto 1, jรก restaurado e em funcionamento

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Fotos Belisa Barga

Novo bonde velho

Às vésperas de receber o moderno VLT, Santos intensifica restauração de bondes integrantes da linha turística da cidade, e que já transportaram mais de um milhão de passageiros em pouco mais de uma década

Por Belisa Barga Paixão e persistência. Essas palavras descrevem precisamente como é feito o trabalho de restauração e manutenção dos já conhecidos bondes da linha turística, que circulam há 13 anos em Santos. Fruto de um trabalho de resgate, iniciado no final da década de 1990, os 5 km de trilhos instalados nas ruas do centro histórico e seus seis bondes em operação já são, junto ao jardim da orla, um emblemático roteiro da cidade praiana. As apostas de Santos parecem estar definitivamente dirigidas para os trilhos. Se não bastasse o VLT (veículo leve sobre trilhos), prestes a chegar à região, o município vive também a expectativa de receber novidades na sua frota histórica de bondes, com seu aprimoramento e ampliação. Prova disso é um charmoso bonde-restaurante italiano, doado pelo governo daquele país, e que entrará em processo de restauração. Compos-

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turismo Futuramente, os trilhos santistas devem contar com bonde-restaurante, bonde-cafeteria e um temático para noivas

to por dois vagões articulados, ele circulou na cidade de Turim, na Itália, até 2008. Responsável e entusiasta pelo restauro, uma equipe especializada da CET (Companhia de Engenharia de Tráfego) de Santos trabalhará, em breve, na reprodução das características originais deste e de outros dois bondes que também estão na fila de espera na garagem da companhia: o norte-americano Gilda e o também italiano Fiat. O primeiro, descrito como “o mais luxuoso” pela equipe, terá fins festivos em datas especiais. Para o outro há planos de adaptá-lo como uma extensão móvel do Museu do Café, no qual serão servidos os diversos tipos da bebida, exportados pelo porto de Santos. Os planos turísticos para os bondes não param por aí. Antonio Carlos Silva Gonçalves, presidente da CET Santos, diz: “A novidade para a próxima temporada é o

trajeto para cruzeiristas. Um passeio curto para quem não tem tempo de fazer a viagem completa, mas quer experimentar a sensação de andar de bonde. Teremos o bonde-restaurante, o bonde-cafeteria e, um para noivas. Opções para todos os públicos e já adaptados, visando a inclusão social”. Santos também tem planos de criar um espaço interativo dedicado ao tema, o Museu do Bonde. “A exemplo de Porto, em Portugal, logo teremos nosso acervo. Além de composições, vamos expor trajes, fichas funcionais, equipamentos e, claro, os veículos. A principal diferença do nosso museu para o português é que faremos o revezamento dos bondes, que estarão expostos, e em circulação nos trilhos.” A rotina dos quase trinta profissionais que cuidam do restauro e manutenção dos bondes começa cedo nas duas estações de trabalho. O restauro é minucioso e envol-

Foto Belisa Barga

Exemplar italiano, após restaurado, será o bonde-cafeteria

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Fotos Belisa Barga

Um bonde chamado Gilda Estacionado na garagem da CET desde 2004, o bonde Gilda é um dos próximos a ser restaurado. De origem norte-americana, durante dez anos circulou pelos melhores pontos de Nova Iorque, incluindo a Broadway, e logo foi apelidado de Gilda, em alusão ao filme homônimo, grande sucesso de 1946. Luxuoso, contava com sistema de calefação, estofamento refinado e duas portas centrais. No final dos anos 1940, a prefeitura

de São Paulo adquiriu o bonde, que foi taxado pelos paulistanos como sucata por ser usado. Ao chegar, sofreu modificações estruturais e teve uma de suas portas centrais retiradas. Vinte anos depois, com a extinção dos bondes na capital, muitos foram destruídos, e os sobreviventes, encaminhados para museus e parques. Um deles, o Gilda, veio para o Sesc Bertioga, onde ficou até 2007, quando foi doado a Santos. Entregue sem motor e controler (acelerador do bonde), a equipe de restau-

ve técnica, paciência e criatividade, já que grande parte das peças que compõem os bondes não é mais fabricada. “O restauro é totalmente artesanal. É difícil, pois não tem nenhuma etapa industrializada durante o processo”, diz Marcos Rogério Nascimento, engenheiro e gerente de manutenção dos bondes. Na oficina instalada ao lado da Estação Ferroviária do Valongo, futura sede do Museu do Bonde, são feitas as manutenções corriqueiras durante a semana,

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ração da prefeitura já se empenha no Gilda. “Sabemos que ele foi fabricado na década de 1920, então vamos pegar a tecnologia de outro bonde, do mesmo período, para fabricar algumas peças, e vamos usar um motor elétrico de outro veículo, respeitando a geração da tecnologia de quando ele foi feito”, explica o engenheiro Marcos Rogério Nascimento. A previsão é de que o Gilda volte a brilhar nos trilhos, e reviva o mesmo glamour de seus tempos áureos de Broadway, só que agora no centro histórico santista.

Funcionário no restauro de bonde. Trabalho exige técnica, paciência e criatividade

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Foto Belisa Barga

turismo

Interior de um dos bondes restaurados, com todos os detalhes recuperados

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como lubrificações, ajustes finos e regulagens. Já a garagem da CET abriga a oficina onde os bondes são transformados de sucata a um glamouroso e nostálgico transporte de época. O primeiro bonde recuperado, de origem escocesa, não foi exatamente restaurado mas, sim, reformado. A falta de técnica, conhecimento e experiência fizeram com que alguns detalhes fossem ocultados no veículo, que retornou à garagem da CET este ano, para passar pelo restauro. “Restaurar e manter é um processo contínuo de conhecimento e aprendizado. Nas reformas, a gente fazia alterações que descaracterizam as técnicas utilizadas na época. Hoje, resgatamos a tecnologia empregada em cada equipamento no período de sua fabricação”, explica Marcos Rogério. A busca pelas características originais foi um grande desafio técnico. Como os bondes deixaram de circular na cidade como transporte de massas, muitas informações sobre seu funcionamento perderam-se no tempo. “Como não existe um curso específico, fazemos o restauro de forma empírica, através de tentativas com acertos e erros.” O trabalho começa antes mesmo de o bonde chegar, como o caso do modelo japonês, que será doado pela cidade de Nagasaki no próximo ano. Praticamente todas as informações são tiradas de fotos ou desenhos, o que torna o trabalho um quebra-cabeça. Após sua chegada ao pátio, o tempo médio de serviços é de 12 a 18 meses, devido à dificuldade de encontrar peças de reposição e manutenção. A escassez incentiva os próprios funcionários da oficina a recriar essas peças. “Desenvolvemos habilidades novas para cada situação. Nenhum bonde que fizemos saiu daqui sem estar totalmente restaurado e em plenas condições de segurança”, explica o engenheiro Nascimento. Paciência e imaginação são necessárias, especialmente quando o trabalho requer a

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Fotos Belisa Barga

Encosto de assento, cujo protótipo foi desenvolvido pela equipe de restauração da CET. Acima, maquinário centenário utilizado na oficina e, abaixo, protótipo da mesa do bonde-restaurante

confecção de itens adaptáveis, que vão desde parafusos, suporte de mesa para o bonde-restaurante até a confecção de suportes de bancos, baseada apenas em imagens. O engenheiro explica que o suporte de banco era um detalhe da época que servia para identificar a companhia construtora do bonde, uma vez que todos eram muito parecidos; só a confecção do protótipo levou cerca de vinte dias de estudos. Tamanha dedicação fez com que a equipe santista se tornasse referência no cenário nacional, sendo procurada por grupos de Belém (PA), Manaus (AM), Vila Velha (ES), Curitiba (PR) e Porto Alegre (RS), interessados em instituir o sistema em suas regiões, mas que esbarram, principalmente, em questões de implantação e viabilidade financeira desse tipo de equipamento.

Detalhe do sistema de freio do bonde italiano

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Foto Belisa Barga

turismo

Acervo Bonde aberto nº 32: modelo escocês - datado de 1911. Pertencente à antiga frota santista de bondes (SMTC/Santos/Brasil). Início da operação: 2000. Bonde reboque nº 1: montado em Santos pela SMTC/Santos/Brasil. Datado do final do século XIX. Início da operação: 2000. Bonde fechado nº 40: modelo escocês - datado de 1911. Pertencente à antiga frota santista de bondes (SMTC/Santos/Brasil). Início da operação: 2002. Bonde Semiconvertible nº 193: modelo português. Doado pela cidade do Porto - datado do final da década de 1920. Início da operação: 2004. Bonde nº 224: modelo português. Doado pela cidade do Porto - datado do final da década de 1920. Início da operação: 2008. Bonde nº 3265: modelo italiano de 1958. Doado por Turim. Início da operação: 2010. Bonde nº 38: modelo escocês - datado de 1911. Pertencente à antiga frota santista de

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bondes (SMTC/Santos/Brasil). Início da operação: 2010, como reboque. Bonde Nº 137: modelo português, doado pela cidade do Porto - datado do final da década de 1920. Condição atual: no aguardo de restauração. Bonde Centex (Gilda) - nº 1799: modelo norte-americano, doado pelo Sesc/Bertioga - datado de 1938. Condição atual: no aguardo de restauração. Bonde fechado - nº 3: modelo norte-americano, doado pela cidade de Votorantim (SP), datado de 1920. Condição atual: no aguardo de restauração. Bonde articulado nº 2840: modelo italiano, doado pela cidade de Turim - datado de 1933. Condição atual: em restauração. Bonde fechado nº 46: modelo escocês. Pertencente à antiga frota santista de bondes (SMTC/Santos/Brasil). Condição atual: posto de informações turísticas. *Informações da CET/Santos

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Carro oficial 001 de fiscalização dos bondes. Possível acervo do futuro Museu do Bonde

Pioneirismo Desde o ano 2000, Santos presencia o renascimento do bonde. Até 2007, o percurso era de 1,7 km, com duração média de 15 minutos. Já a atual quilometragem, de 5 km, é percorrida em cerca de 45 minutos, em meio a um visual de prédios históricos, muitos deles revitalizados graças a incentivos fiscais do programa Alegra Centro. “O que se nota é que o bonde virou uma marca no município. Mais que isso, virou uma referência para turistas e, principalmente, para as crianças que não andaram no bonde e hoje entendem o que é esse modal de transporte”, diz Antonio Carlos. Os primeiros bondes que voltaram aos trilhos foram o modelo aberto 32, o mais antigo em atividade no Brasil, e o

reboque 01. “O percurso inicial ligava a prefeitura à região do Valongo e, hoje, quase triplicamos esse percurso. O objetivo principal era resgatar a imagem do bonde, tornando-o um passeio turístico, mostrando as características arquitetônicas do centro nos pontos turísticos por onde a linha passa”. A frota santista conta, atualmente, com 12 carros: seis em atividade, um em restauração e quatro a espera dos trabalhos de recuperação. O décimo segundo bonde é o elétrico de origem escocesa, proveniente da frota da antiga SMTC (Serviço Municipal de Transportes Coletivos), que hoje se encontra fixado na praça das Bandeiras, no Gonzaga, e funciona como posto de informações turísticas.




entrevista

Contra acidentes marinhos,

o melhor remédio é a prevenção

Divulgação Unesp

Dentre os muitos agentes causadores de problemas durante o verão praiano, as caravelas, águas-vivas, bagres, arraias e peixes venenosos lideram a lista

“Na prática, não se deve tocar nenhum animal trazido às praias pelas ondas”. Vidal Haddad

Vidal Haddad Jr., professor da Faculdade de Medicina da Unesp, e um dos mais dedicados pesquisadores brasileiros a estudar esses casos, dá as dicas capazes de diminuir os casos de acidentes com animais marinhos e as dermatites físicas que costumam ocorrer no verão. A principal é a prevenção. “Ela deve ser feita antes do verão. Quando os surtos de acidentes começam a acontecer, é mais difícil fornecer informações ou prevenir os agravos”, afirma. Nos últimos anos, os casos mais recorrentes têm sido as queimaduras provocadas por águas-vivas e caravelas. Em dezembro de 2007, por exemplo, cerca de 300 pessoas se feriram, a maioria em Praia Grande e, em 2008, foram mais de 750 pessoas, entre Peruíbe e Bertioga. No ano passado, o número de registros nos postos de saúde da região chegou a cerca de 500 casos. Quais os animais marinhos que mais provocam acidentes nas praias? Em dados da minha tese de doutorado, coletados em Ubatuba (SP), quase 2% dos atendimentos foram por animais aquáticos. Os animais comumente envolvidos foram os ouriços-do-mar (50% dos mais de 1.200 casos), as caravelas e águas-vivas (25%) e bagres e arraias (25%). Entre os peixes venenosos, a maioria absoluta é causada por bagres atirados na areia por pescadores de pequenas redes. Uma regra importante é que os aci-

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dentes mais comuns por peixes venenosos são causados por bagres, arraias e peixes-escorpião. Como identificar um animal marinho perigoso? Não há uma regra definitiva. Qualquer pessoa sabe que deve evitar a proximidade com um tubarão, mas águas-vivas não podem ser vistas e também podem causar acidentes graves. Na prática, não se deve tocar nenhum animal trazido às praias pelas ondas. Quais as mais perigosas, águas-vivas ou caravelas? Como diferenciá-las? Apesar de ambas pertencerem a um mesmo grupo de animais (cnidários), as águas-vivas são transparentes e raramente visíveis quando na água, enquanto que as caravelas apresentam uma bolsa púrpura ou avermelhada que flutua acima da linha da água, facilmente visível. Assim, embora os acidentes por caravelas sejam mais graves, com dor intensa e podendo causar problemas cardiorrespiratórios, a chance de ocorrerem é menor, pois o contato com o animal pode ser evitado. É importante ainda saber que cnidários permanecem com capacidade de envenenar até cerca de 24 horas fora da água, o que deve ser levado em consideração no caso de crianças brincarem com cnidários encalhados nas praias.

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O ouriço-do-mar está entre os animais com maior índice de acidentes (50%). Ao centro, a caravela, que, junto com as águas-vivas representam 25% deles e, abaixo, o bagre e a arraia (25%)

Em que época do ano elas aparecem mais? As águas-vivas e caravelas realmente aumentam em quantidade durante o verão, provavelmente devido à época de reprodução dos animais e à chegada de correntes frias de alto-mar em nosso litoral. Isto faz com que os acidentes aumentem neste período e praticamente não ocorram em outros (afinal, nesta época o número de turistas também é maior). Os acidentes por ouriços-do-mar também aumentam nesta época, mas somente por haver mais turistas descuidados nas praias. Quais as medidas de primeiros socorros para um acidente por água-viva ou caravelas? O contato deixa linhas avermelhadas extremamente dolorosas, correspondentes aos tentáculos dos bichos. A dor é instantânea e violenta. Deve-se retirar os tentáculos ainda aderidos sem usar as mãos nuas e fazer compressas de água do mar gelada ou gelo artificial (água doce piora o quadro). Banhos com vinagre ajudam a inativar o veneno. Quais as situações que precipitam acidentes por ouriços-do-mar e quais são as medidas de primeiros socorros para um acidentado? O ouriço-do-mar é recoberto por espinhos. Ele fica em colônias em paredões rochosos ou em pequenas lagoas que se formam nas marés em terrenos pedregosos entre praias. Quando pisados, estes se quebram e penetram profundamente na pele da vítima. O acidentado deve ficar em repouso, evitando pisar com a parte atingida, o que irá introduzir ainda mais os espinhos. Deve-se procurar atendimento hospitalar para extração dos espinhos, o que pode ser uma tarefa muito difícil, uma vez que estes se fragmentam. Quais os peixes mais perigosos para os banhistas? Os peixes que mais provocam

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Fotos Wikipedia

acidentes são pequenos bagres atirados nas areias e águas rasas por pescadores amadores; estes peixes têm veneno ativo em seus ferrões por mais de 24 horas após sua morte. Deve-se tomar cuidado ainda com arraias, que permanecem enterradas na areia e podem provocar acidentes graves devido aos ferrões presentes na cauda. É importante ter-se em mente que todo acidente por peixe tem a dor aliviada por imersão do local em água quente (mas nunca quente demais). Quais os perigos a que estão expostos os mergulhadores? E os pescadores amadores? Os mergulhadores estão sujeitos a acidentes com mais espécies de animais perigosos que os banhistas. Por exemplo: o peixe mais venenoso da costa brasileira é o peixe-escorpião, que fica camuflado nos fundos rochosos. Um acidente provoca dor intensa por mais de 24 horas. As arraias também podem causar acidentes, assim como moreias, barracudas e outros peixes grandes. A regra é olhar, mas não tocar, uma vez que quase todo animal marinho possui alguma forma de defesa. Pescadores amadores se acidentam ao retirar peixes venenosos dos anzóis, como bagres ou peixes-escorpião. Os frutos do mar provocam alergia? Qual a gravidade? Os crustáceos (siris, caranguejos, lagostas, camarões) apresentam pigmentos que podem provocar alergia em humanos com certa frequência. Esta se manifesta por placas avermelhadas e muito pruriginosas (urticária), com ocasionais problemas respiratórios por inchaço na garganta e podem até causar a morte, de forma semelhante ao que acontece com as picadas de abelhas. Qualquer pessoa que apresente este tipo de alergia deve ser levada ao pronto-socorro mais próximo.

Foto Valdemar Oliveira

Águas-vivas e caravelas aumentam em quantidade durante o verão, provavelmente devido à época de reprodução dos animais e à chegada de correntes frias de alto-mar em nosso litoral

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lazer

Uma viagem pelo

universo do brincar A mostra Mais de Mil Brinquedos para a Criança Brasileira compõe um cadinho onde se misturam épocas e culturas por meio da história da evolução dos brinquedos ao longo dos tempos

Por Luciana Sotelo O convite é tentador. Prepare-se para entrar num ambiente mágico e transformador. Os adultos voltam no tempo e se lembram da infância. As crianças são convidadas a um passeio pelo fantástico mundo da imaginação. Seja qual for a idade, a viagem é inevitável. Pela memória ou pelo apelo lúdico, o brinquedo sempre encanta porque ele traz consigo o compromisso do brincar. E se um exemplar é pouco, que tal ter ao alcance dos olhos mais de seis mil unidades. Essa é a proposta da exposição Mais de Mil Brinquedos para a Criança Brasileira, em cartaz no Sesc Pompeia, São Paulo, até 2 de fevereiro de 2014. Numa mescla de épocas e culturas, a mostra procura abranger todos os públicos. O objetivo é recontar a trajetória do

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Fotos Luciana Sotelo

brinquedo ao longo de gerações e unir pais e filhos numa aventura prazerosa pelo mundo do faz-de-conta. Por todo lugar que se olhe, há brinquedos de todos os tamanhos, cores e formatos e de épocas distintas, desde a década de 1930. O cenário é uma grande fábrica de brinquedos que reúne bonecas, carrinhos, barcos, pipas, pelúcias e peças de montar numa ampla área de dois mil metros quadrados. “Todo mundo acha algo que o identifica porque, ao longo da sua trajetória, o brinquedo é um grande amigo, um interlocutor”, garante Renata Meirelles, educadora, especialista em arte educação pela ECA-USP. Junto com o pesquisador Gandhy Piorski, ela divide a curadoria da exposição.

Com cenário de uma grande fábrica de brinquedos, rampas e túneis tornam o passeio interativo e divertido. Ao lado, os bonecos gigantes já impressionam logo na entrada

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lazer Na exposição, é possível conhecer melhor os mamulengos, ou fantoches nordestinos. Abaixo, personagens consagrados: Mônica, Thor e Barbie

Renata conta que há mais de uma década viaja pelo país em pesquisas sobre a infância brasileira. Para montar a exposição, levou mais de um ano na elaboração de um levantamento minucioso. A pesquisa incluiu colecionadores de peças antigas, industriais, coleções particulares e trabalhos de artesãos. A diversidade é tamanha que há exemplares construídos por crianças quilombolas, da região amazônica, sertanejas, de comunidades de pescadores, regiões serranas, regiões do Sudeste (feitos por agricultores de origem alemã), além da inclusão de objetos indígenas. Essa interação pôde ser sentida pelo repórter cinematográfico santista Ilton Fernandes. Ele e o filho Nicolas, de dois anos, pararam em frente à mesma vitrine para fantasiar as aventuras do boneco

As etapas do brincar Em todas as culturas, o brinquedo é a principal representação do brincar. “Ele não garante a diversão, mas é o grande símbolo”, diz Renata Meirelles, educadora e especialista em arte educação pela ECA-USP, ao expor como costurou os diferentes aspectos da exposição. “O intuito é compreender como a criança brinca. Evocamos a relação de importância do brincar na saga humana”. Para mostrar como realmente funciona o imaginário da garotada brasileira, os curadores agruparam em espaços temáticos todo o acervo. Cinco conceitos foram utilizados para nortear

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o trabalho. Tudo começa com micropecinhas. Nesse grupo estão as miniaturas, por exemplo, minicozinhas, fazendinha ou casinha com mobília. Trata-se do espaço Mínimo e as Mãos. De acordo com Renata, “é tudo que estimula a atenção ao objeto em si. É o momento de internalização da cultura”. O tema Imagem e Similitude traz bonecos, robôs, mamulengos (fantoches do Nordeste), transformers e soldadinhos. “É a representação do homem dentro do brinquedo, é o espelhamento por meio dos super-heróis, daquilo que se quer ser. Eles carregam valores”. Já na parte As Mãos e a Von-

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Buzz Lightyear, do filme Toy Story. “É incrível como a admiração pelos grandes heróis não tem idade. É muito bom se identificar com quem amamos, falar a mesma língua. O brinquedo é maravilhoso nesse sentido, ele tem o poder de união e entretenimento”, diz Ilton. A grande missão, segundo a curadora, é passar a mensagem, é dar o alerta. “É preciso observar o brincar. Os adultos devem recordar a infância como um caminho de volta, afinal, quando revive, ele consegue influenciar, agregar valor a sua existência. É uma nova possibilidade de encantamento”. Distribuída em espaços temáticos, a exposição tem direção de arte e cenografia de Vera Hamburger, que apresenta uma

Ilton e Nicolas se identificam com o boneco Buzz Lightyear

tade, a construção desses objetos é a brincadeira. Estão nesse segmento os moldes de gesso, painéis e, sobretudo, os brinquedos de montar. No Tecnologias de Voo (foto), estão em exibição os brinquedos de suspensão e voo. “É o desejo de liberdade, de expansão, de ir além, vistos nos peões, pipas, brinquedos espaciais, petecas, aviões, entre outros”. Por fim, há o ambiente Ânima e Mecanismos, composto por carros, trens e brinquedos de corda. “É a ocasião em que a criança menos produz, pois os brinquedos têm mecanismos com movimentos repetitivos. O sentido é de dar vida e observar a transformação.”

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lazer

Exposição também prestigia os brinquedos artesanais

Coleções Os brinquedos provêm de coleções particulares como o Museu do Mamulengo (Olinda), Museu do Índio (Rio de Janeiro), Instituto Lina Bo e Pietro Maria Bardi e Instituto Brinquedo Vivo (São Paulo), Museu dos Brinquedos (Belo Horizonte), Centro Dragão do Mar (Fortaleza) e do Acervo Sesc de Arte Brasileira.

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forma interativa e instigante de desvendar o novo. Em alguns momentos, é preciso movimentar o corpo para fazer descobertas. Os visitantes percorrem livremente os espaços, sobem rampas, deparam-se com efeitos ópticos, atravessam túneis, passam por esteiras rolantes e, de repente, descobrem vitrines escondidas. As surpresas dão um toque especial e complementam o universo infantil, enigmático. Serviço: visitação de terça a domingo, das 10h às 19h, incluindo feriados. Endereço: área de convivência - Sesc Pompeia - Rua Clélia, 93, São Paulo. Entrada gratuita. Visitas para grupos podem ser agendadas na Central de Atendimento (11) 3871 7700 ou pelo e-mail agendamento@pompeia.sescsp.org. br, das 9 às 18 horas.

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ser sustentável

Ano novo, vida nova,

problemas velhos

Prometo que não irei desfiar aqui uma série de dificuldades e dramas cotidianos. Ao invés disso, minha proposta é falar de soluções, alternativas ousadas, criatividade, caminhos que podem ser percorridos diante de situações que, de uma forma ou de outra, terão que ser enfrentadas neste 2014

Por Marcus Neves Fernandes O lixo, ou melhor, os nossos resíduos sólidos urbanos, é uma delas. Lembro-me que, há muitos anos, vendo uma reportagem na tevê, ouvi um empresário (não me recordo de que país) que acabara de chegar ao Brasil. Sua intenção era explorar o que ele classificava como uma de nossas “riquezas”. Uma frase ficou marcada na minha memória. “Lixo é dinheiro”. O tal empresário, isso há uns 20 e tantos anos, tinha como objetivo reaproveitar toda essa montanha de matéria-prima que naquela época era, em sua imensa maioria, enterrada em lixões. Sabe-se lá por quais meandros de nossa burocracia ele se meteu, mas fato é que o tal empreendedor não mais foi visto. Talvez tenha levado suas ideias para outros países, alguns dos quais se mostraram capazes de transformar propostas em soluções práticas. Talvez ele tenha ido para a Dinamarca, onde é muito comum encontrar, ao lado de pequenos conjuntos residenciais, os chamados biodigestores, equipamentos

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que transformam a parte orgânica dos resíduos em gás metano. Na Alemanha, sistemas semelhantes são empregados em diversas fazendas, que reaproveitam até mesmo o esterco dos porcos para iluminar e aquecer o curral e as casas ao redor, um modelo muito semelhante ao que vem sendo empregado no meio-oeste norte-americano, nas fazendas de gado leiteiro. Lá, aliás, até mesmo alguns aviões utilizados na pulverização das lavouras já voam com o gás dos dejetos orgânicos ou com o biodiesel. Mais do que sustentabilidade, isso significa inteligência, na medida em que transformamos um problema em solução, reduzindo o uso da energia convencional por outra que seria desperdiçada. Foi pensando assim que, no México, levar o cãozinho para dar um passeio tornou-se sinônimo de economia. Em dez praças na capital do país, as pessoas encontram um equipamento no qual devem colocar os dejetos. Estes se transformam em gás, que

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da planta? Bom, pensou ele, elas podem gerar metano. Fez então as contas e descobriu que precisava de financiamento para instalar um biodigestor e outras máquinas que permitissem usar o gás para abastecer o caminhão, acionar o fogão etc. O dinheiro não veio e a ideia foi abandonada. Mas, como disse lá no início, começamos 2014, e este ano há algo de especial. A partir de agosto, segundo a Política Nacional de Resíduos Sólidos, apenas os detritos orgânicos poderão ser enviados para os aterros. O resto terá que ser reciclado. Na verdade, como demonstrado acima, tudo pode ser reaproveitado, até as fezes dos animais. Não sei se a lei será cumprida a partir de agosto. Há quem aposte que não, que o governo federal irá dilatar o prazo, mesmo ele tendo sido anunciado em 2012. Se assim for, então, feliz ano velho.

Foto divulgação

gera créditos para acessar a internet. Ideia semelhante vem sendo usada nos EUA, Canadá, Argentina e Turquia entre outros - até no Brasil. Aqui, mais especificamente em Foz do Iguaçu, a Sanepar (Companhia de Saneamento do Paraná) decidiu apostar no esgoto doméstico para gerar gás metano. A eletricidade obtida é suficiente para alimentar uma das estações de tratamento de esgoto da cidade. “O segundo maior custo das empresas de saneamento é a conta de energia elétrica”, afirma o coordenador de Energias Renováveis de Itaipu, Cícero Bley Júnior. Em 2006, a Itaipu começou a testar uma proposta semelhante em propriedades rurais de São Miguel (600 km de Curitiba). Dois anos depois, uma das fazendas já gerava energia para a rede pública por meio de um biodigestor alimentado pelos dejetos de suínos. O gás obtido move uma turbina que produz eletricidade para a Copel (Companhia Paranaense de Energia Elétrica). O sistema começou operando com três mil porcos. Hoje, são mais de cinco mil animais. O fazendeiro ganha três vezes. Primeiro por deixar de lado os custos com a disposição final dos dejetos, que são altamente poluentes. Em seguida, transformando esse dejeto em energia - cada suíno produz 10 litros de dejetos por dia, cada mil litros rende 1.360 litros de biogás, que geram 0,4 kWh de energia. Por fim, ainda conseguiram obter biofertilizante a partir dos resíduos que sobram no processo de obtenção do gás. Feita as contas, uma redução nos custos da ordem de R$ 20 mil mensais. Isso, aliás, me faz lembrar um pequeno produtor de bananas do Vale do Ribeira com quem conversei lá nos idos de 1999. Na época, ele iniciava um projeto de beneficiamento das frutas, que transformava em doces. E as cascas, o caule e as folhas

*O autor é jornalista especializado em desenvolvimento sustentável

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comportamento

Foto Angélica Serpa

Chega de

tricô!

A nova terceira idade, que cuida do corpo e da mente, trabalha e mantém vida social ativa, inspira um novo logotipo de identificação preferencial

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Por Aline Porfírio Aquela figura curvada e de bengala está com os dias contados nas placas preferenciais. Após uma votação popular em São Paulo, a imagem vencedora é a de um boneco ereto, sem apoio para andar e com um indicativo: 60+. A iniciativa foi do projeto Nova Cara Terceira Idade, que propôs uma mudança no logo. Ao todo, mais de 1.500 ideias foram enviadas a uma agência de publicidade responsável por desenvolver os pictogramas. As três finalistas apresentaram uma silhueta em postura ereta. O logotipo foi apresentado em comemoração ao Dia Internacional do Idoso (1º de outubro), e estará brevemente em circulação nas agências do Banco do Brasil. Para ser utilizado em outros setores, como no trânsito, por exemplo, é necessária a autorização dos órgãos competentes, que já estudam o assunto.

Segundo estudo do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), em parceria com o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), em Brasília (julho de 2013), a longevidade do brasileiro aumentou em 9,2 anos de 1991 para 2010. O brasileiro está vivendo mais e melhor. Hoje, ele coloca em pauta preocupações com saúde e bem-estar, e passa a se programar para garantir uma boa qualidade de vida. E o melhor: não é necessário ter um alto padrão de vida para manter isso. Quando Luiz Carlos Duarte Silva passa pela rua não há quem não repare. Pernas trabalhadas, postura reta e muitos, mas muitos músculos. O senhor de 62 anos já foi trapezista e equilibrista de circo na juventude, mas, por um período enfrentou a dificuldade do alcoolismo. “Sempre quis ser fisiculturista, e isso me incen-

Logotipo criado pelo projeto Nova Cara Terceira Idade estará, em breve, nas agências do Banco do Brasil

Foto Aline Porfírio

O fisiculturista Luiz Carlos Duarte Silva treina seis vezes por semana, duas vezes ao dia. Na página ao lado, Sônia Maria Machado faz bonito nas fotos de estúdio

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comportamento

Foto Aline Porfírio

O brasileiro está vivendo mais e melhor. Hoje, ele coloca em pauta preocupações com saúde e bem-estar, e passa a se programar para garantir uma boa qualidade de vida

tivou a deixar o álcool há dez anos. A partir daí me dediquei a uma rotina intensa de treinos e hoje até participo de competições”. Luiz já acumula cinco prêmios, o mais recente deles de vice-campeão paulista da categoria estreante, da qual seu concorrente mais velho tinha 51 anos. Para manter a forma, ele treina seis vezes por semana duas vezes ao dia, e deixa muito mocinho para trás no quesito peso. A dica dele para quem quer conquistar um belo corpo e manter a saúde e a boa forma é primeiramente caprichar na alimentação (repleta de fibras e proteínas) e, principalmente, fugir do estresse. “Velhice está na cabeça da gente. Somos jovens até onde quisermos. Costumo dizer que sou um pobre muito rico, pois me sinto bem comigo, e isso é o que importa”, diz. Luiz já se prepara para outro campeonato, e, perguntado sobre quando vai parar, a resposta é objetiva: “Para competir, vou até os 80 anos, depois vamos ver o que dá para fazer.” Luiz não é o único que se sente bem em mostrar a idade sem preocupações. Quem já pensou em fazer um ensaio de fotos mais ousado depois dos 60 anos? A aposentada Sônia Maria Machado, de 66 anos, não perdeu a oportunidade de exibir seu sorriso e sua experiência. Ela foi convidada por uma agência para fazer uma

sessão de fotos em estúdio com um toque mais charmoso, e acabou gostando da experiência. “Eu topei porque eu realmente gosto de mim, tem que ser assim. Senti-me muito bonita nas fotos, e notei que a idade nos deixa em cada fase com sua beleza especial”, diz. Sônia se deu tão bem nas fotos que já participou até de outras seleções, inclusive de uma das etapas do Garotas do Calendário de São Vicente, que seleciona doze casais de idosos para estampar a folhinha oficial da cidade. Sempre muito alegre, ela ressalta que a terceira idade é só o começo. Sônia não para em casa, adora dançar, sair, fazer exercícios. “Este ano tive que operar a catarata e meu médico me obrigou a ficar em casa por dois meses, já estava ficando doente! Gosto de estar na ativa”. Sônia é professora aposentada e viúva há quatro anos. Em vez de se entregar a uma possível depressão, ela optou por ver o lado bom da vida e passou a aproveitá-la. Fez dança de salão, frequenta academia e não desgruda do MP4 player. É mãe de dois filhos e avó de cinco netos, e todos aprovam sua postura de vovó moderna. Quando o assunto é paquera, ela diz: “Estou aberta a oportunidades; se for interessante, por que não? Vamos viver, porque a vida é linda”. Impossível não se contagiar com tanta animação. Para muitos idosos, a animação é encontrada nos centros de convivência da melhor idade, ou mesmo nas associações que reúnem os amigos que já passaram dos 60 anos. Esses locais criam uma forma de compartilhamento para os aposentados, pois promovem a oportunidade de viajar, de fazer novos amigos e de participar de eventos sociais e esportivos. Amélia Argentino é prova disso. Ela não gosta de solidão, por isso, está sempre de um lado para o outro. Tem três filhos em três cidades diferentes e passa o tempo um pouco em cada lugar. Mas é na cidade onde nasceu e na qual mora seu filho mais velho que ela gosta de ficar, em Lençóis Paulista, no interior de São Paulo. Lá, Amélia participa de uma associação para idosos. “Já viajei para a Argentina e Para-

“A vida não para, apenas muda de fase e adquire novos sentidos.” Amélia Argentino

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guai com outras associações só de idosos. Com essa, vamos muito para o interior e litoral. É uma beleza passear, mas eu gosto mesmo são dos bailes”, diz a aposentada. Amélia não gosta de ficar parada. Todo final de semana arruma-se e vai com as amigas ao baile da melhor idade. “Vou e não tenho hora para voltar não; já passei da idade de me preocupar com o horário, né? Mas, no domingo de manhã, não posso perder a missa”, conta. Aos 85 anos, Amélia não tem nenhuma doença crônica ou qualquer disfunção biológica e não toma nenhum remédio. Sua atividade preferida é cuidar de plantas. Segundo a aposentada, o segredo da longevidade é viver de forma tranquila, alimentar-se com coisas mais puras e estar sempre se mexendo. Ela destaca que, na terceira idade, não se pode ficar em casa, deve-se estar sempre na ativa, pois a vida não para, apenas muda de fase e adquire novos sentidos. Como uma boa apreciadora de pescarias, ela cita um dito

sertanejo: “O jeito é levar a vida devagar, fazer tudo direito sem abusar. E quando estiver nervoso, vai pescar!” A capacidade de autoestima está diretamente ligada à qualidade de vida e desenvolvimento de qualquer pessoa. E isso na terceira idade é crucial para conquistar uma boa saúde e bem-estar. É o que explica o profissional de educação física Felippe Boccuzzi da Silveira. “Todos os idosos podem fazer atividades físicas de acordo com suas patologias e liberação médica. Sempre há uma atividade específica que beneficie cada um. E a importância disso reflete tanto no fator psicológico, como no social e biológico”, explica. A chamada melhor idade, para aqueles que chegam aos 60 anos, é o momento da vida no qual a pessoa possui mais tempo livre, menos preocupações e mais possibilidades para viajar, conviver socialmente e pensar em si mesma. Para que essa soma seja completa, é necessário cuidar do corpo e da mente.

Felippe Boccuzzi é partidário da atividade física para a melhor idade

ARTE FINAL.ai2.pdf 1 09/12/2013 12:19:57

Desejamos 2014 cheio de saúde, paz, amizade e progresso. FELIZ NATAL


Foto Marcelo Souza

histรณria

Le Tonnant, fragata corsรกrio francesa, de 1793 58

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Caravelas, galeões e navios que fizeram história A arte do modelismo naval não apenas encanta por seu detalhismo e perfeição, como permite uma viagem pelas aventuras marítimas de ontem e de hoje

Por Bruna Vieira Moldar madeiras, com o uso de apenas um estilete, para construir um barquinho e vê-lo navegando numa bacia cheia de água no quintal de casa. Este era o passatempo predileto do menino José Leonardo Angerami que, em 1935, com apenas cinco anos, deixou a cidade interiorana de Mococa com sua família, rumo à capital paulista. Lá estudou em colégio francês e frequentava assiduamente a Biblioteca Municipal de São Paulo, onde leu muitas obras sobre embarcações náuticas. O Galeão Veneziano (embarcação de 1540) foi oficialmente a primeira réplica construída por ele quando tinha 17 anos. “Fiz as primeiras réplicas com canivete e estilete, que eram os instrumentos da época. Depois, durante três décadas, não fiz embarcações. Mas confesso que a paixão pelo mar sempre existiu, talvez devido a não aprovação dos meus pais para eu seguir carreira na Marinha quando ainda adolescente. Compensei isto velejando

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por Santos desde a década de 1970, com minha mulher Maria Aparecida. Somos mestres amadores”, relata Leonardo, hoje com 83 anos. Com a chegada da aposentadoria, Leonardo passou a se dedicar de forma exclusiva a seu passatempo predileto, até mesmo para complementar a renda da família. De lá para cá, esta grande paixão se transformou num caso de amor e já dura 30 anos. Foram mais de 130 réplicas construídas da metade dos anos 1980 aos dias atuais. Seus modelos foram vendidos para colecionadores de São Paulo, Minas Gerais, Paraná, Goiás e Rio de Janeiro. Leonardo fez as primeiras réplicas, depois de aposentado, para presentear amigos. Para isso, utilizou duas plantas de navios, que ganhou de colegas ainda no ginásio: uma do corsário francês Tonnant e, a outra, do Bounty, navio inglês que teve parte da tripulação amotinada na Costa do Pacífico, em abril de 1798. De-

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história Fotos Bruna Vieira

mora pelo menos dois meses para fazer uma réplica simples, e cerca de 15 meses para concluir uma embarcação mais elaborada, como o navio alemão Capsan San Diego, de passageiros e cargas. Certa vez, ele e a mulher pensaram em levar uma das embarcações para ser vendida numa loja de presentes em Santos. Mas nem deu tempo de chegar ao local. Ainda no caminho, o casal foi surpreendido por um admirador de modelismo naval. “O valor cobrado foi cinco vezes maior do que tínhamos pensado. Passei a fazer embarcações para colecionadores como Fabio Fontes, que expõe várias de minhas réplicas na Praticagem de Santos (Av. Almirante Saldanha da Gama, 64 - Ponta da Praia, Santos)”, revela Angerami.

Foto Bruna Vieira

Os muitos detalhes das embarcações são feitos com esmero e perfeição

Navios que fizeram história As réplicas de barcos famosos feitas pelas mãos de José Leonardo Angerami mostram detalhes idênticos aos barcos dos séculos XVI a XIX como o Cutty Sark, embarcação inglesa que percorria o caminho entre a Austrália e a Inglaterra, em tempo recorde, por volta de 1869. O Tonnant, também reproduzido por Angerami, foi o último navio corsário licenciado pelo rei Luiz XVI, da França, pouco antes de ele ser decapitado. Há ainda o Harvey, navio de comércio dos Estados Unidos, do século XVIII, e o Bounty, navio inglês que teve parte da tripulação amotinada na Costa do Pacífico. O modelo Spray foi baseado em plantas publicadas no livro Sozi-

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Foto Marcelo Souza

Após a aposentadoria, Leonardo Angerami dedicou-se ao modelismo naval e construiu mais de 130 réplicas, da metade dos anos 1980 aos dias atuais

Leonardo Angerami chegou à perfeição em vários modelos, pois os reproduziu 15 vezes, como é o caso da Harvey - galeota típica de Baltimore/EUA. Foram 12 réplicas do navio Tonnant; 11, do Bounty; oito caravelas portuguesas; seis canhões navais; cinco canhões de campanha inglês; quatro cópias do King George e três do Maryanne. A mulher Cida, como ele a chama, teve papel fundamental na dedicação de Leonardo à construção artesanal de barcos, graças ao seu olho mágico e crítica construtiva dos modelos. Por um tempo, atuou como restauradora de antiguidades. Tal especialidade, que exige detalhismo e paciência, ajudou o marido, que passa horas na oficina da casa, no bairro Estrela

nho ao redor do mundo, de Joshua Slocum. O autor deu a volta ao mundo sozinho nesse barco, aos 51 anos de idade, façanha realizada pela primeira vez na história, entre abril de 1895 e junho de 1898. Há ainda as réplicas dos barcos King George, Anna Maria e a caravela Nina, uma das três integrantes da frota de Cristóvão Colombo. Todos os barcos de Angerami são construídos em escala, a partir de plantas originais. Ele fez também o navio alemão Togo (de 1938), a motor, que transportava passageiros e cargas entre a Europa e a África. Na 2ª Guerra Mundial, foi transformado em navio corsário. Após a guerra, foi doado à Noruega, em 1946, e navegou por diversos países com vários nomes. Afundou na foz

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do rio Coatzacoalcos, no Golfo de Yucatan, em novembro de 1984. O Royal Louis, galeão de guerra francês de 1779, foi considerado o mais poderoso de sua época. Continha canhões de vários calibres e a tripulação, em tempo de guerra, era de 1260 homens. Sua réplica tem 1,08m de comprimento, 0,85m de altura e 0,28m de largura. O Herzogin Cecilie, de 1902, foi concluído por Angerami em dezembro de 2008. Trata-se de um navio-escola e cargueiro que leva, como figura de proa, o busto da duquesa Cecília (Cecilie Mecklenburg Schwerin - princesa casada com o príncipe Wilhelm, da Prussia). Foi o 131º modelo de navio construído por ele. Outro modelo feito por Leonardo An-

gerami é o Beagle, navio no qual Charles Darwin, aos 22 anos, viajou por cinco anos, período em que suas observações da natureza o levaram ao estudo da diversificação das espécies e, em 1838, ao desenvolvimento da teoria da Seleção Natural. Dentre as embarcações nacionais feitas por Leonardo, há o navio-escola da Marinha Brasileira, Almirante Saldanha, e o Hydrus, rebocador que auxiliou as manobras de navios e combate a incêndios do porto de São Sebastião, no litoral norte de São Paulo. Conta com hélices propulsoras que funcionam como lemes para direcionar o rebocador, dispõe de telefones, radares, lemes, rádio-comunicadores e banco giratório para o comandante.

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história Foto Marcelo Souza

Os modelos produzidos por Angerami foram vendidos para colecionadores de São Paulo, Minas Gerais, Paraná, Goiás e Rio de Janeiro. Algumas de suas réplicas também podem ser vistas em exposição na Praticagem de Santos

D’Alva, em Caraguatatuba, onde moram há 18 anos. “Esta era nossa casa de veraneio desde a década de 1970. Velejamos muito por estas águas. Na década de 1990, pensamos em vender a casa para fazermos a viagem dos nossos sonhos: dar a volta ao mundo num veleiro. A mãe dele ficou doente e veio morar conosco. A viagem ficou para outra vida”, revela Cida. Para construir os modelos navais, Leonardo utiliza cedro, pau-marfim, peroba, pinho, imbuia, jacarandá e balsa, madeiras encontradas em lojas especializadas.

Réplica do veleiro francês Etoile

Na oficina, há uma infinidade de máquinas próprias para a confecção das inúmeras peças que compõem as embarcações. “Esqueço-me do mundo quando estou na oficina. Como acordo cedo, passo muitas horas do dia aqui. É uma terapia. Só paro para almoçar e tomar café da tarde. Quando termino uma réplica é como se tivesse feito um barco grande. Tenho amigos modelistas navais com os quais compartilho trabalhos. Conheci alguns desses amigos no tanque de nautimodelismo do Parque Ibirapuera, em São Paulo. Aqui em Caraguá, eu e a Cida chegamos a vender peças náuticas como porta-retratos, quadros com nós náuticos, canhões, faróis, porta-lápis e outros objetos na feira de artesanato na praça Diógenes Ribeiro de Lima”, conta José Leonardo. A inspiração para as réplicas, Angerami retira de seletos livros em inglês, francês, espanhol, alemão e raros em português, que compõem a biblioteca de sua oficina. Alguns livros foram presentes de colecionadores da Marinha que viajam o mundo. Serviço: fotos e histórias de suas réplicas estão disponíveis em: http://jolemapi13. blogspot.com.br



educação

CNE em festa Foto Fernandes Zacarias

Vencedores da 7ª edição do concurso cultural são aplaudidos e premiados no Sesc Bertioga

Da redação O Salão de Convenções do Sesc Bertioga coloriu-se com a presença de mais de 200 pessoas, no dia 29 de novembro, reunidas para homenagear os vencedores da 7ª edição do concurso Costa Norte Escola - Comunicando para Educar, o CNE, em Bertioga. Um concurso cultural de cunho ambiental, realizado semestralmente nas escolas da rede municipal de ensino da cidade, e destinado a premiar os melhores trabalhos dos alunos, seus professores, di-

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retores, além da escola. Dos mais de quatro mil trabalhos realizados durante o semestre, divididos em cinco categorias, 15 foram escolhidos e 14 autores conhecidos na noite festiva (a aluna Letícia Lourenço Teodósio, vencedora do quinto ano, não compareceu ao evento). Para as crianças, depois de muito estudo, pesquisa e conclusão do tema proposto, a tarefa de escolher entre vales-brinquedo de R$ 350,00, bicicletas e videogame

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Fotos Fernandes Zacarias

Vanderson Santos da Silva, Guilherme Gonçalves de Lima e Isabela Paulino Serafim, vencedores do primeiro ano

PSP, é o ápice do certame. “A vantagem do vale é que dá pra dividir. Eu vou pegar umas Barbies pra mim e deixar meu irmão escolher alguma coisa pra ele”, afirmou a estudante do 5º ano, Manuela Inácio da Silva. Com apenas nove anos, Guilherme Inácio Araújo, já é veterano no concurso e comemorou a sua segunda vitória. “Estou muito feliz. Da outra vez eu escolhi o vale e agora o PSP”. O prestígio de estar entre os vencedores também é motivo de comemoração. “Eu me senti mais inteligente. É muito legal”, disse Emanuelly Andrade. Outra premiada, Ana Clara Quirino da Silva, do 4º ano, ficou feliz com o resultado: “Foi muito legal, porque eu nunca tinha disputado, e já consegui vencer. Agora é me esforçar para conseguir novamente.” O comerciante Luís Carlos Ferreira dos Santos, pai de Lucas, vencedor do 4º ano, elogiou a iniciativa: “Esse prêmio

Dilma Pena entrega premiação para Emanuelly Andrade e sua professora Rosangela Santos. Acima, Papa premia o estudante Guilherme Inácio Araújo e a professora Samantha Santiago

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educação

Vittório Bellagamba Barbosa, Tais Vieira da Silva e Emanuelly Barbosa Andrade, premiados do segundo ano

Guilherme Inácio Araújo, Thaisa Mendes da Silva, Alana Paixão de Jesus: melhores trabalhos do terceiro ano

Temas e categorias 1º ano - Desenho com frase Atitudes de Preservação dos Espaços Coletivos; 2º ano - Placa informativa Cuidando da Rua; 3º ano - Texto narrativo - O Modo de Vida e as Transformações no Ambiente Sustentabilidade; 4º ano - Texto informativo Ambiente Natural e Ocupação - Saneamento; 5º ano - Texto narrativo Qualidade de Vida: Saúde Ambiental - Saneamento.

é muito importante porque incentiva as crianças. Ele nunca deu problema na escola, mas, no mundo de hoje, com tantos problemas, projetos como esse são sempre bem-vindos”. O diretor-presidente do Sistema Costa Norte de Comunicação Ribas Zaidan avaliou que o CNE colabora para a formação da sociedade. “O projeto transmite para as crianças a conscientização de que o desenvolvimento pode ser aliado a boas ações ambientais, além de proporcionar o desenvolvimento intelectual das crianças.” Opinião compartilhada pela presidente da Sabesp Dilma Pena, também presente ao evento. “O trabalho desenvolvido é de suma importância para a conscientização ambiental das crianças. Elas estão apren-

dendo a cuidar do bem onde vivem e essa atitude ambiental evita determinados prejuízos no futuro. Estes jovens, certamente, já têm uma consciência ambiental maior que os seus pais, e passarão boas lições aos seus filhos.” O gerente de tecnologia da Sabesp, João Paulo Tavares Papa, considerou o projeto um exemplo. “Hoje nós temos um grande desafio em nosso país, que atende pelo nome de boa educação. Se nós queremos ter um país efetivamente desenvolvido e uma população de fato integrada, temos que investir muito em educação. E quando eu digo nós, não falo apenas do poder público, mas sim de todo brasileiro, toda empresa que tenha compromisso social, como é o caso do Costa Norte”, disse citan-


do como bom exemplo a Rede Mundial de Cidades Educadoras. Para o secretário de Educação de Bertioga Ivan de Carvalho, o CNE está de parabéns por colocar os alunos à prova em um trabalho extra-classe. “Acho esse trabalho muito importante porque tira os alunos do desafio curricular e os coloca em outra realidade, que os obriga a usar elementos do dia a dia.” O CNE é uma realização do Sistema Costa Norte de Comunicação, em parceria com a Secretaria da Educação de Bertioga, e apoio da Sabesp/Governo do Estado, Brasil Terminal Portuário (BTP), Mare Incorporadora, Sobloco Construtora, Sesc Bertioga e rádio Praia FM - 106,1.

*Com reportagem de Antônio Pereira

No quarto ano (acima) vitória de Lucas Ferreira dos Santos, Ana Clara Quirino da Silva e Izaura Maria Guimarães. Representando o quinto ano: Manuela Inácio da Silva e Millena dos Santos Silva




comportamento

arte

Mãos que fazem

Casal santista materializa sonhos e desejos especiais por meio da produção de bonecos, máscaras, vilões e heróis do cinema

Foto Mundo Mágico/Divulgação

Por Luciana Sotelo

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Lutar contra os vilões inescrupulosos, salvar o mundo de um perigo iminente, ter uma identidade secreta. Quem nunca sonhou com aventuras alucinantes ao lado de super-heróis das histórias em quadrinhos? E que tal conviver com os principais astros do cinema? Todos esses personagens que encantam adultos e crianças povoam o atelier de Patrícia e Vinícios. O casal tem “poderes especiais” para confeccionar bonecos por meio da modelagem de massa. As peças são fabricadas em diferentes texturas: porcelana fria, argila, resina, fibra de vidro, látex e até silicone. O que chama a atenção é a riqueza de detalhes e perfeição das formas. O talento nato está presente

nos traços firmes e bem delineados. A disciplina e boa observação também ajudam, e muito, quando o foco é recriar personagens do imaginário humano. Resumindo, os artistas lidam com sonhos e vivem o faz-de-conta de verdade. Eles já perderam as contas de quantos seres colocaram em cena no mundo real. E tudo começou como um simples hobby... Patrícia Fernandes Pareja e Vinícios Marques Ferreira Jorge transformam a ficção em algo palpável. Ela é ex-esteticista e, ele, engenheiro de computação e técnico em eletrônica. Ambos já cultivavam a paixão pela arte de modelar, desenhar e confeccionar esculturas, mesmo antes de

Dentre os desafios, o de reproduzir 14 animais da selva em tamanho natural, para ambientar um restaurante em Bogotá, na Colômbia

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comportamento

Fotos Luciana Sotelo

Patricia e Vinícios desenvolvem trabalhos para parques temáticos, shoppings e produtores de cinema e teatro

O carro-chefe da equipe é a criatividade. Há sempre um personagem novo querendo sair das telonas pelas mãos dos artistas

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se conhecerem. E quando se encontraram, não restou dúvida, uniram os talentos para crescer juntos. O ponto de partida foi a criação da empresa Mundo Mágico Artes, em 2004. Vinícios lembra que tudo começou com uma encomenda de três mil ímãs de geladeira em forma de flores. Com a experiência positiva, o casal resolveu ampliar o foco, começou a fazer esculturas de noivinhos para topo de bolo. “O produto deu visibilidade ao nosso trabalho”, diz o artista. A grande sacada foi perceber que, na época, em 2005, esses bonecos não eram personalizados. “Se o rapaz era torcedor do Santos, colocávamos a camisa do time. Se ela era vaidosa, ressaltávamos isso na criação. Foi assim que passamos de dois pedidos por mês para mais de vinte”, lembra Patrícia.

Como cabeça de artista está sempre maquinando coisas novas, eles decidiram caprichar ainda mais e complementaram as peças com cenários e até animais de estimação, em alguns casos. O passo seguinte foi colocar roupas de tecido nos bonecos, cabelos, marcar os dentes e incrementar o visual da noiva. “Elas ganharam lindos cílios”, brinca Patrícia. Se tudo que é bom pode ficar ainda melhor, o casal resolveu levar o ditado ao pé da letra. Consolidados no mercado de casamento, foram desbravar outros segmentos. Assim, produtoras, parques temáticos, cinema, shoppings centers e teatro tornaram-se os novos clientes da empresa. Logo, a dimensão dos projetos aumentou. “Tivemos que buscar conhecimentos de outros materiais e técnicas mais apropriadas. Sur-

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giram esculturas de argila, isopor, fibra de vidro, látex e silicone”, conta Vinícios. Para produtoras e cinema, produziam efeitos especiais por meio de máscaras e próteses de maquiagem. O teatro ganhou figurinos especiais de escultura, máscaras como objetos de cena, maquiagem diferenciada e as próteses. Já para os parques temáticos, bonecos de personagens de desenho animado. Nesse último caso é necessário obter uma licença especial para comercialização. Vinícios diz que o processo de criação torna-se mais complexo. “Estamos fazendo personagens da Disney e da Warner. Pegamos uma encomenda de uma rede de shoppings de São Paulo e Rio de Janeiro para fazer a Turma do Pooh. Fizemos o ursinho Pooh, Leitão e Tigrão. Tudo em fibra de vidro forrada com pelúcia. Mandamos o esboço do trabalho para aprovação. A conferência dos produtos é detalhada. Dá um medinho, mas tudo que fizemos até hoje foi aprovado”, sorri satisfeito. Parece fácil? Pois não basta ter uma

Fotos Mundo Mágico/Divulgação

De esculturas de noivinhos a licença especial para reprodução de personagens da Disney e da Warner

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Fotos Mundo Mágico/Divulgação

comportamento

A turma do Pooh e muitos outros seres fictícios povoam o atelier Mundo Mágico

ideia criativa e pronto. Existe um processo funcional por trás de tudo, explica Patrícia. “Começamos pelo conceito, criamos a identidade do projeto. Depois, tem a análise dos materiais que vamos utilizar. Em seguida, vem o planejamento da confecção que compreende o estudo do desenho, proporções de anatomia, entre outros parâmetros. Só então, colocamos, literalmente, a mão na massa.” Vinícios completa: “São noites e noites em claro. No Brasil, não conseguimos setorizar o processo. Lá fora, você tem 30 especialistas diferentes para deixar a peça pronta. Aqui, fazemos tudo, cada trabalho vira uma espécie de filho. É desgastante, porém, compensador. O segredo não é simplesmente ter o dom, conta muito a disciplina, estudo, prática constante e, sobretudo, muito amor ao que fazemos.”

Tamanha dedicação rendeu um desafio à altura. A dupla foi convidada para um trabalho em Bogotá, na Colômbia. A missão era reproduzir 14 animais da selva em tamanho natural e mecanizados (com movimentos) para ambientar um restaurante. Foram cinco meses de trabalho árduo. “Colocamos pelos, escamas, penas e tudo o mais que imitasse as características realistas. Foi fantástico”. Patrícia diz que foi uma experiência inesquecível. “Ficar fora do país e ter que fazer algo que nunca havíamos feito, foi uma chance maravilhosa.” No Mundo Mágico das Artes, o carro-chefe é a criatividade. Há sempre um personagem novo querendo sair das telonas pelas mãos de Vinícios e Patrícia, que diz: “Trabalhar com o lúdico é uma grande diversão, a cada pedido, mergulhamos de cabeça nesse mundo mágico das artes.”



Os organizadores e apoiadores têm a honra de parabenizar os vencedores da 7a edição do Costa Norte Escola

LUGAR SÉRIE

NOME

PROFESSOR

DIRETOR

ESCOLA

MELHOR RELATÓRIO DE PRODUÇÃO

Atitudes de Preservação dos Espaços Coletivos - desenho com frase 1 2 3

1D 1A 1A

Vanderson Santos da Silva Ivete Fontes de Sá Guilherme Gonçalves de Lima Pattricia Sant'Anna Sá Isabela Paulino Serafim Lilian Amaral Carvalho

1 2 3

2A 2B 2B

Cuidando da rua - Placa informativa Vittório Bellagamba Barbosa Weynice Godoy Coelho Mendes Lucia Gonzalez EMEIF Prof Delphino Stockler de Lima Weynice Godoy Coelho Tais Vieira da Silva Carina Bianca Nanci Sant'Ana EMEF Giusfredo Santini Mendes Emanuelly Barboza Andrade Rosangela M. de Abreu Santos Isabel Cristina Prieto Santos EMEIF Dr. José Ermírio de Moraes Filho O modo de vida e as transformações no ambiente – Sustentabilidade - Texto narrativo

1 2 3

3B 3B 3B

Guilherme Inácio Araújo Thaisa Mendes da Silva Alana Paixão de Jesus

Samantha Santiago Guedes FreiLucia Gonzalez EMEIF Prof Delphino Stockler de Lima Hélvia Mônica da Silva Pedro da Silva Pontes Neto EMEIF Governador Mário Covas Júnior Sueli Brisola Roque Sousa Nanci Sant'Ana EMEF Giusfredo Santini Ambiente natural e a ocupação - Saneamento - texto informativo

1 2 3

4A 4A 4C

Lucas Ferreira dos Santos Ana Clara Quirino da Silva Izaura Maria Guimarães

Maria Lina Amâncio Rosangela de Souza Cristina Zanella Caramelo

Nanci Sant'Ana EMEF Giusfredo Santini Cláudia Pereira de Jesus Silva E.M.E.I.F Vista Linda Lucia Gonzalez EMEIF Prof Delphino Stockler de Lima

Pattricia Sant'Anna Sá

Samantha Santiago Guedes Frei

Maria Paula EM José de Oliveira Santos Isabel Cristina Prieto Santos EMEIF Dr. José Ermírio de Moraes Filho Silvana Carmo da Silva Lucia Gonzalez EMEIF Prof Delphino Stockler de Lima

Qualidade de vida: Saúde Ambiental - Saneamento 1 2 3

5B 5B 5A

Leticia Lourenço Teodósio Manuela Inácio da Silva Millena dos Santos Silva

Ilma Alves de Lima Sônia dos Santos Reis Julio Régis da Silva

Lucia Gonzalez EMEIF Prof Delphino Stockler de Lima Maria Paula EM José de Oliveira Santos Carla Pereira de Carvalho Pedro da Silva Pontes Neto EMEIF Governador Mário Covas Júnior



comportamento

Ouro Verde,

reduto de tradição Roda de samba existe há mais de duas décadas e é referência em samba da melhor qualidade

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Fotos Laura Ribas

Por Luciana Sotelo Sábado, oito horas da noite. Nas imediações da rua 9 de Julho, altura do número 41, no Marapé, em Santos, é possível ouvir o som cadenciado dos instrumentos; é a melodia do samba ecoando pelo bairro. Há 27 anos é assim: a Ouro Verde contagia e emprega o talento de seus músicos à arte de propagar o samba de raiz, de geração em geração, com público garantido. A mais antiga e tradicional roda de samba da Baixada Santista nasceu e se fortaleceu pela amizade de um grupo de apaixonados por música popular brasileira, especialmente o samba, maior manifestação artística símbolo do Brasil. Pio, Zinho do Cavaco, Tinoco e Renê foram os responsáveis pelo comecinho dessa história. Além de se encontrarem para conversar, eles cantavam e tocavam na calçada, em frente ao Clube Ouro Verde, fundado em 1950. “A gente só queria estar juntos, jogar conversa fora e exercitar o samba. Não tínhamos pretensão de fazer carreira e viver da música”, conta o vocalista Luiz Carlos Alonso, mais conhecido como Pio. O clima de improviso e descontração logo trouxe novos componentes à roda, hoje formada por 11 membros. Zinho, no cavaco, Mario, no trombone, Renê e Robertinho, no cavaquinho, Carioca, no surdo, Fabinho, no rebolo, Anderson, no pandeiro, Pitisca, no tamborim, e no

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comportamento

Fotos Luciana Sotelo

Pio e Renê foram alguns dos responsáveis pelo comecinho da história da mais antiga e tradicional roda de samba da Baixada Santista

vocal, Tinoco, Pio e Flavio. “Sempre temos muitos amigos participando”, explica Pio. Com o passar do tempo e a repercussão do trabalho, a roda adquiriu novos fãs a ponto de ser multada pela prefeitura. “As pessoas começaram a pegar as mesas do clube para ficar mais à vontade. Isso gerou barulho e obstrução do passeio público. Tivemos então que tomar uma decisão”, lembra Renê Rivaldo Ruas, responsável pelo cavaquinho. Das ruas, a roda foi transferida para o salão do Clube Ouro Verde, um lugar pequeno, modesto e, ao mesmo tempo, aconchegante. Semanalmente, ele se transforma num dos espaços mais concorridos da cidade. Com um clima contagiante e sem nenhum luxo, o reduto faz a alegria dos aficionados, sem distinção. O aposentado Wadih Moreira Santos, de 83 anos, e a mulher Marta, de 82, são provas disso. Eles estão casados há mais de cinquenta anos e um dos programas preferidos da dupla é frequentar a Ouro Verde. “Eu sou vizinho, todos são meus camaradas. Me sinto muito feliz quando estou aqui”. O carro-chefe é o repertório impecável, com doses de inspiração vindas de Noel Rosa, Cartola, João Gilberto, Pixinguinha, Ismael Silva, Adoniran Barbosa, Francisco Alves, entre muitas outras vozes da velha guarda. São tantos compositores de qualidade que nenhum dos integrantes da roda arrisca preferências. Relembrar os grandes mestres do gênero é a maior satisfação dos sambistas. “O mais importante é o conteúdo que elas transmitem. São poesias que a gente entende o que querem dizer. As letras contam histórias que permanecem atuais. Isso não pode se perder nunca”, alerta Tinoco. Seja qual for a seleção escolhida, a certeza é uma só: sucesso e casa lotada. Muitas vezes, com o dobro de gente do lado de fora. A média é de 300 pessoas por noite. “De repente, percebemos que tínhamos mais amigos do que imaginávamos”, sorri Pio. Entre o público, existem os personagens especiais. Jairo Nascimento é um deles. Facilmente reconhecido entre os frequentadores, ele possui uma espécie de uniforme

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Fotos Luciana Sotelo

Pitisca, Zinho do Cavaco e Genário Vila Nova não deixam o samba morrer

para o samba. Pelo apelido, “Super-homem”, já dá para imaginar os trajes desse projetista de 61 anos com espírito jovem. “Eu venho desde que começou. É uma religião, todo sábado minhas energias se concentram nesse lugar. Eu preciso disso para viver. Esse é o reino do samba.” Até o Cidadão do Samba de Santos, Genário Vila Nova, aprova a casa. “Aqui não se deixa o samba morrer.” Engana-se quem pensa que são apenas os moradores locais que prestigiam. A roda recebe pessoas de fora do estado que têm no ponto um atrativo cultural marcante. José Luis Santos é de Salvador, Bahia. O engenheiro foi apresentado à Ouro Verde há três anos, quando veio morar em Santos. “Quando não estou na cidade, sinto falta. Sempre me programo para não perder um sábado. Aqui se escuta o que não tem em lugar nenhum.” Há seis anos, o empresário Roberto Donizete e a mulher Monica Temer descem a serra sempre que podem para prestigiar. “Esse tipo de resgate cultural não existe em lugar nenhum. Conheci por um amigo e ao comprovar o requinte da roda, não deixamos mais de vir. Foi amor a primeira vista.” Não é só nas músicas que o passado se faz presente. As regras também são à moda antiga. Para entrar no salão,

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As regras do clube seguem a moda antiga. Para entrar no salão, é necessário conservar os bons costumes: não se pode entrar sem camisa e nem tampouco dançar coladinho

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comportamento

Fotos Luciana Sotelo

Jairo Nascimento e, abaixo, o casal Marta e Wadih Moreira Santos, dentre os assíduos frequentadores das noites de samba

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é necessário conservar os bons costumes e, para os desavisados de plantão, há uma placa lembrando que não se pode entrar sem camisa e nem tampouco dançar coladinho. As normas mantêm o ambiente familiar, dizem os organizadores. Atualmente, a Roda de Samba Ouro Verde funciona aos sábados, das 20 às 22 horas. Não é cobrada entrada e a cerveja está sempre bem gelada. Para conseguir um lugar, é preciso chegar bem cedo. A média de idade da turminha é considerável, em torno de 50 e 60 anos, mas a experiência por aqui é sinônimo de empolgação. “Primamos pelo conhecimento, esse é o nosso diferencial. A gente gosta de estudar a música, pesquisar autores, conhecer as biografias dos compositores. Isso eleva o nível do trabalho. Isso não é pretensão, é pura satisfação pessoal”, pondera Renê. Durante mais de duas décadas, a roda ultrapassou as fronteiras do Marapé, participou de vários eventos culturais em Santos e São Paulo, entre os momentos mais marcantes, destaque para o show comemorativo dos 25 anos da Roda de Samba Ouro Verde, no Sesc Santos, em 2011. Foi uma emoção sem limites. “Um sonho realizado. Fizemos 25 anos tocando e cantando com nossos amigos para uma plateia de quase mil pessoas”, recorda Pio. Depois de tantos momentos inesquecíveis, ao final da reportagem, uma música vem à minha mente: “Quem não gosta de samba, bom sujeito não é, é ruim da cabeça ou doente do pé”. E não é que o poeta Dorival Caymmi, autor da canção Samba da minha terra, lançada em 1940, estava certo.

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Desejamos um Feliz Natal e 贸timo 2014!

Herculano Passos

Rita Passos



negócios

Novotel Itu

Terras de São José Convention Center

Projetado para ser referência no mercado de convenções, ele é a grande oportunidade de investimentos do momento

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O Brasil ocupa a 7ª posição como destino de eventos internacionais, e o estado de São Paulo é a região número um do país, segundo dados da International Congress & Convention Association ICCA. Atento a este segmento crescente (mais de 12% no último ano), o Grupo Solbrasil, PGC e Praias, em parceira com o Grupo Senpar Terras e a Accor, lançou, no início deste mês, em Itu, o Novotel Itu - Terras de São José Convention Center. Um empreendimento inovador, avalizado por empresas sólidas, e garantia de investimento seguro. Idealizado para atender o mercado de convenções e lazer, o projeto assinado pelo escritório de arquitetura Aflalo & Gasperini oferece ampla estrutura para eventos, com capacidade para mais de 1.800 pessoas. Surpreendente em todos os aspectos, principalmente o funcional, o Novotel Itu, com 343 apartamentos, terá estrutura e tecnologia de primeiro mundo. “Ouvimos organizadores de eventos, clientes finais, arquitetos, a Accor e a experiência dos empreendedores, para fazer deste, o melhor hotel de convenções ao redor de São Paulo, e vinculado a uma marca internacional”, ressalta Paulo Mélega, diretor da Solbrasil Empreendimentos. Todo o seu planejamento tem por objetivo colocá-lo como o primeiro no ranking de eventos corporativos do Brasil, e sua localização é uma

das marcas de qualidade do empreendimento. Ele será construído ao lado do Terras de São José, o primeiro loteamento fechado e um dos melhores do país, a 90 km de São Paulo. O acesso é outro item de destaque, pois a região é servida pelas melhores rodovias do país: Castelo Branco, Raposo Tavares, Bandeirantes e Anhanguera. Além dos aeroportos Guarulhos, Congonhas e Viracopos, este último está a 41 km de distância. “Em um raio de 200 km de Itu estão mais de 30% do PIB do Brasil e é uma das regiões mais ricas da América Latina e o hotel irá servir a toda esta localização”, ressalta o sócio-diretor da Solbrasil, Carlos Alberto Campilongo Camargo. “No Brasil, há uma necessidade de aumento do parque hoteleiro e de sua modernização. O segmento de eventos não é bem atendido, principalmente, porque há uma grande demanda concentrada dentro das grandes cidades e os organizadores de eventos há muito tempo nos pedem isso: oferecer um destino fora das grandes cidades”, disse Roland de Bonadona, CEO da Accor América Latina. Carlos Alberto Campilongo Camargo, completa: “Toda área técnica foi feita para atender as necessidades do público corporativo e de lazer”. Os vizinhos que ocupam o entorno do empreendimento também são de dar gosto. Ao lado do futuro hotel, encontra-se o Terras de São José Golfe

Descrição • 343 apartamentos duplos; • Mais de 36 mil m² de terreno; • Área construída de 32 mil m²; • Capacidade total para convenções com mais de 1.800 pessoas; • Salão principal com 1000 m² e pé direito de 7 metros; • Salas flexíveis e modulares com iluminação natural; • Business Center; • Centro de Convenções com acesso independente, 12 salas de apoio e estrutura de camarins; • Restaurante com três ambientes e terraço coberto; • Cozinha para banquetes e infraestrutura completa de serviços; • Completa estrutura de lazer com piscina adulto e infantil, espaço in balance com fitness center, saunas, salas de massagem, sala de jogos, playground, espaço family Novotel com brinquedoteca, campo de futebol, quadras de tênis, trilhas de caminhada e cerca de 20 mil m² de área verde.

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Carlos Alberto Campilongo Camargo (acima) e Paulo Mélega, da Solbrasil

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negócios

Grupo Praias, Solbrasil e PGC Com atuação no mercado imobiliário há mais de 51 anos, o Grupo Praias, Solbrasil e PGC tem ampla história na Riviera de São Lourenço, além de lançamentos no Guarujá e na Praia Grande. O grupo é referência com o Ibis Congonhas, marco da hotelaria paulistana. Atualmente, o Grupo encontrou no interior um potencial de mercado, com o sucesso de vendas Ibis Jundiaí e Mogi das Cruzes e, em breve, lançamento do Ibis Itatiba.

Grupo Senpar Terras O Grupo Senpar Terras desenvolveu ao longo de 50 anos uma história de pioneirismo e tradição. Terras de São José, em Itu, foi o primeiro loteamento fechado do Brasil. Além de dezenas de projetos similares no interior do estado. A Senpar Terras Desenvolvedora Imobiliária também idealizou o Polo Serra Azul, Outlet Premium, entre outros diversos empreendimentos.

Accor Accor, um dos maiores grupos hoteleiros do mundo com 45 anos de experiência. Tem um amplo portfólio de bandeiras no mundo todo, presente em 92 países, com mais de 3.500 hotéis. Na América Latina a Accor opera 211 hotéis. A marca Novotel está presente em 60 países com mais de 400 hotéis.

Para mais informações: Solbrasil / PGC - desde 1962 - www.solbrasil.com.br Senpar Terras - desde 1963 - www.senparterras.com.br Novotel Itu Convencion Center - www.invistaitu.com.br

Clube, um dos melhores campos de golfe do Brasil, com fluxo médio de 9.000 mil golfistas/ano. Bem próximo, localiza-se a Jack Nicklaus Academy of Golf, a única unidade da América Latina. Há ainda duas hípicas e grandes empresas multinacionais. Investir em hotelaria tornou-se uma tendência forte no mercado, em função do crescimento do setor, do desenvolvimento do país e da atração de visitantes estrangeiros. “É um mercado que movimenta 40 bilhões/ano”, afirma Igor Tobias, especialista em mercado de convenções. A vantagem é que, além da segurança de um bem real, o investidor não precisa se preocupar em procurar inquilino, receber o aluguel ou acompanhar a manutenção do imóvel. E no caso do Novotel, trata-se de um produto bem localizado e idealizado por um grupo com nome altamente respeitável no mercado imobiliário e da construção, além de uma bandeira com expertise na gestão hoteleira.

Empreendimento oferece ampla estrutura para eventos, com capacidade para mais de 1.800 pessoas

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Fotos Beto Consorte e Evelyn Müller

arquitetura e decoração

Tijolos e janelas de demolição protagonizam a beleza da construção cinquentenária 88

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Tesouro entre o mar e o sertão

A duas quadras da tranquila praia de Guaratuba, em Bertioga, cercada pela Mata Atl ântica, desponta a majestosa casa do design er de interiores Francisco Cálio, uma joia arquitetônica com mais de meio século Beach&Co nº 138 - Dezembro/2013

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arquitetura e decoração Por Maria Helena Pugliesi Nos últimos cinco anos, de dezembro a março, Cálio deixa São Paulo para viver as benesses de sua morada de veraneio, no litoral paulista. “Até venho para cá nos outros meses, mas é esporádico. Gosto mesmo é de passar o verão. Isso aqui é um paraíso”, diz ele, que descobriu a construção por acaso, enquanto trabalhava no projeto de um imóvel nas redondezas. Mesmo inabitada, a imponência da casa de dois andares, erguida com materiais de demolição, o atraiu no primeiro olhar. “Soube que ela havia sido construída na década de 1950 pelo casal Iracema e Moacyr Archanjo dos Santos, fundadores da loja O Velhão, em São Paulo”, conta. “Eles não queriam vender e por um bom tempo apenas “namorei” o lugar. Com a morte de Moacyr, dona Iracema concordou com o negócio, desde que eu preservasse a propriedade”. A palavra foi cumprida. Por dois anos, Cálio dedicou-se ao restauro do sobrado. Tudo foi mantido: piso, paredes, lustres e até os móveis antigos que já estavam nos ambientes. “Para criar um contraponto atraente, inseri na

Fotos Beto Consorte e Evelyn Müller

A bela casa recebeu materiais e peças resgatados dos casarões da Av. Paulista, em São Paulo, construídos no período dos barões do café e demolidos para dar espaço à modernidade

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decoração peças modernas e objetos dos anos 1960, 70 e 80, mas fiz questão de manter o espírito da construção. Afinal, tudo aqui tem muita história”, explica. E tem mesmo. As janelas de 3 m de altura pintadas de azul-carbono, os ladrilhos hidráulicos e as banheiras inglesas dos banheiros, por exemplo, vieram dos casarões da av. Paulista, em São Paulo, construídos no período dos barões do café e demolidos para dar espaço aos arranha-céus. O belo vitral basculante de pinho-de-riga, que separa a sala de jantar da cozinha, foi resgatado da demolição de uma velha igreja no bairro paulista do Pari. Construtor nato, com ótimo conhecimento de proporções, o primeiro proprietário formulou uma planta muito agradável. No piso térreo se concentram as áreas sociais, compostas por um grande salão com pé direito duplo, onde ficam as salas de estar, jantar e jogos, além da cozinha e das varandas, que levam ao jardim e ao espaço da churrasqueira, anexo à piscina. O andar superior conta com quatro quartos servidos por terraço e uma saleta íntima. “A configuração espacial do imóvel é irretocável. Foi pensada para abrigar

A cozinha preserva o mobiliário original da casa

Destaques para o vitral arrematado em uma antiga igreja paulista e para a banheira inglesa do início do século 20, em contraponto com a modernidade do quarto. Abaixo, a piscina, que mantém o tom de azul-carbono das janelas

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arquitetura e decoração

Foto Beto Consorte e Evelyn Müller

várias pessoas com conforto. Tem alma de casa de praia que, para mim, só funciona quando está cheia de gente”. O designer de interiores admite que não é uma casa de fácil manutenção. Devido à maresia e à umidade da mata fechada, os tijolos de demolição precisam ser lavados e resinados anualmente e os demais materiais, por serem muito antigos, exigem revisão periódica. “Mas eu não ligo. Adoro me dedicar a este lugar, que tanto prazer tem dado a mim e aos meus amigos”, conta ele. Um grupo de funcionários também contribui com a boa conservação da propriedade. Para manter os ambientes arejados, o casal de caseiros tem entre outras obrigações a de abrir diariamente todas as portas e janelas do casarão. Já o jardineiro cuida para que o paisagismo original e as demais árvores frutíferas plantadas por Cálio continuem saudáveis e atrativas aos passarinhos, outro espetáculo que a casa reserva. Cabe ao piscineiro conservar a área externa sempre em ordem. “Apesar de, por dentro, a casa ser bastante aconchegante, é do lado de fora onde passamos mais tempo. Tenho sempre muitos convidados e a diversão, depois da praia, é churrasquear em volta da piscina. Atividade que nunca tem hora para acabar. Diz a verdade: tem lugar mais gostoso do que este?”, pergunta divertido, o proprietário.

Na decoração, uma mescla interessante de móveis modernos e peças rústicas

Piscina: pastilhas de cerâmica Euroville e deque de cumaru Casanova; móveis: Mac e Casual Móveis; almofadas: Tania Bulhões Home, tecidos: Vitrine by Casa Fortaleza.

Boas festas! Feliz 2014! www.gaiaconsultoria.com.br 92

contato@gaiaconsultoria.com.br | (11) 3815 5512

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internacional

Bem viver à beira do Mediterrâneo Povo alegre, gastronomia típica, praias de encher os olhos e uma história rica, ainda presente na arquitetura e na linguagem oral dos habitantes. Assim é a Sardenha, irresistível

Fotos Renata Inforzato

Por Renata Inforzato

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Ainda que superfrequentada, a Sardenha, uma das ilhas do sul da Itália, conseguiu manter muitas praias quase intactas, com uma flora e fauna preservadas. O charme da vida italiana, com seus pequenos vilarejos e cidades de casas coloridas e ruas estreitas, um rico patrimônio e, é claro, uma deliciosa gastronomia, completam esse lugar de sonhos. Até cerca de 50 anos atrás, o turismo não era muito desenvolvido na ilha. Hoje, no entanto, ela conta com instalações hoteleiras para todos os bolsos. Alguns hotéis mais luxuosos possuem praias exclusivas. Devido às muitas dominações ao longo de sua história (veja quadro), a Sardenha tornou-se um mix de culturas. Há arquite-

tura típica do sul da Itália, com uma característica peculiar de “desordem”; algumas construções ainda no estilo bizantino (igrejas dos primeiros séculos do cristianismo) e outras em estilo catalão. Não à toa que Alghero é chamada de Barceloneta até mesmo pelos espanhóis. O dialeto dos moradores (embora falem o italiano também) é muito próximo da língua catalã. Os habitantes da ilha também refletem essa mistura. São alegres, adoram conversar e “falam” com as mãos, como bons italianos, mas são mais diretos e festeiros, como os catalães. A acolhida nas cidades e vilarejos é muito boa. Eles adoram ajudar, dar informações sobre os lugares e, de quebra, ainda dão uma aula de história e cultura da

As pequenas praias de águas claras são atrações em Cagliari. Ao lado, o antigo vilarejo de Buggerru, espremido entre o mar e a montanha

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internacional

A charmosa ilha mediterrânea conta com instalações hoteleiras para todos os bolsos. Para os exigentes, alguns hotéis mais luxuosos possuem praias exclusivas

Fotos Renata Inforzato

Sardenha. Parar para um bom bate-papo com eles é uma experiência imperdível. A gastronomia da ilha é outra surpresa agradável. Em meio à variedade de frutos do mar, as lagostas chamam a atenção: são enormes. Mas por ter um interior quase selvagem, e ainda pouco explorado, a carne de caça integra o cardápio dos pratos locais. Para ver e aproveitar tudo o que a ilha tem, em detalhes, seriam necessários vários meses. Para facilitar, selecionamos alguns lugares bem interessantes a ser visitados. Cagliari - É a capital e porta da Sardenha. Situada no sul da ilha, é o centro do poder desde sempre. Também é o maior porto (isso desde antes de Cristo) e a maior cidade. O nome vem de Kalaris, dado pelos fenícios, que significa cidade rochosa. Apesar da modernidade, soube conservar seu caráter tradicional, multicultural e charme ao longo dos séculos. É palco para uma das festas mais tradicionais da Itália, a Festa de Santo Efísio, padroeiro da ilha, que acontece entre os dias 1º e 4 de maio. Villasimius - Também no sul da Sardenha, a 60 km de Cagliari. O nome antigo do vilarejo era Carbonaria, mas foi rebatizado como Villasimius em 1862. Suas praias são as que possuem o fundo mais transparente com vários pontos bons para a prática de surfe. Uma coisa interessante do lugar é o charme do pequeno centro, com suas lojas, restaurantes e cafés que ficam abertos o ano todo. A zona costeira da região, chamada de cabo Carbonara, é área ambientalmente protegida.

Bosque em Buggerru e, acima, as belas rochas vermelhas do Cabo Bellavista, em Arbatax

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Foto Renata Inforzato

Criação e pesca do atum vermelho, em Arbatax

Do início do mundo Alghero - Um pequeno vilarejo portuário bem charmoso e dinâmico no noroeste da Sardenha. Dele vem o nome de Barceloneta, no qual a influência catalã é mais presente, principalmente, no estilo gótico das construções do pequeno centro. A praia mais bonita de Alghero é a que fica ao norte do vilarejo. É o lugar mais antigo na vocação turística da Sardenha, pois ali foi construída, em 1900, a residência de verão dos reis da Savoia. Arquipélago da Maddalena - Está situado na parte nordeste da Sardenha. Ilhas e ilhotas (a Maddalena é a maior) possuem um aspecto fascinante e fantasmagórico por causa da erosão do granito, desenhada pelos ventos e pelo mar. É o lugar perfeito para ver pássaros, que adoram sobrevoar

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Há indícios pré-históricos na ilha. A primeira menção sobre sua sociedade data da época da civilização nurágica (nativa do lugar) do ano 900 a.C. Depois, a Sardenha foi dominada pelos fenícios, romanos e vândalos, até que passou a integrar o Império Bizantino, em 533 d.C. Os bizantinos, que se consideravam romanos (o Império Romano do Ocidente já tinha caído), tiveram como principal preocupação converter os habitantes da ilha ao cristianismo. Por isso, ainda hoje é possível encontrar na Sardenha muitas igrejas dessa época, com decoração e arquitetura bizantinas. Depois da partida dos bizantinos, a região tornou-se autônoma. Séculos depois se submeteu à Gênova. No século XIV, os catalães invadiram a Sardenha e sua influência é presente até hoje no dialeto e costumes locais. A partir do século XV, a ilha tornou-se o Reino da Sardenha. Na verdade, já era um reino séculos antes, mas, a partir de então, ganhou autonomia. Continuou reino até 1861, quando da criação da Itália. A Sardenha teve um papel importante nesse fato histórico, e seu rei, Victor Emanuel, tornou-se o primeiro rei do novo país. Giuseppe Garibaldi, o grande herói da unificação italiana, está enterrado na Sardenha. A ilha sofreu nas duas Grandes Guerras, devido ao fascismo. Em 1948, quando a Itália tornou-se uma República, a Sardenha adquiriu status especial de região autônoma.

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internacional

Foto Renata Inforzato

Bosa é caracterizada por suas ruelas estreitas

as falésias. Possui mais de 180 km de costa com natureza intacta. Por isso, o lugar é um parque nacional. Arbatax - É um dos lugares mais lindos da Sardenha. Fica ao leste da ilha, ao pé de um promontório de granito chamado Cabo Bellavista, com belas rochas vermelhas que fazem a fama do lugar. Arbatax é na verdade composto pelo porto Tortoli, e, perto dele, há uma pequena estação de onde parte o Trenino Verde, o melhor meio para descobrir lugares insólitos da região. Outro bom programa é apreciar a labuta dos pescadores e depois saborear a pesca em um delicioso almoço (nos meses da primavera ao outono).

Quando e como ir Por estar situada no sul da Itália, o clima em geral é agradável o ano todo. Porém, pode ser seco no verão, pois as chuvas são raras. Nas regiões montanhosas, o inverno pode ser rigoroso para os padrões brasileiros, mas é um charme ver a neve nos picos das montanhas. A Sardenha possui três aeroportos principais (em Cagliari, Alghero e Olbia), que recebem voos de Roma e de outras capitais europeias. A Alitália tem voos de São Paulo para os três aeroportos com escala em Roma. E do Rio de Janeiro para Cagliari e Alghero, também com escala na capital italiana. Para se locomover na ilha, muita gente aluga carro. Mas é possível conhecer a Sardenha muito bem de trem (principalmente para admirar a costa) e de ônibus. Para ter mais informações sobre horários, inclusive sobre o Trenino Verde, visite o site da companhia de transportes da Sardenha http://arst.sardegna.it/index.html.

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Buggerru - Espremido entre o mar e a montanha, é um antigo vilarejo na parte oeste da Sardenha, antes mais conhecido por suas minas, e hoje tem o turismo como sua principal atividade. Uma de suas antigas minas, a Galeria Henri, tornou-se um museu onde se conhece o antigo processo de extração de zinco e prata. Buggerru faz parte da Costa Verde, com 47 km de praias com vegetação quase intacta. Bosa - Também na parte oeste, é conhecido pelo Malvasia di Bosa, um excelente vinho italiano. É um vilarejo charmoso, cheio de casinhas coloridas e vielas bem estreitas. Bosa tem um ar melancólico, mas, ao mesmo tempo, de paz. É o lugar ideal para “parar no tempo”, observar as rendeiras que, no verão, trabalham em frente às suas casas. Também é uma boa pedida um tour pelos vinhedos.

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caraguatatuba.sp.gov.br

praia Martin de Sรก

Investimento no turismo, na seguranรงa e na qualidade de vida


Sistema Costa Norte de Comunicação Notícias, imagens, opinião. Os acontecimentos, histórias e riquezas ambientais e turísticas da região são registrados há 22 anos pelo Sistema Costa Norte de Comunicação, configurado por jornal, TV, revista, site e suplementos especiais. Conheça estas marcas.

O ano de 1991 marcou o início da história do Sistema Costa Norte de Comunicação, com a publicação de seu primeiro periódico, o jornal Cidade de Bertioga, de circulação mensal. Com atuação ampliada, a edição de número 20 chegou às bancas com a logomarca Jornal Costa Norte. A publicação passou então a ser semanal, a partir de 1993. Três anos depois, o veículo reestruturou-se, e passou a circular com páginas coloridas e atualmente, a linha editorial está centrada na divulgação de notícias diversas das cidades da Baixada Santista e litoral norte, distribuídas nas editorias de política, geral, polícia, esporte e variedades. Também faz parte do semanário abordar os principais fatos que ocorrem no Brasil e em São Paulo, que influenciam diretamente a região litorânea do estado. Site: costanorte.com.br Facebookl: www.facebook.com/JornalCostaNorte

A TV Costa Norte é uma geradora sintonizada pelo canal 48 UHF, que também acompanha e registra as transformações de Bertioga e região, por meio da cobertura de eventos, eleições e realização de debates políticos. Notícias da Baixada Santista e litoral norte vão ao ar pelo telejornal Costa Norte Notícias, em duas edições (12h30 e 17h30). Um de seus destaques é o programa Café da Manhã, com transmissão de segunda a sábado, às 9 horas. Nele, o apresentador e diretor do Sistema Costa Norte de Comunicação, Ribas Zaidan, e seus convidados, discutem assuntos variados de interesse regional. Canal 48 UHF Bertioga - SP, canal 6 na NET e 24 UHF na Riviera de S. Lourenço YouTube: www.youtube.com/user/tvcostanorte48 Site: tv.costanorte.com. br Facebook: www.facebook.com/TVCostaNorte.


Suplementos especiais Outra marca do sistema são os suplementos especiais. O primeiro foi o 19 de Maio, publicado em 1994, em comemoração ao aniversário da cidade. Ele criou uma marca, principalmente, por registrar fatos atuais ligados ao município, com projeções para o seu desenvolvimento. Depois vieram muitos outros ligados às áreas de turismo, gastronomia e campanhas de prevenção.

Em janeiro de 2001, o grupo publicou a primeira edição da revista Beach&Co. Um veículo mensal, com linha editorial voltada, principalmente, ao meio ambiente, turismo, cultura, esporte, comportamento e curiosidades da região. Mais do que divulgar, o veículo tem como princípio fomentar projetos para um mundo melhor. Tendo como público-alvo leitores das classes A e B, formadores de opinião, a revista atinge profissionais liberais e empresários, sobretudo, os residentes e frequentadores assíduos do litoral paulista e Campos do Jordão (temporada de inverno). Site: beachco.com.br

Criado em 2010, o concurso Costa Norte Escola – Comunicando para Educar, o CNE, em Bertioga, tem por objetivo incentivar a criatividade e a consciência sócio-ambiental por meio da comunicação nas escolas municipais da cidade. A ação consiste em uma série de concursos semestrais, com temas e categorias variados, voltados ao meio ambiente, aplicados mensalmente e individualmente para cada série do ensino fundamental (1º ao 5º ano), que culmina ao fim de cada semestre com um evento de premiação, no qual são agraciados os alunos, professores, diretores e suas respectivas escolas. Site: costanorteescola.com.br


gastronomia

A vez do

cordeiro Antes, ele só integrava parte do menu das festas de fim de ano em casas com influência árabe ou europeia. Mas, hoje, está presente não só nas ceias, como também o ano todo Por Fernanda Lopes

“Agora está bem fácil encontrar cordeiro e em vários tipos de cortes”, destaca a chef Katia Lopes, que, pelo menos duas vezes ao mês, prepara a carne no bufê diário do restaurante Casa da Villa, em Santos Para o chef Fabio Leal, da Mascarpone Escola de Sabores, o fato de o preço também ter caído facilitou a popularização. “Antes era bem mais caro. Hoje, com mais oferta, ficou acessível.” Na Casa de Carnes Vila Rica, o quilo de cortes como paleta ou pernil fica em torno de R$ 30,00. Já o carré (french rack) é mais caro: R$ 100,00 o quilo. “Tenho que ter durante todo o ano, mas nessa época vende bem mais. Sempre tem alguém pedindo”, explica Antonio Fernandes Tavares, há 40 anos à frente da casa, em Santos. Entre os motivos para o aumento da sua popularidade está a melhor qualidade dos cortes brasileiros e, sem dúvida, a maior oferta do produto no mercado.“É um cor-

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te bem mais requintado”, explica Antonio. Por isso, quando falamos de cordeiro é preciso ir bem além do carré, o mais comum nas páginas de revistas especializadas em gastronomia e menu mais exclusivos. “Gosto de preparar paleta, pernil, lombo e até t-bone. Hoje são muitos os cortes disponíveis. Em todos, gosto de fazer uma marinada com alho, vinho e alecrim e deixar de um dia para o outro”, ensina Katia. Ela ressalta, entretanto, que não se deve exagerar no tempero. “O toque doce do cordeiro deve permanecer. Nunca deixe marinando muito tempo. A carne não pode perder o seu sabor característico”. O modo de preparar cada corte requer um cuidado especial e as possibilidades de tempero passam pelos mais suaves até os mais marcantes. Apesar de no Brasil a carne bovina ser a mais consumida, em países da Europa e do Oriente Médio, os ovinos fazem parte da culinária diária.

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Dica da nutricionista Mesmo que a carne seja cozida em líquido, sele a carne (frite de todos os lados em panela bem quente) antes de acrescentar os ingredientes líquidos. Isso preserva a umidade. Sirva costeletas de cordeiro com maçãs cozidas e cuscuz marroquino. São combinações infalíveis, assim como o molho de hortelã, que é ideal com qualquer corte de cordeiro. “Dentre as carnes vermelhas, a dos ovinos destaca-se por seu alto valor nutritivo, sendo rica fonte de proteínas de alta qualidade, vitaminas do com-

Para quase todos os cortes bovinos existe o correspondente no cordeiro, o que difere é o tamanho, menor no segundo. “O cordeiro é o carneiro mais jovem, equivalente ao novilho bovino”, diz a nutricionista Tatiana Branco. Ela explica que, por ser oriunda de um animal jovem, a carne de cordeiro tende a ser macia, e esta característica muda de acordo com a alimentação que o animal recebe. “As variedades alimentadas a leite tendem a ser mais delicadas. Animais criados em pastos tendem a perder um pouco desta maciez.”

Padrão A CowPig é um dos frigoríficos que têm apostado na carne de cordeiro e colocado no mercado cortes especiais, com ovinos

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plexo B, ferro, cálcio e potássio. Em 100g de carne de cordeiro magra (aparada), somam-se somente 200 kcal. Trabalhos sobre a qualidade da carne de cordeiro têm demonstrado que sua gordura é rica em graxos monoinsaturados, que ajudam a reduzir os níveis de colesterol ruim no sangue (LDL). A carne também contém grande quantidade de graxos poli-insaturados (EPA e DHA), fundamentais para o desenvolvimento neurológico de crianças e adolescentes”. Tatiana Branco, nutricionista

padronizados com idade de até 150 dias. “Essas características fazem com que a carne de cordeiro seja significativamente diferente da carne do carneiro, que é um animal com idade superior a seis meses para abate, com carne avermelhada e firme, um odor forte e gordura excessiva”, explica Renato Sebastiani, diretor da CowPig. De acordo com ele, o cordeiro tem um nível médio de gordura e é uma excelente fonte de proteínas de alta qualidade, pois contém todos os aminoácidos essenciais. “Há quem aprecie a carne com pouco tempero, para que suas características se mantenham, mas devido seu sabor pendendo para o adocicado, o vinho, louro, alecrim, hortelã e zimbro a valorizam.”

Dicas de preparo O cordeiro deve ser servido o mais quente possível: recomenda-se inclusive aquecer a travessa de serviço e os pratos. Sempre deixe a carne repousar 15 minutos após retirar do forno. Ela ficará mais uniformemente rosada e macia. Seja cordeiro grelhado, frito ou assado, ele deve ser servido rosado ou no máximo ao ponto. A carne bem passada resseca.

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gastronomia Receitas Produção e fotos Fernanda Lopes

Carré de cordeiro com risoto de cogumelos Ingredientes Risoto: 2 xícaras de arroz arbóreo; 200 gr de um mix de cogumelos fatiados; 20 ml de azeite; 30 ml de vinho branco seco; 30 gr de manteiga; 1 cebola finamente picada; 80 gr de parmesão; 500 ml de caldo de legumes; 1 dente de alho picado e sal a gosto. Carré: 1 kg de carré ovino com osso e cortado individualmente; 1 ramo de alecrim; 2 dentes de alho picados; 1 ramo de tomilho; 2 folhas de louro; 200 ml de vinho tinto ou branco seco; quanto baste de azeite e de sal. Preparo Leve uma panela grande com azeite ao fogo, deixe aquecer e doure a cebola com alho. Acrescente o arroz e refogue para absorver o sabor. Coloque o vinho e mexa. Pouco a pouco, vá adicionando o caldo no arroz, mexendo sempre. Em

outra panela, aqueça mais azeite e refogue o alho e a manteiga. Acrescente os cogumelos e deixe até que murchem. Tempere, então, com sal e pimenta-do-reino. Finalize o refogado de cogumelos com salsinha picada. Agora, misture o refogado de cogumelos com o arroz. Por último, coloque o parmesão e mexa bem. Sirva quente com o carré. Carré: deixe o carré marinando no vinho com as ervas, o sal e o alho por 2 horas. Depois, esquente bem uma frigideira, coloque um fio de azeite e doure os carrés por 2 minutos de cada lado. Sirva sobre o risoto. Dicas: se gostar mais bem passado deixe um pouco mais grelhando ou leve ao forno pré-aquecido por mais alguns minutos. O risoto pode ser de outro sabor. Se quiser, substitua os cogumelos por legumes salteados na manteiga. O preparo é o mesmo.

Pernil de cordeiro assado com batatas Ingredientes 1 pernil de cordeiro; 3 colheres (sopa) de azeite; 6 colheres (sopa) de alho picado; quanto baste de sal; 500 gr de batata; 1 colher (sopa) de manteiga e 2 ramos de alecrim. Marinada: 2 xícaras (chá) de vinho branco; quanto baste de sal; quanto baste de pimenta-do-reino branca; 10 folhas de hortelã; 1/2 xícara (chá) de azeite; 4 dentes de alho picado; 2 colheres (sopa) de grãos de mostarda. Preparo Limpe muito bem o pernil de cordeiro tirando o excesso de gordura. Misture todos os itens da marinada e deixe o pernil nela por pelo menos 12 horas, na geladeira. Depois, em uma assadeira, leve o pernil ao forno médio por 1 hora, coberto com papel

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alumínio. Regue constantemente com a marinada para não secar. Depois deste tempo coloque as batatas descascadas e cortadas em rodelas grossas e temperadas com sal, o azeite, o alho e o alecrim picados. Tire o papel alumínio e pincele o

cordeiro com a manteiga e deixe no forno mais 1 hora. Dica: acompanhe com uma salada com molho de iogurte com hortelã e arroz com brócolis.

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O Sistema Costa Norte de Comunicação agradece a todos os leitores e telespectadores pela contribuição para o sucesso de 2013.

Desejamos a todos um Feliz Natal e um Ano Novo cheio de luz, paz e prosperidade sistema

CostaNorte comunicação



moda

Vejo

flores em você

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Thakoon

Prabal-Gurung

Moschino

A delicadeza das flores já tem espaço garantido durante a estação mais quente do ano

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Por Karlos Ferrera

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Os florais com fundo preto são a grande tendência do verão 2014: dá para usar sem medo; eles caem bem em qualquer ocasião, desde um passeio até o ambiente de trabalho

Cynthia-Rowley

Nada mais inspirador do que as flores e suas infinitas combinações de cores. Por este apelo, os motivos florais ganharam as passarelas de todo o planeta e pretendem continuar como forte tendência para as próximas estações. Não importa o tamanho: grandes, pequenas ou bordadas, elas estão por todos os lados para alegrar as produções e valorizar o visual feminino. A proposta estará presente não só nas peças-chaves da temporada como nos acessórios. As estampas surgem miúdas ou graúdas, em tons contrastantes ou monocromáticos. Mas sempre para exaltar o clima descontraído do verão. Compondo a seda, o poliéster e os crepes em looks femininos, o floral rendeu estampas delicadas ou ainda vibrantes, em tons cítricos. No vestuário masculino, as flores acompanharam a alfaiataria, em tecidos com acabamento impecável. Destaque para as estampas florais fotográficas. Com folhagens e pássaros em tons cítricos, a beleza tropical se faz presente entre as flores sendo forte tendência de estampas para os tecidos. O romantismo continua nas produções que chegam carregadas de babados e saias soltinhas. A estampa é ideal para criar composições retrô, estilo ladylike, que também estão na moda atualmente. Para não errar, o ideal é combinar peças florais com complementos e acessórios neutros. Porém, as mais ousadas podem investir nas cores vivas, como vermelho, laranja e azul, tanto na padronagem, quanto nos acessórios. É possível modernizar o look, também, apostando nos florais maiores e em peças que se contrapõem à delicadeza das florzinhas, como blazers e camisas.

Saia rodada com estampas florais na barra com camisa jeans dá um toque todo retrô e barroco

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moda

Grafismos

Que óculos, que nada! Chapéus e viseiras com abas sobre os olhos são a grande novidade nos acessórios e a principal aposta para o verão. Com diferentes formas e estéticas, os chapéus e viseiras com abas transparentes posicionadas sobre os olhos chamaram atenção nas passarelas internacionais de verão. O acessório - que não poderia passar batido por nós - surgiu em looks casuais e com ares de festa. Os com pegada mais praiana, com estética de cruise collection são mais fáceis de aderir e substituem, com alto teor de fashionismo, os óculos escuros.

As estampas digitais geométricas ganharam os lançamentos femininos e pretendem continuar em evidência nas próximas estações quentes. Em tecidos leves com transparência ou em algodão, as formas geométricas destacam a composição.

Amarre o lenço Curinga, o acessório arremata diferentes composições para o verão. Versátil como poucos acessórios, o lenço entra em cena novamente para incrementar o visual. Para ter ideia da importância dessa verdadeira pièce de résistence, ele apareceu em todas as passarelas de verão e resort 2014. São muitas as maneiras de usá-lo tanto para dar um twist ao look básico como para brincar de mix and match, sem ter medo de misturar estampas. Para dias ensolarados ou glamourosos, à la Grace Kelly. Na cabeça, no pescoço, na cintura ou como faixa na testa. Adote e abuse. O bacana nessa tendência é dar asas à imaginação.

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“Destaques” // Luci Cardia Noite de homenagem desta coluna à Turma dos Apaixonados pela Riviera - TAR e, de surpresa, da TAR para a Revista Beach&Co

Os homenageados da noite: Flavia Patriota, o presidente da TAR, Roberto Haddad, esta colunista, Dinalva Berlofi e Ribas Zaidan

Ivanete Lucatti, Antonio Carvalho, Expedito Honório, Márcio Honório, Nelson Turri e Noris Turri

Osmar Santos ladeado pelos amigos Martinho e Leo Marques

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Roberto Haddad, prefeito de Bertioga Mauro Orlandini e Arnaldo Barreto

José Carlos Rodrigues, Cristina Rodrigues, Ricardo Ranblas, Elaine Pierre e Denis Kruegger

Dulce Campos, o desembargador Décio Leme de Franco Jr., Roberto Haddad, Nawal e José Avelino

Fernanda Cavalcante, Ivanete Lucatti, Almir Ferraz, Antonio Carvalho, Fernando Sena e sua Maria dos Anjos

O casal Pascoal e Luciane Biondo com sua linda família e amigos

O casal Dulce e Décio Leme de Franco Jr.

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Mesa animada: Cristina e Cleomir Cordeiro, Camila Simões e Michael Yanes, Regina e Nelson Simões, Edvaldo Rodrigues e Adenir Zuchini

Dr. Cardia ladeado pelos amigos da Mercedes Bens

Os amigos inseparáveis: Hélio e Carla Violani, Milton e Roseli Casari

Família Bou Assi: Jamal, a filha Stephany e Jony

Pasqualle Russo, José Avelino, o cantor Dudu França, a colunista, Roberto Haddad, Arnaldo Barreto e Selma Barreto

Mesa do Dr. Camillo Di Francesco com familiares e amigos

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Mesa linda do casal Regiane e Ivan de Carvalho com seus amigos

Raquel Ostrowiska, Dr. Cardia, Dr. Júlio Ostrowiska, Cynthia Quintana e Marcos Quintana

Presentes também os amigos da turma de Santos, liderados pelo presidente João Fernandes

Todos os casais esbanjaram alegria

Entre amigos: Cardia, Marcos Quintana, Júlio e Raquel Ostrowiska, Washington Cadigi, Dudu França, Luiz Galofaro, Haddad e Márcia Lia

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“Destaques” // Luci Cardia Lindo enlace de Fábio Ferreira e Carolina Capella Rodrigues Ferreira na Capela Nossa Senhora das Graças, com recepção na Pucci, na Riviera de São Lourenço

A mãe da noiva, Carmem Capella, Marcos Ferreira, os noivos, Cristina Del Corso e o pai da noiva José Carlos Rodrigues

Os noivos Carolina e Fábio receberam amigos e familiares

Lorena Ferreira e o papai Fábio Ferreira

Cleonice Colichini Rodrigues, vereador Toninho Rodrigues e Antônio Rodrigues

O padrinho Ronaldo Zaidan, Lorena Ferreira, Carolina e Karen Keller

Marly Rodrigues Damato, Tatiana Rodrigues e Haroldo Damato

O prefeito Mauro Orlandini, Vanessa Mion e Rodrigo Capella Rodrigues

A colunista e a atriz Hélen Roche

Alexandre Coelho, Dr. Cardia, Marcos Ferreira, André Sergente

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Jorge Sawaya, os noivos e a mãe do noivo Sandra Sawaya

Gabriela Rodrigues e Layon Turute de Oliveira

A nova família: Carolina, Lorena, o paizão Fábio e João Pedro Ferreira Beach&Co nº 138 - Dezembro/2013


Que em 2014 antigos sonhos sejam projetados e novos projetos sejam construĂ­dos sobre alicerces de paz, amor e respeito.


Flashes Registrar para eternizar os bons momentos vividos durante a festa de premiação da 7ª edição do Concurso Cultural Costa Norte Escola - CNE, no Sesc Bertioga

O pequeno guarani Caio dos Santos e Roberto Zaidan

João Paulo Tavares Papa, gerente de tecnologia da Sabesp, e a vereadora Beth Consolo

O superintendente regional da Sabesp, João Cesar Queiroz e a diretora Ana Maria Santos

A presidente da Sabesp Dilma Pena e Ribas Zaidan

Ribas Zaidan e Expedito Honório, da Mare Construtora

A diretora Lucia Gonzalez e o prefeito Mauro Orlandini

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O secretário de Educação Ivan Carvalho, a professora Cristina Zanella e a premiada Izaura Guimarães

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Flashes

O diretor Pedro Rollo e a vereadora Márcia Lia

A diretora Nanci Sant´ Ana e o vereador Toninho Rodrigues

O vereador Luís Henrique Capellini e a diretora Ilma Alves de Lima

A diretora Maria Pontes e o vereador José Feliciano

A diretora Claudia Pereira e o vereador Edvaldo Alecrim

Roberto Zaidan e Marcos Laurent, gerente do Sesc Bertioga

Papa, o indigenista Márcio Alvim, Dilma Pena, os guaranis Caio, Liveis, Ivanilda e Jucimara Santos, e Ribas Zaidan

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Flashes Cantata de Natal, com o coral da Igreja Batista da Liberdade, acompanhado de orquestra e conjunto de flautas do projeto Farol, sob direção musical de Donaldo Guedes e organização da Construtora Montmann & Gomes, realizada dia 13 deste mês, em Bertioga

Apresentação do coro e da orquestra sob a regência do maestro Donaldo Guedes

Marcos Quintana e o maestro Donaldo Guedes

Cecilia Pedreira, Isac Braz Silva, Quintana, Valquiria da Silva e João Milton Emídio

José Paulo Casolaro e Adriana Galvão Casolaro

Vereador Pacífico Junior, Marcos Quintana, vereador Edvaldo Alecrim , prefeito Mauro Orlandini, vereadora Elisabeth Consolo e o vereador Toninho Rodrigues

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Família Kocsis, Rute, Giani e Cesar

Marcos Quintana, prefeito Mauro Luci e José Aparecido Cardia Orlandini e Cynthia Möntmann

Adriane Markendorf Baumhardt e José Filipe

Marina Fernades, Isabelle Hernandez, Cynthia Möntmann, Marcos Quintana e Mariana Hernandes

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Ice Park Riviera convida A The Ice Promoções, empresa líder em pistas de patinação no gelo de alta qualidade, estabelecida há mais de duas décadas, sob o comando de Roberto Guimarães e Luiz Carlos Decressenzo, profissionais do staff do Holiday On Ice Internacional, realiza o sonho de muitos brasileiros em patinar sobre gelo. Neste verão, .Neste verão,aaThe The Ice, Ice,em em parceria parceria com com oo idealizador idealizador deste deste projeto, projeto, Caio Prospero, convida você e sua família para conhecer sua pista de gelo de 300 m², instalada em um ambiente atraente e climatizado, na Riviera de São Lourenço. Dentre as atrações, destaque para o carrinho bate-bate, simuladores de F1, área de entretenimento, loja de roupa de grife multimarca e restaurante. Para as crianças têm muito mais: recreação com maquiagem, tatuagem e animação com personagens animados.

As atividades vão de 20 de dezembro deste ano a 02 de fevereiro de 2014, diariamente das 16 às 24 horas

Venha brincar com seu filho. Esperamos por você!


Flashes Evento de lançamento da Lindo Imóveis e da Prycharme, na praia da Enseada, em Bertioga

O casal anfitrião Lindomar e Pryscila Araújo

Lindomar e o prefeito do município Mauro Orlandini

Israel Giraldi e Lindomar

Lindomar, Jenifer Liu Yi e Chou Chien Pang

Equipe Prycharme a postos para receber seus futuros clientes

Carolina Nor, Pryscila Araújo, Maria Angélica Bulchi Dias Nor e Maria Lucia Maximo Campos 124

Lindomar, Luiz Hirota e Pryscila Araújo

Julio Law e Glauco Abdala

Lindomar e Wilson Roberto

Equipe de corretores da Lindo Imóveis

Lindomar, Renê Aluisio Cavalheiri, Rinaldo Cavalheiri e Julio Law

Paulo Assis e Rosana Lopes

O novo ponto de encontro e negócios na praia da Enseada

Marcia, Inácio Lucatto e Lindomar

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“Alto Astral” // Durval Capp Filho Jantar de gala da 5ª Decor News, no Clube de Regatas Vasco da Gama

O prefeito de Bertioga Mauro Orlandini recebeu o troféu Personnalité, das mãos de Elizabeth Correia e Luiz Engelbrecht Zantut

A arquiteta e engenheira civil Cris Fernandes ficou com o 1º lugar na categoria Residencial, premiada pela Mendes Turismo por Inês Bellini e seu pai, o viceprefeito de Guarujá Duino Verri Fernandes

O vereador Murilo Barletta recebeu o Troféu Personnalité das mãos do vice-prefeito de Santos Eustázio Alves Pereira Filho

Encontros

João Antônio Oliveiros Netto e Margarete, responsáveis pelo sucesso da noite

As prefeitas Márcia Rosa (Cubatão) e Maria Antonieta de Brito (Guarujá): representatividade feminina na política da Baixada Santista

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Silvera Santos: referência na área de beleza da nossa cidade

Família Magina: Rosemary, a aniversariante Vitória, Fernanda e José

Pablo e Irani Sanches iluminam nossas vidas durante as festas natalinas

Marisa Negro, presidente do CDL Bertioga e vice-presidente da Federação das Câmaras de Dirigentes Lojistas do Estado de São Paulo, no 40º aniversário do CDL Santos Praia

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“No clique” // Cláudio Milito Confraternização de amigos no Condomínio Super Lojas, em São Sebastião

Tiago Gobersztajn, Jorge Carvalho, Dino Luis Barroso

Josi Milito e Andrezza Holey

Palmira Gobersztajn, Amanda Chil e Fernanda Tanaka de Carvalho

Gabriel Holey, este colunista e Elcio Cosentino

Thiago Gobersztajn, Cássio Balut, Jorge Carvalho, Antonio Carlos Freitas e Alice Maravilha

A animação ficou por conta de Marcelo Zaffani

Fotos Lua Mendes

6º aniversário de Nicolas Manica, em São Sebastião

Nicolas Manica e seus pais Rejane e Ricardo

Mirela Ramos, Claudia Castro e sua filha Julia, Cristiane Cipriano, Rejane Manica e Elisangela Gomes

Artur Emmerich, Henrique Lima e o aniversariante Nicolas

As irmãs Dayane Sanches, Rejane Manica e Cristiane Lopes

Lua Mendes, Rejane Manica, Beatriz Recoder, Jussara Morais, Petula Emmerich, Adriana Medina e Fernando Puga

Cristina Rocha, Claudia Castro e Rejane Manica

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“Celebridades em Foco” // Edison Prata Evento de outorga do Aeroporto Civil Metropolitano de Guarujá, dia 3 de dezembro, na Base Aérea de Santos

Michael Temer, vice-presidente da República e Paulo Scaff, ao fundo

A prefeita de Guarujá Maria Antonieta celebra a assinatura ao lado de autoridades militares, federais, estaduais e regionais

O vice-prefeito de São Bernardo Frank Aguiar, Ribas Zaidan e Cassio Navarro, chefe de gabinete da prefeitura de Praia Grande

Manoel, da Galli Imóveis, Paulo Scaff e o presidente da Fenactur Michael Tuma Ness

O ministro da Secretaria da Aviação Civil Moreira Franco, Michel Temer e Maria Antonieta

Entre amigos

José Ribamar, Flávio Lopes, Rodrigo Luiz de Jesus e o secretário de Desenvolvimento Econômico Adilson Luiz de Jesus

Renata Rocha, Danilo Oliva (sentado), Kariny Rocha, Igor Nascimento e seu pai José Roberto, no Dalmo Bárbaro 130

Michael Yannes, Merson Nor Junior e este colunista

Welington Nascimento, Igor Nascimento e José Roberto

A artista plástica Noemia Ferriani e sua filha Nara Ferriani, atriz e produtora

Os garçons Marcelo Gabriel de Souza e Paulo Manoel dos Santos, do badalado restaurante Dalmo, são bárbaros Beach&Co nº 138 - Dezembro/2013




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