B&co 141

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Foto Aline Pazin/JCN

32 Linha férrea litorânea: lá se vão 150 anos

Foto Renata Inforzato

44 Estrasburgo, uma francesa quase alemã

E mais... Especial abelhas

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Empreendedorismo 34 Decoração 40 Moda 58 Flashes 61

Foto KFpress

Celebridades em foco

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Destaques 64 Alto Astral

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Foto Mateusz Atroszko/sxc.hu

50 Delícias do bom e doce mel

Capa

Foto Escola Livre de Dança

54 A força e o charme do sapateado irlandês

Foto Luciano Vieira/PMSS

São Sebastião pág. 26

Momento de extração do pólen Rob Webb/Corbis/ Latinstock


ao leitor Foto Peter Mazurek/sxc.hu

ANO XIII - Nº 141 - Março/2014 A revista Beach&Co é editada pelo Jornal Costa Norte Redação e Publicidade Av. 19 de Maio, 695 - Bertioga/SP Fone/Fax: (13) 3317-1281 www.beachco.com.br beachco@costanorte.com.br Diretor-presidente Reuben Nagib Zaidan Diretora Administrativa Dinalva Berlofi Zaidan Editora-chefe Eleni Nogueira (MTb 47.477/SP) beachco@costanorte.com.br Diretor de Arte Roberto Berlofi Zaidan roberto@costanorte.com.br Criação e Diagramação Audrye Rotta audrye.rotta@gmail.com Marketing e Publicidade Ronaldo Berlofi Zaidan marketing@costanorte.com.br Depto. Comercial Aline Pazin aline@costanorte.com.br Revisão Adlete Hamuch (MTb 10.805/SP) Colaboração Belisa Barga, Durval Capp Filho, Edison Prata, Fernanda Lopes, Karlos Ferrera, Luciana Sotelo, Luci Cardia, Maria Helena Pugliesi, Marcus Neves Fernandes, Renata Inforzato e Ricardo Hiar Circulação Baixada Santista e Litoral Norte Impressão Gráfica Silvamarts

Dependência mútua Você já imaginou o mundo sem abelhas? E sem alimentos? Para alguns, tais perguntas podem parecer estranhas e até mesmo sem nexo. Mas, a relação entre uma e outra possui um sentido muito mais amplo do que parece à primeira vista. As abelhas são responsáveis pela polinização de 90% das plantas e plantações em todo o mundo. Sem elas, muitas das nossas frutas, legumes e grãos poderão desaparecer das prateleiras dos supermercados. Ocorre que, silenciosamente, em todo o planeta, bilhões de abelhas desaparecem sem deixar vestígios. Provavelmente, segundo pesquisadores, por conta de defensivos agrícolas como agrotóxicos pesticidas utilizados na agricultura para proteger as plantações de pragas. Aí se encontra a controvérsia: preocupado em produzir alimento, o homem extermina os insetos polinizadores, agentes naturais da reprodução vegetal. Já nos idos de 1940, o genial físico Albert Einstein deu o alerta sobre o fim da humanidade, caso houvesse o desaparecimento das abelhas. Agora, 74 anos depois, a humanidade vê-se diante de tal problema, denominado Síndrome do Colapso da Colônia, conforme explicado em nossa reportagem de capa. Os ambientalistas mobilizam-se por meio de campanhas em busca de apoio a ações que visem descobrir e combater as causas do problema, como o controle do uso de agrotóxicos, políticas públicas e legislações específicas que protejam as abelhas. Cada um de nós pode ajudar, seja com a adesão e apoio a tais campanhas, seja com o cultivo de flores, ou até mesmo a criação de apiários de abelhas sem ferrão, como a jataí, além da preferência pelo consumo de produtos orgânicos. O importante mesmo é ter consciência de que os insetos não são inimigos do ser humano. Mas, sim, parceiros na cadeia natural da vida terrestre. Dependemos uns dos outros. Por isso, da próxima vez que uma abelha cruzar o seu caminho, controle o ímpeto de matá-la, com receio de uma possível ferroada. Pense que, para você se proteger, o melhor é protegê-la, primeiro. Eleni Nogueira


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fashion & beauty


Foto Ralph Haering/sxc.hu

especial abelhas

E se elas

desaparecerem?

A importância das abelhas vai muito além da produção de mel, própolis, cera, geleia real ou veneno. Responsáveis por polinizar 80% dos produtos consumidos pela humanidade, as abelhas estão, inexplicavelmente, desaparecendo e pondo em risco toda a vida no planeta

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Beach&Co nº 141 - Março/2014


Por Belisa Barga Nos anos 1940, o físico Albert Einstein afirmou que “se as abelhas desaparecerem da face da Terra, a humanidade terá apenas mais quatro anos de existência. Sem abelhas não há polinização, não há reprodução da flora, sem flora não há animais, sem animais, não haverá raça humana”. Embora catastrófica, a previsão do físico chama atenção para um problema contemporâneo: silenciosamente, milhares de abelhas desaparecem, misteriosamente, todos os anos de suas colmeias. Nenhuma abelha morta é encontrada próxima aos abelheiros e alguns são completamente abandonados pelas operárias. Esse sumiço é cada vez mais frequente em diversas regiões do mundo, inclusive, no Brasil. Inicialmente, pensava-se que as causas do desaparecimento estavam relacionadas a pragas; doenças de abelhas, como fungos, ácaros, vírus; mudanças climáticas ou alimentação. Recentemente, novas pesquisas sugerem que defensivos agrícolas como agrotóxicos pesticidas sejam

os grandes vilões dessa história. “Essa ocorrência atinge qualquer tipo de abelha, com ou sem ferrão, solitárias ou melíferas. Aqui, já constatamos o sumiço de espécies sem ferrão e melíferas”, afirma Lionel Gonçalves, pesquisador, professor e especialista em abelhas. Estudioso desses insetos há mais de meio século, Gonçalves explica que o desaparecimento das abelhas pode ocorrer em poucos dias. “Uma colônia de 60 mil abelhas, em uma semana, pode chegar a zero, restando apenas mel, rainha e crias. Isso porque, quando elas buscam recursos em locais onde haja aplicação de venenos, acabam intoxicadas e se perdem”. Os neonicotinoides, considerados os menos prejudiciais para mamíferos como o homem, são os mais utilizados na agricultura. O problema é que o produto afeta não somente os insetos tidos como pragas, mas também polinizadores como as abelhas. “O pesticida atua no sistema nervoso delas e atinge o cérebro, onde está a função de navegação. Uma

Foto Robert Michie/sxc.hu

Foto Sias van Schalkwyk/sxc.hu

Defensivos agrícolas afetam o sistema nervoso dos insetos polinizadores

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especial abelhas Foto Belisa Barga

Foram os apicultores quem deram o alerta sobre o desaparecimento. Ao lado, o favo cheio de mel

vez desorientadas, elas não retornam a sua colmeia de origem e desaparecem”. Foram os apicultores quem deram o alerta sobre o desaparecimento, alegando que os agricultores, ao usar pesticidas para proteger suas plantações de pragas, envenenam as polinizadoras. Desde 2006, criadores norte-americanos notam que suas colônias de abelhas diminuem. “Nos últimos oito anos, havia cinco milhões de colmeias nos Estados Unidos, e hoje, resta apenas metade dos enxames”, calcula o professor. O fenômeno, chamado de Síndrome do Colapso da Colônia, repete-se no Canadá e em países europeus e asiáticos, e já atinge colônias brasileiras, principalmente nos estados de São Paulo, Minas Gerais, Rio Grande do Sul e Santa Catarina. Neste último, grande produtor de maçã, o ano de 2013 já resultou em perdas na produção agrícola da fruta e reflexos negativos na economia em virtude da falta dos insetos. De acordo com o professor Lionel, os principais produtores nacionais de melão,

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em Mossoró (RN), reclamam que, com a falta dos insetos, os apicultores aumentaram o valor do aluguel das colmeias. “A falta de abelhas já causa problemas de ordem econômica”, atenta. Outro fator considerável são as altas temperaturas, características do Nordeste. “Anualmente, ocorrem secas na região e, aliadas ao calor e clima seco, metade das abelhas é perdida”. Outras possíveis causas são a monocultura, que restringe a alimentação dos insetos a uma só plantação, resultando na má nutrição deles. E também a produção estressante, que pode reduzir o tempo de vida das operárias. Há criadores que colocam uma espécie de cola na entrada das colmeias para reter o carregamento trazido, forçando, novamente, sua saída em busca de mais recursos. A primeira cidade brasileira na qual os casos foram constatados foi Brotas, no estado de São Paulo. No entanto, o problema já atinge outros municípios, como Altinópolis e Rio Claro, também no interior paulista. Mas, não se sabe ao certo quais

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Além do mel

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Foto Fernando Fazzane/sxc.hu

os impactos do problema, pois órgãos do governo federal tais como ministérios e o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), não têm esse levantamento. “Como não existem dados oficiais sobre o assunto, vamos fazer esse levantamento nós mesmos, para constatarmos os pontos de ocorrência, e o tamanho dos impactos ambientais e econômicos nessas localidades”, garante o pesquisador. Para Gonçalves, o caso pode ser reversível, mas dependerá da adoção de políticas públicas para controlar o uso de pesticidas. “As abelhas são materiais biológicos importantíssimos e insubstituíveis na natureza. Na China, tem se tentado fazer a polinização artificial, a qual pessoas polinizam com ajuda de pincéis e as mãos como paliativo à ausência delas. É um processo caro e ineficiente em territórios gigantescos.” As pessoas comuns podem ajudar na causa, cultivando em casa colmeias de abelhas sem ferrão, como a jataí, para estimular, principalmente nas crianças, o convívio com a natureza e com os insetos. “Sugeri-

Foto Carlos Roger/sxc.hu

Foto sxc.hu

Diferentemente do que muitos acreditam, os produtos oriundos das abelhas, como mel, própolis, cera e geleia real, não representam sua principal função na biodiversidade. Sua missão primordial é garantir alimentos para diversas espécies, inclusive, a humana. Um terço dos produtos agrícolas consumidos resulta da polinização feita por esses insetos. O rol de frutas que depende dessa ação é grande: o cultivo das amêndoas, por exemplo, precisa integralmente das abelhas para ocorrer. Além disso, maçãs e mirtilos são plantações que necessitam 90% da interferência das polinizadoras. O mesmo vale para pêssegos, laranjas, melões, melancias, mangas, goiabas, maracujá, acerola, açaí, cajá, cupuaçu, morango, castanha do Brasil, algodão, soja e outros 80% de produtos de lavouras. Por minuto, as abelhas visitam em torno de dez flores em busca de pólen e néctar. Ao final do dia, o saldo pode ser de 40 mil flores visitadas em até quarenta viagens entre colmeia e campo. Além de contribuir com a manutenção de alimentos, elas polinizam áreas verdes, como bosques e florestas, fundamentais para o fornecimento de oxigênio. “As abelhas são essenciais na cadeia. Sem elas, esse processo fica comprometido, inclusive nossa alimentação, que culminaria com o fim dos animais e vegetais da Terra”, alerta Lionel Gonçalves, pesquisador, professor e especialista em abelhas.

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especial abelhas

Abelhas monitoradas

sobre a proibição do uso de pesticidas agrícolas, mas a vigência não durou três meses”, lamenta o professor.

Petição para proteger as abelhas A ausência de políticas públicas nacionais e legislações específicas que protejam as abelhas motivou a adesão da campanha Bee or not Be, única no Brasil de proteção de abelhas. O objetivo é chamar a atenção da sociedade para a importância das abelhas e conseguir apoio para ações que visam descobrir e combater as causas da Síndrome do Colapso da Colônia. “Ignorar as abelhas é ir contra os princípios da sustentabilidade e pagaremos um preço alto se ignorarmos este problema. É uma causa nobre e sem fins lucrativos”, alerta o professor Lionel Gonçalves, um dos idealizadores da campanha no país. O término da campanha de assinaturas coincidirá com o próximo congresso de api-

Fotos sxc.hu

O pesquisador brasileiro Paulo Souza vai liderar um grupo de cientistas australianos em um experimento que visa monitorar as abelhas, para tentar identificar as causas de seu desaparecimento nos últimos anos. Cinco mil insetos receberão um sensor de localização que enviará, em tempo real, informações sobre as atividades diárias das abelhas. As anormalidades em seu comportamento poderão, assim, ser acompanhadas, estudadas e identificadas.

mos também o cultivo de flores nas casas, bosques, jardins e parques, o consumo de produtos orgânicos, livres de agrotóxicos, e pedimos que os agrotóxicos sejam evitados”, diz o especialista. O professor diz que existem estudos, ainda sem conclusões, sobre a possibilidade de criar uma espécie de superabelha geneticamente modificada que seja mais resistente aos pesticidas. “Claro que ter um inseto mais forte seria interessante. Mas, antes, é preciso rever o uso indiscriminado dos produtos químicos que eliminam essas polinizadoras.” O Brasil é o maior consumidor de agrotóxicos do mundo atualmente. Em países europeus, já existem legislações regulamentadoras proibindo o uso dos neonicotinoides, garantindo proteção tanto para abelhas quanto apicultores. “Aqui, o Ministério da Agricultura e Meio Ambiente criou uma lei e o Ibama publicou uma portaria

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Foto Arquivo pessoal

Lionel Gonçalves pesquisa a espécie há mais de meio século

cultura, em novembro, na cidade de Belém (PA). Desde seu lançamento, em agosto passado, a petição já coletou mais de 7.600 assinaturas. “Vamos entregar o requerimento às autoridades dos Ministérios da Agricultura, Pecuária e Abastecimento e o do Meio Ambiente, e solicitar que sejam tomadas providências cabíveis, pois nossas abelhas estão sucumbindo. Com essa iniciativa inédita, esperamos que o tema ganhe força para repercutir nas comunidades científicas e políticas”, anseia Lionel Gonçalves.

Bee or not to be Convidamos você, leitor, a assinar a petição e conhecer mais sobre a campanha e a importância das abelhas no site: www. semabelhasemalimento.com.br. A campanha é uma iniciativa do Centro Tecnológico de Apicultura e Meliponicultura (Cetapis/ RN), 6P Marketing & Propaganda, com apoio da CBA (Confederação Brasileira de Apicultura) e Abemel (Associação Brasileira de Exportadores de Mel).

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especial abelhas Cultivar em casa colmeias de abelhas sem ferrão, como a jataí, para estimular, principalmente nas crianças, o convívio com a natureza e com os insetos é uma forma de ajudar a preservar as abelhas

Abelhas na economia As abelhas são objetos de estudo da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa). “Sabemos a importância desses polinizadores nas produções frutíferas, bem como as consequências negativas da perda delas”, explica Carmen Pires, pesquisadora do órgão, que visa divulgar a meliponicultura ou criação de abelhas sem ferrão. “Buscamos conscientizar crianças e adultos sobre a importância da conservação da biodiversidade e disseminar essa cultura como alternativa de renda para agricultores familiares”. Desde 2005, a equipe do laboratório de ecologia de insetos da Embrapa, o Cenargen, em Brasília, trabalha com as abelhas visitantes florais do algodoeiro. “Queremos conhecer as diferentes espécies que vi-

Foto Belissa Barga

As visitas das abelhas aumentam a produção de sementes

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sitam as flores do algodoeiro nas diversas regiões de produção no Brasil e, a partir dessa informação, avaliar como a polinização promovida pelas abelhas influencia a produção da planta”, explica a pesquisadora, que atenta sobre dados de outros países que mostram que as visitas das abelhas são capazes de aumentar a produção de sementes e de fibras. As regiões Norte e Nordeste são os principais campos de pesquisa sobre apicultura da empresa nos quais se procura coletar informações novas sobre as espécies. No momento, existem estudos direcionados sobre o papel das abelhas africanizadas e de outras espécies, chamadas de silvestres. “No caso das espécies diversas, buscamos saber como seria a utilização delas na produção de mel e também na polinização agrícola”, comenta Pires. A Embrapa Amazônia Oriental realiza um trabalho arrojado com o projeto de inseminação artificial de abelhas. A intenção é dirigir cruzamentos a fim de selecionar as características que irão aumentar a eficiência da produção. Carmem explica: “Esse processo de seleção de material genético será responsável por gerar abelhas melhores e mais aptas, além de controlar pragas e doenças, o que otimizará a produção e diminuirá custos e mão de obra”. Além disso, essa unidade, em parceria com universidades, desenvolve uma metodologia de produção artificial de abelhas rainhas indígenas, uma espécie sem ferrão, utilizada na polinização de morangos. “Essa produção demonstrou ter uma aplicação excelente para a criação em larga escala dessa espécie”. Mais que analisar as espécies, a empresa atua também em parceria com os apicultores, para melhorar o manejo de espécies nativas e exóticas e, consequentemente, promover a melhoria da produtividade e qualidade dos produtos agrícolas. A pesquisadora ressalta que há uma parceria entre a Embrapa Semiárido, na região de Petrolina (PE) e Juazeiro (BA), e a Universidade Federal do Vale do São Francisco para esse estudo.

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Foto Belisa Barga

especial abelhas

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Doces tesouros Por Belisa Barga As primeiras colônias de abelhas foram introduzidas no país pelas mãos do padre Antonio Carneiro, em 1839, no Rio de Janeiro. Na época, não havia matérias-primas como querosene ou parafina para produzir fogo ou velas para as igrejas e casas de nobres que utilizavam, assim, a cera produzida pelas abelhas. Com o surgimento da energia elétrica, a cera passou a ter novos usos, incluindo o cosmético e, a partir daí, as abelhas passaram a ter importância como produtoras de mel, própolis, a própria cera, geleia real e o veneno apitoxina. No Brasil, a espécie produtora mais comum é apis mellifera, popularmente conhecida como africana. Esta abelha é um híbrido entre a variedade africana, introduzida no país em 1956, pelo agrônomo paulista Warnick Estevan Kerr, e a europeia, já comum no país. O agrônomo trouxe para a cidade de Rio Claro (SP) 141 rainhas da África, das quais sobreviveram apenas 51, na tentativa de aumentar a produção melífera,

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especial abelhas Fotos Belisa Barga

Apicultores da região utilizam técnicas que favorecem as abelhas

Elas existem há mais de 80 milhões de anos, bem antes do homem. Pequeninas e aparentemente frágeis, as abelhas sobrevivem a adversidades como mudanças climáticas e se adaptaram a quase todas as regiões do mundo. Dia após dia, cumprem sua função no ecossistema para a manutenção da vida

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até então, muito baixa. “As abelhas ficaram em quarentena enquanto se estudava uma forma de melhorar a espécie, já que essas rainhas, embora muito produtivas, eram também muito agressivas”, conta o professor Lionel Gonçalves. Mas um descuido técnico ao retirar as telas protetoras permitiu que essas abelhas saíssem das colônias e cruzassem com as abelhas que já estavam aqui. Dessa forma, o professor Kerr perdeu o controle da situação e esse acasalamento gerou uma espécie de abelha altamente produtiva, cujas características genéticas marcantes são as da casta africana: resistente a doenças, altamente produtiva e adaptada ao clima tropical brasileiro, mas não ao frio. Os estados do Nordeste, por exemplo, não tinham abelhas antes da chegada das africanizadas. Hoje, a região responde por 1/3 da produção apícola interna, ou seja,

mais de 50 mil toneladas ao ano, enquanto que há seis décadas, esse número era de três a quatro mil toneladas. As abelhas africanizadas se espalharam pela América do Sul e Central até atingir os Estados Unidos, nos anos 1990. As abelhas genuinamente nacionais, sem ferrão, são eficientes polinizadoras. “Como as flores têm diversos tamanhos, as abelhas também são assim, para caber dentro delas, sujar-se de pólen e transportar para outros lugares. Nossa Mata Atlântica tem excelentes abelhas para manter a floresta viva”, explica o apicultor José Gomes dos Santos. Já as abelhas africanizadas, são as principais espécies para produção. Diferente das pequenas sem ferrão, que produzem no máximo dois litros de mel por colmeia, a apis mellifera produz 25 kg podendo, em alguns casos, quadruplicar a produção se as condi-

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ções alimentares estiverem muito favoráveis. O apicultor mantém criações nas cidades do litoral sul paulista nas quais aplica algumas técnicas que reduzem, parcialmente, o trabalho das abelhas. Uma delas é reaproveitar os favos após a coleta do mel. “Entre construir o alvéolo e retirá-lo cheio para coleta, são dois meses. Se o colocamos já pronto, nos primeiros trinta dias já fazemos coleta do produto”. As próprias abelhas esterilizam o favo com própolis antes de começar a preenchê-lo, que pode ser usado até quatro vezes antes de ressecar e perder suas funções. O mel produzido nos apiários da região, pela proximidade com a Mata Atlântica, é um dos melhores, segundo o apicultor Gomes. “Ele é feito a partir das propriedades existentes em várias árvores. Apesar de não ser o mais saboroso, já que são muitas

Fotos Belisa Barga

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misturas, é muito completo e rico em nutrientes”, explica. Embora todos os méis sejam consumíveis, o apicultor explica que os encontrados em colmeias urbanas são menos recomendados que aqueles produzidos na mata. “Na cidade, as abelhas usam substâncias oriundas de outras fontes que não as flores, como o açúcar de refrigerantes, por exemplo”. A própolis é um conhecido antibiótico e fungicida natural. “Moradores de comunidades ribeirinhas consomem a substância que serve como um repelente natural de mosquitos”. O apicultor explica ainda que todas as árvores são providas de um veneno natural para evitar ataques de cupins em vida. As abelhas retiram essa resina da flora e utilizam nas colônias para higienizar a colmeia e evitar o ataque de fungos e bactérias.

José Gomes dos Santos e os produtos gerados em seu apiário no litoral sul, como o mel, a cera e a própolis

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especial abelhas Vida de abelha Uma das sociedades mais organizadas e feministas, a vida nas colônias é laboriosa. Cada colônia abriga até 60 mil indivíduos, sendo que toda a população é gerada por uma única abelha, a rainha, que põe até dois mil ovos por dia, ou seja, dois a três ovos por minuto. “Numa colmeia de 30 mil habitantes, ocorre uma perda diária de 4%. Para manter essa sociedade ativa, é preciso que nasçam mais de 1.200 indivíduos”, diz o apicultor José Gomes. A rainha vive até cinco anos e acasala apenas um dia de sua existência. Apesar da quantidade de fêmeas que habitam o abelheiro, ela é a única capaz de reproduzir já a partir de seu nono dia de vida. Se houver duas mestras, elas duelarão e a mais forte será a eleita. Ao partir para o voo nupcial, a rainha copula com diversos zangões até acumular espermatozoides para povoar a colônia durante toda sua vida. Os machos que a conseguem fecundar morrem em seguida, pois seus órgãos genitais ficam presos ao corpo da mestra. No regresso do acasalamento, a realeza começa seu trabalho ininterrupto de postura de ovos. A quantidade de ovos postados por dia tem relação direta com a fartura de alimentos. “Quanto mais fartura mais ovos e quanto menos comida, menos ovos”, ressalta Gomes. Considerada uma sociedade homeotípica, em virtude da distinção de funções internas, somente as fêmeas trabalham. Os zangões, cuja única finalidade é fecundar a rainha, são expulsos nos períodos de escassez alimentar. Dessa forma a colmeia é composta quase que integralmente por fêmeas. Durante os períodos de chuvas e frio, as abelhas enfrentam falta de alimentos. O apicultor explica que o néctar é composto de 30% de mel e 70% de água. Se as flores estiverem encharcadas de água das chuvas ou mesmo de sereno, o néctar se torna água. É comum durante a entressafra de outono e inverno, que os apicultores forneçam alimentos à base de açúcar e mel e proteínas

como farelo de soja, pólen moído ou levedo de cerveja, para garantir comida às operárias até a chegada das estações mais quentes. As operárias desempenham diversas funções. Na primeira fase, durante a primeira quinzena, elas atuam como faxineiras da colmeia, depois como nutrizes das larvas e rainha, até se tornarem construtoras de favos. Entre 18 e 21 dias, são guardiãs e, depois desse estágio, tornam-se campeiras, e colhem néctar até seu último dia. Territorialistas, esses insetos não entram em comunidades alheias. Elas sabem qual é a sua colônia pelo cheiro, graças a um controle químico existente entre elas. O outro grupo vai aceitar a intrusa se ela estiver carregada com alimentos. Se ela tentar entrar sem nada, será expulsa e abatida pelas guardiãs. Os zangões, no entanto, são aceitos em quaisquer colmeias. Se as similares de casta não driblam as guardiãs, uma espécie de mariposa o faz. Como as abelhas não se identificam visualmente, mas sim pelo cheiro, uma pequena espécie de mariposa tromba, propositalmente, na entrada da colmeia algumas vezes para adquirir esse odor. Assim, ela garante livre acesso à colmeia para postar seus ovos e garantir que suas larvas tenham comida ao nascer.

Foto Belisa Barga

Cada colônia abriga até 60 mil indivíduos, todos gerados por uma única rainha Informações sobre o apiário de José Gomes dos Santos no e-mail apiarios.pg@hotmail.com

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Foto Luciano Vieira/PMSS

turismo

Praรงa 16 de Marรงo

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Natureza, história e desenvolvimento num só lugar O epíteto Bonita o tempo todo faz jus a São Sebastião, uma cidade perfeita para se viver, conhecer e desfrutar. Os seus quase 400 anos de história, aliados com uma natureza invejável, a tornam uma opção imperdível

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turismo Por Ricardo Hiar No ano em que completa 378 anos de emancipação político-administrativa, o município de São Sebastião pode ser considerado uma cidade que, além de muita história acumulada ao longo dos séculos, detém uma beleza peculiar e conta com boa infraestrutura. Em todo o seu território, é possível observar uma diversidade natural muito grande, mas também estruturas que possibilitam lazer e entretenimento para todas as idades. Nos mais de 100 km de costa, há praias, trilhas, cachoeiras e outros atrativos capazes de agradar a todas as preferências. Se a opção for pelo passado da região, o Sítio Arqueológico de São Francisco e o centro histórico oferecem um passeio perfeito. No primeiro, por meio de uma trilha de grau de dificuldade leve, é possível conhecer um cenário único representativo da vida na região no período da colonização. O sítio mantém ruínas e vários objetos que

remetem ao tempo da escravatura. Um acervo completo com peças, descrições e muitas histórias estão à disposição de todos os interessados no setor de Patrimônio Histórico de São Sebastião. Já o centro histórico, mantém seus casarões antigos em boas condições de conservação e atraem a atenção de quem passa pela cidade. Todo o entorno foi pavimentado e reurbanizado, bem como as calçadas adaptadas, de modo que pedestres e motoristas podem circular com maior tranquilidade e segurança. O projeto Viva o Centro tem movimentado esse trecho da cidade às sextas-feiras à noite. Comerciantes, moradores e a administração municipal se uniram para dar ainda mais vida ao centro histórico por meio de música e gastronomia de bom gosto. Ainda no centro, outro local de destaque, e que traz uma infinidade de atrativos, é o Complexo Turístico da Rua da Praia. O local moderno

Complexo turístico da Rua da Praia oferece muitos atrativos

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nização. “Estou feliz por mais esse aniversário da cidade e ver que ela está avançando ano após ano. Vamos aproveitar a ocasião para entregar à comunidade algumas obras e já vamos lançar outras, o que mostra que a cidade está em pleno desenvolvimento. São Sebastião não é mais a mesma, já mudou para melhor e vai mudar mais ainda”. A secretária de Cultura e Turismo Marianita Bueno acredita que o setor turístico do município já se consolidou e, prova disso, é o aumento de turistas em São Sebastião a cada temporada. “Nossa cidade é linda e oferece uma série de atrativos que fazem com que seja o destino escolhido por muitas pessoas”. A costa sul, na qual se encontram as praias mais badaladas, tem uma paisagem que atrai por si só milhares de pessoas todos os anos. Maresias, expoente do surfe, conta com uma praça destinada a práticas esportivas, como o skate. As crianças da comunidade podem

Fotos Luciano Vieira/PMSS

e com diversas instalações oferece paisagismo, área de lazer, quadras poliesportivas, espaço para shows, anfiteatro e um observatório voltado para eventos e exposições. Para quem aprecia artesanato, há inúmeras opções nos quiosques fixos instalados seguindo o projeto urbanístico. Um ponto alto dessa estrutura é a praça 16 de Março e os deques contemplativos com bela vista para o canal de São Sebastião, um dos principais cartões da cidade. Para os que visitam a cidade utilizando ônibus, ou mesmo para aqueles que usam este serviço de transporte entre a região central e a costa sul, a locomoção ficará muito mais cômoda. É que após 30 anos, a administração municipal entregou uma nova rodoviária, moderna e com capacidade três vezes maior que antiga. O prefeito Ernane Primazzi diz que a cidade tem crescido e que vai continuar a crescer com estrutura e orga-

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Fotos Luciano Vieira/PMSS

Praia de Maresias, abaixo Rua da Praia e a nova rodoviária

aprender a surfar desde cedo e, quem sabe, conquistar o patamar de outros surfistas profissionais que saíram desse mesmo bairro e, hoje, são referências no circuito mundial. Exemplo disso é Gabriel Medina, que acaba de conquistar o mundial da categoria. As praias de Cambury, Baleia, Barra do Una e Juquehy são os destinos escolhidos por muitos. Águas claras, gastronomia refinada, centros de compras e diversidade de lazer justificam a escolha. Para quem não tem tempo e quer desfrutar das belezas da cidade gastando pouco, há ainda o Balneário dos Trabalhadores, na praia Grande. No local, o visitante encontra a estrutura necessária para curtir a praia e ainda conta com espaços para a prática esportiva, quadra, pista de skate, quiosques, além de ter à disposição o Museu do Mar como opção cultural. Com tantas opções, fica fácil entender por que São Sebastião é uma das escolhas preferidas de turistas do país inteiro.

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ser sustentável

“Trem

não é cabrito”

Por Marcus Neves Fernandes A frase acima foi dita há cerca de 150 anos, em tom jocoso, pelo político e jornalista paulista Pedro Taques. Ele caçoava da intenção do governo do estado em implantar uma linha férrea entre o planalto e o litoral. Até então, o trajeto era feito no lombo de mulas, e muitos não acreditavam que os trens conseguissem vencer o enorme desnível da Serra do Mar, de mais de 800 metros. Afinal, como dizia Taques, trem não é cabrito. E para piorar, no primeiro teste feito no trajeto, um desastre. Antes de chegar à inacabada Estação da Luz, a composição, viajando a estonteantes 50 km/h, descarrilou próximo do rio Tamanduateí, matando o maquinista e deixando vários feridos. Mesmo assim, a ideia seguiu em frente e, em 1865, era inaugurada a Estrada de Ferro São Paulo Railway. Para muitos, foi o marco inicial da modernização do estado, ‘a locomotiva do Brasil’. Na época, a capital paulista possuía 25 mil habitantes, número que saltaria para 250 mil em 1900. A ferrovia não só garantiu a liderança tecnológica e econômica, como viabilizou de vez o porto de Santos, enriquecendo e transformando a cidade litorânea em um polo de negócios, notadamente com o café. Somente a partir de 1917, com a pavimentação da an-

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tiga Estrada Velha, Caminho do Mar, é que os primeiros veículos começaram a circular entre as duas regiões. De lá para cá, outras rodovias surgiram, na medida em que as ferrovias foram ficando para trás. Hoje, mais de 10 mil caminhões fazem esse trajeto diariamente. O porto depende deles para movimentação de cerca de 90% de suas cargas e as consequências dessa burra e impensável dependência todos já sabem, já viram ou sentiram na pele, no bolso ou na saúde - afinal, ninguém fica impune a 10 mil caminhões-dia. No próximo ano, a primeira ferrovia a ligar o planalto ao porto completará 150 anos. Foi um feito da engenharia nacional, inaugurada ‘apenas’ 30 anos após a primeira ferrovia inglesa. E de lá para cá, o que mais se colocou em prática no sentido de melhorar esse transporte, barateá-lo e torná-lo mais rápido e seguro? Com exceção de mais e mais rodovias, nada. E não foi por falta de projetos. Há uns 40 anos, por exemplo, foi proposta a criação de um teleférico de cargas. A novidade foi até capa de uma revista de circulação nacional. Lá estava o desenho, hiper-realista, mostrando os contêineres subindo e descendo. Tudo elétrico, sendo que boa parte da energia necessária viria

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Foto Casimiro Carrino

da gravidade (energia cinética e potencial), ou seja, o contêiner que desce, puxa o que sobe. Na época, ainda não se falava de energia solar ou eólica, mas hoje, com os avanços nessas áreas, poderíamos ter um dos transportes de cargas mais limpos, sustentáveis e seguros do planeta - um ‘bom exemplo’, algo que nós, brasileiros, somos extremamente carentes. Curiosamente, nesses últimos 40 anos, a história do teleférico de cargas vive ressurgindo, tipo Fênix. Em 2007, foi motivo de um estudo da FEI (Faculdade de Engenharia Industrial). Em 2012, novo estudo, desta vez da Fatec Itapetininga (SP),

apresentado, inclusive, na Rio+20. Mas se voltarmos um pouquinho mais no tempo, veremos que o teleférico já foi até mesmo um projeto de lei, apresentado na Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo há 19 anos. Na época, recebeu até parecer favorável da Comissão de Justiça. Mas, sabe-se lá por quais motivos (ou interesses), sumiu. No próximo ano, completamos 150 anos da primeira rodovia planalto-litoral. Na época, muitos duvidaram, fizeram troça e apostaram contra. Mas o trem, tal qual cabrito, subiu e desceu. Hoje, parece que voltamos ao século XIX. Daqui a pouco, estaremos de novo no lombo das mulas...

*O autor é jornalista especializado em desenvolvimento sustentável

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comportamento

Empreender,

Modelo Letícia Souza

Foto Luciana Sotelo

chave para o sucesso

Vislumbrar uma oportunidade, avaliar o negócio, prover os recursos e, por fim, colocar a ideia em prática. Um bom empreendimento transforma um sonho em uma realidade possível e lucrativa Por Luciana Sotelo

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Ganhar bem, acordar um pouco mais tarde, ter tempo para ficar com a família e pôr em prática projetos sem restrição. Quem nunca sonhou em ter o próprio negócio? Na última década, segundo levantamento do Sebrae, 27 milhões de brasileiros deram adeus ao chefe e decidiram trabalham por conta própria. A estatística coloca o país no terceiro lugar do ranking mundial. Mas, para entrar nesta lista, mais que uma grande ideia, é preciso empreender. De acordo com Paulo Sergio Brito Franzosi, gerente do escritório regional do Sebrae na Baixada Santista, cada vez mais as pessoas buscam empreender. “Depois da casa própria, o maior desejo do brasileiro é ter o próprio negócio”. E os jovens são os mais interessados na independência financeira. “Essa geração não quer seguir hierarquia e isso faz toda a diferença. Eu tenho 50 anos, fui educado para estudar, colocar o diploma no braço e bater nas empresas à

O caminho a seguir O Sebrae destaca quatro entre os principais passos para montar um negócio próspero: 1 - Oportunidade: um negócio tem mais chances de sucesso quando é implantado coerentemente com a existência de uma oportunidade de negócios. Dessa forma, o estudo de um futuro empreendimento deve ser inicialmente direcionado para identificar a existência ou não de uma oportunidade. 2 - Viabilidade: o empreendedor deve concentrar sua atenção para certificar-se de que atuar no negócio pretendido é uma empreitada viável. Para tanto, deverá elaborar um plano de negócios e promover um levantamento de informações referentes aos custos do negócio, cenário e geração de renda.

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procura de um emprego duradouro. Hoje, o jovem tem outra cabeça.” Segundo a pesquisa GEM - Global Entrepreneurship Monitor 2012, realizada no Brasil em parceria com o Sebrae, 52,1% dos empreendedores são jovens, na faixa etária dos 18 aos 34 anos, com curso superior completo e faixa de renda entre seis e nove salários mínimos. Para Franzosi, “a oportunidade criada pelo dinamismo recente do mercado interno da economia brasileira vem motivando empreendedores iniciais de faixas etárias mais jovens e com maior escolaridade em atividades com potencial de rendimentos relativamente mais elevados”. Em Santos, o Centro das Indústrias do Estado de São Paulo (Ciesp) criou, em 2008, o Núcleo de Jovens Empreendedores (NJE) para atender essa demanda. Ele é formado por empresários das mais diversas atividades da indústria e serviços e tem como finalidade identificar, aglutinar

3 - Tomada de decisão: a essa altura, o empreendedor já possui muitas informações sobre o futuro negócio e está habilitado a tomar a decisão entre iniciar as atividades de implantação ou então abandonar a ideia, mesmo que seja temporariamente. É nessa etapa que deve identificar quais aspectos de gerenciamento devem ser melhorados, o que poderá ser feito por meio de cursos, palestras, leitura etc. 4 - Ação: essa fase significa a realização de atividades para iniciar o negócio. Nessa etapa, toda a experiência das fases anteriores é aproveitada, minimizando possíveis erros. É o momento de uma aplicação intensa de aspectos gerenciais e também de muito aprendizado e persistência. Quando o empreendedor passa a dominar e compreender as variáveis que incidem sobre o negócio, suas decisões têm maior potencial de acerto e o empreendimento tende a crescer e se desenvolver.

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Foto Divulgação Sebrae Santos

comportamento

Sebrae oferece cursos e palestras para qualificação e aprendizado de como administrar o próprio negócio

“Depois da casa própria, o maior desejo do brasileiro é ter um negócio”, aponta o Sebrae

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e desenvolver novas lideranças institucionais e empresariais. Além disso, promove capacitação profissional e pessoal, incentivando ações empreendedoras nos diversos setores da economia. Erik Sanches, coordenador do NJE Ciesp-Santos e conselheiro da Associação Comercial de Santos/Jovem, diz: “Realizamos reuniões mensais para tratar de assuntos atuais e organizar palestras, visitas técnicas, homenagens a empreendedores e workshops para disseminar o empreendedorismo. A participação é aberta a todos que têm como meta principal expandir o empreendedorismo”. Segundo ele, a região vive um momento excelente, principalmente em segmentos como o turismo, petróleo e gás, comércio e

desenvolvimento. Por isso, faz questão de dar um conselho aos futuros empresários: “Um empreendedor tem que ser bem amplo, e não pensar apenas regionalmente, pois, muitas vezes, a concorrência é nacional e, dependendo do seu negócio, até internacional. Saber detectar as oportunidades, tendo iniciativa, sem medo de arriscar e sempre administrando o chamado risco calculado, pode ser a chave para o sucesso.” As apostas da turma jovem vão para as áreas, principalmente, de serviços de alimentação como bares, lanchonetes e restaurantes, de cuidados pessoais como salões de estética e, no comércio, para os setores de vestuário, material para construção, minimercados e varejo de laticínios e doces.

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Case de sucesso Um exemplo de empreendedorismo aqui na região é a Xis Design, empresa que partiu de um sonho de dois jovens recém-formados em desenho industrial. Há 16 anos, André Ruivo e Gabriel Baster uniram talentos para mostrar seu potencial ao mercado da comunicação visual. Tudo começou de forma bem modesta, apenas com o trabalho dos sócios, uma impressora plotter e outra máquina impressora de menor proporção. Hoje, oferece uma infinidade de produtos e serviços e emprega mais de 50 funcionários com carteira assinada. Gabriel conta que a palavra empreender veio de berço, pois seu avô sempre o incentivou a não ter patrão. “Eu cresci vendo meu avô desempenhar seu talento nessa arte. Ele foi, para mim, uma prova de que empreender é o melhor caminho.” Já André deu a sorte de trabalhar em São Paulo, em uma empresa de comunicação visual que trouxe a primeira plotter de recorte para o Brasil. Isso lhe rendeu uma especialização no equipamento, até então novo no mercado. Foi baseado nesses pilares que, em 1996, foi criada a SignandGraphix, (é assim, tudo junto) que mais tarde recebeu o nome atual, Xis Design. A trajetória foi árdua para os iniciantes. À medida que os clientes começaram a procurá-los, surgiram os problemas com questões administrativas e financeiras. “Nós queríamos apenas criar, ninguém tinha familiaridade com as questões administrativas”. Em pouco tempo, mais um sócio juntou-se ao grupo. Marcélio Ruivo, irmão de André, chegou para suprir a falta de mão de obra técnica. Nesse meio tempo, Gabriel recebeu uma proposta de emprego para assumir o departamento de marketing de uma grande empresa. Ele aceitou o desafio e deixou André e Marcélio na direção do negócio. Praticamente uma década depois, já bem experiente na área de marketing, Gabriel retornou à sociedade, na ocasião com mais uma sócia, sua esposa e também irmã dos outros sócios. “Ficamos todos em família. A situação tinha melhorado bastante, mas ainda não era a ideal. Decidimos então reposicionar a empresa com foco na satisfação do cliente. Foi preciso inovar”.

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Foto Divulgação Sebrae Santos

“Microempreendedores individuais se destacam na região”, diz Paulo Sergio Brito Franzosi, gerente do escritório regional do Sebrae na Baixada Santista

Perfil regional Na Baixada Santista, conforme estudos da Unidade de Inteligência de Mercado do Sebrae/SP, baseados na última estatística realizada para a região da Baixada Santista, o setor de comércio apresentou a maior representatividade, com 27.871 estabelecimentos, o que representa 48,7% das empresas. Entretanto, o setor de serviço cresce continuamente na região e já representa 42,4% das firmas instaladas nos municípios da região, com 24.250 estabelecimentos. A indústria está bem distante desses números com 4.859 empreendimentos, ou 8,5% das atividades econômicas locais. O segmento rural consta na pesquisa com menos de 1%. “Outro dado estatístico a se considerar é o número de registros de empreendedores individuais, com 34.403 formalizações. É uma categoria que cresce e se caracteriza por ganhos anuais de até R$ 60 mil”, diz Paulo Sergio Brito Franzosi.

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comportamento

Foto Luciana Sotelo

Xis Design inovou: reposicionou a empresa para satisfazer o cliente. A mudança trouxe bons frutos

Foto Arquivo pessoal

Além de procurar os cursos de qualificação do Sebrae, Baster atribui ao avó o grande segredo para lidar com a nova fase. “Olhar onde os outros não olham é muito importante. Por exemplo, nós fomos convidados para elaborar as placas de trânsito de um terminal portuário, mas acabamos desenvolvendo o projeto de tráfego dentro da instalação. Vimos aí uma nova oportunidade de negócio e acrescentamos ao portfólio”. A receita estava criada. Hoje, é uma das líderes de mercado. O caso relatado ilustra bem que não basta ter o tino para os negócios, muitas vezes, é

preciso inovar para obter um diferencial. O gerente regional do Sebrae Paulo Sergio Brito Franzosi analisa que, realmente, existem vários serviços destinados a empresas, que não se encontram com facilidade. “As empresas precisam de manutenção de ar condicionado, gerenciadora de patrimônio, montador de móveis de escritório e uma série de outras coisas. O empreendedor pensa muito em atender o público em geral, as pessoas físicas, mas, na verdade, existe outro viés pouco explorado. É preciso inovar”. Além de fomentar o empreendedorismo na coordenação do NJE CIESP, Erik Sanches também coloca em prática os ensinamentos. Graduado em administração de empresas, com MBA em gestão estratégica empresarial, e pós-graduado em gerência de cidades, ele começou cedo. Aos 21 anos, foi para Brasília atuar no Ministério da Educação. De lá para cá, passou por diversas outras instituições até que, aos 35 anos, resolveu deixar a carteira de trabalho de lado e constituir um negócio. Assim surgiu a KJ Nutricional - Consultoria e Assessoria. O objetivo é oferecer projetos de qualidade de vida para executivos e colaboradores das empresas, além de marketing nutricional e segurança alimentar para restaurantes e bufês, entre outras demandas. “Um mercado que, em São Paulo, está em grande desenvolvimento, aqui somos pioneiros. Isso é empreender dentro do seu universo de atuação.”

Erik Sanches coordena o Núcleo Jovem Empreendedor e é dono de uma consultoria e assessoria no ramo de alimentos

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decoração

No melhor lugar do mundo É assim que o casal paulista e seus dois filhos se sentem quando estão em sua casa de veraneio, construída junto ao mar na pequenina e paradisíaca praia das Conchas, em Guarujá 42

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Fotos J. Vilhora

Por Maria Helena Pugliesi

Construída a dois metros do nível da areia, a casa parece fundir-se com o mar. Visto através das imensas janelas, o jardim transforma-se num quadro vivo

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Com cerca de 150 metros de extensão de areia grossa e fofa, banhados por um mar tranquilo, que mais parece uma lagoa, a praia das Conchas, também conhecida por praia do PC Pequena, não passa de um pontinho na enorme costa do litoral paulista. Praticamente deserta, ela é o paraíso de poucas e privilegiadas famílias. Reserva ambiental, apenas sete edificações ocupam o seu território. “Há doze anos a gente vem para cá, e estamos sempre nos surpreendendo com as belezas naturais daqui”, conta a proprietária da casa. Ela e o marido, que preferem não se identificar, já tinham uma morada de veraneio quando resolveram construir na praia das Conchas em 2002. “Nossa antiga casa era distante do mar e meus dois filhos, na época adolescentes, queriam ficar mais perto da praia. Quando descobrimos este terreno pé na areia, compramos e imediatamente começamos a construir”. Núria Roso e Lindamar Elias, arquitetas responsáveis pelo projeto, lembram que o casal pediu uma construção que acompanhasse as mudanças da família ao longo dos anos. “Muitos quartos para também acomodar amigos e futuros netos, bem como ambientes sociais amplos e interligados, para que todos pudessem juntos curtir os seus hobbies, foram enfatizados no nosso primeiro contato; outro desejo era ter um imóvel de baixa manutenção, com materiais resistentes à maresia e aos fortes ventos e chuvas da região”, explica Núria.

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decoração Fotos J. Vilhora

Gazebo, varanda com bar, cozinha gourmet: há muito para curtir e relaxar por aqui

A dupla de arquitetas atendeu as exigências ao projetar uma casa de alvenaria de mil metros quadrados em que toda a caixilharia é de alumínio pintado, com tecnologia italiana. “Além de imunidade às intempéries, as portas e as janelas proporcionam total vedação. Pode vir um vendaval daqueles, que nada passa para dentro dos cômodos”, segundo Núria. A proprietária confirma: “Desde a inauguração, nunca tivemos problemas de infiltração e as esquadrias continuam novas. A casa realmente não nos dá trabalho, também; até os pregos são de aço inox, para não enferrujar. As profissionais pensaram em tudo”. Quem assina a decoração é o arquiteto Leonardo Junqueira. Móveis claros de fibras naturais e tecidos que evocam a flora tropical estão presentes nas salas e nas cinco suítes. “Trouxemos tudo dos Estados Unidos”, conta Leonardo. Já o paisagismo ficou por conta do escritório de Gilberto Elkis. Cuidadosos e contando com a ajuda de uma caseira e de um jardineiro, os donos se orgulham de manter a proposta original da casa mesmo depois de mais de uma década de uso. “Eles adoram esse refúgio, por isso o mantêm com muito capricho. Aqui, ninguém entra antes de tirar a areia do corpo na ducha da piscina, e a proprietária mantém pilhas de toalhas à mão, para proteger os estofados de quem chega vestindo maiô molhado”, confidencia o profissional, amigo da família. Felizes com a propriedade e com a paisagem que a cerca, marido e mulher descem a serra toda semana. Os filhos, com 24 e 25 anos, também frequentam bastante a morada. “Estamos sempre rodeados de gente. O que é muito bom, pois meu marido adora cozinhar com plateia”, diverte-se a moradora. Não é à toa que uma bela cozinha gourmet ocupa lugar de destaque no living de 75 m², que conta ainda com salas de estar, de jantar e home theater, e se integra totalmente com a varanda. Mas não é só o dono da casa que tem seu canto favorito. Apaixonada por orquídeas e leitora voraz, a proprietária desfruta de um lindo gazebo, com vista para o mar e para a piscina. “O lugar é delicioso, mas confesso que já não é mais só meu. No inverno, vira sala de jogos e até fumoir, para meu marido e amigos que apreciam um bom charuto. Eu não ligo, o que mais me deixa realizada é ver todo mundo junto, alegre e bem acolhido em nossa querida casa de praia”. Piscina: Vidrotil - Deque: Solarium - Esquadrias: Eurocentro - Jardim: pedras são tomé da A. Pelucio

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Foto Renata Inforzato

internacional

La Petite France, o cartรฃo postal da cidade 46

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A cidade mais alemã da

França

Conhecida por seu mercado natalino, a bela Estrasburgo é um daqueles lugares imperdíveis e farto em atrações o ano inteiro Por Renata Inforzato Beach&Co nº 141 - Março/2014

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internacional

Estrasburgo localiza-se na Alsácia, região francesa fronteiriça com a Alemanha, o que justifica a influência deste país em sua gastronomia, arte e arquitetura. Uma boa opção para começar o passeio por Estrasburgo é o La Petite France - o lugar mais bonito da cidade, e o seu cartão-postal mais reproduzido. Ali perto ficam também quatro torres medievais da antiga muralha da cidade (eram mais de 80). As casas do bairro mantêm-se como eram na Idade Média e, hoje, muitas delas abrigam bons restaurantes. Uma boa oportunidade para conhecer a gastronomia local, bem diferenciada do restante da França. Outro local interessante é o bairro Europeu, uma região com arquitetura

contemporânea, o que o distingue do resto de Estrasburgo. Ele é conhecido por abrigar o Parlamento Europeu, o Palais de l’Europe e o Palais des Droits de l’Homme (Palácio dos Direitos do Homem). Outra região imperdível é o bairro Alemão, cuja história iniciou-se em 1870, quando Estrasburgo tornou-se capital do Império Germânico, e passou-se a construir edifícios que fizessem jus a esse novo status. Vem dessa época a Place de la République, cercada por edifícios de estilo neo-renaissance (novo renascimento), semelhantes aos de Viena, Leipzig ou mesmo Berlim. São eles: o Palais du Rhin, a Biblioteca Nacional, a Universidade de Estrasburgo e o Teatro Nacional. O roteiro pode ser feito por meio de

Fotos Renata Inforzato

O contraste de La Petite France com o bairro Europeu, região com arquitetura contemporânea

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As torres medievais da cidade

Foto Renata Inforzato

barcos, que funcionam mesmo no inverno. O passeio dura cerca de 70 minutos e passa pelos principais bairros da cidade. O interessante é que o canal possui eclusas e, durante o tour, a embarcação passa por duas delas. É curioso assistir ao enchimento de cada compartimento até que barco suba e alcance o nível da parte seguinte do canal, para então seguir viagem. Para apreciar a gastronomia local uma boa dica é um dos pratos principais o chucrute alsacien, de influência alemã, composto por carne de porco, batatas e repolho. Uma inovação é o chucrute de

Os museus são imperdíveis Musée de L’Oeuvre Notre-Dame - De início, esse museu foi destinado a abrigar as estátuas da catedral, que foram colocadas ali para ser protegidas dos desgastes do tempo (as existentes na catedral são réplicas), mas, com o tempo, ele começou a abrigar obras de várias igrejas da região, elaboradas entre os séculos XI e XVII. Museu Tomi Ungerer - Leva o nome do artista, nascido em 1931, na cidade, e que hoje vive nos Estados Unidos. Além de suas obras, mais de sete mil desenhos originais, estão expostos cartazes, fotografias, e objetos colecionados pelo artista, e doados por ele ao museu. Assim, é um dos raros museus onde o homenageado ainda vive. Museu Alsacien - Fundado no final do século XIX, situa-se em uma típica casa da Alsácia, e mostra como era a vida e os costumes dos habitantes da região em seus aspectos como religião, astronomia, vida diária etc. Museu Histórico - Contém objetos que datam desde a pré-história até os anos 1990, quando os edifícios da União Europeia ficaram prontos. É bem interativo e didático. Na parte destinada à Segunda Guerra Mundial, por exemplo, é possível ver filmes em cabines que mostram a história de pessoas que lutaram contra os nazistas.

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internacional

Fotos Renata Inforzato

Interior do Musée des Arts, no Palais Rohan; abaixo, o Musée de L’Oeuvre Notre-Dame

peixe. Outra iguaria tradicional da cidade é a tarte flambée ou flamekuechen. Para quem gosta de arte e história, são muitas as opções, entre elas, o Palais Rohan. De 1704 até a Revolução Francesa, em 1789, quatro cardeais da família Rohan sucederam-se no comando de Estrasburgo. O palácio foi construído pelo primeiro deles, Armand Gaston, filho natural de Luis XIV. A construção terminou em meados do século XVIII e o palácio recebeu alguns soberanos, como o rei Luis XV e, alguns anos mais tarde, Maria Antonieta. Bombardeados durante as guerras de 1870 e de 1944, foi restaurado e, hoje, abriga três museus: o Arqueológico, no qual se pode ver, inclusive, esqueletos humanos pré-históricos e objetos da época do Império Romano; o de Artes Decorativas, localizado nas áreas em que os reis se hospedavam; e o de Belas-Artes, com quadros de mestres como Giotto, Botticelli, Rafael, entre outros. Visitar esta cidade e não conhecer sua igreja é quase um pecado. Ela data de 1439 e constitui-se numa maravilha da arte gótica; chegou a ser a igreja mais alta do mundo até o século XIX, quando foi ultrapassada pela catedral de Colônia. Além da catedral, pode-se ver o relógio Astronômico, construído em 1570, e subir 329 degraus para chegar até a plataforma e admirar a cidade do alto.

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gastronomia Foto sxc.hu

Por uma vida mais

doce Provido de carboidratos, vitaminas e minerais imprescindíveis para o organismo, o adoçante mais antigo conhecido pelo homem, é um alimento completo

Por Fernanda Lopes O mel é o adoçante mais antigo conhecido pelo homem. Utilizado na culinária, na medicina e na cosmética desde a antiguidade, é um produto amplamente consumido em todo o mundo. Segundo a nutricionista Tatiana Branco, mel é o néctar (líquido viscoso adocicado) das flores coletado pelas abelhas melíferas (produtoras de mel), digerido por suas enzimas digestivas e amadurecido em favos construídos por elas nas colmeias, para lhes servir de alimento durante o inverno. “Durante séculos, o mel foi praticamente o único produto doce usado pelo homem em sua alimentação, de alto valor nutritivo, além de apresentar também diversas propriedades medicinais”. Natural e completo, tem entre seus principais nutrientes frutose; sacarose; glicose (carboidratos); potássio; selênio; co-

O mel é constituído por açúcares naturais (aproximadamente 75% são frutose e glicose), os quais são fontes de energia; água (cerca de 17%); vitaminas do complexo B (B1, B2, B6), C, D e E; além de minerais como cálcio, cobre, ferro, magnésio, fósforo, potássio, entre outros

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bre; fósforo; ferro; vitaminas do complexo B; vitamina C; e alguns tipos de aminoácidos (proteínas). Porém, mesmo com todos esses benefícios, é preciso cuidado. Nem todos estão liberados para consumi-lo. Por ser composto basicamente de açúcares simples (glicose e frutose), o mel é contraindicado para diabéticos, ou pessoas que precisem limitar a ingestão de açúcares na dieta. Além disso, é bem calórico: tem 4 kcal para cada 1g de produto. Outro alerta é quanto ao consumo pelas crianças. A nutricionista explica que crianças com menos de um ano não devem consumir o produto. “O mel pode conter esporos de uma bactéria chamada Clostridium botulinum, responsável pelo botulismo, e que pode provocar intoxicações graves nos bebês.” Existem dezenas de variedades de mel de abelhas, de acordo com as espécies florais que forneceram o néctar e conforme as técnicas de preparação. Dessa forma, variam em cor, aroma e sabor. O mel de laranjeira costuma ser mais claro e com sabor suave. O de eucalipto é mais escuro e mais forte. Eles são monoflorais, ou seja, produzidos a partir do néctar de uma única espécie floral. O mel silvestre é resultado da coleta de flores diferentes. Geralmente, quanto mais escuro o mel, mais forte é o seu sabor. “E também é maior a quantidade de minerais”, explica Tatiana.

Culinária Muito usado na gastronomia, há algumas cozinhas em que ele se destaca mais, como na culinária judaica, na qual o mel simboliza momentos doces. Não à toa é a primeira coisa que os judeus ingerem quando retornam da sinagoga, ao comemorar o ano novo judeu. Já na receita do atayef, um doce árabe, o mel é, na verdade, uma calda de açúcar cuja marca é o perfume de flor - esse aroma ajuda a elevar o espírito, segundo a tradição daquele povo. Na Europa, o mel adoça tortas, bolos e pães e é muito usado com especiarias como cravo, canela e noz-moscada. É assim no pão-de-mel, que faz sucesso também no Brasil. Neste doce, a cobertura de chocolate tem a função de preservar a umidade. Na culinária oriental, o mel equilibra os sabores entre doce e salgado, já que esta gastronomia busca sempre a harmonia.

Cristalização

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Diferentemente do que muitos acreditam, mel puro cristaliza, sim, e não tem relação com a qualidade. A cristalização é um processo que acontece naturalmente. Diz Tatiana: “O mel contém pequenas partículas de pólen invisíveis a olho nu. A maior parte das cristalizações ocorre pela separação da glicose, que endurece ao redor dos invólucros dos polens. A taxa de cristalização aumenta quanto maior o teor de nutrientes, e também quanto maior a porcentagem de glicose no mel”. E esta tendência aumenta em baixas temperaturas.

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gastronomia Receitas Produção e fotos Fernanda Lopes

Pudim de mel Ingredientes Para caramelizar: 1 xícara (chá) de açúcar. Para o pudim: 1 lata de leite condensado; 1 lata de leite (use a lata de leite condensado como medida); 1/2 lata de mel; 1/2 colher (chá) de noz-moscada em pó; 1/2 colher (chá) de canela em pó; 4 ovos. Preparo Coloque o açúcar em uma forma para pudim e leve ao fogo até caramelizar. Bata os outros ingredientes no liquidificador e derrame na forma. Leve ao forno médio em banho-maria por 40 minutos ou até ficar no ponto (ao enfiar um palito na massa, ele deve sair limpo). Leve à geladeira por pelo menos três horas. Depois de gelado, desenforme. Sirva gelado.

Frango ao mel, mostarda e alecrim Ingredientes 6 sobrecoxas de frango (ou outro corte que desejar); 2 colheres (sopa) de mel; 1 e meia colheres (sopa) de mostarda; 200 ml de vinho branco seco; 1 ramo de alecrim; 1 colher (sopa) de sal; pimenta branca moída a gosto; 3 dentes de alho picados ; 3 folhas de louro. Guarnição: 200g de ervilhas frescas; 300g de minicenouras; 2 dentes de alho, 2 colheres (sopa) de manteiga; 3 figos cortados ao meio; sal a gosto. Preparo Misture todos os ingredientes e deixe o frango marinando na geladeira por uma hora. Em assadeira untada com azeite, coloque o frango e a marinada. Cubra com papel alumínio e leve ao forno pré- aqueci-

DICAS: - Se o mel cristalizar, esquente-o em banho-maria bem morno. - Para não grudar na colher, mergulhe-a antes em água fria. 54

do a 200ºC por uma hora. Tire o papel e deixe dourar por mais 20 a 30 minutos. Guarnição: cozinhe as ervilhas e as cenouras em água fervente. Em uma frigideira, derreta metade da manteiga e coloque as metades do figo com a polpa voltada para a manteiga. Deixe 2 mi-

- Em assados que utilizem mel, use fogo brando, pois o mel cristaliza em uma temperatura mais baixa que a do açúcar e, assim, mantém sua consistência espessa. - O mel pode ser utilizado em lugar do

nutos em fogo alto. Tire e reserve. Na mesma frigideira, coloque o restante da manteiga, refogue rapidamente o alho picado e coloque as cenouras e ervilhas cozidas. Acerte o sal e coloque pimenta e salsinha a gosto. Rendimento: seis porções.

açúcar. No preparo de geleias e sorvete caseiro, você poderá utilizar na mesma medida do açúcar. No restante, como o mel é mais doce que o açúcar, recomenda-se que se use uma quantidade menor. Beach&Co nº 141 - Março/2014



comportamento Foto Escola Livre de Dança

O ritmo contagiante do

sapateado irlandês Bonita de ver, emocionante de ouvir, a dança céltica já faz escola entre nós e conquista um grupo cativo de praticantes e admiradores

Por Luciana Sotelo No Brasil, nasceu o frevo. Os argentinos têm o tango, os espanhóis dominam o flamenco. Em todas as nações, a história se repete. Onde existem pessoas, surge uma dança típica, aquela que transmite características do povo que a representa; uma manifestação espontânea de sua cultura. E quando o foco é mostrar agilidade com os pés, o sapateado irlandês, pelo seu ritmo acelerado e vibrante, é incomparável. Pouco divulgada no Brasil, a modalidade é considerada a precursora do sapateado americano, aquele imortalizado pelo dan-

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çarino e ator Fred Astaire. Os ruídos produzidos pelos sapatos no chão são tradicionalmente a marca registrada do sapateado. Quanto mais acelerados os passos, mais empolgante é a dança. Esse ponto é justamente o grande charme do estilo, em especial, do irlandês, aponta Melissa Ricci, professora que iniciou a modalidade em Santos, há 14 anos. De acordo com a dançarina, o sapateado irlandês exige muita técnica e concentração. Os movimentos são fortes, firmes, rápidos e sincronizados, além disso, a

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postura é mais dura, o tronco fica rígido o tempo todo. “A concentração é fundamental. A dança exige flexibilidade, coordenação e muita força”, aponta Ricci, que, desde 2000, ministra a disciplina na Escola Livre de Dança, instituição mantida pela prefeitura da cidade. Por ser única em sua essência, a dança irlandesa chama atenção e, aos poucos, vem conquistando adeptos. Mas, conforme explica Melissa, é preciso ter vontade e perseverança para se tornar um profissional no gênero. “São necessários pelos menos quatro anos para dominar a modalidade”. Na Escola Livre de Dança, as alunas aprendem diferentes estilos, em aulas diárias, a fim de melhor estimular a prática. Conforme Melissa, para o sapateado irlandês, são dedicadas, pelo menos, quatro ho-

ras semanais. A maior diferença entre o sapateado irlandês e o americano é a agilidade dos pés e a rigidez do tronco. “A dança americana é mais solta, e o sapato americano possui ainda como diferencial as placas de metal no solado”. A dança irlandesa sofreu diversas influências por conta das invasões e imigrações que o país teve, diz Melissa. “Entretanto, associada à música tradicional irlandesa, a dança teve repercussão mundial por meio do musical Riverdance e do dançarino Michael Flatley, que a transformaram em um show performático”. O interessante é que tudo começou como uma brincadeira. Segundo historiadores, a origem da dança remonta ao século V, quando os camponeses passaram a utilizar

Fotos Escola Livre de Dança

Grupo participa de competições de dança municipais, regionais e nacionais

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comportamento

Escola Livre de Dança Os alunos da Escola Livre de Dança têm plano curricular de nove anos. Durante o período de formação, contam com aulas de balé clássico, jazz, dança contemporânea, sapateado americano, e sapateado irlandês, entre outras modalidades. Para fazer parte da instituição, é preciso manter-se informado. Geralmente, as inscrições ocorrem em fevereiro. A Secretaria de Cultura de Santos realiza processo seletivo. Podem participar crianças de seis até 12 anos completos.

sapatos com solado de madeira para aquecer os pés. Os diferentes sons produzidos pelos passos encantaram os irlandeses que, para se divertirem, passaram a produzir ritmos variados, posteriormente, aprimorados e compilados num dos estilos mais contagiantes de se ver, ouvir e sentir. Essa diferenciação foi o que encantou Rafaela Santos de Oliveira, hoje com 16 anos. A jovem começou a praticar o sapateado há cinco anos, justamente por se tratar de uma proposta inovadora. “Chamou minha atenção por ser algo tão diferente. Eu me identifiquei”. Atualmente, Rafaela contabiliza várias experiências em festivais, com conquistas importantes. “É bem cansativo; um desafio diário que eu venço com alegria. É muito

Foto Luciana Sotelo

Alunas da Escola Livre de Dança. Em Santos, cresce o número de adeptas da modalidade

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Fotos Luciana Sotelo

gratificante observar o resultado final”. Por enquanto, Rafaela considera esta sua paixão apenas um hobby prazeroso. Já para Amanda Nascimento dos Santos, de 15 anos, conhecer a modalidade foi amor à primeira vista. Ela conta que entrou para a Escola Livre de Dança sem conhecer o sapateado e logo percebeu sua vocação. “É muito contagiante, não tem jeito. Existe uma sintonia muito forte entre nós, não sei explicar, só sei que não posso ficar sem essa energia”. Tamanha devoção valeu a pena. Amanda coleciona experiência em competições de danças municipais, estaduais e até nacionais. Em quatro anos, conquistou mais de dez prêmios, que vieram coroar sua dedicação à dança. “Somos todas vencedoras. Vencer significa que estamos em sintonia.”

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Dentre as diferenças entre o sapateado irlandês e o americano nota-se a rigidez do tronco. Ao lado, o sapato utilizado para a dança irlandesa diferentemente do modelo americano, não possui placas de metal no solado

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moda Fotos KFpress

Para quem

tem estilo O cropped top ressuscita, rico em variedade de modelos e cores

Por Karlos Ferrera Usado e abusado entre as pin ups da década de 40, foi depois repaginado nos anos de 1980 e 1990, e, novamente, retorna como forte tendência. Com modelos que agradam um vasto público, o top traz modelagens tanto para blusas, com peças mais soltas, a exemplo dos anos 80, até tops mais justos que reportam ao bustiê da década de 50. Como principais pontos de destaque, o tamanho pequeno e a mostra do abdômen. Por isso, ele é indicado especialmente para mulheres que estão com o corpo em forma. O cropped top permite diversas combinações de looks, envolvendo desde saias, shorts e até mesmo calças. Forte tendência neste verão, ele se adéqua até mesmo ao clima mais frio. Por ser pequeno, as melhores combinações ficam por conta das peças com modelagem de cintura alta. Alguns modelos

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Victoria's Secret

Como usar

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Opte pelos modelos estampados, tanto florais, quanto poá

Josh Goot

Roupassa

Dos mais detalhados aos mais discretos, os modelos variam atendendo ao gosto de cada mulher

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KF

apresentam tendência retrô, porém jovem; alguns modelos trazem aplicações de aviamentos, com toque moderno e elegante. Da renda ao jeans, há opções para visuais mais delicados e direcionados a ocasiões casuais, e mais compostos e detalhados, próprios para eventos sociais. Feminino e delicado, vai bem com saias longas ou com modelagem lápis, e até mesmo com calça, sendo nos dois casos com cintura alta. Para um ar mais elegante, escolha um justo com detalhes de aviamentos. Para ocasiões mais casuais, ele permite combinações diversas com shorts, saias, e até mesmo calças.

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moda

Em alta Fotos KFpress

Cílios grandes Maquiagem faz parte de uma imagem fashion. Em quase todos os desfiles, eles foram destaque, não só como complemento do make, mas também para dar efeitos diferentes e criativos.

Saia sino

Zara

Ela está em alta. Um modelo jovial e delicado, mas que não deixa de ser supermoderno. Uma opção interessante é combiná-la com peças mais masculinas ou com tecidos rígidos, como o couro.

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Flashes O público feminino comemora mais uma loja de calçados na cidade. E ela chega com o diferencial de confecção própria

A gerente Sandra Santana, Andreia Santana e Leidiane Araujo, felizes com a nova loja

Laura Xavier aprovou a nova loja

Elaine Christina e Maria Eduarda Campos atestam os modelos

Michelle Drauzdauskas, Sandra Santana e Luiz Gomes

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Enio Xavier, Leidiane Araujo, Euller Henrique e Sandra Santana

A linda Maria Clara Odlevati já escolheu sua sapatilha

Andreia Santana, Miriam Vasconcelos Martinez e Sandra Santana

João Victor e Claudia Odlevati, Sandra Santana, Maria Clara e Arnaldo Odlevati e Leidiane Araujo

Cecília dos Santos Silva, Vaurlei da Silva Junior, Vicente e Vitória dos Santos Silva e Camila dos Santos

Vitrine colorida da Rivezzo Shoes

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Flashes

Fotos Dirceu Mathias

Encerramento da Operação Praia Segura, no Iate Clube de Guarujá

Foto Dirceu Mathias

Os prefeitos de Ubatuba Maurício Moromizato, de São Vicente Luís Cláudio Bili, de Bertioga Mauro Orlandini, e coronel Carlos Eduardo Smicelato

Ribas Zaidan e Mauro Orlandini (ao centro) com autoridades militares

Feijoada da paróquia São João Batista, no núcleo Ana Paula

Cerimônia de encerramento contou com a presença de autoridades civis e militares

Encontro de amigos com o padre Silvio Luiz

Eleição do Condesb

Mauro Orlandini, prefeita de Cubatão Marcia Rosa e o novo presidente do Condesb, o prefeito de Itanhaém Marco Aurélio Gomes

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Vereador Pacífico Júnior, Zaidan, dona Gladis e Mauro Orlandini

Na Riviera

Zaidan, João Nedefi, Antônio Carlos, Sérgio Longo e Osmar Santos (sentado)

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“Celebridades em Foco” // Edison Prata Por Ilhabela, Guarujá e Bertioga registrei...

Em recente visita a Colômbia, o prefeito Antonio Colucci, Luiz Maio e Harry Finger, representando a cidade de Ilhabela

O empresário Antonio Cintra e sua Sonia Pimentel conferem uma boa noite rotária

O jovem empresário Guto, proprietário de uma das maiores oficinas de funilaria e pintura de Guarujá, a Ferrari

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Recente evento no Rotary Club Guarujá contou com a presença do casal de empresários Luis Menezes e sua namorada Rejane da Silva

Uma das melhores companhias que temos é, sem sombra de dúvida, a da família, que o diga Tuca Junior

Flagrante da bela advogada Clycia Maria Firmo Maciel, no Rotary Club Guarujá

Grandes eventos sociais contam com a participação da famosa loja Pepita de Ouro, sempre representada pelos empresários Manuel Gomes e sua mulher Marcia Soares

Fabian Umbelino, a filha Isabelle e a mulher Ketie

Como sempre, o carinho e dedicação do médico Guaracy Reis, sua mulher Letícia e o filho João Matheus

A bela Tatiane Sarack, na inauguração da nova franquia do Varanda Pizzas & Esfihas, em Bertioga

Parabéns André Luiz Santana gerente do Hotel Ilhabela, pelos pensamentos positivos

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“Destaques” // Luci Cardia

Festa do Havaí da TAR - Turma dos Apaixonados pela Riviera

Os anfitriões Roberto Haddad e Flávia Patriota, sempre elegantes

O grande comunicador Ribas Zaidan, Antonio de Carvalho, Roberto Haddad, José Avelino e Arnaldo Barreto, sempre juntos

Antonio Rodrigues de Carvalho e Ivanete Lucatti Carvalho, maravilhosos

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O casal Sergio e Rose Aragon, a filha Ana Paula Aragon e seu marido Homero Lima

Arnaldo e Selma Barreto, José Carlos e Silvia Ramos

Família Biondo, Luciane, o marido Pascoal e o filho Thiago

Humberto e Cristina Castro prestigiaram mais uma vez a TAR

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Luiz Simão, Dirce Kleinfelder, Carla e Helio Violani, Jean Pierre e Marci Boudin

Flávia Patriota, Ivanete Lucatti Carvalho, a colunista e Nawal Avelino

Ana Paula e o marido Paulo Colla, Jean Pierre Boudin e Marci, Silvana Genovesi e Ricardo Portella

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Bruna Violani e Artur Suzuki, felizes

Cristina Castro, Regina Fernandes, Angélica Sposito, Bia Muniz, Luciane Biondo, Márcia Fernandes, Vera Saraiva e Marta Graton

Marcos Muniz, João Fernandes, José Cardia, Paulo Vieira de Mello, Sergio Cardoso, Osni Fernandes e Dionísio Vida

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“Alto Astral” // Durval Capp Filho Cruzeiro de Carnaval no navio Costa Fascinosa

Na recepção do navio, a tradicional foto de boas-vindas

Jullie Aquino, de Avaré, conquistou o posto de maître no Costa Fascinosa

Dentre os shows noturnos diários no Teatro Bel Ami, os três tenores brasileiros: Nino Valsani, Armando Valsani e Francisco Romanelli

Primeiro dia em Buenos Aires, uma visita à Florida e à Galeria Pacífica

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O diretor de Cruzeiros Naim José Ayub, de Ribeirão Pires, há mais de 25 anos dirige os cruzeiros da Linea C; na foto, durante apresentação do comandante Ignazio Giardina e sua tripulação

No bairro de La Boca, queabriga o estádio do Boca Juniors, é indispensável passear nas alamedas do “Caminito”

O diretor de A&B Stefano Di Noia, a maître Jullie Aquino e o chef Luigi Carotenuto (Napoli) apresentaram o interior da cozinha

Na despedida no Restaurante Samsara este colunista e Walkyrya Sanches Capp receberam as homenagens pela união dos 25 anos de casados dos amigos Ariovaldo e Neusa Rodrigues e Bruno e Regina Prandato

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