INFILTRAÇÕES TOPOGRÁFICAS TGI I - IAU.USP 2013
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TRABALHO DE GRADUAÇÃO INTEGRADO I / 2013 BEATRIZ PEREIRA MASIAS MARCOS
O caderno pretende narrar com certa linearidade um trabalho ainda em processo o qual busca um adensamento de questões e interesses a serem trabalhados ao final de um curso de arquitetura e urbanismo. Consiste em um registro de um espaço de discussão de arquitetura e seus campos adjacentes, animada por experimentações que forneçam mais perguntas que respostas.
OBJETO 06 HIPÓTESE E AÇÃO 10 APROXIMAÇÃO01 16 APROXIMAÇÃO02 30 INTENÇÕES 44 BIBLIOGRAFIA 56
objeto
Frente a um universo projetual, um primeiro exercício, proposto pela disciplina pré-tgi, ensaiou o recorte de mirada que viria a pretender o trabalho. O interesse permeava questões relativas ao lugar e à paisagem, a elaboração de um olhar/de um contínuo. Como emoldurar uma paisagem? Foi, então, a pergunta disparadora para a elaboração do não-objeto. A escolha foi por um material submisso a dois campos de força, um determinado pela gravidade; outro, pela topografia. O tecido branco emoldura e absorve o já existente, acomodando-se a ele e se referindo a elementos do ambiente onde se insere. 6
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hipótese e ação
¿Por qué hay una sensibilidad paisajista ilimitada por tanto hacia esta naturaleza artificial poblada de sorpresas, de límites imprecisos, carente de formas fuertes que representen el poder? Ignasi de Solà-Morales, Terrain vague [1995] 10
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Falar em paisagem diante do atual esgotamento da capacidade em descrevê-la provocado pelo bombardeamento de imagens resultado da condição contemporânea conduz a pensar o significado do lugar por meio de dados que ultrapassam o visível. Fatos políticos, históricos, étnicos e sociais são elementos que interferem na acepção da paisagem. Diante dos espaços conformados por adensamentos e sobreposições em um contexto metropolitano, meu olhar pousou sobre os seus espaços residuais como ícones da lógica da sociedade de consumo. Neste sentido, o espaço intersticial -, o entre - como ausência sob presenças é tratado como potencial na pretensão de se definir um olhar no/sobre o contexto de metrópole congestionada.
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Diante da leitura da hipótese de espaço-tempo, um verbo define a intenção projetual. Extrair. Quais seriam, então, as possíveis traduções de um processo que extrai do residual e que, portanto, concilia início-fim de um processo? Extrair superfícies da cidade como configuração de vazio, remodelagem topográfica, desnivelamento, desvio de fluxo, com a finalidade de se evidenciar camadas. “Durante anos, meu amor pelas ruínas me levou ao ódio pela arquitetura. Eu queria ser um anarquiteto de desengenharias. Ainda hoje, quando vejo um belo caixote de vidro e cimento na Avenida Paulista, ainda me consola pensar: _Calma, calma, rapaz. Imagine que bela ruína isto vai dar um dia. Mas eu não sou desses que acreditam em ideias individuais. Tenho certeza que essa minha obsessão deve estar presente em muita gente, neste país onde projetos já nascem mortos, que é um projeto irrealizado senão uma ruína novinha em folha?” Paulo Leminski, A nova ruína [1986]
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aproximação01
Metrópole congestionada: São Paulo/SP. Breve história urbano-geológica. 16
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A ação demarcou o interesse em topografia como dispositivo de projeto e a capital de São Paulo como a metrópole que se constitui através de uma ocupação que evidencia a falta de conciliação com o sítio onde se insere. As redes de infraestrutura assumem protagonismo no desenho da cidade, a uma escala territorial a qual não se relaciona com os aspectos locais - com o pedestre. Os diagramas narram a história da cidade a partir de uma leitura urbano-geológica, mais precisamente, através de camadas que identificam o tipo de relação estabelecida com o território. A topografia e os rios são indícios em foco na constituição da paisagem.
A ocupação inicial no topo entre dois vales, do Rio Tamanduateí e do Ribeirão do Anhangabaú. 18
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O chamado “triângulo” conformado pelas três ordens religiosas como origem da ocupação da cidade: Largo de São Bento, Largo de São Francisco e o Largo do Carmo. Com o crescimento da cidade, logo, foi necessário o enfrentamento dos limites naturais deste núcleo urbano original: cruzar os rios. As transposições foram em direção a oeste, no Ribeirão do Anhangabaú. A primeira em 1790, com a construção da Ponte de Lorena, que conectava o Largo de São Francisco com o Largo de Pique (hoje Largo da Memória). Depois a Ponte do Açú, como continuidade da Rua São João. 20
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1897: Uma das primeiras alterações dos leitos dos rios. Transpô-los não foi suficiente. 22
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“Quem vai perder tempo com a história? Essa cidade quer progredir, progredir sempre. Uma casa velha atrapalha? Arrasem-na. Aqui nada pode envelhecer só por ser gasto pelo tempo. Aqui só fica uma coisa, aqui só vale uma coisa desde séculos: Vai, bandeirante!” Wolfgang Hoffmam Harnish [1893-1965]
Situação atual: as curvas de nível apontam às modificações do relevo e à nova configuração dos traçados dos rios, canalizado, retificado e/ou tamponado. 24
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Pontos de inundaçþes. 26
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“[...] Para representar a cidade de São Paulo seria preciso ser um pintor. Para descrever São Paulo, um estatístico ou um economista. Seria preciso amontoar números e compará-los, copiar tabelas e tentar transcrever o crescimento em palavras, pois não é o passado ou o presente que tornam São Paulo uma cidade tão fascinante, e sim o seu crescimento e o seu porvir, a rapidez de sua transformação [...]. Nenhuma cidade do Brasil e poucas do mundo inteiro podem ser comparadas em impetuosidade à evolução dessa que é a cidade mais ambiciosa e mais dinâmica do país. [...]” Stefan Zweig [1881-1942]
Edificações (relevantes em destaque) e sistema viário. 28
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Camada subterrânea: estações de metrô. Ponto de intersecção entre as camadas. 30
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aproximação02
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Terminal Bandeira [ -------------------------------- ] Vale do AnhangabaĂş
Centro Novo [ -------------------------------- ] Centro Velho
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Desenhando o caminho do Anhangabaú. O rio também conhecido como “Córrego das Almas” no princípio da colonização, hoje está canalizado, por baixo de grandes avenidas e do metrô.
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anhangaba | anhangabahú: do tupi, “diabrura”, “malefício” ou “feitiço”; anhangabahy: do tupi, “mau espírito”. 34
]
D R CARLOS S NAZARÉ TA ESA MA GU ND E N UA O TE Í
AV PRESTES MAIA VALE DO ANHANGABAÚ
AV 23 DE MAIO
TÚNEL
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TERMINAL BANDEIRA
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D TA ESA MA ND
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AG U DU E NO AT EÍ
R CARLOS S NAZARÉ
AV PRESTES MAIA VALE DO ANHANGABAÚ
AV 23 DE MAIO
TÚNEL
TERMINAL BANDEIRA
]
[
] RECORTE
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VIADUT O
DO CHÁ
NVFJBNVIJNVIJDNFSBVJFGBIJFIGNNGHNMNBBB PREFEITURA DE BBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBDOIJBOSÃO PAULO LIDGJBOFG NVFJBNVIJNVIJDNFSBVJFGBIJFIGNNGHNMNBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBB BBBBDOIJBOLIDGJBOFG NVFJBNVIJNVIJDNFSBVJFGBIJFIGNNGHNMNBBBBBBBBBBBBBBBBBBB BBBBBBBBBBBBBBDOIJBOLIDGJBOFG NVFJBNVIJNVIJDNFSBVJFGBIJFIGNNGHNMNBBBBBBBBBBB BBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBDOIJBOLIDGJBOFG NVFJBNVIJNVIJDNFSBVJFGBIJFIGNNGHNMNBBB BBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBDOIJBOLIDGJBOFG NVFJBNVIJNVIJDNFSBVJFGBIJFIGNNGHNMNBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBB BBBBDOIJBOLIDGJBOFG NVFJBNVIJNVIJDNFSBVJFGBIJFIGNNGHNMNBBBBBBBBBBBBBBBBBBB BBBBBBBBBBBBBBDOIJBOLIDGJBOFG NVFJBNVIJNVIJDNFSBVJFGBIJFIGNNGHNMNBBBBBBBBBBB BBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBDOIJBOLIDGJBOFG NVFJBNVIJNVIJDNFSBVJFGBIJFIGNNGHNMNBBB BBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBDOIJBOLIDGJBOFG NVFJBNVIJNVIJDNFSBVJFGBIJFIGNNGHNMNBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBB BBBBDOIJBOLIDGJBOFG NVFJBNVIJNVIJDNFSBVJFGBIJFIGNNGHNMNBBBBBBBBBBBBBBBBBBB BBBBBBBBBBBBBBDOIJBOLIDGJBOFG NVFJBNVIJNVIJDNFSBVJFGBIJFIGNNGHNMNBBBBBBBBBBB SHOPPING BBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBDOIJBOLIDGJBOFG LIGHT NVFJBNVIJNVIJDNFSBVJFGBIJFIGNNGHNMNBBB BBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBDOIJBOLIDGJBOFG NVFJBNVIJNVIJDNFSBVJFGBIJFIGNNGHNMNBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBB BBBBDOIJBOLIDGJBOFG NVFJBNVIJNVIJDNFSBVJFGBIJFIGNNGHNMNBBBBBBBBBBBBBBBBBBB BBBBBBBBBBBBBBDOIJBOLIDGJBOFG NVFJBNVIJNVIJDNFSBVJFGBIJFIGNNGHNMNBBBBBBBBBBB BBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBDOIJBOLIDGJBOFG
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ESTAÇÃO ANHANGABAÚ LARGO DA MEMÓRIA
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PRAÇA DA BANDEIRA TERMINAL BANDEIRA
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O recorte, um nó viário inserido em área central consolidada, é resultado do Plano de Avenidas de 1930, colocado em prática por Prestes Maia, em uma política que prioriza o transporte de automóvel e situa grandes avenidas sobre os vales, levando ao limite a condição de barreira onde antes era fluxo de água. O chamado “vértice do sistema Y” (ponto de encontro da Avenida 23 de Maio e Avenida 9 de Julho) coloca-se como contraponto ao vale do Anhangabaú, momento de transposição. Esse ponto de grande ruptura reforça os limites do vale e expõe de maneira agressiva as artérias da cidade, suas vias, elementos protagonistas da paisagem de São Paulo. O trabalho pretende usar da mesma lógica, de exposição, não por otimismo, mas pela possibilidade de revelação.
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VALE DO ANHANGABAÚ TEATRO MUNICIPAL
VIADUTO DO CHÁ
PREFEITURA
RUA FORMOSA
ESTAÇÃO ANHANGABAÚ
RUA SÃO FRANCISCO
TERMINAL BANDEIRA
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intenções
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O trabalho pretende colocar em jogo as camadas físicas e históricas do lugar. Em um primeiro momento, extrai interstício, estação, rio e travessia, desenhando dois novos eixos de percurso. Uma fissura no Vale se conecta à estação, ao rio e à travessia que conforma o outro eixo, o qual devolve a conexão entre o Largo de São Francisco e Largo da Memória.
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flu xo s
intersecção de camadas
percurso adicionado
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VIADUTO DO CHÁ VALE DO ANHANGABAÚ AVENIDA 23 DE MAIO ESTAÇÃO DE METRÔ 53
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