PAGES OF FREEDOM
EXPOSIÇÃO LIVRO-EXPERIÊNCIA COLETIVO DE ARTISTAS PINTURA ESCULTURA INSTALAÇÃO
23 . 04 . 2021 COMEMORAÇÕES DO DIA MUNDIAL DO LIVRO E DOS DIREITOS DE AUTOR
PRODUÇÃO
Apoio DAVD
FICHA TÉCNICA Edição|Coordenação Editorial|BGUÉ - Biblioteca Geral da Universidade de Évora Coordenação Geral e Produção Editorial|Rute Marchante Pardal Textos|Artistas-Alunos participantes do 1º, 2º, 3º, 5ª Ano da Licenciatura em Artes Plásticas e Multimédia, e de 1ºAno de Mestrado de Práticas Artísticas em Artes Visuais do Departamento de Artes Visuais e Design (DAVD) da Escola de Artes da Universidade de Évora, e Rute Marchante Pardal Revisão Textos|BGUÉ - Biblioteca Geral da Universidade de Évora Design Gráfico|Divisão de Comunicação da Universidade de Évora Curadoria Imagem|Rute Marchante Pardal Curadoria Exposição|Coletivo Artistas e BGUÉ- Biblioteca Geral da Universidade de Évora Tradução|Luís Guerra Créditos Fotografias|Andreia Valente, Beatriz Nunes, DIVcom UÉ, Hoana Bonito, Ivna Lundgreen, Maria João Alves, Maria Vila-Lobos, Michelle Medeiros, Pedros, Prince, Mike The Axe, rmp Edição de Fotos|BGUÉ, Hoana Bonito, Nathalia Melo Impressão|Serviços de Reprografia UÉ Execução e Montagem da Exposição|BGUÉ, Artistas participantes Transportes|Serviços Técnicos UÉ Contactos|Universidade de Évora- BGUÉ, Largo dos Colegiais, 2. 7000-812 Évora ISBN|978-972-778-190-4 (Suporte Impresso) ISBN|978-972-778-191-1 (Suporte Eletrónico)
AGRADECIMENTOS| Reitora UÉ, Administradora UÉ, Departamento de Artes Visuais e Design, Secretariado, Estúdio - Laboratório de Fotografia e Vídeo da Escola de Artes UÉ, e Departamento de Linguística e Literaturas da Escolas de Ciências Sociais UÉ. Agradecimentos a todos os artistas-alunos envolvidos no projeto que, integrados numa das suas unidades curriculares da Licenciatura em Artes Plásticas e Multimédia, e do Mestrado de Práticas Artísticas em Artes Visuais do DAVD, e outros por sua iniciativa própria, aderiram à participação na Exposição. Sobretudo um especial agradecimento pela sua enorme resistência e criatividade nestes tempos estranhos de pandemia, que demonstrou que a sobrevivência através da arte e da cultura, e no seio de grandes adversidades, é tão poderosa quanto a expressão e a sensibilidade humana que nos deve reger no dia-a-dia da vida. O outro especial agradecimento é repartido, igualmente, pelos docentes da nossa Academia da Escola de Artes do DAVD, que com acurada gentileza e dedicação acompanharam alguns dos seus alunos, através das suas unidades curriculares, e assim os orientaram nos seus processos de criação artística. E que são, respetivamente: na unidade curricular, Projeto de Artes Plásticas e Multimédia, os docentes, André Sier, Filipe Rocha da Silva, Pedro Portugal e Rodrigo Oliveira; na unidade curricular, Tecnologias e Materiais Artísticos, a Docente Manuela Cristóvão; na unidade curricular, Processos Criativos e novos Paradigmas, a Docente Paula Soares; e na unidade curricular do grau de Mestrado, Laboratório de Artes Visuais I, o Docente Vítor Gomes. O presente Catálogo foi publicado por ocasião da Exposição, "LIVRO-EXPERIÊNCIA. pages of freedom", realizada por ocasião das comemorações do Dia Mundial do Livro e dos Direitos de Autor, no dia 23 de abril de 2021, em dois espaços expositivos diferentes: corredor de acesso à sala das Bellas Artes da Biblioteca Geral, no Colégio do Espírito Santo, e na Biblioteca Jorge Araújo da Escola de Artes, no Colégio dos Leões, respetivamente.
ÍNDICE Reflexão sobre o Projeto - Exposição, LIVRO-EXPERIÊNCIA. Pages of fredoom. Arte, Literatura e Cultura. Comemorações do Dia Mundial do Livro e dos Direitos de Autor
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Obras e Artistas - Alunos da Licenciatura em Artes Plásticas e Multimédia, e Mestrado de Práticas Artísticas em Artes Visuais do DAVD da Escola de Artes da Universidade de Évora
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Ensaio sobre a insustentável leveza/urgência da criação e produção, fruição e consumo de Arte e Cultura
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Referências Bibliográficas
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Fontes e Referências consultadas online
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LIVRO-EXPERIÊNCIA. Pages of fredoom Arte, Literatura e Cultura. Comemorações do Dia Mundial do Livro e dos Direitos de Autor Regulados por um distanciamento físico e social1, na tentativa de uma vida digna, e embora, à data parcialmente confinados2, a viver tempos muito estranhos, com grandes incertezas quanto ao futuro das diferentes áreas3 neste mundo que se avizinha, poderemos, todavia, arriscar imaginar que a Arte e a Literatura (em suma, a Cultura) continuarão, ainda assim, a lograr da possibilidade de engajar uma resistência-sobrevivência, por meio de um inquietante conceito: médium-de-reflexão4. A sobrevivência é, porém, a parte trágica da questão que influencia o universo cultural e artístico5, tendencionalmente, determinado pelas contingências do presente, resultando que destas emerjam modelos que acabam, manifestamente, por engajar, ou descartar o indivíduo do coletivo. Exprimir para não oprimir, ou deprimir. Nesse sentido, a Arte e a Cultura parecem funcionar na perfeição, uma vez têm um papel central e fundamental na captação do indivíduo, na ação e construção do mundo que o rodeia, mas sobretudo um papel fundamental na construção das identidades, e no empoderamento de uma memória e consciência coletiva que, infelizmente, tende a cair na barbárie, na selva. "O indivíduo sente não estar à altura desse contínuo bombardeio de estímulos e mensagens, que não o enriquecem, antes o aturdem. Nessa voragem, as mensagens elidem-se a par e passo. O que determina uma espécie de desconexão, um afrouxamento dos elos que sustentam a integridade da pessoa. O sujeito percebe, cada vez mais intensamente, essa ameaça e o medo de ser desagregado do mecanismo social, cada vez mais complexo e obsessivo. Ele sente, sobretudo, que essa contínua agressão do provisório e do instantâneo o faz viver sempre no não-essencial, esperando que, depois dessa vertiginosa sequência torturante de superficialidade, comece a vida verdadeira. Desse modo o indivíduo encontra-se a viver sempre e apenas "entre", "no entretanto", à frente da vida, antes da vida, como se a vida fosse sempre começar e como se aquilo que está a acontecer - e isso é toda a existência - não passasse de algo de preparatório e não-essencial, à espera de algo que não vem." 6 (MAGRIS, 2013)
Mas, de que nos serve a Arte e o Livro/Literatura, em suma, a Cultura, se estas não procurarem pensar e questionar múltiplas realidades, (re)imaginando-as através de uma outra lupa? Mas, engajar-nos-ão, também, nessa possibilidade de resistência-sobrevivência, quando assentes em distopias disruptivas? Neste mundo atual, tão problemático quanto intenso, o algo que não vem, e que se estende das artes às ciências aplicadas, do material ao imaterial é, de facto, uma incógnita que depende, em parte, de resultados sintomáticos vivenciais, resultantes das paixões, com suas inequívocas passagens bárbaras. Porém, o algo que está para vir poderá sempre ganhar forma e conteúdo, e assim assumir um corpo provido de uma maior plenitude de ação, se estendido ao coletivo, isto porque 1 Decorrido um ano, após o primeiro confinamento, resultante do 1º Estado de Emergência, decretado pela primeira vez na democracia Portuguesa a 18 de março de 2020, e após os subsecutivos, resultantes dos posteriores estados de emergência, causados pela pandemia de covid-19 em curso. 2 Março 2021. 3 Desde a área educacional à comportamental, da sanidade mental à saúde geral, do automatismo ao individualismo, do pleno direito de trabalho ao assistencialismo, do acutilante mundo laboral de hoje à digitalização, da Green New Deal aos desastres ambientais, da autoconsciência ao alienismo, enfim, da persuasão ao medo e do medo à esperança. 4 Termo que nos chega da filosofia alemã, "Reflexionsmedium", usado pelos românticos de Jena-Círculo de Jena, e retomado por Walter Benjamin (1892-1940), para designar a qualidade de uma determinada obra de arte/cultura, na capacidade que detêm em proporcionar e potenciar a reflexão e o conhecimento crítico. No centro do seu argumento está a questão relacionada com o fenómeno da metrópole do séc. XX, como palco, por excelência, das grandes transformações ocorridas. O autor procurou, não apenas, retratar essas mesmas transformações ocorridas nas grandes cidades contemporâneas de inícios do séc. XX, e no modo como estas desencadearam as múltiplas narrativas, mas captá-las, essencialmente, no seio de um conceito mais amplo, considerando-as como "passagens" repletas de múltiplos sentidos, e como médium-de-reflexão para perceber os fenómenos da expressão humana na qual, naturalmente, a arte, a literatura, e a cultura, no geral, se inserem. 5 Como influencia, neste momento, qualquer outro mundo: o laboral, o educacional, o empresarial, e o económico, de qualquer país à escala global. Um efeito planetário, trágico. 6 MAGRIS, Claúdio (2013). Alfabetos. Quetzal Editores. pp. 143. 7 In artigo de opinião "Bem-vindos ao deserto do real" de Carmo Afonso no Jornal Expresso. Disponível em https://expresso.pt/opiniao/2021-02-08-Bem-vindos-ao-deserto-doreal?fbclid=IwAR2g4DGdd0rYkq348kerwYvE-8zXEPHaKRIBqp2Ba_01G_HYow2-jWZUxdI
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"(…) a realidade é tudo menos um deserto. Uma selva talvez. Concordo no mais importante: devemos lá entrar. Que seja em grupo, diluídos num raciocínio maior que o que temos dentro das nossas próprias cabeças." 7 9
Foi nesse sentido, que a BGUÉ8 se uniu em parceria com o DAVD , e assim reuniu um coletivo de artistas, alunos da licenciatura de Artes Plásticas e Multimédia e Design, e do Mestrado de Práticas Artísticas em Artes Visuais da 10 Escola de Artes da Universidade de Évora, do ano letivo 2020/2021 , que pensaram e conceptualizaram formas e conteúdos diferentes, corporalizando, deste modo, um coletivo de Arte em prol da Literatura e da Cultura, naquelas que são as celebrações do Dia Mundial do Livro e dos Direitos de Autor 11. Através da Arte e da Cultura, e por meio de diferentes expressões artísticas, pretendeu-se, assim, homenagear o objeto/matéria - o Livro, por excelência, homenageando, desta forma, os diferentes universos que neste relacionam o mundo das ideias, da imaginação, da criatividade, e dos conteúdos com as suas diferentes abordagens e visões sobre o que nos rodeia, e em nome de um direito fundamental que a cada visão assiste: Os direitos de Autor. Para o efeito foram (re)convertidos diversos volumes da Enciclopédia Estadunidense, a Collier's Encyclopedia12. O facto da BGUÉ não ter a possibilidade física de voltar a reintegrar um duplicado da obra, uma vez que esta já se encontrava no acervo, acabou por ditar o input ao serviço de dinamização cultural da Biblioteca Geral, para projetar e conceptualizar uma exposição que comemorasse o Dia Mundial do Livro e dos direitos de autor, a partir, precisamente, de um livro. Deste modo, a partir de uma coletânea de 34 volumes da Enciclopédia, que já reuniam os diversos saberes nas diferentes áreas temáticas do conhecimento humano, criar-se-iam as condições para intervir e criar um novo formato de Livro de Artista, e assim converter a narrativa existente numa nova visão plástico-criativa e autoral. Esta nova visão plástica deu ao livro antigo, caído em desuso, uma nova reinterpretação que permitiu questionar o papel do livro físico, e dos Direitos de autor, neste mundo atual, cada vez mais marcado pelo consumo do imediatismo e pelo uso da imagem e do digital, em detrimento das palavras e das pessoas. Em suma, uma nova interpretação que permitiu questionar este mundo global mainstream das sociedades de consumo, em detrimento da Literatura e da Cultura, universo que autores, como Guy Debord, Jean Baudrillard, Mário Vargas Llosa, ou Alberto 13 Manguel tão bem ilustram em toda a sua obra. 14
Nesta perspetiva, procurámos promover e articular, com os artistas-alunos , uma homenagem à fisicalidade do Livro e aos direitos de Autor, desconstruindo, deste modo, as múltiplas possibilidades interpretativas, captando e estimulando novas leituras conceptuais. Nessa aceção, demos um novo uso às Enciclopédias Collier's 8
Biblioteca Geral da Universidade de Évora. Departamento de Artes Visuais e Design - Escola de Artes - Universidade de Évora. Em estreita colaboração com os docentes do Departamento de Artes Visuais e Design DAVD, integrados nas unidades curriculares de Projeto de Artes Plásticas e Multimédia, Tecnologias e Materiais Artísticos, Processos Criativos e novos Paradigmas, e no grau de Mestrado, Laboratório de Artes Visuais I, respetivamente. 11 Celebradas a 23 de abril de cada ano civil. 12 Enciclopédia publicada, pela primeira vez, em 20 volumes, entre 1950 e 1951, e posteriormente acrescentada com 4 volumes, em 1962. 13 Guy Debord (1931-1994), escritor e um autor francês que ficou conhecido por uma das suas mais célebres obras: DEBORD, Guy (ed.). (2012). A sociedade do espetáculo. Tradução de Afonso Monteiro e Francisco Alves. Antígona; Jean Baudrillard (1929-2007), sociólogo, poeta e fotógrafo francês, o autor desenvolveu uma série de hipóteses/teses que procuraram aprofundar o estudo sobre os impactos que a comunicação e os Mídias provocaram na sociedade e na cultura contemporânea. Sobre o tema: BAUDRILLARD, Jean (ed.). (2008). A Sociedade de Consumo. Edições 70; BAUDRILLARD, Jean (2000). O Sistema dos Objetos. Série Debates. Editora Perspetiva. Brasil; Mário Vargas Llosa (1936 -), ensaísta, escritor, crítico literário, jornalista, político, e professor universitário peruano. Sobre o tema: LlOSA, Mário Vargas (2012). A civilização do Espetáculo. Quetzal Editores; Jorge Luís Borges (1899-1986) escritor, ensaísta , poeta, professor, bibliotecário, tradutor, crítico literário argentino que ficou reconhecido pelo seu "caráter de irrealidade em toda a sua literatura". Sobre o tema: BORGES, Jorge Luís. (ed.). (2020). "A Biblioteca de Babel" in Ficções. Quetzal Editores; Alberto Manguel (1948-), escritor, tradutor, editor, ensaísta, organizador de antologias, romancista, bibliotecário argentino-discípulo de J.L.Borges-que com grande erudição analisa, nalgumas das suas obras-MANGUEL, Alberto (2011). A cidade das Palavras. Gradiva- a literatura e a cultura como elementos-chave, essenciais para o entendimento da construção das sociedades. Em setembro de 2020 doou a sua biblioteca de 40.000 volumes ao Centro de Estudos da História da Leitura (CEHL), e passou a viver na Cidade de Lisboa. 14 Em parceria com o DAVD, através de diferentes práticas artísticas realizadas pelos artistas - alunos do 1º, 2º, 3, e 5º Ano da Licenciatura de Artes Plásticas e Multimédia, e do Mestrado em Práticas Artística em Artes Visuais do 1º Ano. 9
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Encyclopedia, que ao perderam o seu uso primordial de consulta, recuperaram, noutro sentido, novas significâncias no campo do pensamento crítico e do discurso filosófico, bem como do processo plástico - criativo e artístico, como um meio de reflexão/médium-de-reflexão. Deste modo, procurámos alavancar e catalisar outros conceitos mais vastos, como os que refletem não apenas sobre o papel do livro no mundo atual, mas também sobre o papel das Artes, e dos direitos de Autor, como veículos de expressão e de liberdade, afirmando e refletindo, assim, a criação e a interpretação, como um meio - uma plataforma/janela aberta para compartilhar sensibilidades, substanciando o valor artístico e literário acrescentado. A partir de quatro diferentes unidades curriculares15 do DAVD, e nalguns casos, de modo perfeitamente autónomo e independente, procurou-se, por um lado, que o processo de comunicação e criação artística estabelecido com os artistas, alunos participantes, tivesse, também, como argumento, a perceção da importância do papel da literacia, e do Livro na aquisição de novos conhecimentos e aprendizagens, bem como a perceção para uma maior consciência da importância de frequentar Bibliotecas, ler e consultar livros e bibliografia no decurso de uma vida académica, e pessoal. Procurou-se, por um lado, com a exposição, questionar a substancial e gradual perda da consulta de livros físicos, em parte ocasionada, neste momento das nossas vidas, pelos sistemáticos confinamentos e suas medidas, resultantes dos estados de emergência causados pela pandemia, em curso. Mas por outro, questionar, também, a perceção mais evidente do rastreamento provocado pelo mundo do digital e das novas plataformas digitais, exponencialmente acelerado deste o início deste novo século, e de forma intensa e evidente desde a altura dos confinamentos de 2020 e 2021. Realidades que vão, progressivamente, ganhando cada vez mais força nestas novas formas de literacia, granjeando, deste modo, um maior terreno no campo das novas (des)aprendizagens à distância, e das crescentes desigualdades socias e económicas neste novo universo pós-pandémico. Indagámos no processo criativo de cada artista, a possibilidade de potenciar uma estória/narrativa que elevasse o papel do próprio artista enquanto agente de reflexão, que procura debater, também, de forma criativa, o papel e a importância das Artes e da Cultura na representação e transmissão de pensamento, e/ou análise crítica sobre o mundo que os rodeia. Os processos artísticos foram orientados tendo em conta a interdisciplinaridade das diferentes unidades curriculares, contemplando, desta forma, as diversas possibilidades plásticas, desde a escultura, à pintura, até às artes mais performativas, com o recurso à instalação e à multimédia, com o uso de vídeo, imagem e som. Procurou-se, assim, captar diferentes perspetivas no âmbito de um diálogo multidisciplinar, relevando o papel da perceção individual dentro de um coletivo, bem como o papel e a importância da perceção coletiva na criação e interpretação artística individual. Com esta proposta de exposição coletiva, em parceria com o DAVD, pretendemos, também, integrar e estreitar as relações de afeto e de comunicação entre a BGUÉ e a comunidade académica, e criar relações de proximidade com a comunidade estudantil, designadamente, numa maior sensibilização para o acesso e consulta do acervo
15 A partir da unidade curricular, Projeto de Artes Plásticas e Multimédia, a cargo dos docentes André Sier, Filipe Rocha da Silva, Pedro Portugal e Rodrigo Oliveira; unidade curricular, Tecnologias e Materiais Artísticos, a cargo da Docente Manuela Cristóvão; unidade curricular, Processos Criativos e novos Paradigmas, a cargo da Docente Paula Soares; e unidade curricular do grau de Mestrado, Laboratório de Artes Visuais, a cargo do Docente Vítor Gomes.
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bibliográfico da BGUÉ, disponibilizado nos diferentes polos que a biblioteca dispõe ao seu serviço dentro do espaço da Universidade, potenciando assim, no futuro, trabalhos de continuidade. Deste forma, a Biblioteca Geral desempenha, também, o seu estatuto de centro ativo de partilha e aprendizagem, e potencia o seu papel de cidadania ativa, desempenhando, assim, também, através da arte e da cultura, o seu papel social, procurando operar na transformação e no encorajamento do bem-estar emocional das relações interpessoais e de autodeterminação da comunidade, como forma de conhecimento de si própria, do mundo, e do outro. Serviço de dinamização cultural BGUÉ Março 2021
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Andreia Valente | 3ºANO | Licenciatura em Artes Plásticas e Multimédia I Unidade Curricular - Projeto de Artes Plásticas e Multimédia | Orientação Projeto - André Sier, Filipe Rocha da Silva, Pedro Portugal e Rodrigo Oliveira
Andreia Valente (2000) é aluna na Universidade de Évora, onde se encontra a tirar a licenciatura em Artes Plásticas e Multimédia, desde 2018. Nasceu na cidade da Guarda e a partir do ensino secundário, concluído na Escola Secundária da Sé, todos os seus estudos foram direcionados para a área artística. A sua arte engloba um pouco de tudo, mas a multimédia é o seu forte. Nos seus projetos gosta de trabalhar à volta dos conceitos e de os conjugar com as diferentes tecnologias, como é o caso obra apresentada, em que a instalação junta a escultura e o digital.
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Crédito fotografias|Andreia Valente
FICHA TÉCNICA Autor Andreia Valente Título Freedom of Knowledge Dimensões 160 x 130 cm Materiais Papel da enciclopédia, roofmate e madeira
SINOPSE A obra é uma alusão ao conhecimento transmitido através de uma enciclopédia. O saber liberta-nos da ignorância, dá-nos asas. Este trabalho nasceu como uma instalação interativa ao público da peça, em que a informação fornecida por este livro se projeta numa "liberdade" alcançada através da leitura e aprendizagem de novos conteúdos. Por outro lado, existe uma constatação de uma relativa obsolescência do objeto do qual partimos, que é hoje substituído, para a maior parte das pessoas, por conhecimentos que entram pela via digital.
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Francisco Santos | 3º ANO| Licenciatura em Artes Plásticas e Multimédia I Unidade Curricular Projeto de Artes Plásticas e Multimédia | Orientação Projeto - André Sier, Filipe Rocha da Silva, Pedro Portugal e Rodrigo Oliveira
Francisco Damasceno dos Santos A.K.A FDS (2000) é natural de Setúbal. Iniciou a licenciatura em Artes Plásticas e Multimédia na Escola de Artes da Universidade de Évora, em 2018. Atualmente, encontra-se no seu terceiro ano do curso, tendo adquirido uma maior experiência ao longo destes 3 últimos anos, sendo que a partir do seu segundo ano começa a destacar uma imagem visual própria. Após ter participado noutros eventos ficou interessado em participar neste, também, uma vez que o seu trabalho é desenvolvido numa outra área, através de métodos que nunca tinha experienciado antes.
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Crédito fotografias|DivCom
FICHA TÉCNICA Autor Francisco Santos Título Confiàmeada Dimensões Formato original da enciclopédia Materiais Marcadores, aguarelas, óleos, colagens, fotografia SINOPSE Esta obra foi concebida durante a pandemia, portanto é uma obra em constante construção, adaptação de narrativa e contextualização. A partir do conteúdo já presente na enciclopédia, pretendo, de certa forma, revivê-la conjugando a imagem com o texto já existente, com uma nova interpretação minha inserindo uma visão mais contemporânea à já estabelecida nos seus elementos e aproveitando o ciclo espaço temporal nela presente. Como as folhas até têm alguma gramagem e a opacidade ideal para criar algum dinamismo entre páginas, o uso de diversos materiais, cores e texturas vai ser usado e assim o fluxo contínuo das temáticas e da essência que vão surgindo pode divergir. Uma intervenção visual e sensorial que vai muito ao encontro daquilo que foi o fim, mas o início de algo completamente inesperado e com tudo o que veio por arrasto, tendo como consequência diferentes interpretações. 13
Gonçalves Lopes | 5º ANO| licenciatura em Artes Plásticas e Multimédia | Unidade Curricular Projeto de Artes Plásticas e Multimédia | Orientação Projeto - André Sier, Filipe Rocha da Silva, Pedro Portugal e Rodrigo Oliveira
Gonçalves Lopes (1998) é um artista natural de Évora, Évora Monte. Estudou Artes Visuais na Escola Secundária Gabriel Pereira, em Évora. No decorrer dos seus estudos secundários participou em duas exposições coletivas com todos os alunos. A primeira exposição coletiva realizou-se na Praça do Giraldo, em 2016, e a segunda na sua Escola Secundária, em 2017, em Évora. Atualmente, estudante na Escola de Artes da Universidade de Évora, no curso de Artes Plásticas e Multimédia, conta com inúmeros trabalhos realizados para o curso, e destaca entre os quais, uma instalação intitulada de "119", realizada em Évora Monte, para a cadeira de Pintura Complementar. Conta, também, com alguns projetos de fotografia e participação na exposição House of Mandela Art, reproduções de originais de um conjunto de 36 gravuras da autoria de Nelson Mandela, que se encontram expostas na House of Mandela Art, na África do Sul. Paralelamente à exposição foram desenvolvidas obras próprias, inspiradas nas gravuras da série, Luta de Nelson Mandela.
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Crédito fotografias|DivCom
FICHA TÉCNICA Autor Gonçalves Lopes Título Viagem para a transformação Dimensões 1mx1m Materiais Tinta acrílica sobre tela, folhas da enciclopédia, troncos de árvore SINOPSE A minha obra é uma viagem ao início da produção do papel. É uma pintura abstrata em tela, concebida através do decalque de madeiras cortadas sobre as páginas da enciclopédia. Os rastos deixados pelos veios das madeiras acabam por fazer assim uma analogia entre a viagem feita pelas árvores até chegar ao produto final, que é a enciclopédia.
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Maria Ciobanu | 3º ANO| Licenciatura em Artes Plásticas e Multimédia I Unidade Curricular Projeto de Artes Plásticas e Multimédia | Orientação Projeto - André Sier, Filipe Rocha da Silva, Pedro Portugal e Rodrigo Oliveira
Gio (1999), nome pela qual é mais conhecida, apesar do seu nome ser Maria. Maria Ciobanu. Nasceu na Moldávia e mudou-se para Portugal aos 7 anos, e desde então que vive em Campo Maior, Portalegre. Pensa que a melhor forma de descrever a sua arte seria a nostálgica, visualmente. Procura captar sempre os seus sentimentos no momento, numa tentativa, também, de se conhecer interiormente, usando a sua arte como forma para lidar com estes. Por vezes sente que até inconscientemente o faz.
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FICHA TÉCNICA Autor Maria Ciobanu Título "Só vejo vermelho" Dimensões 21 x 30cm Materiais Páginas da enciclopédia e mix media: pastel de óleo, acrílico e marcadores. SINOPSE Reutilizando as folhas da enciclopédia deu-se origem a um novo livro que contem pequenos poemas acompanhados de ilustrações que aludem ao poema respetivo. Em todas as ilustrações está percetível o vermelho, por esta ser uma cor tão dinâmica e emocional que faz referência à paixão, à sedução, à raiva, como também se manifesta em conexão com a morte de sentimentos e ao nascimento dos mesmos. Os poemas variam desde reflexões pessoais, questões existenciais, confissões, entre outras questões, todas focadas nos relacionamentos que tenho com os outros e comigo própria também.
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Inês Viegas | 1º ano| Licenciatura em Artes Plásticas e Multimédia | Unidade Curricular Tecnologias e Materiais Artísticos | Orientação Projeto - Professora Manuela Cristóvão
Inês Viegas (1999) nasceu no Alentejo, em Beja, mas cresceu desde muito nova em Setúbal-Montijo. No entanto, nunca perdeu o contacto com a sua origem. Praticou dança contemporânea durante alguns anos, no Conservatório Regional de Artes do Montijo (CRAM), e nunca perdeu o seu gosto pela dança. Gosta muito de ler, em especial romances e poesia, e por essa mesma razão escolheu um tema para a realização do seu projeto que demonstrasse o quão importante é a leitura, e o quão importante é o impacto que esta tem nas aprendizagens, e na vida de cada cultura. Apesar de ter um grande gosto pela pintura, em especial por aguarela, e por toda a área das artes plásticas, pensa, futuramente, seguir a área da multimédia, na qual também tem muito interesse.
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FICHA TÉCNICA Autor Inês Viegas Título Poesia nas árvores Dimensões 62 x 42 x 36 cm alt. Materiais Esferovite, papel (Enciclopédia Collier's), arame, linha de costura, agrafos, cola quente e madeira SINOPSE O meu trabalho consiste em demonstrar a importância dos livros, leitura e escrita, com o objetivo de despertar o interesse de possíveis leitores, como também despertar o interesse pela arte através de um elemento que nos permite uma dessas possibilidades: as árvores. O hábito de escrever, ler, e desenhar em suportes de papel, sem ser unicamente em suportes digitais, tem vindo a ser profundamente alterado dentro do contexto do progressivo fluxo digital das nossas sociedades contemporâneas. Contudo, apesar de imperarem os meios tecnológicos, o papel continua a ser o meio por excelência para ler, escrever e desenhar. Fabricado através das fibras da madeira que são moídas por máquinas para a impressão de jornais, ou quimicamente para livros e papeis de escrita, a madeira provém das árvores. E essas, respiram…
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Márcia Gomes | 1º ano | Licenciatura em Artes Plásticas e Multimédia | Unidade Curricular Tecnologias e Materiais Artísticos | Orientação Projeto - Professora Manuela Cristóvão
Márcia Gomes, "Mars", (2001) é natural de Lisboa e cresceu na vila de Sesimbra. Desde pequena que sempre teve um gosto enorme pelas Arts and crafts, e por tudo aquilo que a mantivesse ocupada. Retira grande parte da sua inspiração do teatro (broadway), ou do cinema, pois considera que a vida encenada lhe parece tão mais interessante que a realidade. Escolhe compreender o mundo através da música e da arte. Se estiverem à sua procura podem sempre encontrá-la com a cabeça atrás de um livro durante tempos ilimitados. "I've always liked quiet people. You never know if they're dancing in a daydream or if they're carrying the weight of the world." John Green, in Looking for Alaska
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FICHA TÉCNICA Autor Márcia Gomes Título Fairie's Encyclopedia Dimensões Formato original da enciclopédia Materiais Tinta acrílica, pastel de óleo, fitas, linha de bordar e papel vegetal com cor, madeira, cera e um garfo SINOPSE O meu projeto baseou-se em duas ideias que decidi juntar. Primeiramente, a ideia de um "Art journal", sendo que considero o "book binding" e a arte do "diy" deveras interessante. Mais tarde, ao começar a desenvolver a obra, recordei um filme que vi na minha infância que tinha uma fada que decidia colecionar perdidos e achados humanos. Daí nasceu este projeto. A minha ideia era realizar uma peça eclética com diferentes pedaços da natureza, incorporando também a música, sendo que este é um dos temas que a minha enciclopédia aborda. O tema recaí sobre a possibilidade de vermos o mundo através dos olhos de uma fada e percecionarmos a eventualidade deste nosso mundo poder parecer mágico para seres tão diferentes de nós próprios. Ao folhear a enciclopédia, devemos obter a experiência estética de esquecermos o que o livro inicialmente era e imaginarmonos no mundo que a fada vê.
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Rúben Fonte | 1º ano| Licenciatura em Artes Plásticas e Multimédia | Unidade Curricular Tecnologias e Materiais Artísticos | Orientação Projeto - Professora Manuela Cristóvão
Rúben Fonte (2002) nasceu em Almada. Desde a sua infância que a arte o fascina. Uma atração que o levou à descoberta do mundo das artes, desde a pintura à escultura, desde a arte do paleolítico à arte moderna, o que lhe fez adquirir uma visão mais ampla da beleza de todas as coisas materiais e imateriais, e uma grande imaginação e criação artística. Além de criativo, sente ser uma pessoa bondosa, e tem um prazer enorme em ajudar os outros. Gosta muito de animais e da natureza, e como passatempos adora assistir a filmes na televisão e ir ao cinema.
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Crédito fotografias|DivCom
FICHA TÉCNICA Autor Rúben Fonte Título Uma praga a enfrentar Dimensões 20 larg. x 45 comp. x 30 cm alt. Materiais Cartão k-line, papel SINOPSE A razão pela qual escolhi este tema, muito antes do estado pandémico, relaciona-se com uma das grandes preocupações que o nosso país enfrentava na altura com a vinda de uns pequenos imigrantes ilegais, as vespas asiáticas, cuja picada pode ser fatal para as pessoas. Esta espécie está também a massacrar inúmeros ninhos de abelhas, o que prejudica gravemente o nosso ecossistema. Além disso, têm aparecido cada vez mais avistamentos a norte do país e rumores de que estão a avançar para sul.
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Sara Raposo | 1º ano| Licenciatura em Artes Plásticas e Multimédia | Unidade Curricular Tecnologias e Materiais Artísticos | Orientação Projeto - Professora Manuela Cristóvão
Sara Nobre Raposo (1994) é natural de Évora-Moura, sendo que foi esta última a terra que a viu crescer. Sente não ser muito boa a descrever-se. Gosta de desenhar. Gosta de música e de caminhar. Neste momento, estuda na Escola de Artes da Universidade de Évora, na qual frequenta o seu primeiro ano da Licenciatura de Artes Plásticas e Multimédia. Tem interesse em áreas como o desenho e a pintura.
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Crédito fotografias|RuteMarchantePardal
FICHA TÉCNICA Autor Sara Nobre Raposo Título Sem título Dimensões Formato original da enciclopédia Materiais Marcadores, canetas de feltro, lápis e borracha, pendurados por fios a partir da própria enciclopédia SINOPSE Cada pessoa pode participar na obra. O objetivo é criar uma peça que nunca está terminada e que está sempre disponível para qualquer pessoa poder intervir e se expressar. Como sugestão para quem deseje intervir, sugiro sublinhar uma palavra numa das páginas e a criação pode corresponder, ou não, a essa mesma palavra. Quem o fizer poderá decidir.
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Sofia Silva | 1º ano| Licenciatura em Artes Plásticas e Multimédia | Unidade Curricular Tecnologias e Materiais Artísticos | Orientação Projeto - Professora Manuela Cristóvão
Sofia Silva (1999) é uma jovem artista natural de Évora, onde viveu até aos 10 anos, sendo que depois desse período morou em várias outras cidades como Almada, Faro, Lagoa, Alcobaça. No ano letivo 2019/2020 esteve em Lisboa a fazer o primeiro ano de Escultura. Confessa que não sabe falar muito sobre si. Sabe, contudo, que gosta muito de desenhar e tem um interesse particular, e muito próprio, pelas áreas da pintura e da escultura. Neste momento voltou à terra que a viu nascer, e aqui frequenta, na Escola de Artes, o seu primeiro ano da Licenciatura em Artes Plásticas e Multimédia da Universidade de Évora.
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Crédito fotografias|DivCom
FICHA TÉCNICA Autor Sofia Silva Título Game Birds Dimensões Instalação com escadote e livro pendurado do teto Materiais Escadote de metal, papel, acetato, fio SINOPSE Muitas vezes é notável o erro crasso da não leitura, seja por preguiça ou difícil acesso. Nem sempre há livros, bons livros, na mesinha de cabeceira. Aqui revelo o livro enquanto ave. Capa, contracapa, asas e bico. Se ler é voar, então eu quero ser um pássaro.
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Ana Ramos | 3ª ANO | Licenciatura em Artes Plásticas e Multimédia I Unidade Curricular Processos Criativos e Novos Paradigmas I| Orientação Projeto-Professora Paula Soares
Ana Ramos (2000) é natural do Montijo e encontra-se, neste momento, a frequentar a licenciatura de Artes Plásticas e Multimédia, na Escola de Artes da Universidade de Évora.
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Crédito fotografias|RuteMarchantePardal e DivCom
FICHA TÉCNICA Autor Ana Ramos Título Sai da caixa Dimensões 43.5 comp. x 7.5 cm larg. Materiais Gesso, papel, cola e acrílico SINOPSE Com o projeto desenvolvido, pretendo apresentar uma critica à forma mais clássica da aprendizagem. Tendo como exemplo as escolas da floresta e o ensino centrado em cada um de nós, pretendo realçar que podemos aprendemos mais com a prática do que com a teoria. Nesse sentido, a intenção da minha obra é chamar a atenção para as diferentes formas de ensinar e de aprender.
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Angélique Dias | 3° ANO| Licenciatura em Artes Plásticas e Multimédia | Unidade Curricular Processos Criativos e Novos Paradigmas I| Orientação Projeto-Professora Paula Soares
Angélique Dias (1995) nasceu e viveu no Luxemburgo até aos seus 9 anos, e por isso é fluente em cinco línguas/idiomas. Desde muito nova que está ligada às artes, tais como o teatro, a dança e as artes plásticas, tendo recentemente adicionado as artes digitais, a fotografia e o vídeo à sua lista artística. Apesar de algumas complicações ao longo do seu percurso, encontra-se finalmente a seguir o seu sonho de artista plástica.
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Crédito fotografias|DivCom
FICHA TÉCNICA Autor Angélique Dias Título Wiedergeboren Dimensões 43.5 comp. x 15 cm alt. Materiais Base enciclopédia Collier's Encyclopedia, pasta de moldar, spray e tintas acrílicas, folhas da enciclopédia e arame SINOPSE O objetivo deste projeto era transformar a enciclopédia em algo diferente. Por isso segui o meu primeiro instinto e levei o desafio literalmente. As penas da ave foram feitas através das folhas da enciclopédia com o sentido de a fazer renascer, tal como a fênix que partiu das suas próprias cinzas, com um novo sentido. Tudo o que morre um dia renasce.
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Beatriz Mateus | 2º ANO | Licenciatura em Artes Plásticas e Multimédia | Unidade Curricular Processos Criativos e Novos Paradigmas I | Orientação Projeto-Professora Paula Soares
Beatriz Mateus (2001) nasceu em Ansião, Leiria. Ao longo da sua vida foi descobrindo e desenvolvendo a sua criatividade, tanto influenciada pelo contacto com a natureza, como pela música. Em 2016 decidiu estudar artes, e mais tarde ingressou na licenciatura de Artes Plásticas e Multimédia da Universidade de Évora, onde estuda atualmente.
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Crédito fotografias|DivCom e Beatriz Mateus
FICHA TÉCNICA Autor Beatriz Mateus Título Viagem Dimensões 27.5 X 118 cm Materiais Enciclopédia Collier's Encyclopedia, mapas
SINOPSE Assim como as enciclopédias, os mapas estão a cair em desuso nos dias de hoje. Esta ideia serve de premissa para uma reflexão sobre esse desuso e a importância da plasticidade dos livros na sua relação com os mapas. Ambos são uma fonte de conhecimento. Os livros fazem-nos viajar sem ter de ir a lado algum, permitem-nos expandir o nosso imaginário. Os mapas levam-nos a viajar, a adquirir novas experiências, recordam-nos das viagens que já fizemos e que vamos acumulando numa sobreposição de memórias. Explorei as propriedades de cada elemento ao sobrepor os mapas que saem da enciclopédia aberta e ao rasgá-los e cortá-los aludi às suas percetíveis várias camadas.
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Carolina Vidal | 2º Ano| Licenciatura em Artes Plásticas e Multimédia | Unidade Curricular Processos Criativos e Novos Paradigmas I| Orientação Projeto-Professora Paula Soares
Carolina Vidal (2000), natural de Montargil, Ponte de Sor, Portalegre. Frequenta, atualmente, a licenciatura de Artes Plásticas e Multimédia, na Escola de Artes da Universidade de Évora. Como aluna de artes, e não apenas por isso, considera que a liberdade é algo que se deve prezar bastante - liberdade para criar, sermos nós mesmos, sentirmo-nos livres e confortáveis para nos expressarmos da forma que queremos.
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Crédito fotografias|DivCom e RuteMarchantePardal
FICHA TÉCNICA Autor Carolina Vidal Título Portal da Vida Dimensões 30 larg. x 27.5 alt. x 23 cm prof. Materiais Duas enciclopédias Collier's Encyclopedia, arame
SINOPSE A vida é o fluxo eterno e incessante de eventos simultâneos de ondulação infinita que por uma cadeia casual nos levou a este universo de elementos em que todos estamos inseridos, de forma suspensa - o que levou, de alguma forma, a esta experiência atual de existência sensível. Damos por nós a viajar de um lado para o outro todos os dias. Acordamos, ultrapassamos o dia e dormimos - e tudo se repete, uma e outra vez. A vida é mesmo assim. É quase que como um portal. Ir de um ponto A ao ponto B - seja a nível de distância ou temporal e tudo se repete, quer queiramos ou não. No entanto, é o que fazemos com a nossa vida, um dia de cada vez, que importa - que nos torna no que realmente somos. A mensagem que tentei transmitir baseia-se na ideia da repetição dos dias. Quer queiramos ou não, todos os dias acordamos e voltamos a dormir, a partir da primeira vez que abrimos os olhos até à última em que os fechamos. Nesse sentido, baseando-me na ideia de reencarnação, a vida de cada um de nós torna-se num dia comum. Chega um dia em que saímos por uma porta e entramos por outra, com outra mentalidade, aspeto, e olhar - é isso a vida. Os portais simbolizam essas portas, a reencarnação. As escadas feitas a partir das folhas da enciclopédia representam o caminho que as pessoas conduzem desde a fase infantil à idade adulta - cada um no seu ritmo.
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Claúdia Martins | 1ºANO | Licenciatura em Artes Plásticas e Multimédia | Unidade Curricular Processos Criativos e Novos Paradigmas I | Orientação Projeto-Professora Paula Soares
Cláudia Martins (1996) nasceu em Beja. É apenas alguém à procura do seu lugar no mundo, tal como muitos outros…. Sente que não há muito a dizer sobre si. Alentejana e basta.
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Crédito fotografias|RuteMarchantePardal
FICHA TÉCNICA Autor Cláudia Martins Título To Begin Dimensões Formato original da enciclopédia aberta, escultura 35 cm de alt. Materiais Collier's Encyclopedia, rede de capoeira, gesso, folhas da enciclopédia e tinta branca e amarela SINOPSE Crescendo e aprendendo, nós, seres humanos, temos a necessidade de aprender e não ficar parados, de experimentar coisas novas, de evoluir, e de crescer…
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Jéssica Matos | 1ºANO | Licenciatura em Artes Plásticas e Multimédia | Unidade Curricular Processos Criativos e Novos Paradigmas I | Orientação Projeto-Professora Paula Soares
Jéssica Matos (2000) cresceu onde a serra e o mar trocaram olhares, daí nascendo uma beleza imparável, Setúbal. Local que a inspirou e deu origem às suas melhores criações e inspirações artísticas de menina-catraia.
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FICHA TÉCNICA Autor Jéssica Matos Título Raízes Dimensões Peça Escultórica 45 x 26 cm Materiais Árvore realizada com arame e pintada com spray, Borboletas realizadas com as próprias páginas da enciclopédia e pintadas com aguarela, capa realizada com folhas e flores naturais representando as raízes SINOPSE Podemos trocar as nossas folhas, mas jamais arrancaremos as nossas raízes porque a nossa essência vale mais do que qualquer coisa, pois quando as raízes são profundas, não há razão para temer o vento.
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Luciana Santos | 1º ANO| Licenciatura em Artes Plásticas e Multimédia | Unidade Curricular Processos Criativos e Novos Paradigmas I | Orientação Projeto-Professora Paula Soares
Luciana Santos (2002) é natural de Torres Vedras, onde fez todo o seu percurso escolar, até ao ensino secundário. Neste momento, frequenta a licenciatura de Artes Plásticas e Multimédia da Escola de Artes, no Colégio dos Leões da universidade de Évora, e no futuro pretende realizar um mestrado em design de comunicação.
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Crédito fotografias|RuteMarchantePardal
FICHA TÉCNICA Autor Luciana Santos Título Harmonia Dimensões Peça escultórica 30 × 20 cm Materiais Massa de moldar na representação da figura humana criada através de uma perfuração na enciclopédia, e vegetação falsa de diversos materiais SINOPSE Para este desafio, que nasce de uma proposta para transformar uma enciclopédia antiga e a partir desta criar uma obra de arte, decidi abordar o tema das escolas da floresta, escolas que surgiram para dar uma resposta aos inúmeros pais e educadores que acreditam que para uma criança crescer de forma saudável, ela necessita brincar na natureza, com a natureza, e ao ritmo desta. Com este propósito, criei uma pequena floresta dentro da enciclopédia com diversos materiais e com uma figura humana sem rosto para representar as crianças no seu todo, usando como material a pasta de moldar, pois é um material que não tem uma forma única, deixando ao critério das crianças o que querem moldar ou criar.
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Margarida Carreiras | 1º ANO| Licenciatura em Artes Plásticas e Multimédia | Unidade Curricular Processos Criativos e Novos Paradigmas I | Orientação Projeto-Professora Paula Soares
Margarida Carreiras (2002) nasceu em Portalegre, no Alto Alentejo. Define-se como uma pessoa sensível e dinâmica, e com muita proximidade às artes visuais e à dança, que a acompanham desde muito cedo. Tem referências dos seus primeiros registos de desenhos, com apenas 2 anos de idade, aguarelas, grafites e trabalhos manuais. Sempre viveu no campo, onde pôde dar largas ao seu apego pelos animais.
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Crédito fotografias|DivCom e RuteMarchantePardal
FICHA TÉCNICA Autor Margarida Carreiras Título Como um todo Dimensões 40 cm diâmetro x 40 cm de altura Materiais enciclopédia Collier's Encyclopedia, arame e cola branca SINOPSE A teoria das Inteligências múltiplas defende a existência de várias capacidades cognitivas. O conceito de inteligência, tradicionalmente definido, não se deve restringir apenas a calcular a inteligência de um indivíduo a partir dos cálculos lógico-matemáticos. Existem vários tipos de inteligência, todos eles devem ser interpretados como uma forma válida do saber. Inteligências: Linguística, Interpessoal, Existencial, Musical, Naturalista, etc… A inspiração do globo que emerge da enciclopédia surge como uma forma de representar o conhecimento como um todo, nós criámos o próprio conceito de conhecimento. As páginas rasgadas da enciclopédia representam as ideias e as várias formas do saber de cada um, em cada parte do mundo. O globo simboliza a luz das ideias por nós personificadas, de forma distinta e relevante.
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Margarida Correia | 1º ANO| Licenciatura em Artes Plásticas e Multimédia | Unidade Curricular Processos Criativos e Novos Paradigmas I | Orientação Projeto-Professora Paula Soares
Margarida Correia (2002) é natural de Lagos, Algarve. Atualmente, frequenta a licenciatura de Artes Plásticas e Multimédia, na Universidade de Évora. Adora música, e todos os tipos de arte. É apaixonada por Modeling.
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Crédito fotografias|DivCom e RuteMarchantePardal
FICHA TÉCNICA Autor Margarida Correia Título Liberdade Dimensões 52 x 61 cm larg. Materiais Enciclopédia Collier's Encyclopedia, cola branca, cola de esferovite, tintas acrílicas, pioneses, fio de seda, esferovite e como suporte uma prancheta de madeira SINOPSE A mensagem que pretendo transmitir relaciona-se com a importância das artes na sociedade e na educação. Sem as artes o mundo seria infeliz e as pessoas não teriam como se expressar. Seríamos robôs, como está representado no lado esquerdo da minha obra. Dois mundos paralelos que demonstram a realidade e que refletem a procura da liberdade através das artes.
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Margarida Romão | 2°ANO | Licenciatura em Artes Plásticas e Multimédia | Unidade Curricular Processos Criativos e Novos Paradigmas I | Orientação Projeto-Professora Paula Soares
Margarida Romão (1999) é natural de Évora. Frequenta, neste momento, a licenciatura de Artes Plásticas e Multimédia, e gostaria de continuar futuramente no ramo das Artes. Um dos seus sonhos é trabalhar na Vista Alegre. Gosta bastante de música, apesar de não saber tocar nenhum instrumento. E não gosta de canja!
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Crédito fotografias|DivCom
FICHA TÉCNICA Autor Margarida Romão Título Livro Orgânico Dimensões Formato original da Collier's Encyclopedia Materiais Folhas da enciclopédia, cola, uma semiesfera de esferovite e spray prateado SINOPSE Para fazer esta escultura, inspirei-me na matéria da cadeira de processos criativos e novos paradigmas I. A matéria relaciona as inteligências múltiplas e, apesar da minha inteligência ser mais visual, sempre tive uma afinidade pela natureza, por isso considero ter uma inteligência naturalista. A intenção da obra é fazer renascer algo de orgânico no livro. Deste modo, espero que a minha escultura passe a mensagem que o livro não é apenas um objeto porque existe vida dentro dele.
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Maria João Alves | 2º ANO| Licenciatura em Artes Plásticas e Multimédia | Unidade Curricular Processos Criativos e Novos Paradigmas I | Orientação Projeto-Professora Paula Soares
Maria João Alves Jorge (1998) nasceu em Monchique. Esta foi a sua cidade, e foi sempre o seu lar, onde viveu grande parte da sua vida. Foi lá que começou a desenvolver o gosto artístico, seguindo a área das artes visuais no ensino secundário, em Portimão. Em 2019, ingressou no ensino universitário, no curso de Artes Plásticas e Multimédia da Universidade de Évora, onde estuda atualmente.
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Crédito fotografias|Maria João Alves
FICHA TÉCNICA Autor Maria João Alves Título O Caminho Dimensões 40 larg. X 59 comp. x 37.5 cm alt. Altura das escadas: 60cm Materiais Enciclopédia Collier's Encyclopedia, caixa de cartão, cola branca, cartão, folhas da enciclopédia, tinta acrílica e luzes SINOPSE Nos dias de hoje, conseguimos aceder aos livros de uma forma muito mais rápida. Através da evolução tecnológica conseguimos ler um livro em qualquer plataforma digital, fazendo com que o livro físico seja desvalorizado, tal como as enciclopédias que foram perdendo o valor que outrora tiveram. Por esse motivo, o meu projeto aborda a enciclopédia como fonte de conhecimento e aprendizagem como uma nova (re)descoberta das sensações que os livros físicos nos podem oferecer. Com ele quero captar o espetador através de uma escada que simboliza o conhecimento. O meu projeto, denominado "O Caminho", consiste assim numa caixa preta com uma enciclopédia no centro, como fonte de aprendizagem, de onde surgem vários degraus de escadas, realizadas a partir das próprias folhas da enciclopédia para simbolizar a importância dos livros físicos nos dias de hoje e o conhecimento que adquirimos com estes. Por fim, "O Caminho" é iluminado com luzes dentro da caixa para dar destaque à enciclopédia, e também às escadas, como se fosse o caminho a seguir para alcançarmos os nossos objetivos e os nossos sonhos com a bagagem que os livros nos podem oferecer.
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Maria Vila-Lobos| 2º ANO| Licenciatura em Artes Plásticas e Multimédia | Unidade Curricular Processos Criativos e Novos Paradigmas I | Orientação Projeto-Trabalho independente
Maria Vila-Lobos (2000), conhecida pelo seu pseudónimo Maraia, nasceu em Leiria. Já participou em vários projetos, entre os quais Fotografar Palavras, Para onde vai o tempo? Relatos e ficções à volta de contextos de vulnerabilidade, e (RE)Existir. Narrativas em contexto de pandemia. Ilustrou O Corpo Sonha e é ilustradora da Editora Minimalista. De momento, estuda Artes Plásticas e Multimédia, na Escola de Artes da Universidade de Évora.
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Crédito fotografias|Maria Vila-Lobos
FICHA TÉCNICA Autor Maria Vila-Lobos Título Sonho de Quinta-feira Dimensões 3m x 1.4m Materiais Pastéis de Óleo SINOPSE Nesta obra, as páginas da enciclopédia ganham nova vida numa série de ilustrações que seguem uma história de fantasia e procura. Composta por 35 ilustrações são explorados temas como o amor e a solidão, o dia e a noite, ou a fantasia e a realidade.
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Michelle Medeiros | 1º ANO | Licenciatura em Artes Plásticas e Multimédia | Unidade Curricular Processos Criativos e Novos Paradigmas I | Orientação Projeto-Professora Paula Soares
Michelle Renata da Silva Medeiros (2002) considera-se uma artista de mente e alma. Procura libertar sempre o que tem dentro de si, e transformá-lo em arte da forma mais criativa que consegue no momento. Sim, no momento, isto porque considera que a arte é do presente, uma libertação do sentimento, do pensamento, e do consciente presente. Usa as mãos para tudo, são sem dúvida o seu instrumento essencial, pois definem quem é em tudo o que faz, e em tudo o que transformam. Por enquanto não sabe o que quer ser, pois não procura ser uma coisa só no futuro, mas sim um pouco de tudo. Chamam-lhe louca, mas a vida é secante ao prender-nos a um só talento, ou a um só gosto. Há tantas coisas que gosta de fazer, e tantas coisas que ainda não sabe se gosta. Sabe, contudo, que podemos ser quem quisermos, e quem gostaríamos de ser. E é isso que irá ser: Quem gosta e quem quiser ser. Nem todos têm de concordar com ela, ou com quem quer vir a ser, mas no essencial ser-se feliz com quem se é.
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Crédito fotografias|Michelle Medeiros
FICHA TÉCNICA Autor Michelle Medeiros Título Gostaria de ser o ar e gostaria de ser o mar para dançar com a maré sem parar Dimensões 45 comp. x 40 larg. x 17cm alt. Materiais Enciclopédia Collier"s, gesso, acrílico SINOPSE Fecha os olhos Abre bem os ouvidos Volta a abrir os olhos Respira fundo A paz e calma que te rodeiam são inigualáveis Eu sei, eu também o sinto. Estás entregue. Imagina ao fundo os raios de sol a correrem para te apanhar as faces. As gaivotas em bico à procura de pequenoalmoço. Porque nada como começar a manhã em grande e refrescar o bico. Nada como deixar loirar a superfície e pegar no livro que pensaste que não ias ler e lá vais tu fluindo, por mares e marés até onde as páginas vibrantes e o sol que te conforta o corpo te levarem. Deixa-te ir….
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Nathalia Melo | 1º ANO | Licenciatura em Artes Plásticas e Multimédia | Unidade Curricular Processos Criativos e Novos Paradigmas I | Orientação Projeto-Professora Paula Soares
Nathalia Melo (1995), natural da capital do Brasil, Brasília. Foi em 2012, no curso de Biologia da Universidade de Brasília que sentiu um chamado artístico pelo contato verdadeiro e profundo com a Arte. Ao se conectar às matizes existenciais, do micro ao macro, percebeu que arte é o elo entre a vida e o belo, desde a ínfima organização celular à complexidade dos sistemas. Essas observações levaram-na a mergulhar no multiverso das possibilidades criativas, reinterpretando a vida de maneira menos científica e mais lúdica. E assim segue, sem caminho definido, a navegar e a buscar o sentido da vida, sentindo, entre texturas, cores e formas, nessa imensidão.
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Crédito fotografias|DivCom e Nathalia Melo
FICHA TÉCNICA Autor Nathalia Melo Título Ascensão da Luz Dimensões 44 x25 x35 cm de alt. Materiais Enciclopédia Collier's Vol. 1994 International Year Book, arame 2mm e componentes elétricos SINOPSE Vislumbre de um clarão em meio à escuridão. A ascensão da Luz representa o poder da consciência transformadora em espiral porque espelha o movimento eterno e dinâmico dos eventos cósmicos e corresponde ao sem-fim que emerge do estado inconsciente latente, representado pela enciclopédia em negro, enquanto dimensão telúrica onde em seu centro nasce o brilho irradiante da Espiral Luminosa de uma nova era que reluz!
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Prince | 3º ANO | Licenciatura em Artes Plásticas e Multimédia | Unidade Curricular Processos Criativos e Novos Paradigmas I | Orientação Projeto-Professora Paula Soares
Prince (1998) é natural de Silves. Pequena criatura que se identifica mais com monstros do que com seres humanos. Vive entre a costa algarvia e o Alentejo, e estuda arte devido à falta de cursos de treino para ser tornar supervilão. Prince (1998) is from Sines. Small creature who relates more to monsters than human beings. Lives between the algarve coast and alentejo and studies art due to the lack of training courses to become a supervillain.
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Crédito fotografias|Prince
FICHA TÉCNICA Autor Prince Título The Anatomy of a Book Dimensões 21cm x 27.5cm Materiais Collier's Encyclopedia Vol. 12, cola branca, alumínio, tinta acrílica, papel de cozinha SINOPSE A dissecação dum livro, algo tão rico de informação que parece tão vivo como nós. Feito com amor através de uma faca e entranhas de papel e alumínio.
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Pedros | 3ª ANO | Licenciatura em Artes Plásticas e Multimédia | Unidade Curricular Processos Criativos e Novos Paradigmas I | Orientação Projeto-Professora Paula Soares
Pedros (2001) é um artista natural de Caldas da Rainha, e consagrou-se como o primeiro artista do século XXI. É tido como fruto do seu tempo, extremamente influenciado pelo que o rodeia, e é seu contemporâneo. Pedros é um artista com fortes influências pela arte pop, bem como pela arte conceptual do século XX. Extremamente culto, desafia a figura do artista pelo modo excêntrico e despreocupado como age, de modo a desafiar elitismos e preconceitos. Nietzsche: "Se os meus colegas fossem como eu havia mais respostas".
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Crédito fotografias|Pedros
FICHA TÉCNICA Autor Pedros Título "Sem Título" Nota: O nome do meu projeto é mesmo "sem título" Dimensões Formato original da enciclopédia Materiais Enciclopédia Collier's Encyclopedia, e corretor branco SINOPSE O projeto, intitulado "Sem Título", propôs-se, no início, a limpar toda a informação do livro com um corretor. Devido a complicações como o livro ter 760 páginas e falta de fundos para comprar um corretor que chegasse, o autor limitouse a limpar um nível de informação limitada para criar informação nova a partir da informação retirada, de modo que do ponto de vista estético resultasse num final relativamente aprazível. O conceito de objeto passou a ser a simples intervenção por parte do artista em aspetos que o mesmo considerou interessantes intervir, e por meio de um outro objeto selecionado: o corretor branco. A partir daí o artista "brincou" com as diferentes formas de "pintar o livro em branco", "o livro de branco".
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Sara Manuel | 1º ANO | Licenciatura em Artes Plásticas e Multimédia | Unidade Curricular Processos Criativos e Novos Paradigmas I | Orientação Projeto-Professora Paula Soares
Sara Manuel (2002) nasceu na ilha Terceira, Açores. Aos 4 anos mudou-se para Santarém e aos 17 anos veio para o Alentejo. Estudante de Artes, futura Ilustradora, e amante do sobrenatural e de gatos pretos. "Always whatches, no eyes" (Slenderman).
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Crédito fotografias|DivCom e RuteMarchantePardal
FICHA TÉCNICA Autor Sara Manuel Título METAMORFOSE Dimensões Base (livro): 43 larg. x 30,5 alt. x 29 cm prof. Estrutura esculpida: 30 larg. x 28,5 alt. x 22 cm prof. Materiais Enciclopédia Collier's Encyclopedia Vol.5, papier maché realizado a partir de folhas da enciclopédia, materiais reutilizados (pedaços de arame, restos de cartolina, copos de iogurte), e tintas acrílicas SINOPSE Fly, fly, my little friend. Voa, voa, pequenina. Your beauty is astonishing perfect, A tua beleza é estonteante e perfeita, your movements are like the wind os teus movimentos são uma leve brisa and your colours are the same as the rainbow. e as tuas cores são as do arco íris. But your life is short Mas a tua vida é breve and full of dangers. e repleta de perigos. So let me immortalize you, por isso deixa-me imortalizar-te, as I have done tal como fiz with the knowledge of the World. com o conhecimento do Mundo. O livro é antigo. As borboletas ainda mais. As borboletas não são apenas bonitas, mas também têm mistério, simbolismo e significado. Os livros também. Ambos são frágeis e preciosos - e não vivemos sem nenhum deles. Porque para viver precisamos de conhecer, imaginar e voar.
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Elisabete Nascentes dos Santos | 1º ANO | Mestrado de Práticas Artísticas em Artes Visuais | Unidade Curricular de Laboratório de Artes Visuais I | Orientação Projeto-Professor Vítor Gomes
Elisabete Nascentes (1953), brasileira, natural da cidade do Rio de Janeiro, RJ. Na adolescência estudou desenho, pintura e escultura na Escola Fluminense de Belas Artes, em Niterói. Mais recentemente, como aprendiz, desenhou e pintou nos ateliers Canellas, em Niterói, Aline Martinelli e Bandeira de Mello, na cidade do Rio de Janeiro. Prefere, sempre que pode, a abordagem artística nos atos da vida. Participou na elaboração, e atuou na peça do Teatro do Oprimido, quando sindicalista, para a discussão da questão da mulher ativista no 18º Congresso Nacional da Confederação dos Professores do Brasil, na cidade de Vitória, ES, em 1985. Por um longo tempo lecionou História em escolas públicas do estado do Rio de Janeiro. Participou na direção da escola do Ensino Médio, eleita pela comunidade. Atuou, por 10 anos, como mediadora de conflitos em juizados criminal e de violência doméstica, e varas de família, no estado do Rio de Janeiro. Possui formação académica em Publicidade e Propaganda, Jornalismo, História e Direito, realizadas na Universidade Federal Fluminense. Experimenta, agora, no Mestrado em Évora, um diálogo com a Arte Contemporânea: como é vista e como se vê.
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Crédito fotografias|DivCom
FICHA TÉCNICA Autor Elisabete dos Santos Título Letra: poética, sonora e plástica Dimensões 44 larg. X 27 alt. X 14 cm prof. Materiais Celulose (Collier's Encyclopedia) preexistente: folhas e capa dura, folha de papel A4: desenho, lápis cor e cera, letras em papel recortadas, recortes de jornais; Pigmentos (impressão gráfica preexistente, e em copiadora, lápis de cor, caneta), metal(clips), cola (em bastão), verniz transparente SINOPSE O experimentalismo artístico poético-pictórico-imagético das décadas de 1950 a 1970 - o nosso recorte temático e temporal - partilhou do processo de alargamento do conceito de arte pela inclusão de técnicas, materiais, coisas e utilidades produzidas historicamente pelos humanos. Partilhou da quebra das fronteiras no interior do universo artístico. Tratava-se, então, da assunção de uma concretude vivificada, "verbivocovisual", como teorizaram, por exemplo, os concretistas brasileiros: realizar uma "síntese ideogrâmica do significado". Nesse processo, a Letra compareceu, significativamente, na produção visual. Letra-traço, letra-som, letra-imagem... Letra milenar e atual, pelas mutações históricas dos "alfabetos". Letra matéria e imatéria, realmente primeira: resíduo fundamental do percurso humano, já que esse é o da errância narrativa. "Letra: poética, sonora e plástica" fez-se, então, nosso slogan e título: metáfora minimalista do processo de busca de revolução na linguagem artística no contexto experimentalista já mencionado. Esta instalação indica a presençamundo da Letra: unidade-fragmento de código, imagem em si mesma, pedra ou lego na organização da ideia. Metáfora para as escrituras. 63
Hoana Bonito | 1º ANO | Mestrado de Práticas Artísticas em Artes Visuais | Unidade Curricular de Laboratório de Artes Visuais I | Orientação Projeto-Professor Vítor Gomes
Hoana Bonito (1984) é Fotógrafa, licenciada em Artes visuais pela Universidade de Brasília, natural dessa mesma cidade, Brasília-Brasil. Especialista em Artes Visuais - Cultura e Criação, a artista plástica, internacionalista e jornalista tem procurado pesquisar sobre este universo artístico, na área das visualidades. Dedicou os últimos anos a projetos que inserem pessoas cegas no universo das artes visuais, ensinando a história da arte e da fotografia, ensinando-lhes a captar as possíveis transformações das visões, no campo das artes visuais e das invisibilidades. Neste momento frequenta o mestrado de Práticas Artísticas em Artes Visuais na Universidade de Évora, e dedica-se a pesquisar, de maneira poética, o invisível e as suas diferentes formas de ver, procurando perceber o sentido de como estes pontos de vista, são - ou não, formados e/ou transformados.
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Crédito fotografias|DivCom e Hoana Bonito
FICHA TÉCNICA Autor Hoana Bonito Título O cosmos no teu olho (ou a ser completado com a sua opinião). Dimensões Formato original da enciclopédia Materiais Espelho e enciclopédia escolhida ao acaso SINOPSE O Livro Aberto é um livro objeto que convida o espectador a participar do momento da obra numa espécie de performance guiada. Já que apenas o olhar do espectador completa a obra, um olhar atento e alguma intenção poderão dar o tom para qualquer mensagem. O que pretendo é comunicar poeticamente. Que olhares compõem determinado olhar e como podem funcionar as formações do ponto de vista pessoal: de onde vêm as opiniões? Ao buscar rapidamente os significados, a opinião significa a manifestação de uma forma de ver representando o estado de espírito e a atitude de um indivíduo, ou de um grupo em relação a um determinado parâmetro ou realidade. Deste modo, a forma de ver estaria ligada à atitude individual que, somada às informações que a pessoa tem sobre um assunto, a levaria a uma construção pessoal da noção que cada pessoa teria de uma determinada realidade. Cada ponto de vista, cada pessoa seria então um ângulo único. E tal ângulo é passível de mudanças e transformações. Procurei expandir o conceito de Umberto Eco sobre as obras de arte consideradas abertas: Na era das bolhas criadas pelos algoritmos da internet, o espectador vê informações cada vez mais incompletas e fragmentadas. Cada informação completa-se com o olhar do espectador e assim nascem as opiniões, formadas por sentidos e pela experiência de quem vê. Longe de sermos meros espectadores dos significados e sentidos do que vemos, somos ativos de acordo com os nossos pontos de vista somatório de experiências, critérios e lastro cultural. Damos um significado particular a cada notícia, a cada aula, ao que vemos nas redes sociais, a cada livro que lemos, etc. Deste modo, esta enciclopédia desatualizada convida a uma atualização do olhar por parte de quem a observa para que se torne uma obra completa: "Afinal o que cada termo definido aqui significa para você?" Invoco a crença que povos antigos tinham no poder das mensagens dos livros e solicito que feche os olhos, pense num tema da sua vida, escolha uma página, abra os olhos, e abra o livro e acredite na mensagem. A mensagem veio da sua intenção. A interpretação veio da sua intenção. Em tudo o que lês, em tudo o que vês, está também a força do ângulo único que é o teu olhar. Tua maneira de ver vai completar o que está a ser visto. 65
Ivna Lundgren | 1º ANO | Mestrado de Práticas Artísticas em Artes Visuais | Unidade Curricular de Laboratório de Artes Visuais I | Orientação Projeto-Professor Vítor Gomes
Ivna Lundgren (1989) é uma artista visual brasileira. Natural de Fortaleza, reside neste momento em Évora, Portugal. Atualmente é estudante do Mestrado de Práticas Artísticas em Artes Visuais, na Escola de Artes da Universidade de Évora. Desenvolve, paralelamente, projetos de sua autoria no âmbito cultural, registando a cidade de Lisboa e Évora através da fotografia e do vídeo. Dinamiza e concebe, nesse sentido, projetos centrados na temática da valorização arquitetónica de fachadas e na criação de paisagens através de instalações audiovisuais, de forma que estas dialoguem com as questões ambientais, e que traduzam e projetem, por outro lado, todas as questões de luz e de iluminação relacionadas com os espaços e os objetos a elas inerentes. 66
Crédito fotografias|Ivna Lundgreen
FICHA TÉCNICA Autor Ivna Lundgreen Título Infinity to Katmai Dimensões 2,0m X 2,5m Duração: 5min. Materiais Projetor, Enciclopédia e fios de nylon SINOPSE Na instalação "Infinity to Katmai" é proposto o diálogo entre o ser humano, a natureza e as enciclopédias. A informação, exposta pela ordem alfabética, começa em Infinity e termina em Katmai. Deparamo-nos com a interação entre a fonte de consulta de termos científicos e históricos numa cascata. O elo natural em metamorfose, ou mimese, transborda palavras e a diversidade universal do conhecimento.
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João Espanca Bacelar | 1º ANO | Mestrado de Práticas Artísticas em Artes Visuais | Unidade Curricular de Laboratório de Artes Visuais I | Orientação Projeto-Professor Vítor Gomes
João Manuel Espanca Bacelar (1970) é natural de Évora, e iniciou a sua atividade profissional em 1989. Realizador e técnico de radio (CENJOR, 89), formador de audiovisuais (EPRAL 94-99), músico e técnico em artes performativas, teatro e televisão (NBP- Fealmar, 2000. Profissom 2005). Dir. técnico, Ciência na Rua, Centro Ciência Viva de Estremoz - Universidade de Évora (2006-2010). Com Licenciatura em Artes Visuais e Multimédia pela Universidade de Évora (2012), é conhecedor e criativo nos campos da fotografia, instalação artística, interatividade, divulgação e promoção das novas artes. Com participações em diversos projetos artísticos mistos e autor de outros entre os quais se destaca: Aquidas Composição acusmática em quadrifonia para a exposição permanente do Centro UNESCO / InfimoFrame. 2010; Percursos Ibéricos - Performance video-mapping. com Leonor Serpa Branco e o Coro Polifónico Eborae Música. 2014; Janelas do Tempo - Dispositivo interativo de foto cronológica - CME, Palácio D. Manuel e Univ.de Évora, 2015; Água de Prata, Video-mapping e programação de grafismos generativos. CME, Universidade de Évora. 2016; Óh Águia! - Video-mapping, Praça do Giraldo, Évora. 2017; Aquário Video-Esferas, Centro Arqueologia CME, D.R. Cultura Alentejo, Museu de Évora. 2018; O Cante Acusmástico de Pias - Performance video-mapping com Feliciano de Mira, Vítor Ruas, António Duarte, e o grupo Os Camponeses de Pias - Abertura do Festival Artes à Rua, 2018; Ev.Ex 2019 - Prog de Arte Experimental - Coord. técnica e artística. Évora 2019; Sant'Elite - Instalação-escultura multimédia sobre a Capela de N. Sra. Vitória, Igreja de S. Vicente, Experimentus 2019; COFIN'19, Performance sobre estado de confinamento, Vigília pela Cultura, P. J. Ant. Aguiar, 2019; CARNE&Osso, Intervenção artística no Festival Diversidades Mútuas, Jardim Évora 2020." 68
Crédito fotografias|DivCom e RuteMarchantePardal
FICHA TÉCNICA Autor João Espanca Bacelar Título Homopaideia Dimensões 430 x 280 x 110 mm Materiais Livro e material elétrico SINOPSE "Paideia significa educação. No sentido grego visa a criação de um tipo superior de homem. O princípio dos gregos não é o individualismo, mas o humanismo -humanitas- num sentido nobre e pesado. Paideia significava o processo de educar o homem na sua verdadeira forma, a verdadeira e genuína natureza humana". NAUGLE, Davey. The Greek Concept of Paideia - 1961. DBU Summer Institute. Os pensadores da Grécia Antiga concluíram que todos os humanos podiam ser desenvolvidos através da educação.
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MIKE THE AXE | 1º ANO | Mestrado de Práticas Artísticas em Artes Visuais | Unidade Curricular de Laboratório de Artes Visuais I | Orientação Projeto-Professor Vítor Gomes
Mike The Axe (1988) nasceu em S. Sebastião da pedreira, em Lisboa. É um artista visual que usa a fotografia e o vídeo para criar conteúdos audiovisuais para os seus clientes e projetos, desde 2012. Tendo começado na área da Fotografia musical, Mike The Axe, durante os seus 8 anos de profissão, já conta com inúmeros trabalhos internacionais (Japão, USA, Alemanha, França, etc…), bem como em todo o território nacional. Tendo trabalhado com diversos artistas musicais e empresas de vários tipos e marcas de relevo, Mike The Axe adquiriu uma vasta experiência na captação e edição de conteúdos audiovisuais para todo o tipo de clientes e estilos visuais.
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Crédito fotografias|Mike The Axe
FICHA TÉCNICA Autor Mike The Axe Título Copo meio cheio Dimensões Instalação Multimédia Materiais Resíduos de impressão 3D resina, copo, cinzas (obtidas da inceneração da enciclopédia), tripé de cerâmica, luzes led, e balão de festa prateado SINOPSE "Copo meio cheio" é uma instalação artística cujo objetivo de estudo artístico é uma enciclopédia. Um compêndio do conhecimento acumulado da espécie humana. A enciclopédia foi incinerada e as suas cinzas colocadas dentro de um copo translúcido, até meio do copo. O copo é então colocado no centro da instalação que é assente num futuro distópico futurista. Este cenário dá ao espectador da obra uma noção de passagem de tempo repentina. A destruição do conhecimento e acumulação numa enciclopédia pode ser interpretado de infinitas maneiras. Tal como tudo no mundo, é preciso contexto ou imaginação. Por exemplo, a aquisição de novos conhecimentos e descobertas cria a necessidade de criar novos compendiums e/ou novos médiuns para armazenar conhecimento, tornando-os obsoletos. Não sendo algo propriamente chocante, e até positivo. Do outro lado do espectro, existe a possibilidade de presentes faltas de estratégias sociais, económicas e tecnológicas, ou mesmo falta de força de vontade no que toca ao combate à preservação do nosso meio ambiente. A nossa autoproclamada autoaniquilação ecológica há décadas que é anunciada no nosso planeta, a Terra. Durante esta divagação, todo o tom futurista da instalação não só transporta o espectador para um futuro imediato e longínquo, obrigando-o a pensar em retrospetiva, como também lhe estimula e confere o pensamento, auxiliado pelo apoio audiovisual através da projeção de vídeo e som com momentos atuais da nossa história humana. Desta dúvida nasce uma questão que pesa várias facetas humanas. Emocional, lógica, social, tecnológica, histórica, religiosa… No fundo, humana. Qual o nosso futuro, mais sombrio, ou mais risonho? Abundante, ou escasso. Copo meio vazio, ou copo meio cheio? 71 63
Pedro Ricardo Glória da Conceição | 1º ANO | Mestrado de Práticas Artísticas em Artes Visuais | Unidade Curricular de Laboratório de Artes Visuais I | Orientação Projeto-Professor Vítor Gomes
Pedro Ricardo da Conceição (1978), natural de Torres Vedras, é realizador de cinema, ceramista, escultor e poeta. Um verdadeiro caminhante, viajou pelo norte de África entre 1999 e 2003, conhecendo e aprofundando estudos sobre as confrarias sufis da religião muçulmana, especialmente no Egipto e em Marrocos. Em 2004 viajou para Barcelona, onde estudou cinema documental na Academia Internacional de Cinema da Catalunha, permanecendo na cidade catalã até julho de 2006. Nesse ano visita cabo Verde, tendo-se instalado no Tarrafal de Santiago para se dedicar ao estudo da cultura material do lugar de Trás di Munti e, entre 2006 e 2009 realiza vários filmes etnográficos sobre a comunidade local. Em janeiro de 2009 funda, juntamente com um grupo de pessoas, o CAO- Centro de Artes e Ofícios de Trás di Munti, no concelho do Tarrafal de Santigo. Sempre curioso, aprendeu cerâmica com as mestras oleiras de Cabo Verde e com Virgínia Fróis, escultora e docente da Faculdade de Belas Artes de Lisboa, Portugal. A Arqueologia, a Antropologia e o Cinema, funcionam como ferramentas de entendimento no seu processo criativo, para o ajudar a alcançar novas formas e novos conceitos. A cerâmica é o fundamento da sua obra em escultura. Entre 2009 e 2010 decide partir à descoberta da América Sul, numa viagem de bicicleta pelo continente. Visitou mais de sete países e percorreu mais de 12 mil quilómetros na companhia de Jacira da Conceição, oleira que conheceu em Trás di Munti, e com quem viria a casar. Na América do Sul, estudou e recolheu exemplos da cultura material e imaterial dos lugares por onde passaram. No Brasil, tiveram a oportunidade de passar algum tempo no Quilombo Itamatatiua, descobrindo as formas e técnicas de olaria utilizadas pelas mulheres locais. O seu trabalho artístico baseia-se sobretudo nas relações que estabelece com as comunidades que vai conhecendo, procurando expandir técnicas, formas e ideias existentes na cultura local. Vive atualmente entre Montemor-o-Novo e o Tarrafal de Santiago, em Cabo Verde. Exerce as funções de coordenador e programador do Cineclube & Filmoteca Municipal de Montemor-o-Novo, do qual foi o fundador.
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Crédito fotografias|Mike The Axe
FICHA TÉCNICA Autor Pedro da Conceição Título Enciclopédia de Babel (a Jorge Luís Borges) Dimensões Ocupação territorial - Instalação. Expansão do formato da enciclopédia. O cone como forma estabilizante e a tinta vermelha como discurso. Um dispositivo poético de autodefesa literária. Materiais Instalação em cones de papel pintados com tinta de óleo vermelha. As folhas foram retiradas do exemplar nº 14, da enciclopédia Collier's, editada pela casa MacMillan. Cada exemplar contém aproximadamente 750 páginas SINOPSE Ao instalarmos a enciclopédia sobre o círculo central que define o axis mundi do edifício onde se situa a Biblioteca Geral do Colégio do Espírito Santo, estamos simbolicamente a estabelecer uma relação entre o conhecimento e os espaços que o guardam. A biblioteca e o livro definem o território do conhecimento. O livro, representado simbolicamente por uma enciclopédia, encontra-se no início de uma fase de extinção, sendo substituído por espaços digitais sem materialidade (o que não é forçosamente mau). O conhecimento humano afasta-se da liturgia anexa à biblioteca como lugar de estudo e reflexão, para se aproximar da portabilidade requerida no mundo contemporâneo, onde aprendizagem remete mais para a habilidade de reproduzir e participar em processos ready made e menos na capacidade reflexiva da consulta e do raciocínio, sustido pela capacidade de associar ideias para alcançar conhecimento. Se pensarmos na proposta de Jorge Luís Borges, no conto "A Biblioteca de Babel", imaginamos a biblioteca e o livro como o espaço onde a matemática da possibilidade humana de associar 25 caracteres, dos quais 22 são letras, mais o espaço, a vírgula e o ponto, acontece. Essa matemática literária é infinita, inesgotável e interminável. Jamais serão escritos todos os livros e se esgotaram todas as ideias. O pequeno círculo esgrafitado numa pedra mármore a caminho da Biblioteca, bem no centro do edifício do Colégio do Espírito Santo, simboliza esse infinito proposto por Borges, que a conecta a todo o conhecimento passado, presente e futuro, com a grande biblioteca que é o universo. William Goldbloom Bloch, professor de matemática, propõe no livro The Unimaginable Mathematics of Borges 'Library of Babel (Oxford University Press, 2011), que a biblioteca de Babel de Borges contem o espantoso número de 23, ou, em potências de dez, aproximadamente, 1312000 10 1, 834, 097 um seguido de um milhão, oitocentos e trinta e quatro mil e noventa e sete zeros. Existirá algum dia um computador ou dispositivo análogo capaz de escrever todos esses livros, possivelmente sim. A dúvida constituir-se-á na possibilidade de construir uma máquina capaz de os ler e selecionar.
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Rita Silva Pestana | 1º ANO | Mestrado de Práticas Artísticas em Artes Visuais| Unidade Curricular de Laboratório de Artes Visuais I | Orientação Projeto-Professor Vítor Gomes
Rita Silva Pestana (1998) é natural de Évora, e licenciou-se em Artes Plásticas e Multimédia, na Escola de Artes da Universidade de Évora, em 2020. Entre setembro de 2016 e julho de 2017, frequentou o Curso em Artes Visuais e Tecnologias Artísticas, no Instituto Politécnico do Porto. Entre setembro de 2013 e junho de 2016, frequentou a Escola Secundária Gabriel Pereira, no curso de Artes Visuais. Em 2010 ganhou o segundo lugar, a nível nacional do Concurso Arte Partilhada, do Millennium BCP, pela Escola E.B.I André de Resende. Em 2010 ganhou o concurso de criação de um logótipo para o Projeto AMBIARTE, entre a CERCIDIANA, a Escola E.B.I André de Resende e a Fundação Calouste Gulbenkian.
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Crédito fotografias|RuteMarchantePardal e DivCom
FICHA TÉCNICA Autor Rita Silva Título Almost Back to My Origin Dimensões 46,5 x 27,5 cm Materiais Cartolina, folhas da própria enciclopédia e cola branca SINOPSE Conceptualmente, o meu objetivo é devolver à enciclopédia uma parte do que antes foi, após ter sido tocada pelo Ser-Humano, e antes de ter sofrido uma transformação. Isso interliga-se com o meu trabalho enquanto artista, que se tem baseado na relação da Natureza com o Ser-Humano. Agora, estando a apostar mais no Ser-Humano como objeto de estudo, decidi transformar as páginas numa versão do que outrora foram - uma árvore, onde se evidenciam os seus anéis de crescimento - mostrando que todos sofremos transformações, umas boas e outras menos boas, porém, não conseguimos voltar ao nosso estado puro antes das mesmas. Contudo, podemos sempre aprender com essas transformações e moldarmo-nos como ser, através das nossas ideologias, ações, moralidades e palavras
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Rúbia Uchôa | 1º ANO | Mestrado de Práticas Artísticas em Artes Visuais| Unidade Curricular de Laboratório de Artes Visuais I | Orientação Projeto-Professor Vítor Gomes
Rúbia Uchôa (1981) nasceu no Recife, no Nordeste do Brasil, e é formada em Artes Cênicas e Fotografia. Atriz e fotógrafa. Amante da literatura, especialmente da Russa, e também da poesia, sente que estas têm algo que a completa. Bastante observadora, sensível. Expressa com a sua arte todos os desejos, sonhos e anseios que borbulham dentro de si. Na fotografia gosta de captar coisas que não são observadas pela maioria, as suas peculiaridades e os momentos que geralmente passam despercebidos.
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Crédito fotografias|RuteMarchantePardal
FICHA TÉCNICA Autor Rúbia Uchôa Título - Não me fiz boa - Abra-me! Dimensões 35 comp. x 24 larg. X 21 cm alt. Materiais Folhas de enciclopédia, cola e gaveta de arquivo de metal SINOPSE - Não me fiz boa. Eu tranquei os meus demónios nos meus sótãos e porões, ainda escuto o rosnar e as suas garras arranhando as portas, mas é deles que tiro a energia para ser o melhor de mim. Você conhece o melhor de você? Já conseguiu prender os seus demónios? - Abra-me!
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Ensaio sobre a insustentável leveza/urgência da criação e produção, fruição e consumo de Arte e Cultura "(…) Passear é o que fazemos para não chegar a um destino, não se mede pela distância nem pela técnica de colocar um pé à frente do outro, mas sim pelo modo como a paisagem nos comoveu ou como o voo de um pássaro nos tocou. É um pouco como a arte, tem o valor imenso de tudo aquilo que não tem valor nenhum. Pode não ter razão, destino, objetivo, utilidade, e é exatamente aí que reside a riqueza do passeio. Não existem profissionais do passeio. Chesterton, que era um grande apologista do amador, dizia que as melhores coisas da vida, bem como as mais importantes, não são profissionalizadas." (CRUZ, 2017)
Por obra de um fenómeno ao qual grande parte de nós passa alheio, o quinto elemento - o éter17, celebramos a vida e jogamos na abstração a beleza e a penumbra que a arte e a cultura nos permitem pressentir/percecionar, e impulsionados num ato, tão efémero quanto despercebido, passamos a outro estádio. São reflexos que caiem nas graças de um lugar-comum, não obstante as lógicas de uma realidade visível ou ilusória, mas que sobressaem através de uma inevitável urgência, celebrativa dum contexto e/ou imaginação, o que permite a um criador e consumidor gerar as condições perfeitas para a sua construção imagética. As múltiplas possíveis construções imagéticas descrevem, naturalmente, processos de criação e fruição que são lugares de dualidades, e separações. Giorgio Agamben18, na sua célebre obra, Profanazione, refere-nos isso mesmo quando reflete19 sobre o poder da imagem desencadeada pela importância da Fotografia, “(…) un'immagine è sempre più di un'immagine; è il luogo di una separazione e di uno strappo sublime, tra il sensibile e l'intelligibile, tra la copia e la realtà, tra la memoria e la speranza.20" . A imagem21 é, naturalmente, o resultado de diversas interpretações e construções que resultam de múltiplas escolhas imagéticas identitárias, visíveis ou invisíveis, factuais ou ilusórias, sendo que é, inevitavelmente, o resultado mais verdadeiro das escolhas representativas dos universos que, sendo mais ou menos reais e duais, e mais ou menos fictícios e ilusórios, são, em regra, reflexos dos nossos próprios interesses, e da nossa própria ação/inação. Ou seja, reflexos da nossa própria luz e sombra, tal como na fotografia, como nos refere Agamben. Em boa verdade poderíamos afirmar que as representações estéticas, culturais e artísticas de uma determinada arte ou de uma determinada cultura, e suas correspondentes fruições, e/ou consumos, poderão ser atos absolutamente narcísicos, no sentido de que poderão ser o produto dos nossos próprios interesses, e/ou vaidades, resultado de manifestações, altamente, conotadas com a essência do (de cada) Ser. E por outro lado, resultado da
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Sinopse do Livro, CRUZ, Afonso (2017) Jalan Jalan. Companhia das Letras. Que com os outros quatro corpos celestes - água, terra, ar e fogo - compõe o universo. (1942 - ) Filósofo italiano, autor de inúmeras obras que se debruçam sobre temas que vão da estética à política. 19 (por entremeio de considerações que cruzam Aristóteles e Orson Welles). 20 AGAMBEN, Giorgio (2005). Profanazione. Edizioninottetempo. 21 A imagem que de uma fotografia, obra de arte, ou aquela que de palavras, ou de um livro se extraia, é aqui entendida, também, como metáfora de uma intenção visual. A que está na intencionalidade de uma qualquer obra de intervenção artística e cultural, seja esta uma fotografia, um poema, uma prosa, um livro, um graffiti, um artefacto, um desenho, uma pintura, uma escultura, uma exposição, uma performance, um happening, uma instalação, um edifício/arquitetura, uma tela/cinema, uma música, uma dança, um teatro, uma coreografia, uma encenação, uma dramaturgia, uma realização, uma curadoria, uma orquestração, enfim… a que está por detrás de uma estória para contar. 17
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própria Democracia Cultural existente (ou inexistente), em cada território. Sob outra perspetiva, as representações estéticas, culturais e artísticas são, também, arquétipos de prazer, e/ou de inquietude que revelam o homem no seu confronto com o meio, denunciando bem a outra face invisível-a imaterial, que emerge da própria materialidade/corporalidade das mesmas. É verdade, também, que através desta materialidade é-nos possível observar e estudar uma determinada cultura e obra de arte com muitos mil anos de distância, permitindo-nos decifrar pequenos e grandes enigmas civilizacionais, porque, no fundo, os objetos e os corpos falam e comunicam também no tempo, através de matéria. Retornando às palavras do escritor Afonso Cruz, e cruzando a sinopse de um dos seus romances filosóficos22 (CRUZ, 2017), poder-se-ia chegar (ainda que metaforicamente) à essência do que poderia definir essa inevitável urgência, por vezes sobre-humana, das diversas sociedades ao longo dos séculos, em criar e produzir, fruir e consumir Arte e Cultura. Gosto de pensar que poetas, artistas e filósofos têm em si a sabedoria suprema do sublime, que denotam nas pequenas grandes coisas da vida simples. Petar Stamboliski23diz-nos: «Celebro a imaginação porque a realidade é um lugar-comum.». Poderá o fantástico acontecer, quando da normalização de uma qualquer realidade-lugarcomum nos encontramos limitados no pensamento e na (cri)ação? Ou será a imaginação um prenúncio dos tempos, uma contrarresposta, um input para expressar ideias e pensamentos, resultantes dessas mesmas realidades e lugares-comuns? Talvez, não por acaso, na campa de Walter Benjamin24 se leia a seguinte epígrafe que nos refere, em parte, isso mesmo: “Não há documento de cultura que não seja também de barbárie”. Mas será a imaginação e a criatividade algo demasiado audacioso que apenas verdadeiros humanos, com a sua sensibilidade e honestidade intelectual, conseguem alcançar? Ou será, por outro lado, a Arte e a Cultura, como diria Benjamin25 (BENJAMIN, 1987), uma coletânea de insignificâncias, de citações, e de observações sobre o quotidiano, muito além da forma em si mesma? "Mesmo na reprodução mais perfeita falta uma coisa: o aqui e o agora da obra de arte- a sua existência única no lugar onde se encontra." (AAVV, 1975)". Partindo, porém, do conceito de Cultura de Zygmunt Bauman26 (BAUMAN, 2012), podemos observar que a captação metodológica das diferentes e ambivalentes consciências (as que a própria condição científica, académica, humana e histórica nos facultam) remetem-nos para argumentos que refletem esse poderosíssimo instrumento que permite o cruzamento multi(disciplinar), e que se revela fundamental, quer no campo da criação artística, quer no campo do consumo cultural, para o exercício do entendimento/perceção e diálogo: Pensamento crítico. Por outras palavras, fundamental para o exercício de uma plena democracia, e na possibilidade de expressar e /ou potenciar essa mesma produção.
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Citação inicial, aqui mencionada, do livro Jalan Jalan de Afonso Cruz. Poesia de Petar Stamboliski, in CRUZ, Afonso (2012) Enciclopédia da Estória Universal - Recolha de Alexandria, 1ª ed. Alfaguara. 24 (1892-1940) Filósofo, ensaísta, crítico literário, tradutor, e sociólogo judeu alemão, um dos autores mais originais e criativos da primeira metade do século XX. 25 BENJAMIN, Walter (3ªed.) (1987) Obras escolhidas. Magia e Técnica, Arte e Política. Ensaios sobre Literatura e História da Cultura. Editora Brasiliense S.A. São Paulo. 26 BAUMAN, Zygmunt (2012) Ensaios sobre o conceito de cultura. Zahar, Rio de Janeiro. 23
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O debate sobre a criação e produção, fruição e consumo de Arte e Cultura é, sem dúvida, um debate carregado de incertezas e ambiguidades, alegrias e euforias, angústias e desassossegos sobre o inevitável sentido (belo-trágico) da vida. Ou seja, da história em si mesma. É, de certa forma, e recorrendo a algumas analogias que intercetam essa dualidade, um pouco como na Divina Commedia de Dante, onde o inferno e o paraíso eram mediados através do purgatório, e o individuo situado num lugar de questionamento; ou, como na dualidade existente na teoria de Parménides, em que o mundo era visto através dos opostos, através do princípio da não contradição (o ser é, e o nãoser não é); ou, ainda, como na Commedia dell'Arte, onde o divino e o profano se mesclavam, assim cozinhando a própria vida e a arte/cultura no seu todo. Essenciais à própria condição humana: a tragédia/comédia, a realidade/aparência, o bem/mal, o ser/não ser, o peso/leveza, a luz/escuridão, o positivo/negativo, o calor/frio refletem, assim, um pouco de cada uma dessas dualidades que veem refletindo o curso infindável da História. Dualidade que Agamben tão bem retrata na essência de uma das personagens da Commedia dell'Arte, em Pulcinella ovvero Divertimento per li regazzi27 (AGAMBEN, 2016) "Il segreto di Pulcinella: nella commedia della vita, non vi è un segreto, ma solo, in ogni istante, una via d'uscita. La lezione di Pulcinella: si può agire solo al di là - o al di qua - dell'azione, si può parlare solo al di là - o al di qua - della parola, si può vivere solo al di là - o al di qua - della vita."
Este é um debate amplamente dual, e ao mesmo tempo uma separação, como nos refere. Seguramente, e sublinhando Richard Wollheim28, é um debate vivo e intenso, carregado de simbologias, que colocam o produto final de uma obra de arte, e o de uma determinada cultura (arte e cultura que, no fundo, são passíveis de se criar e produzir, fruir e consumir), como uma “qualquer coisa além de objetos físicos”, uma vez que a “intenção antecipa a visão da representação29” (WOLLHEIM, 2019). Será esta, a intenção, a primordial ideia subjacente à criação e produção, e à perceção do espectador no efetivo consumo e fruição de Arte e Cultura, ao longo dos séculos? Se existe uma intencionalidade por parte de quem cria, e uma interpretação por parte de quem consume, e se estas transcendem o fenómeno físico, e assim ocupam um lugar de representação com múltiplas significâncias, simbologias e/ou propósitos, poderemos, então, afirmá-las apenas como divinas, ou puramente conceptuais, quando estas são, também, na verdade, produto dessas mesmas realidades sociais e culturais, sejam estas lugares-comuns, ou não? Tal questão leva-nos, sem dúvida, ao reconhecimento de que a intenção e a interpretação são, obviamente, subjetivas e independentes. Designação que também alimenta o processo e o resultado, que é o conhecimento produzido pela necessidade de interlocução com o outro, que está bem mais próximo da relativa intersubjetividade imersa nos diferentes mundos de referências, com
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AGAMBEN, Giorgio (2016) Pulcinella ovvero Divertimento per li regazzi. Edizioninottetempo. (1923-2003) Filósofo britânico e crítico de Arte, com um amplo trabalho reconhecido na área da mente e das emoções, especialmente relacionado com as artes visuais, em especifico, com a pintura. 29 WOLLHEIM, Richard (ed.) (2019) El arte y sus objetos. Editor. Antonio Machado. Colección La balsa de la medusa. 28
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as suas posições de poder (CONDE, 2009)30, igualmente, diferentes. Tal questão, remete-nos, por outro lado, para outra interpretação que se enquadra no âmbito da psicologia cognitiva e educacional, que capta diferentes entendimentos sobre as diferentes áreas do conhecimento/perceção humana no que, designadamente, às múltiplas inteligências, e aos diferentes modos de interpretar a nossa mente e a de outras pessoas (GARDNER, 2005, 2006) 31se referem. Arte e Cultura viajam pelo tempo, e os volumes e os limites, sejam estes físicos, teóricos, ou puramente conceptuais, têm o alcance da tangibilidade, através do livre-arbítrio. Ou não, dependendo da especificidade de cada geografia e democracia social e cultural. Ou seja, Arte e a Cultura estarão sempre, de certa forma, relacionadas com a própria materialidade do espaço e com a imaterialidade do tempo. Mas, como diria Herberto Helder: "O único momento que importa é o tempo, e o espaço é a metáfora do tempo"32 (HELDER, 2015). Arte e Cultura reúnem, mesclam, sobrepõem e escolhem, assim, numa determinada realidade, formas e ideias, transformando-as de seguida em novos lugares, novos espaços de criação artística, com diferentes tempos de fruição. Estes novos lugares podem ser, ou não, questionamentos dessas mesmas realidades, sendo que a arte pode ser, também, evidentemente, o reflexo de uma determinada cultura. How Does Art Affect Culture and Society?33 ou, How Does culture affect art? 34. Estas não estão separadas, e nesse sentido não devem, invariavelmente, ser desligadas uma da outra, uma vez que se movimentam e interpelam, e geram, de sobremaneira, grandes mercados à escala mundial. Os espaços de criação e fruição artística e cultural, potenciam, deste modo, mercados que movimentam a circulação de bens e pessoas, que por sua vez movimentam largos milhões (BAUDRILLARD, 1994)35, que reproduzem e movimentam, por outro lado, o posicionamento de modelos e culturas que, com a sua circulação de pensamento e re(in)flexão, provocam, a quem cria-produz-frui-consume, diferentes processos de transformação que podem ser imediatos, e/ou mediáticos36. Poder-se-ia falar de um efeito de onda. De Movimento. É deste substrato que a complexidade da vida, da Arte e a Cultura se nutrem. Sobrevivem pelo tempo, no espaço, e através de movimento (movimento que abarca, obviamente, o económico). Dada a sofisticação e a disparidade de interpretações sobre Arte e Cultura ao longo dos séculos, podemos supor, independentemente do arco temporal e do objeto artístico e da sua necessidade de produção e consumo, que as manifestações artísticas e culturais que a humanidade tem experienciado ao longo da história são, por um lado, e num particular momento desta, o resultado mais evidente de um exercício de reflexão sobre o cultivo do homem, e 30
Sobre o tema: Ensaio de Idalina Conde, Arte e poder no repositório CIES e-WORKING PAPER Nº 62/2009, CIES - Centro de Investigação e Estudos de Sociologia, ISCTE Sobre o tema: GARDNER, Howard (2005). Inteligências Múltiplas. A teoria na prática. Editora Artmed. Brasil. GARDNER, Howard (2006). Changing Minds. The Art and Science Of Changing Our Own And Other People'S Minds. 32 HELDER, Herberto (2015). Photomaton & Vox. Porto. 33 Disponível em https://medium.com/@mpwarren/how-art-influences-culture-and-society-16c809f10164 34 Debate disponível em: https://www.researchgate.net/post/How-does-culture-influence-the-artistic-work-Which-examples-can-be-given-about-the-relationship-between-culture-and-art e em: http://musemachine.com/lesson_plans/does-culture-influence-art-or-does-art-influence-culture/ 35 Sobre o tema: BAUDRILLARD, Jean [et al.] (1994). Arte e Dinheiro. Coordenação de Alexandre Melo; imagens Andy Warhol...[et al.]. Assírio e Alvim. Lisboa; MELO, Alexandre (2001). O que é a Arte. Quimera. Lisboa; e MELO, Alexandre (2012). Sistema da Arte Contemporânea. Documenta. Lisboa. 36 O cinema Norte Americano de Hollywood é um bom exemplo disso à escala global, como o são, também, os emblemáticos Museus Guggenheim, espalhados um pouco por todo o mundo. Tanto o primeiro, como o segundo exemplo, com a sua abrangência, ainda que com números e contextos/realidades muito díspares, capacitam monopólios e enquadram largos milhares de pessoas em culturas dominantes, por oposição a um posicionamento/pensamento mais alternativo, e independente que não se enquadra em massas. 31
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sobre aa sua sua h(des)umanidade h(des)umanidade ee inquietude. inquietude. Manifestações, Manifestações, momentos momentos e e movimentos movimentos que que relacionam relacionam o sobre o homem, homem, e eo o confrontam com os seus conflitos internos e externos, resultantes das diversas contradições religiosas, éticas, étnicas, científicas, ideológicas e filosóficas, próprias da sua condição humana. Estas manifestações abarcam dimensões perfeitamente genuínas, e problemáticas, e poderão ser, num determinado momento, o resultado mais evidente de uma apropriação histórica, e consequência dos jogos identitários, decorrentes, em parte, das lutas sociais e/ou políticas, e económicas que cada momento histórico instaura em si no presente real. Este, o Presente real de cada passado, é bastante sintomático dessa extraordinária riqueza e diversidade que os próprios conceitos de Arte e Cultura têm vindo a imprimir ao longo dos tempos, uma vez que representam, por outro lado, e do ponto de vista cognitivo, a imensidão empírica da ação, e do exercício do pensamento, condicionado muitas vezes pelas diferentes abordagens/visões e interpretações que os próprios conceitos de História, Arte, e Cultura têm evidenciado no quadro do pensamento filosófico, psicológico, antropológico, sociológico e histórico do último quartel do século XIX, e em particular ao longo de todo o século XX37 . De uma forma simples poderíamos afirmar que a Arte e a Cultura condensam em si essa profunda e permanente re(in)flexão, imaginação e sensibilidade para (re)produzir ou interpretar um dado momento do real, e/ou do fantástico. Esta consideração não é sequer nenhuma novidade, uma vez que ao longo da história da humanidade a realidade acabou quase sempre surpreendida por disruptoras éticas e estéticas, políticas, socias e económicas que impulsionaram, de certa forma, a ação e a construção de muitos daqueles que ficariam conhecidos como os grandes movimentos artísticos da história da Arte e da Cultura, desde a Pré-História, ao Mundo Clássico, passando pelo Medievo, ao Renascimento até à Contemporaneidade. Uma vez mais falamos de movimento(s). Movimentos que na contemporaneidade se manifestaram através da crescente ascensão do Turismo Cultural de inícios de século XX38 , e na consequente fruição e consumo de obras fundamentais da perceção humano-artística, obras que 37 Conceitos largamente teorizados e desenvolvidos por diversos autores do século XX, entre os quais, e destacando, no que respeita ao conceito de Arte: a obra de Martin Heidegger (1889-1976), A Origem da Obra de Arte, de 1950, que parte dos conceitos filosóficos de Ser e Tempo; e o texto fundamental de Walter Benjamim, A Obra de Arte na época de suas técnicas de reprodução, In AAVV (1ªed) (1975). A Ideia do cinema. Textos de Walter Benjamim. A Obra de Arte na época de suas Técnicas de reprodução. Tradução de José Lino Grunnewal. Abril S.A. Cultural e Industrial. São Paulo (texto, também, incluído na obra BENJAMIN, 1987). No que respeita ao conceito de Cultura: o ensaio de ELIOT, T. S. (1888-1965), Notes Towards teh Definition of Culture -Notas para uma definição de cultura, de 1948. Uma obra incontornável e controversa, e muito questionável em diversos aspetos, tendo em conta o seu conservadorismo e reacionarismo estético político, mas sem dúvida um ensaio detentor de uma profunda análise e argúcia de visão, que deve ser por isso mesmo lido, contextualizado e discutido. Mais de vinte anos depois, a resposta de George Steiner (1929-2020), No Castelo do Barba Azul. Algumas notas para a redefinição da cultura, de 1971, que surge como uma contrarresposta a ELIOT T.S., e aos conceitos clássicos dominantes, redefinindo o conceito e levando-o à (in)consciência da barbárie e do inumano, numa visão de "pós-cultura", envolta num realismo e pessimismo cultural. Ainda sobre o conceito de Cultura, as obras escolhidas de Walter Benjamim (1892-1940), Magia e Técnica, Arte e Política: Ensaios sobre literatura e história da cultura, de 1985; e outras duas obras fundamentais, Cultura e Sociedade, de 1978, e Cultura e Materialismo, de 1980, de Raymond Williams (19211988). No que respeita ao conceito de História, a obra de Eric Hobsbawm (1917-2012), Sobre História, de 1988, e para a contribuição da Nova História, implícita nos novos conceitos de longa duração, história global e história total, todo o trabalho desenvolvido por Jacques Le Goff (1924-2014) na década de 1970, em torno da investigação da nova antropologia histórica, que partia do presente, ideia já defendida pela crítica que fez a Marc Bloch (1886-1944) - e ao conceito de origem, analisando e interpretando, assim, a Nova História, através da seleção de novos objetos, ignorados até então pela história mais tradicional, captando e entrevendo, também, através do diálogo/crítica que Foucault (1926-1984) estabelecia com a Psicanálise, uma análise que recupera, no fundo, uma das mais importantes lições da História: que é a própria inquietude do Ser. Ainda no que respeita ao conceito de História, Über den Begriff der Geschichte (Theses on the Philosophy of History, mais vulgarmente conhecida por On the Concept of History) de Walter Benjamim de 1940, um curto ensaio que reúne um conjunto de aforismos e analogias poéticas e científicas no sentido de apresentar uma crítica explícita ao historicismo - conceito de história (texto, também, incluído na obra acima referida: BENJAMIN, Walter (3ªed.). (1987). Obras escolhidas. Magia e Técnica, Arte e Política. Ensaios sobre Literatura e História da Cultura. Editora Brasiliense S.A. São Paulo). E muito mais haveria a aprofundar e a desenvolver, se nos debruçássemos a fundo sobre a diversidade de temas que envolvem conceitos que são amplamente discutíveis, e que são, na realidade, sintomáticos de uma produção historiográfica diversificada, desenvolvida a partir da História da Cultura e da História das Ideias ao longo de todo o século XX. 38 E no que, particularmente, respeita ao longo do último quartel do século XIX, e de forma bastante evidente na acelerada era de reprodutibilidade das primeiras décadas do século XX. Sobre o tema consultar o texto fundamental de Walter Benjamim, já acima citado, A Obra de Arte na época de suas técnicas de reprodução, In AAVV (1ªed) (1975). A Ideia do cinema. Textos de Walter Benjamim. A Obra de Arte na época de suas Técnicas de reprodução. Tradução de José Lino Grunnewal. Abril S.A. Cultural e Industrial. São Paulo (texto, também, incluído na obra acima referida, BENJAMIN, 1987).
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são hoje grandes ícones da história da Arte, e da Cultura, e que nos permitem, por um lado, conhecer e aprofundar melhor determinada cultura, mas que continuam, por outro, a demonstrar que as tais intenções, as do artista, e as reações/interpretações do espectador são quase sempre independentes, podendo ser, ou não, cruzadas e/ou descodificadas, independentemente do período, ou do contexto que marcam. Existem, assim, universos bastantes dispares entre quem cria e produz, e entre quem frui e consume, uma vez que cada um destes contêm mundos passíveis de serem (des)conectados através de múltiplas formas, que não são de todo consensuais. É desta multiplicidade de formas e ideias, no fundo de dilemas e substratos, que surge a possibilidade para refletir, e (re)agir, mas sobretudo, no campo da criação artística e cultural, a possibilidade para interpretar, e/ou reinterpretar, permitindo, por outro lado, que essas mesmas interpretações possam perdurar, ou desaparecer da memória coletiva. O que evidencia, naturalmente, a importância da memória cultural e da memória coletiva na perceção/questão da construção das identidades. Segundo Benjamim, a ideia de que a história não é uma imagem eterna, mas antes uma sequência de experiências, e que no fundo, "To articulate the past historically does not mean to recognize it 'the way it really was.' It means to seize hold of a memory as it flashes up at a moment of danger" (BENJAMIM, 2009) 39. Arte e Cultura refletem essa dimensão sociológica do próprio ser humano, na sua carruagem do tempo, evidenciando quem é, através do seu meio de atuação, e do que produz. As estátuas, com as suas contraditórias reivindicações no campo do revisionismo histórico, e as galardoadas Honras de Estado são um bom exemplo disso. Esta dimensão, por outro lado, sendo uma abordagem comportamental do que somos, é também, de certa forma, uma abordagem comportamental da nossa própria liberdade (ou da falta desta), e de tudo aquilo que falhamos. O que nos permitirá, porventura, dar um salto evolutivo, no sentido de aprendermos alguma coisa a partir dos nossos próprios erros. Na realidade é esse o conceito da aprendizagem, a mesma que nos permite criar e fruir, produzir e consumir com uma maior consciência de si, do mundo, e do outro. E, no fundo, da própria História, "Somos o que fazemos, mas somos, principalmente, o que fazemos para mudar o que somos"40. Produzir e consumir Arte e Cultura, como um meio e um instrumento de re(in)flexão e/ou de crítica, torna-se, assim, absolutamente, essencial para qualquer interpretação para além da forma. Walter Benjamim partilhou essa noção quando nos refere que: "A partir da ideia de arte como medium-de-reflexão, instaura-se uma autonomia crítica libertadora que prescinde tanto de doutrinas estéticas quanto do culto irrestrito da força criadora como simples força de expressão do criador. Em outras palavras, a crítica assume-se como lugar de reflexão; contrariando o determinismo cientificista, não há separação entre forma e conteúdo, ela mesma é forma-pensamento com infinitas possibilidades de conexões e desdobramentos; nesse sentido, a própria materialidade da obra de arte é forma-pensamento, está investida de uma reflexão, ela significa. Através da crítica à reflexão contida na obra de arte é "despertada e levada à consciência e ao conhecimento de si mesma". (BENJAMIN, 2002, p. 74) 41 Para o filósofo, o conceito de médium-de-reflexão "é pensado então como auto-ativo. E por que ele é pensado como refletindo a si mesmo, é pensado como conhecendo imediatamente a si mesmo". (2002, p. 59)." 42 39
Tese VI: BENJAMIN, Walter (ed.) (2009). On the Concept of History. CreateSpace Independent Publishing Platform (1ª publicação 1940). Frase de Eduardo Galeano (1940-2015), escritor e jornalista uruguaiano. BENJAMIN, Walter (2002) O conceito de crítica de arte no romantismo alemão. São Paulo: Iluminuras. 42 A anterior e a presente citação são da autoria de Walter Benjamim, e cito pela edição do artigo, Modernidade, infância e linguagem em Walter Benjamin de Eloiza Gurgel Pires. Conjectura: 40
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A partir da dialética benjaminiana torna-se, assim, evidente que os processos relativos, neste caso, à criação e produção, fruição e consumo de manifestações de cariz artística e cultural, não comportam unicamente uma visão romantizada da história, marcada por avanços e progressos, com suas teorias mais ou menos progressistas, mas comportam também uma boa dose de sofrimento, retrocesso, tragédia e barbárie, à qual, infelizmente, a humanidade não escap(ou)a e que, individualmente, cada um de nós, enquanto criador ou consumidor, transporta em si. Na realidade, estes são dois dos atributos que, inevitavelmente, definem uma dessas múltiplas dualidades que imergem do Ser, e que definem, em parte, a essencialidade de uma plena e difusa sobrevivência neste mundo contemporâneo. A possibilidade de criar e produzir, mesmo que no seio de contínuos (des)equilíbrios de lutas e distopias, e a possibilidade de consumir, pese embora, felizmente, a outra faculdade/escolha que nos assiste, no sentido de fruir, preservar e reparar. Nem sempre as crises e as guerras sistematizam a doutrina do choque e, de facto, é possível que inputs possam criar um outro tipo de salto evolutivo. A história assim o tem demonstrado ao longo dos tempos. É possível que a Arte e a Cultura participada, e participativa possam assumir essa importância, a de serem vistas, também, como fontes de fenómenos, e não apenas como reflexos destes, demonstrando que, com toda a sua carga transformativa e/ou disruptiva, a interlocução que existe nestas não é, obviamente, ausente de mobilismo e imobilismo43, e transporta em si os dois mundos platónicos do sensível e do inteligível, num "(…) strappo sublime, tra il sensibile e l'intelligibile, tra la copia e la realtà, tra la memoria e la speranza"44 . Essenciais para nos relacionarmos e interagirmos, e essenciais para projetar, (re)formular, e (re)criar as diversas formas de produção do pensamento cultural e das diferentes aprendizagens, a Arte e Cultura descortinam, assim, os processos de desenvolvimento humano, uma vez que se relacionam com o modo de vida nos seus diferentes substratos. Assim, no campo do consumo cultural, é relevante observar que os sintomas resultantes de uma predisposição, convivência e frequência habitual com a Arte e a Cultura (e subentende-se um mundo muito além dos museus, da literatura, e dos espetáculos de artes de palco, como, também, a rua ou o jardim) desencadeiam, em adultos e crianças, sintomas práticos e úteis para uma saudável cidadania, uma vez que estimulam no Ser uma expressão mais humanista, detentora de uma maior criatividade, pensamento crítico e imaginação, e sobretudo mais aberta à empatia e à tolerância (KISIDA, 2014)45. Essenciais para a produção de massa critica, para expressar, interpretar, analisar e aproximar-nos de outras realidades (ainda que de forma metafórica, poética, metafísica, ou apenas como catarse), numa incessante busca pela dialética do outro, a Criação/produção, e a fruição/consumo de Arte e Cultura podem, contudo, perder significados, quando ocorridas sob o efeito de persuasão e/ou opressão, mesmo que dissimulada. Aí, "a metáfora da poesia como rota de fuga contra os fluxos que paralisam o corpo social" (BERARDI, 2020), ou como forma de libertar e
Filos. Educ., Caxias do Sul, v. 21, n. 2, p. 245-274, maio/ago. 2016. Disponível em: http://www.ucs.br/etc/revistas/index.php/conjectura/article/view/3913/pdf_582 43 mobilismo e imobilismo, conceitos que nos chegam da filosofia de Heráclito/Parménides, que desafiaram os seus contemporâneos. Parménides e seu discípulo Zenão usaram a lógica para confundir os defensores do mobilismo. Através do princípio da não contradição de Parménides (o ser é, e o não-ser não é), e dos paradoxos de Zenão sobre a impossibilidade do movimento, gerou-se um impasse para se procurar explicar, racionalmente, toda a mudança que ocorria na natureza. A conclusão destes filósofos de Eleia sobre a ocorrência do movimento, era a de que este não passava de uma ilusão dos sentidos. Só mais tarde, através da dialética de Platão, se procura sintetizar e entender a relação existente entre (mobilismo e imobilismo), entendendo assim que há duas realidades distintas que são, absolutamente, complementares: o mundo do sensível e o mundo do inteligível. 44 Obra já aqui, inicialmente, citada. AGAMBEN, Giorgio (2005). Profanazione. Edizioninottetempo. 45 KISIDA, Brian, GREENE, Jay P., & BOWEN, Daniel H. (2014). Creating cultural consumers: The dynamics of cultural capital acquisition, Sociology of Education, American Sociological Association.
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colocar em reflexão o papel e a acção central do indivíduo na captação, observação, pesquisa e selecção das diferentes lógicas que tem ao seu dispor; caberá num único meio de recurso, num dispositivo inteligível que não é de todo artificial. Caberá na sua capacidade, e/ou possibilidade, e/ou sensibilidade para, com o que tem ao seu dispor, conseguir captar, selecionar, refletir, aprender e voltar a pensar, articular e a imaginar. Afinal… What is poetry? what is Culture and Art "About"? RuteMarchantePardal Serviço de dinamização cultural BGUÉ Março 2021
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