Número 18, dezembro 2011
RIA ECUNDÁ AVIRA S A L O C T ES Correia Dr. Jorge
O,50€
BIBLIOTECA
ALUNOS DE EXCELÊNCIA Para a Joana Pereira (melhor aluna finalista dos Cursos Centífico-Humanísticos): Tive o prazer de ter sido professora da Joana Pereira na disciplina de Português, no derradeiro ano do seu percurso académico de nível secundário. Ter uma aluna como ela, é um privilégio, já que nem sempre encontramos num aluno as qualidades que a Joana evidenciou: uma atitude sempre correta, relacionando-se muito bem com os diversos elementos da comunidade escolar, um grande sentido de responsabilidade, um elevado grau de maturidade, um exemplar empenho, dedicação, persistência, uma particular capacidade intelectual e analítica, com muito gosto em enriquecer os seus conhecimentos e com vontade de se superar. Estas são razões mais que suficientes para acreditar que terá um futuro promissor à sua frente e que estará à altura do curso que escolheu. Maria Antonieta Couto, professora de Português
Para a Ana Laura (melhor aluna finalista dos Cursos Profissionais): Ao longo da minha vida profissional, foram raras as vezes que me deparei com alunos que concentrassem em si a elevada inteligência da Ana Laura, a capacidade de aprendizagem e uma humilde maneira de estar e de ser. Ela começou o seu percurso no ensino secundário de uma forma discreta e educada e cedo demonstrou o seu esforço e competências face às exigências e desafios que lhe iam sendo propostos e para os quais esteve sempre à altura com um ritmo certo e de progresso, ao longo dos três anos de curso. Termino com um misto de satisfação e tristeza. Satisfação pelas realizações escolares de uma estudante ímpar, tristeza porque não é todos os dias que nos deparamos com pessoas fora do vulgar. Fica a admiração e o carinho de todos os professores do Curso Profissional Técnico de Gestão. António Silva, diretor de curso
Para o João Rodrigues (melhor aluno do Agrupamento D. Manuel I): “Um aluno muito trabalhador e empenhado, desejo-lhe as maiores felicidades para o futuro.” Helena Domingues, professora de Matemática “Continua com o mesmo interesse e empenho que tens mostrado ao longo do teu percurso escolar!” Fernanda Mestre, professora de E.M.R.C. “Aluno que demonstrou empenho em todas as áreas disciplinares. Em Educação Física, mostrou interesse em todas as modalidades, revelando-se um desportista completo.” Elizabeth Cavaco, professora de E. Física “O João sempre foi um aluno muito empenhado e com um grande sentido de responsabilidade. Sempre lutou para fazer o seu melhor.” Guilhermina Reis, professora de Língua Portuguesa.
Para a Cláudia Rodrigues (melhor aluna do Agrupamento D. Paio Peres Correia): A Cláudia, que frequentou a Escola Dom Paio Peres Correia do 5º ao 9ºano, sempre se distinguiu pelo seu comportamento responsável, pelo empenho com que desempenhou cada tarefa, pelas atividades em que se envolveu. Deste modo, constitui-se como um elemento central e aglutinador na turma que frequentou durante todo o 3º ciclo, ajudando muitas vezes alguns colegas a ultrapassar dificuldades. É, portanto, bem merecida esta distinção e deve servir de estímulo e exemplo para todos os alunos do Agrupamento. Odília Pereira, professora de Língua Portuguesa
Nesta edição: Reportagem Ciências Experimentais Ciências Sociais e Humanas Eco dos Espaços Línguas Escrita Criativa Visitas de Estudo Projetos Cinema Associativismo Opinião
REPORTAGEM PRÉMIOS DE MÉRITO 2011 Depoimentos de Mestrado Integrado espero sair da faculdade e poder ser uma boa profissional na minha área. Por fim, espero que sirva de exemplo para os alunos das próximas gerações e, tal como eu, se esforcem durante todo o vosso percurso escolar, para alcançarem sempre o patamar mais elevado. Porque nada se consegue sem esforço, lutem sempre para atingir a meta, mesmo que ela vos pareça distante. Lembrem-se que nada é impossível e, por vezes, querer é poder.
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lá a todos! Como me foi solicitado, estou aqui para vos transmitir um pouco da minha passagem por esta escola que foi durante três anos a minha segunda casa, onde passei alguns dos bons momentos da minha vida. Posso dizer que os três anos de ensino secundário me deixam muitas recordações: os colegas de turma que foram, e são, muito mais do que isso, muitos deles são amigos para a vida; os memoráveis professores que me ajudaram a conhecer um pouco mais de mim, pessoas singulares que ficarão para sempre na minha memória; os funcionários, que são muitas vezes esquecidos, mas que desempenham um papel também muito importante nesta escola, pois sem eles nada funcionaria. Todos eles me ajudaram a crescer como pessoa e a eles agradeço pelos momentos bem passados, pelas conversas, pelos sorrisos, pela palavra de conforto quando ela era mais necessária. Não poderia deixar de agradecer à minha família que sempre me apoiou, principalmente à minha mãe e a minha irmã, que são dois dos meus alicerces. O Prémio de Mérito que me foi atribuído significa muito para mim, é a recompensa de todo o meu esforço e trabalho durante o meu percurso escolar, do qual me orgulho. Posso dizer que tudo aquilo que alcancei a nível escolar a mim o devo, nunca ninguém me ensinou a estudar, sempre aprendi sozinha. No início foi um pouco difícil, mas ao longo do tempo e com a prática tudo se tornou mais simples. Agora estou a iniciar uma nova etapa da minha vida na Faculdade de Farmácia de Lisboa. Este será mais um período de Página 2 adaptação e após estes cinco anos
Joana Pereira
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er aluna desta escola foi muito gratificante, pois através do curso profissional que aqui frequentei (Técnico de Gestão), pude alargar os meus horizontes e crescer enquanto pessoa, ao mesmo tempo que aprendi a fazer algo de que gosto. Cada etapa deste curso foi um desafio que tive que assumir e conquistar… da teoria à prática, passando pela prova de aptidão profissional! Neste curso, nada se fez sem esforço, responsabilidade e ajuda de todos: colegas de turma e professores, cuja grande maioria sempre nos apoiou, revelando serem não só nossos mestres, mas também nossos amigos. O mérito é, portanto, nosso! … de todos os que fizemos parte dos TGES 2008/2011! Ana Laura Mascarenhas
REPORTAGEM ROTARY CLUBE DE TAVIRA: PRÉMIOS DE MÉRITO 2011 A Cláudia Rodrigues, melhor aluna finalista do Agrupamento de Escolas D. Manuel I , prestou o seguinte depoimento após a receção do Prémio Rotary Clube de Tavira 2001
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cho que todos diriam o mesmo no meu lugar. Basicamente, todos nós gostamos de nos sentir recompensados pelo que fazemos e qualquer tipo de recompensa é sempre bem-vinda. Fiquei contente, não pelo prémio em si, mas pelo significado que estava por detrás daquele diploma e de todo aquele momento. Houve quem não pudesse ir e outros que não puderam faltar e toda a espécie de presença foi igualmente sentida, porque estava lá por mim e por todos os outros. Como já referi, fiquei contente pelo prémio, mas não era nada que precisasse para me sentir bem ou para mostrar que me tinha esforçado. Na verdade, foi um pequeno à parte, uma espécie de aviso para darmos conta de que há alguém a olhar por nós. Relativamente à Escola Secundária, é apenas uma nova etapa que começa a já não ter nada de novo. É um hábito e como todos os hábitos se tornam rotinas, agora é esta a minha rotina e nas rotinas (quase) nunca há nada de novo. Claro que se nota diferença entre esta escola e a outra escola onde andava, Dom Paio Peres Correia. Ainda bem, porque aqui, para além do nosso trabalho ser mesmo importante para o nosso futuro, podemos ter sempre TODOS os nossos amigos por perto. Cláudia Rodrigues, 10ºA3
O João Rodrigues, melhor aluno finalista do Agrupamento de Escolas D. Manuel I , prestou o seguinte depoimento após a receção do Prémio Rotary Clube de Tavira 2001
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o dia 21 de Outubro, recebi o prémio de melhor aluno da escola D. Manuel I de Tavira. Esse dia foi muito importante para mim e também para todos os que me apoiaram, pois iria receber um prémio muito significativo. Acho importante que sejamos galardoados desta maneira pelo nosso trabalho durante o ano letivo. Nós somos o exemplo de que o trabalho e a dedicação compensam e que vale sempre a pena fazer o melhor que podemos. O que mais me marcou foi ter sido aplaudido por tanta gente, pois nunca tinha sentido uma sensação como aquela, de ser reconhecido pelo meu trabalho. João Francisco Rodrigues, 10º A1 Página 3
CIÊNCIAS EXPERIMENTAIS MOVIMENTO SEGUNDO ARISTÓTELES, GALILEU E NEWTON Aristóteles, Galileu e Newton foram os três principais cientistas a desenvolver as teorias sobre o movimento, os quais exploraremos neste trabalho.
Aristóteles e o movimento. Segundo a física aristotélica, todos os objetos tinham átomos de uma natureza (terra, água, fogo e ar) e os movimentos dividiam-se em dois tipos:
Aristóteles Nascimento: 384 a.C., Estagira Morte: 322 a.C., Atenas Ocupação: filósofo e professor
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Os movimentos naturais onde um objeto se move para outros objetos com átomos de naturezas iguais. (Ex.: Uma pedra cai porque os seus átomos são de natureza terra e a pedra é puxada para o chão que é constituído por materiais com átomos de natureza terra);
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Os movimentos violentos são forçados, ou seja, existe uma força a ser exercida sobre o objeto. (Ex: Qualquer movimento causado por agentes externos, como, por exemplo, alguém a empurrar uma cadeira ou alguém a assoprar um dente de leão).
Aristóteles afirmava que um corpo só podia manter o seu estado de movimento se houvesse alguma força a ser exercida sobre esse objeto. Defendia, também, a ideia de que objetos de massas diferentes, quando eram atirados de alturas iguais, caíam a velocidades diferentes, sendo que o objeto com maior massa caía a uma velocidade superior ao objeto de menor massa.
Galileu Galilei As experiências de Galileu Galileu percebeu que era necessário derrubar as ideias de Aristóteles, que era necessário produzir resultados irrefutáveis. Para isso, apresentou conclusões baseadas na observação e na experiência.
Nascimento: 15.02.1564, Pisa Morte: 08.01.1642, Florença Ocupação: físico, matemático, astrónomo, filósofo e professor.
Desta forma, pensa-se que Galileu subiu ao topo da Torre Inclinada de Pisa e, de lá , deixou cair vários objetos, de diferentes pesos. Comparando a suas quedas, mostrou que, ao contrário do que defendia Aristóteles, esses corpos caíam juntos quando abandonados ao mesmo tempo. Um objeto duas vezes mais pesado não caía duas vezes mais rápido. O que fazia variar a velocidade da queda era a resistência ao ar. No vácuo, todos os corpos cairiam à mesma velocidade. Assim, criou ainda uma nova lei do movimento. Vejamos algumas das simples experiências realizadas por Galileu e que provaram a sua teoria. Ele considerou vários objetos, movendo-se em dois planos inclinados. Notou que corpos descendo pelo plano ganhavam velocidade, enquanto que subindo pelo plano perdiam velocidade, crianPágina 4 do assim o conceito de aceleração.
CIÊNCIAS EXPERIMENTAIS Concluiu, dessa simples experiência, que, se o plano for horizontal, as bolas não ganham nem perdem velocidade. Certamente, na prática, as bolas diminuem a sua velocidade até atingir a condição de repouso. Isso, porém, não era devido à sua "natureza", mas, sim, ao atrito com a superfície. Outra experiência foi colocar um corpo a descer um plano inclinado e, de seguida, fazê-lo subir outro. Observou que, quanto menos atrito houvesse entre a superfície mais próxima, o corpo alcançava a altura inicial. Se, a seguir ao plano inclinado, houvesse um plano horizontal, o corpo nunca diminuiria a velocidade, mantendo-se em movimento para sempre. O conceito de inércia, que o génio de Galileu fez nascer destas experiências tão simples, decretou o fim da teoria aristotélica acerca do movimento. Os corpos podem mover-se sem que seja necessária a atuação de forças externas.
Sir Isacc Newton Nascimento: 04.01.1643, Woolsthorpe-byColsterworth (Aldeia inglesa) Morte: 31.03.1727, Londres Ocupação: cientista
As leis de Newton Newton desenvolveu a lei da gravitação universal e as três leis da dinâmica, todas elas desenvolvidas a partir das teorias/experiências dos cientistas estudados anteriormente. Lei da gravitação universal: esta lei uniu a mecânica terrestre e celeste, porque Newton concluiu que a força que fazia a “maçã” cair era a mesma que mantinha os planetas em órbita. Leis da dinâmica: Lei da inércia: esta lei estabelece que um corpo em que a força resultante que atua é nula, manter-se-á em repouso ou em movimento uniforme. Lei fundamental da dinâmica: a aceleração adquirida por um corpo é diretamente proporcional à intensidade da força que nele atua, tendo a mesma direção e sentido e inversamente proporcional à sua massa. Lei da ação-reação: quando um corpo exerce uma força sobre um corpo que exerce uma força noutro, este exerce uma força no primeiro com a mesma intensidade, direção e sentido opostos. A este par de forças chamamos par ação-reação.
O TRABALHO CONJUNTO DESTES TRÊS CIENTISTAS DEMONSTROU AO MUNDO A VERDADEIRA NATUREZA DOS MOVIMENTOS E A MANEIRA COMO OS CORPOS ATUAM ENTRE SI.
Kevin Rodrigues, Mariana Carlota e Ricardo Rolim , 11ºA2
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ciências sociais e humanas
Reflexão filosófica sobre Aparição , de Vergílio Ferreira (capítulos IX a XVI)
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Morte é o mistério da vida e é um elemento fortemente presente neste romance de Vergílio Ferreira. O percurso de Alberto, a personagem principal, é marcado por uma série de encontros e desencontros consigo próprio e com os outros, nos quais a morte também está envolvida. A extinção da vida é um dos aspetos deste romance que, a mim, mais me intriga, ousarei dizer, que até me fascina. Muitas referências subtis convergem para este assunto. A Morte surge associada à simbologia da noite, noite das noites, fim de tudo, negrume eterno a que todas as almas estão condenadas. No capítulo XI, Alberto regressa à sua terra perto da Serra da Estrela. Todo este capítulo gira em torno do cão Mondego e da sua morte. O fim encenado do animal representa, para mim, a insuficiência do ser vivo, a sua ridícula vulnerabilidade quando exposto ao espetáculo encenado pela Morte. Alberto ganha a atenção de um aluno particular - Bexiguinha - que também se vê envolto em mistérios existencialistas, que tenta decifrar. Discute com Alberto o enigma do EU por detrás das palavras, a angústia do indivíduo na luta contra a morte. O próprio Bexiguinha mata uma galinha atirando-lhe uma pedra à cabeça. O desgraçado bicho cambaleia e acaba por cair rotundo no chão, inerte. A facilidade com que tirou a vida a um ser vivo enche-o de uma estranha sensação, como se a contemplação dos últimos minutos de vida terrena apenas comprovasse como somos marionetas comandadas pela Morte. A vida é um caminho acidentado, onde estradas tortuosas nos levam a destinos indefinidos; mas uma coisa é certa, ao nosso lado caminha a Morte certa e empírica, com o seu cheiro intenso, fúnebre, mais percetível nuns estágios da nossa vida do que noutros.
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Hans Baldung Grien, As Três Idades do Homem e a Morte, 1510
As três figuras femininas - Cristina, Ana e Sofia - começam a ter contornos mais definidos para mim. A pequena Cristina é o símbolo da candura infantil, da doçura virginal, da personalidade incorruptível, das crenças intactas, da aparição de uma pureza anterior às palavras, às construções que fazemos sobre a realidade íntima e brutal das coisas. Por isso, em vez René Magritte (1898-1967), Perpectiva: de falar, toca piano Madame Recamier de David e toca celestialmente. Em Ana, Alberto julga pressentir a mesma inquietude de espírito de que ele padece. Tenta que ela se revolte contra a pacatez do seu casamento (o marido, Alfredo, é grosseiro, pouco instruído e afetado pela sociedade limitada). Alberto tenta que ela eleve a sua atividade intelec-
ciências sociais e humanas tual e as suas qualidades morais, que não se torne submissa à vida enfadonha de Évora. Espera que ela não se deixe levar pelo ciclo vicioso da vida: nascer, crescer, morrer. Até este ponto do romance, esta situação só conseguiu gerar atrito e divergências entre ambos. Sofia é das três personagens femininas aquela que mais afeta Alberto. O seu corpo lascivo, os seus modos libidinosos e atraentes conduzem Alberto a muitas situações de auto-humilhação. Cresce entre eles uma paixão fulgurante, mas Sofia é irreverente e despreza Alberto. Parece-me uma figura muito à frente do seu tempo. Ainda assim, a sua personalidade transmite-me uma sensação pesarosa, pois há qualquer coisa nela que a envolve numa bruma misteriosa e de certo modo negativa. Acredito que Sofia é uma personagem cujo relevo irá ascender a uma posição mais privilegiada no decorrer deste romance.
O homem afastou-se da divindade, insurgiu-se contra ela. Foi a vez de o homem assumir ele próprio a vontade absoluta. Ele é a sua própria entidade divina. Mas, como consequência direta deste afastamento de Deus, a morte surge como uma barreira inultrapassável. Todos nós nos questionamos: Porque estou aqui?, O que me trouxe ao mundo?. Sem Deus não há promessa de recompensa ou condenação após a morte. Não viemos ao mundo com uma missão. O mundo não está à espera do que temos a dizer. A tarefa do ser humano no mundo é justificar-se, construir uma razão para a sua vida e decifrar o milagre de estar vivo contra o absurdo da morte.
“O existencialista não crê no poder da paixão. Não pensará nunca que uma bela paixão é uma torrente devastadora que conduz fatalmente o homem a certos atos e que, por consequência, é uma desculpa; pensa que o homem é responsável pela sua paixão.” Jean-Paul Sartre
Afinal, o amor é uma componente fundamental da condição humana. Mas, a situação parece-me complicada para Alberto. Sofia tem a obstinação própria de uma jovem e já dispensou as lições de latim que Alberto lhe dava, visto que agora mostra uma inclinação cada vez maior por Bexiguinha. As estranhas ideias de Alberto Soares começam a difundir-se em Évora, motivando a tensão e a polémica entre as personalidades eborenses. A relação entre a cidade e Alberto começa a tornar-se cada vez mais difícil. Este confere a si próprio uma faceta messiânica, detentora de uma verdade que ele tenta transmitir aos outros. As ideias de Alberto Soares – e no fundo, as ideias que Vergílio Ferreira procura transmitir - são muito revolucionárias para um Portugal em pleno regime de ditadura, para um Portugal católico: Se Deus está morto que sentido tem a vida?
René Magritte
Andreia Viegas, 11º A1
“Os Deuses não têm face nem nome. Habitam-nos o sangue. São a nossa interrogação. Digo a palavra Deus e a divindade começa a ser absurda. Os Deuses não são divinos.” Vergílio Ferreira
Marc Chagall, Êxodo, 1952-66
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ciências sociais e humanas Reflexão filosófica sobre O
filósofo e o lobo , de Mark Rowlands
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ste livro conta-nos a história de vida de um filósofo. Mark Rowlands desde pequeno estava habituado a interagir com cães grandes e, um dia, ao ver um anúncio de venda de filhotes de um lobo, não resistiu. Decidiu ir ter com o dono para escolher um, a quem acabou por chamar Brenin. Longe estava Mark de pensar que este lobo iria mudar a sua maneira de ver a vida. Logo no primeiro dia, ao chegar a casa e deparar-se com a sua quase total destruição, percebeu que Brenin era um lobo que não gostava nada de ficar só. Prometeu-lhe que nunca mais o iria deixar sozinho, que iriam juntos para todo o lado, desde os jogos de râguebi, às festas da universidade, até às aulas, do seu dono, a que Brenin assistia, uivando, quando já não suportava mais as dissertações sobre os filósofos, tal como os alunos gostariam de fazer, mas não podiam.
Mudaram muitas vezes de casa, tentando sempre que Brenin tivesse espaço suficiente para terem oportunidade de dar as suas corridas. Faziam os seus treinos diários, davam passeios pelas praias, almoçavam e jantavam juntos em restaurantes. É claro que Brenin sempre foi entendido pelo seu dono como um paciente moral e não como um agente moral, pelo que “não era o tipo de criatura que podia ser moralmente responsável”. Como foi referido, Mark nunca abandonou o seu lobo, e como consequência desta convivência, podemos perceber as diferenças existentes entre os lobos e os humanos. Mark percebeu que tinha muito a aprender com o seu lobo e os onze anos de amizade entre os dois geraram na sua mente inúmeras reflexões filosóficas, baseadas nas ideias de pensadores, como Jean-Paul Sartre, Emmanuel Kant, Thomas Hobbes e John Rawls, a partir dos quais escreveu muitas outras obras. Apesar de este livro fazer referência a vários filósofos, as mais significativas, para mim, foram as que se referiam ao filósofo alemão Emmanuel Kant e ao filósofo Página 8 americano John Rawls, bem como ao inglês Thomas Hobbes, por já ter tido contacto com
estes filósofos no 10º Ano, na disciplina de Filosofia. Pude relembrar, a propósito de Thomas Hobbes, que, tal como o filósofo nos mostrou, o Homem sem a influência e educação da sociedade tem como único fim a sua sobrevivência, usando para tal a sua força e a fraude como armas principais, para tramar o próximo. Encontrei uma crítica à justiça social, defendida por Rawls, dado que este só falava dos seres humanos e racionais e se esqueceu dos animais no contrato, “mas também dos géneros humanos que as versões tradicionais do contrato excluíam: crianças, senis, dementes, etc. Resumindo: os fracos”. O autor constata que os primatas são seres muito apegados aos seus interesses, infiéis e desleais, achando-se superiores aos animais, enquanto os restantes animais são fiéis, sinceros e agem sem segundas intenções. Conclui, assim, que os seres humanos têm muito que aprender com os animais. Para além da relação com este fiel amigo, Mark viveu uma vida feliz ao lado de uma cadela chamada Tess e um dia ainda comprou uma loba, chamada Nina. Na obra, assistimos ainda à morte de Brenin, devido a um tipo de cancro raro, e à tristeza de Mark que nos relata o amor que sentia pelo seu grande amigo e as saudades que dele teve, bem como a certeza de nunca o ir esquecer. Concordo com muitas reflexões filosóficas que Mark faz. Concordo também que a maioria dos humanos se acha superior aos animais, o que não é verdade. Considero que só temos a aprender com os animais, tal como eles aprendem connosco. Principalmente com os cães, que têm vindo a demonstrar que são o melhor amigo que uma pessoa pode ter. Gostei de ler este livro, porque, embora não sendo o género de livros que costumo ler, e isso tenha dificultado, um pouco, a sua leitura, consegui perceber as ideias e a história. Não foi um grande sacrifício lê-lo, como pensei que iria ser. Recomendo-o. Gyulkibar Ahmed , 11º A2
ciências sociais e humanas Magusto na escola
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Magusto é, sem dúvida, uma comemoração apreciada por muitos portugueses, na qual é tradição juntar amigos para conviverem e assarem castanhas. No dia 11 de Novembro, dia de São Martinho, vive-se o Magusto, e todos conhecem os tradicionais provérbios: “No dia de S. Martinho vai-se à adega e prova-se o vinho” ou “No dia de S. Martinho, lume, castanhas e vinho”.
A escola envolveu-se nesta comemoração e foram visíveis momentos de boa disposição e descontração tanto entre os que organizaram a comemoração como entre todos os que aderiram à iniciativa. Os alunos da turma prepararam tudo com antecedência para que nada faltasse, houve castanhas assadas, crepes e waffles. Mais uma vez, a tradição fez-se sentir com um verdadeiro dia de verão de S. Martinho.
Este ano, no dia 11 de Novembro, a turma do 11º B, da Escola Secundária Dr. Jorge Correia, decidiu proporcionar um Magusto a toda a escola. Assim, podemos dizer que fizemos jus ao lema “Dia de São Martinho com o 11ºB, castanhas, crepes e bom convívio”. O 11º B organizou uma feira com o principal objetivo de festejar este dia, mas também de pôr em prática algumas competências da disciplina de economia no domínio das vendas e ainda angariar fundos para uma visita de estudo a realizar a Lisboa.
A turma quer agradecer o apoio de todos e até ao próximo ano! Beatriz Ávila, 11º B Página 9
ciências sociais e humanas Sessão da DECO GESTÃO DO ORÇAMENTO FAMILIAR
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ste relatório dá conta de uma palestra promovida pela DECO sobre “Gestão do orçamento familiar”, que envolveu algumas turmas da Escola Secundária Dr. Jorge Correia de Tavira e teve lugar no dia 2 de novembro de 2011. A sessão foi promovida pelo diretor da escola, em que os principais objetivos foram levar os alunos a aprofundar os conhecimentos sobre as aplicações do dinheiro e quais as suas vantagens e desvantagens, por meio de um debate. Os estudantes e os professores deslocaram-se ao auditório por volta das onze horas e quarenta minutos da manhã, altura em que se iniciou a palestra com a Dra Cátia Cabanito. Os alunos tiveram então a oportunidade de aprender a gerir o dinheiro de forma rentável, assistir a um pequeno vídeo e partilhar ideias sobre o tema inicial. A responsável pela apresentação da DECO tinha uma excelente capacidade de comunicação e levou os jovens alunos a refletir sobre determinados assuntos prejudiciais às suas carteiras, que poderão ser evitados se soubermos gerir convenientemente o dinheiro. Os alunos visionaram um PowerPoint com os componentes integrados no assunto em discussão, enquanto decorria a sessão. Entre os vários assuntos debatidos, os que cativaram mais os estudantes foram, sobretudo, a poupança e o orçamento mensal. A maioria, especialmente os aprendizes do Curso de Ciências Socioeconómicas, sabia que o conceito poupança designa a parte do rendimento que não é gasta em consumo imediato, e como podemos colocá-lo a render. Existem inúmeras formas de reunir alguns euros ao fim do mês sem abdicarmos das rotinas do nosso dia a dia, tais como: desligar os aparelhos em modo de espera (standby); escolher alimentos da época e da região, porque são mais baratos e de melhor qualidade; elaborar uma lista dos produtos em falta, sempre que se for a um supermercado, e evitar excedê-la; comparar preços e preferir embalagens familiares e de marca branca. Foi abordada, de seguida, a necessidade de os consumidores efetuarem empréstimos solicitados aos bancos, cobrados por juros, e da aplicação de seguros (automóvel, saúde, casa, etc) que permitem, muitas vezes, Página 10 proteger o nosso dinheiro e preservar o
estilo de vida, no caso de se verificar algum imprevisto. Na impossibilidade de cumprir os pagamentos, os dissipadores podem adquirir um crédito, mas é importante acentuar que estarão ao mesmo tempo a contrair uma dívida que, mais tarde, terá de ser paga. Para isso, recorre-se à TAEG (Taxa Anual Efetiva Global) que permite calcular o custo total de um contrato de crédito. Assim, quanto mais baixa for esta taxa, menor será o custo do crédito. Por outro lado, fazer um orçamento mensal ajuda-nos a controlar as finanças pessoais e familiares, através de alguns passos simples: registar todas as despesas mensais num papel; dividir o rendimento por cada uma delas, colocando inicialmente uma percentagem para a poupança; por fim, calcular o seu orçamento mensal pela fórmula: RECEITAS – DESPESAS = SALDO MENSAL. O saldo mensal deverá ser positivo, caso contrário estar-se-á a viver acima das possibilidades e a caminhar para uma situação difícil. Assim, esta sessão permitiu aos alunos conhecer melhor a realidade social e os problemas económicos que estão a prejudicar diversas empresas financeiras. Os alunos ficaram também a saber que grande parte do rendimento das famílias é, por vezes, gasto em bens supérfluos e que nem sempre se apercebem disso. Tal facto explica-se pela centralidade do marketing na venda dos produtos. Conclui-se que a palestra foi uma atividade interessante e muito proveitosa, porque permitiu aos alunos de Economia relembrar, e aos outros aprender como fazer uma gestão eficiente de recursos escassos para satisfazer o maior número de necessidades, a que chamamos princípio da racionalidade económica. Esta é uma forma de nos motivar para alcançar objetivos de vida, evitando gastos supérfluos. Em síntese, a técnica da DECO proporcionou uma grande lição de Economia. Tânia Fernandes, 11º B
ciências sociais e humanas
Sessão da DECO GESTÃO DO ORÇAMENTO FAMILIAR
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o dia 2 de Novembro de 2011, a turma B do 11º ano assistiu a uma palestra cujo tema principal era a gestão e poupança do dinheiro, que nos foi apresentado pela Dra. Cátia Cabanita. Entre os vários assuntos tratados, destaco a melhor maneira de gerir o dinheiro: •
Fazer um orçamento
Um orçamento é um plano no qual se registam as receitas e as despesas previstas para um certo período de tempo. Fazê-lo vai permitir ter mais controlo sobre o dinheiro gasto, pensar melhor antes de comprar um certo produto, saber melhor quanto dinheiro se tem disponível para atingir mais rapidamente os objetivos. Para fazer um orçamento, devemos dividi-lo em duas partes, receitas - entrada de dinheiro - e despesas - saída de dinheiro; anotar todas as despesas, sejam elas de baixa ou elevada quantia; nas despesas deve haver uma rubrica com uma quantia de dinheiro para imprevistos. No final, devemos calcular o saldo, que é a diferença entre as receitas e as despesas. Nas receitas deve haver uma parte do rendimento para a poupança, pois esta confere-nos mais segurança financeira e torna-nos mais independentes.
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Poupar
Apagar as luzes quando já não as necessitamos; fechar a torneira da água, enquanto lavamos os dentes; fazer uma lista quando formos às compras; entre outras. O dinheiro também pode ser posto a render através de um depósito bancário, fazendo-nos receber juros passivos. Ao abrirmos uma conta, devemos ver a que melhor
se adapta ao nosso perfil, a que tem melhores condições e menores riscos e custos, como comissões e penalizações. No banco, o dinheiro que depositamos vai circular, na medida em que o banco é um intermediário entre os depositantes e os que vão pedir dinheiro emprestado. •
Avaliar o empréstimo a contrair
O crédito é um empréstimo de dinheiro concedido pelo banco mediante uma determinada taxa de juro. O juro varia consoante o valor, o tempo e o risco. A TAEG- Taxa Anual de Encargos Efetiva Global inclui todos os custos do crédito e permite-nos comparar os créditos concedidos pelos diferentes bancos. A taxa de esforço do devedor do empréstimo traduz-se na parte do rendimento que vai servir para amortizar as prestações do crédito contraído. •
Monitorizar o uso do dinheiro de plástico
Devemos ter cuidado quando utilizamos cartões, pois através do pagamento com cartão não controlamos tão facilmente as saídas de dinheiro. Enquanto nos cartões de débito, o dinheiro utilizado é retirado imediatamente da conta à ordem, nos cartões de crédito o dinheiro utilizado é-nos emprestado pelo banco. Por isso, devemos ter uma atenção redobrada no manuseamento deste cartão. Soraia Louro, 11º B Página 11
eco dos espaços Biblioteca: espaço ativo
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eita a receção aos novos alunos e o seu primeiro contacto com o nosso espaço, pusemos mãos à obra para atualizar a nossa base de utentes e bem gerir a requisição de equipamentos e de material livro e não livro. Em articulação com Formação Cívica e Português, foram dinamizadas sessões de formação para os alunos do 10º ano. Houve uma sensibilização para, como utilizadores da BE, também aqui porem em prática o lema para o presente ano letivo: “Cumprir regras, trabalhar melhor”. Por isso, deu-se a conhecer o Guia do Utilizador da BE, explicaram-se os critérios de catalogação, segundo o sistema CDU, e os critérios de arrumação dos materiais nas estantes e nas várias zonas de trabalho deste espaço pedagógico. O estímulo à autonomia na utilização do espaço foi completado com a divulgação dos recursos disponíveis no BIBLIOBLOGUE, o acesso ao catálogo on-line e os procedimentos de segurança a adotar com o uso dos computadores. Por último, foi feito um reforço de motivação para a leitura com a divulgação de alguns títulos mais recentemente adquiridos pela BE, bem como de alguns clássicos que têm cativado várias gerações de leitores. Entretanto já decorria o mês de Outubro, mês internacional da biblioteca escolar, este ano com o slogan: “Biblioteca. Saber. Um poder para a vida”. Deu-se, assim, início a exposições temporárias. No átrio da BE, montou-se uma exposição de incentivo à leitura com a divulgação de postais da RBE sobre este tema, complementada por slogans criados pelos alunos da professora Ana Cristina Matias, turma 12º C1:“Sem leitura não há semente que cresça ou Sol que doire” (Sara Sousa); “Ler é viver, estudar é aprender” (Tatiana Machado) e “Ler é um dever para mais aprender e conhecer.” (Verónica Viegas), entre outros.
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No interior da BE, cada um dos expositores foi reservado a um tema desenvolvido pela professora Margarida Diniz com os seus alunos das turmas TCM1 e 2: “O século de Péricles”, “As ordens arquitectónicas” e “A cerâmica grega”. Em simultâneo, na zona de leitura de periódicos estiveram à disposição para leitura presencial umas brochuras sobre a UE, elaboradas no âmbito da Área de Integração pelos alunos que compõem as turmas do 11º ano, dos Cursos profissionais de TOE, TIE e TDIE . Já em articulação com a professora Maria Alberta Fitas dedicou-se uma semana à disciplina de Filosofia (14 a 18 NOV.) com obras desta área na mesa de destaques e publicações diárias no BIBLIOBLOGUE de trabalhos de alunos das turmas A1, A2, B e E do 10º ano. De imediato, se seguiu a semana da cultura científica (21 a 25 NOV.) e, agora em cooperação com as professora Helena Bartolomeu (Física e Química) e Augusta Carvalho (Biologia e Geologia), renovou-se a mesa de destaques com obras das ciências experimentais e publicaram-se novos artigos no BIBLIOBLOGUE, nomeadamente um trabalho de Física dos alunos Afonso Nunes e Carlos Teixeira, 11º A2, e a notícia da participação da professora Augusta Carvalho no 2º Encontro Regional do Voluntariado Ambiental para a Água, apresentando um trabalho desenvolvido neste âmbito com as turmas 10º A2 e A3 no ano letivo transato. A aplicação do Novo Acordo Ortográfico, obrigatória a partir de Janeiro de 2011, começou já a efetuar-se na Escola. Como complemento à divulgação das regras do mesmo por parte dos professores de Português em situação de aula, a Biblioteca planeou um conjunto de acções intituladas «Português atual? Efetivamente!». A primeira actividade ocorreu no dia 25 de NOV. com a realização de uma palestra, no Auditório, pela Drª Susana Mendonça, professora de Linguística na UALG. Essa sessão, onde estiveram presentes as turmas do 10º ano A1,C1,C2 e C3 e o 11º C2, resultou da cooperação do Grupo de Trabalho das Bibliotecas de Tavira. Com a mesma finalidade de facilitar o domínio das regras de ortografia que sofreram alteração com o Novo Acordo Ortográfico, Maria Antonieta Couto, professora de Português, dinamizou, por sua iniciativa, no dia 17 de NOV., uma sessão de formação dirigida a professores. Estiveram presentes docentes dos diversos departamentos curriculares que seguiram muito atentamente toda a informação veiculada, tendo até se disposto a realizar exercícios de aplicação no final da sessão. Ana Cristina Matias, professora bibliotecária.
eco dos espaços Ai que prazer, ter um livro para ler
Ai que prazer Não cumprir um dever, Ter um livro para ler E não o fazer! Ler é maçada, Estudar é nada O sol doira sem literatura. […] Fernando Pessoa
S
erá importante a leitura e o estudo para o Homem? Será apenas uma perda de tempo ou algo extremamente necessário para atingir o conhecimento e o próprio Homem evoluir? É sobre este dilema que vou argumentar e exprimir o meu ponto de vista. No poema “Liberdade” de Fernando Pessoa, num dos excertos, é apresentada uma conclusão bem diferente dos dias de hoje. Nessa conclusão, o autor afirma que ler aborrece, “… é maçada…”, e que estudar não tem qualquer valor, “… Estudar é nada…”. Para suportar essa opinião, o autor caracteriza a leitura e o estudo como um dever e, por tal, ainda mais prazer lhe dá por não o fazer. No entanto, a minha opinião é completamente oposta. Cada vez mais, a leitura e o estudo têm uma maior relevância na formação do caráter e do conhecimento do indivíduo, testando os nossos valores e transmitindo experiências. Pelas ideias, pelos valores, pelas opiniões dos autores, nós, indivíduos, deixamo-nos influenciar pelo que lemos, ouvimos e estudamos. Isso transmite-nos emoções e sentimentos que nos levam a adotar uma posição e, por vezes, a descobrir algo que não sabíamos acerca de nós próprios. Além disso, influencia as nossas opiniões acerca de determinados assuntos. É o caso do que me aconteceu no início deste ano, ao ler um artigo de uma revista relacionada com a mutilação genital feminina. Nunca pensara que tal ocorresse em pleno século XXI. Fiquei deveras espantada, se não horrorizada, e posso dizer que considero essa prática um desrespeito à mulher,
não só como ser humano, mas sobretudo por ser um ser igualitário ao homem e tal não acontecer no caso do sexo masculino. Este foi um exemplo de como a leitura nos surpreende e molda a nossa opinião. Mas, transmite-nos também cultura e deixa-nos observar através de meras palavras ordenadas uma realidade por vezes diferente da que nós observamos diariamente. Convoco, como exemplo, um livro que li recentemente, Jane Eyre, de Charlotte Brontë, onde é relatada a vida de uma mulher durante o século XIX . O livro aborda a emancipação da mulher e do seu espírito, num período onde as mulheres não eram aptas para trabalhar, devendo casarse para garantir a sua sobrevivência. Querendo abordar um pouco mais a minha relação com a leitura, vou revelar como ocorreu a minha entrada para este mundo fantástico. Teria cerca de 12 anos quando a minha mãe sugeriu que lesse um livro intitulado Meu pé de laranja lima, de José Mauro de Vasconcellos. Admito que li obrigada, mas foi apenas o toque necessário para querer ler um livro cujo tema fosse escolhido por mim. Desde então, não parei de ler e é com todo o prazer e contentamento que anuncio que adoro mergulhar no fantástico mundo da leitura. Resumindo, um livro permite partilhar pensamentos, interesses, informações sobre outras épocas, outros lugares, outras culturas. Enriquece o espírito e a nossa maneira de pensar e falar. Estimula a nossa mente e a nossa capacidade criativa. Ajuda-nos a sonhar. Embora, por vezes, seja difícil ler certos livros, ou por serem de um escritor que desconhecemos, ou por o tema do livro inicialmente ser desinteressante, não devemos desistir e sim continuar à espera de uma reviravolta no decorrer da ação. Ler abre uma porta para um mundo infinito de descobertas. Patrícia Horta, 12º C1
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LÍNGUAS O MÉRITO DAS LÍNGUAS O Conselho da Europa elegeu o dia 26 de Setembro como o Dia Europeu das Línguas e com o mesmo pretende dar ênfase às práticas inclusivas e integradoras no ensino e aprendizagem de línguas e culturas. A Biblioteca e os professores de línguas estrangeiras envolveram-se na celebração da variedade linguística europeia, sensibilizando os alunos para o respeito e a convivência entre línguas e culturas no espaço europeu. Inês Pinheiro, professora de Espanhol e Serafim Gonçalves, professor de Inglês
¡Hola! Soy Alice, tengo 15 años y desde hace 3 años que estudio español. Estudiaba en la escuela Dom Paio Peres Correia, una escuela pública. Para mí es importante estudiar español porque me gustaría estudiar medicina o enfermería pero como la media es muy alta en Portugal estoy pensando en ir a estudiar en España. A mí me gusta aprender español con diversas actividades, películas, debates, juegos u otras que puedan hacer con que la clase sea más diversificada. Alice Abreu, 10º A4
Alhambra, Granada
Para mí es primordial aprender un idioma. Es importante, por ejemplo, para nuestra vida profesional porque hoy en día casi todos los empleos piden personas que hablen más de una lengua. Yo quiero ser periodista y es muy importante para una periodista saber hablar muchas lenguas. Personalmente también es fundamental porque se vuelve más fácil hablar con personas que no hablen el mismo idioma que nosotros. Además, cuando aprendemos una lengua también aprendemos su cultura. Por lo dicho antes, es siempre muy útil e importante hablar más de una lengua. Basílica de la Sagrada Família, Adriana Baptista, 10º C2 Barcelona
A new language makes you travel through a different culture, but above all, helps you find a new world of friends. Página 14
Patrícia Horta e Teodora Dimitrova, 12º C1
London Bridge
LÍNGUAS Catedral de Santiago de Compostela
Es importante aprender español u otra lengua, como por ejemplo el inglés, para que tengamos más cultura en nuestra vida. Es decir, una persona que en el futuro quiera ser periodista necesita tener conocimientos de otras lenguas para conseguir hablar con las personas de idioma distinto que va a entrevistar. Por este y otros motivos es siempre bueno y necesario saber hablar otras lenguas: cuando vamos a viajar tenemos que comunicar con las personas de otros países para poder ir a ciudades. Creo que todos los estudiantes debían dar más valor al aprendizaje del idioma que estudian. Un día, más tarde, podrá ser necesario en alguna ocasión inesperada. Ana Sousa, 10ºC2
The European Day of Languages was created on 26th September 2001 to embrace all the national languages around Europe and respect each one of them, making Europe a very complex union, rich in culture and knowledge. Inês Guilherme e Tatiana Machado, 12º C1
Learn a foreign language, learn your way into the global world. Mª Margarida Silva e Rita Silva, 12º A3
Westminster Abbey, London
John Bull
Monasterio de El Escorial, Madrid Soy Hélder y llevo tres años estudiando el español en un instituto público. Creo que es importante estudiar español porque vivimos en una sociedad donde la busca de trabajo en otros países es muy grande y saber más un idioma como el español que es una lengua muy hablada en el mundo es muy importante. Por otro lado estudiar español es importante porque es una forma de comunicación con personas de otros países como por ejemplo Argentina. En mi perspectiva creo que también es muy importante el español porque conocimos otras culturas, formas de vivir… Para estudiar español me gusta hacer trabajos en Power Point con compañeros y después presentar a la clase, me gusta ver películas, hacer trabajos en parejas, hacer visitas de estudio… Por otro lado no me gusta leer, aún sabiendo que la lectura es muy importante para aprender español. Hélder Baptista, 10º C2
We talk better, we do better. The better we talk, the better we do. As much as we talk, as much as we do. Patrícia Salvé-Rainha, 12º C1 Página 15
LÍNGUAS HALLOWEEN BUSINESS
W
e are Class “CEF Assistente de Administração” and we are only girls: twelve students with ages between 15 and 17 years old. In CCLI (Correspondência Comercial em Língua Inglesa) lessons we learn how to write commercial letters in English. We have already learnt how to write order letters. To approach the celebration of Halloween from a business and administration point of view, we decided to write letters ordering Halloween products, which would be then exhibited in the library. Here are some of our opinions on this mini-project: Cândida: “I liked doing the letter and preparing the exhibition.” Nadine: “It was a very interesting activity, because we typed the letters in the computer.” Ana Gomes: “It was a practical activity in the classroom and in the library.” Anna Schröder said: “I was happy to see the final product and I think it was something different from other mini-projects of English lessons.” Susana Nassa (teacher): “In the beginning of the school year the students were a bit frightened with the name of the subject “CCLI”, but I think that now that we approached the syllabus in a practical and creative way, they feel more confident about it.
tion in the “Halloween Business” mini-project and I hope they keep up the good work.”
To enrich the letters exhibition the students were asked to bring some decoration items, which would represent some of the products they were ordering. I was pleased Página 16 to see the students’ commitment and coopera-
CEF AADM e Susana Nassa, professora de Inglês
ESCRITA CRIATIVA
Poesia Parafraseando Camões, quisemos mostrar como sentimos o amor.
Amor é lágrima derramada por um sorriso, É um sentimento profundo, incontrolável, É doença sem cura.
“Sempre que um homem sonha o mundo pula e avança" António Gedeão.
O Homem e o sonho, duas partes do Universo que têm uma perfeita relação de simbiose. Desde os primórdios da Humanidade que o Amor é um sentimento sofrido. sonho nos habita. Sonhou-se com tudo o que Amor não tem explicação: hoje possuímos, com a lâmpada, com a eletriciOlha-se nos olhos, dade e com tudo o que ela faz mover com a sua Sente-se no coração. energia. Os motores sempre constituíram o sonho do Homem de se poder mover sem qualAmor é uma rosa, quer esforço e rapidamente. Sem água, murcha. “O sonho alimenta a vida”, sempre ouvi desde Amor é como o mar: pequeno. De facto, o sonho dá luz à Descoberta Tanto enche como pode vazar. e à Conquista, comprova-o a saída dos Portugueses da terra Lusa e a sua navegação “por Amor é como o vento, mares nunca dantes navegados”. Como a alma Por onde passa destrói, não era pequena, tudo aquilo valia a pena. Mas adoramos o momento. Para ilustrar o sonho da Esperança, Thomas Edison, de uma forma muito cómica, em vez de Por fim, só te peço um favor: tristonha, comentou a sua descoberta: “Eu não Nunca duvides do que sinto por ti, errei nenhuma vez, só descobri duas mil maneiÉ mais que amor. ras de não fazer uma lâmpada”. Poema coletivo – 10ºTCM2
O mendigo O teu corpo é um barco Que não tem lemes, nem velas A tua vida é uma casa, Sem portas e sem janelas. Não vás ao sabor do vento, Aprende a canção da esperança, Vem semear tempestades Se quiseres colher a bonança.
O Homem sonhou voar como os pássaros e voou, sonhou voar até à Lua e voou. O Homem Soraia Viegas, 10º TCM1 hoje sonha voar até outros planetas e, estou certo, voará até ao espaço nunca dantes atravessado. Um dia olhei para o céu Sonhem, vivam e construam o que sonham, E vi os teus olhos refletirem uma luz. porque, se não o conseguirem à primeira, o sonho alimentar-vos-á a Esperança, dando-lhe cada vez Dentro da luz, estava um espelho, mais alimento e, consequentemente, aumentando Dentro do espelho estava a tua vida. a sua chama até que ela clareie o caminho para a Dentro da vida, estava o passado, Descoberta e a concretização do sonho. Dentro do passado estava o presente, Por isso, sonhem e gritem ao Mundo o que Dentro do presente, estava o futuro. sonham!
A luz do teu olhar
Dentro do futuro estava a tua alma perdida. Soraia Viegas, 10º TCM1
Rúben de Sousa, 12º A2 Página 17
VISITAS DE ESTUDO Organização de Eventos e seus meios de divulgação
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o dia 17 de novembro, a nossa turma de 14 alunos do 11º ano de Organização de Eventos da Escola Secundária Dr. Jorge Correia de Tavira efetuou, acompanhada por dois docentes, uma visita de estudo ao Teatro das Figuras, em Faro, na parte da manhã. Na parte da tarde, fomos pela cidade tirar fotografias a meios de divulgação de eventos. Esta viagem, planeada pelo professor António Silva e enquadrada nas disciplinas de Marketing e Comunicação e Produção Técnica de Eventos, permitiu-nos saber um pouco mais sobre a constituição do teatro, camarins, palcos, montagem de luz e som, segurança, sinalética e os vários tipos de divulgação de eventos (múpis, cartazes, folhetos, etc.)
No dia 22 de novembro, realizámos outra Visita de Estudo, mas agora a Lisboa, mais propriamente ao Pavilhão Atlântico. Conhecemos todo o seu interior (palco, auditório, camarins…) e aprendemos como fazem a disposição das bancadas, plateia e palco, consoante o tipo de evento, por exemplo, coisas que não conseguiríamos saber ou ver se fosse apenas para assistir a algum evento. Página 18
Um pouco sobre o Pavilhão Atlântico…
Tem uma capacidade máxima de 20.000 pessoas e é constituído por duas salas principais: Sala Atlântico e Sala Tejo. A Sala Atlântico tem capacidade para 12.500 pessoas sentadas e poderá ser modificada conforme seja necessário.
PROJETOS Causa Animal
Joana Santos, 12º A2, a ler o poema
“Eu sou o teu cão”
A Sala Tejo é um espaço onde pode decorrer um evento de menor dimensão e que até pode ser ao mesmo tempo de outro que esteja a decorrer na Sala Atlântico que não existe qualquer problema por causa do som. Pode também servir como apoio de backstage ou complementar à Sala Atlântico.
Eu sou aquele que te espera. O teu carro tem um som especial e eu posso reconhecê-lo entre mil. Os teus passos têm um timbre de [magia, eles são música para meus ouvidos. A tua voz é o sinal maior do meu [momento feliz. E às vezes TU nem precisas falar… […]
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o Dia Mundial dos Animais, comemorado todos os anos a 4 de outubro, as turmas 12º A2 e A3 prestaram uma homenagem aos animais, realizando uma sessão de leitura expressiva de poemas: “Ode ao Gato" ,"Eu sou o teu Cão", "Os Mochos", "O Peixe", "Ninfas de Jardim" e "A Leoa".
Ode ao Gato
Tipos de Eventos realizados no Pavilhão Atlântico: • • • • • • • • • •
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Tu e eu temos de permeio a rebeldia que desassossega, a matéria compulsiva dos sentidos. […]
Eventos Culturais Congressos Feiras Eventos Desportivos Festivais Jantares de Gala Reuniões Anuais Festas de Natal Concertos Conferências
José Jorge Letria, in Animália, Odes aos Bichos
No âmbito do Projeto Causa Animal, essa homenagem foi retomada na Biblioteca, tendo os alunos David Amaro e Fátima Guerreiro, 12º A3, realizado a leitura de dois poemas, dirigida aos alunos que aí se encontravam presentes.
A turma 11º TOE
Este tipo de abordagem a favor de uma consciencialização e responsabilização pelas condições de vida dos animais será repetida noutros contextos escolares e extraescolares, designadamente do ensino básico e na Página 19 Biblioteca Municipal.
CINEMA Comentário : Psycho, de Alfred Hitchcock e A Suspeita, de José Miguel Ribeiro.
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o âmbito do JCE (Juventude, Cinema, Escola) vimos, no dia 27 de outubro, no Cineteatro da cidade, o filme Psycho, de Alfred Hitchcock, e, na aula de Filosofia, a curta-metragem A Suspeita, de José Miguel Ribeiro. Claro que a nossa professora tinha que inventar e propôs-nos encontrar semelhanças e diferenças entre as duas películas, reservando-se as naturais distâncias entre elas. Sentindo que a tarefa não era muito simples, desenvolvi uma curta reflexão, partindo da ideia do que é comum a ambas, o suspense. O suspense é um dado garantido, através das linhas sinuosas, pela música e modo como é apresentado o elenco, em Psycho, e na Suspeita pela presença intrigante das páginas de um jornal, bem como da arrepiante banda sonora. Em Psycho, o espetador apercebe-se de imediato que é um filme com um clima envolto em terror e suspense sem cessar, o qual é acentuado pela opção do preto e branco, enquanto na curta-metragem as cores estão presentes e as personagens são animações engraçadas, dissipando um pouco a névoa de um assassinato presente em ambas as situações. Dando também azo à nossa traiçoeira imaginação que, inconscientemente, assenta em padrões interiorizados na sociedade, esta película critica a existência de preconceitos sociais, derivados de estereótipos.É em proveito destes que o realizador, prevendo antecipadamente as nossas conclusões e suspeitas, conduz e seduz a nossa errada apreciação. Em Suspeita, o último viajante a entrar na carruagem do comboio, um jovem, de phones e com ar frio e distante, preenche todos os requisitos do nosso estereótipo identificado como, razão para suspeitar. Tiramos, portanto, no fim da curta-metragem uma pequena, mas nem por isso menos valiosa lição, não devemos julgar ou avaliar as pessoas pelo seu aspeto, coordenadas irrisórias que tanto nos perseguem, mas sim pelas condutas apresentadas. Encontramos aqui, no entanto, um ponto de divergência entre as películas, uma vez que na curta-metragem o suspense não é contínuo, há momentos mais suaves e até cómicos, libertando um pouco o observador da angústia do que vai acontecer. Nas duas películas há um momento em que emerge a fatal atracão. Em Psycho, com o assassino a sentir-se tentado pela presença de Marion e, numa diferente abordagem, em A Suspeita, com a errada interpretação da arrogante passageira, sentada em frente ao protagonista, que concluiu que este se sentira atraído por ela. Ou seja, normalmente, as pessoas demasiado cheias de si, tornam-se Página 20 arrogantes.
A maior das aproximações encontra-se no derradeiro final, o inesperado. Em Psycho, tudo encaminha o espetador para que seja tentado a crer que o autor dos crimes é a mãe de Norman Bates, tal como José Ribeiro nos encaminha para o assassínio ter sido cometido pela última personagem a entrar no compartimento do comboio. No entanto, para surpresa do observador, que espera confirmar as suas suspeitas, a história submete-se a uma autêntica reviravolta de perspetiva, um twist, em que todas as evidências que suportavam as nossas conclusões estavam erradas e o assassino é aquele que nunca suspeitaríamos, por ser aos nossos olhos o mais inocente. Antes de terminar, queria apenas apresentar as minhas suspeitas em A Suspeita. O meu ponto de partida foi que todos eram suspeitos, mas com o desenrolar dos acontecimentos sobressaíram certas personagens. Comecei, então, por seguir o fio condutor da película. O último viajante a entrar seria a minha primeira suspeita devido à sua blusa com o X, igual à do assassino, denunciado no jornal. No entanto, concluí que seria uma análise bastante óbvia, demasiado óbvia, portanto passei a redobrar a minha atenção também pelos restantes passageiros. Surgiu, assim, a minha segunda suspeita, a dita senhora confiante, pois para se ser assassino e interagir de tão perto com as suas vítimas requer auto-confiança. Se esta acreditasse que depressa seria descoberta, certamente que não se iria expor tanto. No entanto, nenhuma das minhas suposições se confirmou. Resolvi imaginar que o argumento seria uma situação real e que eu realizava o mesmo ato de quem quis avisar os outros passageiros da presença do assassino. Faria isso não tanto para os alertar, mas sim para analisar a sua reação e pôr de parte a hipótese de estes serem os assassinos, mesmo sabendo que normalmente as nossas conclusões são encaminhadas pelas perspetivas assentes nos pensamentos desse momento e não tanto pela verdade. Em conclusão, foi a curta-metragem que mais me cativou, porque gosto imenso de filmes de animação. Transmitem lições de uma forma mais suave, a crítica é sub-reptícia, pelo que só os mais observadores são capazes de a identificar, brincando com realidades e irrealidades, que nos deixam bem-humorados. Erica Laranjo, 11º E
ASSOCIATIVISMO Muito sabe o rato, mais sabe o gato
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Associação Internacional de Paremiologia organizou mais um Colóquio Interdisciplinar de Provérbios, que decorreu entre 6 e 13 de Novembro, em Tavira. Esta quinta edição contou com a participação do 12º A3.
Na sequência de uma palestra alusiva ao papel dos Provérbios na Educação, dada pelo Dr. Fátima Guerreiro, a delegada de turma, a Rui Soares, a 19 de Setembro, na Escola Secuntestemunhar a mais-valia desta experiência. dária de Tavira, no âmbito da Semana da Juventude, os alunos foram convidados a realizar um trabalho a ser apresentado no Colóquio. O tema seria à sua escolha, mas teriam de organizar uma sequência de provérbios cuja letra inicial de cada um contribuísse para a composição do abecedário. Em função deste desafio, os alunos do 12º A3, designadamente através da iniciativa primordial de Maria Ana, responderam prontamente. Selecionaram como tema “o gato” e o resultado da sua pesquisa foi utilizado para conceber um marcador de livro. Do conjunto de 23 provérbios listados, damos como exemplos os seguintes: “Impossível é um rato fazer o ninho numa orelha de um gato”; “ Ratos correm quando os gatos somem”. No dia 8 de novembro, a turma deslocou-se ao Hotel Vila Galé para assistir à apresentação pública do marcador de livro concebido pela Associação de Paremiologia, bem como dar o seu testemunho acerca do significado desta experiência na sua vida curricular. Maria Teresa Afonso, professora de Biologia e Geologia
Alunos dinâmicos
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pós uma animada campanha eleitoral promovida pela Lista M , cujo slogan este ano foi: Mantém-te connosco… A fidelidade é uma Virtude!, no dia 23 de novembro tomou posse a nova Associação de Estudantes da escola. A Associação é formada por quatro órgãos: Direção, Assembleia Geral de Alunos, Conselho Fiscal e Departamento de Relações Externas. Estamos certo de que a nova direção, constituída por Daniela Pereira (presidente), Jorge Guerreiro (vice-presidente), Rita Trabulo (tesoureira), Catarina Rocha (1ª secretária), José Mártires (2ª secretária), Ana Rodrigues (1ª vogal) e Joana Cotovio (2ª vogal), organizará atividades culturais e recreativas tão envolventes como as que decorreram durante a campanha.
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OPINIÃO A mediocridade do nosso ensino
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o contrário do que os decisores políticos dizem, temos um ensino medíocre em Portugal. Medíocre nos programas, medíocre na gestão das escolas, medíocre nos professores e medíocre nos resultados dos alunos. Obviamente, todos passam a culpa a quem está mais em jeito de a receber. Os pais culpam os professores. Os professores culpam os programas. O Ministério culpa as escolas e estas, por sua vez, culpam os pais. Enfim, tudo muito tipicamente português. É certo que todos têm a sua quota-parte de responsabilidade. As escolas por falta de organização e rigor, os pais por abandonarem a educação dos filhos às escolas, os programas por estarem inadequados e desatualizados e o Ministério por ser francamente incompetente em quase tudo o que faz. Eu defendo veementemente a autonomia das escolas e a liberdade de escolha no ensino pelas razões supra-anunciadas e por crer que o modelo atual fracassou e carece de mudanças urgentes. Atualmente, o Ministério controla tudo o que diz respeito à educação em Portugal. Os modelos, os programas, a estrutura curricular, os professores, o funcionamento das escolas, os horários, etc. Chama a si tudo o que consegue, delegando apenas algumas tarefas às direções regionais que constituem a extensão deste monstro burocrático e tecnocrata chamado Min-Edu. Explico esta minha posição em cinco ordens de ideias distintas. Primeira - Nenhuma escola com autonomia permitiria o regabofe, o comodismo e o desleixo que atualmente sucedem nos estabelecimentos de ensino. Quereriam certamente ter os melhores resultados e a maior eficiência e produtividade possíveis - e seria apenas natural que assim fosse. Seria o fim dos professores incompetentes que prejudicam os alunos, enquanto privam outros professores recém-formados de concorrer aos lugares, porque, uma vez estando nos quadros, pouco interessa o desempenho, mantendo-se assim a hegemonia do laxismo e do caciquismo dentro das escolas.
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Segunda - A concorrência entre as escolas seria saudável e produtiva. Todas quereriam obter os
melhores resultados possíveis e tal refletir-se-ia na qualidade do ensino que ofereceriam, sem nunca rejeitar a admissão de alunos. Caber-lhesia também criar estratégias de combate ao insucesso e ao abandono escolar, e transformar os alunos com menor desempenho em casos de sucesso.
Terceira - Acabava-se com a mediocridade de alguns cursos profissionais e da área das línguas e humanidades, que é, sem dúvida alguma, a área com menor rendimento e produtividade do ensino secundário. Basta uma breve análise dos programas para constatar que estão pouco adequados à realidade socioprofissional vigente e com objetivos muitas vezes irrealistas para a carga horária existente, ficando as dúvidas e a atenção dada aos alunos em segundo plano, face ao cumprimento do programa curricular. Para além disto, nesta área, chegados ao 12º ano, os alunos encontram-se com quatro ou cinco tardes livres, pois só têm entre 14 e 16 blocos semanais de aulas. Isto comparado com os mais de 20 das restantes áreas atesta bem o quanto a cultura do mérito e do trabalho é ignorada nas línguas e humanidades. E claro que alunos que passam o último ano do secundário tendo tão poucas aulas não estarão devidamente preparados para o ensino superior.
OPINIÃO Isto por si só explica o porquê da decadência dos cursos de ciências sociais e humanas nas Faculdades. Não é que não necessitemos de psicólogos, sociólogos, jornalistas, advogados e economistas, mas sim que precisamos mais de bons psicólogos, bons sociólogos, bons economistas. Porém, com esta estrutura curricular dificilmente se formam bons profissionais. Já nas ciências, o oposto verifica-se. Existe uma excessiva carga horária, que acaba por compensar a extensão exagerada dos programas, cuja falta de objetividade obriga os alunos a ter mais aulas. E ainda que isto possa, em parte, justificar o sucesso da área no ensino superior, talvez signifique que muitas das disciplinas pecam por demasiada quantidade em detrimento da qualidade. Há vida para além dos programas, e estes não dotam os alunos com as competências necessárias e procuradas no mercado de trabalho, devendo essa lacuna ser colmatada pelos professores. Algo que nem sempre acontece, por falta de capacidade ou falta de vontade.
Quarta - Urge-se motivação! Os docentes de hoje não se preocupam com mais do que os programas. Os alunos, por sua vez, nem com isso se interessam de todo. E os pais encaram a educação dos filhos como variáveis quantitativas. Se têm um filho de 18, o rapaz é excelente. Se é de 11, já é fracote. E um filho de 14 é melhor que um filho de 13. Esta visão absurda causa mais danos à nossa sociedade que a criminalidade ou a pobreza! A forma como os alunos são encarados é desumana e desprestigiante, sem falar de injusta, arbitrária e impessoal. Existem valores e capacidades imensuráveis e que valem muito mais no mundo profissional que a nota a matemática. Mas, como nem os pais nem os professores conhecem - ou querem conhecer - os nossos estudantes, se forem
alunos de 18 terão um futuro brilhante, mas, se tiverem 10, não terão onde cair mortos, ainda que sejam empenhados, solidários, determinados, criativos e excelentes em relações interpessoais. O mundo profissional não é feito apenas de números. Nem sempre são os alunos com médias altas os melhores profissionais. Da mesma forma, um aluno com baixo desempenho pode ser um excelente trabalhador. No entanto, o que temos na realidade são alunos que se desmotivam e desistem dos seus sonhos porque os convencem que toda a sua vida dependerá da nota do exame de matemática ou de português.
Quinta - Chega de crispação! Climas adversos ao trabalho e à criatividade refletem-se no desempenho dos alunos. O ministério da educação destruiu por completo o clima de paz no ensino português através de burocracias desnecessárias, processos arbitrários e nada éticos, autênticos protetorados à incompetência e a completa alienação do propósito de um professor que, antes de ensinar, tem de tratar da papelada e do funcionamento da escola, só depois pode pensar nas aulas, privando-se, graças a essas trivialidades, de tempo que seria melhor gasto em atividades para os seus alunos. Tudo isto levou ao panorama atual onde a crispação e a tensão reinam nas escolas entre os próprios docentes. Cabe-nos a todos nós contribuir para a criação de um novo paradigma de ensino. Um ensino feito para as necessidades do século XXI e que finalmente valorize o mérito e a criatividade, não só dos alunos mas também dos professores e das escolas. Jorge A. Guerreiro, 12º C2 Página 23
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ÁRIA SECUND IRA ESCOLA IA - TAV E R R O C GE DR. JOR
BIBLIOTECA
Ficha Técnica Chefe de Redacção: Ana Cristina Matias Conselho de Redacção: Carmen Castro e Maria Antonieta Couto Redacção: Alunos e Professores da ESJAC Paginação: Ana Cristina Matias Impressão: Reprografia ESJAC
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Muitas luzes fazem um clarão e é aí que a mudança começa
O
Debate Humano de Alerta (DHUDA), que ocorreu na passada sexta-feira, dia 18 de novembro, foi organizado por um conjunto de alunos e docentes da nossa Escola, em parceria com elementos da equipa da Unidade de Cuidados na Comunidade Talabriga do Centro de Saúde de Tavira, com a intenção de «informar, esclarecer e interferir na sociedade, de uma forma clara, dinâmica e apartidária, sensibilizando a comunidade e incentivando a procura de soluções para a atual situação». O Debate fora previamente divulgado pela afixação de cartazes, envio de e-mails e a criação de um blog e de uma página no Facebook, primordialmente pelo empenho dos alunos do 11º A3. Já na noite do evento, este teve início com a presença pouco discreta e bastante animada da Orquestra do Ritmo do Algarve (ORA), convidando, agradável e originalmente, os transeuntes a participar no debate. E foi com surpresa e orgulho que a “casa” se encheu, ainda mais do que o esperado. Depois dos agradecimentos, feitos pela professora Fernanda Santos, a “mãe” do projeto, foi passado um pequeno vídeo, com cerca de vinte minutos, da autoria do professor José Couto e de um grupo de alunos que, em conjunto, colecionaram uma notável quantidade de cartoons, citações e vídeos ilustradores da crise em Portugal, com “Inquietação” de José Mário Branco como banda sonora, de modo a demonstrar ao público as situações/ comportamentos incorretos por parte dos governantes políticos da nossa sociedade. Para “apimentar” o ambiente foram, de seguida, apresentados, por alguns alunos do 11º C1 e 11º A3, os oradores e a moderadora – o presidente da Câmara Municipal de Tavira, Jorge Botelho; António Fragoso de Almeida, docente na Escola Superior de Educação da Universidade do Algarve; o diretor da RTP2, Jorge Wemans; o economista Orlandino Rosa; o médico e ex-presidente da Administração Regional de Saúde do Algarve, Rui Lourenço e a jornalista Elisabete Rodrigues. Também se contou com a presença, como oradores, de Carlos Teixeira e Bruna Fernandes, alunos do 11º A3 e A2 de Ciências e Tecnologias; João Tavares, aluno do 11º C1 de Línguas e Humanidades, e Jorge Guerreiro, vice-presidente da Associação de Estudantes. A introdução do debate foi feita pelas alunas de Línguas e Humanidades, Raquel Silva, do 11º C1, e Telma Pacheco, do 11º C2. As duas jovens elucidaram os presentes acerca do conceito de crise de valores e do esbatimento das fronteiras entre o bem e o mal que se tem vindo a verificar, promovendo também a importância de valores como a Honestidade, a Justiça, a Lealdade, a Cidadania e, sobretudo, a Amizade, no sentido de União e Cooperação. Convidaram, assim, os presentes a partilhar os seus princípios, de modo a criarem soluções que levem à construção, espera-se, de
um futuro brilhante. Quanto ao debate, propriamente dito, os oradores iniciaram os seus discursos apresentando, de uma forma geral, as suas opiniões pessoais acerca da situação económica atual. Entre alguma ironia e um certo humor, foram-se discutindo as várias perspetivas que cada um possui, e as respetivas soluções para os problemas encontrados. Os oradores, tendo em conta as áreas em que estão inseridos – como a saúde, a educação, a comunicação social, a política e as finanças –, influenciaram, de certa forma, a fundamentação do seu discurso, acabando por focar vários pontos fortes de cada uma delas e mostrando-nos como é importante que estas tenham um bom sistema de organização, já que podem justificar ou contribuir para as resoluções de alguns entraves ao desenvolvimento humano. Quanto aos alunos, exprimiram-se de uma forma bastante clara e marcante, demonstrando a sua vontade de mudar e algum sentimento de revolta relativamente à maioria dos problemas atuais. Porém, estruturaram as suas palavras de modo a transmitir uma mensagem de otimismo e persistência a todas as pessoas que se encontravam ali presentes. Ao longo do debate, foram-se discutindo pontos essenciais, explicando-se conceitos como o neoliberalismo e a globalização e como os antecedentes da crise foram cruciais no que diz respeito ao comportamento dos chefes de estado, tendo estes influenciado o sistema social e económico do presente. Apesar de o tempo dispensado para falar ter sido muito pouco, tendo em conta que o assunto podia ter sido muito mais aprofundado, todos tentaram fazer com que a comunidade tavirense ficasse a perceber melhor como funciona o mercado económico e de que forma afeta o nosso quotidiano. Foi assim, com música, ilustrações, boa disposição e cidadãos, uns positivos, outros nem tanto, mas todos com espírito crítico e observador, que se desenrolou um notável movimento social, que prova, afinal de contas, que os jovens não estão assim tão desmotivados; estão, sim, interessados em desenvolver as suas potencialidades e as de Portugal. Como o vice-presidente da Associação de Estudantes declarou, «apesar de muita coisa estar mal, esta crise despertou-nos e fará com que, no futuro, não cometamos os erros do passado». João Tavares, por sua vez, acrescentou, «cada um de nós pode ser apenas uma luzinha, mas muitas luzes fazem um clarão e é aí que a mudança começa.» Raquel Silva, 11ºC1, e Telma Pacheco, 11º C2