BIANCA
MUROTANI
ARQUITETA & URBANISTA
PORTFÓLIO 2020
1
4
SUMÁRIO
SESC OSASCO
06
SPADONI AA CONCURSO: VALE DO RIO JUNDIAÍ
12
SPADONI AA A FAZENDA VERTICAL E A CIDADE
18
TRABALHO FINAL DE GRADUAÇÃO
5
SESC OSASCO SPADONI AA Área Construída: 35.112m² Área do Terreno: 38.836m² Ano do Concurso: 2013 (em desenvolvimento) Entendemos um edifício do SESC como a somatória entre espaços funcionalizados e outros inespecíficos. Um programa singular com identidades, mas não hierarquias que, ao mesclar atividades urbanas num mesmo lugar, foi pensado como se fosse uma rua. Havia precedentes. A configuração original do sítio em platôs favorecia a organização em setores temáticos, como uma sequência de praças, o que transformava ainda mais a ideia da rua num espaço da vida coletiva: local das trocas, do trânsito, da contaminação das funções. PRÊMIOS 1º Lugar no Consurso de Projeto para a Nova Unidade do SESC Osasco (2013) Destaque Sustentabilidade no 6º Prêmio Saint-Gobain de Arquitetura Habitat Sustentável (2018) Menção Honrosa no Prêmio ASBEA (2018)
- estudo preliminar - anteprojeto - projeto civil - projeto executivo - ambientação - detalhamento - compatibilização com complementares - maquete 3d - produção de imagens - diagramação de pranchas 6
Imagem: Jaime Vega
7
O PROGRAMA
- O Bloco Cultural abriga uma clínica odontológica, bicicletário, biblioteca pra 5.000 títulos com terraço aberto para leitura, restaurante para 216 lugares, café, área de convivência, área de exposições com pé direito duplo, um galpão multiuso, 10 salas para oficinas e o setor gerencial da unidade; - O Bloco Esportivo abriga um ginásio poliesportivo, parque aquático coberto com piscina semi olímpica e infantil, salas de exame médico e emergência, três salas para atividades físicas, uma sala de ginástica multifuncional para 200 alunos, a central de atendimento, além de todo o conjunto de vestiários e área de estar para funcionários; - O Bloco do Teatro abriga um sala de espetáculos para 400 espectadores, duas salas de ensaio, sala de gravação, dois conjuntos de camarins individuais e coletivos e cine auditório para 100 lugares. As atividades são organizadas através de um conjunto de três foyers sobrepostos e conectados por um vazio central; Resguardada do movimento da avenida e circundada por um bosque, a área esportiva externa comporta um parque aquático com piscina olímpica, piscina infantil e solário, duas quadras esportivas, uma praça livre e playground.
Imagem: Sergio Zancope
8
Imagem: Jaime Vega
9
AQUECIMENTO SOLAR DE ÁGUA
REÚSO DE ÁGUAS PLUVIAIS ILUM. NATURAL PAINÉIS FOTOVOLTÁICOS
ATIVIDADES ESPORTIVAS PRÓXIMAS À ÁREAS ARBORIZADAS
VENTILAÇÃO NATURAL CONFORTO ACÚSTICO CORTE LONGITUDINAL - ESTRATÉGIAS DE CONFORTO E SUSTENTABILIDADE BLINDAGEM ACÚSCTICA
COBERTURA BIOCLIMÁTICA Seguindo diretrizes de conforto e sustentabilidade, a solução desenvolvida para os sheds da cobertura foi pensada conforme a orientação do novo edifício, de modo que a iluminação da parte da manhã seja privilegiada enquanto na parte da tarde o interior dos ambientes fiquem protegidos. O desenho da cobertura não admite em nenhuma époda do ano insolação direta no interior do edifício, apenas difusa ou refletida. Os sheds foram modulados conforme os eixos do projeto e são compostos de telhas sanduíches zipadas e preenchidas com manta de lã mineral. O sistema é dotado de venezianas translúcidas que filtram a radiação natural do sol através de aletas de vidro de controle solar ao mesmo tempo que permitem a renovação de ar interno pelo efeito chaminé. Na parte inferior, os módulos da cobertura são equipados com abas difusoras de luz em chapa metálica perfurada
DETALHE TÍPICO DA COBERTURA
que auxiliam no controle da iluminação sem comprometer o fluxo de ar. Também foi adotado um forro acústico em toda a superfície voltada ao interior do edifício visando diminuir o tempo de reverberação dos grandes espaços e ressaltar sua unidade visual.
ABERTURA PISO TETO + BRISE DE VIDRO A adoção de uma segunda pele de vidro SKN-165 Neutral (FS 0,38) permitiu criar um canal de convecção térmica entre o caixilho piso teto do ambiente e a proteção externa da fachada. Dessa forma pode-se operar livremente as aberturas sem que sejam comprometidas a estanqueidade dos espaços e a segurança dos visitantes. As simulações computacionais considerando a solução de fachada desenvolvida, bem como o sombreamento da laje de cobertura pelas placas fotovoltaicas,
BRISE DE CHAPA METÁLICA PERFURADA
BRISE DE VIDRO DE CONTROLE SOLAR
estimam que haja conforto térmico nos espaços em 90% das horas no ano sem que se recorra à climatização artificial. VENEZIANAS DE VIDRO + BRISES METÁLICOS
GLASS VENEZIAN
Para enfrentar a insolação na face mais crítica do edifício e proteger os programas esportivos da intensa insolação, foi desenvolvido um sistema de brises pivotantes automatizados de chapa metálica perfurada, que rotacionam conforme as horas do dia e resguardam uma segunda pele de venezianas de vidro, que permite a entrada de ar fresco do bosque vizinho. Em paralelo, as aberturas nos sheds de cobertura colaboram para o efeito chaminé. Em simulações computacionais, estima-
VENTILAÇÃO NATURAL
10
VETILAÇÃO NATURAL
se que ocorra a troca do volume de ar interno do ginásio 24 vezes por hora fazendo com que o ambiente dispense climatização artificial.
Imagem: Sergio Zancope
11
CONCURSO: VALE DO RIO JUNDIAÍ SPADONI AA
Pensar o Vale do Rio Jundiaí será uma invenção, no sentido de se descobrir o que já está lá. O que se busca é o protagonismo de uma porção da cidade que se difunde ao longo de seu principal corpo d`água, potencializando - o como natureza e infraestrutura, além de valorizar suas margens como paisagem e uso social em condições distintas de urbanização. AWARDS 2º Lugar no Concurso de Ideias para o vale do Rio Jundiai (2019)
12
Imagem: Marco Parra
13
RIO OCULTO - SETOR 1
Reflorestation
Green Corridors
New Crossings
New Park
Revitalization of Green Areas
New Streets
Railroad
Rivers and Streams Bicycle Path
Existing Bridges
Proposed Crossings
RIO CANAL - SETOR 2
Floodable Square New City
New Watercourse
Square
ZEIS
New Public Areas
ZEIS
Bicycle Path
New Crossings
Green Corridors
Floodable Square Historic City
New Streets
New Watercourse
ZEIS
Bicycle Path
Bicycle Path
Square Revitalization of Green Areas
RIO PARQUE - SETOR 3
Park
New Crossings
Techpoles
Track Deviation
Natural River
Bicycle Path
Reflorestation
DIRETRIZES Três rios em três cidades Reconhecemos três condições geográficas e urbanas, que se somam para desenhar o vale como uma nova centralidade linear: - o extenso território vazio a montante, onde o binômio rio - ferrovia inicia a cidade a leste, que chamamos de Rio Parque; - o vale histórico na porção central, onde o rio canalizado se revela constrangido pela velha urbanização, que chamamos de Rio Canal; - a nova cidade a jusante, em área pouco densa da nova ocupação urbana, que chamamos de Rio Oculto;
14
New Public Areas
Floodable Park
RIO OCULTO - SETOR 01
Chamamos de Rio Oculto o trecho do Rio Jundiaí que não foi diretamente afetado pelo desenvolvimento da cidade. Adotamos estratégias que trabalham o uso recreativo e fruição das margens do Rio. Para o trecho inicial propomos a integração do rio aos bairros, completando trechos de vias, ampliando as travessias e dando continuidade na mobilidade circular - ciclovias e passeio - para dinamizar o uso ao redor. No lado sul, surge a oportunidade da criação de um faixa de uso recreativo ao longo do rio como seqüência do passeio publico, uma linha verde, configurando um parque linear junto ao corpo d’água. Para o trecho final, como rio natural integrado ao parque, continuamos o uso recreativo em ambos os lados do rio, que se integra à nova área verde proposta para a cabeceira, potencializada pelo resíduo
Imagem: Marco Parra
espacial da implantação do sistema rodoviário.
PRAÇA DE USO RECREATIVO
PRAÇA INUNDÁVEL
PASSEIO PÚBLICO
CICLOVIA
NÍVEL MÉDIO DO RIO
NIVEL DE ALUVIÃO
PASSEIO PÚBLICO
FAIXA DE USO RECREATIVO
CICLOVIA
CORTE TÍPICO
15
RIO CANAL - SETOR 2
O segundo trecho é o core do projeto. Atravessa área de ocupação antiga, ladeado pelas vias marginais e construções lindeiras muito próximas, fruto de uma ação urbana em que os elementos naturais eram vistos como obstáculos e não
PASSEIO PÚBLICO
como paisagem. O Rio Canal será o espaço de ação publica. O redesenho que propomos em seu corte, ampliando o canal e trazendo o passeio pedestre para junto das águas, além da necessidade técnica de aumento da vazão, será o de recapacitá-lo como área de uso social, local de convivência, passeio e desfrute da paisagem das águas. ÁREAS VERDES PERMEÁVEIS
PRAÇA DE USO RECREATICO
PRAÇA INUNDÁVEL
CORTE TÍPICO
PASSEIO PÚBLICO
NÍVEL DE ALUVIÃO NÍVEL MÉDIO DO RIO PERFIL DO CANAL
Imagem: Marco Parra
16
PASSEIO PÚBLICO
PASSEIO PÚBLICO
ÁREA INUNDÁVEL
NÍVEL MÉDIO DO RIO
NÍVEL DE ALUVIÃO
ÁREA INUNDÁVEL
CORTE TÍPICO
CICLOVIA
CICLOVIA PASSEIO PÚBLICO
PASSEIO PÚBLICO
RIO PARQUE - SETOR 3
SITUAÇÃO ATUAL
No primeiro trecho de intervenção, o rio ainda não canalizado atravessa um extenso vazio ladeado pelas vias expressas e a ferrovia. O antigo binômio rio-ferrovia torna-se aqui mais evidente. Trata-se de uma várzea com raras edificações, que se define por áreas inundadas pela contribuição dos córregos e apresenta algumas porções remanescentes de vegetação nativa da Mata Atlântica.
MOBILIDADE
SISTEMA HIDROLÓGICO
Entendemos que este recorte possui uma vocação não urbana e favorável a criação de um parque, definindose que o rio deverá permanecer com seu canal natural em situação de integração com a natureza. Como ação urbana, deslocamos a via para junto da linha férrea, para formar um espaço continuo no binário com o
CAPITAL VERDE
rio. Como alternativa aos reservatórios, mas reconhecendo sua necessidade técnica, propomos transformar a área num parque alagável, que possa preservar sua paisagem na seca e substituir a danosa estrutura dos piscinões nas cheias, permitindo-o se adequar às condições variáveis do corpo hídrico.
PROPOSTA
Imagem: Rômulo Beraggio
17
A FAZENDA VERTICAL E A CIDADE UMA REFLEXÃO SOBRE SÃO PAULO TRABALHO FINAL DE GRADUAÇÃO
Universidade Presbiteriana Mackenzie - São Paulo, Brasil
Projeto desenvolvido em conjunto com uma monografia que propõe uma reflexão sobre a atual relação da cidade com o meio ambiente, apresentando a fazenda vertical como mais que um modelo de produção agrícola, mas também como uma inventiva combinação de sistemas que enfrentam os principais desafios da cidade contemporânea.
18
19
A LOCALIZAÇÃO
Desde a antiguidade a disponibilidade de alimento funcionava como um fator decisivo na permanência em um local, o alimento era a base do estabelecimento de civilizações e o elemento central nas organizações. Mesmo com todas as mudanças e avanços da tecnologia, o alimento continua a ter a mesma importância da antiguidade, então porque excluímos a produção das nossas cidades colocando-a cada vez mais longe de seus centros de consumo? Localizar o projeto no centro da cidade de São Paulo vai de encontro à diretriz de que trazer a produção agrícola para perto dos centros consumidores é fundamental para aproximar a sociedade da produção alimentar e inserir na vida urbana a conscientização sobre a cultura do cultivo. Essa aproximação diminui também as distâncias percorridas pelos produtos que poderão ser consumidos mais frescos e consequentemente também o gasto com combustíveis em transporte e armazenamento.
20
O PARTIDO A Fazenda Vertical, diferentemente de outras arquiteturas, precisa ser construída para satisfazer as necessidades do cultivo e não do homem. Para isso foi projetado um cubo de vidro para abrigar a central de produção e um edifício anexo para abrigar toda a infraestrutura de apoio da Fazenda Vertical. O programa foi separados em quatro vertentes: 1. A central produtiva 2. O térreo social 3. O apoio da produção 4. Espaços de trabalho
21
IMPLANTAÇÃO - PLANTA DO TÉRREO
22
PERSPECTIVA EXPLODIDA
23
CORTE AA
24
25
- BIANCA SAYURI MUROTANI biasayuri.m@gmail.com
26