Formas de pensar

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Temos dois cadeados (problema filosófico) e duas chaves diferentes (soluções/respostas)

FILOSOFIA – Profª Maria Alberta Fitas 10ºE/11ºA4 – NOV 2012


Escola Secundรกria Dr. Jorge Augusto Correia - Tavira

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FICHA TÉCNICA Título: Formas de pensar Autores: Maria Alberta Fitas (coordenação) Alunos de Filosofia, 11º ano, A4. Alunos de Filosofia, 10º ano, E. Conceção gráfica: Maria Alberta Fitas Revisão. Ana Cristina Matias ( professora bibliotecária) Edição: Ana Cristina Matias Biblioteca, Escola Secundária Dr. Jorge Augusto Correia Rua Luís de Camões, 8800-415 Tavira Data: Novembro 2012

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ÍNDICE

INTRODUÇÃO: A razão de ser Professora Maria Alberta Fitas………………………………………………………………………………..

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O que é o conhecimento? Adriana Correia e Rita Bárbara, 11º A4 ……………………………………………………………………

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Penso, logo existo Carlos Simões, 10º E …………………………………………………………………………………………….

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Será que a nossa existência tem sentido? Inês Garcia e Joana Guerreiro, 11º A4……………………………………………………………………..

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O que é a filosofia? Luísa Martins, 10º E …………………………………………………………………………………………………

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Por que razão haveremos de ser morais? Adriana Gonçalves e Sílvio Cândido, 11º A4....................………………………………………….

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Desigualdade Olívia Wischer, 10ºE…………………………………………………………………………………………………

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O mundo exterior António Pereira e Bruna Vaz , 11ºA4………………………………….…………………………………..

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O que determina o valor de uma obra de arte? Cristina Popusoi e Inês Murta, 10ºE….……………………………………………………………………..

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A razão de ser

No ano letivo 2007/2008, a Associação de Professores de Filosofia associou-se às comemorações internacionais do Dia da Filosofia. Lançou um desafio, a nível nacional, a professores e alunos que desde logo apoiei e, com muito sucesso, vi surgirem trabalhos interessantes e criativos, em vários suportes que refletiam o entusiasmo e adesão livre dos alunos. A experiência foi-se repetindo, mas, ao fim de aproximadamente três anos, a participação a nível nacional foi decrescendo. No ano letivo transato, como se pode verificar no arquivo da página da referida Associação, o número de trabalhos enviados foi diminuto e no corrente ano já nem qualquer desafio foi lançado. Pela minha parte, e sempre fortemente incentivada pela professora coordenadora da Biblioteca, a colega Ana Cristina Matias, procurei aliar ideias inovadoras - ou repensar os eternos, mas sempre estimulantes, problemas da Filosofia - ao trabalho de interpretação de texto e com ele recriar, ao jeito próprio do adolescente, a multiplicidade de temas que nos fazem pensar. Assim, neste ano letivo, propus às turmas A4 e C3, do 11º ano, a leitura e descoberta de reflexões diversas sobre os mais variados temas filosóficos, a partir de capítulos de obras essenciais à iniciação filosófica, revendo uns temas estudados no 10º ano e, em outros casos, antecipando a descoberta e exploração de temas do 11º ano. À turma do 10ºE, de Artes Visuais, que só havia iniciado este desassossego há um mês, foi lançado o repto de ilustrar frases, ideias ou filósofos, aproveitando a apetência vocacional destes alunos.

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Da colaboração com a professora Ana Cristina Matias, e sendo impossível dar a conhecer todos os trabalhos, resultou a seleção apresentada que foca temas, como, “O que é o conhecimento”, “O sentido da vida”, “A razão de sermos morais” e o “O mundo exterior”.

A Professora de Filosofia, Maria Alberta Fitas

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O que é o conhecimento?

2012/2013

Adriana Correia, nº3 Rita Bárbara, nº 22 11º A4

Disciplina: Filosofia

Professora: Maria Alberta Fitas

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O que é o conhecimento? Será que o conhecimento expressa a realidade? Será a realidade real? Serão os sentidos manipuladores da imaginação ou da possível realidade? O que é o pensamento? É o pensamento real? O que é o «eu»? Será que a perfeição existe?

O objetivo deste ensaio filosófico é responder à questão-problema acima identificada e a todos os outros problemas que surgiram durante o pensamento cuidado acerca deste tema, de acordo com duas teses que serão mencionadas mais à frente. Este problema suscita-nos a todos um oceano de incertezas e dúvidas. Aquilo a que chamamos conhecimento, quando queremos referir-nos a algo que pensamos saber, será mesmo aquilo que vulgarmente pensamos que é? Vejamos: de acordo com o dicionário, conhecimento significa ideia, noção, informação, notícia que se tem a respeito de qualquer coisa. Mas será exatamente isso que significa conhecimento? Há que problematizar o óbvio! O conhecimento abrange o Mundo. Por esta razão, é importante responder a esta questão tão imensa. Uma coisa é certa, para haver conhecimento é necessário que a proposição seja verdadeira, é também necessário que alguém acredite que ela é verdadeira e que haja provas ou evidências credíveis para se acreditar na proposição. Em resposta ao problema o que é o conhecimento? existem duas teses principais concorrentes: a teoria formulada e fundamentada pelo racionalista René Descartes e a teoria concebida pelo empirista escocês David Hume. Conceder-lhe-emos uma breve noção de cada teoria concorrente. O racionalismo1 de Descartes sugere que podemos adquirir um conhecimento através da razão, sem ser sustentado pela experiência. Ou seja, há a possibilidade de obter um conhecimento puramente racional, que nos permite compreender toda a realidade, quando justificado com a crença em Deus. Por outro lado, o empirismo2 de Hume defende que nos temos de basear na experiência para adquirir conhecimento, no entanto não podemos alcançar alguma verdade objetiva relativamente aos factos.

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Acreditar em ideias e no raciocínio lógico, a partir da razão Acreditar que a verdade só é garantida através da experiência

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Descartes Será que podemos conhecer a realidade? Qual o fundamento do nosso conhecimento? Serão os nossos sentidos? Haverá um génio maligno controlador do nosso pensamento? Serão os sonhos obra do génio maligno? “Mas logo a seguir dei-me conta de que, enquanto queria pensar que tudo era falso, era necessário que eu, que o pensava, fosse alguma coisa; e notando que esta verdade: penso logo existo, era tão sólida e certa que nem as mais extravagantes suposições dos céticos poderiam removê-la, pensei que poderia aceitá-la sem temor como princípio da filosofia de que eu andava à procura.” Descartes, Discurso do Método, IV, 32

Se a ciência revela tudo quanto existe, o que será da liberdade e da alma humana e da nossa relação com Deus? Descartes teve um papel fundamental no desenvolvimento das ciências, matemática e física, mas este católico devoto não deixou de albergar Deus, a liberdade e o espírito humano. Deste modo, admitimos que este filósofo formulou uma tese metafísica, na qual inesperadamente une a ciência e a religião. Para que pudesse descobrir a origem do conhecimento, colocou um «véu branco» sob o que a sociedade tomava como verdade, partindo assim dos alicerces. Ainda descobriu que os seus próprios sentidos o enganavam, não podendo confiar mais neles. Descartes considera, assim, que todos nós deveríamos questionar e problematizar os muito óbvios dados fornecidos pelos sentidos, o que nos leva, do mesmo modo, a interrogar a informação contida nos sonhos. Por exemplo, tomando a igualdade entre os sonhos e as pinturas, afirmamos que: “Um pintor pode alterar a disposição das coisas, mas, no fundo, pinta coisas derivadas de coisas «reais», ainda que só as cores sejam reais”. Pelo mesmo raciocínio, afirma Descartes, mesmo que as coisas que nos são familiares sejam imaginárias, devem depender de coisas universais e mais simples, que sejam reais. Mas que coisas são essas? O filósofo em questão coloca a hipótese de existir um génio maligno, poderoso e omnipotente, que controla a nossa mente e tem a capacidade de nos enganar e iludir. É esta a possível resposta de Descartes, para explicar o porquê de os seus sentidos o enganarem. Tomemos como exemplo o exame da bola de cera realizado e desenvolvido pelo filósofo Descartes. Neste exame, ao observar uma bola de cera, podemos concluir que tem gosto, cheiro, cor, forma e tamanho «fáceis de observar e caracterizar», e se lhe batermos, produz som. Mas, ao colocá-la perto do fogo Descartes observa que: 10


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“O gosto residual é eliminado, o cheiro desaparece, a cor muda, a forma perde-se, o tamanho aumenta; torna-se líquida e quente, quase não lhe podemos tocar e, se lhe batermos, já não produz som. Mas será que permanece ainda a mesma cera? Temos de admitir que sim; ninguém o nega, ninguém pensa de outro modo. Mas então o que havia na cera que eu compreendia tão distintamente? É evidente que não era nenhuma das características a que cheguei por meio dos sentidos; pois o que era captado pelo sabor, cheiro, visão e tato alterou-se agora – todavia, a cera permanece.” Descartes, Meditações sobre a Filosofia Primeira, p.20.

Através deste exame, Descartes conclui que os sentidos não são fiáveis para a compreensão dos corpos, mas sim o intelecto. Deste modo, a perceção não é adquirida pela informação que os sentidos nos fornecem, como o ver e o tocar. Encontrava-se Descartes num mar de dúvidas, quando se perguntou se realmente existia, visto que, segundo ele, não tinha sentidos fiáveis, nem corpo. Então disse: “Será que não se segue que também eu não existo? Não: se eu me convenci de algo, então certamente existo. Mas há um enganador sumamente poderoso e traiçoeiro que deliberada e constantemente me engana. Nesse caso, também é indubitável que eu existo, para que ele me possa enganar; e, engane-me ele tanto quanto puder, nunca poderá fazer que eu nada seja desde que pense que sou algo. Assim, depois de considerar tudo exaustivamente, tenho finalmente de concluir que esta proposição, eu sou, eu existo, é necessariamente verdadeira sempre que é avançada por mim ou concebida no meu espírito.” Descartes, Meditações sobre a Filosofia Primeira, p.16

Cogito, ergo sum: «Penso, logo, existo», permitiu esclarecer Descartes sobre a sua existência. Mas agora surgia uma nova questão. Afinal o que é o «eu»? Ao que anteriormente o racionalista afirmava existir sob a forma de um corpo, e pensava por intermédio do mesmo, é agora um pensamento inválido perante as suas novas conclusões, pois declara que o seu conhecimento sobre o «eu» não se pode basear no seu conhecimento da existência corpórea. Assim, quais os fundamentos para o conhecimento do «eu»? Uma coisa é certa, enquanto pensarmos, existimos, portanto não nos temos de basear no conhecimento do nosso «eu material», para nos conhecermos. “(…) o pensamento; só isto é inseparável de mim. Eu sou, eu existo – isto é certo. Mas por quanto tempo? Enquanto eu pensar.” Descartes, Meditações sobre a Filosofia Primeira, p.16

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Depois de reconhecer que existe, Descartes questiona acerca do que é, respondendo que é uma coisa que duvida, concebe, nega, quer, não quer, imagina e sente. Mas que identidade se pode dar a uma coisa que desenvolve tais funções? Excluem-se todas as propriedades físicas, como extensão e imagem, por serem características ausentes de certeza. Sumamente, Descartes afirma que a coisa que pensa é imaterial, ou seja, a nossa mente, a que ele denomina de espírito. Mas o que realmente sabemos nós sobre o «eu»? A ideia é que a parcial referência a um «eu» como uma «coisa» ou um pensador é ela mesmo uma ilusão. Com isto queremos dizer que enquanto um ser, uma coisa corpórea, «eu» pode não ser real. Pode ser caracterizado apenas como uma ilusão, pois sabemos que existimos porque pensamos, mas essa existência pode ser imaterial, em forma de espírito. Debruçado sobre a clareza e distinção, Descartes entrega-se por completo ao raciocínio. Analisando o seu próprio «eu», o francês René Descartes revela que tem uma ideia de perfeição, argumentando que a coisa que originou essa ideia deve ser tão «real» quanto ela, incluindo a ideia acima mencionada. Deste modo, é implícito que Deus possa sustentar a ideia de perfeição, por ser a única causa perfeita. Logo que Descartes descobre Deus, as dúvidas desvanecem. Uma vez que Deus é perfeito, não é um ser enganador, pois um ser que engana é indubitavelmente um ser imperfeito, por ceder à tentação e fraqueza de utilizar a arma da mentira. Assim, podemos concluir que não pode existir algum génio maligno controlador das nossas mentes desde que Deus seja o único ser omnipotente e o único possuidor de capacidades para enganar alguém; não o fazendo, mais ninguém o pode fazer. Para além disso, a existência de um génio maligno é completamente inválida, por outra razão. A função desse tal génio seria enganar-nos, mas não o consegue, pela seguinte razão: não é lógico fazer-me acreditar que penso que existo, quando na verdade não existo. Cogito, ergo sum. Segundo Descartes, Deus é o fundamento metafísico do saber. O objetivo da verdade divina, ser fonte de todo o saber e não enganar, é garantir a validade das ideias que estão presentes na nossa consciência nesse momento e as evidências passadas. Com efeito, não há necessidade de questionar as ideias que estão presentes na nossa consciência, como distintas e claras, visto que Deus é perfeito e não engana e nem perverte a nossa compreensão. Dado que Deus não é um ser enganador, uma determinada evidência não pode ser colocada em causa, enquanto estiver presente no nosso espírito. Por outro lado, são também garantidas as nossas evidências passadas, ou seja, aquelas que presentemente não se encontram presentes na nossa consciência. Deus é aquele que garante que qualquer ideia que nos é válida numa certa circunstância também seja válida objetivamente, isto é, independentemente de mim e do tempo. 12


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Conclui-se assim, que Deus é a verdadeira base do conhecimento, ou então, a verdadeira raiz da árvore do conhecimento. É devido às suas características únicas, veracidade e imutabilidade, que o ser pensante vai adquirindo a verdade dos conhecimentos.

David Hume Será fundamental o uso da experiência para obtenção do conhecimento? Será a experiência o meio ideal para confirmar uma ideia? Será fiável basearmo-nos na razão? O que é a memória? “Há uma espécie de ceticismo, anterior a todo o estudo da filosofia, fortemente preconizado por Descartes e outros como uma proteção soberana contra o erro e os juízos precipitados. (…) Logo, a dúvida cartesiana, ainda que qualquer criatura humana a pudesse atingir (o que claramente não pode), seria inteiramente incurável; e nenhum raciocínio poderia jamais conduzir-nos a um estado de certeza e convicção sobre o que quer que fosse.” Hume, Investigação sobre o Entendimento Humano, secção XII, p.149 Visto que o plano de Descartes é usar a razão, como escudo de defesa da dúvida universal sobre a fidelidade e verdade da razão, segundo Hume, este projeto tem obrigatoriamente de falhar. A contra-argumentação de Hume parece-nos convincente. Mas assim, qual deverá ser o resultado? Será o ceticismo3 universal, no sentido pessimista sobre a existência da harmonia entre o modo como as coisas são e como pensamos que são? David Hume encarregou-se de uma profunda e intensa investigação sobre a origem, a possibilidade e os limites do saber. O escocês aceita, de facto, que precisamos de um fundamento para suportar o nosso sistema de convicções. Contudo, nega por complemento que esse fundamento tome a forma racional. Tal forma que Descartes apoiava. Parte desse fundamento é sustentado através dos nossos sentidos e raciocínios devido à sua veracidade, porque esta não pode ser demonstrada com base noutro qualquer «princípio originário». Concluímos que os fundamentos não se apresentam à razão. Sendo assim, Hume põe de lado o apelo à racionalidade, devido à desconfiança que tem pelas faculdades da razão pura.

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Tendência para duvidar de tudo; estado de quem duvida de tudo

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Para este filósofo, o conhecimento adquire-se pela experiência obtida através dos sentidos, ou seja, o melhor contacto entre o mundo e a mente humana estabelece-se quando tocamos, vemos, cheiramos ou ouvimos um objeto familiar. Enquanto Descartes defende que Deus é o fundamento metafísico do saber e da harmonia entre as convicções e o mundo, Hume afirma que levantar esta questão é desnecessário na vida quotidiana. De acordo com David Hume, o problema da harmonia entre o que pensamos e o que as coisas realmente são, ou seja, a harmonia entre a aparência e realidade, deve ser abordado a partir do nosso interior, das nossas convicções. Realmente, quando Hume verificou as dificuldades que surgiram no modo como pensamos acerca das coisas, introduziu o ceticismo sobre a nossa capacidade de conhecer. O conhecimento científico, apesar de não ser objetivo nem justificável através da razão, é útil. Hume critica a fé cega que é depositada no poder da razão quanto ao conhecimento do que transcende a natureza e ao conhecimento do mundo. “Nada podemos saber acerca do futuro porque nada nos garante que o futuro seja semelhante ao passado. Não há conhecimento, propriamente falando, do que ultrapassa a nossa experiência atual ou passada: o que aconteceu não serve como fundamento seguro da previsão do que ainda não aconteceu.” Rodrigues, Luís, Filosofia - 11º ano, Plátano Editora, p.209 Explica-se a citação acima referida a partir da proposição: A memória só nos fornece informações sobre os acontecimentos particulares de que nos lembramos. Mas, por que razão introduziu Hume o ceticismo na nossa capacidade de conhecer? No sentido de que o nosso conhecimento não é considerado seguro nem certo. Existe uma distinção entre o valor científico do conhecimento e a utilidade vital e prática: utilizamos o nosso conhecimento científico como um desejo de segurança e não de saber, apesar de não conseguirmos sobreviver sem essas sábias ilusões. Empiristas como Hume são considerados céticos parciais, ou seja, céticos em relação ao conhecimento a priori 4 do mundo. Como referimos anteriormente, o filósofo David Hume defende que todo o conhecimento é obtido através da experiência, utilizando como unidades básicas as impressões sensíveis. Ainda delimita o conhecimento em dois conteúdos distintos de estados de consciência ou também conhecidos como perceções.

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Conhecimentos independentes da experiência (matemática e lógica)

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“Todas as perceções da mente humana se reduzem a dois tipos diferentes que denominarei impressões e ideias. A diferença entre ambas consiste no grau de força e de vivacidade com que incidem na mente e abrem caminho no nosso pensamento e na nossa consciência. Às perceções que se manifestam com mais força e vigor na mente podemos chamar impressões. E incluo sob este nome todas as nossas sensações, paixões e emoções tal como fazem a sua aparição na alma. Por ideias entendo as imagens débeis das impressões quando pensamos e raciocinamos. (…) As impressões são as causas das nossas ideias e não as nossas ideias das nossas impressões.” Rodrigues, Luís, Filosofia - 11º ano, Plátano Editora, p.184

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Conclusão Finalizando este ensaio, perguntamo-nos, como devemos encarar o conhecimento? Descartes afirma que obter conhecimento é possível, baseando-nos na racionalidade, sem confiar nos sentidos, por estes não serem fiáveis. A razão, apoiada em Deus (veracidade divina), tem a capacidade de conhecer o verdadeiro «eu» das coisas, formulando o saber. O conhecimento é justificado pela existência de Deus cuja divindade e perfeição garante a certeza das nossas evidências quer atuais, quer passadas. Porém, David Hume comprova que só há conhecimento se este for fundamentado por experiências, embora estas não possam garantir objetivamente a verdade aos nossos conhecimentos. Apesar de o conhecimento ser justificado pela experiência, é possível que mais tarde ou mais cedo, as verdades aí adquiridas sejam desmentidas.

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Biografias Biografia de Descartes René Descartes nasceu a 31 de março de 1596, em La Haye, França, e faleceu em Estocolmo, Suécia, a 11 de fevereiro de 1650. Serviu como voluntário no exército e ficou conhecido como um habilidoso espadachim. Era também um católico devoto. Dedicou-se ao estudo da matemática e tinha um profundo interesse em aplicar o conhecimento científico às questões práticas. Dedicou grande parte do tempo a estudar a relação entre a mente e o corpo. Escreveu muitas obras relacionados com a matemática e a filosofia. É considerado o fundador da filosofia moderna. Defende que a ciência deve basear-se em princípios metafísicos pois era um filósofo racionalista.

Biografia de David Hume David Hume nasceu na Escócia a 1 de maio de 1711, vindo a falecer em Edimburgo a 1776. Era historiador, economista e filósofo. Serviu alguns anos como secretário do embaixador inglês em Paris. Frequentou a universidade de Edimburgo, durante dois anos, no curso de advocacia, que lhe foi destinado pela família, mas como não era de seu interesse, empenhou-se no estudo de literatura e filosofia. Desde muito jovem que Hume se dedicou ao estudo da filosofia. Escreveu várias obras como a "História de Inglaterra", algumas delas incluídas no índice de obras proibidas pela Igreja Católica.

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Bibliografia ALMEIDA, Aires - Dicionário Escolar de Filosofia. Lisboa: Plátano Editora, 2003. Biografia de René Descartes. In Psicoloucos. [Em linha]. [Consult. 11 nov. 2012]. Disponível em WWW:<URL: http://www.psicoloucos.com/Rene-Descartes/biografia-de-renedescartes.html>

BLACKBURN, Simon - Pense: Uma Introdução à Filosofia, Lisboa: Gradiva, 2001 David Hume – Filósofo. In Biografias. [Em linha]. [Consult. 11 nov. 2012]. Disponível em WWW:<URL:http://www.biografia.inf.br/david-hume-filosofo.html>

DESCARTES - Discurso do Método. Oeiras: Edições 70, 2010. EMANUELE, Pietro - Penso Logo Existo (Cogito Ergo Sum): uma breve História da Filosofia. Lisboa: Círculo de Leitores, 2004. HUME, David – Tratados filosóficos I : investigações sobre o entendimento humano. Lisboa: Imprensa Nacional. – Casa da Moeda, 2002. Resumo: teorias explicativas do conhecimento (Descartes e Hume) [Em linha]. [Consult. 10 nov. 2012]. Disponível em WWW:<URL: http://ebookbrowse.com/resumo-teorias-explicativas-do-conhecimentodescartes-e-hume-1-1-pdf-d43905732> RODRIGUES, Luís - Filosofia – 11º ano. Lisboa: Plátano Editora, 2012.

Disciplina: Filosofia

Professora: Maria Alberta Fitas

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Penso, logo existo Descartes

Carlos Simões, nº5 -10ºE

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Será que a nossa existência tem sentido?

Inês Garcia, nº. 12 Joana Guerreiro, n.º 14 11º A4

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Disciplina: Filosofia

Professora: Maria Alberta Fitas

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O que pretendemos neste ensaio é mostrar qual a razão pelo qual nos encontramos neste mundo, nesta realidade, e por que razão deveremos continuar, visto que diariamente somos confrontados com diferentes fatores que podem criar em nós a dúvida de se haverá sentido para o mesmo. Vamos também tentar mostrar que existe um propósito em viver e com isso responder à questão-problema e a todas as questões que são suscitadas ao longo do ensaio filosófico. Consideramos então que o mais importante é que as pessoas percebam que há realmente um sentido para vivermos e que, portanto, não devemos desistir, mas sim procurá-lo. Quando refletimos acerca deste tema surgem diversas questões, entre elas: Será que existe algo pelo qual valha a pena viver? Será que o propósito da vida é encontrar a felicidade? Sendo a morte um acontecimento inevitável, será que vale a pena viver? Será que o compromisso religioso pode dar sentido à nossa vida? Será que a vida se resume à valorização de determinados aspetos pelos quais consideramos que valer a pena viver? Podemos adotar diferentes teses para responder aos problemas acima formulados. Considerando dois pontos de vista opostos, obtemos duas respostas distintas ao problema do sentido da vida. De uma perspetiva pessoal, chegamos à conclusão que vale a pena viver. Esta tese é defendida pela relação entre o sentido da vida e os nossos planos, desejos e projetos, aspetos que consideramos importantes e essenciais. Se, pelo contrário, encararmos o problema do sentido da vida através de uma perspetiva do universo, apercebemo-nos de que a nossa existência não tem qualquer propósito, isto porque não passamos de meros habitantes de um planeta num universo para o qual nada somos, ou seja, qual a importância dos nossos planos e desejos se estes não influenciam de qualquer modo o universo? Simples: nenhuma. Se um dia toda a humanidade deixar de existir, a nossa vida não teve qualquer sentido ou influência.

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Se adotarmos um ponto de vista religioso, podemos ultrapassar o problema da perspetiva do universo. Admitindo que a história religiosa é verdadeira, Deus criou o universo com o propósito de nos dar uma casa, sendo o nosso destino o de viver nela para sempre. Mas de que modo a história religiosa pode ser-nos útil? Uma possível resposta é a nossa vida ser um plano de Deus. Outra é sermos objetos do amor de Deus. Analisando cada uma das possibilidades, concluímos que nenhuma delas confere sentido à nossa vida. Na primeira existe um fator externo que a controla, Deus, e na segunda é-nos atribuído o amor do mesmo, que em nada influencia a forma como encaramos a vida, visto que, anteriormente, já possuíamos amor e simultaneamente considerávamos a vida absurda. Logo, esta nova aquisição não muda o procurado sentido. De que forma pode, então, uma perspetiva religiosa ajudar-nos a encontrar sentido para a vida? A resposta-chave é o compromisso do próprio crente religioso, ou seja, o crente adota voluntariamente os valores religiosos não sendo estes impostos por um fator externo. O único problema do compromisso religioso é admitir que a história religiosa é verdadeira e que se assim não for, submetemo-nos à possibilidade de viver numa fantasia. Abordando agora outro ponto de vista e focando-nos na tese de alguns filósofos antigos, o sentido da vida está inevitavelmente relacionado com a felicidade, pois estes admitiam que a «melhor vida» e a «vida feliz» eram a mesma coisa, logo, uma vida com sentido era aquela em que havia ausência de sofrimento e ansiedade. Mas como poderemos atingir a felicidade? Existem diversas teses para responderem a este problema. Epicuro (séc. IV-III a.C.) defendia que para sermos felizes, as coisas têm de ocorrer como ocorrem de facto, ou seja, se quisermos controlar as coisas que estão fora do nosso alcance nunca seremos felizes porque estas nem sempre ocorrem de acordo com a nossa vontade. Por sua vez, John Stuart Mill defendia que para sermos felizes temos de nos focar em algo que não a nossa felicidade e, desse modo, a encontraremos pelo caminho, isto é, só são felizes aqueles que não o procuram ser.

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Podemos ainda encarar a vida segundo a ideia de Albert Camus. Este filósofo analisou a nossa posição neste mundo e a relação existente entre a realidade e a nossa consciência. Verificou então que o homem tem uma vida monótona e habita num mundo onde reina o tempo e a morte, sendo esta última uma ameaça constante e inevitável que nos faz pensar que a vida não é mais que um fracasso. Existirá um momento em que encararemos esta realidade necessária mas não podemos fazer dela um fim obrigatório. Muitas pessoas recorrem ao suicídio como solução para esta sociedade injusta, mas se analisarmos esta escolha, chegamos à conclusão de que não passa de uma antecipação do nosso fim, a morte. Quando o ser humano se mata para acabar com este problema está apenas a render-se e a aceitar a sua condição absurda. Que devemos então fazer perante esta realidade? A resposta a isso é o combate contra a injustiça e a luta pela liberdade, descobrindo assim o sentido da vida nessa revolta permanente por esses valores. Se olharmos a vida de uma perspetiva mais ampla, concluímos que mesmo uma vida feliz é absurda, visto que vamos morrer sem o poder evitar ou que se encararmos a vida através da perspetiva do universo, como já referimos anteriormente, esta não tem qualquer sentido. Sócrates contrariava esta ideia adotando outra atitude, isto é, este filósofo via a morte não só como o fim de uma fase mas também como o início de outra. Sócrates acreditava que, quando morremos, vamos para o paraíso, um sítio melhor do que aquele que já temos. No entanto, se não acreditarmos na existência do paraíso, a morte limita-se ao fim da nossa existência, um grande nada impossível de imaginar. Perante isto, Epicuro defendia que não devemos recear a morte, uma vez que mortos, nada de mal nos poderá acontecer. Não haverá mais medo, sofrimento, mágoa. Assim, se não recearmos a morte e tivermos esta crença, teremos uma vida mais feliz.

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Podemos, contudo, considerar irrelevante o argumento de Epicuro na medida em que a morte põe fim às coisas boas da vida, ou seja, deixaremos de ter direito a desfrutar de coisas que nos dão prazer, felicidade e bem-estar. Esta ideia não passa, no entanto, de um erro fundamental, isto é, temos de saber distinguir o valor de uma coisa, da sua duração. Concluindo, o facto de uma vida humana acabar, não lhe retira o valor. Uma alternativa ao problema da morte é a perspetiva religiosa de Kierkegaard (séc. XIX). Segundo este pensador dinamarquês, a resposta à questão do sentido da vida está numa vida humana orientada pelo cumprimento da palavra e da vontade de Deus. Kierkegaard defendia uma existência humana de completa entrega a Deus, pondo Este em primeiro lugar e deixando para segundo plano os objetivos terrenos, temporais e passageiros, objetivos estes que considerava puro desperdício da existência humana. Conclui a sua tese reforçando a ideia de que somos criados à imagem de Deus, logo, fomos feitos para a eternidade, ultrapassando assim o problema da morte, visto que para este filósofo a vida sem Deus é um desperdício porque termina em nada. Se não aceitarmos o compromisso religioso e vivermos sem considerar a religião, voltamos ao problema do ponto de vista do universo. Como podemos então contornar este problema, esta perspetiva cética? Basta focarmos as nossas mentes naquilo que consideramos bom e importante. Ao valorizarmos tudo aquilo que nos faz feliz, podemos não mostrar ou trazer qualquer significado às nossas vidas para o universo, mas fará algo parecido ou de certo modo melhor: fará com que tenhamos algo que nos dê sentido para viver, mostrar-nos-á qual o sentido da vida. Concluímos assim que a resposta ao problema-questão se baseia na admissão de que devemos aproveitar a vida, dar valor a tudo o que nos é importante e que de certo modo nos dá conforto, bem-estar, felicidade e prazer. Ao recorrermos a ações como o suicídio quando nos sentimos desesperados, deixamos para trás todas as coisas mencionadas anteriormente, através das quais podemos encontrar o sentido da vida.

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Bibliografia:

Rachels, James - Elementos de Filosofia Moral, 1ªed. Lisboa: Gradiva, 2004. ISBN 972662-951-9 Rodrigues, Luís - Filosofia 11º Ano, 1ªed. Lisboa: Plátano Editora, 2008. ISBN 978-972770-609-9

Disciplina: Filosofia

Professora: Maria Alberta Fitas

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“O que é a filosofia?”

Temos dois cadeados (problema filosófico) e duas chaves diferentes (soluções/respostas)

A filosofia é a procura do conhecimento através de questões. O que este desenho pretende transmitir é que a resposta a um problema filosófico varia consoante a pessoa a quem fazemos tal pergunta. Luísa Martins, nº14 – 10ºE

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Por que razão haveremos de ser morais?

Quais as razões para sermos morais? A moralidade é algo que devemos seguir? Devemos agir moralmente, de acordo com o quê?

O objetivo deste ensaio é responder a estas questões-problema e, portanto, iremos apresentar razões para o Homem seguir a moralidade. Destacaremos várias teses, apesar de estas não serem todas as que poderão responder a estes problemas. Para além disso, apresentaremos vários argumentos que sustentam estas teses. Contudo, estas teses apresentam um ponto de vista subjetivo sobre o que é moralmente correto, logo cada pessoa é livre de escolher a ideia que pretende ter daquilo que é moral (correto). Responder a esta questão-problema é algo sobre o qual todos os seres humanos deveriam refletir, ou seja, é algo a que todos nós devemos dar importância, porque viver em sociedade implica a moralidade, a razão para sermos seres morais. Para respondermos a esta questão-problema, encontrámos várias teses. Uma que aponta para uma relação entre Ética e Religião defende que Deus existe e, como tal, é Ele o criador dos mandamentos morais, pelo que é neles que se encontra o que é eticamente correto. Se não correspondermos a estes mandamentos e os infringirmos, seremos punidos, não nos reconhecendo alguma virtude no nosso ser. 27


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Apesar destes argumentos, devemos ter em conta que para explicar esta teoria existem grandes dificuldades práticas, principalmente em explicar os mandamentos supostamente criados por Deus, ou mesmo provas que evidenciem o contacto com Deus. Poderemos pensar no exemplo de pessoas que afirmam ouvir a voz de Deus, mas, também sabemos que existem doenças que podem provocar a perceção de realidades imaginárias. E se Deus não existir? O que acontece a esta tese? Como considerar o que é moralmente correto e errado, sem recorrer aos mandamentos criados por uma possível personagem imaginária?

Conscientes das dificuldades de aceitação da tese anterior, consideremos outra tese que não recorre a personagens superiores ao ser humano, apenas ao próprio ser humano e à sua sociedade. Esta tese denomina-se como Contrato Social e defende que devemos ser morais porque devemos agir de acordo com um conjunto de regras a que um grupo de pessoas racionais concordou em obedecer. Para a sustentar, destacamos o seguinte argumento: de acordo com esta tese, a ética e o que é moralmente certo e errado transforma-se num tema prático, pois com este conjunto de regras objetivas e claras, a determinação dos nossos deveres éticos resulta de uma vivência natural e madura. Ou seja, a finalidade do contrato social é tornar possível a vida num enquadramento social, existindo regras que devemos seguir, para sermos considerados como pessoas morais, e, deste modo, temos a vantagem de viver numa comunidade moral. Por outro lado, existem objeções a esta tese, porque este conjunto de regras é contornável e frágil, pode não dar resposta a novas situações sociais e presume que todas as pessoas são seres iguais e egoístas, pelo que não atuam com sentimentos, o que muitas vezes não acontece. Há também quem objete que com este conjunto de regras, há pessoas que se aproveitam das mesmas para seu proveito próprio.

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De acordo com os defensores do contrato social, os seres humanos são egoístas e agem de acordo com o que é melhor para eles, esquecendo-se que há pessoas que têm sentimentos por familiares e/ou amigos. Hume, por exemplo, disse que os seres humanos tinham sentimentos sociais - sentimentos que nos ligam a outros seres. Esta perspetiva é conhecida como Utilitarismo. Os defensores desta teoria advogam que o nosso princípio moral deve ser atuar de acordo com aquilo que produza o bem maior para o maior número de indivíduos que estejam envolvidos no acontecimento, ou seja, que produza os maiores benefícios possíveis para todos os que serão afetados pela nossa ação. Haveremos de ser morais na medida em que, se estivermos perante uma escolha, escolhemos algo que proporcione a felicidade maior, pois, segundo o Utilitarismo, devemos tornar a vida neste mundo tão confortável quanto possível. Ou seja, o fundamento firme da moralidade utilitarista consiste nos sentimentos sociais da humanidade e no Bem comum. Esta tese pertence ao que se diz ser a Moralidade e Benevolência. De acordo com esta teoria, todas as pessoas são um pouco altruístas e têm sempre um pouco de amor ao próximo, ou seja, em geral todas as pessoas são morais em relação a alguém da família de que se goste minimamente, ou a outra pessoa qualquer. É por essa razão que se lhe fosse dada a sugestão de matar essa pessoa de quem gosta, ela iria agir moralmente, e não a iria matar. Mais concretamente, a tese é que as pessoas são morais porque todos nós somos um pouco altruístas, pensamos nos outros e preocupamo-nos com o bem-estar deles, temos sentimentos que nos ligam a outras pessoas. Por fim, também devemos ter em conta a teoria da imparcialidade. Segundo esta, devemos agir de acordo com “sentimentos conscienciosos”, agir de forma imparcial face ao destinatário e proporcionar o maior bem a quem mais precisa, atuando com consciência, de forma ponderada e reflexiva. Em conclusão, fugindo à punição, sendo mais conscienciosos ou solidários para com os outros, a opção pela moralidade é sempre preferível. A moralidade deve ser algo presente na vida de todos nós. 29


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Bibliografia

ALMEIDA, Aires - Dicionário Escolar de Filosofia. Lisboa: Plátano Editora, 2003. RACHELS, James – Problemas da Filosofia. Lisboa: Gradiva, 2010

Adriana Gonçalves, nº1, 11º A4 Sílvio Cândido, nº 24, 11º A4

Disciplina : Filosofia

Professora: Maria Alberta Fitas

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Desigualdade Vivemos num mundo de desigualdades. Cada vez existe mais pobreza, exclusão social, discriminação e racismo, realidades do nosso tempo às quais não podemos ser indiferentes. É o caso da pobreza que não tem tendência a desaparecer da face da nossa terra, bem pelo contrário, pois em minutos há países que aumentam e acentuam a sua riqueza afetando toda a humanidade. Não podemos fechar os olhos perante tantos milhões de pessoas que vivem em extrema precariedade, que não têm um trabalho decente e não podem participar na vida económica, social, política e cultural. As profundas desigualdades na distribuição da riqueza no mundo atingiram, atualmente, proporções verdadeiramente chocantes, tal como é o caso da fome. Singer, Peter, Ética Prática (adaptação)

Olívia Wischer, nº18 -10ºE

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Link para a apresentação eletrónica a seguir transcrita: http://www.authorstream.com/Presentation/biblioblogue-1628284-formas-de-pensar-mundo-exterior/

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_____________________________________________________________________________ Disciplina: Filosofia

Professora: Maria Alberta Fitas

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O que determina o valor de uma obra de arte? Autor: Marello, José Name: Bodegón

Autor: Desconhecido Name: Desconhecido

Cristina Popusoi, nº6 Inês Murta, nº8

10ºE

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