Construtor de histórias "Há males que vêm por bem!"

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Há males que vêm por bem Era uma vez um menino chamado Alexandre que vivia em Esposende e queria realizar o sonho de ir a um parque aquático. Um dia, ele pediu aos pais para o levarem ao Parque Aquático de Amarante, pois tinha visto na internet que era um parque fantástico. Os pais responderam negativamente, dizendolhe: ─ Neste fim de semana não pode ser, porque vamos passá-lo à casa dos teus avós. No dia seguinte, acordaram cedo e foram visitar os avós, que viviam na cidade do Porto. Quando lá chegaram, também se encontravam lá os primos do Alexandre, chamados Duarte e Eduarda. Nesse mesmo dia, os pais do Alexandre segredaram aos sobrinhos que brevemente iriam passar um dia no Parque Aquático de Amarante. ─ E nós também podemos ir? – perguntaram eles. ─ Não, porque não temos bilhetes para vocês. Algumas horas depois, os primos decidiram procurar os bilhetes no casaco do tio António, que estava pendurado num cabide à entrada da casa da avó Guilhermina. Quando os encontraram, esconderam-nos. No dia seguinte, o pai do Alexandre decidiu divulgar o segredo que escondia ao filho e fez-lhe a surpresa dizendo-lhe que finalmente iram ao parque e que até já tinham comprado os bilhetes. Muito contente, o Alexandre foi ao casaco do pai buscar os bilhetes, mas apanhou um grande susto: não os encontrou. ─ Mas eles estavam aqui! – disse o pai e ainda acrescentou ─ Calma, filho, nós vamos encontrá-los! Entretanto, chegou um dos primos e perguntou: ─ O que se passa? Porque é que estás tão triste? ─ Os bilhetes para o Parque Aquático de Amarante, que estavam aqui guardados no bolso do casaco do meu pai, desapareceram – respondeu o Alexandre. – Agora não podemos ir ao parque!

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─ Se calhar foram roubados, porque eu vi um rapaz desconhecido a sair da casa da avó, esta manhã, quando eu vinha a chegar da padaria. – disse o Duarte com ar muito convicto. ─ Mas… ─ acrescentou o Alexandre ao ver o primo a corar ─ podes descrever o rapaz que viste de manhã? Perante esta questão inesperada, o Duarte fez a descrição o melhor que pôde da pessoa que tinha visto: ─ Era alto, magro, tinha cabelo curto e era loiro. Tinha uma t-shirt preta, calças de ganga azuis, mas o que mais me despertou a atenção, foi uma longa tatuagem que lhe percorria o braço direito. Mal acabou a descrição, ambos foram surpreendidos por um grito que vinha do quarto da avó. Esta preparava-se, como era habitual, para sair com a família e ir dar um passeio até ao parque da cidade, perto da praia, para descontrair. No momento em que esta se dirigia ao seu guarda-joias, apercebeu-se que este estava vazio! Desaparecera o relógio de ouro que tinha herdado da sua avó materna, um colar de pérolas e uns brincos. Num ápice, toda a família entrou no quarto para perceber o que tinha acontecido. A avó Guilhermina, com uma voz trémula, contou-lhes o que tinha sucedido. Decidiram, então, que deveriam participar à GNR, o quanto antes, pois poderia ser que o ladrão se encontrasse ainda por perto. Passados quinze minutos, apareceram dois agentes que informaram que receberam mais participações de assaltos naquela zona do Porto. Mais tarde, chegou uma equipa forense que recolheu todas as impressões digitais e fez o levantamento de todas as pistas possíveis. Estes dois agentes dirigiram-se à avó Guilhermina para lhe entregarem três bilhetes para o Parque Aquático de Amarante, que estavam debaixo da cama da avó. ─ O que é isto? Estes bilhetes não são meus! Eu nunca comprei estes bilhetes. Além disso, eu sou muito velha para ir para o Parque Aquático de Amarante! O Alexandre, surpreendido, exclamou: ─ Mas esses são os nossos bilhetes que desapareceram! Como é que eles foram parar debaixo da cama da avó? Projeto: Construtor de histórias


O Duarte, que também estava naquele momento na sala, começou a ficar muito corado e um agente apercebeu-se da situação e disse: ─ Parece-me que aqui o menino Duarte tem algo para nos contar. Muito envergonhado e a choramingar, o Duarte disse: ─ Peço imensa desculpa! Eu sei que não o deveria ter feito, mas a minha irmã queria tanto ir ao Parque de Amarante e eu não resisti. Os nossos pais estão desempregados e nunca nos poderiam comprar estes bilhetes. Pensei dizer, mais tarde, que os tinha ganho num prémio da escola e pensava pedir novamente aos tios que nos levassem, pois nós agora já tínhamos bilhetes. Os pais do Duarte ficaram desiludidos com o filho e o pai acrescentou: ─ Meu filho, não devias ter feito isso. É certo que, agora neste momento, para nós era impossível realizar-vos esse sonho, mas brevemente a nossa vida irá melhorar. Passados quinze dias, a GNR voltou à casa da avó Guilhermina para lhe dizer que tinham prendido três assaltantes que, ao que tudo indica, seriam responsáveis pelos furtos ocorridos naquela zona. Os agentes pediram à dona Guilhermina se seria possível o seu neto Duarte deslocar-se ao posto da GNR do Porto para fazer uma acareação dos assaltantes, a ver se identificava aquele que ele tinha visto nas redondezas da casa da avó, no dia do roubo. Prontamente, a dona Guilhermina telefonou ao seu filho Henrique e este, como ainda se encontrava desempregado, confirmou que no dia seguinte, às 9:00 horas da manhã, estaria no posto com o seu filho Duarte. Assim foi. Na hora combinada, ambos se encontravam no posto. Só o Duarte pode entrar para a sala de acareação, para identificar o possível ladrão. Através de um vidro, encontravam-se expostos três homens, de idades compreendidas entre os dezoito e os trinta anos. Não foi difícil de identificar o criminoso que o Duarte avistou perto da casa da avó, visto que ele reconheceu a tatuagem de uma serpente no braço direito. Efetivamente este era o símbolo de uma quadrilha que a polícia já procurava há algum tempo. Assim o ladrão foi identificado, a quadrilha descoberta e as joias foram devolvidas aos seus donos. A dona Guilhermina ficou muito grata à GNR por ter conseguido recuperar as joias valiosas, que já estavam há tanto tempo na sua família.

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Quando se dirigiam para o parque de estacionamento, o Duarte e o pai foram surpreendidos por uma mota pesada que circulava a alta velocidade e deixou cair um papel. Duarte rapidamente o apanhou e disse: ─ Pai, isto é uma raspadinha. Como é que fazemos para a entregar ao senhor? ─ Meu filho, conseguiste ver a matrícula? ─ Não. Passou tão rápido que não tive tempo de ver nada! – exclamou o filho. ─ Neste caso, não temos oportunidade de a devolver ao dono. Vamos raspála?! ─ Sim, vamos lá!- concordou o Duarte. A surpresa foi tamanha! Aquela raspadinha veio salvar a vida daquela família. Ela continha um prémio de cem mil euros, que lhes permitiu reorganizar a sua vida. Compraram uma casa nova, um carro e utilizaram o resto do dinheiro para montarem um quiosque de jogos da Santa Casa da Misericórdia. No primeiro fim de semana em que toda a família estava disponível, o pai do Duarte comprou e ofereceu a todos bilhetes para o Parque Aquático de Amarante. Foi um dia inesquecível e um sonho realizado! Os alunos do 5º ano Ano letivo 2016/2017

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