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ao leitor Foto Luciana Sotelo

ANO XIII - Nº 144 - JUNHO/2014 A revista Beach&Co é editada pelo Jornal Costa Norte Redação e Publicidade Av. 19 de Maio, 695 - Bertioga/SP Fone/Fax: (13) 3317-1281 www.beachco.com.br beachco@costanorte.com.br Diretor-presidente Reuben Nagib Zaidan Diretora Administrativa Dinalva Berlofi Zaidan Editora-chefe Eleni Nogueira (MTb 47.477/SP) beachco@costanorte.com.br Diretor de Arte Roberto Berlofi Zaidan roberto@costanorte.com.br Criação e Diagramação Audrye Rotta (Mtb 76.077/SP) audrye.rotta@gmail.com Marketing e Publicidade Ronaldo Berlofi Zaidan marketing@costanorte.com.br Depto. Comercial Aline Pazin aline@costanorte.com.br Revisão Adlete Hamuch (MTb 10.805/SP) Colaboração Belisa Barga, Durval Capp Filho, Edison Prata, Fernanda Lopes, Karlos Ferrera, Luciana Sotelo, Luci Cardia, Maria Helena Pugliesi, Marcos Neves Fernandes, Renata Maranhão e Shin Shikuma Circulação Baixada Santista e Litoral Norte Impressão Gráfica Silvamarts

Justa homenagem Após quatro anos de obras intensas, sua majestade, o rei Pelé, tem agora o seu castelo, no qual apaixonados por futebol, por superação e por histórias humanas poderão se encontrar. O Museu Pelé, erguido no antigo e restaurado Casarão do Valongo, abriu as portas com um riquíssimo acervo histórico sobre o personagem esportivo mais conhecido e reverenciado do planeta. Um dos brasileiros mais ilustres de todos os tempos ganha, enfim, uma honraria à sua altura. E em meio ao evento esportivo mais esperado dos últimos anos, a Copa do Mundo de Futebol, no Brasil, Pelé atrai para si, mais uma vez, parte do brilho da competição, repleta de estrelas. O acervo do rei do futebol conta com 2.545 objetos, dos quais 110 na mostra permanente, e o restante, disponível para mostras itinerantes. Das relíquias da infância, como a caixa de engraxate utilizada pelo menino Edson Arantes do Nascimento para ganhar os primeiros trocados em Bauru (SP), e que pode ser considerada o marco zero do conjunto, às condecorações e honrarias conquistadas ao longo de sua breve, mas vitoriosa carreira, tudo pode agora ser visto e conferido de perto. Mesmo depois de décadas, Pelé continua sendo um dos maiores representantes da modalidade esportiva que movimenta milhões de pessoas no Brasil, e bilhões em todo o mundo. Quem viu, quem ouviu falar e quem ainda não descobriu a importância do Atleta do Século, quer saber mais e consumir o que a memória do esporte tem guardada para o presente e para o futuro. O que justifica a expectativa de que cerca de cem mil pessoas passem pelo local todos os meses, tornando o museu em sua homenagem o equipamento turístico mais visitado do estado. Bom para Santos, que ganha mais uma vez, a exemplo de quando o rei estava nos gramados, bom para todos nós, que temos mais um bom motivo para visitar essa bela cidade. Eleni Nogueira



Foto Vagner Dantas

22 Surfe, uma extensão do cidadão santista

Foto JCN/arquivo

28 A boa música na bela ilha

E mais... Museu Pelé

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Decoração 48 Gastronomia 52 Moda 56

Foto KFpress

Flashes 62 Destaque 63 No clique

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Alto astral

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Celebridades em foco

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Foto Luciana Sotelo

36 Madeixas que aumentam a autoestima

Foto Renata Maranhão

40 A pouco conhecida África do Sul

Capa

Bonde temático em frente ao Museu Pelé, no Valongo Foto Luciana Sotelo

Foto Valclei Lemos

Ser sustentável pág. 32


cultura

Pelé eternizado em seu museu Após quatro anos de obras intensas, finalmente, o Museu Pelé abre as portas para o mundo com um acervo histórico sobre o personagem esportivo mais conhecido e reverenciado do planeta

Por Belisa Barga “O Pelé nasceu para o mundo aqui, então a história tem que ficar em Santos”. A frase, dita por Edson Arantes do Nascimento, o rei Pelé, dá início à realidade de um sonho longamente acalentado por ele e por milhões de seus fãs. Enquanto a bola rola nos gramados, a cidade marca um dos gols mais importantes na sua história. Em meio ao evento esportivo mais esperado dos últimos anos, a Copa do Mundo de Futebol, no Brasil, Pelé atrai para si, mais uma vez, parte do brilho da competição, repleta de estrelas. No último dia 15, inaugurou-se o empreendimento turístico ansiosamente esperado por tanto tempo: o Museu Pelé, ao qual se prevê que cerca de cem mil pessoas passem pelo local todos os meses. A se concretizar tal previsão, ele se tornará o equipamento turístico mais visitado do estado. Emocionado, o rei do futebol conteve as lágrimas, sem esconder a alegria de compartilhar, em vida, sua história. “Na primeira copa que participei, aos 17 anos, na Suécia, achava que o Brasil era conhecido lá fora, mas não era. Hoje, na inauguração do meu museu, o

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Fotos Luciana Sotelo

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cultura

O museu encantado Quem vê hoje o trabalho de restauração do Casarão do Valongo custa a acreditar que, há quase dez anos, alguém viu potencial naquela casa para abrigar, hoje, o principal museu de personagem do mundo. “Aquela construção era um marco muito importante e não poderia ser perdido. Nada melhor que abrigar um museu para resgatar as memórias do prédio”, explica Mirian Guedes, secretária municipal adjunta de Turismo. Se, hoje, há motivos para festejar, por muitos anos o equipamento foi dúvida na região. No final dos anos 1990, cogitou-se construir o santuário do rei na plataforma do emissário submarino. Tudo já era dado como certo, quando o Ministério Público interveio e barrou a obra, com a alegação de que faltavam estudos ambientais, e

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que o local não seria adequado para comportar uma edificação de três andares, conforme previsto no projeto. Enquanto Santos não conseguia encontrar um local, outras cidades do Brasil e do mundo se movimentavam para oferecer e atender as condições necessárias para tal. “Esse museu foi extremamente disputado. O Rio de Janeiro colocou à disposição todas as condições possíveis e inimagináveis para ter esse equipamento, assim como outras metrópoles ao redor do mundo. Mas a empatia do ídolo com Santos, com certeza, foi decisiva para manter o museu aqui”, explica Mirian. Quando tudo parecia sem solução, em 2007, eis que surge como alternativa o antigo casarão do século XIX, no Valongo. Embora fosse um prédio de extremo valor histórico, por ter

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mundo inteiro sabe quem somos; todos os olhos estão voltados para cá”, afirmou o atleta, que chegou a sua nova casa a bordo do bonde 10, mesmo número de sua camisa canarinho. Mesmo fora dos campos, o espaço é mais um gol marcado na carreira do atleta. “Muitos são criticados em vida e, depois que se vão, passam a ser elogiados. Agradeço por ter saúde e receber, neste domingo, essa homenagem” afirmou o ídolo durante a cerimônia. Para o jogador, o museu é um registro definitivo de sua carreira esportiva e da promoção que fez de Santos e do Brasil, sendo um legado para as próximas gerações. Para a filha do jogador, Flávia Arantes do Nascimento, “o museu Pelé é um sonho do Edson que se torna realidade. Ele está muito emocionado e esse es-

paço só mostra a importância dele no mundo”. Ex-companheiros do Santos Futebol Clube, como Edu, Dorval, Lima, Manoel Maria e Pepe, que presenteou o amigo com uma camisa da seleção, assinada por jogadores que disputam a atual Copa, prestigiaram o evento. Espaço inédito no mundo, o museu, cujo investimento aproximado foi de R$ 50 milhões, entre verbas públicas e privadas, é o primeiro a receber o acervo e contar a história de uma personalidade do mundo do futebol. E não é para menos: Pelé é dono de uma taça Jules Rimet; foi eleito o atleta do século pelo Comitê Olímpico Internacional; possui o título do Guiness Book de artilheiro do século; é considerado o melhor jogador de todos os tempos; e, de quebra, ganhou recentemente a bola de ouro honorária.

O Casarão do Valongo, sede do Museu Pelé. Acima, a faixa de campeão de 1958, um dos itens em exposição e, na página ao lado, Pelé acompanhado da nova geração de talentos do SFC

abrigado a Câmara Municipal e a prefeitura da cidade durante 43 anos (1896 a 1939), dois incêndios, um ocorrido em 1985 e, o outro, sete anos depois, colocaram fim a todo o glamour da construção, cujas ruínas abandonadas passaram a ser ocupadas por moradores de rua e usuários de drogas. Mais três anos se passaram até que, finalmente, o sonho começou a se tornar realidade. As primeiras marteladas começaram a ecoar na região portuária. Mas, as obras sofreriam atrasos por conta da irregularidade do solo. Mirian explica: “Quando a restauração teve início, o prédio precisou ser praticamente todo refeito. Como o imóvel fica em uma área de solo extremamente irregular, constatou-se que a fundação precisaria ser muito mais profunda do que inicialmente previsto.

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Como há outros prédios históricos na região, foi preciso muito cuidado para não interferir nas demais estruturas”. Outro contratempo relacionou-se às verbas. Como a restauração do prédio precisou ser minuciosa, o investimento inicial não foi suficiente; assim, foi preciso angariar mais fundos para terminar as obras. Após tantos imprevistos, o sonho virou realidade. Para Mirian, “a cidade, com certeza, ganha muito mais com a inauguração do museu do que o Pelé. Ele já é mundialmente reconhecido e nós entraremos, agora, em definitivo, na rota do turismo internacional. O espaço é a nova menina dos olhos não apenas da região, mas também do atleta. Ele se empenhou pessoalmente em tudo. Parece um garoto quando fala, tanto que seus olhos brilham”.

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cultura

De Edson a Pelé “Vai graxa, freguês?”. Com essa frase, o pequeno engraxate Edson, aos dez anos, abordava seus clientes nas ruas de Bauru. O trabalho era uma forma de ajudar os pais, Dondinho e Celeste, a complementar a renda familiar. O primeiro pagamento foi uma moeda de 400 réis, o equivalente a R$ 0,50 centavos. “Ele não fez grandes exigências sobre o acervo, mas fez questão de que a caixa de engraxate, a moedinha e o cofrinho onde ele guardou suas primeiras economias fiquem expostos”, explica Odir Cunha, editor de conteúdo do espaço. Nascido Edson Arantes do Nascimento, em 23 de outubro de 1940, em Três Corações / MG), foi como Pelé que ganhou o mundo. Contam que o apelido veio dos tempos de criança, quando o pai, Dondinho, jogava pelo Vasco de São Lourenço, em Minas Gerais. O goleiro do time, na época, era conhecido como Bilé, e o pequeno Edson, em sua pronúncia distorcida, dizia que, quando crescesse, seria goleiro, como o “Pilé”. Mas, quem disse que Edson gostava do apelido? Cada vez que o chamavam de Pelé, era confusão na certa. Certa vez, na época da escola, saiu aos tapas com um colega, o que lhe rendeu uma suspensão e uma bela bronca de seu pai. Nessa época, o futebol ainda era apenas uma diversão. Mal sabia ele que, um dia, sob o apelido que tanto detestava, conquistaria 61 títulos oficiais, incluindo o tricampeonato pela seleção brasileira, o bimundial pelo Peixe, além de outros 25 troféus, em disputas nacionais e internacionais. A dinâmica da carreira de Pelé, como jogador, foi bem diferente da dos esportistas das novas gerações. Nada de carros luxuosos, nem salários milionários. Seu primeiro contrato com o Santos foi por dois salários mínimos, e seu primeiro possante foi um fusca. Conquistou o mundo com sua simplicidade, e claro, suas jogadas e dribles. Ao longo de sua história como atleta, atingiu a marca de 1.282 gols, em 1.366 partidas. Curiosidades sobre a vida pessoal do rei também estão presentes no museu, como a ambidestria do atleta. Segundo Odir Cunha, “ele era destro, mas o pai o convenceu a treinar jogadas com a perna esquerda. Ele desenvolveu tão bem essa habilidade que passou a ter total controle nos dois lados”. Apesar de todo esse império, há um pequeno capricho que o eterno Camisa 10 jamais poderá cumprir em homenagem ao pai, ou seja, igualar seu número de gols de cabeça em uma única partida. Enquanto Dondinho goleou cinco vezes dessa forma, nos anos 1940, em um único jogo, o filho marcou apenas dois, em situação semelhante.

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O rádio no qual o pai de Pelé, Sr. Dondinho, ouviu a Copa de 1950 e chorou com a derrota do Brasil; relíquias de sua infância, como a carteirinha de atleta de seu primeiro clube, a bola de pano e os primeiros passos no Santos. Na página ao lado, a caixa de engraxate que Pelé usava quando criança para contribuir com o sustento da família

No museu, estão expostas centenas de objetos e fotos, num total de 2.545 peças, capazes de contar a verdadeira história de superação do craque e toda a emoção de mais de 70 anos de Pelé, cuja força, até hoje, movimenta milhões no Brasil e bilhões de pessoas ao redor no mundo. “Os visitantes vão perceber que todas as conquistas dele foram muito suadas. Fama, prestígio, nada disso veio sem trabalho duro”, explica Odir Cunha, editor de conteúdo do espaço. O museu retrata, por meio do futebol, a trajetória de um menino mineiro, tímido, que ganhou seus primeiros centavos

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como engraxate, quando foi morar em Bauru e, anos depois, chegaria a Santos em um domingo, no dia 22 de julho de 1956. “Nossa ideia é que as pessoas conheçam a trajetória do Edson até ele se tornar o ídolo que conhecemos. A vida dele é uma história edificante não apenas como atleta, mas também como pessoa e, certamente, vai encantar a todos, independente da torcida”. A primeira impressão é a que fica, diz o ditado. E, se depender da ambientação, o impacto inicial é o mais surpreendente possível. Ao entrar, o visitante é cumprimentado pelo próprio anfitrião,

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Fotos Luciana Sotelo

cultura

Loja dentro do museu vende itens alusivos ao craque, como o livro, acima. Ao lado, uma das camisas do clube santista usada por Pelé

imortalizado graças a um recurso tecnológico da holografia. E a transição para o interior do espaço remete ao ambiente inigualável de um estádio de futebol. Ao passar pela cobertura de vidro, o visitante terá a impressão de sair do vestiário em direção ao gramado, ouvindo, inclusive, os gritos da torcida. Uma emoção que toma conta até mesmo daqueles não tão aficionados ao esporte. O acervo abriga peças catalogadas em quase um ano e meio de pesquisas. Para Cunha, um dos diferenciais do museu é o fato de o acervo possuir não apenas itens genéricos, mas também, itens pes-

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soais do atleta, guardados, até então, em sua casa, no Guarujá. Da caixa de engraxate à bola de ouro, há um conjunto de objetos que despertará não só a memória daqueles que acompanharam de perto a trajetória do craque, como enriquecerá o conhecimento dos jovens sobre um exemplo de esportista bem-sucedido na prática esportiva, no mundo empresarial e na convivência social. O acervo conta ainda com a coroa de ouro entregue em 1969 pelo governo mineiro, terra natal do ídolo, e a medalha da Ordem de Cavaleiro do Império Britânico, título honorário concedido pela

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rainha Elizabeth 2ª, e o troféu Atleta do Século, entregue a ele em 1981 pelo jornal francês L’Equipe. Apesar da vida de Pelé ser muito conhecida, o público pode esperar, sim, boas surpresas no local. Como diz Odir: “Foi muito difícil, mas conseguimos encontrar materiais inéditos, como vídeos de um golaço feito em um jogo internacional, na década de 1960, considerado uma de suas melhores jogadas. O outro é um gol feito em 1965, no Santos. Nem o Pelé acreditou quando viu esse material, pois nem ele sabia de sua existência”. Odir ainda garante que até especialistas em futebol do Brasil, que assistiram ao filme, ficaram impressionados. Também foi recuperado um troféu, há mui-

Mesa interativa, parte do setor tecnológico do espaço

Quatro Copas e um Rei A primeira exposição temática do museu mostra a participação de Pelé nas quatro copas em que ele participou, nos anos de 1958, 1962, 1966 e 1970. Mesmo sem ter participado do Mundial de 1950, realizado no Brasil, também será retratado. “Esse momento é importante, pois foi quando Pelé prometeu ao pai que seria campeão, depois de vê-lo chorar por causa da derrota do Brasil para o Uruguai, na final”, explica Odir. E a promessa não apenas foi cumprida, como também eternizada em uma foto. Aos 17 anos, em sua primeira viagem ao exterior, Pelé foi fotografado em cima dos ombros do goleiro Gilmar, chorando, após ter conquistado sua primeira Copa. “Pelé nos confessou que, naquela hora, ele

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estava pensando na conversa que havia tido com o pai, anos antes”, diz Odir. O radinho de pilha, usado pelo senhor Dondinho, é um dos itens expostos no museu. Aproximadamente 80 peças farão parte dessa exposição, entre chuteiras, camisas, troféus e também objetos pessoais usados por ele durante as competições, como um cobertor da época da Copa de 1962. Diz Odir: “Ele se machucou durante a competição. Como era inverno, ele ficou boa parte do tempo acamado, enrolado nesse cobertor”. Na mescla entre passado e futuro, haverá uma mesa interativa digital que fornecerá informações sobre os feitos do ídolo, apenas por meio de toque. Além disso, o visitante poderá reviver e participar de um dos principais momentos da carreira do

atleta, ao simular, graças a recursos tecnológicos, a cobrança do milésimo gol do ídolo, marcado de pênalti, em 1969, conta o Vasco da Gama. Para as próximas mostras, os visitantes poderão conhecer outros aspectos ligados a Pelé, além do esporte, como seu lado artístico, já que o jogador já se aventurou como ator, cantor e compositor; ou poderemos conhecer um pouco mais sobre sua faceta política, do período em que foi ministro do Esporte, ou ainda, como Cidadão do Mundo, ao levar o nome de Santos e do Brasil mundo afora. Já a Linha do Tempo, parte da exposição permanente, retrata, por meio de fotos, a carreira do ídolo em 19 anos de Alvinegro, e também nos três anos no Cosmos de Nova York, onde encerrou sua carreira de jogador, em 1977.

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cultura

Fotos Luciana Sotelo

to dado como perdido. “Fizemos muita pesquisa antes de chegar ao paradeiro dessa taça, esquecida embaixo de uma escadaria no Santos Futebol Clube. Nem eles conheciam a significância dessa conquista”, revela. Além das peças, momentos históricos serão relembrados no percurso. Entre eles, a interrupção de duas guerras na África, no Congo e na Nigéria, durante a passagem da equipe do Santos Futebol Clube, já que a população queria ver o craque em campo. Tão logo o time partiu, o conflito recomeçou. A chave da ci-

As joias do rei, como a Bola de Ouro, presenteada pela Fifa, em janeiro deste ano; e o Oscar do Esporte, entregue a Pelé em Milão, na Itália, em março de 1987

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Foto Luciana Sotelo

dade de Kinshasa, uma das envolvidas no conflito, faz parte do acervo. Outro momento memorável é a primeira expulsão de um juiz do campo, como lembra Odir: “Era um amistoso na Colômbia e o juiz deu cartão vermelho para Pelé. A torcida ficou inconformada e começou a atirar almofadas no campo. A solução para acalmar os ânimos foi substituir o juiz e trazer o jogador de volta”. Essas histórias são apenas algumas das que serão contadas ao longo do passeio pelo museu. Mas, certamente, a peça mais importante da coleção, é a réplica da taça Jules Rimet, presente do governo mexicano ao Camisa 10. O prêmio estava em disputa desde 1930 e seria entregue à seleção que primeiro conquistasse o tricampeonato do Mundial. “Pelé participou das três Copas que deram origem a

Os visitantes podem bater o milésimo gol de Pelé, graças à tecnologia do simulador

Foto Shin Shikuma

Panorâmica do pavimento térreo. Ao centro, detalhe dos mezaninos, divididos por épocas da história das copas do rei. Na página ao lado, a Linha do Tempo do andamento das obras do museu

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cultura Fotos Luciana Sotelo

Ilustração com os craques do tri: Garrincha e Pelé. Abaixo, destaque para a imagem vencedora do rei do futebol

esse título e foi decisivo em todas elas. Se há um jogador que merecia ficar com essa taça, é, sem dúvida, o Pelé”, diz Odir. No entanto, um dos itens mais curiosos da coleção permanecerá em segredo por, pelo menos, mais 26 anos. No dia do lançamento da pedra fundamental do museu, em 2010, foi enterrada, em frente ao casarão que abriga o museu, uma cápsula do tempo, contendo fotos, documentos, camisas, um DVD com depoimentos de amigos do jogador e também uma carta de Pelé ao homem do futuro. Essa cápsula será aberta apenas em 2040, ano de comemoração do centenário do nascimento do rei. “Espero que todos vocês estejam aqui nesse dia”, disse Pelé, naquela ocasião. Esqueça o conceito de que museu é lugar chato. A proposta é que esse seja um espaço dinâmico e com muitas surpresas tecnológicas para surpreender e agradar públicos de todas as idades. As peças serão substituídas periodicamente, a fim de sempre oferecer novidades para os visitantes

O Museu Pelé fica no Largo Marquês de Monte Alegre, nº 2, no Valongo. A visitação é de terça a domingo, das 10 às 18 horas. O valor do ingresso é de R$ 18,00 (meia-entrada para crianças de 6 a 12 anos, professores, estudantes e maiores de 60). Crianças até 5 anos não pagam.

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BEM-VINDO À PRAIA DO INDAIÁ

Praia de inspiração do Poeta Vicente de Carvalho e de adoção do Empresário Antônio Ermírio de Moraes.

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SURPREENDA-SE


turismo

Santos no mapa das cidades do

surfe

Vivendo em uma ilha, o santista constrói desde cedo sua ligação com o oceano. Pegar uma prancha e se lançar ao mar torna-se um movimento natural e simples Por Fernanda Mello

Reconhecida como berço do surfe brasileiro, Santos é o primeiro município do país a integrar o World Surf Cities Net Work, rede internacional de cidades cuja proposta é fomentar o desenvolvimento sustentável da indústria do surfe e promover cooperação nas questões do esporte ligadas à inclusão social, educação, saúde, turismo e inovações tecnológicas. Segundo a Associação Mundial da Indústria e Fábricas do Surfe, os esportes de deslizamento, entre eles o surfe, movimentaram 37.200 milhões de euros em 2011 – o equivalente a R$ 111.6 milhões. Josu Ruiz, secretário de Turismo de San Sebástian, uma das cidades integrantes da rede internacional, disse: “O impacto comercial em San Sebástian é de aproximadamente 18 milhões de euros por ano. Por isso, um

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de nossos projetos é a realização de um estudo sobre o valor econômico e de geração de empregos que o esporte possui nas cidades da rede”. Também pertencente à rede, a australiana Gold Coast estima faturamento de 1.3 milhão de dólares australianos, repercutindo favoravelmente no comércio, na indústria e no turismo. “Um fator a mais conta em favor da modalidade, que é o contato com a natureza e o sentido de preservação ambiental que proporciona na população local”, analisa Ruiz. Pela definição adotada pela World Surf Cities Net Work, uma cidade do surfe é a área urbana em que o esporte, sua cultura e os empregos gerados pela indústria da modalidade compreendem uma proporção significativa da economia e da cultura do muni-

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cípio com reconhecimento do governo local. Em Santos, não é diferente. Além de estar registrada na história como a cidade na qual se construiu a primeira prancha e se surfou a primeira onda no Brasil, apresenta praticantes (amadores e profissionais), fábricas e shapers de pranchas, lojas de acessórios, escolas públicas e particulares, competições, eventos, associações, mídia, bares temáticos, curso em universidade, monumentos e dia em homenagem ao surfista. Cisco Araña, coordenador da Escola Radical de Surfe da prefeitura de Santos/ Sthill, a primeira pública do Brasil, fundada em 1992, e um dos responsáveis pela inclusão do município no rol de ‘surf city’, defende a acessibilidade como a marca registrada do local. “É um ótimo lugar para se aprender a surfar, e todos podem surfar em nossas ondas”. Todos mesmo, sem exceção. O que o município da Baixada Santista mostra às demais cidades da rede internacional é o papel do surfe como instrumento de inclusão social, bem-estar e de qualidade de vida. Entre os cerca de 200 alunos da Escola Radical, há meninos de 6 anos a idosos, passando por deficientes visuais e crianças com déficit de atenção, autismo, paralisia cerebral e síndrome de Down.

Foto Vagner Dantas

Santos é o primeiro município do país a integrar a rede internacional de cidades cuja proposta é fomentar o desenvolvimento sustentável da indústria do surfe

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turismo

Sobre as ondas Entre os estimados cinco mil praticantes da região, o surfe agrega homens, mulheres, jovens e crianças com o objetivo comum de se sentir bem, divertir-se e viver momentos próximos à natureza. Retomando a prática da adolescência, o arquiteto Victor Maia, santista que mora em São Paulo, afirma que um final de semana de surfe transforma sua vida. “Durante a semana, a correria e o estresse são grandes, mas, basta descer a serra e cair no mar, para ficar zerado”. A jornalista carioca Marcia Portes, 41, que vive em Santos há 12 anos, tem o privilégio de pegar onda ao lado do filho Noa, 9 anos, quase que diariamente, e fala dos benefícios da prática para os dois. “É um estilo de vida que faz bem ao corpo e à mente. Outro dia, vimos um golfinho aqui. Meu filho até chorou de emoção”. Detalhe surpreendente: Noa não gosta de videogame.

ou da Terceira Idade, que foi veiculada no programa de rádio atingindo 42 milhões de ouvintes. “Foi a melhor matéria daquela semana, e ganhou reprise”, lembra o jornalista Gibby Zobel, da rede. No início de abril, Zobel retornou, desta vez, para reportagem em vídeo dos ‘surfistas prateados’. “Na Inglaterra, os idosos surfam na internet. Aqui em Santos, eu os vi pegando onda. Eles são exemplo dos benefícios do surfe para a saúde do corpo e da mente”. No esporte de competição, a cidade também não deixa a desejar. Tem o veterano Picuruta Salazar, o atleta recordista em títulos no Brasil, com mais de 100, e o filho

Fotos Vagner Dantas

Com 83 anos, Fusae Nishida Uramoto ainda experimenta os benefícios da prática. Ela surfa há 10 anos e disse que, no começo, deixou muita gente de boca aberta. “Muitas senhoras me criticaram quando me viram surfando, mas, depois, elas fizeram o mesmo. Esse contato com a água é muito gostoso, parece um sonho. Dá força e energia”. Graças ao surfe, a cidade virou notícia em várias ocasiões. O tema trouxe por duas vezes ao município uma equipe da rede de comunicação BBC World Service, de Londres. Na primeira, entre fevereiro e março deste ano, a matéria era sobre os Silver Surfers, na tradução, Surfistas Prateados

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Foto Vagner Dantas

Aos 83 anos, Fusae Nishida Uramoto experimenta os benefícios da prática do surfe

Leco Salazar, campeão mundial de stand up. Na verdade, toda a família se dedica à modalidade: a mulher de Picuruta, Karen, e os outros dois filhos, Caio e Matheus, também são surfistas. Com uma escola no bairro José Menino e linha de produtos licenciados, Picuruta fala sobre a evolução do esporte. “Na déca-

da de 1960, éramos chamados de vagabundos. Hoje, somos respeitados, ajudamos muitos meninos a não se envolverem com a rua e a formar cidadãos”. Fomentar novos talentos na cidade está entre os projetos da Secretaria Municipal de Esportes (Semes) para a modalidade, além da promoção do Campeonato San-

Entre os estimados cinco mil praticantes da região, o surfe agrega homens, mulheres, jovens e crianças

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turismo

Fotos Vagner Dantas

tista de Surfe ainda neste ano. De acordo com o secretário Alcídio Michael Ferreira de Mello, uma competição mais ampla e estruturada está sendo organizada pela própria secretaria, em parceria com a Associação Santos de Surf, assim como um centro de treinamento para identificar e investir em potenciais. “O evento será importante tanto para resgatar e formar talentos quanto para que o santista entenda o que a modalidade representa para a cidade”.

Pioneirismo Na década de 1930, na praia do Gonzaga, em Santos, surgiram os primeiros surfistas do país. Nessa turma, estão Osmar Gonçalves, Jua Haffers, Thomas e Margot Rittscher. As pranchas ou tábuas havaianas foram confeccionadas a partir de modelo copiado da revista popular Mechanics. No Rio de Janeiro, os primeiros registros de homens deslizando sobre as ondas são de meados de 1950, no Arpoador. Anualmente, Santos sedia o Festival de Praia Ecovias, no Quebra-Mar, reunindo surfistas e simpatizantes. Na ocasião, tenta-se bater o recorde mundial do maior número de surfistas na mesma onda. A marca atual pertence à África do Sul, com 110 pessoas. O Dia do Surfista (21 de janeiro) faz parte do calendário oficial da cidade desde 2003, de acordo com a Lei Municipal 2.172. A cidade foi a primeira no Brasil a implantar a disciplina surfe nas faculdades de educação física, em 2000, na Universidade Santa Cecília (Unisanta).

O arquiteto Victor Maia afirma que um final de semana de surfe transforma sua vida. Picuruta Salazar, ao lado, é referência quando o assunto é surfe

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cultura

Grandes nomes do jazz na bela ilha

Foto Divulgação

De 10 a 12 de julho, alguns dos mais consagrados intérpretes nacionais e internacionais do legítimo jazz subirão ao palco do Ilhabela in Jazz, que será realizado na Vila, com entrada gratuita ao público

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Da redação

Foto Divulgação

Bons ventos levarão para a capital nacional da vela, nos dias 10, 11 e 12 de julho, o Ilhabela in Jazz. Combinação perfeita entre a música de qualidade e um visual paradisíaco, o festival terá entrada gratuita e será realizado no refinado ambiente da Vila, centro histórico da ilha. Pelo palco do festival passarão o Grupo Pau Brasil, referência da música instrumental brasileira; o lendário Naná Vasconcelos, eleito oito vezes o melhor percussionista do mundo pela revista americana Down Beat e ganhador de oito prêmios Grammy; o saxofonista norte-americano James Carter; o criativo Trio Curupira; a Banda Mantiqueira; Ulisses Rocha Trio, indicado duas vezes para o prêmio Sharp nas categorias de melhor música instrumental e melhor solista; o versátil Gary Brown; a artista cubana Yusa; e o Funk Como Le Gusta com o seu singular trabalho musical que mixa samba, soul e música latina. O festival tem por objetivo difundir o jazz e levar ao público os melhores artistas nacionais e internacionais do gênero. A proposta é que o evento aconteça anualmente e faça parte do calendário cultural de Ilhabela. A produção é assinada pela Articular, com patrocínio da Caixa Econômica Federal e da Transpetro e apoio da prefeitura de Ilhabela.

O versátil Gary Brown. Na página ao lado, o saxofonista norte-americano James Carter

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Foto José Otávio/Divulgação

cultura

Agenda Dia 10 Pau Brasil, Naná Vasconcelos e Lui Coimbra, e James Carter; Dia 11 Trio Curupiram Banda Mantiqueira e Yusa; Dia 12 Ulisses Rocha Trio, Gary Brown e Funk Como Le Gusta.

Naná Vasconcelos, ganhador de oito prêmios Grammy

O município é reconhecido como a capital nacional da vela, pois, devido à sua posição geográfica, os ventos são intensos e constantes no canal de São Sebastião, que separa a ilha do continente, o que privilegia a prática do esporte. Ilhabela também é uma das 65 cidades indutoras de turismo do país e destino de sol e mar do estado de São Paulo para a Copa do Mundo de 2014.

Foto Márcio Bortolusso

A programação musical na ilha começa dia 4 de julho com a abertura da Degustação Musical, projeto que contempla duas noites de shows gratuitos, com bandas do cenário nacional e local. As apresentações acontecem na Praça das Bandeiras, à beira-mar, na Vila

A charmosa Vila será o ponto de encontro dos amantes do jazz

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ser sustentável

Vamos passarinhar?

Fotos Leonardo Casadei

Há quanto tempo você não vê um ninho de passarinho na sua rua? Não se lembra?! Então, talvez seja hora de começar a reparar, de preferência, a pé, com calma. Olhe nas árvores, postes, muros, telhados e marquises. O meio ambiente urbano, as ruas, praças e parques da região escondem uma surpreendente biodiversidade. Duvida?

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Por Marcus Neves Fernandes Pois então você precisa conhecer o trabalho da bióloga Sandra Pivelli e do fotógrafo e educador ambiental Leonardo Casadei. Apenas na parte insular de Santos, a dupla catalogou e fotografou 100 espécies de aves - um número aquém do que realmente existe, mas que, mesmo assim, supera com folga o de muitas cidades da Europa e Estados Unidos, nas quais o turismo de observação gera mais de US$ 30 bilhões ao ano. Sandra e Leonardo são os autores do projeto Vamos Passarinhar. Além de palestras, eles têm como objetivo publicar um guia ilustrado com as 100 aves. São rouxinóis, araras, pintassilgos e rabos-de-tesoura - os mais conhecidos - mas tem também o benedito-de-testa-amarela, o bico-de-lacre e o arapacu, do Cerrado.

Se dependesse apenas dessa biodiversidade, o livro-guia já mereceria o investimento público e/ou privado. Todavia, um levantamento feito em 2012, com o apoio do Ministério do Turismo, apontou o litoral paulista como a segunda região mais procurada para observação de aves no Brasil. Os dados foram obtidos junto a pousadas, hotéis, fotógrafos e guias turísticos, estimando a existência de 50 mil praticantes no país, sem contar os estrangeiros, que, pouco a pouco começam a descobrir (e se surpreender) com tamanha diversidade. De pardais a gaviões, uns mais ariscos que outros, estão todos ao nosso redor. Porém, antes de chamar os turistas com seus guias, binóculos e câmeras, talvez devêssemos, primeiro, ir para as ruas, reaprender a olhar

As aves arapacu-do-cerrado (página ao lado), benedito-detesta-amarela (ao centro) e o bico-de-lacre podem ser vistas na região

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ser sustentável

Fotos Paulo de Tarso

De longe Além das aves que vivem no litoral paulista, há aquelas que fazem da região um ponto de passagem. É o caso do falcão-peregrino. Quando o inverno começa lá no norte dos Estados Unidos, Canadá, Alasca e Groelândia, essa ave de rapina ‘desce’ o continente rumo a locais mais quentes. Uma dessas áreas é a Baixada Santista. A sequência de fotos que você vê aqui foram feitas da janela da residência do amigo e fotógrafo profissional Paulo de Tarso, no Gonzaga. Do alto dos prédios, assim como faz nos penhascos gelados do norte, ele espreita em busca de alimento - em geral, outras aves. Segundo o biólogo Róbson Silva e Silva, além do falcão-peregrino, a águia-pescadora é outra ave de rapina que migra do Hemisfério Norte para o sul do continente americano. Ela também pode ser encontrada na Baixada Santista. Porém, diferentemente do falcão, que se adaptou bem à zona urbana, a águia prefere os manguezais que ainda restam na região. Aqui, essas duas espécies migratórias disputam espaço com aves de rapina nativas, como o falcão-de-coleira, o quiriquiri, o carcará e o gavião-pernilongo - que tem esse nome devido a suas longas pernas, usadas para capturar presas no chão ou mesmo dentro de bromélias.

a cidade, redescobrir nossos vizinhos. Os pássaros, a biodiversidade urbana como um todo, é uma poderosa ferramenta para que as pessoas criem laços mais fortes com o seu entorno. Hoje, a selva de pedra pouco oferece nesse sentido. O resultado desse distanciamento se traduz em um espaço que até pode ser de todos, mas, na prática, acaba sendo de ninguém. É difícil pegar amor por um paralelepípedo, por um poste. Até mesmo pelas árvores! Afinal, uma das queixas mais comuns nas prefeituras é de munícipes reclamando da ‘sujeira’ provocada pelas folhas, das raízes que danificam calçadas, dos frutos que mancham os carros... Em Roma, por exemplo, quem conseguir desgrudar os olhos dos monumentos, perceberá pôsteres colocados pelas ruas, indicando quais os tipos de aves que o tu-

rista (e o morador!) encontrarão naquele local. A filosofia por detrás desse tipo de postura é semelhante ao que faziam os trabalhadores das minas de carvão, que levavam pássaros em gaiolas para os túneis, como garantia de sobrevivência. A fauna e a flora urbana, a sua diversidade, têm o mesmo sentido. Elas nos dizem o quanto o nosso entorno é saudável, da mesma forma que podem nos sinalizar se algo está errado. E não me refiro somente à poluição. Perceba que conseguimos catalogar 100 aves, mas a maioria de nós, se perguntado, jamais terá visto algo além de pardais e pombos. Parece que há algo errado. Vamos passarinhar? (*) Mais informações sobre o projeto Vamos passarinhar no e-mail pivellisrp@ig.com.br

*O autor é jornalista especializado em desenvolvimento sustentável

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Fotos Luciana Sotelo

A moda da

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Em pouco menos de um ano, campanha de doação de fios de cabelo já arrecadou mais de 7.500 mechas, o que gerou mais de 20 perucas

Por Luciana Sotelo passar a tesoura na vaidade é o que muita gente está fazendo em Santos, depois que Marta Gonzalez criou o projeto Fios de Felicidade. O intuito é a arrecadação de cabelo para a confecção de perucas, posteriormente, doadas a crianças e mulheres em tratamento contra a doença. A iniciativa não tem o poder de cura, mas, com certeza, melhora, e muito, a altoestima de quem está debilitada. Foi justamente por medo de perder os cabelos que, há quase um ano, ao descobrir um câncer no intestino grosso, a artesã Ivanice Gonzalez fez um apelo especial à família. “Eu pedi às minhas quatro meninas, duas filhas e duas netas, que deixassem o cabelo crescer para que, se eu precisasse, elas pudessem me doar, pois eu estava com

Fotos Luciana Sotelo

Gabriela Pires tem 31 anos e, como a maioria das mulheres, já perdeu a conta das vezes que viu seus cabelos pelo chão do salão de beleza, após um novo corte. O que ela nunca imaginou é que alguém, em algum lugar, poderia ficar feliz em receber esses fios que, até então, eram jogados no lixo. Graças a uma campanha, cortar as madeixas agora é questão de solidariedade. As mechas dão um novo ânimo para as pacientes com câncer e, assim, a moça pode contribuir para um sorriso mais bonito. “Consegui contribuir com 27 centímetros e estou satisfeita, porque sei que estou doando algo que essa pessoa já teve, mas, por conta da doença, perdeu; é muito emocionante ”. Causa nobre merece respeito. Por isso,

Gabriela Pires cortou e doou 27 cm de seu cabelo

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comportamento Foto Luciana Sotelo

Gabriela Baronto não sonhava em ter cabelos curtos, mas se comoveu com a causa

medo de ficar careca. Sou muito vaidosa, não queria ficar sem cabelo”, relembra. Sua filha, a professora Marta, também ficou abalada diante dos acontecimentos e foi procurar apoio. Por meio das redes sociais, descobriu o trabalho do Cabelegria, uma ONG criada no ano passado pelas amigas Mylene Duarte e Mariana Robrahn, inspiradas em outra amiga que doava cabelo para a Santa Casa de São Paulo. Elas decidiram criar um evento no facebook para receber doações. De acordo com dados oficiais da instituição, em pouco menos de um ano já são mais de 7.500 mechas doadas e mais de 20 perucas entregues. Foi por conta desse bom exemplo que o pedido de dona Ivanice tomou força. A promessa não só foi mantida como também se transformou numa ação social. “O cabelo foi caindo aos poucos, mas ela não ficou careca, mesmo assim, mantivemos o juramento e, em março deste ano, próximo à data do término das sessões de quimioterapia, surgiu a vontade de fazer algo não

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só pela minha mãe como para todas as pessoas que lutam e passam por essa etapa tão delicada”, diz Marta, explicando que foi nesse momento que nasceu o projeto. Além de cumprir com o combinado, ou seja, cortar sua cabeleira, Marta promoveu a primeira ação, em abril, no domingo de Páscoa. A idealizadora conseguiu um espaço no Instituto Religar e contou com o trabalho voluntário de vários cabeleireiros para promover um verdadeiro mutirão do bem. “A ação foi emocionante, não imaginava que tantas pessoas fossem aderir à causa. Foi um momento mágico, não deu para segurar a emoção, meus olhos se encheram de lágrimas”. Tendo sentido de perto as angústias de quem fica a mercê do medo de perder os cabelos, Marta diz, sem exagerar, que seria capaz de raspar a cabeça se fosse preciso. “Uma peruca não é barata. Já estou contando os dias para poder doar novamente. Fiquei muito feliz em fazer a minha parte”. Entre as madeixas castanhas, ruivas, lon-

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Marta Gonzalez (acima) criou o projeto Fios de Felicidade. Ivanice Gonzales (ao lado) foi o principal motivo da iniciativa

Fotos Luciana Sotelo

gas e curtas, foram arrecadadas mais de 500 mechas. Algumas pessoas, além do gesto de amor, ensinaram verdadeiras lições de vida, como conta Marta: “Uma senhora entregou a mecha do cabelo da filha, falecida havia dois meses. Sua fala foi a de estarmos levando um pedacinho do que era dela, que doou, sem olhar a quem, a última lembrança palpável de alguém tão querida. Quer maior prova de desapego que esta?” A dona de casa Gabriela Baronto, de 32 anos, nem sonhava em ter cabelos curtos, mas se comoveu com a causa e, hoje, sente-se até mais bonita com o novo visual. “Sempre achava que cortaria curtinho quando fosse velhinha para não dar muito trabalho, mas gostei muito do resultado. Quando a gente pensa que está fazendo o bem para alguém, acaba fazendo é um bem danado para a gente mesmo. Em casa, todos me deram parabéns e meus filhos ficaram orgulhosos de mim. Gostaria de conhecer a criança que vai receber esse presente”. Ainda não tem uma data programada, mas é certo que essa primeira remessa será entregue à ONG Cabelegria, confirma Marta. O objetivo é promover ações bimestrais, sempre com foco nas entidades que oferecem suporte aos pacientes, que montem perucas e distribuam gratuitamente. “Sinto-me realizada em ser uma das multiplicadoras dessa ideia”.

Se você se sensibilizou, acesse a página do projeto no facebook para saber quando acontece outra ação. Qualquer tipo de cabelo pode ser doado, mesmo contendo química ou tintura. O comprimento mínimo é dez centímetros. Participe, cabelo cresce e você fica bem consigo mesma e mais bonita. www.facebook.com/fiosdefelicidade

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Fotos Renata Maranhão

internacional

O melhor da

África do Sul Safáris surreais, mergulhos com tubarões-tigre e hotéis de luxo, contrastes que o esperam neste roteiro ainda pouco conhecido do grande público

Por Renata Maranhão Em New York, existe a Broadway e a “Off Broadway”, setor de entretenimento reservado às peças musicais encenadas em teatros menores, menos dispendiosos e com pouca divulgação. A analogia serve apenas para explicar que existe a África do Sul, conhecida internacionalmente por seus inúmeros atrativos turísticos, e a África do Sul, que mostraremos a seguir, composta por cidades desconhecidas do grande público, mas, nem por isso, menos maravilhosas: Sodwana Bay, Umkomaas e Hoedspruit, com uma rápida passagem por Durban. Para começar, é uma expedi-

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ção de mergulho. Com tubarões! E a aventura se encerra com um clássico safári. Para chegar à costa leste da África do Sul são oito horas de voo São Paulo/Johannesburgo, mais duas horas de conexão doméstica para um voo de uma hora a Durban, e mais quatro horas de van para chegar à cidade de Sodwana Bay. Afinal, todo paraíso é sempre bem escondido. À medida que se avança pela estrada, toma-se consciência das diferenças social e cultural do lugar. Tudo chama a atenção. As placas alertam para a possibilidade de rinocerontes atravessarem a pista; o con-

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Animais raros e protegidos habitam a região de Sodwana Bay, uma das melhores da costa leste sul-africana

glomerado de “casas” (quiosques tribais, rústicos, alguns de alvenaria e sapé, outros inteiros de sapé) que ladeiam a rodovia. São grupos habitacionais distanciados entre si por cerca de 3 km. No meio do nada. Sem comércio, sem cidade… Somente árvores. De vilarejo em vilarejo, muitas pessoas na estrada, as mulheres em trajes típicos, bem enfeitadas. Sodwana Bay é uma cidade cuja área protegida de 150 km de extensão vai da fronteira sul de Moçambique a Cape Vidal, estendendo-se por 3 milhas náuticas (aproximadamente 5.500 km). Em tempos idos,

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Dr. Gabriel Ganme, especialista em medicina esportiva, mergulho e expedições, visitou a África do Sul por oito anos, à frente de expedições de mergulho em meio ao tubarão-tigre. Encantou-se com a qualidade dos mergulhos no oceano Índico, com a diversidade cultural das diversas raças presentes na região de Durban e pelo lado meio inglês, meio bagunçado do país. Dr. Gabriel dá algumas dicas de saúde para quem pretende visitar este continente: · A vacina contra febre amarela é obrigatória para a entrada no país. · A África do Sul é basicamente livre de malária, mas, logo na fronteira, em Moçambique, existe malária, surtos de diarreia, entre outras doenças. Se for para Sodwana Bay, que fica muito próximo a Moçambique, é preciso alguns cuidados, particularmente na prevenção de picadas de insetos. · Cuidados adicionais com a higienização da comida. Alimentos crus, frutas que não sejam descascadas por quem vai consumir, e com os temperos, pois a comida na região tem influência de culturas que usam muita pimenta e o curry. · O sol pega para valer na costa índica. Proteção contra queimaduras solares é fundamental. 43


internacional

servia de base para caçadores de marfim e atiradores, mas, hoje, é um “destino paraíso” para mergulhadores e pescadores. Animais raros e protegidos habitam esta região selvagem, fazendo de Sodwana Bay uma das melhores regiões da costa leste sul-africana. A mão de direção das vias é invertida, resquícios da colonização inglesa. Não existem grandes hotéis na região, mas as autoridades perceberam o grande interesse que ela vem despertando e já é possível encontrar alguns resorts específicos para pescaria e mergulho. A vista da varanda de um deles dá para uma floresta com um grande lago, e é preciso tomar cuidado com o que se deixa para fora, pois os macacos da região são extremamente curiosos e roubam tudo. A praia fica a apenas 5 km e guardas uniformizados cobram 20 rands (moeda sul-africana) pela entrada por pes-

soa, cerca de três reais. Há muitas crianças e adolescentes que cercam o carro pedindo por dinheiro. A orientação é não dar. Na praia, as placas chamam a atenção. Beware with Crocodiles ou, na tradução, Cuidado com os crocodilos; os nativos nadam nesta água escura e rasa, mas só a presença daquela placa causa arrepios na espinha. A área é chamada de Kwa-Zulu-Natal (KZN) South Coast. Por ficar em uma zona de transição entre trópicos, o oceano é visitado pela vida marinha de ambos os lados. Aliwal Shoal é um recife rochoso, resto de uma antiga duna de areia, a aproximadamente, 5 km da costa, que abriga muitos tipos de corais e uma variedade de peixes tropicais e subtropicais. Uma grande corrente marítima, conhecida com The Agulhas Current, também faz do mergulho nesta região do oceano Índico uma caixa de surpresas, pois tanto a vida marinha, como

Em Durban, nativos preparam-se para um show típico no meio da rua

Foto Gabriela Jeraissati

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Foto Gabriela Jeraissati

Um santuário da vida selvagem que pode ser registrado em safáris fotográficos

Nas estradas, aviso para as “surpresas”, como este rinoceronte Foto Renata Maranhão

a temperatura da água ou até a visibilidade podem mudar em pouco tempo. Os mergulhos de Sodwana partem sempre da praia e é preciso de ajuda para entrar com o bote inflável no mar. Vencer as ondas acaba fazendo parte da aventura. Embaixo d’água, a diversidade e o colorido são impressionantes. Não se espante se, no retorno do mergulho, ser surpreendido por golfinhos ou tubarões-baleia. Cair na água sem cilindro, apenas com nadadeiras e snorkel, e ter a inesquecível experiência de nadar com eles em mar aberto, é praxe na região. Se tiver sorte, este tipo de encontro será constante e só isso já valerá a viagem. Mas Sodwana Bay não é só feita de mergulho. O visitante também pode fazer caminhadas, escalar ou observar pássaros. Dependendo da época, você pode nadar ao lado de baleias-jubarte ou assistir as tartarugas em visita à costa para desova na praia à noite. A cidade é o destino perfeito para quem curte tanto a floresta, quanto o oceano. Uma dica para o sexo masculino: para circular pela cidade, coloque uma bermuda e camiseta depois dos mergulhos ou da pescaria. Trata-se de uma pequena comunidade zulu e é preciso respeitar as diferenças culturais, andar sem camiseta ou bermuda pode ofendê-los. Umkomaas leva o mesmo nome do rio que corta a cidade e essa denominação está diretamente relacionada a uma lenda. Conta-se que, por volta de 1828, um rei zulu chamado Shaka navegava com seus guerreiros pelas águas do rio, quando viu e imediatamente ficou fascinado por um grupo de baleias-jubarte (segundo alguns estudiosos, fato altamente improvável). Umkomazi, em zulu, significa rio das baleias-jubarte. Na verdade, como a história é muito antiga, Gail e Mark Addison, moradores da cidade, acreditam que, provavelmente, o rei Shaka navegava em águas salgadas quando avistou o que acreditou ser uma baleia, mas a região tem muitos tubarões-baleia e o rei pode ter-se confundido.

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internacional Foto Noeli Ribeiro

Sodwana Bay, antes uma base para caçadores de marfim, hoje é o paraíso para mergulhadores

O casal é responsável pela logística e operação de mergulho tanto de Unkomaas, quanto em Sodwana Bay. Mark é pioneiro em mergulho com tubarões na costa leste africana e nesses 20 anos de experiência já se tornou uma lenda viva. Ele mergulha entre os tubarões sem usar roupa especial, gaiola ou cilindro. Uma excelente condição física o permite ficar sem respirar por até 6 minutos. Suas pesquisas e interações com os maiores animais marinhos já foram transmitidas até pelo Discovery Channel. Nesta cidade, prepare-se para mergulhar com o tubarão-tigre sem gaiola. A expectativa de encontrar a grande estrela da viagem mexe com todos que vão cair na água. Mergulhadores vindos de todos os cantos do mundo se dirigem à Unkomaas

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em busca deste grande encontro. A fotógrafa paulistana Gabriela Jeraissati viveu uma verdadeira história de mergulho de aventura. “Foi muito top mergulhar com o tubarão-tigre sem gaiola. Pudemos ver que é algo totalmente viável de ser fazer, respeitando as normas, claro!”. A Aliwal Shoal é uma área protegida da Marinha (MPA) e submetida a regulamentos e regras locais. O alimento com isca é permitido e feito devidamente pelas operadoras licenciadas e experientes. Apesar de temidos pelos humanos, a verdade é que os tubarões-tigre correm bem mais riscos do que se pode imaginar. Pescaria também é outra opção por lá. O mineiro Rommel Xavier foi um que viveu as duas experiências e se impressionou: “Tinha

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tanto tubarão na água que, quando pegávamos um peixe, tínhamos que ser ultrarrápidos para embarcá-lo, pois quase sempre um tubarão o tomava da gente. Foi uma pesca em que pegamos atuns, cavalas e spanish mackarel. O interessante da viagem, como sou pescador também, foi agregar a uma viagem fantástica de mergulhos com os tubarões, os prazeres de pescarias emocionantes pela qualidade e quantidade de peixes.” Na charmosa Durban encontra-se o parque Ushaka Marine Word. O gigantesco aquário abriga uma grande diversidade de espécies marinhas, sendo também sede da Associação Sul-Africana de Pesquisa Marinha e Biológica e do mundialmente famoso Instituto de Pesquisa Oceanográfica. Para quem não mergulha (e nem pretende) é um lugar para se conhecer um pouco do universo submarino e do tipo de vida

que se encontra por lá. No Ushaka Marine World também ficam alguns dos melhores restaurantes de Durban, como o sofisticado Moyo, no qual os clientes são convidados a participar de uma tradição antiga, de lavar as mãos em jarras e pintar o rosto de acordo com costumes tribais. O restaurante oferece comida típica africana e shows de dança zulu. Um bom lugar para se conhecer um pouco mais da cultura local. Em Durban também há várias lojas de produtos típicos. Entre as curiosidades do lugar, figura uma pedra preciosa encontrada somente no continente africano, a tanzanita. Por existir apenas uma fonte de extração aos pés do monte Kilimanjaro, especula- se que deverá se extinguir nos próximos 10 anos. Sua cor mescla um tom azul-safira que tende para o violeta. Uma curiosidade: a pedra, apesar de origi-

Foto Gabriela Jeraissati

A caça deu lugar aos passeios em meio à selva, com grandes chances de interatividade com os animais

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internacional Hotéis no meio da selva possuem toda a infraestrutura necessária. Ao centro, saída para excursão de mergulho junto a tubarões e, abaixo, aspecto do Kruger National Park, em Hoedspruit

Fotos Renata Maranhão

nária da Tanzânia, foi batizada por uma loja norte-americana, a Tiffany & Co, de Nova York, a primeira loja do Ocidente a comercializá-la. Hoedspruit localiza-se nos arredores do Kruger National Park, com área de mais de dois milhões de hectares; é um santuário de vida selvagem de rara beleza. Um lugar onde você se sente realmente na África. O turista já sai do aeroporto num jipe aberto por estradas de terra, trafegando no meio de enormes acácias e árvores de marula (fruta da qual se faz um licor) em direção ao hotel e, já no caminho, é possível avistar todos aqueles animais que só se veem de perto no zoológico. Os hotéis são luxuosos nesta região, com toda infraestrutura que um viajante pode precisar, com sistema all inclusive, ou seja, no valor da diária estão incluídas todas as refeições e os safáris fotográficos. Tudo no lugar é pensado para proporcionar a melhor das sensações em termos de vida selvagem. A sofisticada arquitetura do Kapama Lodge é toda murada, sendo proibido circular desacompanhado fora dos limites, afinal, grandes animais selvagens se encontram soltos por lá. De dentro dos lodges é possível avistar gazelas, macacos, zebras e diversos pássaros. São cerca de três dias acordando antes do sol nascer e partindo para a caça fotográfica dos “Big Five” ou dos cinco grandes e mais perigosos animais: elefante, búfalo, rinoceronte, leão e, o mais difícil de ser avistado, o leopardo. Sempre na saída, pela manhã ou à tardinha, uma parada estratégica para petiscos, vinhos, cervejas e o drique Amarula para o visitante. Muito exótico, especialmente assistir ao clássico pôr do sol africano no meio de um safári.

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A 8ª edição do Costa Norte Escola chegou ao fim. Em nome de todas as crianças participantes, os organizadores do projeto, Sistema Costa Norte de Comunicação e prefeitura de Bertioga, agradecem seus apoiadores.


arquitetura e decoração

A alegria das cores Nuances do azul do mar colorem os ambientes desta casa na praia de Maresias e criam uma atmosfera feliz

Fotos divulgação

Por Maria Helena Pugliesi

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A vida agitada dilui-se quando se põe os pés no belo refúgio de veraneio, em Maresias, na costa sul de São Sebastião, litoral norte de São Paulo. O segredo da felicidade tem a assinatura da designer de interiores Neza Cesar, que criou um projeto baseado nas cores festivas da natureza, principalmente, nos azuis do céu e do mar. Para saber se as tonalidades eleitas funcionariam juntas, ela recorreu ao método que sempre adota. “Um arquiteto de minha equipe traça as perspectivas dos ambientes a mão e depois eu pinto esses desenhos, como se fossem uma tela.” As imagens são apresentadas aos clientes acompanhadas de amostras de tecidos e fotos de móveis. “Isso ajuda a visualizar o resultado.” Comprada na planta, em um condomínio fechado assinado pelo arquiteto Gui Mattos, a casa passou por mudanças em seu traçado antes de ser erguida. O resultado foi uma grande área, de 52 m², onde convivem

O azul-turquesa cobre as paredes da sala e faz uma bela parceria com o roxo-berinjela dos sofás e com o vermelho vivo das cadeiras da cozinha integrada

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arquitetura e decoração

living, salas de jantar e de TV, além da cozinha. “Seguimos um conceito de loft. Apenas painéis pivotantes de vidro separam os ambientes sociais da piscina. Quando abertos, espaços internos e externos viram uma coisa só”, explica a profissional. Outro desejo realizado foi a substituição da churrasqueira por um fogão à lenha. Feito artesanalmente, o volume em tom de terracota também contribui com a sensação de aconchego. No inverno, junto com a lareira, ele mantém a casa aquecida. Surfista desde a adolescência, o proprietário, que prefere não se identificar, frequenta Maresias há mais de 40 anos. “Tínhamos casa no sertão, mas aí a família foi aumentando e preferimos ficar mais perto da praia. Agora, é só atravessar a rua para pegar ondas.” A paixão pelo esporte passou para o filho mais velho, de 18 anos, que já vem sozinho com os amigos nas férias da faculdade. “A garotada adora nossa casa, ela é bastante prática, fácil de manter e resistente aos pés sujos de areia”, conta o dono. Neza Cesar pensou nisso quando determinou os revestimentos.

Fotos divulgação

O lugar da antiga varanda foi ocupado pela sala de jantar, que agora fica bem próxima do fogão à lenha

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Fotos divulgação

Móveis de bambu, reaproveitados da antiga casa de veraneio da família, decoram o quarto. No lavabo, o papel de parede dá um toque artístico ao ambiente

Tinta paredes: Lukscolor - Móveis: Micasa e Kartell - Lustre: Lustreco Fogão à lenha: Cristiano Construções Piso: NS Brazil - Cozinha: Bontempo Papel de parede: Designers Guild

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Por isso, optou por um piso único, feito de cimento queimado com pó de mármore. “O material é perfeito para ambientes litorâneos, pois não adere a resíduos e uma simples varrida é o bastante para deixá-lo limpo. Neste caso, seu tom off-white também deu um ótimo efeito associado às cores intensas que usei nas paredes.” A profissional reconhece, entretanto, que se trata de uma técnica complicada, que requer mão de obra especializada para dar certo. Na decoração, a aposta foi por um visual moderno e nada marcadamente litorâneo. A designer de interiores combinou peças contemporâneas, móveis de época renovados com pintura laqueada e releituras de clássicos, como os lustres de cristal e os espelhos venezianos. “Meu objetivo não foi acompanhar moda e tendências, mas trazer à tona a essência dos donos da casa, seus desejos e sonhos”, resume Neza. Só de olhar os ambientes, percebe-se que a proposta deu certo. Orquestrados por uma palheta de cores vibrantes, a arquitetura e o mobiliário compõem o cenário perfeito para embalar os momentos de lazer da família.

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gastronomia

Verde

e amarelo à mesa

Com a Copa do Mundo no Brasil, as cores oficiais da seleção podem ser escaladas também no menu que vai à mesa. Além de bonitas, colorem alimentos saudáveis e versáteis Por Fernanda Lopes A nutricionista Tatiana Branco elencou alguns deles, que são nutritivos e rendem receitas deliciosas. Além disso, estão na época e, por isso, podem ser encontrados facilmente, com mais qualidade e preço mais baixo. Segundo Tatiana, a substância responsável por dar cor aos alimentos amarelos e alaranjados chama-se caroteno. Conhecido por muitos como pigmento da saúde, o caroteno traz grandes benefícios. Essa substância é um importante antioxidante e também é chamada de provitamina A. No Brasil, há grande deficiência de vitamina A na população. Para atenuar esse problema, o consumo diário de tais alimentos é essencial. Os amarelos e alaranjados são importantes para a visão, pele, mucosas, imunidade e, ainda, previnem a degeneração macular. O ovo e o milho são fontes dessa substância, por exemplo. Já o mamão, a manga e a tangerina possuem características anti-inflamatórias (veja quadro detalhado). Para formar uma dupla de ataque eficiente, lance mão também dos alimentos verdes como

Frutas verdes e amarelas: - Abacate (fim do pico da época): muito polemizado por ser calórico e fonte de colesterol, o abacate já teve sua cota como vilão das dietas e alimentação saudável. Na verdade, tudo isso é mito. O abacate é um fruto muito benéfico – auxilia na redução

os vegetais folhosos, o pimentão, o salsão e as ervas. Eles contêm clorofila e vitamina A, substâncias que desintoxicam as células e inibem os radicais livres — que danificam as células e causam doenças com o passar do tempo. Além disso, ainda protegem o coração, o cabelo e a pele. Entre as frutas, destaque para o abacate, que já foi vilão da dieta, mas, hoje, é elencado entre os mais positivos porque sua gordura é saudável; ela auxilia no controle do colesterol ruim. Ele está no final do período de safra, mas ainda pode ser encontrado com boa qualidade e preço acessível. O kiwi faz muito mais do que ser saboroso e bonito. Além de decorativo, é rico em antioxidantes e fonte de potássio e vitamina C. Isso sem falar que tem poucas calorias e praticamente não tem gordura. Então, o que está esperando? Crie receitas verdes e amarelas e entre no clima da Copa do Mundo. Dá até para fazer petiscos para assistir aos jogos, como o guacamole com chips de mandioquinha e pipoca amarela. Para adoçar, um bolo de tangerina. Uma delícia.

do risco de câncer na próstata, de anemia (rico em ferro) e de osteoporose. Também são apontadas melhoras no aspecto da pele, cabelo e unhas e combate aos radicais livres (devido à vitamina E). De acordo com pesquisadores da Unesp/Botucatu, é a fruta mais rica em proteína (2% de seu

conteúdo). A gordura do abacate, por vir de um vegetal (fruta), não possui colesterol (que é uma gordura tipicamente animal). Possui, em média, 11,6 g de gorduras insaturadas (9,8 g de monoinsaturadas e 1,8 g de poli-insaturadas), que fazem bem ao coração junto com potássio e magnésio;


Produção e fotos Fernanda Lopes

Receita Guacamole com chips de madioquinha Ingredientes guacamole 1 abacate grande; 1 tomate picado em cubinhos; ½ cebola picadinha; coentro e salsa picada a gosto; 1 pimenta dedo-de-moça picada, sem sementes; 6 colheres (sopa) de suco de limão; 4 colheres (sopa) de azeite; sal a gosto.

Ingredientes chips de mandioquinha 4 mandioquinhas sem casca e cortadas como chips (tem de ser com fatiador para ficar bem fina), azeite para pincelar. Preparo guacamole Amasse o abacate sem casca e sem caroço. Coloque o suco de limão imediatamente para não escurecer. Misture os

controla o colesterol ruim, aumenta o bom e diminui os triglicérides. - Atemoia: exótica, superenergética, fonte de fibras, e rica em potássio, que ajuda a regular a pressão, auxilia na contração muscular e equilibra a água corporal, evitando os inchaços.

- Carambola: fruta com baixíssima caloria (31kcal para 100g de fruta), rica em potássio e vitamina A, além de ter também fibras. Versátil, pode ser utilizada em sucos, drinques, pratos doces e salgados, acrescentando sabor e charme, devido seu formato de estrela. Pessoas em hemodiá-

outros ingredientes e experimente se precisa mais sal ou suco de limão. Sirva com os chips ou com pão sírio torrado. Preparo chips Pincele cada fatia de mandioquinha com azeite e leve ao forno em temperatura média em assadeira antiaderente ou de silicone até dourar. Cuidado para não queimar.

lise ou com quadro de insuficiência renal devem evitar qualquer preparação. A fruta tem um composto tóxico para estes pacientes - a caramboxina. - Kiwi: fonte de antioxidantes é também fonte de potássio e vitamina C, além de ter poucas calorias e praticamente ne-


gastronomia Receitas Bolo de tangerina Ingredientes 1 xícara de suco de tangerina; raspas da casca de uma tangerina (só a parte amarela, porque a branca amarga); 3 ovos; ½ xícara de óleo de canola; 2 xícaras de farinha de trigo; 1 xícara de açúcar; 1 colher (sopa) de fermento. Calda: gomos de 1 tangerina sem caroço e sem pele; suco de 1 tangerina e 2 colheres (sopa) de açúcar. Preparo Bata tudo, exceto a raspa da casca e o fermento, no liquidificador até ficar bem homogêneo. Depois, misture as

Pipoca da Copa Ingredientes 1 xícara de milho; 1 colher (sopa) de óleo de canola e 1 colher (sopa rasa) de açafrão em pó, curry ou cúrcuma. Preparo Misture tudo e leve ao fogo com a panela tampada ou na pipoqueira. Deixe até es-

nhuma gordura (0,5g de lipídios em 100g de fruta). Sua ação antioxidante ajuda a prevenir doenças como aterosclerose, câncer e até mesmo reforça a imunidade. Cuidado: as sementinhas pretas em sua polpa podem causar alergias em pessoas mais sensíveis. Evite oferecer antes de 1 ano de idade para crianças, assim como os morangos. Uma curiosidade que poucos conhecem: o kiwi não é apenas um fruto de cor verde. Também existe a variedade dourada, com sua polpa mais

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amarela e mais doce. - Laranja serra d´água: uma das variedades de fruto da espécie Citrus sinensis, que reúne as laranjas doces, como a lima, a bahia, a pera e a seleta. Todas elas são apreciadas no preparo de sucos, doces ou no consumo puro, acompanhando pratos ou até em marinadas e temperos. Importante fonte de fibras como a pectina, vitamina C e sais minerais, a laranja é amplamente consumida por ser sempre uma fruta barata e facilmente encontrada. De baixa acidez, é

raspas e o fermento. Coloque em forma pequena de furo no meio ou de bolo inglês. Leve ao forno pré-aquecido a 200º C por cerca de 35 minutos ou até que, ao enfiar um palito no bolo, este saia limpo. Tire do forno, espere amornar e desenforme. Calda: leve tudo ao fogo só até ferver. Depois, despeje sobre o bolo morno e arrume os gomos por cima. Se quiser, polvilhe açúcar de confeiteiro. Dica: o suco de tangerina pode ser feito como o de laranja, cortando-se a tangerina ao meio e espremendo no extrato de suco. Se quiser substituir, use laranja.

tourar todos os caroços, sempre sacudindo a panela para não queimar. Dica: se quiser, coloque pó de espinafre (à venda com os temperos secos) em outra xícara de milho e, assim, terá pipoca verde e amarela. Se preferir, use óleo de dendê, que já é amarelo, mas dá sabor mais forte à pipoca.

indicada para consumo em todas as idades. - Marmelo: raramente consumido in natura, mas, como marmelada, pode ser utilizado em geleias, sopas, licores, xaropes e em finos pratos salgados. A cultura do marmeleiro antecedeu em importância econômica à do café, constituindo o primeiro produto de exportação paulista, ainda nos tempos coloniais. Fonte de vitaminas C e do complexo B, é um fruto ácido e com boas propriedades gastrointestinais.

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moda

Street Style

Alexandre Herchcovitch

Fotos KFpress

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&

Resistente

democrático Um clássico que atravessou gerações e resistiu a várias modas, o jeans mostra por que seu estilo e versatilidade são eternos

Jeans Chanel

Por Karlos Ferrera

O uso de peças sobrepostas de jeans exige bom senso e autocrítica. Nada de jaquetas grandes demais com calças justas, nem o contrário

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O jeans merece um verdadeiro capítulo à parte na história da moda. Desde Levi-Strauss, que entregou ao mundo a primeira calça five pockets do mundo, na segunda metade do século XIX, passando pelo mito de James Dean, que, nos anos 1950, transformou a peça em um símbolo de rebeldia, até chegar à liberdade dos anos 70, o jeans é sinônimo de novidade. De fato, parece ser mutante e, a cada temporada, reinventa-se por completo. São possibilidades sem fim de lavagens, beneficiamentos, modelagens e até uma diversa cartela de cores, que ampliou o desejo mundial pelo icônico tecido. Recentemente, o look total jeans virou aposta de grandes grifes; até Karl Lagerfeld se rendeu aos seus encantos e reservou espaço para o tecido em seus megadesfiles para a Chanel. Para celebrar essa eterna história de amor entre o jeans e o seu estilo, trouxemos sugestões que combinam com tudo. Quando o assunto é combinar, tudo depende de uma série de fatores. O tamanho, o corte e, claro, uma boa dose de bom senso e autocrítica. De nada adianta colocar várias peças jeans e achar que tudo vai ficar bonito porque você leu em algum lugar que isso era tendência. É tudo uma questão de sensibilidade para aderir, ou não, à moda, sem fugir da própria personalidade. O tamanho e o corte também podem fazer toda a diferença: uma jaqueta com uma calça larga demais podem ficar chamativos de uma maneira muito equivocada. O contrário também não está com nada, só evidencia um exagero totalmente desnecessário.

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moda

Dupla dinâmica

Fotos KFpress

Street Style

A clássica combinação de preto e branco continua sendo uma das melhores opções para aquelas que adoram looks neutros. Invista nos recortes inesperados.

Total Jeans

Jean Paul Gauthier

A última moda é arrasar na tendência produzindo o look em total jeans. Seja em tons mais lavados, para dar um ar mais casual, ou em tons fechados e resinados – a cara do inverno.

Fina estampa

Bleached

O estampado pode também ser leve. Os desenhos continuam os mesmos: geométricos, étnicos, natureza ou animal print. Mas usam poucas cores e um toque de classe.

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Flashes O tão esperado Museu Pelé, agora uma realidade, após abrir as portas para o mundo, no dia 15 de junho, em Santos

Autoridades e imprensa nacional e estrangeira prestigiaram a inauguração

O vice-presidente Michel Temer e Pelé

Pelé e a ministra da Cultura Marta Suplicy

A presidente Dilma Roussef cancelou a presença e enviou depoimento gravado

O prefeito de Santos Paulo Alexandre Barbosa, o anfitrião Pelé e o governador de São Paulo Geraldo Alckmin

Ambiente concorrido e com um rico acervo a ser apreciado

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Flavia Arantes do Nascimento prestigia a grandiosa obra em homenagem ao pai

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“Destaques” // Luci Cardia

O megaempresário José Avelino celebrou seu aniversário com amigos e familiares em São Paulo, na sua cobertura trée belle. Parabéns!

Nawal, o neto Gabriel e o aniversariante José Avelino

Angelo Luiz Mancini, Danielle Mancini, Camila Dias Ferreira e João Luiz Ferreira

Sérgio e Rose Aragon também estavam felizes, pois completaram mais um ano de suas bodas. Parabéns!

José Avelino e Nawal Dias, Flavia Patriota e Roberto Haddad

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Erika Dias, Patrick Dias e os pequenos João Pedro e Nicole

Unimos todas as mulheres da turma dos apaixonados pela Riviera na bela recepção de Nawal Dias ao aniversariante José Avelino

O desembargador do Tribunal de Justiça de São Paulo, Dr. Decio Leme de Campos e Dulce Maria de Campos

Os amigos fizeram uma grande homenagem a José Avelino, renovando os laços de amizade

Danielle Mancini, Nawal Dias, João Pedro, Erika e Patrick Dias

Camila Dias, José Avelino, Nawal Dias e Danielle Dias Mancini

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“No clique” // Cláudio Milito Visita do governador Geraldo Alckmin para o início das obras dos contornos dos lotes 3 e 4, em São Sebastião

O prefeito de São Sebastião Ernane Primazzi, o prefeito de Ilhabela Toninho Colluci e o governador Geraldo Alckmin

O prefeito de Caraguá Antonio Carlos, Geraldo Alckmin e o vice-prefeito Antonio Carlos Junior

Cezar de Tullio, Geraldo Alckmin e Toninho Collucci

Geraldo Alckmin e a primeira-dama de São Sebastião Roseli Primazzi

Cezar de Tullio, Antonio Carlos, Antonio Carlos da Silva Junior e a secretária de Educação Ana Bilard

O presidente da Associação Comercial de São Sebastião Eduardo Cimino e o secretário de Segurança Urbana Dr. Múcio Alvarenga

O vereador de São Sebastião Marco Fuly e o secretário de Habitação Roberto Alves dos Santos, o Massa

Antonio Carlos e o Dr. Domingos Ramos

Cezar de Tullio e Toninho Colluci

Roseli Primazzi, Geraldo Alckmin e Ernane Primazzi

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José de Castro (Joe), Felipe Fernandes (Juquey) e Tota Aniceto

Geraldo Alckmin e este colunista Claudio Milito

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“Alto Astral” // Durval Capp Filho

Na Tapeçaria Kyowa (Shopping Praiamar), durante lançamento da linha Outono/Inverno, os proprietários Lolla e Walid Abdouni e o filho Samir

Carlos Henrique Alvarenga Bernardes e Marina, no Ilha Porchat Club, no evento Feijão, Samba e Solidariedade, do Rotary Club de Santos

O odontologista Paulo Turini Rodas, um dos esteios no segmento da endodontia

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Os estilistas Arnóbio e Silvera Santos (inovadores no diagnóstico de tricologia capilar), no Mendes Convention Center

O presidente do Clube Internacional de Regatas, Vidal Sion Neto e a mulher Rosângela, no baile comemorativo dos 116 anos do clube

Celeste Veríssimo e Armênio Mendes, na festa em prol da Escola Portuguesa, no Mendes Convention Center

José Luiz Blanco Lorenzo e Elenita, no “SinHoRes”, em feijoada promovida pelo Clube do Feijão Amigo e Fenactur

No Jockey Club de São Paulo, Bel Braga foi condecorada pelo presidente e curador da Academia Latino Americana de Arte, Fábio Porchat e a secretária Andréa Mello

Família sempre unida por um só ideal da Gardênia Flores: Felipe e Alessandra Vilarinho Alvarez e os pais Zélia e José Vilarinho Alvarez

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“Celebridades em Foco” // Edison Prata Durante viagem, tive o prazer de registrar grandes momentos em Foz do Iguaçu (PR). O melhor deles foi a megafesta do Feijão Amigo

Como alvo principal, a homenagem à Jacyra Mauad Abujamra, nesta foto com a nora Astrid Abujamra, o presidente da Fenactur e do Clube Feijão Amigo Michel Tuma Ness (em pé) e o filho José Maria Abujamra

Michel Tuma Ness, Jacyra Mauad Abujamra, o governador do estado do Paraná Beto Richa e sua mulher Fernanda

Belas, charmosas e superempresárias: Astrid, Roselena, Jacyra e Denise Abujamra, e Alice A. Micolodi

Cesar, Tayane Silva, o bombeiro herói Itamar, Sheila Ewlad, Nilo Felix, Deise Troian e Delson; eles do Rio de Janeiro, elas, da bela Blumenau (SC)

Um dos casais mais charmosos do Paraná, o empresário José Maria e sua eleita Astrid Abujamra

Fica o convite de Aline Bernardo, Gabriela Ristow Buss, Michel Tuma Ness e Joice Aguiar para que todos conheçam a bela cidade de Brusque (SC)

Enquanto isso, na Feira de Turismo, Michel Tuma Ness prestigiou o estande de Ilhabela a convite do querido Luiz Maio

Michel Tuma Ness, o governador Beto Richa e o diretor da Fenactur Vitor Daniel, merecedor de congratulações pela coordenação e organização da grande festa

Mario Dias, gerente geral do complexo Mabu Thermas & Resort, foi homenageado também pelo Feijão Amigo

A publicidade da Fenarreco, feita por Juliana Silveira, Djuliani Franca e Patrícia May. A tradicional festa acontece na cidade de Brusque (SC) 68

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Guarujá Central Park

Uma empresa qUe planeja, investe e gera dividendos econômicos, sociais e ambientais para a baixada santista.

Riviera Shopping

Foto ilustrativa

Ciclovia

Foto: Riviera de São Lourenço - módulos residenciais 100% implantados, cercados de áreas verdes

A Sobloco, há mais de 35 anos, acredita no crescimento da região metropolitana da Baixada Santista, dedicando-se a projetos e obras de desenvolvimento urbano, que tornaram-se referências urbano-ambientais no uso e ocupação do solo. Iniciada em 1979, a Riviera de São Lourenço, em Bertioga, é um exemplo de comunidade planejada e sustentável, cujas soluções de infraestrutura urbana, de saneamento básico, ambientais, comerciais e de serviços, são reconhecidas e premiadas nacional e internacionalmente. Hoje a Riviera gera aproximadamente 15 mil empregos entre diretos e indiretos, uma massa salarial de mais de R$ 150 milhões/ano e milhares de reais em impostos. O Plano Urbanístico do Guarujá Central Park, no Guarujá, iniciado na década de 1990, da mesma forma, traz soluções inteligentes para um crescimento urbano planejado e sustentável, contribuindo com oportunidades de moradia, emprego, renda e qualidade de vida para seus usuários e moradores. Por tudo isso, a Sobloco, empresa com 55 anos e 100% nacional, orgulha-se de poder participar do crescimento sustentável da Baixada Santista. É planejando e investindo com responsabilidade ambiental e social, que chegaremos ao futuro que queremos.


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