Política de desenvolvimento da colecção v1

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POLÍTICA DE DESENVOLVIMENTO DA COLEÇÃO DA BIBLIOTECA ESCOLAR D. PEDRO IV

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Introdução «O êxito e o impacto de uma biblioteca escolar junto da comunidade que serve (…) dependem essencialmente das coleções que põe à disposição do público” (Nunes, H.B., 1998)

A coleção de uma biblioteca escolar deve adequar-se às necessidades pedagógicas dos currículos, às atividades de enriquecimento curricular, além de dar resposta aos interesses dos seus utilizadores. Assim sendo, a coleção existe não só para apoio à aprendizagem, mas também, como resposta, à ocupação dos tempos livres dos seus utilizadores. Daí, a importância de se conhecer o perfil dos utilizadores que serve, as suas necessidades de formação e de informação, os seus interesses, para a fundamentação do seu processo de seleção e de aquisição de recursos, de modo a constituir/renovar o seu fundo documental. Segundo o Manifesto da Biblioteca Escolar, «o acesso aos fundos documentais deve orientar-se pelo respeito pelos princípios da Declaração Universal dos Direitos e Liberdades do Homem, aprovada pelas Nações Unidas, e não deverá ser sujeito a nenhuma forma de censura ideológica, política ou religiosa ou a pressões comerciais». A biblioteca deve, pois, proporcionar o acesso físico e intelectual às suas coleções a todos os seus utilizadores sem restrições, indispensável numa sociedade que se quer democrática, constituída por cidadãos livres, ativos e críticos e assente na livre circulação de informação e de conhecimento, baseando-se nos princípios de liberdade intelectual e de igualdade de acesso, sendo que, «aos utilizadores que, por qualquer razão, não possam utilizar os serviços e materiais comuns da biblioteca, devem ser disponibilizados serviços e materiais específicos». Numa era marcada pelo paradigma digital, as coleções das bibliotecas passaram a ser compostas por um conjunto de materiais em diferentes suportes: os documentos impressos (livros, publicações em série, jornais), materiais audiovisuais (CD-ROM, DVD) e documentos digitais, procedentes da coleção local ou de materiais nado-digitais. No mesmo documento pode, também, ler-se que, mais do que um depósito de livros, a biblioteca escolar atual «disponibiliza serviços de aprendizagem, livros e recursos que permitem a todos os membros da comunidade escolar tornar-se pensadores críticos e utilizadores efetivos da informação em todos os suportes e meios de comunicação», e facilita ainda «o acesso a recursos que estimulem uma ocupação lúdica e útil dos tempos livres, constituindo-se também estes em momentos ricos de aprendizagem». No entanto, apesar do acima prescrito, alguns materiais podem ter restrição de acesso, de uso ou empréstimo domiciliário, considerando os seguintes fatores: raridade, número de exemplares existentes, necessidade de preservação de obras de referência, interesse e necessidades de uso, idades prescritas no próprio material.

Missão Enquanto estrutura pedagógica da Escola, a Biblioteca Escolar D. Pedro IV tem por missão apoiar o processo de ensino aprendizagem, promover a leitura, promover as literacias da informação e dos media e o gosto pela frequência de bibliotecas ao longo da vida, de modo a contribuir para a formação de pensadores críticos, cidadãos responsáveis, utilizadores efetivos da informação, com capacidades de aprendizagem autónoma ao longo da vida, numa busca constante da qualidade dos serviços e recursos que oferece. Para isso, com base na igualdade e liberdade de acesso, disponibiliza o acesso físico e virtual à informação e a um conjunto de serviços, a toda a comunidade escolar e educativa.

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Política de desenvolvimento da coleção Princípios gerais Dentro deste quadro, uma das principais preocupações da Escola, dos docentes em geral e do Professor Bibliotecário (PB) em particular, será dotar a Biblioteca Escolar D. Pedro IV (BEDP4) de uma coleção adequada aos seus utilizadores, quer seja em contexto pedagógico e curricular, quer seja em contexto de livre utilização. É, pois, importante a definição de uma Política de Desenvolvimento da Coleção (PDC), orientadora dos procedimentos a adotar, balizando a atuação do PB, relativamente ao desenvolvimento das coleções que integram ou venham a integrar o acervo da BEDP4. A definição de uma Política de Desenvolvimento de Coleção é essencial para sustentar um crescimento que vise a satisfação do universo dos seus utilizadores, entendidos no seu todo (escola) e nas suas situações particulares (oferta formativa). Pretende-se, também, estabelecer uma relação coerente e transparente entre as verbas disponíveis e as prioridades nas aquisições, reduzindo o mais possível a possibilidade de atuações pontuais, aleatórias ou ditadas por impulsos ou vontades particulares. Deve considerar a missão e objetivos da biblioteca, bem como todos os documentos orientadores emanados da RBE e o Projeto Educativo do Agrupamento. A IFLA (2001) afirma que uma declaração política de gestão/desenvolvimento de coleção «deve estar assente no curriculum, nas necessidades e nos interesses particulares da comunidade escolar e refletir a diversidade da sociedade fora da escola».

Objetivos da Política de Desenvolvimento da Coleção Com a preparação deste documento, a Biblioteca Escolar D. Pedro IV visa: a) b)

c) d) e) f)

Constituir uma declaração pública acerca dos princípios de liberdade de acesso às ideias e informação e da multiplicidade de pontos de vista que podem ser encontrados nos seus recursos documentais. Desenhar uma metodologia que constitua um guia de orientação para a tomada de decisões e que estabeleça prioridades na seleção, aquisição, desbaste/abate, organização, preservação e manutenção da coleção da BEDP4. Assegurar consistência e coerência de procedimentos ao longo do tempo. Otimizar recursos financeiros. Criar um referencial que oriente todo o processo de desenvolvimento da coleção da BEDP4, respeitando p Projeto Educativo do Agrupamento e promovendo a articulação com outras bibliotecas/escolas do concelho. Dar a conhecer a toda a comunidade educativa os princípios que regem a gestão e desenvolvimento da coleção.

Define como procedimento base a avaliação dos recursos existentes na BEDP4, visando a qualidade/quantidade dos recursos e a determinação dos seus pontos fortes e fracos, organizada em fases sequenciais: 1. 2. 3.

Conhecer a percentagem de itens por áreas temáticas e identificar necessidades; Determinar a média de idade dos documentos da coleção e o seu índice de circulação; Verificar o equilíbrio entre suportes.

Caracterização da comunidade de utilizadores Implantado muna zona tipicamente suburbana, o Agrupamento de Escolas Miguel Torga serve uma população oriunda das freguesias de Massamá e Monte Abraão e Queluz que constituem a cidade de Queluz, e a freguesia de Belas no concelho de Sintra. Criado a 28 de junho de 2012 por despacho do Secretário de Estado do Ensino e Administração Escolar, é constituído pela escola sede Escola Secundária com 3º ciclo Miguel Torga (ES/3 Miguel Torga), uma Escola

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Básica de 2º e 3º ciclo D. Pedro IV (EB 2, 3D. Pedro IV) e a Escola Básica do 1º ciclo com Jardim de Infância de Massamá (EB1/JI de Massamá). No início do ano letivo de 2015-2016 frequentavam as escolas do agrupamento 2812 alunos distribuídos por 113 turmas: 4 salas de Educação Pré-escolar (100 crianças), 17 turmas na EB1 (414 alunos), 40 turmas (1072 alunos) na EB 2,3 D. Pedro IV e 50 turmas (1226 alunos) na ESMT. Frequentam o ensino básico 1902 alunos e o ensino secundário 810. A escola sede tem três turmas de ensino vocacional (69 alunos) e 9 turmas de ensino profissional (196 alunos) distribuídos por cinco cursos. O número de docentes do agrupamento é 234. Destes, 58,5% tem mais de 50 anos e 73,5% mais de 20 anos de serviço. O número de pessoal não docente que trabalha no agrupamento é de 84, dos quais 72,6% têm mais de 50 anos, e 69% têm entre 10 e 29 anos de serviço (21,4% tem menos de 4 anos de serviço). Dos funcionários não docentes, 70 são assistentes operacionais (14 na EB1/JI, 30 na D. Pedro IV e 26 na escola sede) e 14 assistentes técnicos. (In Avaliação Externa, Apresentação do Agrupamento de Escolas Miguel Torga, 2016) população escolar, em termos multiculturais, revela alguma heterogeneidade que se tem revelado significativa. Nestes últimos anos, no entanto, foi evidente o aumento dessa heterogeneidade e de alunos que vão sendo integrados ao longo do ano letivo, recém-chegados de países africanos de expressão portuguesa e do Brasil, de países do Leste europeu, ou de origem asiática, evidenciando um fraco domínio da língua portuguesa e, por conseguinte, revelando grandes dificuldades na aquisição e compreensão de conhecimentos. A

Caracterização da BEDP4 Com a integração na RBE em 2007, a BEDP4 foi alvo de uma intervenção profunda na requalificação física do espaço e do mobiliário, tendo-se procedido substituição do existente por um mobiliário mais funcional que obedece a padrões de segurança e de conforto. Foi feito um esforço adicional por reunir todos os recursos dispersos por gabinetes e armários de departamentos e disciplinas ao Fundo Documental existente na biblioteca, tendo-se procedido a uma análise cuidada da coleção, considerando fatores como a idade, o estado de conservação, a adequação às áreas curriculares e não curriculares, o caráter lúdico e cultural e o público-alvo. Como resultado, houve documentos que foram abatidos e outros retirados para depósito; os restantes constituíram a coleção inicial disponível, agora, em acesso aberto. Com 150 m2, a BEDP4 está organizada em áreas funcionais (receção/acolhimento, leitura informal, consulta e estudo, informática, áudio e multimédia, produção gráfica).

Fig. 1 – Planta da BEDP4

Utilizadores: público-alvo Os utilizadores da BEDP4 estão agrupados por tipologias:  Utilizador individual: a) Aluno (utilizador interno): alunos com matrícula válida nesta escola; b) Docente (utilizador interno): professores em exercício de funções nesta escola;

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c)

Assistentes operacionais e técnicos (utilizador interno): assistentes em exercício de funções nesta escola. d) Encarregados de educação, ex-alunos e comunidade em geral (utilizador externo)  Utilizador coletivo a) Turma (utilizador interno): turmas de alunos da escola que utilizam os documentos em contexto de sala de aula; b) Instituição (utilizador externo): escolas e outras instituições, no âmbito do empréstimo interbibliotecas (EIB).

Caracterização da coleção Segundo a RBE, «o fundo documental mínimo será constituído por um conjunto de documentos igual ao número de alunos da escola multiplicado por dez». Atualmente, o fundo documental da BEDP4 fica aquém desse valor – 8 impressos e 1 digital/utilizador; integra cerca de 8800 documentos dos quais 8273 impressos e 585 não impressos. A parte mais substancial é constituída por monografias cobrindo a totalidade das classes da CDU. A classe 1 (Filosofia. Psicologia. Ética) e 2 (Religião. Teologia) são as menos consistentes. A classe 8 (Língua. Linguística. Literatura) é a que reúne um número de títulos e exemplares mais significativo. Observando os dados constantes na Base de Dados 2015/2016, a taxa de renovação anual da coleção é de 3%; a média de investimento foi neste período de 3,43€/aluno. Apesar de o investimento na área da Literatura ser forte, procurando corresponder às indicações do PNL e da Educação Literária, a BEDP4 continua a apresentar carências nesta área. Tentando acompanhar a evolução tecnológica e a própria evolução das bibliotecas, disponibilizamos na página web o acesso às ferramentas de agregação de conteúdos DIIGO e Scoop.it, proporcionando o acesso a uma multiplicidade de conteúdos digitais por área de interesse. A BEDP4 possui software normalizado - BiblioNet – para tratamento documental e gestão integrada. Disponibiliza o catálogo online quer na página web da biblioteca quer na página web da EB 2, 3 D. Pedro IV.

Critérios gerais de seleção documental Os critérios gerais que definem a política documental na BEDP4 respeitam o Manifesto das Bibliotecas Escolares e tem em consideração os princípios de liberdade intelectual e igualdade de acesso a recursos. Para tal, considera a opinião da Direção e do Conselho Pedagógico bem como do Conselho de Coordenação Pedagógica da Unidade Local, dos docentes, dos alunos e de outros elementos da comunidade educativa. Para o seu desenvolvimento apoia-se nas diretrizes constantes do Currículo Nacional, do Projeto Educativo do Agrupamento e do Projeto Curricular de Escola. Devem ter em conta:    

  

O apoio às necessidades curriculares específicas dos professores, alunos e demais projetos e atividades que se enquadrem no PEA; O apoio a alunos com NEE; O equilíbrio entre todos os suportes, que de uma maneira geral deve respeitar a proporcionalidade de 75% – 25% (material livro e não livro); A diversidade de suportes de fontes de informação (material livro, não livro e recursos eletrónicos – CD-ROM, publicações em linha, páginas Web, diretórios e portais, fontes de informação de acesso livre e gratuito avaliadas, selecionadas e disponibilizadas pela BEDP4, catálogo de bibliotecas virtuais…), possibilitando o acesso à diversidade cultural e a diferentes pontos de vista; A pertinência dos temas e suportes; A pluralidade, abrangência e profundidade dos temas procurando um equilíbrio entre as áreas do saber; A qualidade literária e editorial dos materiais;

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     

A atualidade dos títulos selecionados e autoridade dos textos, ilustrações e conteúdos das páginas WEB; As sugestões de aquisição feitas pelos utilizadores da biblioteca; As diferentes capacidades de leitura; As taxas de circulação de documentos por título, autor, área temática e suporte (pela análise de dados estatísticos); A quantidade de documentos existentes dentro de cada área temática; O tratamento dos inquéritos aplicados aos utilizadores e aos potenciais utilizadores.

Critérios específicos para a seleção de recursos Material Livro Ficção o Qualidade do texto e das ilustrações; o Inclusão de obras de autores clássicos e contemporâneos, com privilégio da literatura portuguesa e dos novos autores; o Inclusão de obras em línguas estrangeiras que integrem o currículo; o Inclusão de obras na língua materna dos grupos de utilizadores de diferentes origens; o Diferentes géneros literários; o Estrutura etária dos utilizadores; o Adequação às capacidades diferenciadas (de leitura, de compreensão, de interesse).

Não ficção o o o o o o o o o o o o o

Rigor científico da informação; Atualidade, refletindo investigação recente nessa área do saber; Adequação da linguagem e da estrutura aos níveis etários; Relevância para o currículo e a possibilidade que oferece de aprofundamento dos conteúdos veiculados pelos manuais escolares; Apresentação e design; Potencial utilização; Credibilidade do seu autor. Adequação às capacidades diferenciadas (de leitura, de compreensão, de interesse); Linguagem estimulante; Diversidade cultural e representatividade de vários pontos de vista (religioso, racial, cultural); Organização do índice (revelador da qualidade do livro e auxiliador da pesquisa); Sugestões bibliográficas que apresenta; Preço.

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Publicações periódicas Adequação aos objetivos, âmbito e público-alvo da publicação periódica, aos interesses e, sobretudo, à missão da BEDP4; o Exatidão e correção; o Interesse para a comunidade educativa local; o Qualidade gráfica; o Custo e relação qualidade/preço; o Procura por parte dos utilizadores. A BEDP4 realizará, anualmente, uma avaliação da utilização dos periódicos para decidir sobre a inclusão de novos títulos, a manutenção/ cancelamento dos títulos já adquiridos. o

Material não Livro Recursos eletrónicos e informação da Internet Conteúdo - autoria; grau de confiança; correção da informação; frequência da atualização, imparcialidade e independência; o Género do website: educativo, informativo, lúdico; o Organização do website; facilidade de navegação, encaminhamento na pesquisa e apresentação dos resultados; o Ligações disponíveis apropriadas; o Acessibilidade: pago/gratuito; o Custo/ custos das atualizações e contrato de licenciamento flexível, no caso das bases de dados de acesso pago; licença fornecida (para quantos utilizadores); questões legais – n.º de licenças-garantias, manutenção, segurança do produto… Considera-se adequado fazer um investimento na subscrição de bases de dados, nomeadamente da Infopédia, pois a sua atualização é permanente, funcionando como uma biblioteca digital. o Instruções de uso disponíveis e entendíveis; o Relevância dos gráficos e imagens; o Design, organização e estabilidade do site, bem como facilidade de acesso e tempo de download do site; o Acesso do utilizador (disponível num só computador ou em múltiplos de uma rede; disponível online); o Utilização pelo aluno e pelo professor (fácil; exige tempo de aprendizagem); o Detalhe das instruções; ajuda online; o Compatibilidade com o hardware existente; o Atualizações compatíveis com o sistema ou rede. Para mais facilmente se respeitarem estes critérios, a BE coloca à disposição dos utilizadores uma ficha orientadora da avaliação de sites. o

Áudio o o o o o

Adequação da coleção áudio aos objetivos da BE; Qualidade referenciada do documento; Qualidade da gravação; Relação qualidade/preço; Itens representativos da história da música, considerando os vários géneros musicais.

Vídeo o o o o o o o

Articulação do conteúdo do documento aos conteúdos curriculares; Objetivo primário do documento; Género da coleção: ficção/ não ficção/ recreação; Sincronização imagem/som; Qualidade da imagem/som; Legendagem; Mensagem e correção da mensagem;

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Adequação à sala de aula? Simplifica em demasia temas complexos?; Adequação ao público-alvo (infantil/juvenil); Equipamento requerido; Duração do documento (possibilidade de utilização em sala de aula); Qualidade dos documentos vídeo de entretenimento deve ser de referência e representar os vários géneros cinematográficos; o Aquisição de documentos em formato VHS, apenas, quando estes não existirem em suporte mais atual. o o o o o

Jogos o o o o o

Carácter educativo e a sua relação com o currículo; Reputação e as recomendações eventualmente feitas; Local onde poderá ser jogado; Tipo de suporte; Relação qualidade/preço.

Para a implementação da política de gestão documental é importante e necessária uma avaliação periódica da coleção existente que possibilite: a) b) c) d)

A definição das lacunas mais evidentes; A identificação das obras deterioradas e desatualizadas; O conhecimento das necessidades dos utilizadores; A seleção de materiais que despertem o interesse do utilizador, pelo seu caráter inovador e pela qualidade;

Aquisição São três as formas de aquisição de itens para a coleção da BEDP4: a compra, a oferta e a permuta. A decisão de adquirir deve considerar o material selecionado e a verba disponível para o desenvolvimento da coleção. A aquisição de itens para a coleção da BE deve ter em conta o número de exemplares necessários para os reais e potenciais utilizadores, devendo respeitar-se a proporcionalidade de uma cópia por cada dez potenciais utilizadores. Esta proporcionalidade deve ser seguida especialmente para os itens que sejam de maior necessidade ou procura e de utilização no apoio ao currículo. Estão neste caso os dicionários e as obras de leitura obrigatória. o Compra o Doações/ofertas: a doação / oferta de itens para a coleção da BE reveste-se de enorme importância num cenário de recursos financeiros limitados a par da necessidade de alargar e desenvolver a coleção. Devem, porém, obedecer aos mesmos critérios de seleção que as obras a adquirir por compra, e ainda, atender às necessidades e interesses dos utilizadores, às lacunas existentes na coleção, à atualidade dos documentos, ao estado de conservação dos documentos, os suportes (respeito pelos direitos de autor) e estar de acordo dom a missão da BE.

Política de desbaste/abate A finalidade do desbaste reflete o funcionamento da BE e possibilita a melhoria da qualidade, ao eliminar títulos cuja avaliação periódica e contínua mostra a sua desadequação face aos conteúdos temáticos, ao desgaste por uso, à ausência de procura e utilização no conjunto da coleção. Trata-se, assim, de um processo tão importante como o da seleção de documentos e deve ter em conta os mesmos princípios e políticas que determinam a aquisição.

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Objetivos   

Adequar o desenvolvimento da coleção às necessidades curriculares, extracurriculares e de complemento curricular de professores e de alunos; Libertar espaço físico para a renovação do fundo; Estabelecer critérios para abate, depósito e substituição de documentos

Critérios de Desbaste A definição de critérios de desbaste permite à BEDP4 ser «um organismo vivo, em evolução»1 e terá em conta a facilidade de acesso à informação. Na análise que se pretende fazer da coleção, devemos ter presente que se deve verificar a utilidade e adequação do material existente às necessidades curriculares, de complemento curricular e extracurriculares dos utilizadores, verificando, simultaneamente, o preenchimento das condições decorrentes dos seguintes critérios: 

 

      

Estado de conservação do documento (ilegível, com páginas danificadas, com falta de algumas páginas, sujo,…). O material deteriorado deve ser avaliado em termos de abate ou substituição, tendo em conta os custos de preservação (restauro / substituição) do mesmo e o seu valor intrínseco para a coleção. Grau de atualização dos conteúdos (noções perfeitamente desajustadas ou desatualizadas face ao desenvolvimento dessa área do conhecimento). Grau de adequação da coleção às necessidades curriculares dos professores e alunos (se responde ou não às necessidades de informação de alunos e professores para aulas, sua preparação e trabalhos delas decorrentes). Grau de adequação da coleção ao nível etário e escolar dos alunos. Valor histórico de longo prazo inerente a cada documento (valor acrescentado à coleção pela manutenção desse item). Idade do documento (a verificar pela equipa da Biblioteca). Frequência de utilização (a verificar pela equipa através da análise das requisições). Formato (se o material se encontra num formato não legível pelos atuais equipamentos deve ser considerado um candidato a desbaste. Deve selecionar-se o formato mais adequado aos utilizadores). Comparação com listas bibliográficas de referência. Utilização em presença (a verificar pela equipa da Biblioteca).

Serão abatidos: Os documentos desatualizados; Os documentos fisicamente danificados (de forma irrecuperável) e velhos; As publicações periódicas que não tenham pertinência para as necessidades dos utilizadores, mantendo-se os números correspondentes aos últimos 6 meses; o Os manuais escolares desfasados do currículo. Excetuam-se os jornais da Escola. o o o

Procedimentos a) Consoante a análise feita, assim se proporá o desbaste da coleção:  Abate do documento (apenas para itens danificados seriamente, desatualizados e cumulativamente sem valor futuro ou histórico);  Depósito (para documentos com valor histórico, mas sem aplicação no presente);  Substituição por exemplar mais recente (para documentos danificados, necessários e disponíveis no mercado), o restauro ou a passagem para outro suporte (digitalização). b) Todos os documentos abatidos devem conter essa indicação na página de rosto, a vermelho e com data do abate; 1

Manual de uma Política Documental, Ranagathan

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c) Os documentos do fundo local e sobre atividades e vida da Escola devem ser sempre preservados, pois constituem a memória viva da comunidade; d) Os documentos indicados para desbaste deverão ser analisados pela equipa que, após verificação dos motivos apresentados, decidirá sobre a proposta final de desbaste, tendo em conta a sua própria análise e o conhecimento especializado que possui dos pontos fortes e fracos da coleção; e) O PB apresentará ao Diretor uma proposta de desbaste da coleção.

Responsabilidade do desbaste da coleção O PB, enquanto gestor da coleção, é o responsável pela aplicação desta Política de Desbaste, devendo contar com a colaboração da equipa que coordena e dos Coordenadores de Departamento ou professores de áreas específicas para a elaboração de uma proposta de desbaste a apresentar ao Diretor. A decisão final quanto aos títulos a desbastar cabe ao Diretor.

Partilha de recursos A política de desenvolvimento da coleção deve contemplar, também, a partilha de recursos documentais entre as bibliotecas do Agrupamento. Foi criado, no módulo de empréstimo do BiblioNet, um número de utilizador para cada uma das escolas, de modo a facilitar o empréstimo e a circulação de documentos.

Condições de acesso e empréstimo A coleção impressa da BE encontra-se em livre acesso. Todos os utilizadores podem retirar das estantes os documentos que lhes despertam interesse. Porém, nem todos os documentos estão disponíveis para empréstimo; todos os documentos sinalizados com uma bola vermelha podem ser consultados apenas presencialmente ou requisitados para sala de aula a pedido dos professores. No módulo Circulação e empréstimo do programa informático definiram-se diferentes grupos de utilizadores. Dentro de cada grupo, cada utilizador possui um número de leitor e, neste momento, é, apenas, com esse número que são feitos os empréstimos domiciliários ou para sala de aula. O período de requisição domiciliária (dez dias) é igual para todos os utilizadores; o mesmo não acontece com o número de obras a requisitar. Salvo o grupo dos professores que podem requisitar até cinco obras distintas, os demais grupos apenas podem requisitar uma obra de cada vez.

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Comunicação e Difusão da Informação Além da divulgação em sede de departamento curricular/grupo disciplinar, far-se-á uso dos meios disponíveis na escola para divulgar esta Política de Desenvolvimento da Coleção junto da comunidade de utilizadores, nomeadamente através da disciplina da BE na plataforma Moodle e da disponibilização da versão impressa na Biblioteca.

Implementação da política/avaliação e revisão O processo de avaliação da coleção deve ter um caráter bianual, tendo em vista a necessária aferição entre a seleção e as aquisições, através da análise das estatísticas de empréstimo e dos inquéritos aos interesses e necessidades de formação dos utilizadores, monitorizando a implementação da Política de Desenvolvimento da Coleção. A Política de Desenvolvimento Documental desenhada neste documento terá como período de vigência o biénio 2015/2017. Contudo, se sentido como necessário, o documento poderá ser objeto de apreciação e de revisão anualmente.

Responsável pela Política de Desenvolvimento da Coleção Após a aprovação pelo Conselho Pedagógico, compete ao Coordenador da Biblioteca Escolar, assessorado pela restante equipa, a responsabilidade de aplicar as orientações constantes no presente documento. O Coordenador e a Equipa serão, deste modo, responsáveis pela seleção, aquisição, apreciação de ofertas, gestão do orçamento, desbaste, preservação, avaliação da coleção e respetivo desenvolviment

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Biblioteca Escolar D. Pedro IV


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