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Tutorial de low-poly art

Conheça as ilustradoras entrevistadas do mês Um pouco sobre

Pop Art

Ilustrações impressionantes feitas com canetas Bic

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sobre o projeto “Estranhos” do Catarse


SUMÁRIO 3 APRESENTAÇÃO 4 TUTORIAL

RETRATO LOW-POLY

11 FAZENDO ARTE COM CANETAS BIC

12 UM POUCO DE HISTÓRIA POP ART

14 ENTREVISTA

JULIANA ROCHA JULIANA FIORESE JULIANA RABELO

22 CATARSE

ESTRANHOS

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2 outubro 2015


Apresentação Draft, uma revista feita para universitários com o intuito de ser o rascunho de muitos, traz conteúdo com variedade e interatividade. Em sua primeira edição traz conteúdo com cor e personalidade.

Design | Edição | Pesquisas por Beatriz Batista

Disciplina Diagramação em Design Gráfico

Professor

Thaís Lopes

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TUTORIAL

RETRATO LOW-POLY Tradução: Beatriz Batista Autor: Breno Bittencourt

Breno Bitencourt é um designer brasileiro que reside em Bauru e trabalha com clientes globalmente. Primeiramente ele trabalha como designer de logo, mas gosta de experimentar em seu trabalho pessoal: ilustrações low-poly, obras em 3D, glitch art e mais. Neste tutorial, Breno mostra o passo a passo de como criar um retrato low-poly no Illustrator e Photoshop. O segredo para criar trabalhos neste estilo é trabalhar fotos com boa qualidade como referência- usando ele mesmo como modelo, Breno revela como capturar a imagem. Ele também revela que primeiramente usa o Photoshop, para então criar uma versão de vetor no Illustrator. Ele diz que você não precisa ser um expert em nenhum dos dois softwares para seguir este tutorial, contanto que você tenha um bom olho - e bastante paciência. TEMPO UTILIZADO: 4 HORAS SOFTWARES NECESSÁRIOS: QUALQUER VERSÃO RECENTE DO ADOBE ILLUSTRATOR E PHOTOSHOP.

PASSO 1

Primeiro você precisará de uma boa foto como referência

DICAS IMPORTANTES Use a perspectiva para mostrar profundidade, ter uma variação de luz e sombra, e tente garantir que o modelo terá alguns acessórios para contrastar com a suavidade da pele e roupa (como óculos, joias ou um colarinho).

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A partir dessas fotos você terá que escolher os melhores fragmentos para combinar em uma única imagem que será sua referência principal. Como se pode ver na imagem acima, foi escolhido o rosto de um, óculos de outro, e outros detalhes de outras fotos.

Seja exigente nesta fase, vale a pena. Para cada parte, faça um corte em volta das partes desejadas. Em seguida, abra um novo documento no Photoshop com um fundo preto, e coloque cada um dos elementos em camadas separadas.

PASSO 2

Você precisará combiná-las para criar uma referência perfeita

Apague as partes desnecessárias e faça uma colagem com as partes selecionadas - usando Máscaras e Modos de Mesclagem para juntá-los. Você não precisa ficar preso à foto real, algumas coisas poderão ser alteradas, como nesta, foi alterado as pernas do óculos e o cabelo do modelo.

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PASSO 3

Agora você tem a imagem integrada

Ajuste o contraste, balanço de cor e levels para criar uma imagem mais dinâmica.

PASSO 4

Neste caso, as cores ficaram mais quentes do que na foto original, foi adicionado uma camada sólida roxa com um Modo de mesclagem de tela (Screen blending mode).

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PASSO 5

Chegamos à parte mais demorada do processo: a malha de triângulos

Não há segredos, você precisar fazer isso à mão. Por quê? Porque seu cérebro é melhor que qualquer processo automático em determinados contornos do rosto. Mas aqui vão algumas dicas: Peças pequenas requerem pequenos triângulos. Nunca faça quadriláteros. Atenha-se aos triângulos. É mais fácil se a pessoa em questão tiver o nariz reto, como o da foto. Narizes arrendondados são mais complicados.

Crie sua malha usando um brush pequeno em uma camada vazia acima da imagem. Use uma cor clara que contraste com o retrato.

PASSO 6

Corrija qualquer erro triangular Oculte a imagem de referência, concentrese apenas na malha. Procure por qualquer triângulo que você esqueceu de criar. Uma vez que você o aperfeiçoou, mude a cor para branco, para contrastar com o fundo preto, salve a imagem em JPG.

AGORA VÁ PARA O ILLUSTRATOR draft

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PASSO 7

Coloque a malha em sua Artboart

Trave-a e agora é hora de traçar uma malha de vetor de triângulos sobre ele em uma cor contrastante (neste caso foi usado um tom de rosa) com a ferramenta Caneta (P). Novamente, isto vai demorar algum tempo, mas aqui vão algumas dicas para acelerar o processo.

Você não precisa fechar os triângulos, apenas use a ferramenta Caneta (P) para marcar os três pontos. Pode parecer bobagem, mas irá poupar bastante tempo diante das centenas de triângulos que você irá criar.

Você também não precisa ser tão preciso - você irá usar um truque para uní-los nas próximas etapas.

PASSO 8

Lembre-se de salvar! Agora vamos ao truque para fazer todos os pontos se alinharem perfeitamente na posição correta. É um procedimento fácil - mas é claro, você precisará repetir isso conforme os triângulos no retrato. Com a ferramenta Seleção Direta, selecione cada grupo de pontos que devem estar no mesmo lugar.

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PASSO 9 Abra o painel de alinhamento e clique em Alinhamento Horizontal Central (Horizontal Align Center). Em seguida clique em Alinhamento Vertical Central (Vertical Align Center) e todos os seus pontos irão exatamente para o mesmo lugar.

PASSO 10

Mova os pontos para corrigir a posição, se necessário

Depois repita os passos 8 e 9 em todas as suas vértices.

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PASSO 11

Esconda a malha que você criou no Photoshop. Cheque toda a malha em busca de qualquer triângulo perdido. A melhor maneira de fazer isso é selecionar todos os vetores (CMD/CTRL + A) e então inverter o Preenchimento e Contorno (Shift + X).

Se você encontrou algum perdido, volte para o Preenchimento e Contorno para onde ele deve estar (Shift + X novamente), adicione o triângulo e cheque novamente. Quando você tiver uma malha completa, siga para o próximo passo.

PASSO 12 Coloque sua foto referência em uma camada abaixo do seu vetor malha e os alinhe perfeitamente. Isso permitirá que você escolha as cores certas a partir de sua foto para um retrato reconhecível. Bloqueie a camada de referência.

PASSO 13 Selecione cada triângulo por vez, escolha a ferramenta Conta-gotas (I) e selecione a cor no meio de cada triângulo como preenchimento a ele.

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fazendo arte

com Caneta Bic Preta, azul, vermelha, não importa a cor. Você provavelmente cresceu com as canetas Bic – na escola, na faculdade, no trabalho, nas listas de compras do mercado etc. A história da parisiense Helena Hauss não é muito diferente. A curiosidade é que a designer e ilustradora faz das canetas Bic seu principal instrumento de trabalho.

“Comecei a desenhar de maneira mais frequente quando cursava o ensino médio em meus livros de matemática, biologia etc. Em vez de escrever o que o professor dizia, lá estava eu desenhando com as canetas Bic. Quando comecei a me dedicar profissionalmente à ilustração, acabava me sentindo um pouco envergonhada por usar canetas esferográficas – as pessoas, inclusive, tinham certo preconceito. No entanto, abracei a “causa” e fiz das bics o meu diferencial”, afirma.

www.conquistacom.com/blog/?p=2822

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Um pouco de história Google

POp ART Um dos movimentos artísticos mais populares da Era Moderna. O movimento Pop Art começou como uma rebelião contra o Expressionismo Abstrato.

Após

a Segunda Guerra Mundial, o expressionismo e toda sua subjetividade dominava o mundo artístico, havendo claramente, naquela época, uma divisão entre a “arte elevada” e a “arte vulgar”. O pop art surgiu como resultado da insatisfação de certos artistas com essa situação de separação entre a arte e as massas. Alguns criadores, inspirados no movimento dadaísta liderado por Marcel Duchamp, decidiram, em fins dos anos 50, se apropriar de imagens inerentes ao universo da propaganda norteamericana e convertê-

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las em matéria-prima de suas obras. Estes ícones abundantes no dia-a-dia do século XX detinham um alto poder imagético. De fato, a pop art surgiu em meados dos anos 50 na Inglaterra, onde um grupo de artistas, intitulado Independent Group, começou a dar os primeiros passos e a apresentar as bases da nova forma de expressão artística. No entanto, foi na Nova York dos anos 60 que o movimento artístico demonstrou todo seu potencial, chamando a atenção do mundo inteiro. Como uma crítica ao consumismo e à sociedade do consumo,


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A POP ART CONTINUA ATUAL E É UM RECURSO MUITO UTILIZADO EM PUBLICIDADE. os artistas da pop art passaram a usar signos estéticos massificados da publicidade e do consumo como forma de arte. Para isso, utilizavam as principais satisfações visuais das pessoas, como comerciais de TV, campanhas publicitárias, histórias em quadrinhos, etc., para aproximar justamente a arte e a vida comum. Entre os materiais artísticos usados, podemos citar a tinta acrílica, o poliéster, o látex, etc. Os principais artistas da pop art foram Robert Rauschenberg (1925), famoso pelas pinturas com garrafas de CocaCola, embalagens de produtos industrializados e pássaros empalhados; Roy Lichtenstein (19231997), com suas obras baseadas nas histórias

em quadrinhos e anúncios publicitários; e Andy Warhol (19271987), com suas séries de retratos de ídolos da música popular e do cinema, como Elvis Presley e Marilyn Monroe. Nesta salada imagética que constitui a popart, o que antes era considerado de mau gosto se transforma em modismo, o que era visto como algo reles passa a ter a conotação de um objeto sofisticado. Isto porque estes artefatos ganham um novo significado diante do contexto em que são produzidos, e assumem, assim, uma valoração distinta. No Brasil, a Pop Art surgira no contexto da ditadura militar e fora usada como instrumento de crítica ao sistema.

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Entrevista

Girl POWER

14 outubro 2015

Texto: Beatriz Batista Ilustração: Juliana Rocha


Em seu mês de estréia, a Draft decidiu por incluir

apenas mulheres na seção de entrevista, três ilustradoras, que apesar dos nomes em comum, se diferenciam a partir de seus traços característicos. Confira as entrevistas na íntegra.

JULIANA ROCHA Como surgiu seu interesse por desenho e artes? Eu sempre me interessei por desenho, desde que eu me entendo por gente. Lembro que desde cedo as pessoas elogiavam meus desenhos e isso era algo que me deixava muito feliz e lisonjeada, sempre fui incentivada a desenhar e pintar, e acho que isso com certeza influenciou muito, pois desde então eu nunca parei de desenhar e estou sempre buscando aprender novas técnicas. Eu não sei explicar quando surgiu meu interesse por artes, porém eu sempre tive um grande fascínio e curiosidade, achava impressionante como a arte reflete tanto uma cultura, quanto a personalidade e emoções de um artista.

Idade: 21 Cidade atual: João Pessoa Formação: Cursando Design Gráfico (Estácio) e Artes Visuais (Universidade Federal da Paraíba) Se não fosse ilustradora, seria… Designer de moda. Morro de vontade de criar uma marca para um público alternativo e produzir as roupas dos meus sonhos! Porém eu escolhi outro caminho e pretendo me manter nele, e é até possível que eu aprenda um pouco a respeito de moda algum dia, mas apenas por hobby. Você fazia Arquitetura e trocou por Design Gráfico, o que te fez tomar essa decisão? Eu procurava um curso que eu pudesse abusar da criatividade, que fosse desafiador e que pudesse associar com coisas que adoro (como desenho e fotografia), além de não ser muito monótono, e eu acabei encontrando tudo isso em Design Gráfico. Entrei no curso de arquitetura achando que poderia abusar do meu lado criativo, achando também que seria mais fácil no mercado de trabalho, mas

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logo vi que não era bem assim, acabei achando extremamente limitado. Digamos que eu continuo amando arquitetura, mas não fui feita para produzí-la Haha. Na área profissional, qual seu maior sonho? Eu ainda não escolhi exatamente qual carreira pretendo seguir na área de design e isso às vezes me traz dor de cabeça. Até então, meu maior sonho é encontrar algo que me traga realização profissional, que me estimule a sempre melhorar, e, principalmente, ter satisfação e reconhecimento na minha área. Quais artistas te inspiram? Alguns artistas me inspiram num sentido pessoal, como a melancolia do Van Gogh, a forma que Frida Kahlo expressava sua dor através da pintura, a delicadeza e a beleza das pinturas da Audrey Kawasaki, e também a excentricidade do Salvador Dalí. Outros me inspiram num sentido técnico: Kelly McKernan, Agnes Ce-

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cile, Audrey Kawasaki e Charmaine Olivia. Na hora de desenhar, você tem preferência por algum tipo de material? Em desenho, eu sou viciada em caneta nankin, quero usar em tudo. Já em pintura, eu gosto demais de tinta a óleo, atualmente tenho aprendido a técnica de aquarela também e estou amando. Você segue alguma temática nas suas criações? Não é intencional, mas eu gosto muito de desenhar e pintar animais e flores e sempre uso técnicas e materiais variados, acho extremamente divertido, porém isso é algo que pretendo evitar ou pouco ou talvez tente integrar ao meu estilo, pois ainda estou me descobrindo como artista e em processo de criação da minha identidade. Em fases emotivas, eu costumo desenhar mulheres carregadas de significado, o que costuma resultar nos meus trabalhos favoritos, mesmo quando a técnica é ligeiramente

mais simples das que eu uso quando pinto ou desenho algo pela estética e não pelo significado. De onde surgiu a ideia para “Gravity” (desenho da página 14)? Eu tentei representar uma mente, que seria o círculo. Acima, pensamentos que te fazem “flutuar”, seu próprio universo de ideias. Abaixo, são as coisas negativas que fazem tudo desmoronar, que te puxam para baixo. E então, alguém mergulhando e permanecendo nesse universo inconstante que seria a nossa mente.


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Acesse o instagram da Ju para conferir mais ilustraçþes @wtf_ju

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JULIANA Fiorese Idade: 29 Cidade atual: João Pessoa Formação: Graduação em Arquitetura e Urbanismo, graduação em Design Gráfico e pós-graduação em Comunicação e Marketing para as Mídias Digitais. Se não fosse ilustradora, seria… Arquiteta, haha! Não sei. Estou encantada com a área de Letras... Talvez estudasse isso também. Ou outras coisas. Estou sempre querendo aprender um pouco mais sobre várias áreas, então fdifícil responder essa questão.

Quando você descobriu que queria ser ilustradora? Eu sempre gostei muito de desenhar, - como a maioria das pessoas desde a infância, onde tive o meu primeiro contato com desenho; cresci, e continuei rabiscando os meus cadernos. Mas até um momento da minha vida eu não sabia como poderia aproveitar esse meu gosto como profissão. Aos pouquinhos fui descobrindo e, quando estava no fi-

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nal do curso de Design Gráfico (final de 2012), eu comecei a me dedicar exclusivamente à ilustração e começar a enxergar o desenho como possibilidade profissional. Assim, foi acontecendo naturalmente e, no início de 2013, comecei a trabalhar com desenho e não parei mais! Tem sido um caminho árduo porém, uma experiência incrível. Tem algum artista que te inspira?

As ilustradoras que me inspiram bastante: Anna Anjos, Amanda Mol, Nina Pandolfo. Também cito os artistas Mark Ryden e Nicoletta Ceccoli, dos quais estou sempre pesquisando seus trabalhos, seja em livros ou na internet mesmo. A Luiza Souza, a Rebeca Prado, a Sirlanney, a Bianca Pinheiro, a Frannerd, também são inspirações. E muitos outros artistas; eu adoro procurar e conhecer novos trabalhos. Os seus desenhos têm traços bastante marcantes, qual a história por trás deles? O processo de identidade artística e traço próprios ainda está acontecendo, assim, aos pouquinhos. Ainda não acredito que cheguei no traço final, e ainda não estou satisfeita. Esse aprimoramento do meu traço pessoal é uma busca diária, pois estou sempre procurando melhora-lo um pouco assim como as técnicas de desenho e pintura. É uma busca cotidiana e fico muito contente por


não ter caído na zona de conforto. Está sendo incrível; cada melhora que percebo no meu trabalho me emociona, como se fosse o primeiro desenho. É muito desafiador, mas ao mesmo tempo é muito entusiasmante e tem me deixado cada vez mais feliz. E essa evolução é resultado de muita pesquisa, estudo e da execução, propriamente dita, cheia de erros e acertos. De onde surge as ideias para as criações? As ideias sempre surgem do cotidiano que me inspira, as situações diárias, dos livros que leio, dos filmes, das músicas... E até dos artistas que me inspiram! O amor pela vida e pelo meu trabalho também me inspira bastante e daí surgem as ideias para as criações. É um processo que nunca termina. Sempre tem uma ideiazinha para anotar no caderno. Boa parte dos seus trabalhos são financiados pelo Catarse, o mais conhecido é “Os vesti-

dos de Frida”, escrito por Christine Ferreira Azzi, como aconteceu a parceria? Hoje, com a facilidade de comunicação através da internet, o convite veio por parte da escritora e nos comunicamos sempre através do Facebook e do E-mail. Foi uma comunicação rápida e fácil. Ela confiou bastante no meu trabalho e me deixou totalmente livre para criar todas ilustrações da história. Eu entrei com todas as ilustrações do livro e com a identidade visual do projeto e a propaganda, e ela entrou com a parte do texto. Qual dica você dá para quem quer seguir a carreira de ilustrador? Eu sempre falo que produzir muito é essencial – e realmente é, principalmente no início da carreira, onde me encontro atualmente. Mas também é importante saber separar a vida profissional da vida pessoal. Sair, observar o comportamento das pessoas, da natureza, refletir sobre as situações do dia-a-

dia, ler livros, assistir filmes e séries é essencial, pois é o que vai proporcionar referência visual, o que é muito importante para a criatividade. Manter uma rotina, desenhar muito, errar e aprender com os erros, pesquisar ilustradores e artistas que você gosta vão ajudar muito na jornada em busca do seu estilo próprio de desenho. Ter consciência que é uma caminhada difícil também é muito importante, e por isso exige uma força maior da pessoa que escolhe trabalhar com desenho. Vão surgir momentos de questionamentos, por isso, de todos os pontos que falei aqui, o mais importante é que se tenha amor pelo que faz. Sem o amor pela profissão – e isso vale para todas as áreas – dificilmente o que você escolheu vai dar certo. Ame o trabalho que você escolheu fazer.

Para conhecer o trabalho da Fiorese acesse www.julianafiorese.com

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JULIANA rabelo Idade: 24 Cidade atual: fortaleza Formação: design de moda (universidade federal do ceará) Se não fosse ilustradora, seria… uma pessoa muito infeliz. Quando você soube que queria ser ilustradora? Acho que fui descobrindo aos poucos, principalmente todas as vezes que ia pro trabalho (trabalhei como designer de moda em algumas empresas de minha cidade) com total desânimo, e quando me via totalmente insatisfeita com minhas funções na fábrica. Como sempre desenhei desde muito nova, e com o incentivo da Bolsa Arte (programa de extensão da UFC), aos poucos fui percebendo que era possível trabalhar com desenho. Você fez cursos de desenho ou pintura? Fiz um curso de Desenho de Moda e um de Photoshop aplicado à Moda entre 2011 e 2012. Nos últimos anos, fiz um curso de aquarela com a Sabrina Eras, em São Paulo, um workshop de aquarela com o mestre Renato Alarcão (aqui, em Fortaleza), e atualmente faço parte da turma da Oficina de Desenho Avançado, no Estúdio Daniel Bransão (também em Fortaleza). Antes disso, nunca tinha feito nenhum curso voltado para essas áreas. Quais os materiais que você mais usa no dia a dia? Lápis grafite, lápis de cor, marcadores e aquarela, principalmente.

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Você também é professora, como isso começou? Logo no segundo ano de faculdade, fui selecionada para a monitoria voluntária de Iniciação à Docência - ficava em sala de aula, dando suporte ao professor e aos alunos; depois que ingressei na Bolsa Arte, passei a ministrar minhas próprias oficinas e cursos na Universidade, e nos anos finais do curso, comecei a ministrar essas aulas por conta própria. Tem algum artista que te inspira? Sabrina Eras, Amanda Mocci, Nanda Kammi, Miss Led... Como você definiria seu estilo artístico? Busco uma verossimilhança nas minhas personagens, de modo que cause identificação com o espectador. Ainda estou em busca de uma identidade mais forte para meu trabalho, experimentando técnicas, cores, formas diferentes. Definiria como um estilo em eterna construção.


Acesse o site da Juliana e confira ilustraçþes, tutoriais e muito mais www.julianarabelo.com

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Catarse

eSTRANHOs por Fefê Torquato

Uma hq sobre estranhos conhecidos de todos nós. Afinal quem é você quando ninguém está olhando?

“Você conhece bem seus vizinhos?” Um encontro no elevador, a troca de algumas palavras “Bom dia!” às vezes com exclamação, “Boa tarde.” às vezes apenas um ponto. Cada um leva sua vida, uma parede fina que expõe uma briga, um arranhão no carro que cria um ressentimento, uma reunião de condomínio que constrói ou destrói impressões. Você não sabe. Não sabe realmente quem são seus vizinhos na intimidade, entre as quatro paredes das suas casas, mas eles também não sabem quem você é. Afinal, quem é você quando ninguém está olhando? Ou ainda, quem SERIA você, se alguém te observasse secretamente? Aposto que você pode ser bem estranho também.” Este livro é um conjunto de 10 histórias sobre moradores de um mesmo prédio, contadas sob o ponto de vista de um observador externo anônimo. Como a história é inteiramente narrada por esta pessoa, nunca saberemos ao certo se ela é verdadeira ou não. Mas isso não importa. Tanto faz ser o observador ou o observado, o que importa é que olhando de perto, mas bem de perto mesmo, todos nós somos muito estranhos.

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22 outubro 2015

Sobre o projeto É uma história fechada, focada nas relações e na complexidade da natureza humana. O livro terá capa colorida, 17X25cm, o desenho será provavelmente esse acima (mas está sujeito a mudanças). A hq será em preto e branco, terá 128 páginas e será impressa em papel offset 120g/ m2. E todo o processo de construção dos quadrinhos poderá ser acompanhado diretamente pelo instagram da Fefê (@ fefetorquato) ou página do facebook (/fefetor4).


As recompensas para quem apoiar o projeto serão: botons, cartões postais, marca livros e posters A4.

Saiba mais acessando a página www.catarse.me/pt/estranhos

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