Introdução r. ryan/divulgação
Países do Norte
yann arthus-bertrand/corbis
chris cheadle/the image bank/getty images
yyVista aérea de Estocolmo, capital da Suécia.
y y Vista aérea panorâmica da cidade de Vancouver, no Canadá.
10
yy Vista aérea de Manhattan, Nova York, Estados Unidos, com o Central Park ao centro.
romilly lockyer/the image bank/getty images
josé fuste raga/zefa/corbis
yy Vista aérea de Paris, com o rio Sena em primeiro plano e a torre Eiffel ao fundo.
r. wallace/stock photos/zefa/corbis
yyVista aérea de Tóquio, capital do Japão.
yyVista parcial da cidade de Sydney, na Austrália.
?
• Quais são os países do Norte? • Que linha divisória separa o Norte e o Sul socioeconômicos? • Quais são os critérios utilizados para essa forma de agrupamento dos países? Aqui você vai encontrar respostas a essas e outras questões que envolvem a regionalização do espaço mundial. 11
Capítulo
O que são e quais são os países do Norte?
1
Desde as últimas décadas do século XX, a divisão do mundo em duas partes — o Norte rico ou industrializado e o Sul pobre ou subdesenvolvido — vem sendo frequentemente utilizada em livros, atlas e na mídia (jornais, revistas, televisão, etc.). Mas, como você vai ver a seguir, não se deve confundir essa divisão, que segue o critério econômico-social, com aquela outra que divide o nosso planeta em dois hemisférios, o norte e o sul, delimitados pela linha do equador. Para começar, observe o mapa abaixo.
GROENLÂNDIA
ISLÂNDIA
RÚSSIA
SUÉCIA FINLÂNDIA
NORUEGA
CANADÁ
NORTE
REINO UNIDO
POLÔNIA ALEMANHA UCRÂNIA FRANÇA ROMÊNIA ESPANHA ITÁLIA PORTUGAL TURQUIA
ESTADOS UNIDOS
SUL
NORTE MÉXICO
SUL
CUBA VENEZUELA COLÔMBIA EQUADOR
EQUADOR
OCEANO
PERU
BRASIL BOLÍVIA
PACÍFICO
PARAGUAI
CHILE
URUGUAI
CASAQUISTÃO
PACÍFICO
IRAQUE AFEGANISTÃO IRÃ EGITO NEPAL LÍBIA ARÁBIA ÍNDIA SAUDITA MAURITÂNIA NÍGER ERITRÉIA MALI SUDÃO NIGÉRIA ETIÓPIA MARROCOS ARGÉLIA
OCEANO
REP. DEM. QUÊNIA DO CONGO TANZÂNIA
ATLÂNTICO ANGOLA
MOÇAMBIQUE
NAMÍBIA
OCEANO
MONGÓLIA
OCEANO
JAPÃO
CHINA
FILIPINAS MALÁSIA
INDONÉSIA
ÍNDICO
MADAGASCAR
AUSTRÁLIA
REP. DA ÁFRICA DO SUL
ARGENTINA
0
ESCALA 2 390 4 780 km
Adaptado de Atlante Geografico Metodico De Agostini 2006-2007. Novara: Istituto Geografico De Agostini, 2006.
divisão do mundo por critérios s0cioeconômicos: norte e sul
NOVA ZELÂNDIA
SUL
NORTE
Linha divisória Norte/Sul
Ponto de partida Converse com o professor e os colegas sobre a seguinte afirmação: • A linha divisória entre o Norte desenvolvido e o Sul subdesenvolvido não é a linha do equador, e sim uma linha com várias curvas, que dá voltas para encaixar melhor um ou outro país. 12
Introdução < Países do Norte
1
I ntrodução: o Norte e o Sul
O Norte e o Sul, com iniciais maiúsculas, são uas imensas regiões ou “mundos” com nível de d desenvolvimento diferente. Não são, portanto, dois hemisférios (metades de uma esfera); são dois con juntos de países com condições socioeconômicas diferentes. Não é o equador que separa o Norte e o Sul; é uma linha imaginária com um traçado sinuo so que passa entre os Estados Unidos e o México, entre a Europa e a África, entre a Rússia e a Mongó lia e, no extremo leste da Ásia, faz uma curva para o sul, incluindo o Japão, a Austrália e a Nova Zelân dia no Norte industrializado.
Quais são os países do Norte? São os países do Primeiro Mundo ou países ca pitalistas desenvolvidos: todos os países da Europa ocidental, os dois países da América Anglo-Saxôni ca (Estados Unidos e Canadá), o Japão, a Austrá lia e a Nova Zelândia. Em segundo lugar, estão os países ex-socialistas mais industrializados: as na ções da Europa oriental e os Estados oriundos da dissolução da União Soviética — Rússia, Ucrânia, Casaquistão, Lituânia, Armênia, entre outros. Os países do Norte não estão localizados to talmente no hemisfério norte, isto é, ao norte do equador. Dois deles, a Austrália e a Nova Zelândia,
situam-se ao sul do equador. Por outro lado, mui tos Estados do Sul localizam-se ao norte do equa dor: Mongólia, Coreia do Norte, Filipinas, Etiópia, México, Marrocos, Índia e outros.
Por que prevaleceram as denominações países do Norte e países do Sul? As denominações países do Norte e países do Sul começaram a ser utilizadas com mais frequência por serem “neutras”, isto é, por não terem uma conotação de avanço ou atraso, de superioridade ou inferioridade. As demais denomições — países desenvolvidos e subdesenvolvi dos, países ricos e pobres, Primeiro e Terceiro Mundo, centro e periferia, economias avançadas e atrasadas — normalmente têm essa conotação de insuficiência ou carência para com o segundo grupo de nações, algo que não é totalmente in correto, mas é pouco diplomático. Isso não significa que essas noções foram aban donadas. Elas continuam a ser utilizadas, dependen do do contexto. Elas ainda são úteis, mas a ideia de Norte e Sul tornou-se a mais popular, a mais empre gada atualmente. No entanto, qualquer divisão da realidade mundial é apenas parcialmente verdadei ra, pois não podemos esquecer que existem cerca de duas centenas de Estados-Nações na superfície terrestre, cada um diferente dos outros.
Área (em %) das terras emersas da superfície terrestre, excluindo a Antártida
População: em percentagem sobre o total mundial
Percentagem sobre a economia mundial (renda anual de todos os países do mundo) 13%
26% 53%
47% 74%
Norte
87% Sul
O que são e quais são os países do Norte? < Capítulo 1
13
Gráficos elaborados com base em dados extraídos de: L’état du monde 2007. Paris: La Découverte, 2006.
Oo NORTE SUL: algumas ALGUMAScomparações COMPARAÇÕES norte Ee O o sul:
O ideal seria estudar cada Estado separada mente, analisando seus traços naturais, sociais e econômicos, verificando suas diferenças inter nas, suas regiões. Mas um estudo tão aprofunda do como esse é impraticável. Daí a necessidade de dividir ou agrupar esses duzentos países em alguns poucos conjuntos. E, nesse nível genérico, voltamos a afirmar que a melhor divisão é a de países do Norte ou desenvolvidos e países do Sul ou subdesenvolvidos. Observe os gráficos na página 13. Eles nos per mitem comparar a área, a população e a renda dos países do Norte e do Sul.
Alguns questionamentos sobre essa forma de agrupar os países
AFP
Certamente existem problemas ou dúvidas nes sa forma de agrupar os países. Como o mundo é extremamente complexo e diversificado, existem vários Estados em situação intermediária, o que torna difícil classificá-los como ricos ou pobres. Ninguém duvida de que Estados Unidos, Canadá, Alemanha, Japão, França, Reino Unido, Suíça e alguns outros países são de fato desenvolvidos, com uma economia moderna e um elevadíssimo padrão médio de vida para suas populações. Pode-se, porém, questionar o desenvolvimen to de nações como Portugal, Irlanda ou Grécia.
yy Mulheres colhendo algodão no Tajiquistão, um país ex-socialista e incluído entre as economias do Norte, apesar de ser pouco industrializado e de a população possuir um baixo padrão médio de vida.
14
Introdução < Países do Norte
Esses países, cujas economias não são tão indus trializadas quanto as dos países anteriormente mencionados, não deveriam ser estudados junto com o Sul subdesenvolvido? A resposta é não, p ois são Estados europeus oci dentais e pertencem à União Europeia, uma das três grandes potências econômicas do mundo atual, jun tamente com os Estados Unidos e o Japão. Além dis so, apesar de os padrões de vida nesses três países serem mais baixos que na Alemanha ou no Canadá, eles são indiscutivelmente mais elevados que na imensa maioria dos países do Sul. Outra interrogação diz respeito às nações ex-socialistas que costumam ser incluídas no Nor te. Alguns desses países, como Hungria, Polônia, Eslovênia e República Tcheca, de fato possuem uma razoável industrialização e um padrão de vi da considerado elevado e foram incorporados à União Europeia. Entretanto, outros países desse grupo — Albânia, Turcomenistão, Tajiquistão (foto ao lado), Quirguízia, etc. — possuem economias pouco industrializadas (muito menos que o Brasil, a África do Sul ou a Argentina, por exemplo) e bai xos padrões médios de vida para suas populações. Mesmo a Rússia, o mais importante dos países oriundos da então União Soviética, na realidade tem hoje uma economia e um padrão de vida que podem ser comparados, no máximo, aos do Brasil. Não seria então o caso de incluí-los no Sul? Talvez, mas não podemos esquecer dois fatos importantes. O primeiro é que os países oriundos da União Soviética formam a Comunidade de Es tados Independentes (CEI), que poderá ser uma das grandes potências mundiais do século XXI, desde que ela se consolide e a Rússia supere a crise econômica pela qual vem passando desde os anos 1980. (Estudaremos a CEI com mais de talhes nos capítulos 7 e 8 deste livro.) O segundo fato importante é que também a Rússia e outros países da CEI poderão eventualmente ingressar na União Europeia, pois a pretensão dos países membros dessa comunidade é formar um imen so megabloco, reunindo 850 milhões de pessoas, mesmo que isso leve duas ou três décadas para se concretizar.
Pensando sobre o tema
2
2. Leia a afirmação abaixo e responda se você concorda com ela. Justifique sua resposta. “Qualquer divisão da realidade mundial é apenas parcialmente verdadeira, pois existem cerca de duas centenas de Estados-Nações no mundo, cada um com seus traços naturais, sociais e econômicos.”
Incluem-se entre os países do Norte as econo mias capitalistas desenvolvidas, também conheci das como “sociedades de consumo”. A produção econômica desse conjunto de paí ses é a maior e a mais moderna de todo o mun do. Somente os Estados Unidos, por exemplo, com apenas cerca de 4% da população mundial, participam com 28% na economia de todo o pla neta. Para você ter uma ideia, o continente africa no, onde existem 53 países e no qual vivem 13% da população mundial, participa somente com 1,9% da economia mundial. Se considerarmos os Estados Unidos, os países da Europa ocidental e o Japão, que juntos perfazem 12,5% da popula ção do planeta (menos do que a África), teremos um pouco mais de 70% da produção econômica e da renda mundial.
yy Homem carregando uma televisão comprada num dia de liquidação numa loja de Chicago, Estados Unidos. reuters
Temos de entender que nem Homogêneo o Norte nem o Sul são conjuntos Que não apresenta homogêneos. Em ambos, e princi grandes palmente no Sul, existem enormes diferenças ou grandes diferenças econômicas, sociais e desigualdades. culturais. É por esse motivo que O contrário de homogêneo é nesta coleção estudamos as gran heterogêneo. des regiões que formam cada um desses “mundos”, e não o Norte ou o Sul em con junto. Algumas vezes destacamos Estados que têm uma importância singular, como a China, o Brasil, o México, os Estados Unidos, o Japão, entre outros. No volume do 8o ano, estudamos as diversas áreas que pertencem ao Sul: a América Latina, a África e a Ásia (menos o Japão). Neste volume, estudaremos os conjuntos regionais que constituem o Norte: a Eu ropa, a América Anglo-Saxônica, a CEI, o Japão, a Austrália e a Nova Zelândia.
Países do Norte
John Gress/reuters
1. A linha do equador não é a linha divisória entre o Norte desenvolvido e o Sul subdesenvolvido. Explique o traçado da linha imaginária que separa dois “mundos” com níveis de desenvolvimento diferentes.
Verificando o que aprendemos 1. O s países do Sul, apesar de reunirem a maior parte da população da Terra, participam da economia mundial com uma parcela relativamente pequena. Que dados dos gráficos da página 13 justificam essa afirmação? 2. A regionalização do espaço mundial em Norte e Sul apresenta problemas ou dúvidas para agrupar os países. Explique por que podemos fazer essa afirmação.
yy Consumidor escolhendo um telefone celular em Tóquio, Japão. A grande oferta de produtos na sociedade industrial incentiva o consumo. O que são e quais são os países do Norte? < Capítulo 1
15
África
América Latina
Ásia (menos o Japão)
Europa oriental e CEI
34 188
1 042
4 785
1 900
4 815
82,0
54,5
73
68
69
40
11
20
4
0,2
2,1
1,3
1,0
0,1
2,8
89
23
47
19
América Anglo-Saxônica
Europa ocidental
Japão
43 861
27 665
Expectativa de vida (em a nos)
79,5
80,0
Taxa de analfabetismo (%)
0,5
1,8
Taxa de crescimento demográfic o (%)
1,0
0,1
Taxa de mortalidade infantil (‰)
6
4
Indicadores* Renda per capita (em dólares)
Tabela elaborada pelos autores com base em dados extraídos de: 1. World Bank, 2008. 2. A lmanaque Abril 2008. São Paulo: Abril, 2008. 3. C alendario Atlante 2008. Novara: Istituto Geografico De Agostini, 2008.
Grandes regiões
* Esses indicadores são uma média dos países de cada grupo ou região; não devemos esquecer que existem diferenças, muitas vezes enormes, entre as nações de cada grupo.
Observação: Os dados estatísticos mencionados nos livros desta coleção podem apresentar variações entre uma fonte e outra por causa das diferenças de critérios adotados pelas entidades que compilaram os dados, bem como das diferenças entre os momentos em que os dados foram colhidos.
[geolink 1] Cresce pobreza entre crianças nos países ricos Estudo divulgado pelo Unicef mostra que situação das crianças americanas é a pior entre as 24 nações mais ricas O Unicef, agência da Organização das Nações Unidas (ONU) para a infância, alerta para o aumen to do número de crianças vivendo em condições de pobreza em nações ricas. Estudo divulgado em 2005 aponta que em 17 dos 24 países mais ricos do mundo a condição delas se degradou. Entre os países ricos, a situação das crianças nos Estados Unidos está entre as piores, embora o Unicef destaque que esforços para reverter a situação estejam sendo verificados desde a década de 1990. Segundo o documento, mais de 20% das crianças nos Estados Unidos vivem em situação de pobreza. A taxa americana é a que mais se aproxima da mexica na, também avaliada pelo Unicef. No México, 27,7% das crianças vivem em condições de pobreza. Para a agência da ONU, uma criança é qualificada como “pobre” se parcela da renda de seus pais não é suficiente para lhe garantir direitos como educação e saúde. Na Europa, a pior situação é vivida pelas crianças italianas: 16,6% delas vivem na pobreza, condição inferior à de crianças de Portugal ou da Grécia, paí ses que até pouco tempo eram considerados como as regiões mais precárias do continente. Já em paí ses como a Dinamarca e Finlândia, menos de 3% das
16
Introdução < Países do Norte
crianças vivem em situação de pobreza. A Noruega é também destacada como um país onde a pobreza é praticamente inexistente entre as crianças. Para o Unicef, o levantamento tem como objetivo mostrar que as metas da ONU de redução da pobreza não devem ser alvo de atenção apenas dos países em desenvolvimento. A agência da ONU constata que a pobreza entre as crianças está diretamente ligada ao nível salarial de seus pais. Em 13 países, houve uma queda nos salários das populações mais pobres nos últimos dez anos, resultando em uma deterioração das condições também para as crianças. O Unicef conclui que gastos sociais por parte dos governos são o principal remédio para combater a pobreza infantil. Segundo a pesquisa, países que destinam menos de 5% do PIB à infância contam com mais de 15% das crianças vivendo na pobreza. Fonte: Jamil Chade, em O Estado de S. Paulo, 1o de março de 2005. p. A16.
Sobre o Geolink 1 1. De acordo com o Unicef, quando podemos classificar uma criança como “pobre”? 2. Cite exemplos de países onde a pobreza é praticamente inexistente entre as crianças. 3. Na sua opinião, qual é a importância desse estudo realizado pela ONU? Qual é sua provável intenção ao realizar essa pesquisa?
Para visualizar melhor essa enorme desigual dade nos níveis de desenvolvimento no mundo, observe a tabela na página ao lado. Em geral, os países do Sul têm um maior crescimento demográfico anual, o que significa que suas populações aumentam mais com o de correr do tempo. Mas os países do Norte estão muito na frente com relação aos principais indi cadores econômicos e sociais: maiores rendas per capita (ou seja, renda média por habitante), maior esperança ou expectativa de vida, meno res taxas de analfabetismo para a população com mais de 7 anos, etc. Essas economias capitalistas desenvolvidas, ou “sociedades de consumo”, constituem os maiores mercados do planeta. Elas representam cerca de 75% do comércio internacional e nelas o consu mismo é intenso, com as maiores vendas anuais de automóveis, computadores, produtos eletrôni cos, aviões e inúmeros outros bens e serviços. Pos suem populações com elevadas rendas médias, o que significa altos padrões de consumo, os maio res do mundo. Veja as fotos da página 15.
ois subconjuntos singulares: D Europa oriental e CEI As nações da Europa oriental e da ex-União So viética, também incluídas no conjunto dos países do Norte, não são economias capitalistas desen volvidas e tampouco “sociedades de consumo”. Todavia, suas populações possuem ótimo nível educacional. Graças aos bons sistemas de ensino público e gratuito, em geral essas nações apresen tam baixas taxas de analfabetismo. Na realidade, são “economias de transição”, ou seja, economias que foram planificadas e que, desde o final dos anos 1980, estão se transformando em econo mias de mercado. Alguns países estão adiantados nesse processo; outros estão atrasados e enfrentando enormes dificuldades. Vamos estudar melhor esse assunto nos capítulos 5 a 8. Para entendermos o que significa “economia de transição”, conceito amplamente utilizado pe las organizações internacionais a partir da última década do século XX, temos de recordar o que são
economias planificada e de mercado. Uma econo mia planificada tem por base empresas estatais ou públicas, isto é, a grande maioria das empresas (indústrias, bancos, fazendas, estabelecimentos comerciais e de seguros, etc.) não é propriedade privada, e sim do governo. Numa economia de mercado ocorre o oposto: a grande maioria das empresas é privada ou particular, isto é, pertence a um indivíduo ou a uma família (o que está se tor nando cada dia mais raro, principalmente quando se trata de grandes empresas) ou pertence a um grande número de acionistas (o que está se tor nando cada vez mais comum). Assim sendo, as decisões sobre onde investir, onde comprar matérias-primas, mão-de-obra a contratar ou demitir, a que preços vender suas mercadorias, etc. são tomadas de forma diferente nas duas economias. Numa economia de merca do cada empresa decide essas questões isolada mente, levando sempre em conta as tendências do mercado, ou seja, a oferta e a procura. Assim, se houver muita oferta de um produto ou serviço e concorrência entre as empresas que os ofere cem aos consumidores, a tendência é o preço cair. Se ocorrer o oposto, ou seja, escassez ou falta de uma mercadoria e muita procura por parte dos consumidores, a tendência é o preço aumentar. É a chamada “lei da oferta e da procura”, fundamen tal numa economia de mercado. O mercado, portanto, é a oferta e a procura de algum bem ou serviço. Por exemplo: o mercado automobilístico é formado pelas empresas que vendem automóveis (oferta) e pelas pessoas ou empresas que estão interessadas em comprá-los (procura); o mercado de trabalho é constituído pelas pessoas que estão em busca de emprego e pelas empresas que estão precisando de empre gados; e assim sucessivamente. Numa economia planificada não é o mercado que comanda as decisões. Estas são tomadas de forma centralizada por órgãos planejadores do go verno, que elaboram planos válidos para todas as empresas. Esses planos podem ser anuais ou, co mo era mais comum, quinquenais (válidos para um período de cinco anos). Portanto, numa economia
O que são e quais são os países do Norte? < Capítulo 1
17
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Introdução < Países do Norte
Peter Turnley/Corbis
planificada não há concorrência entre as empresas, já que todas são estatais e obedecem a um mesmo plano. Os preços não são orientados pelas ten dências do mercado (oferta e procura), mas fixados pelo governo e válidos pa ra todas as empresas. Hoje as economias planificadas pra- ticamente não existem mais. Elas exis tiram durante várias décadas — desde os anos 1920 até os anos 1980 — e che garam a abranger cerca de um terço (34%) da humanidade nos Estados que se proclamavam socialistas. Mas, desde os anos 1980, elas afundaram yy Mulheres em fila para a aquisição de alimentos na União Soviética, em enormes dificuldades (observe o em 1991, observam um pedaço único de carne numa bandeja. As filas eram constantes nas economias planificadas por causa da exemplo mostrado na foto ao lado) carência de produtos no comércio. e, em consequência, tem havido uma verdadeira corrida para a economia de mercado. A partir dessa década vem ocorrendo uma no Em outras palavras, as antigas economias pla nificadas desde então vêm se transformando em va revolução industrial nos países desenvolvidos, economias de mercado, acabando com grande a chamada Terceira Revolução Industrial ou revo parte das empresas estatais e com os planos cen lução técnico-científica. Aquele velho modelo eco tralizados. No lugar dos planos, o mercado pas nômico baseado nas indústrias automobilística e sou a comandar as decisões (sobre preços, inves petroquímica — que dominou o mundo durante timentos, contratações, etc.) nessas economias grande parte do século XX — cede lugar a um no de transição. Inúmeras empresas estatais foram vo modelo, mais dinâmico, que alcançou enorme ou estão sendo privatizadas, isto é, vendidas a avanço tecnológico, baseado na informática (redes particulares, a empresas ou pessoas que com de computadores) e em sua constante evolução, pram suas a ções ou parte delas. na robótica (robôs), na microeletrônica (novos pro Por que elas vêm se transformando em econo dutos eletrônicos), nas telecomunicações e na bio mias de mercado? tecnologia (novos remédios e nova produção agro As razões dessa mudança serão detalhadas pecuária). Veja as fotos na página ao lado. nos capítulos 5 a 8, nos quais estudaremos a Eu Essa notável inovação tecnológica foi resultado ropa oriental e as nações da CEI. Neste primeiro de uma forte concorrência entre os países e entre capítulo vamos dar apenas uma visão geral do as empresas de economia de mercado, que preci problema, uma explicação mais simples e pouco savam dessa tecnologia para superar os produtos detalhada. Basicamente, podemos afirmar que as de seus concorrentes. Nas economias planifica economias planificadas chegaram a um ponto de das não há concorrência e por essa razão não se esgotamento, a uma forte crise nos anos 1980, tem uma grande evolução tecnológica. Vizinhos por serem muito centralizadas e burocratizadas e da Europa ocidental, os povos do Leste europeu e não conseguirem acompanhar a intensa moderni da CEI foram os primeiros a perceber que o seu pa zação pela qual as economias de mercado, princi drão de vida estava estagnado ou em declínio, em palmente no Primeiro Mundo, vêm passando des de os anos 1970. contraste com as grandes melhorias que os povos
divulgação Priscila prade / editora abril divulgação
yy Televisão de alta definição, telefone celular e microcomputador: três símbolos da nova revolução industrial ou revolução técnico-científica. Grandes mudanças na área da informação e automação vêm ocorrendo desde o fim dos anos 1970, principalmente nos países capitalistas desenvolvidos.
europeus ocidentais conquistaram nas últi mas décadas do século XX. Foi por esse motivo, pela proximidade geográfica e por uma tradição histórica co mum que a chamada “crise do mundo so cialista”, ou seja, o esgotamento do socialis mo real baseado no partido único e oficial e na economia planificada ou centralizada, manifestou-se com maior intensidade na Europa oriental e na então União Soviética. Em relação aos países da Europa oriental, é necessário destacar o seu anseio de li berdade política plena, pois o território de alguns deles foi invadido por tropas soviéti cas quando seus povos reivindicaram direi tos democráticos e mudanças econômicas (a Primavera de Praga na Tchecoslováquia, em 1968, por exemplo). Os povos da região que não sofreram essa humilhação nacio nal sempre temeram a ameaça de uma in vasão soviética. Por outro lado, os povos da Europa oriental e da ex-União Soviética, regiões mais industrializadas e com menos problemas que outras regiões do antigo Se gundo Mundo ou “mundo socialista” — co mo Mongólia, Moçambique, Angola, Coreia do Norte, entre outros —, consideram-se eu ropeus e têm como referência ou padrão de comparação os países do Norte, em es pecial os da Europa ocidental. Dessa forma, o fim do antigo Segundo Mundo — países de economia planificada — reforçou a diferença entre o Norte e o Sul. Uma parte do antigo Segundo Mundo foi in cluída no Sul: China, Cuba, Angola, Moçam bique, Coreia do Norte e outros. São nações que em geral enfrentam grandes proble mas de desigualdades, industrialização in completa ou quase inexistente, altas taxas de mortalidade infantil, baixas rendas per capita. Outra parte do antigo Segundo Mun do, a Europa oriental e a CEI, foi incluída no Norte industrializado, embora não tenha os mesmos níveis de modernização e o padrão de vida das nações do Primeiro Mundo. O que são e quais são os países do Norte? < Capítulo 1
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[geolink 2] As migrações internacionais: por que se emigra? As migrações internacionais, particularmente a vinda de pessoas dos países pobres (do Sul) para os países ricos (do Norte), constituem uma das principais questões deste início de século. A ideia que prevalece no Norte, notadamente na Europa ocidental, nos Esta dos Unidos e no Japão, é a de uma crise do controle da imigração. Seria necessário então um maior controle sobre a entrada de imigrantes, uma ideia predominan te, mas que creio ser unilateral. Ela limita a verdadeira percepção desse problema. O importante de fato não é a eficácia do controle sobre quem entra em nossas fronteiras, e sim a natureza desse tipo de controle. Como pensar em controlar a imigração neste mundo cada vez mais globalizado, no qual se expandem as or ganizações internacionais e os inúmeros acordos que garantem determinados direitos humanos básicos a todos? Não é possível assim exercer um maior contro le sobre quem entra no país e ao mesmo tempo incen tivar as trocas comerciais e o turismo internacional, e obedecer às legislações que garantem direitos sociais e políticos aos imigrantes. E as migrações internacionais não são fenôme nos autônomos ou independentes. Elas estão liga das a uma série de condições, entre as quais po dem-se citar: • Certas mudanças econômicas (modernização, in trodução de máquinas que substituem trabalha dores) e a destruição por parte de algumas em presas multinacionais das economias tradicionais (que empregam muita mão-de-obra), criando as sim uma força de trabalho móvel, que tem de se movimentar em busca de emprego. Esse é o sen tido principal de quase todas as migrações: uma redistribuição espacial da força de trabalho, ou se ja, a busca de empregos de parte de populações excedentes das regiões ou países mais pobres nas regiões ou países mais ricos. • A ação de alguns governos, que, com suas ope rações militares (guerras, matança de certas etnias ou povos, guerrilhas), provocam o deslo camento de populações e a existência de refugia dos e de migrantes. • Os acordos de livre-comércio, que promovem o fluxo de capitais, de serviços e de informações e também o fluxo de trabalhadores, em especial da queles mais qualificados. Mas a população em geral e até mesmo as autorida des não levam em conta todos esses fatos quando fa lam em conter a imigração, em controlar as migrações
20
Introdução < Países do Norte
internacionais. Tratam essa questão como se ela fosse isolada, autônoma, sem ligação com todas as transfor mações econômicas e sociais que ocorrem no mundo. Essa falha explica a inadequação das políticas de con trole de migrações, que em geral fracassam. Apenas a partir de 1992 é que as discussões acerca do Nafta (Acordo de Livre-Comércio da América do Norte) co meçaram a levar em conta os efeitos da imigração, particularmente a dos mexicanos para os Estados Uni dos. Em vez de encarar esse fluxo migratório somente como resultado da pobreza ou da escolha individual de algumas pessoas, começou-se a ver a dimensão econômica dessa questão, a importância da mão-de-obra imigrante na economia norte-americana. Tudo indica que é com base em escolhas dos países desen volvidos, que são importadores de mão-de-obra, que se constroem os laços que unem os países de emigra ção com os de imigração. Essas migrações internacio nais dos países pobres para os ricos são, por um lado, uma estratégia de sobrevivência (das populações que migram) e, por outro, uma das condições da renova ção da força de trabalho nos países ricos. Vários estudos realizados sobre essa questão mostraram que não se trata de uma invasão em massa (como creem os alarmistas), tampouco de movimentos espontâneos da pobreza em direção à riqueza. A história nos ensina que, apesar dos con troles, apesar das distâncias às vezes enormes, sem pre foi comum pessoas migrarem das regiões mais pobres para as mais ricas. Mas são fluxos determi nados, que duram algum tempo — por volta de duas décadas — e depois se estancam. E também muitas vezes existe um movimento de retorno, que é pou co estudado: os mexicanos que retornam ao seu país depois de viverem algum tempo nos Estados Unidos, por exemplo. Inúmeras pesquisas constata ram que a maior parte das pessoas não quer emi grar, não gostaria de viver no estrangeiro, e entre aqueles que gostariam de fazer isso uma boa parte permanece com o sonho de um dia poder voltar. Existe assim uma contradição: por um lado, o sistema internacional é cada vez mais interdepen dente — existe a livre circulação de mercadorias, de capitais, de ideias e existem inúmeras legislações em comum sobre direitos humanos, sobre o uso das águas internacionais e do espaço, etc. — e, por outro, as migrações internacionais, em especial as de pessoas pobres para áreas ricas, ocasionam te mores. Alguns governos tentam restringir a emigra ção por meio de filtragens ou seleções — só entra quem é qualificado ou especializado e os pobres são
barrados. Mas é extremamente difícil fazer isso. A globalização da economia e o regime internacional dos direitos humanos modificaram enormemente o campo de ação dos Estados nacionais. Existem novos atores ou sujeitos que desempenham um im portante papel nas relações internacionais, desde as empresas multinacionais até as Organizações Não-Governamentais (ONGs) que atuam em vários países. Tudo isso limita a ação dos Estados no con trole das migrações internacionais. Existe toda uma nova geografia econômica inter nacional — novas infra-estruturas (portos, aeropor tos, redes de computadores e de informações, satéli tes de comunicações), novos fluxos ou movimentos de capitais e de mercadorias — e a imigração é uma parte dela. Porém, ainda se tenta abordá-la como se fosse um problema local e unilateral, quando na realidade ela — a imigração — é um problema global e multilateral. O Estado nacional não desaparece, mas perde uma parte de seu poderio com o avanço da globalização e dos mercados regionais — a União Eu ropeia, o Nafta e outros. Mais e mais os problemas são multilaterais — e as migrações internacionais, apesar de ainda não serem vistas assim, também são um problema que vai além da competência de um único Estado nacional. Fenômeno único, a construção da unidade europeia ilustra bem essa dificuldade, essa contradição de per mitir a livre circulação de capitais e ao mesmo tempo
procurar limitar as migrações. Negociações entre os países da Europa ocidental e os da Europa orien tal tentam fazer destes últimos “zonas tampões” para barrar a vinda de refugiados e de imigrantes do Leste; programas europeus para ajudar a mo dernização da política do norte da África procuram tornar mais efetivo o controle sobre a vinda de clan destinos da África para a Europa. Mas nada disso resolve de fato o problema da entrada de milhões de imigrantes a cada ano, muitos clandestinos. E o mesmo acontece nas fronteiras dos Estados Unidos com o México [...] (Adaptado de Sassen, Saskia. Mais pourquoi émigrent-ils? Le Monde Diplomatique, nov. 2000, p. 4-5.)
Sobre o Geolink 2 1. As migrações internacionais não são fenômenos autônomos ou independentes. Elas estão ligadas a uma série de condições. De acordo com o texto, quais são essas condições? 2. Alguns fatores limitam a ação dos Estados no controle das migrações internacionais. Quais são eles? 3. Cite exemplos que mostram que a migração internacional é um processo que excede a competência de um único Estado nacional.
Verificando o que aprendemos b) Comente as fotos da página 15.
1. O bserve a tabela da página 16 (“Grandes regiões”) e faça as seguintes atividades: a) Compare a renda per capita de cada região ou grupo de países com a expectativa de vida e taxa de mortalidade infantil da população. A que conclusão você chegou? b) C omente os dados da tabela que mais chamaram sua atenção. 2. As economias capitalistas desenvolvidas ou “sociedades de consumo” constituem os maiores mercados do planeta.
3. “Economias de transição” é um conceito amplamente utilizado por organizações internacionais a partir da última década do século XX. a) O que são “economias de transição”? b) P or que as nações da Europa oriental e da CEI são consideradas “economias de transição”? 4. E xplique com suas palavras o que significa “Terceira Revolução Industrial” ou revolução tecnológica.
a) Cite algumas características desse tipo de economia.
O que são e quais são os países do Norte? < Capítulo 1
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ROTEIRO DE ESTUDO 1. Desde as últimas décadas do século XX, a divi são do mundo em duas partes — o Norte rico e o Sul pobre — vem sendo utilizada em livros, jornais, atlas e revistas. Explique por que a ideia de Norte e Sul é mais “neutra” que no ções como países desenvolvidos e países sub desenvolvidos, centro e periferia, economias avançadas e atrasadas. 2. A página 13 apresenta três gráficos com infor mações sobre os países do Norte e do Sul.
a) A nalise cada um dos gráficos e registre suas conclusões sobre a percentagem da superfície, população e distribuição de ren da entre Norte e Sul.
b) M ostre suas conclusões ao professor e aos colegas.
3. O texto nos informa que o Norte é constituído por dois grupos de países: países de economia de mercado e países de economia de transição. Para refletir sobre esses dois grupos, realize as atividades: a) R eleia o item “Países do Norte” (página 15) e explique as principais diferenças entre esses dois grupos. b) R esponda: Por que a inovação tecnológica ge ralmente é maior na economia de mercado?
c) C onfira suas respostas com o professor e os colegas e discuta com eles sobre o tema em questão. 4. A “crise do mundo socialista” manifestou-se com maior intensidade na Europa oriental e na ex-União Soviética. a) Explique o motivo disso. b) D ê exemplos de países do antigo Segundo Mundo nos quais o esgotamento do socia lismo real ocorreu com menor intensidade. c) C om a coordenação do professor, compare sua resposta com a dos colegas. 5. Você já sabe que nesta coleção o mundo está regionalizado de acordo com critérios socioeconômicos. Para retomar esse assunto, realize as atividades a seguir. a) F orme uma dupla e analisem o mapa “Divisão do mundo por critérios socioeconômicos: Norte e Sul”, na página 12. Observem o título, a legenda, a distribuição espacial das cores e a linha Norte-Sul. b) L eia o item “Alguns questionamentos sobre essa forma de agrupar os países” (página 14). c) C onverse com o professor e os colegas sobre os problemas ou dúvidas que existem ao dividir o mundo em países do Norte e do Sul.
Geografia e poesia Para refletir sobre o consumo desenfreado, característica marcante dos países de economia de mercado, realize as atividades a seguir. a) Procure explicar, com suas palavras, o que signifi ca a expressão “sociedade de consumo”. b) O bserve atentamente as fotos da página 15 e leia as legendas. c) Leia com atenção o poema de Carlos Queiroz Telles, a seguir.
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Introdução < Países do Norte
d) R elacione a mensagem do poema com os itens a e b da atividade.
e) P rocure imagens em jornais e revistas que ilustrem o poema.
f) M ostre suas respostas e sua pesquisa ao professor e aos colegas e discutam o tema em questão.
Caso complicado Essa história de dinheiro é um caso complicado... O que se ganha é contado, pedido, sofrido, suado. O que se gasta, porém, nem sempre é o precisado. Tudo e todos nos ensinam a gastar, gastar, gastar. Compre isso, compre aquilo, compre vida, compre amor... A gente acaba querendo o que quer e o que não quer, o necessário e o inútil, o falso e o verdadeiro, como se o tal do dinheiro caísse em penca do céu.
Essa história de dinheiro é um caso complicado... Será que a vida ensina o que fazer pra encontrar o tal mapa da mina? (Telles, Carlos Queiroz. Sonhos, grilos e paixões. 8. ed. São Paulo: Moderna, 1994. p. 25.)
Mas não cai... e aí começa a maior das chateações. Vontades que não têm jeito, invejas de fazer medo, desejos que não se entendem, sonhos de sonhos desfeitos. O que fica é uma vontade eterna de querer mais e uma tristeza sem graça de não ser o que se é.
Geografia em canção Vamos associar as necessidades de consumo com a propaganda? Leia atentamente a letra da canção e forme uma dupla para realizar a atividade. Diariamente Autor: Nando Reis (Warner/Chappell Edições Musicais Ltda.). Intérprete: Marisa Monte. CD Mais, EMI-ODEON, 1991.
Para calar a boca: rícino Para lavar a roupa: omo Para viagem longa: jato Para difíceis contas: calculadora Para o pneu na lona: jacaré Para a pantalona: nesga Para pular a onda: litoral Para lápis ter ponta: apontador Para o Pará e o Amazonas: látex [...]
Para levar na escola: condução Para os dias de folga: namorado Para o automóvel que capota: guincho [...] Para saber a resposta: vide-o-verso Para escolher a compota: Jundiaí Para a menina que engorda: hipofagi Para a comida das orcas: Krill Para o telefone que toca Para a água lá na poça Para a mesa que vai ser posta Para você o que você gosta: diariamente
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a) Façam uma lista com o nome dos produtos citados na letra da canção que vocês conhe cem ou já viram em alguma propaganda.
d) Relacionem a letra da canção com o poema da atividade anterior. O que vocês concluem?
b) Agora façam uma lista com o nome de cinco produtos que vocês viram em alguma propa ganda e consideram desnecessários.
e) Com base na discussão da atividade “Geogra fia e poesia” e nas respostas desta atividade, elaborem um pequeno texto que relacione so ciedade de consumo com propaganda.
c) Vocês acham que o autor da canção está criti cando algo? O quê?
f) Com a coordenação do professor, leiam seus textos para a classe.
Trabalho em equipe Para a realização desta atividade, o professor dividirá a classe em três equipes. Cada equipe vai escolher um dos continentes: América Lati na, África ou Ásia. O que vocês devem fazer? • Pesquisem quais foram os países socialistas do respectivo continente. 24
Introdução < Países do Norte
• Elaborem um mapa para localizá-los, criem um tí tulo e uma legenda para ele e indiquem a escala. • Em seguida, elaborem um pequeno texto a res peito da situação atual desses países. Na data marcada, as equipes trazem todo o seu trabalho e elaboram um mural para apresen tar aos colegas.
Geografia na internet Sugerimos para consulta o seguinte site: www.unesco.org.br — Página em português da Unesco (Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura), cujo objetivo é incentivar a cooperação técnica entre os Estados membros. Traz notícias e informações sobre eventos, além de diversos links referentes a suas áreas de atuação. www.obancomundial.org — Site do Banco Mundial, em português. Apresenta estatísticas, estu dos e projetos em diversas áreas de atividade.
Geografia na tela Sugestão de filme relacionado ao conteúdo do capítulo: A costa do mosquito (The Mosquito Coast). EUA, 1986. Direção de Peter Weir. Com Harrison Ford, Helen Mirren e River Phoenix.
everett collection/keystone
Sinopse: Inconformado com as limitações impostas pelo meio em que vive e cansado da mediocridade à sua volta, um inventor decide partir com sua mulher e seus filhos para uma região selvagem da América Central em busca de uma nova vida.
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