parto. "É isso o que me preocupa e o que preocupa Michael, que você soubesse desse fato, que você o descobrisse; que você, que quer ser nosso amigo, ficasse horrorizado ao descobrir que uma fêmea poderia ter estado ao seu alcance se eu não tivesse acabado com ela." Ash inclinou-se para a frente na poltrona, pousando os cotovelos nos joelhos, com um dedo dobrado abaixo do seu lábio inferior, pressionando sua maciez. As sobrancelhas estavam erguidas, unindo-se apenas ligeiramente enquanto ele contemplava o rosto de Rowan. — O que você teria feito? — perguntou Rowan. — Se você a tivesse descoberto, a minha Emaleth? — Esse era o seu nome! — sussurrou Ash, perplexo. — O nome que o pai lhe deu. O pai insistia em me forçar, apesar de os abortos estarem me matando. E afinal, por algum motivo, esse bebê, Emaleth, foi forte o suficiente para nascer. Ash suspirou. Ele voltou a se recostar, descansando o braço na beirada do braço de couro da poltrona. E ele a examinava, mas não parecia devastado nem irritado. Na verdade, porém, como se poderia saber? Por um átimo de segundo, pareceu loucura ter-lhe contado, ter contado tudo aqui, logo aqui, no seu próprio avião, voando em silêncio pelos céus afora. Mas a verdade era que isso parecia simplesmente inevitável, algo que precisava ser feito, se se quisesse algum progresso, se se quisesse algum resultado do fato de terem se conhecido, se o amor de fato já estava surgindo entre eles a partir do que já haviam testemunhado e ouvido. — Será que você ia desejá-la para si? — perguntou Rowan. — Será que você não teria talvez movido céus e terra para ter acesso a ela, para salvá-la, para levá-la embora em segurança e gerar a tribo de novo? Michael temia por ela, isso ela via nos seus olhos. E ela percebeu, enquanto olhava para eles dois, que não estava realmente dizendo tudo isso só por eles. Estava falando para si mesma, a mãe que havia matado a filha, que havia puxado o gatilho. De repente ela se retraiu, com os