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EM GUARUJÁ, O QUE NÃO FALTAM SÃO ATRAÇÕES PARA VISITANTES E MORADORES

Fortaleza da Barra virou museu

Exposição Nossa Arte Nossa Gente

Praia do Tombo Bandeira azul pelo 5º ano consecutivo

Encontro de Carros Antigos

Sinfonia na Praia

Feira Náutica



ao leitor Foto Divulgação Dersa

ANO XIII - Nº 150 - Dezembro/2014 A revista Beach&Co é editada pelo Jornal Costa Norte Redação e Publicidade Av. 19 de Maio, 695 - Bertioga/SP Fone/Fax: (13) 3317-1281 www.beachco.com.br beachco@costanorte.com.br Diretor-presidente Reuben Nagib Zaidan Diretora Administrativa Dinalva Berlofi Zaidan Editora-chefe Eleni Nogueira (MTb 47.477/SP) beachco@costanorte.com.br Diretor de Arte Roberto Berlofi Zaidan roberto@costanorte.com.br Criação e Diagramação Audrye Rotta (Mtb 76.077/SP) audrye.rotta@gmail.com Marketing e Publicidade Ronaldo Berlofi Zaidan marketing@costanorte.com.br Depto. Comercial Aline Pazin aline@costanorte.com.br Revisão Adlete Hamuch (MTb 10.805/SP) Colaboração Durval Capp Filho, Edison Prata, Fernanda Lopes, Karlos Ferrera, Luciana Sotelo, Luci Cardia, Marcus Neves Fernandes, e Maria Helena Pugliesi Circulação Baixada Santista e Litoral Norte Impressão Gráfica Silvamarts

Caminhos por águas As águas nunca foram impedimento para o homem avançar em suas conquistas por novas terras. Desde tempos imemoriais, a humanidade fez dos mares e rios suas estradas, com o uso dos mais diversos tipos de embarcações. Aqui no litoral paulista, a partir de seu descobrimento, grandes distâncias marítimas foram percorridas, durante muitos anos, por pequenos barcos a remo e vela, depois, por balsas a vapor e diesel, até se chegar aos tempos atuais, com travessias por meio de balsas, para veículos e passageiros, inauguradas no início da década de 1930. Ao longo dos anos, tem se mostrado um sistema eficiente, em muitos casos único, de ligação entre as cidades-ilhas e o continente, tais como Santos/Guarujá; Bertioga/ Guarujá; Cananeia/Ariri; e São Sebastião/Ilhabela. As balsas constituem-se nas rotas de milhares de veículos e pedestres, em circulação diária para os mais diversos fins, num constante intercâmbio econômico, social e turístico. Contudo, trata-se de uma tarefa cada vez mais difícil, devido ao desenvolvimento acelerado da região e o aumento da população, tanto fixa, quanto flutuante, o que resulta em filas e transtornos, principalmente, nos períodos de férias. Na Região Metropolitana da Baixada Santista, duas alternativas podem mudar esta realidade num futuro próximo. Em termos de travessia, há o projeto do túnel submerso, que ligará Santos a Guarujá, já em fase de licitação para selecionar a empresa, ou grupo de empresas, responsável pelas obras. Outro projeto, em fase de estudo técnico, prevê o transporte hidroviário de passageiros entre as cidades. Em um país como o Brasil, no qual se tem priorizado o transporte rodoviário, em detrimento dos demais modais, esta certamente é uma boa notícia. Considerado um meio de transporte barato e de baixo impacto ambiental, por aqui ele ainda apresenta a vantagem de circular por cenários deslumbrantes. Abre-se, assim, uma nova janela, esta voltada para o incremento do turismo. Eleni Nogueira


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Foto Janaka Dharmasena/Stockvault

24 As imensas possibilidades da Colheita de Energia

Foto Luciana Sotelo

28 Mesa Brasil Sesc, uma boa ideia contra a fome

E mais... Decoração 44 Comportamento 50

Moda 58 Destaques 62 Flashes 64 Alto Astral

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Foto KFPress

Celebridades 66

Errata Na edição 148, página 11, a foto publicada refere-se ao Mendes Plaza Hotel, e não ao Mendes Convention Center. Da mesma forma, na página 17, o correto é que o hotel possui 41 salas de convenção e não sete, como está na legenda. Na versão online o texto já foi corrigido.


Foto Luciana Sotelo

Foto Fernanda Lopes

36 Criatividade e bom gosto na Casa Cor Litoral

54 A rica histรณria do nobre e saboroso bacalhau

Capa

Estuรกrio de Santos, na travessia entre Santos e Guarujรก Foto Luciana Sotelo

Foto Pedro Rezende

Desenvolvimento pรกg. 12




Foto Luciana Sotelo

transporte

Pelas águas do

desenvolvimento Utilizadas desde os tempos da fundação da Vila de São Vicente, as travessias entre rios e mares da região foram e são fundamentais para o progresso metropolitano

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Por Belisa Barga

fibra, para reduzir a corrosão. Houve também evolução nos formatos, para se tornarem mais adequados às manobras”. O número de veículos transportados varia conforme o tipo e localização da travessia. No caso de Santos-Guarujá, operam 10 embarcações com capacidades para 40 a 62 veículos; entre São Sebastião e Ilhabela, há seis balsas, de 40 e 100 lugares. Já nas demais travessias como Guarujá- Bertioga; Iguape-Jureia; Cananeia-Ilha Comprida; e Cananeia-Continente, as vagas variam de 10 a 36 veículos. A frota total é formada por 25 balsas. Para o transporte de passageiros, são sete lanchas de fibra que transportam, em toda a região, milhares de passageiros todos os dias a partir de Santos, Vicente de Carvalho, Cananeia e Ariri. Enquanto em Santos e Vicente de Carvalho a travessia é mais usada para locomoção, com saídas regulares praticamente a cada 20 minutos, em média, durante 24 horas, a outra tem mais cunho social. De Cananeia a Ariri são

Foto Gilberto Marques

A ilha de São Vicente, que abriga as cidades de Santos e São Vicente, seria isolada do continente se não fossem as travessias marítimas. Centenárias, ou quase, as travessias litorâneas, feitas por meio de pontes, balsas ou embarcações, contribuíram e ainda contribuem, com o desenvolvimento da região. Graças a essas ligações, as cidades prosperaram conjuntamente. Apenas 400 metros de água salgada separam as cidades de Santos e Guarujá. Um trajeto percorrido, de balsa, entre cinco a sete minutos. Se não houvesse a balsa, a ligação teria que ser feita por 45km de estrada entre a ilha e o continente. Por dia, transitam mais de 36 mil veículos no sistema, dos quais cerca de 19 mil carros, oito mil motos e oito mil bicicletas. Principal meio de acesso entre as cidades, o trecho responde por 80% de toda a demanda do sistema de balsas; depois vem Sebastião – Ilhabela, com 14%. Por ano, a embarcação desloca mais de nove milhões de veículos. João Henrique Poiani, diretor de operações da Dersa, explica: “A balsa não é um transporte em desuso, ainda é bastante utilizada em outros países. Além de ser não poluente, é um veículo que ajuda a reduzir a emissão de monóxido de carbono, já que o motorista não precisa dar uma grande volta rodoviária para chegar ao outro lado”. Mais modernas e construídas para manejos mais rápidos, Poiani diz que os custos para manutenção das balsas são altos. “São feitos reparos constantes para combater os danos da maresia no casco, além das regulagens rotineiras. A parte superior é de

O trecho entre Santos e Guarujá responde por 80% de toda a demanda do sistema de balsas do litoral paulista

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Foto Shin Shikuma

transporte transportadas de 35 a 40 pessoas diariamente. “Para se ter uma ideia da importância desse transporte, serviços básicos como Correios e entrega de leite de programas sociais só acontecem porque existe a barca. Um ponto curioso é que muitos moradores entregam cartões bancários aos barqueiros para que eles realizem saques, pois o trajeto é muito longo”, diz Poiani. Com duração total de 3h30, essa travessia de 36km ocorre apenas uma vez por dia e atende 12 comunidades ribeirinhas de Marujá e Pontal, e é praticamente a única forma de transporte dessas populações. “Como a estrada de acesso a esses pontos é muito ruim, as pessoas preferem a lancha, mesmo sendo uma viagem mais longa”.

Pontes, balsas e túnel Apesar de ser um importante meio de locomoção, as travessias feitas por balsas contam com alguns imprevistos. A prioridade de passagem, por exemplo, é para os navios. Logo, se um está em manobras é preciso interromper temporariamente o serviço. Além disso, as condições meteorológicas também interferem. Em dias de

Travessia entre Bertioga e Guarujá foi inaugurada em 1954

Travessias históricas Hoje, o sistema de balsas Santos-Guarujá transporta, por dia, aproximadamente 30 mil veículos, e o sistema de lanchas transporta mais de 36 mil usuários. Na Ponte Pênsil, cartão postal de São Vicente, trafegavam entre 15 a 20 mil veículo/dia, antes de a travessia ser interrompida para reformas. Mas, nem sempre esses números foram assim: a primeira balsa da região carregava ape-

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nas seis veículos por vez, e os barcos lotavam com apenas quatro passageiros. Já a Ponte Pênsil foi projetada com uma finalidade inicial que não era, necessariamente, o transporte de veículos. Desde 1532, com a chegada de Martin Martin Afonso de Souza à ilha de São Vicente, e durante os quatro séculos seguintes, o acesso ao continente foi feito por meio das águas do Mar Pequeno, cruzadas em batéis, embar-

cações que conduziam aos navios e escaleres, e pequenos barcos, a remo e vela, usados nos serviços das naus. Com o crescimento das vilas, ficou evidente a necessidade de uma ligação mais rápida e eficiente com a região do litoral sul, inclusive com a atual Praia Grande, à época, expressivo centro de pesca e também o caminho mais importante para os sítios de bananas de Itanhaém e Iguape.

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Até o começo do século passado, a única alternativa para chegar a essas localidades constituía-se em deslocamentos via barcos, canoas ou linhas regulares de lanchas. Aliás, as lanchas a vapor eram a única alternativa para que viajantes de trem de São Paulo atingissem o Guarujá. Ao chegar à estação do Valongo, em Santos, embarcavam em uma longa viagem por todo o canal do estuário rumo ao outro lado. Depois,

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em hora, e a balsa é a única opção viável economicamente. Seria o mesmo princípio para as travessias entre Cananeia-continente e ilha Comprida, nas quais o sistema sequer funciona 24 horas por falta de demanda. Augusto Muniz Campos, urbanista especializado em gerenciamento de cidades, disse: “Para construir uma ligação seca, seria necessário justificar com um retorno econômico, pois precisaria compensar o custo da obra. Portanto, as balsas devem continuar a ser o principal meio de acesso nessas localidades”. Obra inédita na engenharia brasileira, o primeiro túnel submerso do Brasil, o de Santos-Guarujá, está previsto para ficar pronto em 2018. “O arquiteto Francisco Prestes Maia já idealizava a construção de ligações secas entre as cidades: uma para a população, outra para veículos e outra para atividades portuárias”, lembra Augusto. A estimativa é de que 70% dos mais de 30 mil veículos, que passam no sistema de balsas todos os dias, sejam desviados para essa nova via de acesso. A balsa, no entanto, não será desativada. Para Estanislau Marcka, coordenador de projetos submersos da Dersa, “será utilizada mais como atração turística e também para chegar às praias do Guarujá, já que o túnel vai desembocar em uma área mais distante do trecho de orla”.

era preciso pegar um bonde para, então, acessar as praias guarujaense. Com o aumento da população, em 1910, a demanda de passageiros passou a navegar em barcas a vapor vindas da Holanda, que saiam de Santos com destino a Itapema, atual distrito de Vicente de Carvalho, de onde as pessoas seguiam rumo ao Guarujá. Vinte anos depois, surgiram as catraias que até hoje partem da Bacia do Mercado e pra-

Foto Armando Augusto

neblina, a operação pode ser suspensa indeterminadamente até que a visibilidade volte ao normal. Em vista de tais imprevistos, não seriam as pontes alternativas melhores? Para Poiani, é preciso que a demanda justifique a construção de uma passagem seca ou suspensa. “A vantagem da ponte sobre a balsa é que ela permite uma continuidade no trajeto e, na balsa, é preciso parar e aguardar o embarque. Entre Santos- Guarujá, que tem um tráfego de 30 mil veículos/dia, a necessidade é mais que evidente”. No caso da travessia São Sebastião e Ilhabela, a balsa é a única forma de ligação da ilha e o continente. Apesar de ser uma travessia longa, com 2.400 metros de distância entre os atracadouros, Poiani acredita que uma ponte não seria a solução para o local. “Mesmo com o fluxo de 4.500 veículos/dia e deslocamento médio de 15 minutos, a balsa ainda seria a única alternativa de ligação, pois, mesmo que a demanda justifique uma ponte, talvez não haja autorização ambiental para a construção de uma. Além disso, a ligação seca aumentaria o número de veículos, e não acredito que a infraestrutura de Ilhabela esteja preparada para suportar esse fluxo”. Já nas demais travessias do litoral sul, de menor movimento, as saídas ocorrem a cada 30 minutos ou, até mesmo, de hora

Estanislau Marcka, coordenador de projetos submersos da Dersa diz que o túnel foi projetado para atender o tráfego entre Santos e Guarujá nos próximos cem anos

ça da República, ambas em Santos, com destino ao outro lado do estuário. Com o crescimento da demanda, a capacidade aumentou e, dependendo do tipo de embarcação e ponto de partida, até 370 pessoas são transportadas por vez. Da mesma forma, há mais de um século, atravessa-se o estuário rumo ao Guarujá por meio de balsas a vapor ou a diesel. Em 1918, foi aberto um serviço alternativo de balsas para automóveis,

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Foto Divulgação Dersa

transporte

que ligava um ponto próximo à Ponta da Praia, em Santos, à ilha de Santo Amaro. No entanto, a história de travessia por balsas é bastante recente em termos de tempo histórico. De acordo com Dionísio de Almeida, historiador da Fundação Arquivo e Memória de Santos – FAMS, “os primeiros carros a motor começaram a rodar na região durante as primeiras décadas do século XX. Até então, não havia interesse com

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o transporte mais pesado, porque a necessidade era com o transporte de passageiros, feito em pequenos barcos”. A preocupação com o transporte de carros surgiu na década de 1930, com a criação do Ferry Boat. “A primeira balsa a cruzar os 400 metros de mar entre as cidades foi a FB 1. Confeccionada em madeira, tinha capacidade de transporte de seis a oito veículos, e também levava um grande número de pas-

sageiros que usavam o trem”, explica Almeida. Para acompanhar o desenvolvimento de Santos, Guarujá e a região em geral, necessitou-se a ampliação dos serviços. Assim, mais três balsas foram construídas: as FBs 2, 3 e 4, sendo as duas primeiras para sete carros, e a terceira, para 16. Depois vieram as FBs 5, 6, 7 e 8, com capacidade para 20 carros. Segundo Almeida, há relatos de antigos funcionários que indicam que essas úl-

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O túnel, segundo Marcka, foi projetado para atender o tráfego nos próximos cem anos contemplando, inclusive, uma proposta para comportar um futuro veículo leve sobre trilhos (VLT) que interligue as cidades. O trajeto que, via mar, dura 5 minutos, será reduzido para menos de 120 segundos. “É uma obra que melhorará a mobilidade urbana. Carros, motos, ônibus e pequenos veículos de carga transitarão nesse espaço em menos tempo. Outra vantagem é que não será preciso interromper o tráfego enquanto os navios estiverem no canal do porto”. Inicialmente orçada em R$ 1,9 bilhão, a escolha do túnel, ao invés de uma ponte, é justificada pela entrada e saída diária de cargueiros e, também, pela Base Aérea. “Por conta do aeroporto do Guarujá, a ponte poderia estar suspensa até 75 metros do mar. No entanto, temos navios com altura superior a isso”. O coordenador indica outro ponto que mereceria estudos para receber um túnel aquático, no futuro, a região da Alemoa, em Santos,

a fim de desafogar o transporte de veículos de carga para a margem esquerda. Sobre os possíveis impactos ambientais, o urbanista Augusto Muniz Campos acredita que não há motivos para preocupações. “O projeto submerso foi pensado com compensações. Durante as obras, pode até haver alguma repercussão, mas depois de pronto com certeza não”. Enquanto a obra não fica pronta, a proximidade da temporada de verão torna-se um suplício para turistas e moradores da Baixada Santista. Em 2013, as filas para acessar a balsa registraram espera de até duas horas. Para essa temporada, a Dersa estima que, mesmo com o aumento do fluxo, não ocorram os transtornos anteriores. Segundo a empresa, no último ano havia embarcações em reforma e, agora, praticamente toda a frota estará em uso. A Dersa afirma ainda ter realizado grandes investimentos nos últimos três anos e informa que injetará mais R$ 250 milhões nos próximos quatro anos no sistema.

Entre São Sebastião e Ilhabela, a balsa é a única forma de ligação da ilha ao continente, numa extensão de 2.400 metros

timas foram construídas com aço das sucatas de guerra. Em 1946, o governo estadual assumiu o comando das travessias. A inauguração da primeira pista da rodovia Anchieta, no ano seguinte, e o desenvolvimento da indústria automotiva provocou um aumento de veículos na região. Por volta de 1962, as balsas 9, 10 e 11, maiores e mais modernas, passaram a integrar o sistema de travessia, que tinha intensas

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atividades em virtude da expansão que acontecia na Pérola do Atlântico. As primeiras balsas usadas na travessia Santos-Guarujá foram deslocadas, na década de 1950, para o litoral norte, para operar no sistema São Sebastião-Ilhabela. A ligação Guarujá-Bertioga, por balsas, começou em 1954. Por falta de dados precisos, há algumas lacunas na história dessas travessias. A historiadora Wilma Therezinha de An-

drade acredita que as travessias de Cananeia e Iguape tenham sido as últimas a entrar em operações. Com o aumento do fluxo e os conflitos entre carros e pedestres nas balsas, a Capitania dos Portos proibiu, em 1971, o transporte de passageiros nas balsas. Wilma explica que o transporte irregular de pedestres ainda perdurou por dois anos, até que lanchas específicas iniciaram as atividades no terminal de balsas.

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transporte Foto Luciana Sotelo

Curiosidades - A Ponte Pênsil, com 180 metros de extensão, tem 4 metros de largura carroçável e 1,4 metro para pedestres e suporta uma carga de até 60 toneladas. Com torres de 20 metros de altura, seu piso fica suspenso 4 metros acima da maré alta. - Um caso curioso na história das catraias foi um socorro realizado por catraieiros a tripulantes do navio grego Ais Georgius que, durante um incêndio no cargueiro, atiravam-se às águas para escapar das chamas, em 1974. - Os carros-fortes são veículos de embarque prioritário e exclusivo nas balsas. A medida visa a segurança de motoristas e entrou em vigência após um assalto a um veículo de transporte de valores durante uma travessia.

Estudos hidroviários O potencial hidroviário da região, que possui 200km navegáveis, ainda não foi completamente aproveitado. Em tempos em que se discutem novos modais de transporte de passageiros, veículos e cargas, o uso dos canais aquaviários retorna à pauta de discussões, impulsionado, principalmente, pela expectativa da construção do túnel submerso. O arquiteto e urbanista Augusto Muniz Campos, especialista em gerenciamento de cidades, acredita neste potencial. “Há estudos em andamento sobre o assunto. É possível pensar que a área continental, por exemplo, pode ter um transporte ma-

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rítimo. A intenção é usar os rios da região para interligar as populações entre as cidades da Baixada Santista e Bertioga”. Até março de 2015, está prevista a entrega de uma parte do estudo de viabilidade técnica, desenvolvido pelo Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT) e Agência Metropolitana (Agem), sobre o futuro sistema hidroviário de veículos e passageiros na região, que sofre entraves no desenvolvimento por causa da saturação do sistema de transporte rodoviário. O estudo ainda está em andamento, mas o Departamento Hidroviário da Secretaria de Estado de Logística e Transporte estima que o sistema hidroviário metropolitano possa funcionar

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Foto Fundação Arquivo e Memória

a partir de 2018. A estimativa é que os usuários ganhem tempo no percurso feito por embarcações e ônibus, cujas oscilações devem variar conforme o trajeto, distância e destino dos passageiros. A intenção é interligar o futuro sistema hidroviário a outros modais, como veículo leve sobre trilhos (VLT) e linhas de ônibus, além de incrementar o transporte de cargas.

Foto Armando Augusto

A região Metropolitana da Baixada Santista possui 200km navegáveis. Estudo de viabilidade técnica de um sistema hidroviário de passageiros está em andamento e a previsão de entrega é março do próximo ano

João Henrique Poiani diz que os custos para manutenção das balsas são altos. Mas considera que elas ajudam na redução de emissão de monóxido de carbono, já que diminuem a circulação por rodovias

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transporte

Ponte Pênsil Até 1914, o acesso entre São Vicente e Praia Grande era feito apenas por meio de pequenos barcos de passageiros. Por questões estratégicas, a ponte foi projetada no espaço menor do Mar Pequeno, ponto de ligação direta da ilha com o continente, e serviria para o deslocamento de pedestres e veículos. Além disso, as condições de fundação eram mais apropriadas para construir apoios sobre a rocha. A dificuldade consistia na garganta marítima daquele ponto, com mais de 15 metros de profundidade. De acordo com a historiadora Wilma Therezinha, a tendência da engenharia civil da época recomendava erguer uma ponte de grande vão e sem suportes intermediários, uma solução

avançada para o período. Importada da Alemanha, a ponte chegou em partes para ser montada no local. Incorporada à paisagem vicentina, “durante muitos anos pensou-se que essa fosse a primeira ponte pênsil do Brasil. No entanto, descobriu-se ser a segunda, mas é considerada a primeira pelo grande porte, já que a ponte de Caxangá (PE) é bem menor”, explica a historiadora. A ponte contribui, até hoje, com o desenvolvimento da região. “Praia Grande, por exemplo, cresceu em virtude dela e das demais obras que vieram na sequência”. Cogitou-se, nos anos 1960, interditar a ponte, já que sua estrutura estava seriamente comprometida em função do aumento do fluxo de veículos. No en-

tanto, sua interdição traria grandes prejuízos ao litoral paulista, já que apenas a rodovia Pedro Taques não suportaria todo o tráfego demandado. Assim, a ponte passou por reformas e, posteriormente, foram construídas outras pontes, entre elas a do Mar Pequeno e a Ponte dos Barreiros, mas essas não são suspensas por cabos. Ao completar 80 anos, em 1994, a Ponte Pênsil foi tombada pelo Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Arquitetônico e Artístico Nacional, o Condephaat. Há mais de um ano interditada para reforma, prevê-se a troca dos cabos de aço pela primeira vez, além de outras manutenções estruturais, que atrasaram a reabertura da ponte prevista, inicialmente, para o ano de seu centenário.

Foto Fundação Arquivo e Memória

Travessia centenária ainda se encontra em manutenção, os cabos de aço serão trocados pela primeira vez

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Inesgotável

Por Marcus Neves Fernandes No final do mês passado, a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) aprovou um projeto curioso. Ele permite, ainda em caráter experimental, e apenas no Rio de Janeiro, que academias de ginástica se transformem em micro ou minigeradores de energia elétrica. Funciona assim: equipamentos como bicicletas ergométricas, por exemplo, estarão ligadas a um dínamo. O sujeito pedala e a energia elétrica é resultado da energia mecânica. Os cálculos indicam que dez bicicletas, com seis horas de uso diário, sejam suficientes para abastecer uma residência na faixa de 400 KW/h por mês. Mas esse número, que já é bastante razoável, pode ser muito maior. É que, além das bicicletas, diversos outros equipamentos, seja em uma academia ou mesmo aí na sua casa, podem gerar eletricidade. Esse é um conceito relativamente novo, que responde pelo nome de Colheita de Energia. Ele nasceu da necessidade de se obter energia por meios sustentáveis, que gerem o menor dos danos ambientais possíveis. Os primeiros protóti-

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pos de engenhocas que prometiam colher energia surgiram por volta do ano 2000 e, de lá para cá, a imaginação correu solta. Até o impacto de pingos de chuva sobre placas piezoelétricas foi testado e apresentado como uma promissora fonte de eletricidade. Um veículo elétrico, com a carenagem recoberta com esse tipo de placa, também foi tido como capaz de rodar sem jamais precisar abastecer: a energia viria da fricção com o ar. Nos edifícios, apenas o ato de caminhar pelos corredores seria suficiente para abastecer as lâmpadas – lembrando que os chamados ‘pisos energéticos’ já existem em danceterias norte-americanas e europeias. Imagine, então, o quanto de energia poderia ser obtido apenas com os milhões de veículos que circulam diariamente em nossas ruas, rodovias, pontes e viadutos. No Brasil, aqui pertinho, cientistas da Unesp de ilha Solteira pesquisam justamente isso, ou seja a colheita de energia a partir do tráfego. No Japão, já existe

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uma estação de metrô, em Shibuya Center, Tóquio, testando tecnologia similar. Podemos imaginar, ainda, o volume de energia a ser obtido em quadras, ginásios, estádios e campos de futebol. No Rio de Janeiro, em setembro, a empresa britânica Pavegen inaugurou um campo de futebol no Morro da Mineira, que conta com painéis solares e placas piezoelétricas sob a grama. Juntas, elas abastecem seis torres de iluminação por até dez horas ininterruptas. Bom, aqui, um parêntese. Materiais piezoelétricos são aqueles que geram eletricidade em resposta a uma pressão mecânica. Esse princípio foi descoberto em meados do século XIX, e uma das aplicações mais cotidianas foi o magiclick, aquele acendedor de fogão muito comum entre os anos 60 e 80. Mais recentemente, essa tecnologia foi utilizada nos tênis da criançada, que passaram a ostentar pequenas lâmpadas (LEDs) nos calcanhares dos calçados. Pressionou, acendeu. Agora, porém, o potencial dessa tecnologia está ganhando ares de uma verdadeira revolução. Há poucas semanas, cientistas alemães conseguiram criar nanomateriais piezoelétricos. Do tamanho de moléculas, esses novos materiais ganham agora a capacidade de estar presentes em praticamente tudo ao nosso redor. Das teclas do seu laptop, às solas do seu tênis, do telhado à tubulação de água das residências, do seu batimento cardíaco até o movimento de nossas articulações. Tudo, sem exceção, pode gerar eletricidade de forma inesgotável. Basta que haja pressão sobre materiais cada vez mais eficientes para colher essa energia. Isso não é ficção, mas um possível futuro baseado em alternativas que já vêm sendo testadas. Alternativas essas que ganharão um novo impulso com a chegada ao mercado desses nanomateriais piezoelétricos recém-descobertos. Aliás, os mesmos pesquisadores alemães, que desenvolveram esses novos nanomateriais (‘nano’ vem da palavra nanômetro, uma unidade de medida que equivale a um bilionésimo do metro), criaram também um protótipo de uma prótese de joelho, para demonstrar as infindáveis possibilidades da tecnologia. À medida que você caminha, a prótese colhe energia e a retransmite para abastecer o seu celular, uns óculos tipo google glass, um GPS ou mesmo um marcapasso. Não quero, aqui, cair na ingênua bobagem

Campo de futebol no Morro da Mineira (RJ). Desde setembro, placas piezoelétricas sob a grama geram eletricidade

de afirmar que estamos à beira de um admirável mundo novo. É obvio que toda fonte de energia, desde a época dos neandertais, sempre foi e será objeto de cobiça. É difícil imaginar as grandes corporações do setor energético vendo seus bilionários lucros desaparecendo na medida em que nós e nossas casas nos tornamos independentes energeticamente. Um exemplo disso é o sistema de microgeração de energia aprovado pela mesma Aneel há dois anos. Nele, todo cidadão que quiser dotar sua casa de placas fotovoltaicas ou turbinas eólicas já pode, legalmente, até revender o excedente de energia para a concessionária local. Todavia, o silêncio, a burocracia e a falta de vontade com que as concessionárias lidam com a microgeração demonstra como elas ainda veem o cidadão apenas e tão somente como um consumidor – quanto mais quieto e calado, melhor. Apesar disso, seja com as academias de ginástica recém-autorizadas no Rio de Janeiro a também gerarem energia, ou por meio desse possível futuro no qual ‘colheremos’ eletricidade de praticamente tudo ao nosso redor, gosto de pensar que caminhamos para um mundo cada vez menos dependente de carvão, petróleo ou gás, um mundo muito mais sustentável, um mundo no qual as pessoas serão autogeradoras de suas próprias necessidades energéticas.

Das teclas do seu laptop às solas do seu tênis, do telhado à tubulação de água das residências, do seu batimento cardíaco até o movimento de nossas articulações. Tudo, sem exceção, pode gerar eletricidade de forma inesgotável

*O autor é jornalista especializado em desenvolvimento sustentável

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sua saúde sempre será nossa prioridade Em 2014, o Instituto Corpore realizou consultas, visitas domiciliares, treinamentos, campanhas preventivas, entre outros atendimentos. Um trabalho que é fruto de 10 anos de atuação com o que há de mais moderno na gestão dos serviços de saúde, em parceria com diversos municípios dos estados de São Paulo e Paraná. Que venha 2015, com novas parcerias, grandes conquistas e mais qualidade de vida. institutocorpore.org.br | facebook.com/InstCorpore


comportamento

Mesa farta de nutrientes e de solidariedade Colheita urbana visa combater a fome e o desperdício

Por Luciana Sotelo A informação a seguir é, literalmente, de tirar o apetite. Atualmente, o mundo tem cerca de 870 milhões de pessoas sem o necessário para comer e levar uma vida saudável. Isso significa dizer que um em cada oito habitantes vai para a cama, todos os dias, com fome. Os dados alarmantes são de relatórios da Organização das Nações Unidas (ONU) e fazem parte do Programa Mundial de Alimentos. Por outro lado, enquanto estômagos roncam mundo afora, outra estatística da ONU mostra que um terço da produção de alimentos global é perdida entre a colheita e a mesa do consumidor. No Brasil, considerado o quarto maior produtor de alimentos, o cenário não é diferente. Pelo menos 10% se perdem nas plantações. Do que sobra, 50% são desperdiçados na distribuição, transporte e no abastecimento. E do restante, 40% se degradam na cadeia do consumo, como nas feiras livres. Parece inacreditável, mas é a pura realidade. De acordo com a Embrapa, Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária, o montante do desperdício chega a 40 mil toneladas por dia, o que, em um ano, seria suficiente para alimentar cerca de 19 milhões de pessoas, diariamente. Na contramão dessa onda de desalento, um programa alimentar de impacto social vem fazendo a diferença na vida de muita gente. Trata-se do Mesa Brasil Sesc, que, este ano, completa 20 anos de existência e louvável missão: levar alimento de qualidade a milhares de pessoas de baixa renda. Com destaque para o aproveitamento integral desses produtos que, certamente, teriam como destino a lata de lixo. O legado é buscar onde sobra e levar aonde falta.

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Foto Luciana Sotelo

Ana Maria D’Angelo já produziu mais de 20 mil receitas sustentáveis

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comportamento A iniciativa teve início em São Paulo, no Sesc Carmo e logo ganhou o país, dando destino, diariamente, a 13.300 quilos de alimentos fora dos padrões de comercialização, mas ainda bons para o consumo. No estado de São Paulo, as doações chegam a 143 mil pessoas em 42 cidades, entre elas, alguns municípios da Baixada Santista, afirma a nutricionista Fabíola Freire, coordenadora do programa em Santos, unidade que distribui o excedente recolhido nas cidades de Santos, Guarujá, São Vicente, Praia Grande e Cubatão. “Por aqui, o projeto é desenvolvido há 12 anos. Mantemos 63 parceiros doadores e atendemos 56 instituições sociais”. A coordenadora explica que a média mensal de alimentos arrecadados chega a 20 toneladas. Para dar conta da demanda, a jornada começa cedo. Pela manhã, de segunda a sábado, são realizadas ‘colheitas urbanas’. São elas que transformam o desperdício em solidariedade. O primeiro passo é percorrer de caminhão um roteiro estabelecido por região, de doado-

res cadastrados, entre eles, supermercados, feiras, distribuidoras, padarias, restaurantes, mercados, indústrias, entre outros. “Temos ainda um diferencial, uma empresa de pescado que doa a carcaça dos peixes e um restaurante japonês que separa a cabeça do salmão e do atum e nos fornece”. Na sequência, vem um processo fundamental, a seleção do que ainda pode ser aproveitado. Cabe ao motorista e ajudante de cada caminhão do Mesa Brasil fazer essa análise. Fabíola explica: “Nesse momento, os produtos passam por um controle de qualidade necessário. São verificadas as condições de cada item. Só então são armazenados, cuidadosamente, no veículo”. Nas feiras livres, por exemplo, o trabalho é considerado “de formiguinha”, pois a conscientização tem que ser constante para atrair um maior número de comerciantes. A equipe passa de barraca em barraca, levando informações importantes sobre a fome e o desperdício. Dona Lívia Maria Nunes da Mota é uma das colabora-

Fotos Luciana Sotelo

De segunda a sábado, as equipes do Mesa Brasil realizam as “colheitas urbanas”. A média mensal de alimentos arrecadados chega a 20 toneladas

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doras, ela é voluntária do Mesa Brasil há 4 anos. Ela doa com frequência mandioquinha, cenoura e tomate, produtos que, segundo ela, estragam com facilidade. “Se eu vejo que vai começar a estragar, já seleciono. Tenho isso como um dever e fico feliz em poder ajudar”. André Aliceto comercializa verduras e legumes e há cinco anos se sensibilizou com a causa. “As folhagens não consigo guardar para o outro dia, então, para que jogar fora se existem tantas pessoas interessadas em comê-las?”. Uma das mais antigas no projeto é dona Eliana Alves Magário. Ela tem 30 anos de experiência na área e há dez anos ajuda a manter o projeto farto. “De batata e cebola o programa está bem servido”, conta feliz a feirante, ao se referir aos cerca de 200 quilos de alimentos entregues toda semana. “Precisamos ajudar o próximo. Meu marido tem um depósito de alimentos e participa também. Isso é muito bom”. Segundo Fabíola, com o caminhão abastecido, a equipe de coleta presta conta de tudo que foi arrecadado. “As quantidades vão para planilhas administrativas e servem de base para a distribuição, que ocorre seguindo critérios como região e número de pessoas atendidas. É um trabalho dinâmico, cada dia é diferente do outro. As doações são sempre imprevisíveis. Procuramos aten-

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Foto Luciana Sotelo

André Aliceto comercializa verduras e legumes e há cinco anos se sensibilizou com a causa: “As folhagens não consigo guardar para o outro dia, então, para que jogar fora se existem tantas pessoas interessadas em comê-las?”

der pelo menos uma vez por semana cada uma das entidades”. Existe uma premissa fundamental que deve ser respeitada, conta Fabíola. “Para receber o benefício, a entidade não pode depender do Mesa Brasil, ela tem que sobreviver sem nossa ajuda. As doações devem apenas complementar as refeições, enriquecendo-as com os nutrientes vindos das frutas, verduras e legumes, que são as principais doações”. Uma das entidades beneficiadas é a creche Lar Escola Irmã Scheilla, em Santos. A entidade atende 92 crianças com idades entre 1 e 6 anos. Parceiros do Mesa Brasil há 10 anos, ela oferece quatro refeições aos alunos, em período integral. Marcelle da Silva Marques é diretora da unidade, ela conta que as doações ajudam a oferecer uma alimentação mais saudável. “Esses ingredientes enriquecem nossas preparações, podemos oferecer salada e frutas variadas, assim as crianças conhecem desde cedo um cardápio mais amplo”. Outro fator determinante é o econômico. Marcelle coloca tudo na ponta do lápis e conclui que consegue economizar mais de mil reais por mês. “Itens como verduras, legumes e frutas nós praticamente nem compramos. Muitas vezes, recebemos outros suprimentos como pães, feijão e leite. O programa é muito bom”.

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comportamento Noções de desperdício

Fotos Luciana Sotelo

Além de coletar e entregar os alimentos, o Mesa Brasil conta também com ações educativas. São palestras, cursos e oficinas realizadas com o intuito de ajudar a dona de casa ou cozinheira a evitar o desperdício e conseguir o aproveitamento de cada alimento por completo. “Muitas vezes, a pessoa que está preparando uma receita, nem se dá conta que joga no lixo muitos nutrientes só porque não são, costumeiramente, consumidos”, diz Fabíola. Talos, cascas e sementes são bons exemplos disso. O Mesa Brasil procura tirar dos alimentos todo potencial e isso é repassado ao público. “A rama da cenoura é rica em vitamina A e pode ser utilizada em sopas, refogados e farofa. Quase ninguém sabe disso. Por isso, nossas ações são voltadas para as instituições sociais atendidas e também para a comunidade”. Ana Maria D’Angelo é chefe de cozinha e técnica em nutrição. Ela ministra palestras e oficinas desde quando tudo começou e conta que o segredo é ter criatividade e capricho no preparo dos pratos. Focada na culinária sustentável, ela já perdeu as contas de quantas receitas criou; por alto, sabe que foram mais de 20 mil. “O Mesa

Lívia Maria Nunes é voluntária do Mesa Brasil há 4 anos: “Tenho isso como um dever e fico feliz em poder ajudar

começou, basicamente, com o uso da casca de banana e do abacaxi. Hoje, o leque de opções é infinitamente maior”. Ao repassar o conhecimento, Ana Maria teve uma grata surpresa. “Já aconteceram muitas coisas, mas um relato eu não esqueço. Certo dia, numa oficina, uma senhora veio a mim, agradeceu muito por aprender coisas que não sabia. Na ocasião, ensinei a fazer um refresco feito com cenoura, laranja, limão e água, parecido com a Fanta. Ensinei também a fazer torta de liquidificador com as cascas e talos excedentes dos ingredientes do suco. No mês seguinte, em outra aula, ela veio novamente me agradecer e contou que pôde fazer para o filho de 7 anos a primeira festinha de aniversário. Fiquei comovida”.

Eliana Alves Magário tem 30 anos de experiência na área e há dez anos ajuda a manter o projeto farto, com 200 quilos de alimentos entregues semanalmente: “Precisamos ajudar o próximo. Meu marido tem um depósito de alimentos e participa também. Isso é muito bom”

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Nossos variados equipamentos culturais, turísticos e de lazer, e os inúmeros espaços ao ar livre atendem à diversidade de interesses dosvisitantes e moradores ao longo de todo o ano. Reconhecida por abrigar belezas naturais, rico patrimônio e completa infraestrutura, a cidade é destaque no cenário nacional. Há muitas razões para se encantar e desfrutar da cidade.

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arquitetura e decoração

Espaço Gourmet do arquiteto Eduardo Di Genova

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Fotos Luciana Sotelo

Casa dos

sonhos

A mais completa mostra de arquitetura, decoração e paisagismo agora tem endereço no litoral

Por Luciana Sotelo Imagine uma casa perfeita, ampla, com projeto moderno e toda decorada com o que há de mais cobiçado no mercado, sem precisar economizar em nada. Onde cada detalhe faz a diferença: os móveis são assinados, as paredes revestidas, lustres sofisticados, ambientes que se integram e a tecnologia dá um toque a mais. Nesse lar, cores, formas e texturas fazem um casamento perfeito e garantem charme e conforto ao morador. Coisa de cinema? Que nada. Esses ambientes estão mais pertos de você do que pode imaginar. Esse paraíso tem nome e se chama Casa Cor, maior mostra de decoração das Américas, pela primeira vez aqui na região. Montada em duas mansões na ilha Porchat (Alameda Rotary Clube, 100), em São Vicente, o evento estreia na Baixada Santista com foco no ‘morar bem’, com soluções variadas para casas, apartamentos, lofts e estúdios e pode ser vista até o dia 21 deste mês. De acordo com o gerente de relacionamento e comercial da Casa Cor Litoral SP, João Antônio, a escolha teve um propósito. “A região vive uma expansão imobiliária muito grande. O nível dos empreendimentos imobiliários ficou muito alto e era preciso um investimento a altura para atender essa nova demanda”. A aposta de João foi certeira. “Eu venho cobrindo a Casa Cor há dez anos e sempre vislumbrei a possibilidade de fazê-lo aqui. Acredito no potencial que temos, tanto de público quanto de profissionais da área, empresas de decoração e tudo que envolve uma produção desse nível”. De lá pra cá, a ideia amadureceu e, hoje, o sonho virou realidade. São 39 ambientes, desde os tradicionais banheiros, quartos, cozinha, aos espaços mais refinados e

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meio ambiente

O arquiteto e paisagista Ricardo Velasco criou a Praça Casa Cor. Ao lado, o Café, da arquiteta Juliana Abad e o Terraço Spa das arquitetas Tayna Daval e Yasmin Alonso

cheios de conceitos como a sala de jantar, home office e living. O bom gosto está em cada cantinho, até mesmo num simples corredor que, banhado à criatividade, transforma-se em uma compacta galeria de arte. A primeira mansão possui uma área de cerca de mil metros quadrados, e a inspiração está no veranista, morador da capital que utiliza o imóvel para lazer. O segundo empreendimento possui, aproximadamente, 700 metros quadrados de construção. Nele, a ideia de concepção baseia-se no morador. As duas casas são vizinhas e oferecem um toque a mais em comum. Ambas dispõem de uma das mais belas vistas da orla do litoral. Já os projetos contemplam uma diversidade de estilos e propostas, que vão do retrô ao contemporâneo, passeiam por tons neutros e vibrantes e apresentam toques rústicos e sofisticados. Ambientes temáticos aguçam a criatividade, como o Lounge do Casal Apaixonado, de clima leve e sedutor; o Quarto da TopModel,

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que traz decoração prática, clean e funcional, rica em detalhes; e o Quarto da Moça, um verdadeiro refúgio jovem. A Suíte do Aviador traz itens temáticos curiosos, ao passo que o Estúdio da Blogueira traduz a modernidade das it girls. Merecem um olhar a mais os trabalhos que trazem projetos de automação. Inspiradores e moderníssimos, eles são sinônimos de praticidade e conforto. A arquiteta, urbanista e designer de interiores Célia Spada apresentou um desses ambientes, o ‘Home Theater. Ela criou um universo bem claro e aconchegante para que o morador sinta-se à vontade. A acústica foi um referencial. “Sinto-me particularmente feliz. Esperava por essa Casa Cor há muito tempo. Tudo está muito caprichado”. E os queridinhos do momento também estão presentes: os espaços gourmet. Já não é mais segredo para ninguém que, ultimamente, a cozinha transformou-se num lugar desejado, e os profis-

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Fotos Luciana Sotelo

sionais buscam unir a sala de almoço à cozinha gourmet, que permite o preparo dos alimentos temperado a uma boa conversa com os amigos. A arquiteta Renata Guimarães, responsável por uma dessas unidades, conta que optou pela neutralidade e cores claras, já que essa área remete à tranquilidade, à hora da refeição. “Trabalhei cores neutras e repousantes. Fiz um vão e coloquei uma mesa que vaza a sala de almoço até a cozinha e tornei o espaço multifuncional”. Assim como Célia Spada e Renata Guimarães, outros profissionais se inspiraram na proposta. Toda essa verdadeira vitrine foi criada por mais de 50 renomados profissionais, os principais nomes da arquitetura, design e paisagismo. Boa parte deles, oriunda das cidades do litoral paulista, além de Campinas, São Paulo e demais localidades. A Casa Cor Litoral Paulista é produzida pelo Grupo Casa Cor Interior São Paulo,

O Studio da Blogueira, da designer de interiores Graziela Garavati, traduz a modernidade das it girls

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arquitetura e decoração

Fotos Luciana Sotelo

A arquiteta Renata Guimaraes de Melo optou pela neutralidade e cores claras em sua Sala de Almoço e Cozinha Gourmet

Celia Spada: “Sinto-me particularmente feliz. Esperava por essa Casa Cor há muito tempo. Tudo está muito caprichado”

franqueado da Casa Cor Promoções e Eventos, uma empresa do Grupo Abril. O comando do evento é do empresário Flávio Sanna. O gerente João Antonio orgulha-se de alguns detalhes especiais, caso das peças de arte que enfeitam quase todas as salas. “São vários artistas plásticos nacionais e internacionais. Isso confere um toque a mais. Nosso diferencial é o caráter de apontar as tendências. Uma infinidade de produtos está sendo lançada no evento, tais como luminárias, pisos, revestimentos, entre outros. Sem falar nos móveis assinados. Temos peças assinadas pelos maiores designers do Brasil”. Por esses motivos, a Casa Cor Litoral SP agrada os mais variados gostos, dos mais clássicos aos descontraídos. “Nossa expectativa é de receber 15 mil visitantes, até o dia 21 de dezembro, quando se encerra a mostra”. E mesmo diante do novo, João já afirma que o evento veio para ficar. “Já temos três propostas de locais, em Santos, para realizar

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a Casa Cor no ano que vem. Possivelmente, será em setembro”.

Casa Cor Iníciou-se no Brasil em 1987, com a realização da primeira edição em uma residência, no bairro do Jardim Europa, em São Paulo. Na ocasião, 22 ambientes foram decorados por 25 profissionais e visitados por sete mil pessoas. A partir daí, o evento não parou mais e se tornou referência nacional e internacional de bom gosto. Atualmente, além de São Paulo, o grupo possui 25 franquias, sendo 19 nacionais (Alagoas, Bahia, Brasília, Campinas, Ceará, Espírito Santo, Goiás, Interior de SP, Maranhão, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Pará, Paraná, Pernambuco, Rio de Janeiro, Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul e Santa Catarina) e seis internacionais: Bolívia, Chile, Equador, Panamá, Peru e Punta del Este.

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Espaço Sindiodon

Caros colegas da Diretoria e associados Ao encerrarmos mais um ano, queremos agradecer a todos pela dedicação e interesse em relação aos problemas na classe odontológica. Estamos com a sensação de dever cumprido. Nem sempre com vitórias, porém sempre com empenho. O nosso Sindicato, hoje, é reconhecido como um dos mais atuantes do estado de São Paulo, sendo mencionado pela Federação Nacional dos Odontologistas, com sede em Brasília, ao qual somos filiados. Queremos agradecer também aos nossos parceiros, Osan e Unicred Metropolitana, que sempre respondem positivamente quando solicitamos. A Unicred, uma cooperativa de crédito a serviço do profissional liberal da saúde, fornece inúmeras vantagens, como por exemplo, a troca de cheques pré-datados a juros compatíveis. A Osan, essa grande empresa que, por meio de parceria, oferece a todos os associados e dependentes (inclusive pai/mãe/avós e irmãos) auxílio funeral. Em janeiro, iniciaremos o curso de ASB, com duração de oito meses, curso de Implantodontia e palestras semanais sobre vários temas. Queremos incentivar os estudantes e recém-formados a usarem a nossa sala de estudos, que possui grande quantidade de livros técnicos, com vários professores à disposição, para prestar informações e ajudar os alunos na conclusão dos TCCs. Nosso departamento jurídico e contábil tem plantão em nossa sede diariamente. Amigos e colegas, o nosso Sindiodon existe por você, por nós e por todos os colegas. Ele é nosso! Portanto, não fique só, fique sócio!

Dr. Fábio Luiz Mendes Baptista Presidente

Faça-nos uma visita! Rua Júlio Conceição, 253 - Vila Matias - Santos-SP Tel: (13) 3235 44 52 (13) 3221 65 38

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decoração

Rumo às férias de

verão

A poucos passos da praia e com decoração atraente e confortável, o apartamento na Riviera de São Lourenço, em Bertioga, tem sido o destino preferido do casal Heidi e Flávio para curtir os inícios de ano Por Maria Helena Pugliesi

Flávio é médico e, até para relaxar, não pode se distanciar de São Paulo, cidade na qual mora e trabalha. “Por isso, por muitos anos, ficamos sem ter nosso canto de veraneio. Queríamos um local que oferecesse boa infraestrutura e o mais perto de São Paulo é o Guarujá, que não tem nada a ver com a gente”, conta a mulher Heidi, enfermeira aposentada. Em 2011, amigos da família os convidaram para conhecer seu apartamento na Riviera de São Lourenço, e foi assim que eles encontraram a alternativa ideal. “De nossa casa até Bertioga não gastamos mais do que duas horas, e o planejamento da Riviera, unindo moradias de alto padrão e bom comércio, é perfeito”, diz ela. Atraído pela localização pé na areia e pelas quatro suítes – sob medida para acomodar também as duas filhas adultas e mais alguns hóspedes –, o casal comprou o apartamento de 210 metros quadrados

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ainda na planta. Heidi lembra que foi difícil controlar a ansiedade até que o prédio ficasse pronto: “Não víamos a hora de estreá-lo. Assim, quando recebemos as chaves, chamei um profissional para decorar o apartamento o qual sabia que faria um bom e rápido trabalho”. O escolhido foi o arquiteto Diego Revollo que, em seis meses, concluiu o projeto de interiores. “Percebi de imediato que eles queriam espaços contemporâneos, por isso, fugi do estereótipo convencional de praia e apostei num mobiliário prático com design”, explica o profissional. No estar, o sofá modular em L, de linhas retas, tem capas para facilitar a lavagem. Já no jantar, também em prol da praticidade, a mesa Saarinen apresenta tampo de mármore, e as cadeiras, do designer francês Christophe Pillet, são de policarbonato, tudo com pés de aço inox, resistentes à maresia.

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Fotos Alain Brugier

Em branco e azul, a decoração se harmoniza com a cor do mar e reforça a tranquilidade dos momentos de lazer

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decoração

Foto Alain Brugier

Charmoso jardim vertical O paisagismo da varanda, que mede 4m x 2,50m, atrai o olhar até mesmo de quem passa na rua. Inúmeras rhipsalis pendentes criam uma cascata vegetal, e compõem um cenário belo e refrescante. Para que a proposta não se transformasse em problema, ou num transtorno devido à manutenção, o paisagista Ronaldo Kurita tomou uma série de cuidados. Primeiro privilegiou uma espécie nativa da Mata Atlântica, ideal para regiões litorâneas de meia sombra. Para plantá-las na vertical, instalou uma treliça metálica na parede e, em seguida, revestiu a armação com placas de fibra de coco reciclada. “Fixadas por amarrilhos plásticos – para não enferrujar com a maresia -, essas placas também compõem os vasos em formato de cuia. Foi preciso apenas enchê-los de terra adubada e plantar. O próprio material se encarregou do enraizamento”. Como se trata de um apartamento de veraneio, o qual passa muito tempo com a varanda fechada e sem quem cuide regularmente das plantas, optou-se por irrigação programada. Mangueiras passam por detrás das plantas, e as regas são feitas por gotejamento: maior volume de água no inverno (tempo seco) e menor, no verão (tempo úmido). “O sistema automático permite boa absorção de água, evitando alagar o piso. Mesmo assim, há uma canaleta sob o deque, que leva o excesso de líquido para o ralo”, explica Ronaldo.

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Para fazer com que o living parecesse maior, Diego lançou mão de alguns recursos. Um deles foi desenhar dois aparadores, um de madeira clara, para o canto da TV, e um laqueado, para dar apoio às refeições: “De traços longilíneos e instaladas ao longo da parede em alturas desiguais, as peças alongam visualmente o espaço”. O outro truque está no grande espelho, que duplica a vista e aumenta a luminosidade do ambiente. Ao elencar as cores, o arquiteto rendeu-se à tradicional dupla branco e azul. “Tenho que admitir, nada combina mais com praia do que essas duas tonalidades”, diz ele, que fez questão de encomendar azulejos nesses tons à Fundação Athos Bulcão, para revestir a mesinha lateral da sala. Felizes com a distribuição e com as dimensões dos ambientes, os proprietários se decepcionaram apenas com a cozinha. “Ela era escura e ficava muito isolada, mas o Diego logo encontrou a solução”, lembra Heidi. O problema foi resolvido substituindo as paredes entre a sala e a lavanderia por portas corrediças de vidro. “Agora, tanto a luz que vem do living, quanto a que vem da área de serviço, tornam a cozinha mais luminosa. Além disso, as portas de correr possibilitam integrar os espaços quando necessário”, explica o arquiteto. Não resta dúvida de que o apartamento todo agrada a família e os amigos, no entanto, há um ambiente que se destaca entre os demais. “A varanda é o nosso xodó. Adoramos o seu visual. No terceiro andar, nossa visão se funde com o horizonte, é lindo apreciar o pôr do sol daqui”, elogia a dona. Atento à importância do espaço, Diego caprichou na ambientação. Começou por encomendar ao paisagista Ronaldo Kurita um jardim vertical (detalhes no box ao lado), para revestir toda a parede lateral. “O elemento criou um pano de fundo muito agradável ao canto do sofá. Trouxe frescor à área e dialoga com a natureza ao

Móveis: Casual, Dpot, Érea, Conceito Firma Casa e Micasa; Marcenaria: Inovart; Tapetes: Grado; Iluminação: Bertolucci

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redor”. Mais aconchegante que o porcelanato original do piso, o deque de réguas estreitas de madeira tom de mel contrasta e realça o branco reinante no mobiliário. A cor está presente nos estofados, com estrutura de peroba de demolição, na mesa de centro de Nanoglass, projetada pelo arquiteto, na mesa de jantar texturizada e nas cadeiras teladas. “O Diego fez uma decoração à altura da vista privilegiada que temos. Desde que tudo ficou pronto, janeiro passou a ser o melhor mês do ano, pois é quando podemos passar mais tempo curtindo as delícias de nosso apartamento de praia”, comemora Heidi.

PRAIASPAULISTA.pdf 1

A varanda, com vista para o horizonte é o 11/12/2014xodó 14:50:34dos proprietários



CONSTRUINDO RESULTADOS E FELICIDADE.

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Bertioga: Avenida Anchieta, 1.196 - (13) 3316-3800. Riviera de São Lourenço: Rua Passeio do Maracá, 34 - (Módulo 4) - CEP 11250-000 - Creci 11374-J - Tels.: 0800 13.66.13 - (13) 3316-7136. Boracéia: Avenida Itapuã, 1.190 - Morada da Praia - (13) 3312-1862.


comportamento

Terapia do

amor Branco, azul, de renda, florido ou com estampas. Não importa a tendência. Nesta ação, quem dita as regras é a solidariedade

Por Luciana Sotelo A moda do ‘Lenços do Bem’ é uma campanha criada nas redes sociais pela auxiliar de enfermagem Elma Andrade, em um dos momentos mais delicados da sua vida. Ao descobrir um câncer e vivenciar toda a incerteza que a notícia gera, ela resolveu não somente lutar de cabeça erguida, mas também ajudar outras mulheres na mesma situação. Tudo por um simples sorriso em meio à dor. Como diz Elma, o destino colocou em suas mãos a oportunidade de proporcionar um momento de alegria às mulheres em tratamento. Foi a superação da doença que lhe deu força para enxergar mais além. “Assim que descobri o câncer de mama, meu mundo acabou. Fiquei muito abalada, só chorava; fiquei em choque porque até então eu fazia meus exames todos os anos, e nunca houve nada de errado. Mas depois

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que meu médico me tranquilizou e disse que eu iria ficar boa, resolvi começar com coragem a minha batalha”. Após o diagnóstico da doença, em março de 2013, Elma teve um longo caminho a percorrer. Primeiro, fez a cirurgia, em maio do mesmo ano. Na sequência, vieram as quimioterapias e radioterapias. Foi quando perdeu os cabelos, “De início, fiquei assustada, sim, mas depois passei a pensar diferente. A quimioterapia iria levar meu cabelo embora, mas era um coquetel de medicamentos necessários para me trazer a vida de volta. Era a minha única chance de cura. Renovada, olhava para a careca no espelho e nem se achava feia. “Amei a minha careca. Tinha mandado fazer uma peruca com próteses de silicone, mas nem cheguei a usá-la. Sentia-me doente com a peruca. Aderi aos lenços. Era a forma de estimular

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a minha vaidade; eu ficava bonita; o lenço trazia todo um charme e tinha muitas possibilidades de amarração”. Nesse período, quando fazia tratamento na Santa Casa da Misericórdia de Santos, a auxiliar de enfermagem teve contato direto com outras mulheres na mesma situação. “Comecei a observar que elas usavam o mesmo lenço todos os dias. Senti vontade de alegrar um pouco a vida daquelas mulheres, mas ainda não sabia como fazer”. A superação do câncer foi o incentivo

que faltava. Junto com a filha, ela teve a ideia de criar uma campanha no Facebook para arrecadação dos lenços, estipulando a meta de receber, pelo menos, 50 lenços doados. “Eu me lembro de que, no primeiro dia, já foi um sucesso, recebemos mais de 2 mil curtidas”. Logo, os primeiros lenços começaram a chegar. Ela lembra feliz que uma amiga de Serra Negra resolveu reforçar o time da solidariedade e divulgou a iniciativa em sua cidade natal. “De lá, vieram mais de 400

Banner de divulgação em apoio à campanha virtual

Fotos Luciana Sotelo

Elma Andrade, a criadora da campanha, optou pelos lenços, mais charmosos e criativos do que a peruca

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comportamento Foto Luciana Sotelo

Participe Doações podem ser encaminhadas à rua Santos, 345, Barra Funda, Guarujá. CEP: 11410-330. Facebook: Campanha Lenços do Bem

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unidades. Você vê como é a força da união, o poder de fazer o bem”. No total, Elma conseguiu mais de 1.400 lenços que, aos poucos, foram doados para a Santa Casa de Santos, Hospital Santo Amaro, em Guarujá, e há ainda uma parte deles para ser entregues no Hospital Guilherme Álvaro, em Santos. “Senti-me muito feliz entregando os lenços, em especial, na oncologia do Hospital Santo Amaro, porque eu tive o contato com as pacientes que estavam fazendo quimioterapia. Ver a alegria delas na hora me deixou muito satisfeita porque, tenho certeza, naqueles cinco minutos de escolha dos lenços, elas esqueceram completamente que passavam por um problema delicado”. A campanha terminou, oficialmente, em maio deste ano. Elma conseguiu encerrar

Cristiane Quintas: “Não é a falta de cabelo que vai fazer a mulher perder a feminilidade”

com chave de ouro: meta alcançada e, de quebra, ofereceu uma palestra ministrada por uma médica oncologista, por uma psicóloga e relatos de mulheres com câncer. O bom é que a campanha continua, agora, em caráter permanente. ”Vou continuar recebendo doações e encaminhando às pacientes com câncer. Muitas mulheres não têm condições de comprar um lenço. Sentir-se bonita faz toda a diferença. Ajuda muito no tratamento, na autoestima. Eles dão um colorido especial na vida de muitas delas”. Que o diga a amiga e colega de profissão Cristiane Martins dos Santos Quintas. Seis meses após o diagnóstico de Elma, ela também foi surpreendida com notícia semelhante. “Assim que o médico viu minha mamografia, disse que eu estava com câncer num estágio muito avançado, e que eu teria que tirar as mamas inteiras. Além de tudo isso, sabia que ficaria careca, isso assusta”. Ao fazer a cirurgia, Cristiane optou pela reconstrução das mamas na mesma hora. E para o drama dos cabelos, passou a usar os lenços de Elma. “A gente tem necessidade de se sentir bem. O otimismo nessa fase é tudo. Na falta do cabelo, o lenço substitui, ele passa a ser o nosso símbolo de vaidade. Não é a falta do cabelo que vai fazer a mulher perder a feminilidade”. O melhor é que todos os lenços doados por Elma vêm com uma mensagem de otimismo. Uma frase que virou um lema para a campanha: “Nenhum de nós é tão bom quanto todos nós juntos”. Elma finaliza. “Deus sabe o que faz. Eu descobri o câncer cedo e consegui a cura. Isso me fez dar mais valor a vida, aproveitar cada momento”.

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gastronomia

Bacalhau o fiel amigo do Natal

Por Fernanda Lopes Responda rápido: quem descobriu a América? Colombo? Provavelmente, não. Na verdade, dificilmente saberemos, um dia, o nome desse intrépido navegante. Mas, o que muitos historiadores defendem é que o primeiro europeu a pisar no Novo Continente teria sido um viking ou um português. E tanto um como outro o fizeram não por fama de descobridor, mas tão somente pelo desejo de pescar bacalhaus. Uma das explicações para esse revisionismo histórico está na área onde vive esse peixe. Basta olhar para o ‘alto’ do mapa mundi. É lá, numa faixa que se estende dos países nórdicos, passando pela Islândia e Groelândia, e terminando no Canadá, que vivem as mais de 200 espécies de bacalhau (veja mapa). Assim, seguindo os cardumes, povos nórdicos e até mesmo ousados pescadores portugueses teriam alcançado a região hoje conhecida como Terra Nova, no Canadá. Por que ir tão longe na captura de um peixe? Em primeiro lugar, obviamente, porque ele é muito bom. Sua carne branca é um contraste à maioria dos demais pescados – e, lembre-se: começamos a comer com os olhos! Depois, porque é extremamente nutritivo: uma vez seco, 80% do peso é proteína, contra não mais de 1% de gordura. Gostoso, nutritivo é extremamente durável; este último predicado é obtido

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graças ao processo da salga, o que permitia que fosse estocado nos porões dos navios. Por fim, mas não menos importante, um último ingrediente soma-se aos demais para decretar, definitivamente, a fama do bacalhau. É a religiosidade. Nos períodos de abstinência, foi esse o peixe que substituiu a carne de porco. E foi tanto o seu sucesso, tamanha a aceitação, que Inocêncio António de Miranda, mais conhecido como Abade dos Medrões, acabou excomungado quando propôs, em 1821, que a Igreja permitisse aos pobres do interior de Portugal comer o que quisessem nas festas religiosas, pois não tinham recursos para comprar o “bom bacalhau”.

Do Porto Aqui, aliás, é preciso explicar melhor essa história de que bacalhau, no passado, era alimento de pobre. O bacalhau consumido pelos pobres era de espécies menores e bem menos saborosas que o Gadus morhua, nome científico do que hoje conhecemos (e louvamos) como o legítimo bacalhau do Porto. Este, por sua vez, era prato de quem podia pagar. Foi assim que, por volta de 1850, o bacalhau, acompanhado por batatas e legumes, já era peça central da ceia de Natal. E sua fama extrapolou a mesa lusitana. Na

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Produção e fotos Fernanda Lopes

Para tirar o sal 1. Depois de cortar o bacalhau em postas, lave-o bem em água corrente para tirar o sal que recobre o peixe. 2. Coloque o bacalhau num recipiente fundo, sobrepondo as partes de modo que a pele fique em contato com a carne (isso no caso de a pele não ter sido toda retirada, ou se ainda restarem pedaços). Cubra o bacalhau com água gelada (cerca de 8°C).

Bacalhau desfiado em cesta folhada

literatura, por exemplo, o peixe surge nos livros de Cervantes, Alexandre Dumas, Émile Zola, Henry David Thoreau e James Joyce, entre outros. Eça de Queiroz, em carta a um amigo, em 1884, descreve, como características portuguesas, “um certo fundo sincero de tristeza lírica, um gosto depravado pelo fadinho e o justo amor ao bacalhau de cebolada”. No primeiro livro culinário impresso em português, Arte de Cozinha (1680), o ingrediente nem aparece. Surge somente no manuscrito de Francisco Borges Henriques (1715), em ‹ Frigideiras de bacalhau›, receita parecida com o atual bacalhau à Braz. Depois, a cada livro impresso, aumentavam seus preparos. Hoje, dizem que há mais de mil maneiras de prepará-lo. Sua popularidade é tanta que há até risco de extinção da espécie.

Abrótea No Brasil, o costume teve início com a chegada da família real portuguesa. De lá para cá, tornamo-nos o maior im-

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portador do peixe da Noruega, com cerca de 30 mil toneladas/ano. Já congelado, ele representa 20% das vendas no país, com crescimento anual de 30%. O congelado é perfeito para quem busca praticidade. Ele já vem dessalgado e, geralmente, limpo e em porções. Basta descongelar e preparar como quiser. Agora, se você vir bacalhau fresco na peixaria, saiba que, na verdade, trata-se de outro peixe da mesma família, a abrótea, comum no litoral brasileiro. Os poucos restaurantes que vendem o peixe Gadus morhua fresco no Brasil o importam congelado. Na Noruega, onde ele é pescado, é comum comê-lo fresco e não salgado como em Portugal. Este ano, segundo a Fundação Getúlio Vargas, o bacalhau chega ao mercado com 5,6% de aumento em relação a 2013. Se quiser pagar mais barato, opte pelo já desfiado ou em lascas. O lombo é sempre mais caro. Aqui, duas receitas: uma com ele mais nobre, em posta (ou lombo) e, outra, com ele desfiado.

3. Leve-o à geladeira. A dessalga do bacalhau deve ser feita sempre em água gelada para que fique tenro e não exale cheiro. Se dessalgado fora da geladeira, o bacalhau pode pré-cozinhar e até estragar. 4. É preciso trocar a água do bacalhau de três a quatro vezes por dia e sempre por outra já gelada. 5. O tempo médio para dessalgue depende da altura das postas (ou lombos) do bacalhau: Postas finas: 24 horas Postas grossas: 40 horas Postas muito grossas: 48 horas Bacalhau desfiado: 6 horas Ponto certo: é quando o sal já foi praticamente eliminado. Para percebê-lo, basta provar a água para verificar a diminuição do sal ou comer um pedaço da carne. Atenção: nunca ferva o bacalhau. Para cozinhá-lo, coloque-o na água quente e desligue o fogo, tampando a panela. Deixe alguns minutos e estará pronto para o preparo preferido.

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gastronomia Receitas Lombo de bacalhau sobre cama de tomate confitado

loque todo o azeite na travessa. Leve ao forno pré-aquecido a 200°C por cerca de 15 minutos. Monte o prato, colocando um fundo de azeite, os tomates e sobre eles o bacalhau. Enfeite com as azeitonas, salsinha e manjericão. Sirva com arroz branco ou batatas cozidas.

Para o pesto ½ maço de salsa picadinha; ½ maço de coentro picadinho e 1 xícara de azeite extravirgem.

Bacalhau Ferva água, desligue e coloque o bacalhau. Deixe um minuto e retire. Tire as espinhas e a pele e faça lascas. Coloque um pouco de azeite em uma panela e refogue a cebola e o alho. Junte os pimentões e o bacalhau. Refogue rapidamente. Coloque as azeitonas e a salsa. Junte os tomates-cereja. Coloque dentro da cesta folhada e sirva com o pesto de ervas.

Rendimento: 4 porções.

Produção e fotos Fernanda Lopes

Ingredientes 4 lombos de bacalhau já dessalgados; 4 tomates maduros sem pele e sem sementes cortados ao meio; 500ml de azeite; 12 azeitonas pretas; salsinha e manjericão para decorar e 200g de lâminas de amêndoas.

Preparo Ferva 2 litros de água, coloque os lombos de bacalhau e desligue o fogo. Deixe um minuto e tire-os da água. Coloque os lombos em uma travessa refratária. Pincele azeite sobre eles e coloque as amêndoas laminadas, pressionando para que grudem. Coloque os tomates ao lado do bacalhau na travessa e as azeitonas. Co-

Bacalhau desfiado em cesta folhada Ingredientes 500g de bacalhau dessalgado (pode ser em lascas); azeite o quanto baste; 1 cebola picada; 3 dentes de alho picados; 1 pimentão amarelo cortado em cubinhos; 1 pimentão vermelho cortado em cubinhos; 15 azeitonas pretas; salsinha picada a gosto; 10 tomates-cereja; 1 pacote de massa folhada laminada (à venda na parte de congelados dos supermercados).

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Preparo cesta folhada Em uma forma redonda (20cm) de fundo removível coloque a massa folhada formando uma espécie de cesta. Fure toda a massa com um garfo e leve ao forno pré-aquecido a 200°C por cerca de 20 minutos ou até estar dourada. Retire e reserve.

Rendimento: 4 porções.

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As mais de 200 espécies de bacalhau existentes vivem numa faixa que se estende dos países nórdicos, passa pela Islândia e Groelândia, e termina no Canadá

Linha do tempo do bacalhau Vikings No século VIII, os vikings da Escandinávia foram os precursores do consumo do Gadus Morhua (bacalhau do Porto). Eles o conservavam seco, com cura ao ar livre até que o peixe perdesse 1/5 do seu peso. Bascos Os bascos dominavam a técnica da cura com sal e a aplicaram no bacalhau por volta do ano 1000. Eles o salgavam e deixavam secar nas rochas. O comércio, então, se expandiu.

Portugueses Ele se transformou no ‘fiel amigo’ dos portugueses na época das navegações. O Gadus Morhua mostrou-se o peixe ideal para suportar as longas viagens. Em 1516, Dom Manuel cobrava dízimo da pescaria no Canadá (Terra Nova), des-

coberta pelos lusos. Brasil Por aqui, o bacalhau difundiu-se com a vinda da família real, em 1808. Hoje, somos os maiores importadores de bacalhau da Noruega, com cerca de 30 mil toneladas/ano.

Feliz Natal

e que 2015 seja repleto de paz, amizade e progresso. Mata Atlântica é a nossa praia


moda

&

Clássico

chique

estilo náutico volta mais feminino e retrô

No mar de apostas da temporada, temas marítimos navegam rumo ao verão em clima de sombra e água fresca Por Karlos Ferrera

A moda vem em ondas, como o mar. Em um ir e vir infinito de novas releituras para antigas propostas. Imortalizado no século XX por Coco Chanel, o estilo náutico, cuja inspiração vem das águas salgadas e dos uniformes dos marinheiros, anda se reinventando nas passarelas por meio de uma estamparia renovada com o frescor e o calor do verão que vêm aí. Nessa bela viagem, muito azul, branco, vermelho, turquesa ou marinho. Peixes, algas, conchas e tudo que lembrar o balanço gostoso do mar estão no mesmo barco, para levar o clima dos sete mares aos quatro cantos do seu guarda-roupa. Uma aposta certa para quem vive à beira-mar. Colocar um toque de amarelo ou laranja na composição, para substituir o vermelho, é uma opção, pois fica mais atual. O listrado pode ser misturado com poás ou florais, para criar um mix de estampas. Nos pés, você pode optar por rasteirinhas com pedrarias, anabelas com salto de corda, peep toes, ankle boots e sapatilhas bicolor. Para mergulhar de cabeça nessa onda, jogamos a rede e pescamos várias pérolas para trazer à tona um horizonte de possibilidades para o seu estilo.

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Fotos KFPRESS/Divulgação Colcci

Colcci

Estampas listradas remetem a atividades náuticas presentes nas coleções

Colcci

Para compor um look navy, algumas características são básicas, como as cores vermelho, azul, branco e preto; listras; acessórios e detalhes dourados. Mesmo assim, sempre é possível inovar

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moda

Fotos KFPRESS/Divulgação

Flores para eles Os homens entram no clima do verão e investem nas estampas para montar looks mais alegres com a cara da estação. As camisas estampadas com folhagens e flores também invadem o guarda-roupa masculino e prova que não existe dificuldade na hora da produção. Devem combinar sua peça com um jeans bacana ou calça neutra, depois complemente o seu look com um acessório, uma corrente ou cinto e pronto. Alguns apostam numa segunda peça estampada, enfim, tudo depende da personalidade. Dos mais clássicos aos mais criativos, é possível obter-se um visual estiloso e atual. Apostem nesta tendência e se preparem para um verão elegantíssimo.

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Calça desejo da temporada

Colcci

As pantalonas curtas realmente trouxeram frescor para as mulheres elegantes e que apostam em uma peça diferenciada no guarda-roupa. Quanto mais volume melhor é o slogan correto para explicar o poder desse modelo tão aclamado pelas it girls do momento. A cartela de cores é bem abrangente e vai de tons pastel e neutros, até as cores vibrantes e chamativas. Para alongar a silhueta com a pantalona, a dica é colocar um sapato da cor da calça. Não tem como errar!


“Destaques” // Luci Cardia

Alguns momentos do lindo enlace de Roberto e Natália Zaidan, dia 13 deste mês, na Riviera de São Lourenço

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Entre os convidados para o dia feliz:

Danylo dos Santos, Natalia e Roberto Zaidan e Lays Seidel

Vinicius Zaidan, Tatiana Berlofi, Roberto e Ronaldo Zaidan

Os noivos, Dinalva Berlofi, Kaike Alvim e Yuri Zaidan

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José Aparecido Cardia, Natalia e Roberto Zaidan e Luci Cardia

Os pais do noivo Dinalva e Ribas Zaidan

Fabiana Almeida, Maria José, Natalia, Felipe Almeida e Kaike Alvim

Natalia e o seu lindo Kaike Alvim

Edson Bichir, Natalia e Roberto, Zezé e Pedro Bichir

Larissa Guerra, Fabiana Almeida e Lisiane Panassolo

Roberto, Natalia, Marcio Alvim e Salete Almeida

Roberto e Dinalva Berlofi

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Flashes

Festa de São Vito, na residência dos Haddads

Masci e Jean Pierre

Roberto Haddad e José Avelino

Osni Fernandes, Marcos Muniz, Marcia Fernandes e Bia Muniz

José Avelino e Sergio Aragon

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Vicente Criscio e Ricardo Portela

Martinho, Leo Marques, Dinalva Zaidan e Farid

Meninas da TAR comemoram o grande evento

Flávia Patriota e o presidente Haddad

Pascoal Biondo, Milton Casari e Domingos Dragone

O coral com 40 pessoas alegrou a festa

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“Alto Astral” // Durval Capp Filho

Maria José Castilho em seu Espaço da Moda, no corredor da rua Carvalho de Mendonça, completou orgulhosamente 10 anos de sucesso no segmento feminino

A professora Juliana Ferreira Câmara e a diretora Roseli Pustiglione durante apresentação de fim de ano dos 40 anos do Roseli Ballet, no Teatro Coliseu

A tradicional figura do Papai Noel deseja aos leitores e amigos da coluna Alto Astral um feliz Natal e um próspero 2015

A renomada decoradora de eventos Pupy Zogaib e seu marido Fábio Zogaib, durante inauguração da nova Schutz, no Shopping Praiamar

A empresária Mirian Ofenhejm Gotfryd na comemoração natalina da Blue Gardenia, top na área de decoração, enxovais e perfumaria

A artista plástica Bel Braga, no encerramento de mais um ano letivo, com suas alunas na Prodesan

O casamento do ano: Déborah Capp Jardinetti e José Carlos Marujeiro Jr., no Salão Diamante, do Mendes Plaza Hotel, e viagem de núpcias para o Taiti

Os responsáveis pela vinda da Casa Cor Litoral, para Santos: o presidente Flávio Sanna e sua mulher Adriana Sanna (presidente da Casa Cor Campinas)

O casal mais premiado no ano de 2014 na área de estética capilar: Silvera e Arnóbio Santos, tanto na esfera nacional como internacional


“Celebridades em Foco” // Edison Prata Depois de muitas andanças por este lindo litoral, alguns registros...

O estilo do empresário Marcos Carvalho e sua mulher, da loja Decoração Clássica. Alí você viaja no tempo, pois a loja é superespecializada em decoração e antiguidades. Vale a pena visitar

E um dos fatos que marcaram um grande momento foi o casamento da modelo Fabiana Frota, no belo arquipélago de lhabela

O momento especial e a troca de alianças entre Fabiana e Alexandre Frota

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No lançamento do livro Gesbor o Sonhador, o escritor André Luiz Borges Pereira Santana e o empresário Adílio Lenvolari

Maria Regina Leal Mariano, a filha Angélica Mariano, o genro Fernando Fodellone e sua neta Livia desejam uma feliz festa de fim de ano a todos

E no café da manhã, a companhia de bons amigos: este colunista, Alexandre Frota e o designer de eventos Luis Maio

A Associação Médica de Guarujá conta, agora, com a competência do médico Dr. Celso Ricardo Theoto P. Fonseca, na vice-presidência da instituição

O designer de eventos Luis Maio e as estilistas internacionais da alta costura, no Uruguai: Angela Esteves, Valentina de Arma, o designer Luis Maio, Guilhermina Gallinau e o pequeno Hugo Henrique

Quando for a Boiçucanga, bem de fronte ao mar você encontrará o famoso restaurante Cheiro Verde, do nosso querido amigo Vanil Moreira (centro) e sua deliciosa culinária. Desta vez, o destaque fica por conta das mulheres que preparam as deliciosas sobremesas, Dina dos Passos e Lucia dos Passos

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PREPARE-SE PARA SAIR DE FÉRIAS MAIS CEDO. A PHOENIX ANTECIPOU A ENTREGA DO ENTREMARES PARA DEZEMBRO DE 2014.

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Memorial de Incorporação registrado na matrícula nº 68.244 do 1º Oficial de Registro de Imóveis de Santos/SP. | Carta de Habitação nº 361/2.014 expedida em 07/11/2014, pela Prefeitura Municipal de Bertioga/SP.


trabalhamos para criar comunidades onde as pessoas têm orgulho de viver

Empreender, urbanizar e construir é mais do que erguer estruturas e criar novas vias. É integrar o espaço natural às necessidades modernas de conforto, lazer e qualidade de vida. Por isso, há 55 anos, a Sobloco dedica-se a projetos e obras de desenvolvimento urbano, que se tornaram referência de uso e ocupação do solo. Suas criações são exemplos reconhecidos internacionalmente, de comunidades planejadas e sustentáveis que geram dividendos econômicos, sociais e ambientais, onde as pessoas têm orgulho de viver.

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