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segundo pesquisa de Viviane Rummler da Silva

Quadro 3- Relação de obras de Miguel Navarro y Cañizares, no Rio de Janeiro e Juiz de Fora, segundo pesquisa de Viviane Rummler da Silva.

Fonte: SILVA, 2008, p. 335.

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É importante destacar que a existência de diversas obras do artista nas coleções de museus como na do Museu Imperial (Petrópolis), no Museu Histórico Nacional (Rio de Janeiro) e na Pinacoteca (São Paulo). Ressalta-se que as obras apresentadas nos três quadros, foram aquelas as quais a pesquisadora teve acesso – assim fica aberto a possibilidade de se encontrar outras obras do artista não listadas por ela, como por exemplo a do estudo em questão – o Retrato de Bernardo Mascarenhas, de 1900. Além disso, segundo informado pelo MCR, em seu acervo consta a existência de mais uma, que também não está entre as alistadas. Essa última é intitulada de Barão de Santa Helena20 e foi executada em 1897. É interessante observar a relação estética entre as duas pinturas, assim como a similaridade entre as suas respectivas molduras.

20 Ficha de inventário da obra consta do Anexo C.

Figura 10- Miguel Navarro y Cañizares. Retrato do Barão de Santa Helena, 1897. Óleo sobre tela. 73,7 x 60,8 cm. Museu do Crédito Real, Juiz de Fora (MG).

Fonte: Imagem cedida pelo Sr. Roberto Dilly, diretor do MCR.

Outra pintura do artista que merece destaque é o Retrato da Princesa D. Isabel, de 1888, mostrado na Figura 11, que foi a imagem utilizada na impressão da nota de cinquenta cruzeiros e que esteve em circulação durante o período de 13 de fevereiro de 1967 a 30 de junho de 1972. Nesse intervalo de tempo, a nota recebeu um carimbo do Banco Central do Brasil e passou a valer cinco centavos do Cruzeiro Novo, conforme Figura 12.

Figura 11- Miguel Navarro y Cañizares. Retrato da Princesa D. Isabel, 1888. Óleo sobre tela, 66 x 55,5 cm. Museu Imperial – Petrópolis(RJ).

Fonte: http://www.aconteceempetropolis.com.br. Acesso em: 9 maio 2017. Figura 12- Nota de cinquenta cruzeiros, em circulação durante o período de 13/02/1967 a 30/06/197221 .

Fonte: http://www.bcb.gov.br/htms/museu-espacos/cedulas /crn/0_05.asp?idpai=CEDBC. Acesso em: 9 maio 2017.

21 Informação obtida no sítio do Banco Central do Brasil. Disponível em: <http://www.bcb.gov.br/htms/museuespacos/cedulas/CRN.asp?idpai=CEDBC#CRN005>. Acesso em: 20 abr. 2017.

Objetivando uma melhor visualização das imagens figuradas na pintura e na nota, efetuou-se um recorte em cada uma delas, priorizando as proporções e os formatos, sendo apresentadas na Figura 13 e na Figura 14, a seguir.

Figura 13- Detalhe.

Fonte: Destaque da autora, 2017. Figura 14- Detalhe.

Fonte: http://www.bancomoeda.com.br/cedulas/cedulade-50-cruzeiros-1955.html#.WPkszNLyvDc. Destaque da autora, 2017.

Ressalta-se que apesar de esforços, não foram encontrados registros de estudos sobre materiais e técnicas utilizados pelo artista, salvo a menção de que o artista introduziu novas técnicas e materiais artísticos na Bahia como o uso do crayon. Em 24 de outubro de 2013 se completou o centenário de morte do ilustre artista e para homenageá-lo, a Escola de Belas Artes da UFBA, através da Galeria Cañizares22, apresentou à comunidade baiana a exposição Miguel Navarro y Cañizares e a fundação da Academia de Belas Artes da Bahia.

22 A Galeria Cañizares está localizada na Rua Araújo Pinho, 212, Canela, Salvador, Bahia. Ela foi fundada em novembro de 1970 e faz parte da Escola de Belas Artes da UFBA. Disponível em: < http://galeriacanizares.blogspot.com.br/2013/02/proxima-exposicao-jose-dirson-argolo-o.html>. Acesso em: 9 maio 2017.

Figura 15- Convite virtual da exposição realizada em homenagem à Miguel Navarro Y Cañizares.

Fonte: <https://proext.ufba.br/exposicao-marca-o-centenario-damorte-de-miguel-navarro-y-canizares>. Acesso em: 7 maio 2017.

3 ESTUDO MATERIAL DA OBRA

Este capítulo contém as informações sobre a análise científica dos materiais, explica a técnica construtiva, descreve o estado de conservação, discorre sobre as intervenções anteriores pelas quais a obra passou e analisa as possíveis causas de deterioração.

3.1 Análise Científica de Materiais

Independentemente do estado de conservação de uma obra de arte, a sua restauração está condicionada ao estudo da técnica e dos materiais utilizados pelo artista, além de uma avaliação crítica do contexto e da função do objeto.

3.1.1 Documentação Científica por Imagem

No dia 17 de abril de 2017 iniciaram-se os trabalhos através da realização da documentação científica por imagem. Ela foi executada pela própria autora no estúdio do iLab, utilizando-se as diferentes técnicas fotográficas, feitas a partir das diversas fontes de luz, a saber: luz visível (cujo setup foi registrado pela Fotografia 4), fluorescência de ultravioleta e luz infravermelho. Após o registro fotográfico inicial, todas as imagens foram devidamente tratadas valendo-se das ferramentas e dos recursos do Adobe Photoshop®.

A documentação científica por imagem utiliza-se de técnicas de análises baseadas na física e possui uma especial relevância no estudo das pinturas. É caracterizada por não necessitar da retirada de amostras e por resultar em imagens visíveis que evidenciam detalhes técnicos e estruturais da obra, que permitem efetuar um diagnóstico da mesma (ROSADO, 2011, p. 100).

Para a realização das fotos da obra, necessitou-se a remoção da moldura. Para isso cortou-se o arame que era utilizado para a fixação da obra na parede, localizado no verso (Fotografia 5), e depois desprendeu-se o único prego que a unia à tela, deixando-o cravado na parte frontal da pintura, assim como os demais que lá estavam. Conforme descrito no laudo da SUMAV23, a pintura encontrava-se “[...] parcialmente presa na moldura [...]”, por isso, pode-se dizer que a retirada da moldura foi tarefa fácil.

23 Anexo D.

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