O conceito de fato museal e o Museu da Língua Portuguesa

Page 1

Universidade de São Paulo Programa de Pós-Graduação Interunidades em Museologia III Simpósio Internacional de Pesquisa em Museologia “O futuro dos museus e os museus do futuro” São Paulo, Brasil, 07 a 09 de novembro

O conceito de ‘fato museal’ e o Museu da Língua Portuguesa Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo Rua do Lago, 876, Cidade Universitária. Butantã - São Paulo, SP. Orientação: prof. dr. Luciano Migliaccio. Apoio: profa. dra. Marilúcia Bottallo e prof. dr. Maurício Candido da Silva.

de mediar a relação entre o público e o acervo digital proposto pelo Museu por meio da utilização de recursos tecnológicos. Como resultado da interação entre os dois projetos, observa-se a presença de ambientes nos quais predominam duas características principais: a criação de espaços de imersão, contando com ambientações escuras nas quais as luzes dos dispositivos expográficos tecnológicos são valorizadas (IMAGENS 1 e 3), e a criação de espaços que dialogam com o edifício histórico no qual o Museu foi implantado (IMAGENS 2 e 4).

Autor: Bianca Manzon Lupo - mestranda em História e Fundamentos da Arquitetura e do Urbanismo na Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo (FAU USP), especialista em Museologia e Curadoria pelo Centro Universitário Belas Artes de São Paulo (FEBASP), membro do Comitê Brasileiro do Conselho Internacional de Museus (ICOM-BR), arquiteta e urbanista (FAU USP).

Introdução A definição dos princípios teóricos que delimitam a museologia enquanto disciplina parte de discussões relativamente recentes, desenvolvidas sobretudo a partir da segunda metade do século XX. Diante desse contexto, destaca-se o pensamento de Waldisa Rússio Camargo Guarnieri (1990), que tenta entender as especificidades da museologia enquanto campo disciplinar autônomo, e propõe distanciamento em relação às concepções tecnicistas relacionadas ao trabalho com acervo ao encarar de modo abrangente a museologia em seu aspecto interdisciplinar e social. O conceito de “fato museal” apresenta centralidade na teoria desenvolvida pela autora, enfatizando a importância da relação entre homem, objeto e cenário para o estabelecimento das relações museológicas. Se por um lado o “fato museal”ainda se mostra consistente para se pensar a museologia na contemporaneidade; por outro, observa-se uma série de transformações pelas quais as instituições vêm passando nas décadas recentes. Para tanto, considera-se a ampliação do conceito de patrimônio cultural, a formação de museus baseados em bancos de dados digitais e a ampla utilização de recursos expográficos tecnológicos. Esses fatores nos levam a repensar sobre a base teórica e metodológica previamente estruturada. Afinal, torna-se comum no século XXI a criação de instituições museológicas desassociadas de acervos materiais, nas quais o uso de recursos expográficos tecnológicos e interativos assume papel fundamental no que se refere à comunicação entre o museu e seu público. No Brasil, algumas instituições criadas nas décadas recentes lidam especificamente com essas questões: Museu da Língua Portuguesa (São Paulo, 2006), Museu do Futebol (São Paulo, 2008), Museu das Telecomunicações (Rio de Janeiro, 2007), Museu Catavento (São Paulo, 2009), dentre outros casos de importância. A partir do contexto apresentado, pode-se observar a desassociação em relação a acervos materiais para o tratamento de temas imateriais. Nesse sentido, emerge a seguinte pergunta: de que maneira se reelabora o conceito de “fato museal” em face do uso de novas tecnologias expográficas e da constituição de acervos baseados em bancos de dados digitais? Para tanto, escolheu-se como objeto de análise o caso do Museu da Língua Portuguesa, por sintetizar características relevantes dos demais casos mencionados e constituir-se como um exemplar de relevância nesse contexto. Ademais, o incêndio ocorrido no Museu em 2015 (PRADO, 2015) tensiona ainda mais o problema proposto, escancarando as transformações ocorridas nas relações museológicas recentes – considerando que a destruição do edifício não implicou em perda de acervo. Desta maneira, o estudo apresentado tem como objetivo verificar em que medida se reelabora o chamado “fato museal” em face das mudanças observadas em museus contemporâneos, a partir do caso do Museu da Língua Portuguesa.

Materiais e métodos O estudo executado partiu da pesquisa e análise de referências bibliográficas, com o intuito de aprofundar o entendimento da contribuição teórica de Waldisa Rússio Camargo Guanieri e de suas reverberações no que se refere à constituição do campo disciplinar da museologia, com foco na compreensão do conceito de “fato museal”(BRUNO, 2010; GOMES, 2013; GOUVEIA, 2016; GUARNIERI, 1990 e TEIXEIRA, 2014). Num segundo momento, executou-se a análise do caso do Museu da Língua Portuguesa, explorando questões relacionadas aos processos de formação da instituição museal, ao projeto arquitetônico e expográfico de seus espaços e à observação de sua relação com o público, sobretudo por meio do uso de recursos baseados nas novas tecnologias da comunicação. Logo, partiu-se de pesquisa executada no website institucional (MUSEU), de entrevistas com profissionais relacionados à criação do Museu, levantamento fotográfico e análise dos projetos de arquitetura e museografia (GRUNOW, 2006). Procurou-se, também, materiais publicitários visando a esclarecer as consequências do incêndio sofrido pela instituição no ano de 2015 (PRADO, 2015), verificando suas implicações em termos de acervo e configuração espacial do Museu. Com base nesses materiais e na metodologia de análise proposta, buscou-se confrontar os pressupostos teóricos enunciados por Waldisa Guarnieri à experiência do Museu da Língua Portuguesa, enfrentando a questão da constituição de museus sem acervo baseados na expografia tecnológica e interativa.

Desenvolvimento 1. O conceito de “fato museal” A partir da década de 1960, evidencia-se um processo de “crítica à capacidade de representação dos museus tradicionais”(GOUVEIA, 2016, p. 729), a partir do qual elaboram-se teorias acerca da “museologia social” ou “nova museologia”(TEIXEIRA, 2014; GOUVEIA, 2016), demonstrando desejo pela permeabilidade do espaço museal e acentuando a relação com o público como foco principal a ser buscado pelas instituições. A chamada “nova museologia” nasce das discussões acerca da função social dos museus, propondo maior participação e diálogo entre instituição e sociedade para a elaboração das narrativas museais – destacando a possibilidade de reconhecimento do papel dos detentores do bem cultural para a elaboração de sua memória; o viés antropológico e sociológico que passa a permear a estruturação de museus e a presença das micro-histórias (coletadas por meio de depoimentos, entrevistas e testemunhos) como parte integrante dos processos de preservação. Na base das ideias relacionadas à nova museologia situa-se o pensamento de Waldisa Rússio Camargo Guarnieri (GUARNIERI, 1990), ao conceituar a museologia como pertencente a um campo de “estudos da sociedade” (GOMES, 2013, p. 22) – e não necessariamente de estudos de caráter tecnicista focados em coleções materiais de objetos. Encara, dessa maneira, a museologia de modo abrangente, considerando seu aspecto interdisciplinar e social.

1

2

3

4

1. Grande Galeria, 2. O projeto de restauro, 3. Palavras Cruzadas, 4. Vista para Estação da Luz. Fonte: acervo pessoal (2014).

Legenda: Espaços de imersão Espaços que mostram o edifício como patrimônio. Fonte: GRUNOW, 2006.

Planta terceiro pavimento

5

Planta segundo pavimento

10

20 N

Conclusões A análise proposta para o Museu da Língua Portuguesa, considerando o conceito de “fato museal” sugerido por Waldisa Rússio, leva a algumas reflexões sobre as novas relações que se estabelecem no âmbito museológico, em casos de instituições que se baseiam na formação de acervos digitais apresentados ao público por meio da expografia tecnológica interativa. Como se configura, nesse caso, a relação entre homem, objeto e cenário? Em primeiro lugar, é necessário destacar que o objeto museológico não necessariamente se refere a coleções materiais, mas também pode incorporar bancos de dados digitais que contemplem a questão da documentalidade, testemunhalidade e fidelidade. Essa opção abre caminhos para a incorporação de outros aspectos relacionados ao tratamento de temas imateriais – sonoridade, coleta de depoimentos e entrevistas com especialistas, etc. – que extrapolam a questão da materialidade. Vale ressaltar que existe a crítica à criação de museus sem acervo, baseados em ideias, conceitos e problemas (MENESES, 2007). Trata-se de uma especificidade das instituições museológicas explorar as dimensões da materialidade, com o intuito de entender as dimensões sociais da vida humana e contribuir para a constituição da identidade pessoal, social ou cultural. Um segundo aspecto crítico que pode ser apontado em relação ao acervo digital de museus é o perigo gerado pela obsolescência rápida de equipamentos, programas eletrônicos e mídias digitais gera perigos evidentes para a sua preservação (UNESCO, 2003, p. 86), associados aos altos custos operacionais relativos a esses equipamentos, demandando constante atualização e revisão dos conteúdos apresentados pela expografia, o que se constitui como um desafio para a gestão museal. Entretanto, a desassociação dos museus de acervos materiais também pode ser interpretada para além dos riscos de desatualização ou obsolescência. Nesse sentido, vale ressaltar que “o incêndio sofrido pelo Museu da Língua Portuguesa não provocou perdas em termos de acervo” (PRADO, 2015, p. 1), causando a situação a princípio contraditória em um espaço museal em que a perda do edifício por catástrofe não implica necessariamente em uma perda de coleções, dado que, conforme veiculou a mídia na ocasião, “diferentemente de outros centros culturais tradicionais, o espaço não tem acervo tombado. É conhecido principalmente pela memória de suas exposições e material digital. [...] A maior parte do material de pesquisa e roteiros tem cópia digital e pode ser recuperada por meio de backups”(PRADO, 2015, p. 1). O referido incêndio também trouxe à tona a problemática do edifício encarado como objeto museológico. Conforme veiculou a mídia, “a maior perda é arquitetônica” (PRADO, 2015, p. 1). Logo, se por um lado o acervo digital do Museu é passível de recuperação, por outro, a Estação da Luz encarada como “uma grande criação pelo seu valor histórico e artístico, depositária de numerosas estratificações do conhecimento e da memória coletiva” (KÜHL, 2008, p. 183), não pode ser recuperada na sua integralidade, mesmo considerando as propostas em andamento para sua reconstrução. Nesse sentido, observa-se que a Estação da Luz entendida como patrimônio histórico e arquitetônico assume o duplo caráter de cenário e objeto museológico, conferindo aspectos de documentalidade-testemunhalidade-fidelidade à instituição do ponto de vista da materialidade, como demonstram as áreas do museu que enfatizavam o edifício enquanto patrimônio.

Dialogando com correntes de pensadores que entendem a museologia como o “estudo da relação específica do homem com a realidade” (BRUNO, 2010, p. 152), a exemplo de Zbynek Zbyslav Stránsky e Anna Gregorová (GOMES, 2013), Waldisa Rússio considera fundamental que as instituições museológicas se dediquem à preservação, manutenção e comunicação do patrimônio cultural – enfatizando a importância da “informação trazida pelos objetos em termos de documentalidade, testemunhalidade e fidelidade” (GUARNIERI, 1990, p. 205). Propõe, para tanto, o conceito de “fato museal” como objeto de estudo privilegiado da museologia. Para a autora, “o fato museal é a relação profunda entre o homem, sujeito conhecedor, e o objeto, parte da realidade à qual o homem também pertence e sobre a qual tem o poder de agir [...] relação esta que se processa num cenário institucionalizado, o museu” (GUARNIERI, cf. BRUNO, 2010, p. 204). Deste modo, Waldisa Rússio estrutura o pensamento museológico em torno do tripé homem-objeto-cenário, considerando o homem como o público recebido pelas instituições, o objeto como “tudo o que existe fora do homem e a partir de sua consciência” (RÚSSIO, cf. BRUNO, 2010, p. 205) e o cenário (o espaço físico museal) como “a base necessária à atividade museológica, uma condição na qual o fato se processa, se realiza” (GUARNIERI, cf. BRUNO, 2010, p. 206).

Ainda, vale destacar que o uso de recursos interativos e o próprio discurso enunciado pelo Museu da Língua Portuguesa de fato sugere que o conceito da língua como não seja dado a priori por um grupo de especialistas, mas sim busca conscientizar os visitantes de seu papel na formação do próprio patrimônio cultural, em constante processo de transformação. Aproxima-se, desta maneira, às teorias relacionadas à museologia social e demonstra preocupação com a participação do sujeito na constituição do patrimônio – ainda que se trate de um dos primeiros casos de utilização de recursos tecnológicos interativos para a exposição de acervos digitais relacionados a temas imateriais no contexto brasileiro. Dadas essas reflexões, observa-se a conformação de um novo contexto a partir do qual se podem ler os elementos pensados por Waldisa Rússio na contemporaneidade, sugerindo possibilidades de atualização do conceito de “fato museal” aplicadas às experiências museológicas brasileiras recentes.

A emergência das novas tecnologias da comunicação aplicadas ao espaço expositivo nas décadas recentes, associada à criação de instituições que desenvolvem temas imateriais a partir da constituição de bancos de dados digitais, levam a uma série de questionamentos acerca das possibilidades de aplicação dessa teoria no contexto contemporâneo. Acredita-se para o estudo proposto que a criação de museus nas últimas décadas desassociados da existência de acervos materiais delineia novas possibilidades de configuração da relação museológica entre homem, objeto e espaço no contexto da contemporaneidade. Para tanto, a análise do caso do Museu da Língua Portuguesa, representativo desse contexto, pode sugerir novas formas de interpretação do conceito de “fato museal”.

BRUNO, Maria Cristina Oliveira. Waldisa Rússio Camargo Guarnieri: textos e contextos de uma trajetória profissional. Colaboração de Marcelo Mattos Araujo, Maria Inês Lopes Coutinho. São Paulo: Pinacoteca do Estado de São Paulo: Secretaria de Estado da Cultura: Comitê Brasileiro do Conselho Internacional de Museus, 2010. v. 1.

2. O caso do Museu da Língua Portuguesa O Museu da Língua Portuguesa (2006) nasceu a partir da parceria entre o governo do Estado de São Paulo e a Fundação Roberto Marinho, desenvolvendo uma proposta de museu sem acervo, na qual os esforços de pesquisa executados giram em torno de atividades como coleta de depoimentos, entrevistas, vídeos, filmes, etc. relacionados à memória da língua portuguesa. A questão da imaterialidade do acervo pode ser considerada um dos principais desafios no que se refere à musealização do patrimônio imaterial (TEIXEIRA, 2014). Em seu próprio website institucional, o Museu afirmava que “seu acervo, nosso idioma, é um patrimônio imaterial, logo não pode ser guardado numa redoma de vidro e, assim, exposto ao público”(MUSEU, acesso em 21 set. 2014). A estruturação do Museu partiu da coleta de um acervo de referências relacionadas ao tema da língua, trabalhado por meio de recursos expográficos tecnológicos, de modo a atingir os principais objetivos enunciados para a instituição, desenvolvendo questões que podem se associar à “nova museologia” tendo em vista a intenção de mostrar que o cidadão “é o verdadeiro proprietário e agente modificador da Língua Portuguesa” (MUSEU, acesso em 26 out. 2016). O projeto arquitetônico para a implantação do Museu da Língua Portuguesa, no edifício da Estação da Luz (São Paulo, 1867), foi desenvolvido por Pedro e Paulo Mendes da Rocha. Por se tratar de um edifício tombado em nível estadual (Condephaat, 1982), municipal (Conpresp/DPH, 1991) e federal (Iphan, 1996), o projeto proposto pelos arquitetos foi submetida a negociações com os órgãos de patrimônio. Considerou-se que a ala oeste do edifício deveria sofrer menos intervenções em relação à ala leste, a qual havia sido acometida por um incêndio em 1946 e não apresentava suas configurações originais. Os arquitetos propuseram alguns elementos para resolver a questão da circulação horizontal e vertical do edifício, como a abertura de um longo corredor que mostrasse o volume do edifício da Estação da Luz, e a abertura de rasgos nas lajes para a instalação dos elevadores e acessos por escadas. O partido de projeto desenvolvido pelos arquitetos articulou-se com a expografia projetada pelo escritório norte-americano Ralph Appelbaum, que enfrentou o desafio

Referências

GOMES, Carla Renata. Do fato museal ao gesto museológico: uma reflexão. Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à Universidade Federal do Rio Grande do Sul UFRGS. Porto Alegre: 2013. 50 f. Disponível em: <https://goo.gl/ D4DwBj> Acesso em 25 out 2016. GOUVEIA, Inês e PEREIRA, Marcelle. A emergência da museologia social. Salvador: Pol. Cult. Rev. dez. 2016, v. 9, n.2., p. 726-745. Disponível em: <https://goo.gl/dRkZU4>. Acesso em: 04 set. 2017. GRUNOW, Evelise. Estações ferroviárias são convertidas em espaços culturais. Obras renovam áreas degradadas em duas capitais. Museu da Língua Portuguesa. Revista Projeto Design, ed. 315, mai. 2006, p. 40-51. GUARNIERI, Waldisa Rússio Camargo. Conceito de cultura e sua interrelação com o patrimônio cultural e a preservação. Rio de Janeiro: IBCP, 1990. p. 203-210. KÜHL, Beatriz Mugayar. Preservação do patrimônio arquitetônico da industrialização: problemas teóricos de restauro. São Paulo: Ateliê Editorial, 2008. 325 p.

MENESES, Ulpiano T. Bezerra de. Os museus na era do virtual. In: BITTENCOURT, J.N. (Org.). Seminário Internacional Museus, Ciência e Tecnologia. Rio de Janeiro: Museu Histórico Nacional, 2007. p. 49-69. Disponível em: <https://goo. gl/KAWa62>. Acesso em: 27 ago. 2017. MUSEU DA LÍNGUA PORTUGUESA (São Paulo, Brasil). Disponível em: <www.museudalinguaportuguesa.org.br>. Acesso em: 07 jan. 2016. PRADO, Carolina. São Paulo, Folha de São Paulo, 21 dez. 2015. Atingido por incêndio, Museu da Língua Portuguesa tem cópias digitais de acervo. Disponível em: <https://goo.gl/j5yCWw>. Acesso em: 07 jan. 2016. TEIXEIRA, Karina Alves. O patrimônio imaterial sob a ótica dos museus: novas aproximações, perspectivas e rupturas. 2014. 170 f. Tese (Mestrado em Museologia). Pós-graduação Interunidades em Museologia do Museu de Arqueologia e Etnologia da Universidade de São Paulo. Universidade de São Paulo. São Paulo. UNESCO. Carta sobre la preservación del patrimonio digital. Paris: 2003. Disponível em: <132.248.35.1/cultura/informe/informe%20mund2/Capi11.thm >. Acesso em: 02 jan. 2016.


Turn static files into dynamic content formats.

Create a flipbook
Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.