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Figura 18: Milho e Mandioca na Pampulha (2006) –Performer Paulo Nazareth
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Dentro desse contexto surge a questão: seria a escola um lugar de Arte? Como ocupar a escola fazendo dela lugar de experimentação?
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6.3 Milho e Mandioca na Pampulha (2006) e Água Potável para Homens Seculares (2014)
Nessa proposta sugiro a junção de duas obras, pelo fato de uma delas abordar o alimento e a outra abordar a água, ambos elementos essenciais à vida e muito presentes nas discussões escolares diárias, devido à falta de acesso à esses elementos por parte de alguns alunos e alunas de escolas públicas. As obras de Nazareth têm elementos que quase podem ser confundidos com a realidade do artista. Numa das obras o artista realiza o plantio de milho e mandioca nos passeios da região Pampulha/BH-MG. Na outra obra o artista caminha por uma cidade na Índia, oferece água gratuitamente, carregando um filtro suspenso pelo pescoço.
Figura 18: Milho e Mandioca na Pampulha (2006) – Performer Paulo Nazareth. Fonte: Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=zIbzC_vhCI4> Acesso, fevereiro de 2020.
A proposta aqui sugerida poderia ser facilmente desenvolvida na disciplina de ciências. O que faz dessa proposta uma atividade de arte é a importância do corpo e como ele se coloca durante as ações realizadas. A plantação de milho e mandioca na Pampulha – região de alto valor aquisitivo da cidade de Belo Horizonte – trata da desconstrução dos lugares e da disponibilização de recurso essenciais à vida, o alimento. Paulo Nazareth leva ao espaço nobre (Pampulha) – um ponto turístico que, muitas vezes, busca por uma higienização – elementos presentes na periferia, como plantação de vegetais e objetos descartados.
Confesso que demorei um pouco a perceber como cada situação-encontro com Paulo Nazareth ecoava em mim e na maneira como percebia todos os acontecimentos ou tinha o meu olhar afetado por ele. Naquela exposição, Paulo trouxe outras tramas, cujo tempo de experiência, por vezes quase invisível, vibrava entre o real e o ficcional. O milho, plantado nos jardins da antiga avenida Presidente Antônio Carlos, entre Palmital, UFMG e MAP; o tempo para ver avião pousar no Aeroporto da Pampulha (prática de lazer comum nos anos 1980, para quem nasceu nas bordas da cidade – ir ver avião pousar); ou o tempo de permanência de sofás velhos (da série