![](https://assets.isu.pub/document-structure/210723160413-6156159e0c37030b6895c5e7cd8c2d70/v1/c72ea9067ebb5d4dc4d0918a4d699474.jpeg?width=720&quality=85%2C50)
1 minute read
Figura 19: Água Potável para Homens Seculares (2014) –Performer Paulo Nazareth
60
1.113 Sofás, 2006), coletados nas periferias da cidade e deixados por ele propositalmente na orla da Lagoa da Pampulha (introduzindo-os na paisagem do bairro nobre, porém aspectos bastante comuns do cotidiano de bairros periféricos, nos quais Paulo e eu morávamos). (MELO, 2020, grifo nosso)
Advertisement
Figura 19: Água Potável para Homens Seculares (2014) – Performer Paulo Nazareth. Fonte: Disponível em: <https://mendeswooddm.com/pt/artist/paulo-nazareth/works> Acesso, fevereiro de 2020.
A proposta, como podemos ver, é muito mais abrangente, mas vou focar na ideia do plantio, uma vez que lidar com outros objetos utilizados nas obras pode tornar a ação mais complexa ou arriscada para as crianças. Já em Água potável para homens seculares (2014), Nazareth caminha sobre as ruas da cidade de Khirkee, na Índia, com um filtro de barro suspenso pelo pescoço, oferecendo água aos transeuntes, e com um cartaz escrito em hindi “água grátis”.
Percorrerá, com passo lento, as ruas desconhecidas, e oferecerá água, com um sorriso. Os habitantes também aceitarão, com sorrisos, a dádiva de água fresca que vem das mãos do estrangeiro. Quando a água do filtro acabar, o homem o deixará em uma esquina, onde a população também deixa água em potes de barro para os passantes. (MELENDI, 2009, s/p apud VENEROSO, 2013, p. 176)
Em ambas as obras é possível ver objetos e elementos presentes no cotidiano do artista. Em ambas as obras Nazareth propõe o deslocamento e a aproveitamento do espaço, tendo como recursos e estratégias a desconstrução e a ocupação dele.
Apropriando-se de um costume local e de um costume brasileiro, Nazareth estabelece canais de comunicação, conectando-se e dialogando com os espectadores/nativos por meio de uma performance que inclui movimento, linguagem corporal, gestos. Seu trabalho é essencialmente performático. Algumas de suas obras, como essa, constam de uma performance ao vivo, na qual ele envolve o “público”, que não sabe, necessariamente, que se trata de um trabalho artístico. O público, assim, “entra no jogo” e torna-se coautor da obra, engajando-se em algum lugar entre a verdade e a ficção. “Não há reação apropriada, nenhuma resposta ‘verdadeira’ ou ‘falsa’” (TAYLOR, 2013, p. 117 apud VENEROSO, 2013, p. 176)
Nessas atividades teremos como ponto central a troca, a comunicação e a experiência em produzir seu próprio alimento e respeitar o meio ambiente, especialmente a água.