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Sumรกrio 4 Biografia de Mike Perry
10 Livros Importantes
12 Hand Job: A Catalog of Hand-Drawn Type
18 Over & Over: A Catalog of Hand-Drawn Patterns
24 Pulled: A Catalog of Screen Printing
30 Unlimited Editions: 20 Instant Iron-Ons
36 Inkgoodness: Entrevista com o artista
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Webgrafia
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e d a i f a r Biog e perry mik
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Mike Perry nasceu em Missouri, Kansas City e a sua vida criativa começou aos 13 anos quando o seu avô, um pintor na altura, ofereceu-lhe uma caixa cheia de diferentes tintas. Perry foi para Minneapolis College of Art and Design tirar a licenciatura de Design Gráfico, e o seu primeiro trabalho como designer durou 3 anos, na Urban Outfitters em Filadélfia(1). Perry trabalha noite e dia, criando novos tipos de letra e diversos gráficos que, inevitavelmente, acabam por se envolver nos seus trabalhos do dia-a-dia. Incessantemente, com a mistura de cores, sobreposição de serigrafias e construção de esculturas, exerce a sua fé no poder de transformar e fazer algo extraordinário. Os frutos do seu trabalho não passam por despercebidos, as suas obras aparecem em quase todos os lugares(2).
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Perry construiu o seu estúdio de design em Brooklyn em 2006. Ele produz ilustrações, colagens, pinturas, murais e esculturas, mas o seu trabalho também aparece
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em cartazes, revistas, telas, mochilas, vestuário, calçado e até mesmo skates(3). Tem clientes editoriais e comerciais interessados no seu design, como Apple,
The New York Times, Dwell, Target, Urban Outfitters, eMusic, Aldo e Nike. Perry tem ensinado na Minneapolis College of Art and Design (MCAD) em Minneapolis,
na Maryland Institute College of Art (MICA) em Baltimore, na University of the Arts na FiladĂŠlfia, PA, e na Parsons em Nova Iorque(4).
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s o r v Li ntes a t r o Imp
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Para além de ter escrito quatro livros sobre design e a revista, cujo nome é Untitled, autopublicada por si mesmo, Perry recebeu vários prémios e elogios ao longo da sua carreira artística até agora. Em 2004, foi escolhido como um dos Steps da revista “30 under 30”; em 2007, foi nomeado como o “Groundbreaking Illustrator” pela Computer Arts Projects; e, em 2008, recebeu o prémio de “New Visual Artist” da Print Magazine e o “Young Guns” da ADC (Art Directors Club)(4).
Editores Hand Job - Princeton Architectual Press, 2006; Over & Over - Princeton Architectual Press, 2008; Pulled - Princeton Architectual Press, 2011; Unlimited Editions Chronicle Books, 2012.
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: b o J d n a H log of a t a C A rawn Type D d n Ha
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Hand Job coleciona trabalhos inovadores de cinquenta tipógrafos mais talentosos de hoje em dia que desenham à mão. O designer gráfico e tipógrafo Mike Perry, seleciona trabalho que representa o espectro completo dos métodos e estilos do design. Cada obra desenhada à mão é inteiramente modulada por um processo exclusivo do artista, cada um com uma composição cuidadosamente executada, reforçada por “acidentes” não planeados de construção, cor e linhas. Este livro inclui ainda fotografias de tipos de letras descobertas pelos autores, estúdios de artistas, e as ferramentas que ajudam a dar vida à tipografia(5).
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: r e v O & Overtalog of ns A Ca wn Patter a r D Hand
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Tal como o seu primeiro livro, Over & Over recolhe trabalhos de cinquenta talentosos designers que desenham padrões manualmente, tais como: Noah Butkus, Dan Funderburgh, Jeremyville, Luke Ramsey, Yuko Shimizu, Holly Stevenson, Ben Weeks e Yokoland(6). Embora o computador seja, por vezes, envolvido no processo, o elemento do desenho à mão nestas amostras exibem um padrão de personalidade indelével em cada composição. Com mais de 250 padrões vibrantes e distintos, Over & Over é, de certeza, uma rica inspiração para os designers(7).
O catálogo explora um variado conjunto de padrões; alguns usam o preto e o branco, enquanto outros são criados com uma quantidade hipnótica de cor. Apesar de, no geral, o mais emocionante sobre o catálogo são os pequenos erros feitos à mão, que podem ser vistos se forem observados com cuidado. Na maioria das vezes, estes erros são causados por deslizamento da mão do designer enquanto trabalhava sobre um padrão monótono e complexo. Over & Over é um novo olhar do design de hoje em dia; uma visão de algo diferente, longe dos estilos de graffiti, vetor, arte de rua(6).
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: d e l Pul og of l a t a A C n Printing e e r c S
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Popular na década de 1960 por artistas pop como Andy Warhol, serigrafia continua a ser um favorito entre os artistas devido à sua versatilidade, duplicabilidade e custo relativamente baixo. No livro, o autor recolhe trabalhos de mais de quarenta designers, como Aesthetic Apparatus, Deanne Cheuk, Steven Harrington, Maya Hayuk, Cody Hudson, Jeremyville, Andy Mueller, Rinzen, e Andy Smith,
que estão, na sua própria maneira, a empurrar as fronteiras deste meio de comunicação dinâmico(8). Não é um tipo de livro que ensina as técnicas de serigrafia mas caracteriza-se como um exemplo de inspiração para todos os artistas, ilustradores e amantes da cor interessados. A maioria dos trabalhos são bastantes ousados e gráficos com cores simples(9).
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Com as ilustrações mais populares de Mike Perry, estas folhas estão prontas a serem transferidas para uma peça de vestuário ou qualquer outro objeto que contenha tecido(10). Cada página tem várias imagens, podendo cortá-las em pedaços e reorganiza-las ou simplesmente usá-las como estão definidas no livro. O método de transferência da imagem para o tecido é executado com o utensílio designado ferro. Posicionar os desenhos que escolhemos na
t-shirt, por exemplo, e colocar o ferro em cima durante 3 a 5 minutos sem interromper o processo. Este método tem os seus prós e contras: a suavidade do tecido continua após a transferência, reorganização dos desenhos, cores vibrantes e atrativas, mas, é imprevisível em diferentes tecidos, difícil manter as folhas ou os recortes ao deslocar o ferro e pode demorar mais que 3 ou 5 minutos(11).
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: s s e n d o o Inkg vista com e r t n E artista o
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“I am having an epic love affair with drawing right now.” Olá Mike, está a gostar da vida nos dias de hoje? Muito. O trabalho é bom, a vida é boa. Eu estou a ser muito produtivo e ainda consigo relaxar. Entendemos que esteja incrivelmente prolífico na sua abordagem em fazer trabalho - produzindo centenas de desenhos numa semana. Quantos projetos tem a fazer neste momento? Será que pode descrever um típico dia – a que horas normalmente se levanta e quanto tempo os seus dias duram? Eu gostaria de fazer muitas coisas. Estou sempre a trabalhar em, mais ou menos, 10 ideias. Alguns demoram muito a ser executados; outros são rápidos, podendo riscá-los da lista de tarefas. Ao longo dos anos, tornei-me melhor em deixar as coisas incubar no estúdio, mesmo que eu ache que elas são feitas de algo em que se pode sentar e observar durante meses antes de compartilhá-las com o público. Um típico dia para mim é acordar cedo e sair pela porta.
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São uns 10 minutos a pé para o meu estúdio. Eu faço uma chávena de café e vou a caminho. Olho para a manhã como se fosse o meu tempo, (a menos que esteja a trabalhar com um cliente europeu ou japonês) não dou atenção ao meu mail e apenas trabalho. Experimento novos materiais, pinto, pinto e pinto variadíssimas vezes. Eu desenho layouts em cima de outros layouts, só para ver o que pode acontecer. Com o passar dos anos, comecei a olhar para o meu estúdio como um “laboratório da ciência” onde tudo é possível. Por isso, deixo as ideias governar e não sinto medo de novos desafios. Por volta das 10h da manhã, começo a trabalhar. Trabalho com vários clientes e datas-limite em que é preciso haver muita comunicação. Por volta das 14h30, vou a pé para casa e levo o meu cachorro Bass. Caminhamos uma grande rua de volta para o estúdio onde tento terminar o meu dia por volta das 18:30. Em seguida, vou para casa e eu e a minha esposa fazemos um jantar saudável e estou na cama às 21:00. Tem trabalhado em tantas áreas diferentes de design, incluindo design de livros, de personagens, serigrafia, ilustração e animação.
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Tem algum favorito? Qual a área que agarra mais a sua atenção nos dias de hoje? Só comecei a sentir que sabia desenhar há pouco tempo. Eu sei que parece uma loucura. Quanto mais demorado e complicado o desenho for, melhor. É por isso que tenho desenhado imenso. E como tudo, quanto mais praticar, melhor a pessoa fica. A animação é o meu caminho. Muitos desenhos, mas, em seguida, são aqueles desenhos que começam a ter movimentos. De repente, eu posso fazer universos que movem e que existem no tempo. Fico tão feliz. Existe alguém que você gostaria de colaborar se tivesse tempo ilimitado e um grande orçamento? Se eu tivesse um grande orçamento e tempo ilimitado, gostaria de trabalhar com todos os meus amigos e colegas criativos para fazer algo louco. É nisso que estou a trabalhar. Quanto à colaboração, a melhor coisa é que não precisa de tempo ilimitado e um grande orçamento para colaborar. Só precisa de se unir a alguém que sente o mesmo sobre o que você faz. Eu faço isto todo o tempo: se conhecer
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alguém e se gostar do que faz e de quem é, tento descobrir como podemos combinar a nossa individualidade para fazer algo novo. Pondo a sua carreira artística de lado, também publicou uma série de livros – nós gostámos particularmente do Pulled e do Hand Job. Por que razão escolheu concentrar-se nestas áreas do design em particular, e como vieram a ser os livros? Tem planos em lançar mais livros no futuro? Todos os meus livros surgiram porque tenho notado que não era o único que estava interessado em algo, mas os meus amigos e colegas também estavam. Então, quando eu publiquei Hand Job foi porque estava a desenhar várias fontes. Quanto mais eu desenhava, mais eu notava que várias pessoas também estavam a desenhá-las. Não havia um livro que caracteriza o trabalho dessas pessoas, então eu percebi que iria apenas tentar e conseguir um acordo para o livro. E aconteceu! O próximo livro iria ser sobre padrões desenhados à mão, com as mesmas circunstâncias... Estava a desenhar vários padrões, até ao momento em que apercebi-me que os padrões desenhados à mão estavam em todo o lado. Tivemos de olho no The Jaunt ao longo dos últimos meses e adorámos o projeto. Qual foi a sua ideia de criar um retiro criativo que chamou mais à atenção? Será que você tem uma escolha sobre o local para a viagem ou foi uma surpresa? Eu conheci Jeroen, o fundador do The Jaunt, uns anos atrás em Amsterdão e tenho mantido em contato com ele ao longo dos anos. Quando ele abordou-me sobre fazer uma viagem, ele já tinha em mente a Bélgica. Estive a fazer muitos trabalhos com Duvel, então, ir para a Bélgica parecia ser uma oportunidade para ver de onde eles tinham vindo. Embora eu não optasse ir para Antuérpia, foi uma agradável surpresa. Eu sempre gostei de ir a lugares que eu nunca antes tinha visitado e, como a viagem se aproximava e eu disse aos meus amigos que estava a ir para a Bélgica, fiquei chocado por saber que poucas pessoas tinham estado lá.
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O que mais gostou sobre a experiência? Quando foi a última vez que esteve na Europa? Era agosto em Nova Iorque. O calor quente da cidade acaba e o outono começa. Foi o tempo perfeito para escapar ao fim do verão de Nova Iorque. Quando eu cheguei aqui, estava tão feliz por poder utilizar calças e uma sweater. Sentei-me na rua numa tarde fria, a beber um café e a desenhar no meu caderno de esboços. Eu fui a Europa algumas vezes este ano. Fui a Dublin para o Offset, em seguida, a Breda para pintar um mural e agora eu vou voltar a Amsterdão para preparar uma exposição que irá realizar-se na próxima sexta-feira. É interessante ler que está a realizar o projeto um pouco diferente dos artistas anteriores do The Jaunt – desenhos criados a partir da serigrafia antes de ir embora e personalizá-los enquanto está ausente. O que inspirou essa ideia/abordagem? Eu não tenho a certeza porque achei que era uma boa ideia. Não recomendaria a ninguém que fosse participar. Fizemos isto porque Jeroen arranjou uma exposição durante a viagem, mas viajar com uma pilha de desenhos e tentar pintá-los e ver a cidade ao mesmo tempo, não dava muito jeito. Então, aonde gosta de ir em Brooklyn quando precisa de arejar? Tem um lugar favorito? O meu lugar favorito para limpar a minha cabeça em Brooklyn é o Prospect Park. Andar por aí com o meu cão, numa manhã em que quase se esquece que você está numa cidade. Há pássaros a cantar, árvores gigantes farfalhando ao vento. É um santuário.
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Descreva a comunidade criativa lá - está a crescer? A minha comunidade criativa é incrível e mudou e cresceu ao longo dos anos. Os meus colegas foram nas suas próprias aventuras criativas e ver até onde eles viajaram é realmente emocionante e inspirador. Sabendo-se que todos eles estão a trabalhar lá fora é muito reconfortante. Todos nós apoiamos uns aos outros e sem esse apoio, nenhum de nós estaria lá. Espaços de estúdio são lugares fascinantes para estar concorda? Se pudesse explorar o estúdio de um artista (vivo ou morto), quem seria e porquê? Eu adoro estúdios. Se eu pudesse escolher qualquer estúdio para visitar, gostaria de ver o que estava a acontecer no estúdio Eames. Ou talvez ver como era o estúdio de Calder, seria incrível.
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E, finalmente, que será o próximo passo para Mike Perry? Qual é o próximo... Tudo o que posso dizer é que tenho feito muito, mas eu estou apenas no início da minha aventura criativa. Ao longo dos últimos 10 anos, tenho crescido e mudado tanto que emocioname a pensar sobre que outras formas de vida e que descobertas criativas farei.
Entrevista(12) realizada a Mike Perry No hotel onde estava hospedado em Amesterdão Escrita por Greg McIndoe www.inkygoodness.com Tradução livre de Beatriz Marques
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webgrafia (1) <http://www.mikeperrystudio.com/about>, consultado em 19 de novembro de 2014;
(2) <http://www.patternpulp.com/artist/mike-perry/>, consultado em 19 de novembro de 2014;
(3) <http://blog.redbubble.com/2013/07/interview-with-mike-perry/>, consultado em 19 de novembro de 2014;
(4) <http://www.cmog.org/glasslab/designers/mike-perry>, consultado em 19 de novembro de 2014;
(5) <http://www.papress.com/html/book.details.page.tpl?isbn=9781568986265>, consultado em 21 de novembro de 2014;
(6) <http://www.dgdesignnetwork.com.au/dgdn/dg-magazine-131/over-over-acatalog-of-hand-drawn-patterns-by-mike-perry/>, consultado em 28 de novembro de 2014;
(7) <http://www.mikeperrystudio.com/detailed/142>, consultado em 28 de novembro de 2014;
(8) <http://www.mikeperrystudio.com/detailed/239>, consultado em 9 de dezembro de 2014;
(9) <http://blog.cardboardcities.co.uk/2014/05/book-review-pulled-catalog-screenprinting-mike-perry.html>, consultado em 9 de dezembro de 2014;
(10) <http://www.chroniclebooks.com/titles/unlimited-editions-20-instant-iron-ons. html>, consultado em 2 de dezembro de 2014;
(11) <http://www.craftcritique.com/2010/04/07/iron-me-on-30-sheets-of-awesomefabric-transfers-by-mike-perry/>, consultado em 2 de dezembro de 2014;
(12) <http://inkygoodness.com/blog/interviews/interview-mike-perry/ >, consultado em 10 de dezembro de 2014.
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Trabalho realizado por: Beatriz Marques — 2014206734 Desenho e Representação Licenciatura em Design e Multimédia Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra