Boletim da Biblioteca N.º3

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Outubro de 2014

Boletim da Biblioteca Geral da Universidade de Évora


Casa onde nasceu Florbela Espanca, localizada na antiga Rua do Angerino em Vila Viรงosa.


ÍNDICE Nota Editorial

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Arrumação dos Espaços

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Leitura e Atendimento

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Aquisição e Gestão de Colecções

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Circuito Documental

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Arquivo Histórico: OS ESPANCAS – Histórias de uma Família Singular

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Visitas, Encontros, Formações e Reuniões

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O Livro da minha vida

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Mediateca

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Dinamização Cultural

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Ficha Técnica

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Florbela Espanca, com oito meses de idade, ao colo do seu pai, Jo達o Maria Espanca

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LIVROS, MEMÓRIAS E AVENTURAS... Sara Marques Pereira

Directora da Biblioteca Geral e Arquivo Histórico

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sta quarta edição do Boletim da Biblioteca, além das rubricas normais que dão nota da vida da Biblioteca e do Arquivo Histórico, é sobretudo dedicada à Exposição Os Espancas - Histórias de uma Família Singular, que a Biblioteca inaugurou no passado dia 20 de Outubro, no âmbito das actividades da Biblioteca ConVida.

Na realidade, foi propositadamente pensada para funcionar como uma espécie de catálogo da exposição, sendo a maneira que se encontrou de divulgar muitas fotografias e imagens que a exposição não pode conter. Um conjunto notável, repleto de fotografias inéditas, ou pouco conhecidas, do próprio Túlio Espanca, mas sobretudo de Florbela e do seu irmão Apeles, tiradas “a solo” e no entorno familiar, de quem teve a sorte de “ter um fotógrafo na família” - o pai. A divulgação deste espólio, hoje pertença da Universidade, e a que a Biblioteca e o Arquivo Histórico têm dado particular destaque, visa também, naturalmente, chamar mais investigadores, promovendo assim o seu estudo, e dessa forma ampliar o conhecimento da História do Alentejo e de Évora, do seu património, famílias e suas sociabilidades.

sas escolhas profissionais e, sobretudo, nos afectos que as movem. A Biblioteca iniciará, com este desiderato também, um ciclo de conferências denominado O Meu Mundo nos Livros, projecto sugerido por um grupo de investigadoras do CIDEHUS, numa parceria a que a Biblioteca gostosamente aderiu, e que irá ter como primeiro convidado Carlos Pinto Sá, Presidente da Câmara Municipal de Évora e docente da casa (4 de Novembro às 18 na Sala do Fundo do Governo Civil). Ainda com este propósito a Biblioteca encontra-se, neste momento em busca de parcerias que permitam lançar o Concurso Conto Contigo, desafio feito aos nossos alunos para escreverem um conto, iniciativa de que brevemente se dará informação.

O gosto pelos livros e o estímulo à leitura foram a razão proposta pela rubrica O Meu Livro, que tem dado oportunidade de divulgar textos belíssimos dos nossos docentes e investigadores. E assim mais uma vez. Neste Boletim contamos com um texto terno, notável, muito inspirado e inspirador, da autoria de Jorge Araújo. O pretexto: um dos livros de Mark Twain, As Aventuras de Huckleberry Finn, publicado pela Portugália na saudosa “Biblioteca dos Rapazes”, que nos transporta às leituras de infância, a outras recordações e ainda a outros livros que saem neste fio imparável de memória, confirmando a exacta importância que os livros podem ter na nossa formação, nas nos-

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ARRUMAÇÃO DOS ESPAÇOS António Cachopas

U

ma das preocupações constantes da BGUE é melhorar a organização dos seus espaços, tentando deste modo proporcionar ao utilizador a máxima qualidade nos serviços prestados.

Assim, com excepção do pólo dos Leões e do Vimioso, foram colocados em todos os pólos da BGUE, moedeiros, tendo em vista uma mais fácil e autónoma utilização das máquinas fotocopiadoras. Estes moedeiros são uma forma de pagamento automático de fácil utilização e já equipados com ecrã táctil, permitindo que o utilizador carregue o seu cartão de estudante ou funcionário com o valor que quiser, descontando depois o valor em fotocópias ou digitalizações. O cartão que o utilizador carregar pode utilizá-lo em todos os pólos com excepção dos acima citados, que continuam com um sistema autónomo. Esperamos que este seja mais um passo do agrado dos nossos utilizadores e que esta opção vá de encontro das suas necessidades.

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LEITURA E ATENDIMENTO António Cachopas

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ace ao último número do Boletim, procedeu-se a uma pequena alteração no horário de atendimento, assim:

Escola Superior de Enfermagem: 9:00h às 20:00h Centro de Recursos Pedro da Fonseca: 9:00h às 16:30h (seg. a qui.) e das 11:30h às 19:00h (sex.) Pode ver o quadro completo com o horário de atendimento ao público, de todos os pólos da BGUE:

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Horário de Atendimento ao Público Colégio Espírito Santo

Colégio Espírito Santo

Colégio Espírito Santo

9h00 às 20h30 (seg. a sex.) 9h30 às 12h30 (sáb.)

Sala do fundo do Governo Civil

Varanda do Claustro Pequeno

9h00 às 16h30 (seg. a sex.)

8h30h às 23h (seg. a sex.) 9h às 19h30 (sáb.)

Colégio Espírito Santo

Colégio Luís Verney

Colégio Luís Verney

Sala das Belas Artes

9h00 às 20h30 (seg. a sex.) 9h30 às 12h30 (sáb.)

Mapoteca

9h00 às 20h30 (seg. a sex.)

Escola Superior de Enfermagem São João de Deus

Centro de Recursos Pedro da Fonseca

9h00 às 20h00 (seg. a sex.)

9h00 às 16h30 (seg. a qui.) 11h30 às 19h00 (sex.)

Palácio do Vimioso

Colégio dos Leões

9h00 às 13h00 e das 14h00 às 18h00 (seg. a sex.)

9h00 às 20h30 (seg. a sex.)

9h00 às 20h30 (seg. a sex.) 9h30 às 12h30 (sáb.)

Colégio da Mitra 9h00 às 13h00 e das 14h00 às 18h00 (seg. a sex.)

Ed.º 0003

Largo dos Colegiais, Apt. 94 TELEFONE 266 740 823

ÉVORA 9


AQUISIÇÃO E GESTÃO DE COLECÇÕES Catarina Fernandes

OFERTAS AQUISIÇÕES E PERMUTAS (Abril a Outubro de 2014) Ao longo dos anos, o acervo da Biblioteca Geral da Universidade de Évora tem sido enriquecido por aquisições, ofertas e permutas, melhorando de forma muito significativa as colecções disponibilizadas aos utilizadores. Neste âmbito, também as iniciativas promovidas e acolhidas pela Biblioteca Geral nos seus espaços, muitas delas integradas no programa a Biblioteca Convida, contribuíram para o desenvolvimento das suas colecções e qualidade dos serviços prestados. Durante os meses referidos, estas ofertas totalizaram 743 monografias, 210 revistas, várias teses e mapas.

Agradecimentos Esperando, por lapso, não ter esquecido algum nome, a Biblioteca Geral agradece a todos os que contribuíram generosamente para o enriquecimento dos seus fundos.

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INSTITUIÇÕES ACIDI (Alto Comissariado para a Imigração e Diálogo Intercultural), Arzobispado de Valencia, Casa Fernando Pessoa, CEMDRX (Centro de Estudo de Materiais por Difração de Raios X), CHAIA (Centro de História da Arte e Investigação Artística), CIEP (Centro de Investigação em Educação e Psicologia), CIES-IUL (Centro de Investigação e Estudos de Sociologia – Instituto Universitário de Lisboa), ISCTE (Instituto Superior de Ciências do Trabalho e da Empresa), Comissão Cultural da Marinha, Comissão Municipal de Almada, Comunidade Jornalística, Departamento de Arquitectura (Universidade de Évora), Departamento de História (Universidade de Évora), Faculdade de Economia (Universidade de Coimbra), Faculdade de Engenharia (Universidade do Porto), Fundação Francisco Manuel dos Santos, Gabinete da Reitoria (Universidade de Évora), Gabinete de Estudos e Relações Internacionais, Instituto Nacional de Estatística, Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas (Universidade de Lisboa), Museu do Ori-


PARTICULARES ente, Universidade de Fortaleza – U. Federal de Ceará (Brasil), Universidade dos Açores, Universidade Federal Uberlândia (Brasil), Universidade Nova de Lisboa, FCT (Fundação para a Ciência e Tecnologia).

Ana Caetano, Ana Rodrigues, Anabela Leal de Barros, Ângela Cordeiro, António Cândido Franco, António Saez Delgado, Carla Semedo, Carlos Aguiar, Carlos José Pinto Gomes, Diogo Hebal, Eva Gonçalves, Fernando de Castro Brandão, Fernando Maltez, Hélder Quintas, Hermínia Vilar, Isabel Lopes Cardoso, João Corte Real, João Filipe Gonçalves, João Freire, João Luís Pereira, José Manuel Mascarenhas, José Rafael, Luís Adão da Fonseca, Manuel Cancela d’Abreu, Manuela Cristóvão, Maria Helena Mesquita Pina, Maria Manuela Serrano, Olga Diego, Paula Guerra, Paulo Simões Rodrigues, Renato do Carmo, Rogério Sousa, Rui Namorado Rosa, Rosalina Costa, Rui Quaresma, Susana Batista, Teresa Pinheiro Alves, Zulima Piçarra Gaspar.

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CIRCUITO DOCUMENTAL António Cachopas

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esde a selecção dos documentos até à disponibilização ao utilizador, existe em biblioteconomia, aquilo a que se definiu denominar de Circuito Documental. Neste número dá-se a conhecer um dos últimos passos desse circuito: A Classificação.

A Classificação é aquilo a que se pode chamar de processo de descrição do conteúdo de um documento, pelo qual se determina o seu assunto principal, e eventualmente, um ou dois assuntos secundários, que se traduzem pelo termo (notação) mais apropriado da linguagem documental (tabela de classificação) utilizada. A Classificação entre outros aspectos, categoriza a informação contida nos documentos, ordena a informação em função do seu assunto principal numa série de categorias logicamente definidas, ou faz a concordância entre a arrumação material dos documentos nas estantes, o que simplifica a utilização das colecções, sobretudo se elas são de livre acesso, etc. As formas mais utilizadas para classificar os documentos em bibliotecas são: Dewey A Classificação Decimal de Dewey é um sistema de classificação de documentação desenvolvido por Melvil Dewey (1851–1931) em 1876, e desde então enormemente modificado e expandido ao

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longo de vinte e duas grandes revisões que ocorreram até 2004. (10 classes) CDU A CDU (Classificação Decimal Universal), concebida por Paul Otlet e Henri La Fontaine, a partir da classificação decimal de Melvil Dewey, é um sistema mais expressivo e complexo, e que combina os números básicos de Dewey com alguns sinais de pontuação (vírgula, dois pontos, parênteses, etc) e organizado por 10 grandes classes: 0 Generalidades 1 Filosofia. Psicologia 2 Religião. Teologia 3 Ciências Sociais 4 Classe atualmente não usada 5 Ciências Exatas. Ciências Naturais 6 Ciências Aplicadas. Medicina. Tecnologia 7 Arte. Arquitetura. Recreação e Desporto 8 Linguística. Língua. Literatura 9 Geografia. Biografia. História

O Sistema de Classificação utilizado na BGUE é a CDU (Classificação Decimal Universal), sistema de classificação documental dos mais utilizados a nível internacional na maioria das bibliotecas e, principalmente, em contexto de bibliotecas universitárias.


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ARQUIVO HISTÓRICO OS ESPANCAS

Histórias de uma Família Singular Pretende-se com esta exposição, a divulgação do espólio de Túlio Espanca, que se encontra na posse do Arquivo Histórico da Universidade de Évora. A exposição é uma mostra de histórias, memórias, vertidas em cartas, diários, desenhos, condecorações e fotografias. Também as tábuas biográficas de Apeles, Florbela e de Túlio Espanca orientam o visitante e são complementadas por painéis dedicados a temas mais específicos, como os do Património e da Arte. A Exposição está patente ao público na Universidade de Évora, Colégio do Espírito santo, Corredor da Biblioteca Geral e Sala do Fundo do Governo Civil de 20 de Outubro a 20 de Novembro. Horário: Corredor da Biblioteca Geral: das 08:00h às 20:30h de 2ª a 6ª feira e ao sábado das 08:30 às 13:00h. Sala do Fundo do Governo Civil: das 9:00h às 16:30h de 2ª a 6ª feira.

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Em primeiro plano, à direita, João Maria Espanca. Em pé e de laço, Mariana Espanca. Ao alto, de bibe, Florbela Espanca e à sua esquerda, Apeles, na Tapada Real de Vila Viçosa em 1901.

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TÚLIO ALBERTO DA ROCHA ESPANCA

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Túlio Espanca na barbearia A. Marques e Irmão em 1935.

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Da esquerda para a direita Túlio, Sócrates, Demóstenes, não identificado, Otelo, não identificado, em Vila Viçosa no ano de 1935.

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TĂşlio como militar em 1933.

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Túlio Espanca na Barbearia A. Marques e Irmão, 13/07/1940, Évora.

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Da direita para a esquerda Joaquim Paço d`Arcos, Prof. Leo Magnino de Roma, Túlio Espanca e o filho de Joaquim Paço d`Arcos, 1955, Évora.

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Visitas guiadas pelo Túlio Espanca nos Claustros do Convento do Calvário, 1965, Évora.

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Túlio Espanca no Museu de Évora, 1966.

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Túlio Espanca no Museu de Évora, 1966.

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Túlio Espanca no Jardim Diana de Évora, 1966.

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Túlio Espanca na atribuição do Prémio Europeu para a Conservação dos Monumentos Históricos no dia 29 de maio de 1982.

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Rua dos Mercadores, Évora.


Largo Luís de Camões (Porta Nova), Évora.

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Largo Luís de Camões (Porta Nova), Évora.

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Comemorações na Praça do Giraldo em 1898.

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Diário de Túlio Espanca.

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FLORBELA D’ALMA DA CONCEIÇÃO ESPANCA

Retrato de Florbela Espanca tirado no ano de 1918.

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Piquenique no campo, em Vila Viรงosa, 1900. Em primeiro plano, Florbela, Apeles, a avรณ Joana Fortunata e Joรฃo Maria Espanca. Em segundo plano, por trรกs de Apeles, Mariana Espanca.

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Florbela Espanca aos 15 anos.

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Florbela Espanca e um grupo de colegas em 1910. Florbela está na 2ª fila, com a mão no queixo. À sua direita (com um colega de intervalo), Apeles. Na última fila, da esquerda para a direita, Alberto Moutinho, de chapéu, em 4º lugar.

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Almoço ao ar livre em 1914. À esquerda, sentado, o 1º marido de Florbela, Alberto Moutinho, ao lado de Florbela Espanca. À direita, de chapéu, à cabeceira da mesa, Henriqueta de Almeida. Apeles está na 1ª fila, segurando uma espingarda.

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Da esquerda para a direita: Florbela Espanca, Ludovina Rocha (Vina) e Milburges Ferreira (Buja), em Évora, 1916.

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No jardim do Campo Grande em Lisboa, no dia 17 de Marรงo de 1918. Ao centro, Apeles, fardado. Por baixo, Alberto Moutinho, Florbela Espanca e um grupo de amigos.

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Florbela Espanca com o marido e duas amigas no Campo Grande em Lisboa no dia 17 de Marรงo de 1918.

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Florbela Espanca com uma amiga no Campo Grande em Lisboa no dia 17 de Marรงo de 1918.

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Florbela Espanca na mata do Jardim Público de Évora, em 20 de Julho de 1930.

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Fotografia de Florbela Espanca tirada, em 1930, para ser publicada no livro Charneca em Flor. É considerada a sua última fotografia.

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Retrato oferecido por Florbela Espanca a Guido Battelli, em 1930.

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Monumento de Florbela Espanca, inaugurado no Jardim Público de Évora no dia 18 de Junho de 1949 (busto da autoria de Diogo Macedo e plinto de Jorge Segurado).

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Inauguração do monumento de Florbela Espanca no Jardim Público de Évora no dia 18 de junho de 1949.

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APELES DEMÓSTENES DA ROCHA ESPANCA

Apeles num comboio.

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Apeles, dois primos, e sua irmรฃ Florbela Espanca, em Vila Viรงosa, no ano de 1902.

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Apeles Dem贸stenes Espanca, 15 de abril de 1911.

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Desenhos de Apeles.

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Desenho de Apeles, perfil em pastel.

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Apeles fardado.

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Maria Augusta Teixeira de Vasconcelos, noiva de Apeles.

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Apeles discursa.

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Apeles, Torre, 7 de junho de 1918.

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Apeles e avi達o em terra.

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VISITAS, ENCONTROS, FORMAÇÕES E REUNIÕES Josefa Correia

VISITAS À BGUE As visitas guiadas à BGUE dão a conhecer os espaços físicos, serviços e recursos disponibilizados pelas várias bibliotecas da Universidade de Évora. Estas visitas destinam-se à comunidade académica e também à comunidade em geral.

Colégio do Espirito Santo Visita guiada à Biblioteca do CES (Colégio do Espírito Santo) pela professora e alunos da APCE dia 13 de Junho. Visita guiada - Mestrado de Sociologia no âmbito da visita da Comissão de Avaliação de Curso ocorrida dia 30 de Setembro. Recepção aos novos alunos de História e CID e visita aos espaços da Biblioteca do CES que teve lugar dia 1 de Outubro, tendo sido disponibilizada informação sobre as colecções, procedimentos de consulta, requisição de obras, acesso e pesquisa na B-ON, JSTOR, RDPC, RCAAP e outros recursos considerados relevantes. Para além destas visitas, tiveram lugar várias visitas espontâneas como é habitual todos os anos. Colégio Luis António Verney Visita de estudo de um grupo de alunos do 10º, 11º e 12º (área de Biologia) que integraram o projecto de Verão “Ciência Viva no Laboratório” e frequentaram o Estágio “Herbário: como preservar as plantas através do tempo” sob a responsabilidade da Profª Carla Pinto Cruz Ferreira. Esta visita teve lugar dia 16 de Julho.

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Como vem sendo habitual, todos os anos, a Biblioteca do Verney dá apoio aos alunos do 12º ano da Escola Severim de Faria, disponibilizando os espaços e a bibliografia necessária para a realização de trabalhos apresentados no fim do ano lectivo na Universidade de Évora, no âmbito do “Projecto Horizonte”, sob responsabilidade dos professores José Figueiras (ESF) e Bento Caldeira da Universidade de Évora. Escola Superior de Enfermagem São João de Deus No âmbito da unidade curricular “Introdução à Escrita Cientifica” da responsabilidade da Professora Margarida Sim-Sim, realizou-se no dia 16 de Setembro na Biblioteca da Escola Superior de Enfermagem São João de Deus, uma actividade introdutória de recepção aos novos alunos de enfermagem. Esta actividade teve o objectivo de promover o conhecimento sobre a biblioteca, o seu funcionamento, os serviços que dispõe, de forma a dotar os novos utilizadores com as competências necessárias para o uso adequado e autónomo das fontes de informação (pesquisa no catálogo bibliográfico, nas diversas bases de dados de artigos científicos, EBSCO, B-ON, MEDLINE, EDNOTE, etc.). ENCONTROS O Arquivo Histórico (Josefa Correia) em parceria com o Serviço de Informática (Madalena Barros e Pedro Fragoso) participou no Encontro Internacional de Arquivos que decorreu em Évora nos


dias 3 e 4 de Outubro com a apresentação de um artigo intitulado: “Contributos para a Gestão da Informação na Universidade de Évora – A Elaboração do Plano de Classificação Documental”. FORMAÇÃO - I JORNADA DA (IN)FORMAÇÃO decorreu a 9 de Julho, na Universidade de Évora, Colégio do Espirito Santo. - Formação on-line promovida pela Associação Portuguesa de Bibliotecários, Arquivistas e Documentalistas, do Webinar “Projeto Trans e-Facilitador: agente de inclusão digital”, que teve lugar a 10 de Setembro. REUNIÕES O Arquivo Histórico, em parceria com o Serviço de Informática, esteve presente numa reunião na Direcção-Geral do Livro, dos Arquivos e das Bibliotecas no dia 26 de Setembro, com a finalidade de discutir sobre um projeto comum para os arquivos das Universidades (Plano de Classificação conforme a MEF e avaliação das massas documentais acumuladas). O Arquivo Histórico, em parceria com o Serviço de Informática, participou através de Videoconferência, numa reunião com a Direcção-Geral do Livro, dos Arquivos e das Bibliotecas no dia 10 de Outubro, com a finalidade de discutir a política de aquisição de informação/documentação de arquivo para as Universidades.

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O LIVRO DA MINHA VIDA Jorge Araújo

O nosso País foi campeão no analfabetismo: em meados do século passado, havia cerca de 40% de portugueses que não tinham tido a possibilidade de aprenderem a ler e a escrever, sendo que nos restantes contabilizavam-se aqueles que apenas sabiam escrever o nome. Ainda hoje, o panorama que nos apresenta o “Estado da Educação 2013” publicado pelo Conselho Nacional de Educação mostra-nos que, quatro décadas passadas sobre a instauração do regime democrático, ainda subsiste uma fatia significativa da população (5,2% segundo os censos de 2011) que se conserva afastada de uma das mais importantes aquisições que distinguem os humanos de outras espécies filogeneticamente próximas: a comunicação escrita. Naquele Portugal dos anos quarenta, naquele bairro popular de Campolide implantado à sombra do Aqueduto das Águas Livres e bordejado de almuinhas e sucateiros, fui um menino privilegiado. Nasci numa família culta, numa casa onde as paredes eram recobertas por estantes; onde se lia muito e se escrevia bem. Acho que os livros fizeram parte do universo de que fui tomando consciência desde que nasci. Com tenra idade, presentearam-me com uma estante – que ainda conservo – para guardar os meus livros, entre os quais se contava Pedro, pescador de baleias de Kingston, O último moicano de Fenimore Cooper, Viagens de Gulliver, de Jonathan Swift, A Vida e as aventuras de Robinson Crusoé de Daniel Defoe e ainda os romances de Mark Twain que introduziram no meu imaginário infantil, um personagem – um companheiro dilecto – o Tom, o Tom Sawyer. Tom Sawyer foi uma descoberta exceptional! Apresentou-me o Illinois e o rio Mississippi, fez-me viajar de jangada e de balão com o seu amigo

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Huckleberry Finn. Rapidamente saltou das páginas do livro e da sua América natal e acompanhou-me durante alguns anos na descoberta do mundo que se estendia pela misteriosa falésia fóssil da Caparica. Tom e eu crescemos e afastámo-nos. Conheci outros heróis – alguns eram índios como o Sitting Bull – viajei de balão com o doutor Fergusson, naveguei noutros rios e mares, atravessei a África com Serpa Pinto, afinando a destreza na leitura e aprofundando o conhecimento desta nossa língua que ainda hoje, aliás, me esconde muitos dos seus preceitos. Nesse meu périplo de crescimento e de aprendizagem, o ensino oficial contribuiu pobremente. Diria mais, foi uma “chatice”! Conservo uma memória muito triste dos liceus que frequentei. Por sorte, havia nas suas proximidades outros centros de interesse: na vizinhança do Passos Manuel situava-se o Museu Geológico onde, sozinho, passava horas a fio a ver fósseis para grande espanto dos vigilantes; a Feira da Ladra, ali mesmo ao pé do Gil Vicente, absorvia as horas de aulas mais inúteis. No meio desse deserto de interesse que foi para mim o ensino secundário, destaco um dos poucos afloramentos estimulantes: Os Lusíadas. Não por que as aulas fossem particularmente aliciantes, mas porque a minha Mãe me ensinou a dividir as orações, me levou a visitar a história, me incentivou a memorizar os versos e a dizê-los em voz alta, com ela, no estilo dos jograis, o estudo de Os Lusíadas passou a constituir um jogo sedutor e levou-me a explorar a totalidade da obra, infringindo a proibição de frequentar o devasso Canto IX.


Se a Mark Twain e ao seu herói Tom Sawyer devo essencialmente a descoberta do gosto pela leitura – e pela aventura – à minha Mãe fiquei grato por ter tornado leves e gostosas as horas em que “queimei as pestanas” a desmontar as orações e a aprender português nos versos de Camões. O exílio afastou-me durante doze anos da leitura em português. O francês tornou-se uma segunda língua, como que uma segunda pele, e fez-me conhecer outras praias do romance, do conto, da poesia, do teatro. Robert Merle, Amin Maalouf e Catherine Clément são autores contemporâneos que acompanhei com entusiasmo. Mas como ninguém consegue ser completo, as muitas décadas de vida não foram suficientes para frequentar a literatura anglófona a não ser através de excelentes traduções que as editoras nos facultam. Vem esta “confissão” a propósito de um autor

que tenho vindo a seguir desde que li Os pilares da Terra. Trata-se de Ken Follett. Para leitura de férias, Follett oferece-nos excelentes aventuras e estórias policiais. Mas, na categoria do romance histórico, consistente, destaca-se a recente trilogia sobre a história do século XX no hemisfério norte, de que o último volume se intitula No limiar da eternidade. Muitos anos passaram, muitos livros foram lidos (e esquecidos) e acrescentados nas prateleiras das estantes, já em dupla fila, da minha “Biblioteca da Velha Azinheira”. A lembrança do Tom perdeu-se no maquis de ma mémoire mas a sua irreverência e a sua ousadia marcaram-me a adolescência e moldaram o meu carácter pelo que sou incapaz de recusar um desafio, como o que me foi lançado pela Senhora Directora da Biblioteca para escrever este artigo.

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MEDIATECA António Cachopas

Mediateca - Local onde se encontram colecções de documentos em suportes diversos (cd, vhs, dvd, banda magnética, diapositivo, etc.).

A Mediateca, do inglês [mass] media, “meios de informação destinados ao grande público” + [teca], apesar de na sua definição tradicional ser uma sala fechada, um local onde se guarda material tecnológico e algum material sonoro ou visual, é um centro integrado de hardware e software respeitante a cada uma das espécies de meios de informação – acústicos, visuais ou audiovisuais. As Mediatecas por vezes acabam por congregar todo o tipo de novas tecnologias, sendo que o conceito base é a inexistência de material em suporte papel. O conceito de Mediateca, de origem francesa, surgiu nos anos 70/80 do século passado, no auge da história moderna das bibliotecas francesas, quando os conteúdos audiovisuais (documentos sonoros e registos em vídeo) passaram a ter uma importância cultural próxima dos livros, sendo uma maneira de diversificação da oferta e conquista de novos públicos para as bibliotecas tradicionais. Esta realidade em Portugal começou-se a difundir nos anos 90 do séc. XX, na maior parte dos casos agregando o conceito de Mediateca dentro da Biblioteca. Este é também o caso da Mediateca da Universidade de Évora, integrada na BGUE, no Piso 1 da Biblioteca no pólo dos Leões. Esta Mediateca, que consta no regulamento geral da BGUE, disponibiliza essencialmente filmes,

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mostras de trabalhos e de exposições em formato CD e DVD e permite a sua visualização, quer nos computadores, quer em sala própria para o efeito. Contém ainda uma grande colecção de Beta e VHS que para já não se encontra disponível ao público. Contém 10 postos informáticos, permitindo a utilização de 10 Headphones Wireless, através de requisição. Existe também uma sala com equipamento próprio para projecção de filmes ou imagens, também através de requisição prévia a todos os utilizadores da BGUE. Existe ainda uma sala de apoio aos utilizadores da Mediateca, sempre que o solicitem. De sublinhar que a Mediateca tem tido uma subida de utilização fortemente sustentada desde a sua criação. O horário de funcionamento é semelhante ao do pólo onde a Mediateca está situada.


Mediateca da Universidade de Évora, Biblioteca no pólo dos Leões.

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DINAMIZAÇÃO CULTURAL Catarina Fernandes

AGENDA DE EVENTOS No período de Maio a Outubro de 2014, A BGUE continuou a afirmar-se como espaço dinâmico, acolhendo e promovendo eventos destinados a toda a comunidade académica e também abertos à comunidade envolvente.

Dia 20 “Erasmus Teaching Programme” Conferência sobre “Escultura mecânica na Faculdade de Belas Artes de Málaga”

2014

Dia 21 Conferência “Matera de capitale della civiltà contadina a património UNESCO: appunti di viaggio tra conoscenza e progetto”

MAIO Dias 5, 6 e 7 Ciclo de documentário (documentos vídeos sobre a crise e a mobilidade)

Organizada pela Profª Paula Soares Biblioteca dos Leões

Profª Maria Onarina Panza, organização do Departamento de Arquitectura Biblioteca dos Leões

Organização Exquorum Biblioteca dos Leões

SETEMBRO

Dia 6 Diseño con’sentido com Leire Fernández - Profº Titular de Design da Universidade do País Basco

Dia 4 Lançamento do Livro “Envelhecimento: Estudos e Perspectivas” no âmbito do I Fórum Internacional de Violência e Maus Tratos (FIVMT)

Organização Departamento de Artes Visuais e Design Biblioteca dos Leões

Dia 8 Reunião com empreendedores

Organização: Manuel José Lopes; Felismina R.P. Mendes; Antónia Oliveira Silva Biblioteca do CES, Sala do Fundo do Governo Civil

Organização Administrador Dr. Rui Pingo Biblioteca dos Leões

Dia 30 Palestra Internacional “Introduction to Integral Theory”

Dia 12 Palestra do dia da Escola de Artes

Bence Gánti, organizada pelo Departamento de Artes Visuais e Design, Profª Paula Soares Biblioteca dos Leões

Biblioteca dos Leões

OUTUBRO Dia 13 Lançamento do livro “Cadernos de morfologia urbana”

Dia 1 Ciclo X MEDIARTS - Encontro com autores

Arq. Dias Coelho e Arq. Filipe Jorge, da Faculdade de Arquitectura de Lisboa, organizado pela Profª Sofia Aleixo Biblioteca dos Leões

Apresentado pelo Profº Rodrigo Oliveira, Artista Visual, com o tema “Processos e dispositivos” Biblioteca dos Leões

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Dia 20 Inauguração da Exposição OS ESPANCAS – Histórias de uma Família Singular Biblioteca do CES - Corredor da Biblioteca Geral e Sala do Fundo do Governo Civil.

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FICHA TÉCNICA DIRECÇÃO

Sara Marques Pereira COORDENADORES

António Cachopas, Carla Sofia Santos, Catarina Fernandes, Josefa Correia CONCEPÇÃO GRÁFICA

Paulo Teles FOTOGRAFIA

Espólio Túlio Espanca, Susana Rodrigues páginas: 7,8,11,13,67,71 e 73 COLABORADORES

Adélia Batata, Antónia Alfaiate, Antónia Pereira, António Souto, Catarina Costa, Cecília Barata, Cecília Pereira, Cidália Pisco, Conceição Charrua, Cristina Matos, Dulce Guerra, Elisa Mira, Francisca Sofio, João Garcia, Isabel Ferreira, José Soares, Manuela Serrano, Margarida Lavaredas, Matilde Carvalho, Miguel Martins, Natália Soares, Patrícia Carvalho, Patrícia Melícias, Rodolfo Azedo, Rosária Saiote SECRETARIADO

Dulce Guerra IMPRESSÃO

Reprografia da Universidade de Évora AGRADECIMENTOS

Reitoria, Escolas e Departamentos, Institutos e Centros, Serviços Técnicos: Arquitecta Margarida Gonçalves e Mestre Jaime, Reprografia na pessoa do Dr. João Morgado e demais Serviços da Universidade, e igualmente aos Professores Doutores Jorge Araújo, Ana Luísa Vilela, Manuel Patrocínio, Paulo Rodrigues e Sandra Leandro MORADA

Biblioteca Geral da Universidade de Évora Colégio do Espirito Santo (sala 126) Largo dos Colegiais, Apartado 94 7002-554 Évora telefone 266 740 823 email secbib@bib.uevora.pt www.bib.uevora.pt www.arqhis.bib.uevora.pt www.cde.bib.uevora.pt ISSN: 2182-9519 ISSN (digital): 2182-8350 Évora 2014

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Túlio Espanca acompanhado dos seus irmãos Sócrates e Natal em Évora, 1989.



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