CATÁLOGO exposição de fotografia
DÊNIS CUNHA 21/outubro a 21/dezembro /2019
Universidade de Évora / Colégio do Espírito Santo Corredor de acesso à Biblioteca Geral
FICHA TÉCNICA CATÁLOGO e EXPOSIÇÃO
Edição | Coordenação Editorial Biblioteca Geral da UÉ Coordenação Geral Carla Santos Redação Biblioteca Geral UÉ | Dênis Cunha Revisão de Textos Biblioteca da UÉ Produção e Curadoria Rute Marchante Pardal Fotografias Dênis Cunha Produção Gráfica | Comunicação Divisão de Comunicação da UÉ Impressão Serviços de Reprografia da UÉ Tiragem 60 exemplares Contactos Gerais Biblioteca Geral da UÉ, Largo dos Colegiais, 2, 7000 Évora Agradecimentos À Reitora da UÉ, Administradora da UÉ, Divisão de Comunicação UÉ, e Serviços Técnicos e de Reprografia UÉ. O autor agradece a todos os que, direta ou indiretamente, tornaram possível a realização da exposição. Agradece a oportunidade que o Programa ERASMUS+Modalidade International Credit Mobility lhe proporcionou, ao vivenciar uma outra realidade académica, numa nova experiência, enquanto Professor Visitante no Departamento de Gestão da Universidade de Évora. Este Catálogo foi publicado por ocasião da Exposição de Fotografia, Contemplar [u]évora, de Dênis Cunha, que se realizou na UÉ de 21 de outubro a 21 de dezembro de 2019 na Biblioteca Geral do Colégio Espírito Santo UÉ
O verbo “contemplar” (lat. contemplāri) remete, entre outros significados, para a observação atenta e para uma reflexão profunda. Contemplar é abrir-se para o real, descobrir a novidade do corriqueiro, enxergar a beleza do quotidiano e, assim, ocupar um lugar único no mundo. Ao contemplar algo, alguém ou a si próprio, o indivíduo tem a oportunidade de (re)construir a realidade ao seu redor. O sujeito que contempla volta o seu olhar para o presente, procurando capturar o instante e as suas infinitas possibilidades. Nesta perspetiva, contemplar é romper com o instantâneo. A contemplação com curiosidade e encantamento, livre de (pré)suposições, conduz à perceção vívida. A presente exposição deseja contemplar, com singelos detalhes, a Universidade de Évora e a cidade que lhe dá nome. As fotografias procuram registar a rotina desta instituição, e o dia a dia dos alunos e das suas tradições. Não indiferente ao ambiente urbano, as imagens retratam, também, o quotidiano dos residentes da histórica cidade de Évora, e os pormenores que compõem a sua bela arquitetura. Procura-se traduzir, com poesia, o olhar estrangeiro do autor, de nacionalidade Brasileira, sobre os costumes de uma das mais antigas instituições de ensino em Portugal, bem como as narrativas que permeiam a bucólica cidade alentejana. Nas fotografias dedicadas à universidade, a intensão foi apresentar algumas das suas tradições, entre as quais, a tradicional “praxe”, evento de receção aos “caloiros” que culmina com as festividades, no dia em que se comemora o aniversário da primeira abertura solene do ano académico desta Instituição, a 1 de novembro de 1559. As imagens captadas nesta instituição têm como cenário o Colégio do Espírito Santo (1553), edifício mais carismático da antiga universidade de Évora (1559). No que concerne à cidade, as imagens procuram captar o ritmo calmo e pacato, característico 3
da vida local. Embora Évora receba diariamente um grande número de turistas para conhecer o seu belo património histórico, a vida dos seus moradores segue tranquila, sem pressas, numa delicada cadência contemplativa. Procurou-se retratar a Praça do Giraldo, o ponto nevrálgico do seu centro histórico, bem como algumas ruas que desta partem, onde são reveladas as outras faces do património, de feições arquitetónicas menos monumentais e mais populares. Os detalhes arquitetónicos expressam algumas características típicas da região do Alentejo, onde predomina o casario secular, de fachadas brancas e os rodapés caiados de ocre ou azul cobalto. As imagens seguem, em nível introdutório, a linha de trabalho conhecida como fotografia Miksang (“olho bom”, no idioma tibetano), na qual o fotógrafo regista cenas que lhe despertam o interesse, a partir de um processo meditativo e contemplativo, sem sobreposições resultantes de juízos de valor ou ideias pré-concebidas. Desenvolvida pelo fotógrafo canadense Michael Wood, esta técnica sugere ver “o mundo ao nosso redor”, de uma nova maneira, lançando luzes sobre os factos ordinários do quotidiano, dando-lhes importância. A câmara deve ser usada, portanto, para expressar as perceções visuais do fotógrafo, exatamente, como ele as experimentou. Conforme Wood, “a imagem resultante é uma expressão exata dos nossos olhos, mente e coração, pois conecta-se com a perceção”. As fotografias foram tiradas, utilizando um smartphone (iPhone 7), e durante os meses de novembro a dezembro de 2017. Dênis Cunha Janeiro de 2019 4
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raparigas fotografia (P&B) 15 x 15 cm 2017 6
a banda mais bonita da cidade fotografia (P&B) 15 x 21 cm 2017 7
iniciação fotografia (P&B) 15 x 15 cm 2017 8
praxes fotografia (P&B) 15 x 21 cm 2017 9
pés descalços fotografia (P&B) 15 x 15 cm 2017 10
silêncio fotografia (P&B) 15 x 15 cm 2017 11
malta fotografia (P&B) 15 x 21 cm 2017 12
instante fotografia (P&B) 15 x 21 cm 2017 13
amor de antigos I fotografia (P&B) 15 x 15 cm 2017 15
prosa fotografia (P&B) 15 x 15 cm 2017 16
xepa fotografia (P&B) 15 x 15 cm 2017 17
espera fotografia (P&B) 15 x 15 cm 2017 18
júlia fotografia (P&B) 15 x 15 cm 2017 19
o velho e o moço fotografia (P&B) 15 x 15 cm 2017 20
respiro fotografia (P&B) 15 x 15 cm 2017 21
amor de antigos II fotografia (P&B) 15 x 15 cm 2017 22
cão alentejano fotografia (P&B) 15 x 15 cm 2017 23
companheiros fotografia (P&B) 15 x 15 cm 2017 24
não é um fado normal fotografia (P&B) 15 x 15 cm 2017 25
fado das horas incertas fotografia (P&B) 15 x 15 cm 2017 26
sem título fotografia 12 x 12 cm 2017
sem título fotografia 12 x 12 cm 2017
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sem título fotografia 12 x 12 cm 2017
sem título fotografia 12 x 12 cm 2017
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sem título fotografia 12 x 12 cm 2017
sem título fotografia 12 x 12 cm 2017
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sem título fotografia 12 x 12 cm 2017
sem título fotografia 12 x 12 cm 2017
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sem título fotografia 12 x 12 cm 2017
sem título fotografia 12 x 12 cm 2017
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NOTA BIOGRÁFICA Natural de Capela Nova, Minas Gerais, Brasil. Dênis Cunha começou, desde muito novo, a prestar atenção ao quotidiano em seu redor. A rotina das pessoas, as idas e as vindas dos trabalhadores, e até o mais simples olhar dos seus vizinhos, sempre o interessaram profundamente, fosse em conversas na calçada, nos momentos de lazer na praça da cidade ou a caminho, com o seu pai, para o sítio de sua avó. Hoje, professor no Departamento de Economia Rural da Universidade Federal de Viçosa, continua a ampliar o seu encantamento, registando as vivências das comunidades académicas, em especial a dos estudantes, no seu “ir” e “vir” pelo campus. Durante o seu breve intercâmbio na Universidade de Évora, em Portugal, também procurou registar a rotina daquela instituição, e o dia a dia dos alunos e das suas tradições. Com Licenciatura em Ciências Económicas (2006), Mestrado (2008) e Doutoramento (2011) em Economia Aplicada, pela Universidade Federal de Viçosa (UFV), Brasil. Professor Adjunto do Departamento de Economia Rural da Universidade Federal de Viçosa e Orientador dos Programas de Pós-Graduação em Economia Aplicada (PPGEA) e Extensão Rural (PPGER). Entre 2010 e 2011 foi Professor Assistente da Universidade Federal de Ouro Preto. É líder do Grupo de Pesquisa “Economia dos Recursos Naturais e Ambientais”, e no período de 2011 a 2012 foi investigador do Latin American and Caribbean Environmental Economics Program (LACEEP), Costa Rica. No ano 2014 foi Coordenador Científico da Sociedade Brasileira de Economia, Administração e Sociologia Rural (SOBER). Entre 2014 e 2016 foi bolseiro no Programa Pesquisador Mineiro (FAPEMIG), e no Programa de Bolsas de Qualidade em Pesquisa de Excelência para Jovens Docentes Pesquisadores (Funarpex/Funarbe-UFV). Coordenador do Projeto de Extensão CINE-ECO, que integra cinema, meio ambiente e desenvolvimento sustentável – Projeto vinculado à Pró-Reitoria de Extensão e Cultura da UFV, com o principal objetivo de exibição, de forma gratuita, de filmes com temáticas relacionadas com o meio ambiente e o desenvolvimento sustentável, de forma a promover o debate entre os diversos sectores envolvidos, e estimular e sensibilizar a população para os problemas relacionados com a progressiva degradação ambiental e a necessidade de execução de politicas de desenvolvimento económico e sustentável. Entre os meses de novembro a dezembro de 2017, e no âmbito do Programa ERASMUS+, Modalidade International Credit Mobility, foi bolseiro, enquanto Professor Visitante, no Departamento de Gestão da Universidade de Évora, em Portugal. É fotógrafo amador e tem interesse por fotografia de rua e contemplativa. Mais detalhes académicos: http://lattes.cnpq.br/1033658951252242 33
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