ao leitor Foto Dirceu Mathias
ANO XIV - Nº 155 - Maio/2015 A revista Beach&Co é editada pelo Jornal Costa Norte Redação e Publicidade Av. 19 de Maio, 695 - Bertioga/SP Fone/Fax: (13) 3317-1281 www.beachco.com.br beachco@costanorte.com.br Diretor-presidente Reuben Nagib Zaidan Diretora Administrativa Dinalva Berlofi Zaidan Editora-chefe Eleni Nogueira (MTb 47.477/SP) beachco@costanorte.com.br Diretor de Arte Roberto Berlofi Zaidan roberto@costanorte.com.br Criação e Diagramação Audrye Rotta (Mtb 76.077/SP) audrye.rotta@gmail.com Marketing e Publicidade Ronaldo Berlofi Zaidan marketing@costanorte.com.br Depto. Comercial Aline Pazin aline@costanorte.com.br Revisão Adlete Hamuch (MTb 10.805/SP) Colaboração Ana Cláudia Gomes, Durval Capp Filho, Edison Prata, Fernanda Lopes, Karlos Ferrera, Luciana Sotelo, Luci Cardia, Marcus Neves Fernandes, Maria Helena Pugliesi e Noeli Ribeiro Circulação Baixada Santista e Litoral Norte Impressão Gráfica Silvamarts
Futuro traçado
Encravada em uma das maiores áreas de cobertura vegetal preservada e protegida por leis ambientais do estado de São Paulo, Bertioga dispõe de importância estratégica, já que se encontra entre os principais polos de desenvolvimento da região, representados pelo porto de Santos, de um lado, e por áreas de exploração do pré-sal, de outro. Tais características lhe conferem condições ideais de bom endereço para residência fixa, à medida que a região se desenvolve. Atualmente, o município apresenta uma das maiores taxas de aumento populacional da Região Metropolitana da Baixada Santista. Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), de julho de 2013 a julho de 2014, o aumento foi de 2,7%, enquanto a média das demais cidades ficou em 1,08%. Bertioga dispõe, também, de uma das menores áreas possíveis para expansão urbana, apenas 2,25% de seu território. Impossível olhar para estes números sem levantar algumas questões relacionadas ao seu futuro: como a cidade absorverá tal demanda de crescimento populacional? Como conciliar este desenvolvimento com a preservação exigida e necessária? Felizmente, a resposta encontra-se dentro de seu próprio espaço, ou seja, a pioneira Riviera de São Lourenço, implantada no município a partir de 1979, e responsável pela alteração da concepção urbanística da cidade. Ela é um exemplo acabado de que as respostas para as perguntas acima são positivas. Afinal, Riviera reservou cerca de 1/3 de sua área total, 9 milhões de metros quadrados, para áreas verdes e institucionais, e conseguiu unir desenvolvimento à responsabilidade ambiental e social. A partir deste modelo de sucesso, novos empreendimentos, projetados a partir de conceitos atuais de intervenção urbanística, aguardam sua vez para se instalar na cidade. O que se espera é que sejam aprovados, pois representarão um marco no desenvolvimento local, com geração de emprego e renda. Essenciais para um município que vê sua gente crescer a cada dia. Outra boa notícia é a perspectiva quanto à revisão do Plano Diretor de Desenvolvimento Sustentado (PDDS), que prevê melhor aproveitamento da pouca área útil existente, com aumentos da taxa de ocupação e do índice de aproveitamento dos terrenos, de forma a atender, também, o segmento de moradia popular. Vê-se que, mesmo com escassez de áreas para seu pleno desenvolvimento urbano, Bertioga tem como vencer o desafio de conciliar a proteção de seu patrimônio natural ao desenvolvimento socioeconômico. Mais importante, ainda, é crescer sem abrir mão da qualidade de vida, um trunfo que faz de Bertioga a cidade perfeita para aqueles que buscam tranquilidade, lazer, cultura, respeito às pessoas idosas e aos menos favorecidos fisicamente. Todos estes aspectos tendem a se aperfeiçoar e progredir lado a lado com o progresso urbano. Eleni Nogueira.
Breve lançamento
WILSON CECCON a r q u i t e t o
Perspectiva artística fachada frontal
Bertioga, de frente para o mar. OU
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77,87 m2 a 125,56 m2
privativos Varanda gourmet com churrasqueira
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Gerenciamento da construção
Informações
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Intermediação
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Foto Francisco Arrais
20 Boas-vindas aos produtos orgânicos
Foto Instituto Mobilidade Verde Lincoln Paiva
28 O sucesso do conceito parklet
E mais... Turismo internacional
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Moda 52
Foto KFPress
Decoração 56 Celebridades em foco
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Destaques
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Flashes 62 Alto Astral
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Foto Luciana Sotelo
36 O dom de transformar bolos em arte
Foto Fernanda Lopes
48 Delícias à moda antiga
Capa
Empreendimento Riviera de São Lourenço, modelo consagrado de ocupação urbana Foto Helen Cardim
Foto Luciana Sotelo
Catamar pág. 30
Foto Mar Franz
especial
Região central da cidade, para a qual o novo PDDS prevê a implantação de empreendimentos habitacionais de padrão médio. Intenção é permitir maior adensamento em áreas mais afastadas da praia 10
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Desenvolvimento
pressiona expansão urbana
Bertioga tem mais de 95% de seu território em área de preservação ambiental e uma das maiores taxas de crescimento populacional da região. A saída é investir em sustentabilidade, e criar mecanismos para melhor ocupar os terrenos existentes
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especial Da redação Ao completar 24 anos de vida administrativa, Bertioga experimenta um momento determinante em seu desenvolvimento. O município, ainda jovem, tem uma das maiores taxas de aumento populacional da Região Metropolitana da Baixada Santista, que conta com mais de 1,7 milhão de habitantes. De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), de julho de 2013 a julho de 2014, o aumento foi de 2,7%, enquanto a média das demais cidades ficou em 1,08%. O município possui uma das maiores extensões territoriais da região e conta com mais de 95% de seu território em área de preservação ambiental, protegida por legislação estadual. Nesse cenário, o progresso natural pressiona a expansão urbana, o que requer
muito planejamento e busca por equilíbrio. Por sorte, não é preciso ir-se muito longe em busca de uma boa fórmula para essa questão. A Riviera de São Lourenço, idealizada pela Sobloco Construtora e implantada há mais de 30 anos, quando ainda não existia o rigor da legislação ambiental atual, reservou cerca de 1/3 de sua área total, 9 milhões de metros quadrados, para áreas verdes e institucionais, e uniu desenvolvimento a responsabilidade ambiental e social. Um exemplo a ser seguido. São 11 mil unidades habitacionais e comerciais, como shopping, postos de serviços, restaurantes, hipermercado, centro médico, farmácias etc. Sua infraestrutura de saneamento básico (captação, tratamento e distribuição de água potável, bem como coleta e
Foto Shin Shikuma
Região da praia de Itaguaré, área abrangida pelo Parque Estadual Restinga de Bertioga (Perb)
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Foto Divulgação Sobloco Construtora
tratamento de esgoto) foi planejada, construída e é gerenciada pela iniciativa privada, sem qualquer ônus para o poder público, e atende a uma população fixa de cerca de cinco mil pessoas, número que chega a mais de 70 mil na alta estação. O bairro pode ser considerado a mola propulsora da economia da cidade. É o que afirma a paisagista Simone de Souza Brito: “Todo o comércio da cidade e prestadores de serviço como serralheria, gesso, vidro, eletricistas, marceneiros e muitos outros vivem em função da Riviera e das oportunidades que ela gera”. Moradora da cidade desde 1989, Simone foi proprietária da primeira surfshop da cidade, em 2000. Após um período morando em Fortaleza, voltou para o município para trabalhar com paisagismo, estimulada pelas inúmeras oportunidades que se apresentavam com o crescimento da Riviera de São Lourenço e outros condomínios. “Tive muitas oportunidades na Riviera”. Clóvis Knorst, presidente do Grupo Praiamar Marcenaria e Decorações, também enfatiza a importância da Riviera para o seu negócio. “Acredito que, de modo geral, a
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Foto Divulgação Sobloco Construtora
A Riviera de São Lourenço possui 11 mil unidades habitacionais e comerciais. Cerca de 1/3 de sua área total, 9 milhões de metros quadrados, foi reservada para áreas verdes e institucionais
A paisagista Simone de Souza Brito afirma que há muitas oportunidades em sua área, na Riviera
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especial Fotos Divulgação Sobloco Construtora
movimentação do comércio da cidade, principalmente na minha área, depende muito da Riviera - posso afirmar que 80% da minha clientela são do bairro, e isto não só nos meses de maior movimento, mas também durante todo o ano. A Riviera não só movimenta, de forma significativa, a parte econômica do município, mas também a área social e turística. É um orgulho ter um empreendimento tão bem-sucedido na nossa cidade.” O empreendimento tem também um importante papel social em Bertioga. Além da geração de cerca de cinco mil empregos diretos, a Riviera de São Lourenço desenvolve projetos para a comunidade, como o Programa Clorofila de Educação Ambiental e a Fundação 10 de Agosto, ambos com mais de 20 anos de trabalhos ininterruptos, além do Programa Vida Saudável, com 10 anos, e que atende crianças e jovens do bairro. O Programa Clorofila tem o objetivo de levar a educação ambiental a escolas públicas e particulares de Bertioga, formar cidadãos com maior consciência ecológica e incentivar a comunidade a adotar práticas sustentáveis. Foram estabelecidas parcerias com as escolas da rede de ensino de Bertioga - hoje totalizam mais de 20 escolas parceiras -, atendeu mais de 12 mil estudantes, conquistou o apoio da população e expandiu suas atividades com cursos, palestras e vivências na natureza dirigidas aos professores. Criada pelo fundador da Sobloco Construtora, Luiz Carlos Pereira de Almeida, em 1993, a Fundação 10 de Agosto, entidade sem fins lucrativos sediada na Riviera, tem o objetivo de proporcionar educação e qualificação profissional para a população do município, permitindo que cada indivíduo conquiste melhores condições de vida e de trabalho. A entidade já atendeu mais de 13 mil pessoas em oficinas gratuitas de artes e ofícios para
Luís Felipe Ramos de Oliveira, 15 anos, e, acima aos 8 anos. Aluno da Fundação 10 de Agosto desde 2008, ele seguiu o roteiro completo de formação musical
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Fotos Divulgação Sobloco Construtora
Alunas da rede pública de ensino de Bertioga comemoram colheita bem-sucedida de horta cultivada com incentivo do Projeto Clorofila
crianças e jovens - que incluem formação musical, aprendizado de vários instrumentos e artes manuais, como marchetaria - e cursos profissionalizantes para jovens e adultos. Os resultados positivos desse trabalho são reconhecidos por pais e alunos da Fundação. Luís Felipe Ramos de Oliveira, 15 anos, e aluno da Fundação 10 de Agosto desde 2008, seguiu o roteiro completo de formação musical: teoria, coral, flauta, violino e, agora, orgulha-se de ser membro da orquestra infanto-juvenil da entidade. “Gosto muito de boa música e adoro o ambiente da Fundação. Fiz amigos e também trouxe amigos para cá, e todos os que vieram gostaram e permaneceram, porque o trabalho realizado aqui é muito sério.” Com ele, concorda sua mãe Célia Maria: “A Fundação é uma entidade que a gente pode confiar. Quando Luis Felipe está lá, sei que está seguro. Além disso, percebo que graças ao violino e ao estudo de música, ele se tornou um aluno mais atento.” A Fundação 10 de Agosto completa 22 anos em franco processo de expansão: em 2015, além dos cursos já tradicionais, passou a oferecer equitação especial; panificação; e corte e costura. Também formalizou importantes parcerias com a Associação Cultural Internacional da Criança e Adolescente (Acica) e o programa Boraceia Viva, objetivando implantar o seu projeto Música para Todos em outros bairros de Bertioga.
A mesma visão A exemplo da Riviera de São Lourenço, outros três empreendimentos foram planejados de acordo com a temática atual da sustentabilidade e aguardam suas devidas licenças para dar um novo contorno urbano, econômico e social para o município. São eles: City Acaraú - Uma parceira da Sobloco
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Construtora no projeto da Riviera de São Lourenço, a Companhia Fazenda Acaraú mantém a mesma concepção de sustentabilidade em seus empreendimentos. Em processo de licenciamento, o loteamento City Acaraú, proposto para ser instalado às margens da rodovia Rio-Santos (SP-55), fronteiriço à Riviera de São Lourenço, é um projeto de desenvolvimento urbano com regras de planejamento ambiental, que deve gerar aproximadamente 850 empregos diretos em sua fase inicial. O projeto prevê a instalação de villages, edifícios residenciais, centro comercial, hotel, centro de convenções e flat, em área de 681.117,97 m², sendo 436.243,57 m² deste total, destinados aos lotes residenciais. Um de seus maiores atrativos é o hotel, com espaços diversificados, tais como área de lazer com piscinas naturais, SPA, restaurante, quadras de tênis, futebol e vôlei de areia e até uma pista de skate. O estudo e o relatório de impacto ambiental (EIA-Rima) foram elaborados durante três anos, a partir das demandas e necessidades locais, em audiências públicas. A destinação da área para construção foi projetada em dimensões menores do que as estipuladas pela legislação, num reflexo da visão conservadora do projeto.
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Foto Cristiane Silva
especial
Buriqui Costa Nativa - Idealizado pelo Grupo Brasfanta, o loteamento residencial e o complexo turístico Buriqui Costa Nativa devem ser implantados na praia da Enseada, em uma área privilegiada de 3,5 milhões de metros quadrados, localizada a poucos metros do Centro de Férias Sesc Bertioga, e entre dois bairros populosos, o Rio da Praia e o Jardim Raphael. Trata-se de loteamento predominantemente residencial, com lotes para casas e edifícios de apartamentos, hotel, comércio e serviços, clubes, área de apoio, além de áreas públicas e institucionais. O projeto destina 81% da área total para conservação ambiental.
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Reserva Bertioga - Outro empreendimento que segue os ritos da preservação ambiental e cuja documentação está sob análise de órgãos estaduais e federais para sua implantação é o Reserva Bertioga, da Maubertec Empreendimento e Construções. Ele será construído entre as avenidas Anchieta e 19 de Maio e, de acordo com o projeto, conta com lotes residenciais, de ocupação predominantemente vertical, e comerciais. A área total do empreendimento é superior a 563 mil metros quadrados, contudo, os 34 lotes ocuparão uma área de 100.895 metros quadrados. O espaço restante será destinado
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O bairro Riviera pode ser considerado a mola propulsora da economia da cidade
Um Plano Diretor para a comunidade
a áreas públicas, áreas remanescentes e, em sua maior parte, ou seja, 372.038 m², a áreas verdes, obedecendo a legislação de compensação ambiental. A licença prévia ambiental prevê 27 condicionantes, para que a implantação do empreendimento tenha o menor impacto possível sobre a fauna, flora e resíduos sólidos gerados durante a construção. Já no início das obras, será operado um viveiro de plantas com as espécies nativas que se encontram no local. A expectativa da Maubertec é de que o Reserva Bertioga gere aproximadamente dois mil empregos diretos durante sua implantação.
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Os empreendimentos já implantados e os novos projetos visam atender às demandas geradas pelo crescimento econômico do município e da Região Metropolitana da Baixada Santista. O que disponibiliza uma estrutura urbana sustentável para a população local e para aquelas atraídas para a cidade em função do dinamismo da economia. É justamente a união dessas duas realidades - novos moradores atraídos para a cidade e a realidade econômica - que tem servido de base para a atualização do Plano Diretor de Desenvolvimento Sustentado (PDDS). Desde o primeiro plano, que começou a vigorar em 1998, o município sofreu grandes transformações, principalmente, na área ambiental, com a criação do Parque Estadual Restinga de Bertioga (Perb), em 2010, o qual instituiu, como área de preservação permanente, 9.312,32 hectares de seu território. O município carrega com orgulho o título de protetor ambiental, contudo, é preciso acompanhar o desenvolvimento, que passa também pela ocupação urbana. Desde 2013, o Grupo Gestor do PDDS, formado por técnicos da prefeitura e representantes da comunidade, realiza audiências e consultas públicas, exigência do Estatuto da Cidade (Lei 10.257/01), para elaborar o novo texto, fundamental para estabelecer conceitos, objetivos e diretrizes gerais para a política urbana e ambiental do município. Durante os encontros com a comunidade, uma das demandas de maior destaque foi a questão da habitação. A falta de casas de padrão médio, para atender o morador de Bertioga, representou uma das principais reclamações da população. De acordo com o coordenador do Grupo Gestor Manoel Prieto Alvarez, o Plano Dire-
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especial Foto Mar Franz
O empreendimento atende a uma população fixa de cerca de cinco mil pessoas e é responsável pela geração de cerca de cinco mil empregos diretos
tor anterior priorizava o adensamento na orla da praia, região na qual o valor dos terrenos é maior. Ele explica: “Com isso, somente quem tinha mais poder aquisitivo conseguiu comprar um imóvel em Bertioga”. Ele ainda revela que, na época, o conceito básico era de um município balneário, com um baixo índice populacional e que atraía muitos turistas. Em virtude da área reduzida para expansão urbana e a necessidade de oferecer ocupação de qualidade, com imóveis a preços acessíveis, a tendência é de que os terrenos sejam mais bem aproveitados, com aumentos da taxa de ocupação e do índice de aproveitamento. A nova legislação tende a ser menos restritiva, adequando-se à realidade, mas com foco nas questões de salubridade das edificações e na legislação ambiental. Para o coordenador do Grupo Gestor, a proposta do novo PDDS é menos elitista e voltada à implantação de empreendimentos habitacionais de padrão médio, diferente do atual Plano Diretor. A intenção é permitir maior adensamento em locais mais afastados da praia, cujo valor do terreno é menor. “Hoje, em terrenos de 999 metros quadrados, só é permitido construir duas
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casas geminadas. Não podemos nos dar ao luxo de subutilizar os terrenos dessa forma. É possível construir mais casas, sobrepostas, por exemplo, com qualidade, ocupando melhor o terreno e oferecendo imóveis a preços acessíveis”. Alvarez acredita que, com a nova legislação proposta, a cidade passará por uma transformação positiva. Muitos imóveis antigos no Centro, atualmente abandonados, poderão dar lugar a várias casas. Ele explicou: “Hoje, as pessoas precisam de menos espaço para morar, além disso, a realidade econômica do país é outra. Tenho certeza de que será criado um círculo virtuoso de novos negócios na área imobiliária”. A nova proposta do PDDS está em fase de discussão pelo Grupo Gestor, que vai elaborar uma minuta de projeto de lei a ser apresentada em três audiências públicas e uma conferência, para definição final do texto. Só então o documento será encaminhado para apreciação do Legislativo municipal. Vê-se, então, que os rumos do novo Plano Diretor, os empreendimentos instalados e aqueles que aguardam aprovação, fazem parte do contexto de um futuro promissor para o município caçula do litoral paulista.
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comportamento
Os orgânicos na lista de compras Eles já integram a cesta básica e saudável daqueles que exigem uma refeição livre de agrotóxicos
Por Luciana Sotelo Corpo e mente em perfeita sintonia. Esse tem sido o lema de uma onda crescente de pessoas preocupadas em ter uma vida mais saudável. E o principal combustível para a saúde é uma alimentação equilibrada. Investir em frutas, verduras e legumes é o primeiro passo. Mas, como saber se esses alimentos são frescos e de boa qualidade? A aparência, muitas vezes, engana. Para não errar, a resposta está nos produtos orgânicos, somente eles são cultivados sem o uso de agrotóxicos, ou seja, substâncias químicas como os herbicidas, pesticidas, hormônios e adubos utilizados em produtos agrícolas e pastagens, para preservá-los de pragas. Em excesso, tais componentes podem desencadear uma série de doenças, inclusive o câncer. Infelizmente, o Brasil é um dos maiores compradores de agrotóxicos do mundo, e as consequências disso podem ser evidenciadas nas estatísticas de intoxicação, tanto entre os trabalhadores rurais expostos aos produtos como entre pessoas que se conta-
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minam por meio de ingestão de alimentos que não têm o controle adequado das dosagens de produtos químicos. Além do mais, de acordo com a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), o uso intenso de agrotóxicos causa ainda a degradação do solo, água, flora e fauna, em alguns casos de forma irreversível, levando a desequilíbrios biológicos e ecológicos. De acordo com o engenheiro agrônomo Paulo Marco Ramos Gonçalves, a degradação ocorre porque nem sempre as dosagens de produtos químicos são respeitadas e, muitas vezes, o poder público não tem capacidade para fiscalizar. “Por causa disso, ocorrem as superdosagens. Além de causar danos à saúde humana, essas moléculas sintéticas prejudicam a natureza, que não está preparada para decompô-las rapidamente. O acúmulo dessas substâncias compromete os nutrientes naturais do solo e da água. Aí, não tem mais jeito”, afirma o profissional. Contra essa destruição, e na contramão do consumismo desenfreado, surgem con-
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Fotos Luciana Sotelo
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sumidores conscientes, que não se conformam em gastar dinheiro e ainda correr o risco de comprometer o seu bem-estar. É justamente baseado nesse novo olhar que os orgânicos ganharam espaço no mercado brasileiro e mundo afora. Feira de orgânicos O engenheiro Paulo Ramos, que trabalha no Jardim Botânico de Santos, é um dos defensores dessa bandeira. Ele ajudou a organizar uma feira exclusivamente para divulgação e comercialização de orgânicos. Tudo começou em setembro de 2011, numa parceria entre produtores, comerciantes e a Secretaria Municipal de Meio Ambiente. As primeiras edições foram esporádicas; ocorreram no próprio Jardim Botânico, com a participação de cinco colaboradores, entre eles, dois produtores rurais. Com o tempo, a feira tornou-se oficial no calendário da cidade, com datas fixas e dois novos locais para funcionamento. No primeiro domingo de cada mês, acontece no Jardim Botânico, das 9h às 13 horas; no terceiro domingo do mês, ocorre no Gon-
zaga, na Escola Leonor Mendes de Barros, também das 9h às 13 horas; e na última terça-feira do mês, na quadra de esportes da Igreja da Pompeia, das 15h às 19 horas. Atualmente, o número de feirantes é significativo, já passam de vinte colaboradores, incluindo representantes da Associação de Produtores Orgânicos do Vale do Ribeira (Aovale) e da Associação de Produtores Orgânicos do Alto Tietê (Aproate), propiciando, assim, a relação direta do consumidor com o produtor rural e os pequenos comerciantes. Jair Flisck é presidente da Aproate, que conta com 20 produtores. Ele explica que, por causa dessa união, consegue trazer para as feiras até 80 variedades de produtos. “A fartura e diversidade ajudam a fortalecer a venda dos orgânicos. As pessoas acabam quebrando o mito de que os produtos não são acessíveis. Conseguimos um ponto de equilíbrio”. O agricultor Ivo Bernardo da Silva é um dos membros da Aproate; além de comercializar folhosas e condimentos nas feiras, ele ministra palestras em defesa das Leis
Fotos Luciana Sotelo
Feira do Gonzaga tem oferta de verduras, legumes, frutas e temperos direto da horta. Ocorre no terceiro domingo do mês, na Escola Leonor Mendes de Barros, das 9h às 13 horas
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O produtor independente Pedro Henrique Moya, representante do Sítio Cachoeira, grupo que participa de feiras e ainda faz entregas em domicílio
dos Orgânicos, entre elas, a legislação que diz que produto orgânico deve ser oriundo de semente orgânica também. Não é à toa que no seu sítio, em Mogi das Cruzes, mais de noventa por cento da produção já são oriundas de sementes crioulas, aquelas tradicionais, que não passam por processos químicos. Ele explica: “Já venho investindo nisso há seis anos. Então, eu digo para as pessoas que vendo saúde e isso é maravilhoso. Só lamento porque não temos apoio político, e boa parte da população ainda é muito mal informada”. Produtores independentes também fazem parte destas feiras. Pedro Henrique Moya, representante do Sítio Cachoeira, em Santos, é um deles. Desde o ano passado, faz parte da feira do Gonzaga com oferta de verduras, legumes, frutas e temperos dire-
to da horta. “Nossos alimentos são colhidos um dia antes para trazermos tudo fresquinho para o consumidor”. O diferencial desse grupo são as entregas em domicílio, que ocorrem todas as terças-feiras, mediante pedidos via e-mail ou whatsapp. “Enviamos a lista de alimentos da semana e aceitamos encomendas até domingo. Assim, temos tempo de colher, lavar e montar as cestas. O melhor é que fazemos as entregas de forma sustentável, com duas bicicletas”. Em um ano, contabilizam mais de 60 clientes semanais, fora os fregueses da feira. “Nossa principal filosofia é conscientizar e disseminar o consumo dos orgânicos. Muita gente ainda acha que é caro, mas, se levar em conta o custo-benefício, que o alimento está sem nenhum tipo de veneno, o investimento é na saúde. Feiras como essas
Jair Flisck é presidente da Associação de Produtores Orgânicos do Alto Tietê, que conta com 20 produtores
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comportamento
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Thomas Buckup, do Orgânicos Guarujá, aderiu ao serviço de delivery nas cidades de Santos, São Vicente, Guarujá e Bertioga. Ao lado, Ivo Bernardo, que ministra palestras em defesa das Leis dos Orgânicos
ajudam muito a informar a população, e a tendência é que cada vez mais deixe de ser um produto elitizado”. Além dos produtores, comerciantes também participam. Thomas Buckup, do Orgânicos Guarujá, oferece verduras e legumes de produtores de Mogi das Cruzes e frutas de uma barraca de orgânicos do Ceagesp. Sem falar dos itens de mercearia variada como sucos, grãos, ovos, geleias, entre outros. A empresa também aderiu ao serviço de delivery nas cidades de Santos, São Vicen-
Orientações Para saber se um alimento é orgânico, basta verificar se ele apresenta o selo de certificação; ele é a garantia de o consumidor estar adquirindo produtos isentos de qualquer resíduo tóxico. O selo passou a ser obrigatório em virtude da Lei nº 10.831, de 23 de dezembro de 2003, que regulamenta a produção e comercialização da agricultura orgânica no Brasil. Certificadoras - Empresas públicas ou privadas, com ou sem fins lucrativos, que realizam auditorias e inspeções nos processos produtivos, seguindo procedimentos básicos estabelecidos por normas reconhecidas internacionalmente. Organizações de Controle Social (OCS) - Processo de geração
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Segundo informações do Ministério da Agricultura, a qualidade dos produtos é garantida de três maneiras distintas: a Certificação; o Controle Social para Venda Direta sem Certificação; e os Sistemas Participativos de Garantia. Juntos, estes três modelos formam o Sistema Brasileiro de Avaliação da Conformidade Orgânica. Entenda melhor no quadro abaixo:
de credibilidade, necessariamente reconhecido pela sociedade, organizado por um grupo de pessoas que trabalham com comprometimento e seriedade. É estabelecido pela participação direta dos seus membros em ações coletivas para avaliar a conformidade dos fornecedores aos regulamentos técnicos da produção orgânica.
Organismo Participativo de Avaliação da Conformidade (Opac) - Organização que assume a responsabilidade formal pelo conjunto de atividades desenvolvidas pelo sistema. As Opacs promovem visitas de verificação da conformidade. O objetivo é a troca de experiências entre os participantes do sistema e a orientação dos fornecedores. (Fonte Ministério da Agricultura)
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Feiras de orgânicos, em Santos ● Jardim Botânico Chico Mendes, na rua João Fraccarolli, s/nº, Bom Retiro. ● Escola Leonor Mendes Barros, na praça Fernandes Pacheco, n°1, Gonzaga. ● Igreja Pompeia, na praça Benedito Calixto, n°1, Pompeia.
Edna Maria Fernandes foi proibida pelo médico de consumir produtos com conservantes e aderiu aos orgânicos. O casal Juliana Coutinho e Jameson Netto é adepto da alimentação livre de toxinas há dois anos. Acima, o engenheiro agrônomo Paulo Ramos, que ajudou a criar a feira de orgânicos de Santos
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te, Guarujá e Bertioga. Thomas acredita no futuro promissor do mercado. “Iniciamos com dez clientes fixos, hoje, já temos mais de mil clientes cadastrados e uma média semanal de 50 entregas”. Segundo ele, o segredo é ter variedade. “Muita gente desiste dos orgânicos pela limitação dos produtos da época. As pessoas ainda não se adaptaram a essa mudança de comportamento”. Um fator que compromete a aceitação é o preço, mais elevado do que os produtos convencionais. “O produto é mais caro para produzir, os investimentos são elevados, a produção não é em larga escala, e existe toda uma política de certificação para atestar a qualidade”, explica o engenheiro agrônomo Paulo Marco. E ele faz um alerta: “Quando você compra um alimento orgânico, você está dando preferência ao que é melhor para seu organismo e melhor para o planeta, mesmo que tenha que pagar um pouco mais por isso. Você está apoiando, financeiramente, aqueles que estão conservando o meio ambiente e não os que estão destruindo. É uma questão de escolha”. Mas é importante destacar uma vantagem, a durabilidade. Estudos mostram que os produtos orgânicos apresentam grande resistência quanto ao armazenamento.
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Nas feiras de orgânicos acontecem palestras educativas para consumidores Além de verduras, legumes e frutas, as feiras oferecem itens de mercearia variados, como sucos, grãos, ovos, geleias, entre outros Fregueses satisfeitos As feiras de orgânicos acontecem há quatro anos e existem fregueses assíduos, garante o organizador. “Tem gente que frequenta as três feiras e ainda pede que se torne mais frequente”. A advogada Juliana Coutinho e o marido já são adeptos da alimentação livre de toxinas há dois anos. Ela vem de Praia Grande para comprar na feira os itens básicos e complementa as refeições com produtos da própria horta. “Eu não abro mão dos benefícios à saúde, a gente se sente mais disposta, a pele fica mais bonita e o organismo funciona melhor”. A aposentada Edna Maria Fernandes vai à feira sempre que pode. Ela sentiu na pele os males dos agrotóxicos, depois disso, resolveu mudar o estilo de vida. “Eu tive uma forte alergia e o médico me proibiu de consumir produtos com conservantes. Isso foi um alerta. Hoje, estou desintoxicada, consumo inclusive frango e patês orgânicos. É uma delícia”. Fora o aspecto comercial, a feira firma-se como uma opção de lazer e convívio social. Existe uma programação cultural variada com gastronomia orgânica, música, educação ambiental, feira de troca, palestras e espaço para as crianças.
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ser sustentável
É óbvio Por Marcus Neves Fernandes
Vou fazer um convite a você. Que tal reimaginar o seu ambiente? Será que as coisas ao seu redor não poderiam ser diferentes e melhores? A maioria de nós raramente faz isso. Na verdade, tendemos a nos acostumar, a nos apegar e criar fortes vínculos com a forma, com as características e com a funcionalidade de tudo o que utilizamos no dia a dia. Mas, vez por outra, alguém oferece um novo e surpreendente olhar sobre algo do cotidiano. Foi assim, por exemplo, que há exatos dez anos, um grupo reimaginou as ruas. Ao invés de carros estacionados, por que não praças? Isso foi em São Francisco (EUA), cidade que difundiu para o mundo o conceito dos parklets, minipraças que são implantadas nas vagas para estacionamento dos carros nas ruas. Geralmente, ocupam duas, no máximo três vagas. Mas, apesar de pequenas, propiciam grandes transformações. Há um ano chegaram em São Paulo. Há poucas semanas foram autorizadas no Rio de Janeiro. Na capital paulista, já são 12 parklets - número que deve passar de 30 até o final do ano. Um sucesso que nem o mais otimista poderia supor. Bons argumentos não faltam. As pracinhas se transformam em pontos de convívio, valorizam a região, reduzem a poluição sonora, movimentam o comércio. Predicados que, na verdade, representam pouco diante do que esses espaços po-
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dem representar. Afinal, estamos mexendo com aquilo que era só do mundo dos carros, reivindicando um espaço há muito perdido, espaço este que, vale ressaltar, sempre esteve ali, na nossa frente, mas que a maioria de nós nem mais dava conta de sua existência. Hoje, o que se percebe em várias cidades é justamente a preocupação em reimaginar o espaço urbano, seja com a implantação de parklets, ciclovias ou até mesmo fazendas urbanas. É o caso de Berlim, por exemplo, que agora em maio começa a colher hortaliças da maior fazenda urbana do mundo, instalada em dois mil metros quadrados do turístico e boêmio bairro de Schöneberg. Os peixes, criados no mesmo espaço, serão vendidos a partir de outubro. São 35 toneladas de folhas e 25 toneladas de peixes ao ano. O objetivo é demonstrar que as cidades podem até mesmo abrigar fazendas. No caso alemão, ela funciona dentro de um modelo orgânico, com baixo índice de agrotóxicos. A localização permite escoar a produção sem o uso de transporte, reduzindo custos e poluição. Em Nova York, outra megametrópole acossada pelo excesso de veículos e falta de espaço, a reinterpretação do espaço urbano teve início em 2007, quando foi lançado o PlaNYC. Entre outros desafios, o projeto previa aumentar o número de praças, parques e jardins a tal ponto, que qualquer ci-
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dadão poderia encontrar uma área verde a apenas 15 minutos de caminhada a partir de qualquer ponto da cidade. Recentemente, Nova York foi considerada como a quarta melhor cidade do mundo para se caminhar. Hoje, 80% das crianças vão a pé até a escola. E para provar que é possível reinventar até mesmo a agitada Manhattan, no ano passado, a ilha conquistou o 20º lugar no ranking das cidades mais amigáveis aos ciclistas de todo o mundo. Esses e outros impensáveis avanços faziam parte do PlaNYC, que, no início deste ano, transformou-se em OneNYC - abreviação de “One New York: uma cidade forte e justa”. O termo ‘forte’ deve-se aos reflexos causados pela passagem do furacão Sandy, que, em outubro de 2012, paralisou a Big Apple. Assim, diante do que os cientis-
tas preveem do ponto de vista das mudanças climáticas, o OneNYC quer preparar a cidade, torná-la ‘forte’, inclusive para um possível aumento no nível do mar. Exemplos não faltam e a cada dia surgem novas propostas. Enquanto Londres amplia suas hortas nos bairros, e Paris aposta nos telhados verdes, Roma e Madrid decidiram que é chegada a hora de mapear a biodiversidade existente na cidade. E o motivo não é unicamente ambiental, muito pelo contrário - tem forte cunho econômico. Quando pronto, o mapeamento servirá de guia para o mercado imobiliário. Quanto mais verde (praças, parques e jardins), quanto menos poluição (ciclovias) e mais vida (pássaros, por exemplo), melhor (e mais valorizado) será o seu bairro, a sua casa. Parece óbvio, não é mesmo?
Parklet em São Paulo. Essas micropraças surgiram há um ano, com a polêmica proposta de ocupar o espaço do estacionamento dos carros. Hoje, são um sucesso
*O autor é jornalista especializado em desenvolvimento sustentável
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meio ambiente
Manoel Souto, Fabio Matos, Rita de Nani, Antônio e José Gomes, na orla da praia de Santos
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Foto Luciana Sotelo
S.O.S maré
Projeto tem por objetivo o recolhimento do lixo no mar e a conscientização ambiental
Por Luciana Sotelo Remar a bordo de uma prancha de stand up paddle e retirar lixo do mar. Há oito meses, esse tem sido o esporte preferido de um casal de Santos, inconformado com a quantidade de detritos gerada em terra firme pelo homem e que, fatalmente, acaba levada pela maré, transformando a paisagem que deveria ser de pura contemplação. Como ignorar a realidade? Foi a pergunta que Rita de Cássia Paiva de Nani e Antônio Gomes da Cruz Neto fizeram um para o outro, a partir do momento que descobriram que, por trás das ondas, havia um verdadeiro mar de lixo escondido dos olhos de quem fica apenas com os pés na areia. De uma ação individual, consolidaram a ideia e partiram para uma iniciativa mais ampla e ousada, um projeto ainda sem nenhum incentivo governamental ou da iniciativa privada, que conta apenas
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meio ambiente com apoio de parceiros. Eles criaram o Cata Maré, uma ação esportiva com viés na educação ambiental, que visa levar conhecimento, lazer e conscientização à população, principalmente, às comunidades carentes que têm o oceano bem em seu quintal. De acordo com a idealizadora, a comerciante Rita de Cássia Paiva de Nani, a grande quantidade de resíduos encontrada não é proveniente dos banhistas que frequentam as praias e, sim, das pessoas que vivem nas pala-
fitas e descartam o lixo doméstico de forma incorreta. “Ficamos inconformados com o que víamos diariamente na água. Decidimos então entrar em um desses locais, na região da Alemoa, e pudemos constatar que o lixo é descartado pela janela direto no mar. Existem dois problemas sérios, um de falta de conscientização sobre a problemática do lixo e outro de estrutura, de falta de um depósito de lixo viável, de fácil acesso”, lamenta. Diariamente, ela e o marido, o co-
Antônio Gomes da Cruz Neto entra no mar todos os dias para retirar lixo
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Nani mostra que, no mar, quando se trata de lixo, encontra-se de tudo um pouco
merciante Antônio Gomes da Cruz Neto, encontram de tudo um pouco. É pedaço de sofá, fralda descartável, tapete, garrafa, sacola plástica, tênis, preservativo, lascas de madeira, lataria, caixa de leite, rato morto, tudo a céu aberto, a uma distância aproximada de 50 metros da praia. Antonio diz: “Já peguei, em um único dia, quatro sacos de 50 litros repletos de detritos, indo e voltando para a areia. É triste,
O filho Henrico em mais um dia de “pescaria”
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meio ambiente
Ronaldo Mello, gerente da Opium, um dos patrocinadores da ideia, e os idealizadores Nina e Antônio
mas o hábito acabou se tornando uma espécie de pescaria, caça ao lixo. Eu amo o mar, e acho que isso ajuda a diminuir a minha revolta”. Muita gente observa de longe a atividade dos dois e julga uma ação sem sentido, porém, eles não amolecem e, no dia seguinte, lá estão novamente, renovados para mais um dia de luta em defesa do meio ambiente. “Me questionam que não vale a pena perder tempo com o lixo, que vai estar lá no dia seguinte, mas eu não desanimo, acredito que uma hora, outras pessoas poderão fazer o mesmo”. Por pensar nessa ação multiplicadora, Rita de Nani criou alguns eventos de mobilização dentro do cronograma de atividades. A primeira aconteceu em dezembro do ano passado. “Por falta de divulgação, a mobilização não teve muita repercussão, reuniu apenas oito pessoas. Mas o resultado foi positivo, conseguimos coletar cerca de 250 quilos de lixo”. A segunda edição aconteceu em fevereiro deste ano e já contou com 30 interessados em ajudar a natureza e, juntos, recolheram aproximadamente 600 quilos de detritos. Ela explica: “Tivemos também a colaboração de voluntários em terra, pessoas que abraçaram a causa sem mesmo entrar no mar. Elas percorrem a orla, recolhendo lixo e fortalecendo o conceito de que lixo tem que ser depositado nas lixeiras e deve ser reciclado, sempre que possível”.
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Próxima campanha O trabalho de ‘formiguinha’ da dupla parece mesmo interminável, afinal, a problemática do lixo nos mares não é exclusividade da Baixada Santista, é um pesadelo para o mundo todo. E para deixar claro que eles fazem o dever de casa, o dia 31 de maio já está reservado no calendário para mais uma mobilização. A partir das dez da manhã, os interessados devem comparecer à barraca do projeto, munidos de muita determinação para fazer parte dessa onda do bem. O ponto de encontro fica nas areias do
Rita conta com a preciosa ajuda de empresários que dão suporte aos eventos. A empresa Opium cede a estrutura nos dias de eventos. Já Fábio Matos, proprietário da marca Hot Mark, disponibiliza pranchas de stand up como incentivo às pessoas que não têm equipamento para entrar na água; além disso, dá aulas gratuitas aos iniciantes. Ele diz: “Como fabricante de pranchas, meu trabalho começa na fábrica, com o descarte correto dos resíduos da produção. E como adepto do esporte, acho que essa iniciativa vale qualquer esforço. Sou surfista há quase trinta anos, e se eu puxar pela memória, lembro que
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canal 6, bem em frente à rua Ricardo Pinto. Rita convida: “Quero poder contar com o apoio da imprensa local na divulgação e, assim, atingir um número ainda maior de participantes. Venha e dê sua contribuição para a sustentabilidade do nosso planeta”. As pessoas podem participar com prancha de surfe, caiaque, stand up, canoa havaiana ou pequenas embarcações. “A caça ao lixo do mar só não tem hora para terminar”, salienta Antônio. O representante comercial Manoel Souto, adepto do stand up há quatro anos, já
confirmou presença. E garante que não pensou duas vezes antes de aceitar o desafio. “Se cada um fizesse a sua parte, com certeza teríamos um mar mais limpo”. Quando o projeto ganhar força, Rita sonha em poder inserir no cronograma apresentações de teatro e aulas de stand up para as comunidades carentes, com foco principalmente nas crianças, os grandes multiplicadores das boas práticas. “Meu filho Henrico, de 13 anos, já é adepto, ele sai para remar com a gente e sempre recolhe o que pode”, diz a mãe orgulhosa.
já existia essa sujeira, porém em muito menor proporção. A situação vem se agravando”. Outro colaborador é o engenheiro civil Manoel José Gomes Alves Filho, primo de Antônio. Com experiência na área de tratamento de esgoto, ele contribui com sugestões, possíveis soluções para o grave quadro. “Para o lixo doméstico, é preciso conversar com os líderes dessas comunidades ou associações, e criar condições para que os moradores comecem a reciclar parte do que jogam fora. Além disso, o poder público deveria disponibilizar balsas para depósito provisório do lixo”.
Membros do Cata Maré descobriram que, por trás das ondas, há um verdadeiro mar de lixo escondido dos olhos de quem fica apenas com os pés na areia, e resolveram agir
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comportamento Fotos Luciana Sotelo
Marcelo Bellini transformou a arte de confeitar num grande neg贸cio 36
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Escultor de bolos Com mais de duas mil criações no currículo, o Cake Boss Santista sente-se realizado Por Luciana Sotelo
Bolo caravela levou mais de vinte horas para ficar pronto
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Fotos Luciana Sotelo
Em várias partes do mundo, confeiteiros especializam-se em criar bolos fantásticos. E tem de tudo: bichos de pelúcia, personagens do cinema, barcos a vela... Em Santos, basta imaginar que o cake designer Marcelo Bellini transforma o pedido em uma deliciosa guloseima. Organizar as ideias, planejar o formato, abrir a massa de modelar, dar cores e formas. Essas são algumas das etapas para materializar o projeto de um ‘bolo dos sonhos’, destes que dá até dó pensar em comer. Transformar os alimentos em arte é um dom que exige paciência, habilidade, mão firme e muita criatividade. E foram esses desafios que levaram Marcelo a investir nessa carreira.
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comportamento
Reconhecimento internacional Recentemente, uma das criações de Marcelo Bellini recebeu reconhecimento internacional. O bolo decorado com girassóis e que tem ao lado o boneco Olaf, inspirado no curta-metragem Frozen - Febre Congelante, foi eleito o melhor entre os dez no mundo todo. A indicação partiu do blog britânico Bert Frozen Party Ideas (http//best.frozenpartyideas.co.uk), que o julgou o mais realista da seleção. Após terminar, Bellini postou a foto nas redes sociais e, para sua surpresa, a publicação teve mais de 60 mil curtidas e centenas de compartilhamentos. “Foi um momento mágico, foi a glória, fiquei muito satisfeito e feliz”. Além do prestígio na internet, Bellini coleciona fãs do seu trabalho. Uma delas o sensibilizou bastante. “Era um sábado, eu estava no atelier e uma cliente pediu para me conhecer. Ao encontrá-la, ela começou a chorar, dizendo que era a realização de um sonho poder me conhecer e contratar para fazer o bolo de aniversário da netinha. O tema escolhido foi a Galinha Pintadinha. Foi uma responsabilidade tão grande saber que ela depositava tamanha admiração e carinho pelo meu trabalho. E o melhor, quando dei o preço, ela achou que seria bem mais caro. O que ela tinha juntado daria até para pagar outras despesas da festa. Esse tipo de satisfação me comove”.
Bolo inspirado no curta-metragem Frozen - Febre Congelante, foi eleito o melhor entre os dez no mundo
Tudo começou há mais de vinte anos, segundo ele, com a cara e com a coragem. “Minha família tinha uma cantina e eu decidi abrir uma casa de massas, em Vicente de Carvalho. Com o comércio estabelecido, começaram a chegar também pedidos de bolos simples, tradicionais. Mas logo vieram os primeiros desafios. Primeiro foi um cisne, depois um urso panda. Eu fiquei motivado, comecei a criar, mas ainda eram trabalhos bem caseiros, decorados horizontalmente, apenas com o falso chantilly. Não existia a
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pasta americana, o principal ingrediente para decoração”. Ao mergulhar em livros e revistas especializadas, Bellini aceitou a doce surpresa do destino e se tornou um autodidata no segmento. Com amor e dedicação à nova profissão, o sucesso foi consequência. Há mais de uma década, mantém um atelier bem estruturado e é considerado um dos mais conceituados profissionais da área. Não é para menos, são pelo menos 30 encomendas de bolos artísticos por mês, e, no currículo, o re-
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Bellini recebe pelo menos 30 encomendas de bolos artísticos por mês, tudo o que a imaginação pedir pode ser transformado em bolo Fotos Luciana Sotelo
gistro de mais de duas mil criações. “Meu atelier é a extensão da minha casa”, diz orgulhoso o cake design que, principalmente aos finais de semana, leva a frase ao pé da letra, e não mede esforços para agradar os clientes. Ele passa horas atrás do balcão na idealização de projetos, sempre rodeado de apetrechos para decorar. “Muitas vezes, preciso virar a madrugada para caprichar nos detalhes”, conta o especialista em bolos de casamento e artísticos, os chamados “3D”, aqueles que se assemelham a objetos ou personagens reais. Entre os mais minuciosos, destaca uma caravela, toda comestível, que levou mais de vinte horas para ficar pronta. “Comecei às duas da tarde de um domingo e parei às sete da manhã da
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comportamento
Cake Boss Muita gente já conhece ou ouviu falar do confeiteiro americano Buddy Valastro, estrela do programa da TV por cabo Cake Boss, exibido pelos canais TLC e Discovery Home&Health, um reality show que mostra o dia a dia do negócio da família, Carlo’s Bakery, que fica no estado de Nova Jersey. Buddy faz verdadeiras esculturas em forma de bolo. Marcelo Bellini poderia ser chamado de Cake Boss, versão santista, pelo qual agradece sua popularidade. “Muita gente me liga e pede um dos modelos que viu na série de TV. Isso valoriza o mercado e nos estimula a aprimorar sempre essa arte de decorar, já que os pedidos cada vez vêm com mais sofisticação”.
Entre os bolos mais bonitos escolhidos pelo autor, o do Minion, 3D O preço de um bolo pode variar entre R$ 200 a R$ 3 mil. Quanto maior o grau de dificuldade, maior o valor
Fotos Luciana Sotelo
segunda-feira, para dormir por três horinhas e voltar para finalizar. Esse enorme barco pirata tinha muitas peças em tamanho proporcional ao casco. Ficou lindo”. Já para escolher entre os mais bonitos, ele pensa, repensa e cita dois: um bolo de casamento de cinco andares, ornado com 3.200 pérolas, e o bolo do Minion, 3D. “Formam dois trabalhos que me marcaram muito pela riqueza dos detalhes e pelo resultado final de muito bom gosto”. Para se ter noção, o preço de um bolo pode variar entre R$ 200 a R$ 3 mil. Quanto maior o grau de dificuldade, maior o valor. Além disso, outro fator é a necessidade ou não da presença do cake design para finalização da obra no local do evento.
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Fotos Noeli Ribeiro
turismo internacional
Nas águas cristalinas do Sudão, é possível encontrar mais de 400 variedades de corais 42
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Sudão Um mergulho lendário Por Noeli Ribeiro Sudão não é um destino comum para mergulhadores devido a vários problemas que o país já enfrentou. Sua política instável, guerras civis, casos de terrorismo e violência afastaram os turistas de um modo geral. Mas, a fama de suas águas cristalinas e de seus recifes intactos e muito bem preservados, motivaram alguns desbravadores a aventurarem-se num dos melhores mergulhos do Mar Vermelho No planalto sul, encontra-se um grande recife, que se projeta para o azul, chamado de Sha’ab Rumi, descrito por Jacques Cousteau como um dos lugares mais bonitos do planeta. É possível avistar tubarões cinzentos de arrecife, tubarões-martelo, barracudas e jacks. Em 1964, Cousteau fixou o laboratório submerso Precontinente II ou Conshelf II. Seu objetivo era estudar o comportamento vivido por mergulhadores, após dias imersos dentro destas estrutu-
ras. É um mergulho relativamente simples, mas muito interessante, porque significa adentrar nos restos do que é considerado um dos mais importantes experimentos submarinos da história. Há outro recife mais ao norte, chamado Sha’ab Suedi, no qual reside o grande naufrágio Blue Belt, um navio cargueiro de cabeça para baixo ao longo do arrecife, afundado em 1 de dezembro de 1977, enquanto
Caminhões Fiat 1100, no Umbria Wreck, um dos melhores naufrágios preservados no Mar Vermelho
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turismo internacional Em 9 de julho de 2011, o país dividiu-se em Sudão e Sudão do Sul (capital: Juba), a nação mais nova do mundo
transportava uma carga de veículos da Toyota e, portanto, também chamado de Naufrágio da Toyota. Sanganeb é outro lugar considerado um dos melhores mergulhos do Sudão. Aqui, a parada obrigatória é no farol, que foi construído em 1938 pelos britânicos e reformado em 1955. O visual do terraço é considerado surreal com a vista de um atol espetacular que rodeia e segue o farol rumo ao norte por mais de 3,5 milhas. Possui uma enorme lagoa cercada por recifes de coral que afloram na superfície. Esta lagoa interior é um excelente refúgio contra o vento e, sobretudo, uma ancoragem perfeita. Por isso, o mar é sempre calmo, graças à barreira que amortece o vento do norte. Há, ainda, a região de Nakhalat, com seu paredões verticais incríveis; pináculos e grutas espetaculares atraem peixes
em grande número, incluindo espécies de grande porte. Tubarões e mantas podem ser avistados num ambiente marinho de cores extraordinárias, parecendo ainda melhor devido à excelente visibilidade de mais de 30 metros e à temperatura média da água em torno dos 28°C. Existem muitos locais para mergulhos profundos ou em drift (em correnteza), que fazem do Sudão um país mais apropriado para mergulhadores experientes.
Umbria Wreck No Recife Wingate, descansa adernado a 60º a bombordo um dos melhores naufrágios preservados no Mar Vermelho. O Umbria Wreck, navio italiano afundado em 10 de junho de 1940, possui 155 metros de comprimento, está perfeitamente preservado e dentro de seus porões existem
Fotos Noeli Ribeiro
Ruínas da cidade Old Suakin, totalmente destruída pelas guerras civis e invasões de beduínos
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Para o deleite de mergulhadores, são 1.500 espécies de peixes, tartarugas e tubarões
grandes quantidades de material bélico e alguns caminhões Fiat 1100. O naufrágio Umbria tem uma carga valiosa de 360 mil bombas, com peso avaliado em 5.510 toneladas, o que torna a exploração deste naufrágio uma grande aventura. Com muita passagem de luz e boa visibilidade, explorar a maior parte do navio é considerado nível fácil de exploração. O casco está completamente intacto, muito incrustado de vida marinha e pode ser explorado internamente e externamente em todo o seu comprimento. Sua profundidade máxima é de 38 metros.
Sudanês vendedor de frutas em feira próxima à cidade Old Suakin
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Dicas Idiomas: árabe e inglês Capital: Cartum Moeda: libra sudanesa antiga Como chegar: voo Emirates São Paulo - Dubai - voo direto de Dubai para Port Sudan, com Fly Dubai, nas segundas-feiras - Sudan Airways, no sábado. Lugar para visitar: a 40km de Port Sudan existem as ruínas da cidade Old Suakin, totalmente destruída pelas guerras civis e invasões de beduínos. Clima: o clima do Sudão é quente e seco. A estação de chuva na costa do Mar Vermelho é de outubro a dezembro. Os verões são muito quentes, ao passo que os invernos são frescos. A temperatura máxima pode exceder os 40°C todo o ano, mas aumenta de abril a julho. A melhor época para visitar o Sudão é de setembro a abril. As regiões secas são atormentadas por tempestades de areia, as quais podem até bloquear o sol. A temperatura média da água é em torno de 27ºC a 28ºC, descendo no inverno até 24ºC; o verão atinge a máxima de 28ºC. Visto: para entrar no Sudão, é preciso ter um passaporte válido, no mínimo, por seis meses. Visitantes de todas as nações devem adquirir um visto para entrar. As autoridades do Sudão recusam entrada e trânsito a quem tiver visto para Israel. Os vistos para o Sudão podem ser caros e difíceis de adquirir para algumas nacionalidades. Cuidados: o Sudão é uma região infectada pela malária; tome cuidados redobrados na época de chuvas, com repelente para mosquitos e redes de proteção na cama. Evite banhar-se ou passar por cursos de água parada, devido ao risco de esquistossomose (ou bilharzíase). Consulte sempre o seu médico antes de viajar. 46
Mergulhador explora o Umbria Wreck, navio italiano afundado em 10 de junho de 1940, cuja carga é de 360 mil bombas
Durante a II Guerra Mundial, o Mar Vermelho foi uma importante rota de ligação da Europa com as colônias britânicas, assim como a Índia. Um dia apos a Itália declarar guerra à Grã-Bretanha, o navio foi afundado pela própria marinha italiana. Ele navegava em direção à colônia italiana Eritreia, mas atravessou o Canal de Suez e começou a ser seguido por navios da Royal Navy. Em 9 de julho, o capitão Lorenzo Muiesan foi informado pelo rádio da iminente entrada em guerra; no dia seguinte decidiu afundar o navio, a fim de evitar
que os britânicos pudessem se apossar da carga valiosa. Nas águas cristalinas do Sudão, é possível encontrar mais de 400 variedades de corais e mais de 1.500 espécies de peixes, tartarugas e tubarões. Cardumes de peixes são encontrados em número abundante: barracudas, arraias, moreias e enormes peixes são vistos regularmente. Para os entusiastas de tubarões, o Sudão também é considerado como um dos melhores lugares do mundo para encontrar cardumes de tubarões-martelo.
O Mar Vermelho reserva belas imagens num ambiente marinho de cores extraordinárias e excelente visibilidade de mais de 30 metros
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gastronomia
Bolos da vovó Eles voltaram à moda e, quando o tempo esfria, os bolos fofinhos recém-saídos do forno são ainda mais gostosos
Produção e fotos Fernanda Lopes
Por Fernanda Lopes
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Nada de pasta americana, confeitos ou enfeites. Os bolos que estão na moda são aqueles tirados do caderno de receita da vovó. Nos sabores laranja, fubá, cenoura, eles têm a massa fofa e deixam de lado recheios e coberturas elaborados. São perfeitos para acompanhar um cafezinho coado na hora. Parece que, depois da overdose dos superbolos ao estilo CakeBoss, deu saudade do simples e bem-feito. E percebendo esse nicho de mercado, surgiram lojas especializadas nessas delícias à moda antiga. Diferentemente de como ocorre na maioria das confeitarias, esses doces são vendidos inteiros, para levar para casa. E tem cliente que nem quer esperar o bolo esfriar. Mas é possível fazê-los em casa, bem fofinhos e perfumados. São dicas simples que vão fazer seus bolos ficarem irresistíveis. Primeiro passo do sucesso é seguir receitas. E, se você não é mestre confeiteiro, deve sim seguir as receitas de bolos à risca. Evitar mudar quantidades e ingredientes.
Antes de começar a receita, separe tudo. Nada pior do que perceber, no andamento do preparo, que falta algo. Não dá para substituir ou deixar de colocar. Alguém já testou aquela receita e sabe que dá certo daquele modo. Se mudar, pode dar tudo errado. E bolos podem solar em um piscar de olhos. Mas, seguindo as receitas já testadas e as dicas que damos nessas páginas, você certamente terá sucesso. Batedeiras facilitam nossa vida na hora de preparar massas de bolos, que devem ser bem batidas. Se você bate a manteiga com o açúcar até ficar bem clarinha e depois os ovos, um a um, já é meio caminho andado para um bolo fofo e saboroso. Se a receita pedir claras em neve, a batedeira novamente é uma mão na roda. Há ainda os bolos de liquidificador. Aqui dou uma receita bem fácil de sabor chocolate. Infalível e fácil. Experimente. Já o bolo de fubá é bem da vovó e, com sementes de erva-doce, fica ainda mais caseiro. Perfeito para o chá.
Receita Bolo de fubá com goiabada Ingredientes 4 ovos; 2 xícaras (chá) de açúcar; 2 xícaras (chá) de farinha de trigo; 1 xícara (chá) de fubá; 3 colheres (sopa) de margarina; 1 xícara (chá) de leite; 4 colheres (chá) de fermento, 1 colher (sopa) de semente de erva-doce e 100g de goiabada picada em cubinhos e passadas pela farinha de trigo misturada a um pouco de fermento (isso evita que afundem).
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Cobertura: 100g de goiabada e 1/2 xícara de água. Preparo Bata as claras em neve e reserve. Em seguida, bata na batedeira as gemas, depois acrescente o açúcar e a margarina. Bata muito bem - este é o segredo. Acrescente o leite, alternando com a farinha e o fubá peneirados. Por último, coloque o fermento. Desligue a batedeira. Depois, misture delicadamente as claras em neve. Se quiser, coloque
sementes de erva-doce. Ponha em forma de furo no meio de 22cm de diâmetro. Passe a goiabada cortada em cubinhos em uma mistura de farinha de trigo com fermento e coloque sobre a massa. Asse em forno pré-aquecido a 200°C por, aproximadamente, 30 minutos ou até que, ao enfiar um palito, este saia limpo. Tire do forno, espere amornar e desenforme em um prato. Coloque a cobertura sobre o bolo. Para fazê-la, leve a goiabada picada e misturada com água ao fogo baixo até derreter.
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gastronomia
Dicas • Temperatura ambiente: todos os ingredientes precisam ficar um tempo fora da geladeira. Ovos e manteiga (ou qualquer outra gordura que for usar) precisam estar em temperatura ambiente. Mas, claro, respeite se a receita pedir especificar a temperatura de algum ingrediente como aquecer água, por exemplo. • Farinha de trigo: procure usar sempre a mesma marca. Às vezes, a textura muda de uma fábrica para outra, então o melhor é usar sempre a mesma.
• Peneira: tenha sempre uma. Peneirar os ingredientes secos dá leveza à massa. • Fermento: vale a mesma dica da farinha. E sempre se certifique de que está na validade. • Batedeira: não é obrigatória, mas, nas massas que usam como princípio o açúcar dissolvido na manteiga, o resultado fica melhor. • Clara em neve: não dá para usar em todas as receitas, mas isso deixa a massa aerada. Em vez de adicionar os ovos inteiros à mistura, coloque só as gemas. No final,
Receitas Produção e fotos Fernanda Lopes
Bolo perfumado de laranja Ingredientes massa 3 xícaras (chá) de farinha de trigo; 2 colheres (chá) de fermento em pó; 1/2 colher (chá) de sal; 200g de manteiga em temperatura ambiente; 2 xícaras (chá) de açúcar; 4 ovos; 1 xícara (chá) de suco de laranja; raspas de casca de uma laranja; manteiga e farinha de trigo para untar e polvilhar. Ingredientes glacê 1/3 xícara (chá) de suco de laranja peneirado e 1 xícara (chá) de açúcar. Preparo Passe pela peneira a farinha, o fermento e o sal. Reserve. Na batedeira, bata a manteiga com o açúcar até que fique cremoso e amarelo claro. Junte os ovos, um a um, batendo bem entre cada adição. Diminua a velocidade e adicione os ingredientes secos peneirados aos poucos, alternando com o suco. A cada adição, bata apenas para misturar. Desligue a batedeira, adicione as raspas de laranja, misture com uma espátula e transfira para a fôrma. Leve ao forno pré-aquecido e deixe assar por aproximadamente 45 minutos. Espete um palito no bolo para verificar o ponto. Se o palitinho sair sujo de massa, deixe assar mais um pouco. Depois de assado, retire o bolo do forno e deixe esfriar por mais 5 minutos. Em prato grande, desenforme o bolo e espalhe o glacê com uma colher. Se quiser, decore com fatias bem finas de limão e sirva a seguir. Para o glacê, misture o açúcar com o suco até ficar uma pasta branca.
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e solar o bolo. • Palitinho: o truque do palitinho é o melhor para testar se o bolo está assado. Espete no centro e nas laterais. Se sair limpo, está assado. E, atenção, quando ele começa a espalhar pela casa aquele cheirinho bom de bolo assado, deve-se ficar atento. Sinal de que pode estar pronto. Bolo assado demais, resseca. • Desenformar: espere amornar, passe uma faquinha delicadamente nas laterais. Coloque um prato grande sobre a forma e vire-a. Pronto, o bolo, se estiver bem assado e a forma tiver sido bem untada, sairá facilmente.
Produção e fotos Fernanda Lopes
bata as claras em neve e incorpore com delicadeza à massa pronta para ir à forma. • Untada: unte a forma com margarina e polvilhe farinha. Se o bolo for de chocolate, substitua a farinha por chocolate na hora de polvilhar. Assim, o bolo não fica com aquelas manchinhas brancas ao desenformar. Se quiser, pode colocar papel-manteiga e untá-lo. O bolo solta mais fácil. • Forno: pré-aqueça o forno por 10 minutos em temperatura média, geralmente a indicada para bolos. • Paciência: não abra o forno antes de 20 minutos depois de ter colocado o bolo; isso pode embatumar sua massa
Bolo de chocolate de liquidificador Ingredientes massa 2 xícaras de chocolate em pó; 2 xícaras de farinha de trigo; 2 xícaras de açúcar; 2 ovos; 1 xícara de óleo de milho; 1 xícara de água quente e 1 colher (sopa) de fermento em pó. Cobertura 8 colheres (sopa) de chocolate em pó; 8 colheres (sopa) de açúcar; 1 colher (sopa)
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de manteiga e 2 colheres (sopa) de leite. Preparo Coloque todos os ingredientes da massa no liquidificador. Tampe e bata por alguns minutos até estar bem homogêneo. Unte com margarina e chocolate em pó uma assadeira redonda (cerca de 25 cm de diâmetro) e pré-aqueça o forno a 200°C. Asse por 30 a 40 minutos ou até
que, ao enfiar um palito no centro da massa, este saia limpo - mas não abra o forno nos primeiros 20 minutos. Depois de assado, retire, deixe amornar e desenforme em um prato. Cobertura: misture tudo em uma panela e leve ao fogo por 30 segundos. Coloque sobre o bolo ainda morno. Quando esfria, fica aquela casquinha dura.
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moda
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Acervo
Fotos KFPress
STREETSTYLE
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Cheias de
balanço
As franjas retornam repaginadas e mais modernas, para acompanhar o design das roupas, calçados e acessórios
As franjas vão bem com tudo: t-shirt, camisa, regatas, blusinhas mais elaboradas, salto, sapatilha, bota... E ainda montam looks desde o mais romântico até o mais descontraído
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moda Por Karlos Ferrera Antes de mais nada, precisamos esquecer aquela ideia de que franja é coisa de cowboy. A moda é cíclica e, vira e mexe, traz de volta um modismo de “algum lugar do passado”. Agora é a vez das franjas. As duas maiores influências são os anos 1920, quando as franjas emprestaram balanço e glamour aos vestidos e saias, e os anos 1970, nos quais apareceram bem despojadas para compor o visual hippie. Tanto em versões elegantes, a exemplo dos antigos vestidos de noite, como no estilo étnico, que misturam referências hippies, ciganas (boho) e latinas, as franjas estão com tudo nessa estação. A ideia, no entanto, é usar a referência do passado, para criar um visual contemporâneo e
que, claro, tenha a ver com você. Agora, se você é mais madura e gostou da tendência, mas prefere menos ousadia, então opte por acessórios com franjas. Os brincos com franjas, por exemplo, dão um ar very cool e sensual à produção. Em diversos materiais, as franjas podem ser combinadas com jeans, renda, couro, tricô e, até mesmo, com peças sofisticadas como os blazers.
Dicas para não errar Nada de usar bota de franjas com um vestido colorido e cheio de detalhes. É preciso ter equilíbrio, principalmente, se a mulher não sustenta esta ousadia de combinação.
Fotos KFPress
Acessório da vez: Tassel
Tendência forte da temporada, o tassel popularizou-se e, além dos brincos e colares, invadiu outros acessórios como sapatos, bolsas, carteiras, e até mesmo peças de roupas
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use para dar charme extra a looks mais básicos, como camisetas e calças jeans. À prova de erro! À noite, as franjas podem ser o ponto alto. Aplicações no decote ou nas saias emprestam charme e sofisticação. Por serem verticais, as franjas criam um efeito alongador. Para otimizar ao máximo esse truque, prefira modelagens que não criem volume. Atenção: uma peça com franja de cada vez está de bom tamanho! Escolha entre uma roupa ou um acessório. Os acessórios são o caminho mais fácil de se aderir à tendência: basta um brinco, uma bolsa ou bota franjada, para dar mais estilo. Não precisa ter “pegada étnica”, ou seja, ser hippie chic ou boho: visuais urbanos ganham modernidade com as misturas. Ou seja, um toque de franja é mais que bem-vindo!
Fotos KFPress
A peça mais fácil de combinar é a bolsa de franjas, que atualiza um visual que antes parecia comum, e ainda confere um estilo boho. Brinque e mescle a tendência, ora com peças leves, confeccionadas em cetim, seda ou crepe, ora com jeans estonados e rasgados. Estampas de animal e itens roqueiros, como camisa xadrez e tênis, também são ótimas escolhas para compor um visual moderno. Nos looks despojados, a influência étnica é forte e você pode misturar mais que um elemento que remeta a esse estilo. Botas, bijuterias de prata e chapéus reforçam a tendência boho do look, termo que se refere aos ciganos, que inspiram a moda atual. Cuidado para o visual não ficar caricaturado. Na dúvida, escolha uma peça de franja que seja usada como sobreposição, como um colete ou maxicardigã, e
Dolce & Gabbana
Aposte no colete
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De material impermeável e com detalhes marcantes, como forros coloridos, os coletes são ideais para os dias de clima instável. Use-os por cima de camisetas, camisas, suéteres, moletons ou até por cima de uma jaqueta jeans. A produção é simples e pode ser usada tranquilamente em passeios de fim de semana, ainda mais se este for ao ar livre.
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decoração Fotos Marco Antônio
Desejo realizado Depois de oito anos de espera, o casal paulista comemora a conquista da casa dos sonhos, no exclusivo condomínio Nautilus, na praia da Baleia, em São Sebastião Por Maria Helena Pugliesi
Desde que foi inaugurado, na praia da Baleia, em 1997, o condomínio Nautilus tem sido um exemplo de respeito ao meio ambiente. De costas para a Mata Atlântica e de frente para o mar, suas 25 casas, todas de arquitetura semelhante, assinada pelo arquiteto Silvio Kozuchowicz, concentram-se na parte central dos quase 30 mil metros quadrados do terreno, preservando, aos fundos, uma grande faixa de vegetação natural intacta. Como se já não
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bastasse esse cenário verdejante, o empreendimento possui um agradável projeto paisagístico, obra de Jamil J. Kfouri. Jardins tropicais permeiam as alamedas internas e envolvem todas as residências, que, sem muros, usufruem da bela paisagem. Até oito anos atrás, os donos desta casa nunca tinham ouvido falar do Nautilus. A proprietária lembra: “Possuíamos um apartamento no Guarujá e não dávamos muita importância para outras praias”.
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Um dia, o casal foi convidado por amigos para conhecer sua casa na Baleia. “Quando entramos no condomínio, eu adorei. Aqueles jardins maravilhosos avançando para dentro das casas, piscinas coletivas praticamente na areia e a atmosfera muito parecida com os bairros luxuosos de Miami nos deram uma nova perspectiva de lazer”. Sem nenhum imóvel à venda, a família conseguiu alugar um, e assim permaneceu até finalmente surgir um bom negócio. A habitação adquirida, de 450 metros quadrados, era atraente, mas poderia ficar ainda melhor. Por isso, o casal procurou a mesma arquiteta que tinha decorado a casa dos amigos que lhes apresentaram o Nautilus. “Percebemos que a Paula Magnani é uma profissional que sabe traduzir com precisão os desejos dos clientes. Apesar de eu ter formação em designer de interiores, preferimos dar passe livre para ela trabalhar à vontade. Durante a obra, fomos apenas
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Com ambientes totalmente envidraçados, a casa tem o visual exuberante do jardim do condomínio sempre presente
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decoração
Móveis, paredes e pisos claros oferecem frescor e bem-estar à suíte do casal
Móveis: Franccino, Dpot e Artefacto Tapete: By Kamy - Iluminação: Lumini e Érea - Tecidos: Regatta - Objetos: L’Oeil.
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duas vezes ver o andamento. Quando tudo ficou pronto, nos surpreendemos: estava muito melhor do que havíamos imaginado. E mais, rigorosamente dentro do prazo de entrega estipulado”, recorda a proprietária. A arquiteta Paula Magnani conta que a família foi bem sucinta nos pedidos. “Mas entendi que eles gostam de ficar ao ar livre e curtir a vida com privacidade. Comecei, então, melhorando a área de lazer da propriedade”. Paula aumentou o acanhado espaço da churrasqueira, transformou as dependência de empregados numa sala de apoio a esta nova ala e construiu uma piscina com hidromassagem. “Foi uma grande sacada da Paula. Ao ampliar a laje de cobertura da churrasqueira, ela não só nos deu um lugar delicioso para fazer nossas refeições, como também criou varandas para as suítes no andar superior. O resultado foi tão bom, que muitos vizinhos resolveram fazer igual”, festeja a dona da casa. Nos ambientes internos, a arquiteta precisou se dedicar apenas à decoração. “A arquitetura moderna e os revestimentos de ótima qualidade não sofreram com a ação do tempo, mesmo após dezoito anos de construção”, lembra a profissional. Atenta ao estilo prático e sofisticado de sua cliente, ela optou por móveis de design apurado, feitos de materiais resistentes. Assim, todos os tecidos são impermeáveis e as madeiras, de demolição. “Como uma autêntica virginiana, gosto de tudo em ordem, mas detesto me preocupar com manutenção. Quando a Paula me mostrou as fotos das peças sugeridas, eu aprovei na hora. Todas eram perfeitas, fáceis de limpar e confortáveis, exatamente como tem que ser numa casa à beira-mar”, argumenta a moradora. O branco é a cor dominante, reforçando a generosa luz natural dos ambientes. Por sinal, este é outro aspecto sedutor das casas do Nautilus. Envidraçadas, elas são claras, arejadas e têm a vista do jardim sempre presente. Não é por acaso que aqui cortinas são proibidas. “Valeu a pena esperar tantos anos por esta morada. Ela é linda, acolhedora e está num dos lugares mais charmosos e seguros que conheço”, comemora a proprietária.
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“Celebridades em Foco” // Edison Prata
E aconteceu em maio...
Quem lançou seu livro de culinária internacional foi o presidente da Fenactur e do Clube Feijão Amigo, Michel Tuma Ness, o famoso Michelão
E na loja de conveniência do Auto Posto Bom Amigo, a satisfação é total. Parabéns aos irmãos e empresários Cristina e Carlos Bento, e sua mãe Maria Bento por proporcionar a Vicente de Carvalho mais um excelente lugar
Muito bom estar com grandes amigos: o advogado Arthur Albino dos Reis e sua eleita Nalva, Milian Sant’Ana e este colunista
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Este colunista registrou bons momentos sempre ao lado da primeira-dama Fátima Ness, de Vera Lucia de Carvalho e Luciana Domingues
O consultor de imóveis Manoel Gomes de Almeida Neto, especialmente em São Paulo, para prestigiar o amigo Tuma
Felicidades ao jovem casal Natália da Rocha Pereira e Bruno Vinicius de Oliveira que recentemente trocaram alianças em Guarujá
O self da jovem empresária Kelly Saad, no registro de um momento único
Ao lado da mulher Jane, o empresário Marcos Cesar dos Santos curte um bom momento
Um bom papo entre os empresários Celso Lara e Eduardo Magela, na Cucina Di Polethho
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“Destaques” // Luci Cardia José Avelino e sua amada Nawal prepararam uma recepção de gala na torre do Terraço Itália, a vista mais linda de São Paulo, para celebrar seus 60 anos
José Avelino e Nawal, com as “meninas” da festa
Milton e Roseli Casari sempre prestigiam os amigos
José Avelino foi homenageado pelas mulheres da festa, lideradas pela sua amada Nawal Avelino
Luci e Dr José Cardia, Ribas e Dinalva Zaidan
O clã dos Haddad: Denis, Clair, Roberto, Roberta, Ricardo Fogliano, Carina e Sidney
Angelo Mancini, Angelo Mancini Jr. e Daniele Dias Mancini
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Leo e Martinho Marques
Eles são lindos: Luciane e Pascoal Biondo
Denis Avelino liderou o canto do Parabéns a Você! Com amigos
Uma festa linda, repleta de belos casais felizes
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Momento inesquecível! A família reunida para o Parabéns a Você. José Avelino, a mulher Nawal e os filhos
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Flashes Show do sertanejo Daniel animou Bertioga nas comemorações dos 24 anos da cidade
O secretário de Turismo Esporte e Cultura Pacífico Júnior, o prefeito Mauro Orlandini e o cantor Daniel
Ribas Zaidan, Daniel e Antonio Carvalho
Mauro Orlandini e Daniel
Ivanete Lucatti e Daniel
No desfile cívico-militar...
Maria Cecília e Mauro Orlandini e os vereadores Edvaldo Alecrim Silva, Antonio Rodrigues e Luís Henrique Capellini
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Mauro Orlandini
Ribas Zaidan e o deputado estadual Caio França
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4ª edição do Ficon - Fórum da Indústria da Construção de Santos e Região
Edison Monteiro, diretor da Unip de Santos, Mauro Orlandini e o coronel Ricardo Ferreira (CPI 6)
Marcio França e Ribas Zaidan
Marcio França, secretário de Turismo do estado, Maria Antonieta, prefeita de Guarujá, e Mauro Orlandini
Alberto Mourão, prefeito de Praia Grande, Mauro Orlandini e o diretor-presidente do jornal A Tribuna de Santos, Marcos Clemente Santini
Festa de 1 ano do Empório das Gerais na Riviera de São Lourenço Mauro Orlandini, o casal Lara e Gustavo Galo e Paulo Velzi
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Flashes Momentos especiais registrados no aniversรกrio do querido amigo Roberto Haddad, na Riviera de Sรฃo Lourenรงo
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“Alto Astral” // Durval Capp Filho Aniversários, lançamentos e comemorações foram a tônica do mês de abril
O ilustre advogado e escritor José Alexandre Batista Magina lançou seu primeiro livro: Conversando Sobre a Vida, na Livraria Realejo
As filhas Fernanda e Vitória Magina que, segundo o autor, são a razão deste livro
Rosemary Fagundes Gênio Magina, segundo Alexandre, a companheira que construiu e constrói uma vida nova de forma original
A empresária da moda Maria José Silva Castilho (Zezé) comemorou seu aniversário em abril, e o Dia das Mães, no Espaço da Moda
Sueli Villarnobo comemorou 60 anos em Alto Astral, recebendo, no Capitães Gastronomia, com festa-surpresa proporcionada por seu marido Juan Villarnobo
Marinilza Monteiro Alves e seu marido, o vice-prefeito Eustázio Pereira Alves, durante a apresentação do espetáculo Malandragem, no Teatro Coliseu
O casal de empresários da Floricultura Gardênia: Felipe e Alessandra Vilarinho durante apresentação do Balé da Cidade de Santos, no Teatro Coliseu
O casal presidente do Clube dos Ingleses/ Caiçara Clube: Maristela e José Luiz Moreira de Macedo, na belíssima Festa Tropical Bye Bye Verão
O diretor social Eduardo Conde Bandeira e sua mulher Celinha: corpo e alma na organização da grande festa no Clube dos Ingleses/Caiçara
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Urbanismo
Felicidade
Comunidade
TRABALHAMOS PARA CRIAR COMUNIDADES ONDE AS PESSOAS TÊM ORGULHO DE VIVER
Equilíbrio
Trabalho
Sustentabilidade
Desenvolvimento
Segurança Família
Responsabilidade Social
Educação
Experiência
Pessoas
bem-estar
Legado
Planejamento
Investimento Transparência
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