Plano Arco Baquirivú - Memorial Urbano

Page 1





PLANO ARCO BAQUIRIVU ENTRE A SOMBRA E A ÁGUA SUJA

Ficha Técnica Objeto TFG 2017 - Pontifícia Universidade Católica de Campinas

Orientador Claudio Manetti

Desenvolvimento Bárbara Pessoa | 13036520 Bianca Bandeira | 13118781 Caique da Costa | 13043567 Carina Lima | 12106605 Fernanda Steinberg | 12046629 Gabriel Barzon | 13230776 Giovanna Federico | 12098927 Gabriel Barzon | 13009402


SUMÁRIO 01 / LEVANTAMENTO 1.1 CONTEXTUALIZAÇÃO 1.2 EVOLUÇÃO URBANA 1.3 LEITURA TERRITORIAL: INTERPRETAÇÃO ESPACIAL E ESTATÍSTICA 1.3.1 OCUPAÇÃO X CONDIÇÕES AMBIENTAIS

13

1.3.2  SISTEMAS DE TRANSPORTE X ÁREAS LIVRES

17

1.3.3 EQUIPAMENTOS X INVESTIMENTO MUNICIPAL / METROPOLITANO

18

1.4 ESTRUTURAS E SÍNTESES


02 / PLANO 2.1  DIRETRIZES PARA O PLANO URBANÍSTICO 2.2 DIRETRIZES PARA O PLANO URBANÍSTICO 2.2.1 LEITURA PRELIMINAR: MAPA CONCEITUAL DE ZONAS DE FORÇAS

2.2.2 PROPOSTA PARA REESTRUTURAÇÃO AMBIENTAL

42

44

2.2.3 PROPOSTA PARA REESTRUTURAÇÃO VIÁRIA

2.2.4  PLANO DE ZONEAMENTO

2.2.5 ÁREAS DE REALOCAÇÃO

48

56

58

2.3 CONFLITOS ENTRE ESCALAS: PONTOS DE FORÇA 2.3.1 DE PONTOS DE FORÇA À TRANSIÇÕES DE ESCALA

62


03 / RECORTES 3.1 RECORTES: INTERVENÇÕES 3.1.1 RECORTE A: DO INTERNACIONAL AO REGIONAL

68

3.1.2 RECORTE B: DO REGIONAL AO MUNICIPAL

71

3.1.3 RECORTE C: DO MUNICIPAL AO LOCAL

74

3.2 COMPLEMENTOS E REVISÕES DO PLANO URBANÍSTICO 3.2.1  RECORTE A

78

3.2.2  RECORTE B

79

3.2.3 RECORTE C

80


04 / CONSIDERAÇÕES FINAIS 4.1 CONCLUSÃO 05 / BIBLIOGRAFIA 5.1 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS


1

Arco Baquirivu - TFG 2017 | Orientador: Claudio Manetti


0 1/

levantamento

Arco Baquirivu - TFG 2017 | Orientador: Claudio Manetti

2


1.1 CONTEXTUALIZAÇÃO A inserção de grandes equipamentos na paisagem urbana gera impactos relacionados a diversas escalas da cidade. A implantação contínua desse porte de equipamentos é reflexo da demanda criada pela complexidade da própria metrópole, proporcionando um cenário de constante adaptação da urbe para acomodá-los, exigindo novas dinâmicas. A discussão baseou-se nas fragilidades criadas por grandes equipamentos no estado de São Paulo e se direcionou aos aeroportos como protagonistas dos processos de ampla urbanização e transformação do espaço urbano. Desta forma, a análise da importância aeroportuária somada às condições da Bacia do Rio Tiete no Estado de São Paulo, impulsionou a discussão do trabalho para a região do triângulo urbano Sorocaba-Campinas-São Paulo. As ações do poder público implicam em mudanças que normalmente favorecem um cenário em macro escala (regional ou até mesmo internacional), porém quando em escala local percebe-se novas tensões, enfrentamentos e também novas possibilidades. Ou seja, para a metrópole, uma nova dinâmica, um projeto âncora e novas conexões; para os bairros, barreiras, tecido urbano fragmentado e divergências. Tendo em vista tais conflitos abordados, chegamos na área de estudo da região do Aeroporto de Cumbica, por se tratar de um equipamento que colocou a cidade Guarulhos em um patamar de grande relevância e foco para constantes investimentos em novas infraestruturas, fluxos, logísticas, etc., o que desencadeou novas e impactantes transformações urbanas e sócio espaciais para a cidade.

Imagem 1: Mapa da região metropolitana de São Paulo. Fonte: Equipe Arco Baquirivu, abril 2017.

3

Arco Baquirivu - TFG 2017 | Orientador: Claudio Manetti


Arco Baquirivu - TFG 2017 | Orientador: Claudio Manetti

4


Devido a sua importância na escala regional, nacional e internacional, o grande equipamento instalado na cidade de Guarulhos, evidencia o direcionamento do capital para seu entorno, uma região que ecoa impactos de um tecido fragmentado localizado entre o equipamento e a franja da Serra da Cantareira, apresentando carências hídricas na Bacia do Baquirivu-Guaçu, e que sofre constante impacto de projetos ancoras como as obras do Rodoanel Norte e da expansão da linha 13, uma linha de trem metropolitano operada pela CPTM e composta por três estações (Brás, Engenheiro Goulart e Zezinho Magalhães-CECAP).

1.2 EVOLUÇÃO URBANA Historicamente os processos de deslocamento de pessoas no Brasil é impulsionado pela busca de trabalho. A população é atraída pelo acesso a educação, saúde e serviços básicos e a região de Guarulhos, principalmente a área Norte pela presença hídrica, não se diferencia desse padrão. Os primeiros povoados ocuparam a franja da porção serrana visando o potencial da região, economicamente importante. Segundo FERREIRA et al (2011), durante a maior parte do período colonial, o território foi explorado pela abundância em riquezas minerais no solo, especialmente no ciclo do ouro, o que atraiu os os primeiros povoados e iniciou um processo de expansão urbana nessa região. Essas atividades de mineração eram desenvolvidas principalmente nos vales e próximas aos cursos d’água. A agricultura e a pecuária estiveram presentes na história da cidade, porém nunca com a mesma força - principalmente pelas condições ruins do solo. Aproximadamente em 1600, há a abertura da Estrada Geral, uma Imagem 6: Mapa da região metropolitana de São Paulo. Fonte: Equipe Arco Baquirivu, abril 2017.

5

Arco Baquirivu - TFG 2017 | Orientador: Claudio Manetti


Arco Baquirivu - TFG 2017 | Orientador: Claudio Manetti

6


importante via de conexão que partia do Rio Tietê e seguia rumo

que começou as operações em janeiro de 1985. A

ao Vale do Paraíba do Sul (provavelmente implantada seguindo o

transferência da Base Aérea Campo de Marte para

traçado de trilhas indígenas), cortando a região sul de Guarulhos.

Cumbica altera radicalmente a dinâmica da cidade,

Concomitantemente à abolição da escravatura e à vinda dos

retirando as indústrias da região central e desassociando-

primeiros imigrantes para o Brasil, no final século XIX, nasce em

as gradativamente do modal ferroviário. A presença

Guarulhos um novo ciclo econômico, baseado no tijolo, favorecido

militar se traduz na possibilidade de ocupação do espaço

pelas condições naturais do território e pela proximidade com a ca-

aéreo para transporte de cargas.

pital paulista. Nesse período, ocorre uma reestruturação da sociedade, não somente em decorrência da nova atividade econômica, mas também em razão das mudanças que aconteciam no cenário brasileiro, como a instalação das primeiras indústrias e do modelo assalariado de remuneração do trabalho. O eixo produtivo então, e consequentemente a população, se fixa ainda mais nas planícies dos rios Baquirivu-Guaçu, Tietê e Cabuçu de Cima, para melhor escoamento da produção e interligação com as demais cidades. (FERREIRA et al, 2011). De fato, Guarulhos vai despontar dentro do cenário paulista no início do século XX, com o ciclo industrial que advém dessa produção do tijolo. Esse processo começa em 1911, conforme destaca FERREIRA et al (2011), com a implantação da primeira indústria (uma olaria), e será alavancado pela vinda do Trem da Cantareira em 1915 - posteriormente incorporada à Rede Ferroviária Sorocabana - e pela Primeira e Segunda Guerras Mundiais, atraindo mais investimentos e mais pessoas para a região. A mancha urbana se consolida no atual centro histórico de Guarulhos, nas margens do Rio Tietê, e à beira da Estrada Geral e à linha ferroviária. A explosão demográfica e o expressivo crescimento indus-

Imagem 2: Ocupação Urbana em Guarulhos - 1958 Fonte: Plano Diretor de Drenagem - Diretrizes, Orientaçöes e Propostas, 2008

trial se dá entre as décadas de 1940 e 1980. Isso se deve à alguns fatores determinantes:

• Inauguração da Estrada Rio-São Paulo, atual Rodovia

• Instalação da Base Aérea de Cumbica, em janeiro de 1945, e, posteriormente, a construção do Aeroporto Internacional de São Paulo - Guarulhos (Cumbica),

7

Presidente Dutra, em julho 1951, e da Rodovia Fernão Dias em 1961. Essas duas grandes estruturas viárias reafirmam a localização estratégica de Guarulhos, que pôde conectar-se mais rapidamente aos estados do Rio de

Arco Baquirivu - TFG 2017 | Orientador: Claudio Manetti


Janeiro e de Minas Gerais, respectivamente, facilitando

mada a Região Metropolitana de São Paulo (RMSP), em 1973, na

a produção e o escoamento de produtos e mercadorias

qual Guarulhos é inserida. Esse fato indica a densidade da dinâ-

nesse triângulo produtivo (SP-RJ-MG).

mica existente já naquela época entre as 39 cidades paulistas da metrópole e enfatiza a importância, principalmente econômica, de

• Imigração e migração. Além da vinda dos imigrantes

Guarulhos nesse contexto. Outros dois marcos na história da cida-

europeus para o Brasil como mencionado anteriormente,

de são a Inauguração da Rodovia dos Trabalhadores, hoje Rodovia

a construção dessas grandes estruturas aeroportuárias

Ayrton Senna da Silva, em 1982, e a retificação do Rio Baquirivu

e rodoviárias incentivou a migração dentro do território

para a construção do Aeroporto. Ao longo dessas décadas de de-

nacional para o sudeste do país (principalmente

senvolvimento industrial, identifica-se uma tendência de ocupa-

nordeste). Todo esse incremento na população local

ção do leste do município, favorecida, obviamente, pelas grandes

significou um aumento da força de trabalho disponível

infraestruturas.

que foi rapidamente incorporada pela indústria e por essas grandes obras. Imagem 4: Ocupação Urbana em Guarulhos - 1977

Imagem 3: Ocupação Urbana em Guarulhos - 1969 Fonte: Plano Diretor de Drenagem - Diretrizes, Orientaçöes e Propostas, 2008

Fonte: Plano Diretor de Drenagem - Diretrizes, Orientaçöes e Propostas, 2008

É importante mencionar também que nesse período é for-

Arco Baquirivu - TFG 2017 | Orientador: Claudio Manetti

8


A partir de 1990, em meio a política neoliberal e a intensifica-

IDH de 0,763. A cidade desponta com o 3º maior PIB da RMSP e

ção da globalização, a cidade se vê num momento de desacelera-

4º maior em relação ao Estado de São Paulo, num valor em torno

ção das atividades industriais e simultaneamente o setor terciário

de 49 bilhões de reais, sendo que o setor de serviços correspon-

passa a compor grande parte da economia do município. A falência

de a 50% de participação no PIB e o setor industrial, 20%. Ainda

de algumas empresas e a transferência de muitas indústrias para

assim, há grande desigualdade sócio espacial e muitos problemas

outras localidades, fez com que a cidade recebesse mais investi-

ambientais na cidade que são provenientes desse histórico de in-

mentos direcionados à comércio, serviços e negócios, embasa-

dustrialização acelerada e de crescimento desorganizado. Com os

dos na promessa de uma nova dinâmica econômica em função do

recentes projetos de expansão do Aeroporto Internacional GRU e

aeroporto e da abertura comercial. Com o centro consolidado, a

a construção do Rodoanel Norte, essa realidade fatalmente irá se

mancha urbana expande e adensa cada vez mais, principalmente

agravar, caso nenhum planejamento seja feito.

ao norte e leste do município.

Em vista do histórico e da evolução urbana de Guarulhos e retomando as discussões que orientaram a escolha do lugar, fica evidente a necessidade de estudar como se dá e como desenhar/

Imagem 5: Ocupação Urbana em Guarulhos - 2002

projetar a relação entre grandes equipamentos e infraestruturas, que atingem as escalas metropolitana, nacional e internacional, e as atividades e dinâmicas do lugar, considerando a escala do bairro, das pessoas e a especificidade do local; em outras palavras, a questão que se coloca é “Como as grandes relações dialogam com as pequenas relações?”. Nesse contexto, o primeiro movimento é de estudar e analisar a região envoltória ao aeroporto.

Fonte: Plano Diretor de Drenagem - Diretrizes, Orienta;Óes e Propostas, 2008

Atualmente, segundo pesquisa ao Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, Guarulhos conta com uma população totalmente urbana de mais de 1,3 milhão de pessoas e possui um

9

Arco Baquirivu - TFG 2017 | Orientador: Claudio Manetti


1.3 LEITURA TERRITORIAL: INTERPRETAÇÃO ESPACIAL E ESTATÍSTICA

1.3.1 OCUPAÇÃO X CONDIÇÕES AMBIENTAIS

Com o objetivo de elaborar uma escolha mais criteriosa da

As questões primordiais que organizam a dinâminca do mu-

área de intervenção na cidade de Guarulhos, a equipe optou por

nicípio de Guarulhos podem ser entendidas em síntese pelo mapa

partir de uma análise aprofundada com base em dados numéricos

Ambiental, no que se refere à interpretação conjunta da hipso-

percentuais (populacionais e socioeconômicos) e dados morfoló-

metria e da hidrografia. Assim, sobreposta ao dado de evolução

gicos contidos por análise espacial (territorial).

urbana (imagem 7) evidencia a existência de uma ampla área não

Sendo assim, iniciam-se as discussões a partir dos seguintes

ocupada ao norte da cidade.

dados:

Análise Espacial • Ocupação X Condições Ambientais • Sistemas de Transporte X Áreas Livre • Equipamentos X Investimento Municipal / Metropolitano Análise em Dados Numéricos Percentuais • Tipos de Solo • Contexto Urbano da Área de Intervenção • Meios de Transporte em Guarulhos • Dinâmica Trabalhista • Escolaridade • Saneamento Básico

Arco Baquirivu - TFG 2017 | Orientador: Claudio Manetti

10


Imagem 7: Mapa de Evolução Urbana X Declividade Fonte: Mapa elaborado pela equipe, abril 2017

11

Arco Baquirivu - TFG 2017 | Orientador: Claudio Manetti


As manchas mais escuras sobre o tecido urbano revelam

lhos, constatou-se que quase metade de todo o grupo de pessoas

uma ocupação mais antiga na cidade. Nota-se que aos poucos o te-

intrevistadas pela equipe nem sequer conhecia o Rio Baquirivú, um

cido urbano se desenvolveu sempre vinculado à grande São Paulo,

dos corpos d’água mais importantes que desagua no Tietê, o que

principalmente na Zona Sudeste, onde localiza-se hoje o Centro

ressalta a negligência da gestão urbana em relação a valorização

Histórico do município, e às margens da Rodovia Presidente Dutra.

das questões ambientais do município de Guarulhos.

Independente de um zoneamento de Plano Diretor a ocupa-

Nas porções ao norte do município, onde o se tecido esma-

ção urbana está diretamente relacionada às questões morfológi-

ga entre o aeroporto e a serra da cantareira, nota-se também que

cas do território, considerando a presença da Serra da Cantareira

1% da ocupação se situa em áreas de preservação ambiental, ou

e das elevadas declividades incapazes de serem urbanizadas ao

zonas protegidas em virtude de legislação ambiental; enquanto

norte do município.

aproximadamente 4% da ocupação está situada em áreas não-

Nas vastas regiões de planície e às margens dos corpos

-urbanizadas, ou seja, áreas desprovidas de redes de água, esgoto,

d’água nota-se que o solo é composto essencialmente por aluviões

luz, asfaltamento ou qualquer tipo de rede que esteja vinculada à

fluviais, que existem em decorrência das inundações constantes

questões de um Plano Diretor de Urbanização.

no território, pontuando áreas de risco para ocupação por mais de um terço (39,8%) de toda a extensão do município (gráfico 1).

Por fim, este dado conclui que apenas 36% dessa análise de Contexto Urbano (gráfico 2) apresenta um tecido urbano consolidado de maneira adequada, em regiões seguras e abastecidas por infraestrutura de qualidade.

Gráfico 1: Tipos de Solo Fonte: Plano Diretor de Drenagem de Guarulhos, 2008

Vale lembrar que, conforme dados obtidos pelo contato com uma pequena parte da população residente na cidade de Guaru-

Arco Baquirivu - TFG 2017 | Orientador: Claudio Manetti

Gráfico 2: Contexto Urbano da Área de Intervenção Fonte: Análise da Equipe sobre dados espaciais do WebGeo

12


Imagem 8: Mapa de Ocupação Urbana X Mobilidade da cidade de Guarulhos. Fonte: Mapa elaborado pela equipe, abril 2017

13

Arco Baquirivu - TFG 2017 | Orientador: Claudio Manetti


1.3.2  SISTEMAS DE TRANSPORTE X ÁREAS LIVRES

Conforme constatado pela equipe, as conexões interbairros principalmente ao norte do município são escassas e carentes em infraestrutura (asfaltamento, pavimentação, iluminação), em tra-

Outro dado importante a ser examinado é a conformação

jetos superiores a 500m (o que inviabiliza a locomoção peatonal)

do sistema de transporte do município em relação às áreas de

onde não há quaisquer equipamentos lindeiros à via. Isso reforça

ocupação urbana (imagem 8). Neste mapa, a equipe optou por re-

ainda mais o caráter de insegurança de uma cidade que não foi feita

presentar as vias consolidadas em linhas cheias e os projetos de

para pedestres, uma vez que os únicos meios de locomoção aptos

intervenção viária em um traço segmentado. Vale lembrar que a

a realizar esse tipo de transposição são os veículos automotivos.

linha tracejada preta representa o rodoanel e a conexão direta ao

Ao trazer à tona um dado de meios de transporte no municí-

Aeroporto Internacional de Cumbica, e a linha vermelha pontilhada

pio de Guarulhos observa-se que, não por um acaso, os mais utiliza-

representa o trajeto da Linha 13 da CPTM, Jade, com suas estações

dos pelos transeuntes em seu dia-a-dia é diretamente proporcio-

devidamente pontuadas.

nal à agrangência das redes transporte existentes no meio urbano.

Ao analisar este mapa retomando brevemente as questões ambientais, é possível perceber de maneira geral, que as áreas livres são provenientes de regiões onde a ocupação é impossibilitada em função das condições ambientais, seja pela dificuldade de instalação nas regiões mais acidentadas do terreno, ou pela busca por uma moradia mais afastada das áreas de várzea dos corpos d’água, onde acontecem as maiores inundações. Em contrapartida, a grande parte da população que não possui renda suficiente para arcar com os custos de uma boa moradia em área estável e regular acaba se consolidando em áreas de risco, de modo a dar forma a favelas sobre morros e ocupações sem planejamento em áreas de várzea. Por conta disso, a ocupação urbana que se estende pelo território de Guarulhos é um resultado da interlocução entre os contrastes socioeconômicos e a morfologia do território que divide

Gráfico 3: Dinâmica Trabalhista Fonte: Pesquisa realizada pela equipe com os moradores do município

o tecido em breves fragmentos desconexos delimitando bairros, guetos, resíduos ou favelas, por onde as conformações de cada fragmento são completamente distintas umas das outras.

Visto que cada quadra presente no tecido urbano é delimitada em função de um desenho viário automotivo, fica clara a razão pela qual o modal automotivo representa mais de 80% de todos outros os meios de transporte.

Arco Baquirivu - TFG 2017 | Orientador: Claudio Manetti

14


A Linha 13 da CPTM ainda não está consolidada para o uso. Deste modo, a pequena parcela da população que utiliza o trans-

conformação urbana do município frente às questões exportação para a geração do capital.

porte coletivo ferroviário está vinculada aos 31,9% da população

O cenário em que se enquadra a cidade de Guarulhos revela

que trabalha ou estuda na capital metropolitana (gráfico 3), utili-

a lógica de que a cidade tem seus interesses voltados, generaliza-

zando as linhas de metrô que partem da Estação Tucuruvi (estação

damente, para fora de si mesma. Isso significa que, em virtude das

de metrô mais próxima a Guarullhos) configurando, assim, o que se

características principais da sua localização – da proximidade ao

conhece por movimento pendular.

fazer fronteira com a Grande São Paulo; da presença da Via Dutra

Mesmo que maioria da população transite por transporte

que cruza toda a extensão sudoeste-leste levando ao Estado do

coletivo rodoviário, constata-se que são poucas as regiões abas-

Rio de Janeiro; da presença do Aeroporto Internacional de Cum-

tecidas por linhas de ônibus ao norte do Aeroporto Internacional

bica, situado ao centro da cidade; da futura conexão com a cidade

de Cumbica, uma vez que o terreno é mais acidentado. Entretanto,

de São Paulo pela Linha 13 da CPTM que tornará ainda mais forte

esta é justamente a região onde mora a população mais carente –

o vínculo com a Capital Metropolitana; e da futura consolidação

onde há a maior necessidade de acesso a este meio de transporte.

do Trecho Norte do Rodoanel que tornará ainda mais imediata a

Visto que a população que mora nestes morros ao norte mui-

conexão com Região Metropolitana de São Paulo – a cidade está

tas vezes não têm condições sequer para pagar por um transporte

sempre produzindo bens para serem exportados, e recebendo pro-

público diário, os meios de transporte menos utilizados, e mais re-

duções para serem distribuídas “Guarulhos-adentro”. Sendo assim, o mapa de equipamentos urbanos é de extre-

quisitados são o peatonal e o cicloviário. Percebe-se, ainda, que as vias de transporte acontecem

ma relevância para a compreensão da dinâmica de interesses de

quase sempre em função do automóvel, desprezando a acessibi-

investimentos da Prefeitura de Guarulhos para com o território e

lidade ao pedestre. Sendo assim, falta infraestrutura de qualida-

a comunidade.

de e equipamentos que movimentam os fluxos e interações entre

Graficamente, os ícones em vermelho representam hospi-

pedestres ao longo dos calçamentos, que tornam o trajeto menos

tais, em amarelo representam as escolas, em laranja as universida-

apreensivo para este modal.

des e em roxo as indústrias. Ao interpretarmos as dinâmicas territoriais a partir dos aglomerados de equipamentos, fica explícita a presença de uma concentração de indústrias principalmente entre

1.3.3 EQUIPAMENTOS X INVESTIMENTO MUNICIPAL / METROPOLITANO

a Rodovia Ayrton Senna, a Rodovia Presidente Dutra e o Aeroporto Internacional, onde o escoamento da produção acontece de forma mais direta evitando cruzar os bairros nas regiões mais centrais à

Ao trazer à tona o mapa de equipamentos urbanos (imagem

cidade.

9), pontuando suas devidas localizações e categorias, faz-se uma leitura do território conforme a distribuição de equipamentos e o entendimento de suas diversas escalas, a fim de compreender a

15

Arco Baquirivu - TFG 2017 | Orientador: Claudio Manetti


Imagem 9: Equipamentos Fonte: Mapa elaborado pela equipe, abril 2017

Arco Baquirivu - TFG 2017 | Orientador: Claudio Manetti

16


Na análise de dados de Escolaridade (gráfico 4), em conjun-

(gráfico 5), que diz respeito ao tratamento de esgoto e as redes de

to com a distribuição dos equipamentos educacionais fica claro o

canalização subterrânea dos dejetos desde os estabelecimentos

descaso da gestão da prefeitura para com investimentos munici-

até suas respectivas estações de tratamento

pais que atendam à população residente em Guarulhos, uma vez que quase um quarto (17,4%) da população não possui o mínimo de instrução para conseguir um emprego digno.

Gráfico 4: Escolaridade Fonte: Censo 2010

Gráfico 5: Saneamento Básico Fonte: GuarulhosWeb

Desse modo, a grande quantidade de indústrias presentes

Conforme afirmado pelo SAAE (2012), 25% de todas as áreas

no território não é capaz de oferecer um emprego de qualidade a

ocupadas no tecido urbano de Guarulhos não possui infraestrutura

quase um terço da população guarulhense, reforçando ainda mais

para a coleta e tratamento de esgoto, tornando explícita a existên-

os contrastes sociais e o desvio de investimentos da escala muni-

cia de esgoto à céu aberto, córregos e solos contaminados pelos

cipal para a metropolitana.

dejetos que alcançam corpos d’água e lençóis freáticos.

Outro dado importante que revela a falta de um investi-

Além disso vale acrescentar, segundo dados do SAAE (2012),

mento fundamental ao município é o dado de Saneamento Básico

que de toda a poluição existente no Rio Tietê, pelo menos 4% pro-

17

Arco Baquirivu - TFG 2017 | Orientador: Claudio Manetti


vem do esgoto carregado pelos afluentes de Guarulhos, com des-

1.4 ESTRUTURAS E SÍNTESES

taque à bacia do Baquirivu-Guaçu, cuja extensão representa 50% do município. Contraditoriamente, a gestão administrativa da Prefeitura

A partir do levantamento estudado da cidade de Guarulhos,

de Guarulhos age de maneira negativa, não apenas para com a po-

uma área envoltória ao Aeroporto de Cumbica foi, então, profun-

pulação residente negligenciando as questões mais urgentes mu-

damente analisada. Este estudo se fez com base em três estrutu-

nicipais a serem tratadas, como também denegrindo a imagem da

ras primordiais à cidade: ambiental, urbana e socioeconômica.

cidade no contexto da Região Metropolitana de São Paulo, situan-

Primeiramente, a estrutura ambiental da área foi estudada,

do Guarulhos apenas como uma “Cidade de Passagem”, e não uma

entendendo todo o sistema hídrico - com suas bacias e áreas de

cidade de estar, de moradia, de qualidade de vida. Resultando

drenagem e várzea; o sistema de vegetação- mapeando diferentes

em dados alarmantes de precariedade em todo o município, prin-

tipos; e o relevo – comtemplado pontos críticas em relação a decli-

cipalmente na área envoltória ao aeroporto, como constatado nos

vidade e erosão. (Imagem 10) A segunda estrutura analisada foi a de transporte urbano,

dados citados.

em que as vias, linhas de ônibus e terminais existentes foram estudados, assim como as novas propostas de transporte: alça norte do rodoanel e sua conexão com o aeroporto, e a nova linha 13 da CPTM que contornará o aeroporto. (Imagem 11) E por fim, uma estrutura socioeconômica também foi analisada, considerando dados do Censo de 2010 do IBGE e principalmente o Índice Paulista de Vulnerabilidade Social para a área, que por si só já engloba diferentes variáveis que complementam o estudo. (Imagem 12)

Arco Baquirivu - TFG 2017 | Orientador: Claudio Manetti

18


Mapa 1: Relações Ambientais e Hídricas no Entorno do Aeroporto Fonte: Mapa elaborado pela equipe, abril 2017

19

Arco Baquirivu - TFG 2017 | Orientador: Claudio Manetti


Mapa 2: Relações Viárias Fonte: Mapa elaborado pela equipe, abril 2017

Arco Baquirivu - TFG 2017 | Orientador: Claudio Manetti

20


Mapa 3: Relações Viárias Fonte: Mapa elaborado pela equipe, abril 2017

21

Arco Baquirivu - TFG 2017 | Orientador: Claudio Manetti


Mapa 4: Unidades de Paisagem Fonte: Mapa elaborado pela equipe, abril 2017

Arco Baquirivu - TFG 2017 | Orientador: Claudio Manetti

22


• U1 VERDE: Área com índice de vulnerabilidade menor, malha

• U6 LARANJA: Grande área de vulnerabilidade alta, muito

urbana características de área mais consolidada. Por ser

próxima ao aeroporto, porém não há relação com o mesmo,

mais próxima ao centro da cidade, é também uma área com

por ser na parte leste é bem desconexa da cidade, pois não tem

maior densidade habitacional e com grandes equipamentos e

fácil acesso à eixos estruturadores longitudinais da cidade

infraestrutura instalados, principalmente de transporte, com as

(como a rodovia e avenidas). Além disso, não há muito potencial

novas estações da CPTM e terminais de ônibus. Poucas áreas

industrial de apoio na área pois não tem acesso à rodovia, parte

livres e verdes, de campo ou capoeira locadas dentro da malhar

leste do aeroporto. Há grande ausência de equipamentos

urbana.

urbanos, precisa de suporte de bairros vizinhos.

• U2 ROXA: Área de característica industrial, de grandes galpões

• U7 CINZA: Pequena área de vulnerabilidade um pouco mais

de apoio ao aeroporto, devido ao fácil acesso a Rodovia

baixa, pois não possui muitas áreas de alagamento e várzea do

Presidente Dutra. A contradição seria de que as novas grandes

rio, mesmo tendo poucas áreas vazias e com vegetação. Possui

infraestruturas de transporte (terminais e estações de CPTM)

topografia mais plana, com área de alagamento menor, e com

foram projetadas para uma área aonde há mais indústrias que

fácil acesso a vias estruturadoras dos lados oeste-leste da

usuários. As altas densidades estão localizadas em outras

cidade. E também, é a área de parada de uma próxima estação

porções da cidade.

da CPTM e chegada da alça do rodoanel ao aeroporto.

• U3 AMARELA: Alta vulnerabilidade social, distante e divida do

• U8 VERMELHA: Grande área da cidade, com vulnerabilidade

restante da cidade primeiramente pela rodovia, e em seguida

muito alta, estrangulada ao mesmo tempo pela serra e pelo

pelo aeroporto e acesso na transversal. Consequentemente,

aeroporto. Grandes porções verdes e vazias do território,

isolada de infraestruturas e equipamentos urbanos.

possui grandes áreas de alagamento do rio Baquirivu e

• U4 AZUL: Área de baixa vulnerabilidade, como consequência

seus córregos, ao mesmo tempo que possui uma topografia

da baixa densidade do local. A divisa com o aeroporto e a

acentuada da chegada da serra junto com a área de várzea

proximidade com a rodovia trazem um potencial de área de

do rio. Isso tudo ao mesmo tempo em que manchas urbanas

apoio do aeroporto, porém com característica de cargas, pois o

estão acontecendo, e tendem a continuar crescendo. A

acesso de passageiros é nulo.

consequências são grandes áreas urbanas pouco consolidadas,

• U5 MARROM: Pequena área de adensamento populacional,

localizadas em grandes áreas de várzeas de um rio modificado

vulnerabilidade um pouco mais baixa, não sofre consequências

(quando a construção do aeroporto, o percurso do rio foi

do relevo e hidrografia. Mesmo sendo próxima a rodovia e do

alterado) e encostas de morros ao pé da serra, ou seja, áreas

aeroporto e longe do centro, é uma área que está localizada na

de riscos.

parte norte da Rodovia e voltada para outros bairros maiores da zona leste de G uarulhos, como Bom Sucesso, tendo assim aceso facilitado à equipamentos de saúde e educacional.

23

Arco Baquirivu - TFG 2017 | Orientador: Claudio Manetti


Com esse diagnóstico percebemos que há grandes problemáticas enfrentadas na área 8 (mancha avermelhada), pois é uma porção grande do território da cidade, sendo estrangulada pela Serra da Cantareira e o aeroporto de Cumbica. Além disso, a geografia do lugar é intrigante, pois ao pé da serra há muitas áreas de relevo acentuado que conflitam com uma grande área de várzea do Rio Baquirivu e seus córregos (Área também onde está localizado o aeroporto), consequentemente o local enfrenta sérios problemas de alagamento. Tudo isso, ao mesmo tempo em que aglomerados urbanos crescem, e tendem a continuar crescendo, principalmente com os planos de infraestrutura de transporte já propostos para o local – Linha 13 CPTM. Assim, essa área possui alta vulnerabilidade, população localizadas em áreas de risco (alagáveis e/ou morros). Além disso, uma grande infraestrutura de transporte de veículos, o Rodoanel, se encontra em obras ao norte do território beirando a Serra e com uma proposta de alça conectora ao aeroporto, cortando transversalmente a área. Porém, é uma área com grandes potenciais, pois consegue conectar-se com os “gomos” urbanos oeste- leste da cidade, há planos de passagem de grande infraestrutura de transporte e é voltada para os terminais do aeroporto de maior fluxo de passageiros e de trabalhadores, pelo acesso da via marginal a rio Baquirivu. Dessa forma, um recorte dentro dessa área 8 foi escolhido como área para o Plano do Arco Baquirivu, recorte que não é limitador, mas transformador em seus princípios e estratégias, que veio de uma compreensão de dinâmicas de um todo maior – sem nunca perder a relação com ele. Entendemos esse recorte como potencial transformador em diferentes escalas, locais, municipais e regionais, exatamente por conter questões recorrentes nessas três diferentes escalas.

Arco Baquirivu - TFG 2017 | Orientador: Claudio Manetti

24


25

Arco Baquirivu - TFG 2017 | Orientador: Claudio Manetti


0 2/  plano

Arco Baquirivu - TFG 2017 | Orientador: Claudio Manetti

26


2.1  DIRETRIZES PARA O PLANO URBANÍSTICO

Para isso, fez-se necessária uma revisão do sistema viário como um todo. Primeiramente, o reposicionamento e reestruturação da Rua Jamil João Zarif, que é responsável pela conexão in-

O recorte escolhido como área para o Plano do Arco Baquiri-

terbairros ao norte do Aeroporto Internacional e onde existe uma

vu é determinado pelo espaço entre os Córregos Capão da Sombra

intensa dinâmica urbana, objetivando resgatar as margens do rio e

e Água Suja, porém que não se limita a esta região, pois transfor-

fortalecer esse eixo viário em seu contexto. Em relação ao Rodoa-

ma seu entorno de acordo com seus princípios e estratégias, as-

nel Norte, o plano prevê reflorestamento nas suas margens, tanto

sumindo uma compreensão de dinâmicas de um todo maior – sem

como medida mitigadora dos impactos ambientais quanto como

nunca perder a relação com ele. Entendemos esse recorte como

barreira física e sonora; também redesenha o final da alça rodo-

potencial transformador em diferentes escalas, locais, municipais

viária para o leste do aeroporto, associando a uma área de carga,

e regionais, exatamente por conter questões recorrentes nessas

descarga e canteiro do próprio aeroporto.

escalas. Tendo em vista que esse território sofre com enchentes e alagamentos ocasionados pela falta de um sistema eficaz de drenagem e pela ocupação nas margens de um rio retificado, o Rio Baquirivu-Guaçu, o plano parte da necessidade de contenção e drenagem das águas. A criação de um sistema de áreas livres verdes, junto ao rio e seus afluentes, e de bacias de retenção permite então DEVOLVER A VÁRZEA, solucionar essas problemáticas e reintroduzir o rio no contexto da Cidade de Guarulhos.

Foto 2: Construção do Rodoanel Norte e seu impacto na malha urbana (atualmente) Fonte: Google Earth, abril 2017

Essa reestruturação viária estende-se para os bairros que se encontram entre os córregos Capão da Sombra e Água Suja através de uma ligação direta com a via Jamil J. Zarif que conecte essa região à ela, proporcionando não somente a melhoria da circulação como também que a vida urbana se estenda para aquelas pessoas. Foto 1: Vista Aérea Av. Jamil João Zarif (atualmente)

As vias existentes são adequadas para receber e complementar

Fonte: Google Earth, 2017

27

Arco Baquirivu - TFG 2017 | Orientador: Claudio Manetti


esse novo sistema que conta com transporte público, ciclovia e

tentes sejam fortalecidos e que novos eixos sejam criados, princi-

equipamentos adequados à escala do lugar e, ao longo deste novo

palmente nas transversais, interligando os bairros entre si e com o

eixo é prevista uma DESACELERAÇÃO do fluxo, na busca pelo de-

restante da cidade.

senho das bordas da cidade.

Em linhas gerais, a CONEXÃO entre as partes existentes e

Como meio de incentivar as atividades econômicas locais

as propostas do plano é garantida pela integração e articulação

e a apropriação dos recursos disponíveis no território, pontuam-

de todos os diferentes sistemas, possibilitada grandemente pela

-se áreas de plantio, todas próximas à cursos d’água, associadas a

mobilidade urbana, que permite uma conexão interbairros, antes

criação de uma cooperativa que organiza a produção e a distribui

inexistente.

para os moradores. Dessa maneira, o lugar ganha uma dimensão de ESPAÇOS PRODUTIVOS ainda maior do que já tem.

Por fim, tem-se um plano urbanístico que, com todas as diretrizes e propostas levantadas, propõe um sistema de áreas potenciais que têm o intuito de criar uma identidade local e reestruturar a vida daquele lugar, relacionando-o com seu contexto físico, ao restante da cidade e equipamentos.

Foto 3: Pequeno produtor na área estudada (atualmente) Fonte: Google Earth, 2017

As TRANSPOSIÇÕES são presentes em todo o plano; em relação ao sistema hídrico, não somente as margens são restabelecidas, como também a interação entre os rios e a população, deixando de ser uma barreira às atividades humanas; em relação ao suporte biofísico, o relevo é sempre priorizado para que o planejamento se aproprie do lugar como partido, para retirar dele seu melhor; e em relação à malha urbana, propicia que os eixos exis-

Arco Baquirivu - TFG 2017 | Orientador: Claudio Manetti

28


devolvendo a várzea 29

Arco Baquirivu - TFG 2017 | Orientador: Claudio Manetti


Arco Baquirivu - TFG 2017 | Orientador: Claudio Manetti

30


31

Arco Baquirivu - TFG 2017 | Orientador: Claudio Manetti


desaceleração Arco Baquirivu - TFG 2017 | Orientador: Claudio Manetti

32


conexão 33

Arco Baquirivu - TFG 2017 | Orientador: Claudio Manetti


Arco Baquirivu - TFG 2017 | Orientador: Claudio Manetti

34


transversalidade 35

Arco Baquirivu - TFG 2017 | Orientador: Claudio Manetti


Arco Baquirivu - TFG 2017 | Orientador: Claudio Manetti

36


37

Arco Baquirivu - TFG 2017 | Orientador: Claudio Manetti


espaços produtivos Arco Baquirivu - TFG 2017 | Orientador: Claudio Manetti

38


2.2 DIRETRIZES PARA O PLANO URBANÍSTICO 2.2.1 LEITURA PRELIMINAR: MAPA CONCEITUAL DE ZONAS DE FORÇAS

O plano urbanístico se baseia na interpretação de dife-

rentes escalas que o território apresenta, resultando nas demandas existentes que contemplam diversas abrangências projetuais. Barreiras físicas e ambientais, tais como a Serra da Cantareira, o Rodoanel e o Aeroporto de Cumbica delimitam uma mancha urbana e projetam sobre esta, uma força que anseia por um desenho das bordas da cidade. Tendo em vista tais relações e conflitos, desenvolveu-se um mapa conceitual com zonas de forças, as quais foi estabelecido manchas destinadas à áreas de preservação, áreas de reflorestamento margeando o rodoanel a fim de afirmar a infraestrutura como barreira e apenas fazer com que o maciço seja uma barreira física, visual e sonora; assim como manchas de adensamento, e manchas de conflito entre malha urbana e áreas de preservação. Além disso, o mapa abrange forças no sentido transversal, as quais estabelecem forças regionais, na região próxima ao aeroporto, forças municipais, na área mais adentro do bairro, e forças locais, com o desenho de bordas da cidade.

39

Arco Baquirivu - TFG 2017 | Orientador: Claudio Manetti


Mapa 5: Mapa de zona de forças Fonte: Mapa elaborado pela equipe, abril 2017

Arco Baquirivu - TFG 2017 | Orientador: Claudio Manetti

40


2.2.2 PROPOSTA PARA REESTRUTURAÇÃO AMBIENTAL Segundo análises realizadas, viu-se que a população tem uma carência de áreas verdes qualificadas, problemas de enchen-

conta com uma mata de proteção para o Rio Baquirivu e seus córregos, bacias de drenagem e equipamentos de uso público.

tes e poluição (visual, sonora, nos rios, matas e nas ruas) e não exis-

A reserva hídrica é caracterizada por uma grande bacia de

te uma boa relação do homem com o Rio Baquirivu e seus afluen-

retenção que detêm a água do rio de acordo com as cotas de ní-

tes. As Enchentes acontecem na sua maioria lugares de cotas mais

veis ali presente. A bacia possui duas barragens e supre a vazão de

baixas, próximo ao Rio Baquirivu e o Aeroporto Internacional. As

cheia do Rio Baquirivu e do Córrego da Água Suja, além de contem-

chuvas resultam em áreas de alagamento, prejudiciais à grande

plar uma área plana onde já há alagamento naturalmente. Eventu-

parte da população. Como principal diretriz do plano, tem-se a ne-

almente, em épocas de seca, a reserva não permanece cheia e pode

cessidade de respeitar o curso natural das águas, recuperando a

ser usado de outra maneira pela população.

relação população – rio, desta forma a intervenção conta com um

O pensamento de preservação continua pelos eixos do cór-

espaço próprio para o alagamento que auxilia na requalificação

rego da Água Suja e o Córrego Capão da Sombra, que marcam a

dos espaços verdes existentes, fazendo com que os alagamentos

transposição vertical entre as barreiras físicas do Aeroporto Inter-

aconteçam em lugares próprios, sem colocar em risco a população,

nacional e a Serra da Cantareira, para a população local. A configu-

além de voltar os olhares para o rio e gerar uma integração do ho-

ração constituída no plano para os espaços entre esses dois eixos

mem com a natureza.

hídricos, pode ser repetido por diversas vezes nas regiões envoltórias do aeroporto. E assim, o convívio da população com o a água é

A: Áreas de Reserva Hídrica e Ambiental

mais presente e agradável, e consequentemente o cuidado com ele e com a natureza em um geral, intensifica.

Atualmente o Rio Baquirivu conserva uma pequena faixa de mata ciliar que permanece em constante degradação por conta da proximidade com a área urbana. Por esta razão, o afastamento da Rua Jamil João Zarif por quase 400 metros (respeitando seu caráter comercial), cria uma nova área de reserva hídrica e ambiental, que respeita as necessidades natural de alagamento da área e determina, desta maneira, as dimensões da reserva. A reserva também marca uma importante transição entre o aeroporto e a cidade, ligação importante que integra de maneira sutil Guarulhos ao Aeroporto Internacional de Cumbica, da mesma maneira que conecta o bairro local às vias de importância regional. Esta área de reserva

41

Arco Baquirivu - TFG 2017 | Orientador: Claudio Manetti


Mapa 6: Reserva Hídrica na Área Estudada Fonte: Mapa elaborado pela equipe, abril 2017

Arco Baquirivu - TFG 2017 | Orientador: Claudio Manetti

42


B: “Braços” de Reserva Ambiental

D: Áreas Produtivas

No percurso do Córregos Água Suja e Capão da sombra o

O recorte marcado pelos Córregos Capão da Sombra e Água

pensamento de privilegiar os córregos é o mesmo, configurando

Suja possui vazios urbanos com vegetação do tipo capoeira, que

novas áreas de lazer que possibilitam a conexão de maneira mais

permite o uso para a agricultura, além de ser fértil pela presença

plana até a área Norte do recorte. Algumas famílias em área de ris-

hídrica nas proximidades. Desta forma, designou-se áreas para

co são realocadas para que haja a ampliação da margem de mata

plantio local da população como uma forma de criar um caráter

ciliar, e o convívio da pessoa com o córrego prevalece, beneficiando

mais independente do bairro para com o município, considerando

a população e o percurso natural hídrico. Esses eixos estabelecem

o já existente isolamento desta região pelas barreiras físicas am-

uma transposição transversal também como forma de retomar a

bientais, e de grandes equipamentos. O incentivo à produção e co-

presença desta área para o município de Guarulhos e por isso, os

mércio de pequeno porte criaria uma conexão da população com

“braços” ajudam a levar o desenvolvimento até os pés da serra da

o local e desenvolveria um senso ainda maior de pertencimento a

Cantareira e Rodoanel Norte, de maneira que vai se desacelerando

área. O plano destina as novas áreas próximas às reservas hídricas

a ocupação, garantindo preservação ambiental.

e ambientais para os novos plantios.

C: Reflorestamento Rodoanel O Rodoanel é um grande equipamento que passará ao Norte da área de intervenção, próximo a serra da Cantareira, ele por sua vez passa adjunto de algumas habitações além de causar uma poluição visual e sonora no seu entorno. Pensando em ter uma contenção da expansão urbana para além do Rodoanel e melhorar a poluição, foi designado uma faixa de reflorestamento, feito com uma mata densa que percorre a toda a margem do Rodoanel, o que enfatiza ainda mais a desaceleração.

43

Arco Baquirivu - TFG 2017 | Orientador: Claudio Manetti


Mapa 7: Reservada Ambiental na Área Estudada Fonte: Mapa elaborado pela equipe, abril 2017

Arco Baquirivu - TFG 2017 | Orientador: Claudio Manetti

44


2.2.3 PROPOSTA PARA REESTRUTURAÇÃO VIÁRIA O Plano Urbanístico Arco Baquirivu pode ser compreendido através de algumas intervenções de destaque no território. Uma delas diz respeito ao sistema viário. Atualmente, a área de estudo da equipe encontra-se com um traçado descontínuo e desconexo, o que sobrecarrega as grandes avenidas e não supre a demanda por mobilidade da população ali residente; a conexão entre bairros também é escassa, em grande parte devido à topografia do lugar. Também nota-se um potencial de diversificação do modal de transporte a partir de dados e observações constatados em visita técnica. Foi do entendimento da equipe que a área necessita de uma reformulação do tecido existente para gerar fluidez, dinamicidade e integração, tanto para o bairro quanto para os bairros adjacentes, abrangendo desde escalas regionais, municipais até locais.

A: Rodoanel O Rodoanel Norte, uma das barreiras mais evidentes da área, é uma via de classe zero, ou seja, não pode haver nenhum acesso direto a ele, a não ser por algumas rodovias específicas. Nesse trecho em particular, o projeto do Rodoanel prevê uma alça de acesso direto para o Aeroporto Internacional de Guarulhos. A partir desse princípio o plano compreende este caráter isolado e o enfatiza criando uma faixa de reflorestamento ao longo de seu trajeto. Também é um movimento importante da proposta o redesenho a alça do Rodoanel especialmente no seu trecho final em que deve se conectar com o viário interno do Aeroporto; neste ponto contorna-se a malha urbana levando esta via para uma área ociosa dentro do Aeroporto e designando para ela um caráter exclusivo de escoamento de produtos e mercadorias.

45

Arco Baquirivu - TFG 2017 | Orientador: Claudio Manetti


Arco Baquirivu - TFG 2017 | Orientador: Claudio Manetti

46


B: Linha 13 -Jade / CPTM

sua várzea; os alagamentos e enchentes que ocorrem atualmente nessa via e nas suas imediações, devido à retificação e à um mal

Com o projeto existente e em contrução da CPTM para

planejamento da drenagem; e da necessidade de aproximar essa

a linha 13-Jade, que fará a conexão da cidade de São Paulo com o

via do tecido urbano existente. Ainda sobre a realocação, esse

Aeroporto Internacional de Guarulhos, a área de estudo seria mui-

movimento assume a barreira existente entre o Aeroporto e a ci-

to favorecida pela presença de uma estação como essa. De acordo

dade criando entre eles uma faixa de transição. O redesenho, por

com os dados da própria CPTM, uma estação no bairro de Taboão

sua vez, refere-se à potencialização do fluxo e dos usos dessa via

está prevista, estação Jardim dos Eucaliptos, entre a estação do

e à adequação do seu traçado com a topografia. Dessa maneira, a

Aeroporto e a estação no bairro São João. O Plano Arco Baquiri-

reestruturação desse eixo longitudinal garante que a cidade seja

vu prevê que essa estação seja realocada, de maneira que sejam

servida devidamente e que suas partes estejam interligadas.

beneficiados tanto o transporte pela localização privilegiada em

A análise do território possibilitou também localizar vias

relação ao Aeroporto (estando de frente para os terminais 2 e 3

coletoras, como por exemplo a Estrada do Elenco, e locais de mais

para passageiros), quanto a população pela possibilidade de fazer

importância e de maior fluxo para a proposição de uma reestrutu-

viagens mais rápidas até a capital ou mesmo para outros pontos

ração desses eixos longitudinais e transversais, como forma de

de Guarulhos. É importante mencionar que a linha 13-Jade possui

melhorar as condições de tráfego e de não sobrecarregar o siste-

trajeto elevado e esse caráter é mantido, tirando partido dele, em

ma viário principal (que hoje, é a única alternativa da população).

toda sua extensão dentro do Plano Arco Baquirivu.

O Plano Arco Baquirivu faz um grande movimento ao criar uma via coletora respeitando o relevo nomeada de Avenida Baquirivu-

C: Vias Estruturadoras

-Guaçu que faz a ligação entre a via Jamil João Zarif e a Estrada do Elenco, sendo a principal porta de entrada para a nova urbanização

A rua Jamil João Zarif é atualmente a principal via que co-

proposta e distribuindo os fluxos a partir dela para o interior dos

necta os bairros, sendo uma das únicas vias que faz a interligação

bairros. Vale comentar que algumas vias locais são alargadas, tam-

entre o centro de Guarulhos e o norte e o leste do município. Por

bém nesse sentido de melhorar a mobilidade e a interligação entre

isso é comum ter um tráfego intenso de carros, ônibus e pedestres,

bairros.

e por estar junto ao Rio Baquirivu é sempre afetada por enchentes em dias de chuva forte ou nos períodos de cheia. Assim, o primeiro movimento é fundamental para o desenvolvimento do Plano Arco Baquirivú, e se dá na realocação e no redesenho dessa via estrutural, mantendo seu caráter de uso comercial e misto e sua importância para a cidade. A realocação da via refere-se à questão ambiental que se coloca sobre esse território: a retificação do Rio Baquirivu, desconsiderando suas margens e

47

Arco Baquirivu - TFG 2017 | Orientador: Claudio Manetti


Mapa 8: Proposta para nova estação do CPTM na linha 13, Jade Fonte: Mapa elaborado pela equipe, maio 2017

Arco Baquirivu - TFG 2017 | Orientador: Claudio Manetti

48


D: Ônibus Em relação ao transporte público, depois de analisada a situação atual e considerando as intervenções propostas, optou-se por manter as linhas existentes - sendo elas quatro que circulam regularmente e mais duas que circulam em horários de pico - e expandir o trajeto e capacidade delas, como forma de atender não somente a demanda atual como também a futura que está sendo criada pelo Plano, além de garantir uma maior interligação entre os bairros, tanto entre si como com o restante da cidade. Na via Jamil João Zarif é criado um corredor de ônibus e uma parada estruturadora chama de Ponto de Apoio Modal, na qual permite comportar os diversos fluxos e facilitar a baldeação entre as linhas.

49

Arco Baquirivu - TFG 2017 | Orientador: Claudio Manetti


Mapa 9: Proposta para novas linhas de ônibus Fonte: Mapa elaborado pela equipe, maio 2017

Arco Baquirivu - TFG 2017 | Orientador: Claudio Manetti

50


E.

Ciclovia

Para incentivar o uso de bicicletas como um meio de transporte, principalmente para aqueles que não podem pagar diariamente pelo transporte público, a ciclovia é contemplada na proposta como um modal complementar na reestruturação do sistema viário. Seu trajeto é “periférico”, pois se dá nas bordas do recorte de estudo, acompanhando os cursos d’água e criando esses eixos transversais de comunicação entre o desfecho da cidade, aproximando-se da Serra da Cantareira, e a faixa de caráter metropolitano, próximo ao Aeroporto. Conta também com algumas conexões longitudinais, acompanhando vias importantes nos bairros, como por exemplo a Estrada do Elenco e a própria Jamil J. Zarif. É dessa associação entre o transporte público e a ciclovia e da priorização do pedestre que surge o Ponto de Apoio Integrado, ou PAI, que seria um espaço com mobiliário específico para atender aos usuários de ônibus, ciclistas e pedestres.

51

Arco Baquirivu - TFG 2017 | Orientador: Claudio Manetti


Mapa 10: Proposta para rede cicloviária Fonte: Mapa elaborado pela equipe, maio 2017

Arco Baquirivu - TFG 2017 | Orientador: Claudio Manetti

52


2.2.4  PLANO DE ZONEAMENTO Os usos foram setorizados considerando-se o sistema viário como estruturador, e desta forma o adensamento populacional se relaciona ao potencial de mobilidade urbana de cada área, levando em consideração em qual escala se está inserido. Desta maneira, as áreas a margem das vias coletoras, ou seja, com maior trânsito de pessoas, destinam-se ao uso predominantemente misto, sendo a mais adensada com média de 400 hab./ha. Em contraposição, a região mais interna do bairro, possui um uso preferencialmente residencial, possuindo assim um menor adensamento, de algo no entorno de 200 hab./ha. A área adjacente as vias principais, como a Av. Jamil João Zarif, permaneceu com suas características comerciais, pois possui importância municipal e se estende até o centro.

Foto 4: Avenida Jamil João Zarif - Atualmente Fonte: Acervo Equipe, março 2017

53

Arco Baquirivu - TFG 2017 | Orientador: Claudio Manetti


Mapa 11: Plano de Zonemaneto Fonte: Mapa elaborado pela equipe, maio 2017 Arco Baquirivu - TFG 2017 | Orientador: Claudio Manetti

54


2.2.5 ÁREAS DE REALOCAÇÃO Em função da reestruturação viária e da segurança, saúde e bem-estar da população, o plano prevê que algumas comunidades sejam removidas e realocadas dentro da área destinada à habitação da proposta. O recorte possui duas faixas principais de remoção, a primeira ao longo do Córrego Água Suja, e a segunda na Favela das Malvinas. No total, são aproximadamente 1.140 famílias, o que dá algo em torno de 4.560 pessoas a serem realocadas, e que hoje encontram-se ocupando regiões cuja topografia é acidentada, ou lugares que correspondem à várzea do Rio Baquirivu, com alagamentos frequentes mesmo nas margens de córregos. Faz-se necessário que essas pessoas sejam devidamente contempladas dentro da proposta por um planejamento estratégico de remanejo e realocação, retirando-as de áreas de risco e fornecendo a elas áreas propícias para habitação, ao mesmo tempo preservando os recursos hídricos e o suporte biofísico dessa região estudada. Foto 5: Exemplo Situação Precária Atual

Fonte: Google Street, fevereiro 2017

55

Arco Baquirivu - TFG 2017 | Orientador: Claudio Manetti


Mapa 12: Área de realocação proposta Fonte: Mapa elaborado pela equipe, maio 2017 Arco Baquirivu - TFG 2017 | Orientador: Claudio Manetti

56


2.3 CONFLITOS ENTRE ESCALAS: PONTOS DE FORÇA

identidade local já construída. 3. A faixa mais ao norte, ao pé da Serra da Cantareira, possui caráter local, de forma que se enfatize a fixação dos moradores

A essência deste plano urbanístico se estabelece principal-

e afinidade dos moradores para com seu próprio bairro, finalizando

mente entre as relações de escala. Em macro escala predomina-se

uma desaceleração do tecido urbano até a nova área de refloresta-

uma transposição longitudinal, na qual compreende-se as fragilida-

mento abaixo do novo Rodoanel, evitando a ocupação irregular no

des do recorte para com o município de Guarulhos, e consequente-

local.

mente, a região metropolitana de São Paulo. Enquanto em micro-

Dentro dessas faixas constatou-se, como resultado da lei-

escala, o trecho limitado pelos Córregos Capão da Sombra e Água

tura, nós que funcionam como pontos de forças nas confluências

Suja permanece estrangulado por barreiras físicas intransponíveis

viárias. Como caracterização da desaceleração citada, funcionam

como a Serra da Cantareira e novo Rodoanel ao norte, e aeropor-

como nós articuladores mais ao sul até os nós de desfecho aos pés

to de Guarulhos ao sul. Entendendo a dimensão dessas barreiras,

da Serra da Cantareira, relacionando-se sempre com a mudança de

o plano trabalha de uma maneira que não se nega sua presença e

escala.

trabalha a transposição transversal fazendo uso das margens dos

A soma desses pontos e faixas de forças resultam em regi-

próprios córregos, contribuindo para a fixação e construção de

ões para potenciais intervenções na área. A zona regional é enten-

uma identidade por parte dos moradores.

dida como local para potenciais projetos que trabalham os entra-

A partir da constatação das barreiras estabeleceu-se uma

ves ambientais como elemento da paisagem, estabelecendo uma

estratégia para que o plano siga uma vertente de desaceleração

área própria para o alagamento, por exemplo. Por sua importância

desde o Aeroporto até a Serra da Cantareira, dividindo a área em

em escala, reconhece-se as possibilidades de intervenções atre-

três faixas de força: Regional, Municipal e Local. A confluência das

ladas a algo caracterizado como “âncoras cívicas” (GANG, Studio),

vias nas mesmas três escalas foi determinante para a caracteriza-

como um espaço público, de encontros e uso coletivo.

ção das faixas.

A zona municipal organiza as conexões entre bairros, e por

1. A faixa regional desenha o contorno norte do aeroporto,

isso se torna um espaço de potencial para projetos relacionados

no qual se destaca o encontro do CPTM (regional), Avenida Jamil

desde o setor de transporte ou articulação como até diferentes

Zarif (municipal) e novas vias a partir do desenho do plano (local).

serviços públicos constatados como demanda também para os

Essa primeira faixa se diferencia por ser um centro de trânsito e

bairros do entorno imediato. Desta forma, por último, destaca-se

por estabelecer relação com a dinâmica do próprio aeroporto além

a zona local como resultado da escala em que está inserida, en-

do bairro em si.

fatizando a desaceleração com intervenções de uso próprio para

2. A faixa municipal é essencial para a conexão entre os

os moradores do bairro, reafirmando o tecido já existente. Assim,

bairros vizinhos, Taboão e São João. Nela se constrói novas estru-

acredita-se evitar a ocupação em áreas não apropriadas e de risco,

turas viárias que garantem acesso suficiente, de forma que haja

como abaixo no Rodoanel.

conexão entre o município como um todo, mas que permaneça a

57

Arco Baquirivu - TFG 2017 | Orientador: Claudio Manetti


Mapa 13: Mapa de Pontos de Força Sob o Plano Fonte: Mapa elaborado pela equipe, maio 2017 Arco Baquirivu - TFG 2017 | Orientador: Claudio Manetti

58


O entendimento gráfico do plano envolve diferentes escalas

firmando os entraves ambientais e físicos encontrados na região.

que trabalham diferentes áreas de atuação, não se limitando ao

O primeiro recorte determina a transferência da escala in-

recorte estabelecido entre os córregos. O tripé urbano constituí-

ternacional (representada pelo Aeroporto de Guarulhos) à regio-

do pelo setor social, espaço público e transporte são base para a

nal. Localiza-se nessa transição um nó entre a nova Estação Baqui-

idealização dos projetos que podem ser concluídos à curto e longo

rivu do CPTM e o Ponto de Apoio Modal, que configuram eixos de

prazo. As intervenções que podem ser facilmente estabelecidas

deslocamento entre si e locais de permanência que transpõem a

à curto prazo, com a participação da própria população, trabalha

nova reserva hídrica e ambiental, distanciando o equipamento do

como suporte para se concretizar as intervenções à longo prazo,

aeroporto com o bairro. O recorte A apresenta-se como o mais

tornando o plano o mais próximo possível de algo completo e fac-

complexo entroncamento, envolvendo escalas macros de diferen-

tível.

tes demandas. Desta forma, contempla projetos estruturadores que recebem os visitantes estrangeiros, sem negar a identidade lo-

2.3.1 DE PONTOS DE FORÇA À TRANSIÇÕES DE ESCALA

cal, como área hoteleira, centro de integração estrangeira e apoio à cultura. A faixa intermediária é principalmente reconhecida como área de conexão interbairros, e por isso configura no plano uma

A existência da Serra da Cantareira e do novo Rodoanel ao

região que apresenta equipamentos praticamente inexistentes

Norte e o Aeroporto Internacional de Guarulhos ao Sul resulta no

na área envoltória norte do aeroporto. O recorte B é localizado na

estrangulamento da região e por isso, reafirma-se a necessidade

confluência entre as vias de escala municipal e local, e por isso es-

de desacelerar a cidade em direção a serra. A configuração do novo

tabelece locais para novos equipamentos nos vazios urbanos en-

plano viário determina novas confluências e consequentemente

contrados, como forma de requalificação e estruturação de novos

pontos de força, que representam desde nós de articulação até

fluxos.

nós de desfecho.

A faixa localizada mais ao Norte marca o final da desacele-

Os pontos estabelecem faixas que dividem o projeto em suas

ração, pois é limitada pela Serra da Cantareira. Desta forma, todos

três escalas urbanas: regional, municipal e local, caracterizando a

os equipamentos estruturam para o recorte C algo que enfatize a

mencionada desaceleração (Mapa 11). As três confluências viárias

fixação e identidade local da população que ali habita. Destinou-se

que mais se destacam estão ao longo da Avenida Baquirivu-Guaçu

uma área maior de cultivo de produção agrícola ao final do tecido

e se sobressaem como pontos de forças principais, localizando

urbano, como forma de prevenção à expansão da cidade e desta

também as áreas de transição de escala. As mesmas enfatizam a

maneira entende-se por necessária a presença de uma cooperativa

diretriz de desaceleramento, abrigando projetos estruturadores

agrícola sede na região.

que reafirmam e respeitam as escalas em que estão inseridos. O estudo urbano baseado na mudança de escala contribui para um tecido urbano menos fragmentado e contínuo, entendendo e rea-

59

Arco Baquirivu - TFG 2017 | Orientador: Claudio Manetti


Gráfico 6: Diagrama de ações urbanas e prazos a serem contemplados. Fonte: Diagrama elaborado pela equipe, abril 2017

Arco Baquirivu - TFG 2017 | Orientador: Claudio Manetti

60


61

Arco Baquirivu - TFG 2017 | Orientador: Claudio Manetti


0 3/

recortes

Arco Baquirivu - TFG 2017 | Orientador: Claudio Manetti

62


63

Arco Baquirivu - TFG 2017 | Orientador: Claudio Manetti


ESCALA LOCAL COLETA E COMPOSTAGEM POSTO DE SAÚDE CENTRO DE APRENDIZAGEM AGRO+URBANO

ESCALA MUNICIPAL ASSOCIAÇÃO DOS MORADORES ESCOLA DE OFÍCIOS ESCOLA INFANTIL INSTITUTO DE ARTES PERFORMÁTICAS MERCADO DO PRODUTOR CENTRO DE SAÚDE

ESCALA REGIONAL HABITAÇÃO SOCIAL CENTRO DE APRENDIZAGEM E CONVIVÊNCIA CASA BRASIL PONTO DE APOIO MODAL PAVILHÃO DO MOVIMENTO

ESTAÇÃO BAQUIRIVU -CPTM HOTEL ÁREA DE APOIO Mapa 14: Mapa Projetos Estruturadores Fonte: Mapa elaborado pela equipe, junho 2017

Arco Baquirivu - TFG 2017 | Orientador: Claudio Manetti

AO VISITANTE

64


3.1 RECORTES: INTERVENÇÕES 3.1.1 RECORTE A: DO INTERNACIONAL AO REGIONAL As intervenções no recorte A tem o papel de solucionar a transição entre grandes equipamentos que atendem a metrópole e o próprio município de Guarulhos. A morfologia local cria uma situação de risco para a área do recorte atualmente, por estar inseri-

Foto 6: Vista Aérea do Recorte A Fonte: Google Earth, 2017

do na região de várzea do Baquirivu e por isso, sofrer alagamentos constantes. Entre a área predominantemente plana se localiza um entrave ambiental em destaque, uma grande rocha que atua como reforço na fragmentação urbana atual. A problemática do recorte A atualmente também se soma ao fato de uma ocupação irregular inteira (favela Malvinas) estar localizada na área de várzea do Rio Baquirivu, o que resulta em uma situação de risco para aproximadamente 800 famílias que vivem constantemente sofrendo com os danos das enchentes. Além desse fato, no cenário atual a rua Jamil João Zarif se apresenta em destaque por seu caráter de comércio, e funciona como uma dinâ-

Foto 7: Av. Jammil João Zarif

mica conflituosa entre pedestres, automóveis particulares, trans-

Fonte: Google Street, fevereiro 2017

porte coletivo e fluxo com o aeroporto.

Foto 8: Entrada Favela das Malvinas Fonte: Google Street, fevereiro 2017

65

Arco Baquirivu - TFG 2017 | Orientador: Claudio Manetti


PLANO PARA RECORTE A

Mapa 15: Mapa Propostas Recorte A Fonte: Mapa elaborado pela equipe, junho 2017

Arco Baquirivu - TFG 2017 | Orientador: Claudio Manetti

66


A. Realocação de Habitantes em Situação Irregular/ De Risco

• ÁREA DE APOIO AO VISITANTE: Devido à proximidade com o aeroporto e a estação do CPTM, uma área de suporte ao visitante é necessária. Nela reúnem-se

A intervenção se inicia com a relocação destes moradores

diversos programas comerciais, de serviço, lazer, e

que se encontram em áreas passíveis de alagamento ou reserva

hospedagem, o que reforça transposição do internacional

ambiental e hídrica, assim como em topografia não apropriada a

para o regional. A relação deste espaço com a estação

ocupação.

CPTM gera uma área de convergência pedonal. • INTEGRAÇÃO AO MIGRANTE: Com o papel de integrar o migrante à sua nova comunidade, o equipamento é

B. Intervenção na Avenida Jamil João Zarif

implantado em um local estratégico, entre o aeroporto e Atualmente a principal conexão da parte leste de Guarulhos

o bairro com caráter mais local. O projeto funciona como

com o restante da cidade margeia o rio Baquirivu, se encontra em

um primeiro auxílio e uma forma para conhecer e conviver

situação de risco de alagamento. A intervenção realoca esta ave-

no novo país/cidade para quem acaba de chegar.

nida para uma área mais propícia a ocupação e propõe sua amplia-

• CENTRO DE APRENDIZADO E CONVIVÊNCIA: Situado na Rocha, o desafio do equipamento é fazer esta

ção, com corredor de ônibus e calçadas mais largas.

transposição do elemento natural para os pedestres, assim como funcionar como uma porta de entrada para os

C. Criação de Projetos Estruturadores • ESTAÇÃO CPTM: Com a construção da linha 13 da CPTM, é essencial para a área a proposta de uma estação no eixo do arco, fazendo o papel de integração de fluxos da Metrópole com a área, inserindo-a dentro do

habitantes do local, com um programa de atividades que dão suporte a formação dos moradores e ser também um ponto de encontro entre eles. Além de criar uma conexão entre o que há atrás e na frente da rocha.

munícipio. • PONTO DE APOIO MODAL: Mantendo a ideia de um fluxo contínuo, a criação de um ponto de apoio modal tem o papel de relacionar o espaço de transporte público com áreas de serviço e permanência, trabalhando como um espaço de encontro para a população. • ESPAÇO DE APOIO CULTURAL: Dentro da área de reserva, a partir da falta e demanda de equipamentos culturais na região é proposto este volume com intenção de convidar quem transpõe o parque em seu dia a dia, assim como quem é de fora para conhecer o parque.

67

Arco Baquirivu - TFG 2017 | Orientador: Claudio Manetti


Foto 9: Vista Aérea Intervenção Recorte A Fonte: Montagem elaborada pela equipe, 2017

vivência. Foto 10: Vista Aérea Recorte B Fonte: Google Earth, 2017

3.1.2 RECORTE B: DO REGIONAL AO MUNICIPAL O recorte B está inserido na faixa municipal do plano, fazendo a transição entre a faixa regional e a local. Atualmente, a área se caracteriza por ter grandes áreas verdes livres, porém sem relação com a parte urbanizada, uso predominantemente residencial, mesmo em vias coletoras, e gabarito de no máximo dois pavimentos. A situação atual dessa área é precária pela falta de conexão entre o município, estando isolada e quase sem receber infraestrutura mínima. A falta de equipamentos básicos no recorte B enfatiza ainda mais essa situação, além do fato do transporte público não alcançar essa área central da região estudada no plano. O recorte B se apresenta como o de topografia mais acentuada na área do Aeroporto até a Serra da Cantareira. É também caracterizado por vias locais estreitas, sem infraestrutura adequada

Foto 11: Via Local Recorte B Fonte: Google Street, fevereiro 2017

nas vias, e calçamento que desvaloriza o passeio de pedestres e ciclistas, tornando difícil a passagem até mesmo para automóveis, além de não incentivar o uso da rua como espaço público, de con-

Arco Baquirivu - TFG 2017 | Orientador: Claudio Manetti

68


PLANO PARA RECORTE B

Mapa 16: Mapa Propostas Recorte B Fonte: Mapa elaborado pela equipe, junho 2017

69

Arco Baquirivu - TFG 2017 | Orientador: Claudio Manetti


A. Intervenção Atual Estrada do Elenco

todo, já que o recorte B se destaca por possibilitar a conexão interbairros.

Reforçar e reestruturar a Estrada do Elenco, que seria o eixo

• MERCADO DO PRODUTOR: De acordo com a proposta

central do plano, através de um redesenho para passagem confor-

de plantio e produção, que nessa faixa municipal se dá

tável e acessível a qualquer meio de transporte, inclusive o passeio

por pontos de plantios localizados em pequenos vazios

de pedestres. Além disso, uma nova conexão entre a Estrada do

urbanos – área laranja do mapa – há a necessidade de

Elenco e a Avenida Jamil João Zarif a sul é criada, afim de reforçar

uma área de encontro e comércio entre os produtores e a

ainda mais a conexão norte-sul já existente da via. É importante

população, por isso o espaço de um mercado do produtor

ressaltar também, que há a proposta de um Ponto de Apoio Inte-

foi proposto.

grado na área, que servirá de recepção e chegada ao local, contri-

• ESCOLA

PROFISSIONALIZANTE:

Um

espaço

buindo também para a formação de uma área pública com qualida-

profissionalizante que atende a diferentes atividades

de.

econômicas, como a produção agrícola proposta e principalmente atividades relacionadas a indústria

B. Criação de Projetos Estruturadores

aeroportuária do entorno. A escola incentivará a criação de uma identidade por parte da população, que passa

A partir do adensamento proposto e da densidade popula-

a entender quais recursos são encontrados no bairro

cional já existente - devido ao CDHU localizado na área – e por se

em que vivem, sem precisarem migrar para áreas mais

apresentar como espaço aonde ocorrerá as principais conexões

consolidadas do munícipio.

com os bairros vizinhos, desestimulando o isolamento existente

• ESCOLA DE CIRCO E TEATRO:Unindo a demanda por um

atualmente, as demandas pelos seguintes programas foram en-

espaço público nessa escala municipal e o desejo de um

contradas:

espaço de arte e cultura, há a proposta de uma escola de

ESPAÇO DA CRIANÇA: Área infantil próxima a uma nascente e área verde, trazendo desde cedo essa relação humana com a natureza. Contribuindo com a falta de equipamentos educacionais nessa área, e atendendo à demanda para o número de crianças constatado nas pesquisas.

• CENTRO DE SAÚDE E PREVENÇÃO: Espaço de conscientização e assistência social para a população. Também necessário para atender ao déficit de equipamentos para a saúde nessa região e nos bairros vizinhos, podendo contribuir com o munícipio como um

Arco Baquirivu - TFG 2017 | Orientador: Claudio Manetti

circo e teatro, que estaria localizado na área de uma escola desativada. A escola complementaria equipamentos de circo já existente no bairro do entorno, acentuando esse aprendizado e contato com a arte. • CENTRO ESPORTIVO: Fazendo uso de um espaço já existente, o centro esportivo servirá como forma de reativação da estrutura de uma escola desativada que possui infraestruturas passíveis de uso, como as quadras esportivas. O projeto tem como objetivo atender também aos bairros vizinhos enfatizando a escala municipal em que está inserido.

70


Foto 12: Vista Aérea Intervenção Recorte B Fonte: Montagem elaborada pela equipe, 2017

Foto 13: Vista Aérea Recorte C Fonte: Google Earth, 2017

No contexto dessa região observa-se a proximidade a um

3.1.3 RECORTE C: DO MUNICIPAL AO LOCAL

conjunto habitacional (figura 3) situado num terreno de 24.200m² e um valor estimado de 2590 habitantes (740 famílias), que enaltece

Em relação à principal via Avenida Baquirivu-Guaçu, propos-

significativamente a dinâmica populacional da região, já que maior

ta para a reestruturação do bairro, conectando desde a Avenida

parte dos lotes dentro do recorte C corresponde a edifícios de até

João Jamil Zarif até a Estrada do Elenco, o Recorte C aponta para o

dois pavimentos, com uma média de 3,5 habitantes por domicílio

trajeto mais afastado da via em relação ao Aeroporto de Cumbica,

(IBGE, 2010).

onde o bairro se aproxima da Serra da Cantareira conectando-se à região leste ao Córrego da Água Suja.

Embora o CDHU não pertença ao Recorte definido para o estudo de projeto, vale lembrar que o contraste demográfico entre

Caracterizado como local de recepção ao novo bairro pela

as regiões contribui de maneira significativa para a dinâmica dos

transposição sobre o córrego, o recorte C engloba a região do Jar-

fluxos automotivos tanto no Recorte C e B, trazendo uma maior

dim Munira, e parcialmente as regiões do Jardim Oliveira e Jardim

necessidade de infraestrutura de qualidade ao bairro e equipa-

Bananal; apresenta três equipamentos principais que atendem às

mentos que forneçam educação e trabalho dignos a todos esses

necessidades locais, sendo duas escolas públicas e um mercado

habitantes.

(figura 2).

71

Arco Baquirivu - TFG 2017 | Orientador: Claudio Manetti


Foto 14: Vista Aérea Recorte C Fonte: Google Earth, 2017

Foto 15: Vista Aérea Intervenção Recorte C Fonte: Montagem elaborada pela equipe, junho 2017

A presença do trecho do Rodoanel Norte as margens da região fazem com que este se configure como elemento de poluição sonora, contaminação das condições ambientais e periculosidade em relação às transposições peatonais indesejadas. Sendo assim, o equipamento faz com que sejam necessárias medidas que limitem a expansão urbana e minimizem os efeitos da poluição trazidos pelo mesmo. Dentro do contexto de Desaceleração proposto pela equipe, o recorte C representa a região mais local do bairro. O traçado original das vias é preservado e requalificado de modo a garantir uma valorização do território, ainda que em menor escala. Como forma de Recepção aos transeuntes, o Ponto de Apoio Integrado (PAI) é instalado ao final da Estrada do Elenco, na entrada ao bairro, de modo a oferecer um ponto de praça onde as pessoas podem disfrutar de um espaço livre com bancos, bebedouro e local adequado para estacionar bicicletas temporariamente.

Arco Baquirivu - TFG 2017 | Orientador: Claudio Manetti

72


PLANO PARA RECORTE C

Mapa 17: Mapa Proposta Recorte C Fonte: Mapa elaborado pela equipe, junho 2017

73

Arco Baquirivu - TFG 2017 | Orientador: Claudio Manetti


A. Reestruturação do Sistema Viário

também para auxiliar nas produções agrícolas.

C. Reflorestamento Como Desenho da Borda da Ci-

O traçado da ciclovia que se inicia no Recorte A parte para as regiões de maior altitude do território adentrando o Recorte C

dade

a partir da conexão do Rio Baquirivú com o Córrego da Água Suja pela sua margem oeste próximo ao tecido urbano até a praça de

Na região norte ao bairro, onde há a necessidade de um controle para o desfecho da desaceleração em virtude da presença do

recepção do bairro.

Rodoanel, o plantio agrícola associado à área de reflorestamento

B. Áreas Destinadas ao Plantio Agrícola - Pequeno Produtor

são estratégias de cunho ambiental utilizados de modo a conter o avanço do tecido urbano e o atravessamento de transeuntes. A técnica de reflorestamento, por sua vez, é utilizada não

Como forma de reestruturação e minimização dos pro-

apenas como estratégia de desaceleração, mas principalmente

blemas causados por deslizamentos e inundações provindos do

como uma barreira de contenção da poluição sonora e visual dos

córrego da Água Suja, cerca de 385 famílias (1350 pessoas) foram

impactos causados pelo Rodoanel, que ao enraizar no solo impede

realocadas de suas margens para as novas quadras habitacionais

desastres ambientais por erosão.

propostas no território. Neste local, onde a população é removida, localizam-se es-

D. Criação de Projetos Estruturadores

paços de cultivo agrícola como forma de tomar proveito do solo aluvião principalmente para o cultivo irrigado disposto conforme

O projeto a ser implantado nessa região,corresponde a uma

a técnica de terraceamento, que confere a plantação sobre peque-

Cooperativa Agrícola em que a população poderá tomar contato

nos platôs, permitindo a retenção de água para a plantação de es-

com essas novas estratégias de plantio ao pequeno agricultor,

pécies aquáticas.

onde serão instruidas sobre a maneira de lidar com a agricultura

Nesse desfecho do tecido urbano é instaurada uma faixa de

trazendo a concientização das diferentes formas de produzir ren-

30 metros de área de plantio agrícola a norte da área urbanizada

da com o trabalho rural; reensinando o valor da natureza aos visi-

do bairro resultando em 1,5 hectare. Desse modo, concebe-se um

tantes do edifício.

local apropriado para o cultivo em larga escala enquanto minimiza o interesse dos moradores pelo avanço da ocupação.

Novo equipamento destinado à saúde, é um pequeno posto que visa atender à população local de maneira rápida, garantindo o

Como forma de controlar as inundações causadas pelo

acesso fácil para quem mora aos pés da Serra da Cantareira e não

córrego, propõe-se a implantação de uma barragem (figura 6) de

pode estabelecer conexão de forma rápida com os equipamentos

modo a estabelecer uma área de alagamento permanente capaz

de saúde localizados mais ao sul.

de conter sua vazão, sem interromper o curso por onde o leito fluvial deve seguir. A nova área própria para alagamento contribui

Arco Baquirivu - TFG 2017 | Orientador: Claudio Manetti

74


3.2 COMPLEMENTOS E REVISÕES DO PLANO URBANÍSTICO

diretamente com seu entorno imediato. O PAM, ao ser realocado e em decorrência das soluções projetuais adotadas, acabou por alterar o desenho do eixo pedestrial proposto, que conecta o Aeroporto aos bairros ao norte de Guaru-

Em face da mudança de escala que cada membro da equipe

lhos através da Reserva Ambiental. Outros fatores também foram

fez para se debruçar ao projeto individual, algumas alterações e re-

responsáveis por uma revisão nesse desenho, como o acerto dos

visões no Plano Urbanístico foram necessárias. Essas alterações

projetos com o relevo do local, a localização da Bacia de Retenção,

serão comentadas de acordo com os recortes de aproximação.

alocada um pouco mais a sul respeitando a topografia, e também o paisagismo, o novo desenho inclui duas áreas cobertas ao longo do eixo para dar suporte aos pedestres que por ali transitariam e

3.2.1 RECORTE A

algumas alterações nos canteiros.

Pode-se dizer que a grande força geradora e organizadora do Plano é a reestruturação da malha viária e do transporte público, portanto, é fundamental que ambos estejam adequadamente projetados para o bom funcionamento do plano como um todo. Dessa forma, a primeira revisão se deu em função da relação entre o ”Ponto de Apoio Modal” (PAM) e a via proposta que interliga a rua Jamil João Zarif e a Estrada do Elenco. Ao compreender os fluxos e necessidades do transporte público, a equipe teve que redesenhá-la e reposicionar o PAM, em vista da melhoria do tráfego e da circulação. Essa alteração, evidentemente, repercutiu no traçado urbano que havia sido proposto anteriormente, assim essa nova malha também teve que se adequar às mudanças Nesse processo, os projetos “Centro de Aprendizagem e Convivência” e “Casa Brasil” foram privilegiados, pois ambos agora possuem uma de suas faces voltadas para esse grande eixo estruturador. Devido a esse entendimento mais concreto acerca do transporte, a via Jamil João Zarif teve sua tipologia viária alterada, ficando estabelecido, portanto, um corredor central exclusivo de ônibus. Já o PAM,

Imagem 10: Recorte A - Eixo estruturador Fonte: Esquema elaborado pela equipe, outubro 2017

seu reposicionamento fez com que o programa se dividisse entre fluxo de pedestres e modais de transporte, relacionando-se mais

75

Arco Baquirivu - TFG 2017 | Orientador: Claudio Manetti


3.2.2  RECORTE B Com um maior aprofundamento na área de estudo foram descobertas duas nascentes próximas à Estrada do Elenco. Por esse fator o Instituto de Artes Performáticas (IAP), o mercado e o equipamento de saúde foram realocados no mesmo eixo mais ao sul. Por meio dessa nova conformação das implantações estabelece-se uma nova relação entre o IAP e a Escola de Ofícios. Antes se constituía uma relação bem próxima, onde os projetos se conversavam fortemente, agora tem uma associação mais distante um do outro, caracterizando um vazio entre eles. A partir disso foi pensado uma conexão na qual há um alargamento da calçada gerando uma praça longitudinal que também desempenha um papel de mirante para a vasta natureza que se desdobra a partir da via e que se integra aos projetos. Reconhecendo que a via que leva até o equipamento de educação infantil provem dessa nova praça, alocou-se um Ponto de Apoio Intermodal (PAI), pois a partir deste notou-se que há um acesso rápido e fácil para todos os equipamentos da área, e também para o PAM e CPTM, permitindo conectar-se tanto com a escala municipal, como regional.

Imagem 11: Recorte B - Esquema de fluxos e nascentes Fonte: Esquema elaborado pela equipe, outubro 2017

Arco Baquirivu - TFG 2017 | Orientador: Claudio Manetti

76


3.2.3 RECORTE C De acordo com a revisão do plano vide as discussões propostas para o recorte C, o traçado cicloviário é reestudado e redimensionado conforme a disposição junto às calçadas, não sendo influenciado pelas mudanças ocorridas na Estrada do Elenco. Conforme investigação das áreas mais propensas à alagamentos, são propostas duas novas barragens ao longo do Córrego da Água Suja. A primeira tem como objetivo fornecer espaço (m³) para a vazão após o encontro de duas linhas de drenagem; e a segunda funciona como bacia de retenção, controlando o fluxo fluvial adiante. Com isso, ao cultivar agricultura às margens do córrego, não há necessidade da técnica de terraceamento, já que as propriedades deste tipo de solo são favoráveis à outros tipos de produção. Ao norte de C, a estratégia de contenção do tecido urbano através das áreas de cultivo agrícola precisou ser revisada em virtude da topografia acidentada e do solo montanhoso na cabeceira do Rodoanel Norte, que impossibilitariam qualquer tipo de agricultura em larga escala. Desse modo, as áreas de reflorestamento expandiram-se como única borda entre malha urbana e Rodoanel Norte. Tendo em vista a diminuição destas áreas de cultivo bem como a proporção das áreas produtivas do plano, o projeto que estava proposto como “Cooperativa Agrícola” passa a ser um “Centro de Aprendizagem do Cultivo Agro-Urbano”. Sendo assim, a agricultura é dividida exclusivamente entre a escala do lote, em hortas urbanas; e o ensino da produtividade agrícola sobre o cultivo às margens do Córrego da Água Suja. Aliado a este projeto e à produção em vazios urbanos, surge também um “Espaço de Coleta e Compostagem” que oferece infraestrutura para a devida coleta e separação e resíduos, produzindo

Imagem 12: Recorte C - Relação CACAU com o entorno Fonte: Esquema elaborado pela equipe, outubro 2017

biofertilizantes a partir da compostagem do lixo orgânico.

77

Arco Baquirivu - TFG 2017 | Orientador: Claudio Manetti


Arco Baquirivu - TFG 2017 | Orientador: Claudio Manetti

78


79

Arco Baquirivu - TFG 2017 | Orientador: Claudio Manetti


04/

considerações finais

Arco Baquirivu - TFG 2017 | Orientador: Claudio Manetti

80


81

Arco Baquirivu - TFG 2017 | Orientador: Claudio Manetti


4.1 CONCLUSÃO O presente trabalho final de graduação dedicou-se a aprofundar e explanar todo o conhecimento adquirido durante os anos do curso de acordo com a temática escolhida pelo grupo. Todas as etapas e todas as discussões foram enriquecedoras para o desenvolvimento de cada membro como arquitetos urbanistas. Não obstante, o Plano Urbanístico Arco Baquirivu, por si só, se constitui num estudo de caso para as regiões periféricas das grandes urbanizações, tratando da recuperação dos recursos hídricos, da articulação dessas áreas com o restante de Guarulhos e fomentando nelas intervenções e equipamentos que gerem dinâmica urbana em uma área esquecida pelo desenvolvimento da cidade, construindo assim, paralelamente, uma pesquisa da relação entre aeroportos e a cidade ao seu redor. É importante mencionar que tanto o plano quanto os projetos estruturadores foram propostos buscando conceder melhor qualidade de vida para as pessoas, melhorar as relações urbanas entre a região norte de Guarulhos e o restante da cidade, e inserir a discussão sobre desenho do desfecho do município como um ponto estratégico dentro de planejamentos urbanos, em vista do crescimento acelerado das metrópoles. Nesse sentido, a leitura do território escolhido para estudo e o desenvolvimento do plano levaram em consideração os impactos dos equipamentos de grande porte já existentes na região e a precariedade e negligência em que vivem as pessoas que ali residem e trabalham. Propõe-se, portanto, estudo intervenções que assegurem que a região seja adequadamente inserida no contexto da cidade, se beneficiando dos equipamentos existentes e, ainda, vir a se tornar um ponto de atratividade e interesse financeiro, cultural e ambiental, colocando-a adequadamente dentro do contexto do município, da metrópole e do país.

Arco Baquirivu - TFG 2017 | Orientador: Claudio Manetti

82


83

Arco Baquirivu - TFG 2017 | Orientador: Claudio Manetti


Arco Baquirivu - TFG 2017 | Orientador: Claudio Manetti

84


85

Arco Baquirivu - TFG 2017 | Orientador: Claudio Manetti


0 5/

bibliografia

Arco Baquirivu - TFG 2017 | Orientador: Claudio Manetti

86


5.1 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

Artigos e Documentos consultados: ARANHA, V. Mobilidade na Metrópole Paulista. São Paulo em Perspectiva, Scielo Brasil. vol.19 no.4 São Paulo. 2005. Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0102-88392005000400006>. Acesso em: 01/04/2017. CAMPOS, Daniel Carlos de; OLIVEIRA, Antonio Manoel dos Santos. O quadro tecnogênico das inundações do rio Baquirivu-guaçu, Arujá e Guarulhos, SP. Quaternary and Environmental Geosciences (2014). Disnponível em: <http://revistas.ufpr.br/abequa/article/ view/35486/23351>. Acesso em: 29/03/2017. ILBANEZ, Rosana. Tratamento de esgoto em Guarulhos alivia apenas 4% da poluição do Tietê. GuarulhosWeb, 2012. Disponível em <http://www.guarulhosweb.com.br/noticia.php?nr=48082>, acesso em 25 de junho de 2017. LAB HAB, Laboratório de Habitação e Assentamentos Humanos FAUUSP. Impactos Urbanísticos do Trecho Oeste do Rodoanel Mario Covas: estudo preliminar. Julho de 2005. Universidade de São Paulo. Disponível em: <http://www.fau.usp.br/depprojeto/labhab/ biblioteca/produtos/impactos_urb_trechoeste_rodoanel.pdf>. Acesso em: 21/03/2017. Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano, Econômico e Social de Guarulhos. Prefeitura de Guarulhos. Disponível em: <http:// www.guarulhos.sp.gov.br/pagina/plano-diretor>. Acesso em: 27/03/2017. PENA, R. F. A. Terraceamento. Alunos Online, UOL. Disponível em: <http://alunosonline.uol.com.br/geografia/terraceamento. html>. Acesso em: 01/06/2017. REDAÇÃO RBA. Cinco estados concentram 65% do PIB; São Paulo perde participação. Economia. Rede Brasil Atual, 28 de Novembro de 2016. Disponível em: <http://www.redebrasilatual.com.br/economia/2016/11/cinco-estados- concentram-65- do-pib-sao-pauloperde-participacao- 9933.html>. Acesso em: 01/04/2017. REOLOM, Mônica. Altura de prédios em área de aeroportos é reduzida em até 100m. O Estado de S. Paulo, 5 de Outubro de 2015. Disponível em: <http://sao-paulo.estadao.com.br/noticias/geral,aeronautica-reduz- em-ate- 100-metros- altura-de-predios-em- area-de- aeroportos-em- sp,1774363>. Acesso em: 29/03/2017. VILLAÇA, Flávio. Rodoanel e a ideologia. Disponível em: <http://www.flaviovillaca.arq.br/pdf/RODOANEL_IDEOLOGIA.pdf>. Acesso em: 21/03/2017. VOLPE, Larissa Luciane. Análise da paisagem no entorno dos eixos viários: o exemplo do Rodoanel Mario Covas na RMSP. 2009. Mestrado - Universidade de São Paulo, Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas. Disponível em: <http://www.teses.usp.br/ teses/disponiveis/8/8135/tde-03022010- 094215/en.php>. Acesso em: 21/03/2017. YOSHINAGA, Mario. Rodoanel trecho norte: elevado ou tunel?. Arquitextos, Vitruivius. Disponível em: <http://www.vitruvius. com.br/revistas/read/arquitextos/01.008/934>. Acesso em: 20/03/2017.

87

Arco Baquirivu - TFG 2017 | Orientador: Claudio Manetti


Publicações: FERREIRA, Cesar Cunha. Guarulhos 450 anos: atlas escolar histórico e geográfico / Cesar Cunha Ferreira, Daniel Carlos de Campos, Elton Soares de Oliveira. – São Paulo: Noovha América, 2011. Guarulhos: espaço de muitos povos. – 2ª ed. – São Paulo: Noovah América, 2008. – (Série conto, canto e encanto com a minha história...). Vários organizadores. Prefeitura Municipal de Guarulhos (2011). Plano Local de Habitação de Interesse Social: Diagnóstico do setor habitacional, etapa II. Guarulhos, SP. Prefeitura Municipal de Guarulhos (2008). Plano Diretor de Drenagem. Guarulhos, SP. Secretaria dos Transportes (2010). Relatório de Impacto Ambiental – RIMA. DERSA Desenvolvimento Rodoviário S.A., Programa Rodoanel Mário Covas Trecho Norte. Governo do Estado de São Paulo. Secretaria dos Transportes (2010). Estudo de Impacto Ambiental – EIA. DERSA Desenvolvimento Rodoviário S.A., Programa Rodoanel Mário Covas Trecho Norte. Governo do Estado de São Paulo.

Sites consultados: ATLAS BRASIL. Atlas do Desenvolvimento Humano no Brasil. Disponível em: <http://www.atlasbrasil.org.br/2013/pt/ consulta/>. Acesso em: 01/03/2017. CENSO 2010: Sinopse por Setores. IBGE. Disponível em: <http://www.censo2010.ibge.gov.br/sinopseporsetores/?nivel=st>. Acesso em: 06/03/2017. Cidades: Guarulhos. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, IBGE. Censo demográfico 2010. Disponível em: <http://www. cidades.ibge.gov.br/v3/cidades/municipio/3518800/pesquisa/23/2010>. Acesso em: 16/04/2017. Complexo Viário Jacu Pêssego. DERSA. Disponível em: <http://www.dersa.sp.gov.br/empreendimentos/complexo-viario- jacu-pessego/>. Acesso em: 20/03/2017. DataGeo. Sistema Ambiental Paulista. Disponível em: <http://datageo.ambiente.sp.gov.br/>. Acesso em: 14/03/ 2017. Escolas da Rede Particular Autorizadas. Divisão Técnica de Supervisão Escolar. Secretaria da Educação, 2017. Disponível em: <http://www.guarulhos.sp.gov.br/sites/default/files/file/arquivos/escolas_particulares_ed_infantil_02_2017.pdf>.

Acesso

em:

29/03/2017. Escolas Particulares em Guarulhos – SP. TeleListas, 2017. Disponível em <https://www.telelistas.net/sp/guarulhos/ escolas+particulares>. Acesso em: 29/03/2017. Estatística e Geografia: Aspectos Físicos e Territoriais. Prefeitura de Guarulhos. Disponível em: <http://www.guarulhos.sp.gov. br/estatistica-e- geografia>. Acesso em: 01/03/2017.

Arco Baquirivu - TFG 2017 | Orientador: Claudio Manetti

88


IBGE Cidades. Disponível em: <http://ibge.gov.br/cidadesat/xtras/perfil.php?lang=_PT&codmun=351880&search=s ao- paulo|guarulhos%3E>. Acesso em: 01/03/2017. IBGE. População nos Censos Demográficos, segundo as Grandes Regiões, as Unidades da Federação e a situação do domicílio 1960/2010. Sinopse do Censo Demográfico 2010. Disponível em: <http://www.censo2010.ibge.gov.br/sinopse/index.php?dados=8>. Acesso em: 01/04/2017. IBGE. População nos Censos Demográficos, segundo as Grandes Regiões, as Unidades da Federação e a situação do domicílio 1960/2010. Sinopse do Censo Demográfico 2010. Disponível em: <http://www.censo2010.ibge.gov.br/sinopse/index.php?dados=8>. Acesso em: 01/04/2017. IBGE. População nos Censos Demográficos, segundo as Unidades da Federação e a situação do domicílio – 2010. Sinopse do Censo Demográfico 2010. Disponível em: <http://www.censo2010.ibge.gov.br/sinopse/index.php?dados=8>. Acesso em: 01/04/2017. IBGE. População residente em 2000 e 2010, por situação do domicílio, com indicação da população urbana residente na sede municipal, área total e densidade demográfica. Sinopse do Censo Demográfico 2010. Disponível em: <http://www.censo2010.ibge.gov.br/ sinopse/index.php?dados=29&uf=35>. Acesso em: 01/04/2017. IVS. Atlas da Vulnerabilidade Social. Disponível em: <http://ivs.ipea.gov.br/ivs/pt/consulta>. Acesso em: 01/04/2017. Localize uma Escola. Secretaria da Educação, Governo do Estado de São Paulo. Disponível em: <http://www.educacao.sp.gov. br/central-de-atendimento/Relat_Escola.asp?ID_DIR=037&ID_MUN=336&ID_DIST=&NM_MUN=GUARULHOS&NM_ DIST=&CD_ADM=1&Nova=1>. Acesso em: 29/03/2017.. Nossa Cidade. Guarulhos. org. Disponível em: <http://www.guarulhos.org/>. Acesso em: 08/03/2017. Praça Oito de Dezembro: Lembranças do Taboão. AAPAH. Disponível em: <http://aapah.org.br/2015/07/21/praca-oito- dezembro-lembrancas- taboao/>. Acesso em: 05/03/2017. Patrimônios de Guarulhos. AAPAH. Disponível em: <http://aapah.org.br/patrimonios-guarulhos>. Acesso em: 29/03/2017. População das Cidades Brasileiras. Popolação.net. Disponível em: <http://populacao.net.br/populacao-das- cidades-brasileiras. php>. Acesso em: 05/03/2017. População Bananal – Guarulhos. População. O maior portal sobre população brasileira. Censo 2010. Disponível em: <http://populacao.net.br/populacao-bananal_guarulhos_sp.html>. Acesso em: 16/04/2017. População São João – Guarulhos. População. O maior portal sobre população brasileira. Censo 2010. Disponível em: <http://populacao.net.br/populacao-sao-joao_guarulhos_sp.html>. Acesso em: 16/04/2017. População Taboão – Guarulhos. População. O maior portal sobre população brasileira. Censo 2010. Disponível em: <http://populacao.net.br/populacao-taboao_guarulhos_sp.html>. Acesso em: 16/04/2017. RMSP, Região Metropolitana de São Paulo. EMPLASA. Disponível em: <https://www.emplasa.sp.gov.br/RMSP>. Acesso em: 03/03/2017. Rodoanel Mario Covas. DERSA. Disponível em: <http://www.dersa.sp.gov.br/empreendimentos/rodoanel-mariocovas/>. Acesso em: 20/03/2017.

89

Arco Baquirivu - TFG 2017 | Orientador: Claudio Manetti


RODOANEL. Secretaria de Logística e Transportes, Governo do Estado de São Paulo. Disponível em: <http://www.transportes. sp.gov.br/programas-projetos_/rodoanel.asp>. Acesso em: 20/03/2017. RODOANEL NORTE. Empreendimentos DERSA. Disponível em: <http://www.dersa.sp.gov.br/empreendimentos/rodoanel-norte/>. Acesso em: 18/03/2017. WEBGEO: Lista de Informações Socioeconômicas. Prefeitura de Guarulhos. Disponível em: <http://webgeo.guarulhos.sp.gov.br/ sistema/info_socio_economica.php>. Acesso em: 08/03/2017. WIKIMAPIA, Let’s Describe the World!. CNES & ASTRIUM Spot Image, Digital Globe Landsat, 2017. Diponível em: <http:// wikimapia.org/>. Acesso em: 05/03/2017.

Arco Baquirivu - TFG 2017 | Orientador: Claudio Manetti

90


91

Arco Baquirivu - TFG 2017 | Orientador: Claudio Manetti




Turn static files into dynamic content formats.

Create a flipbook
Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.