Uma grande correria
Certo dia um gato, quando passava numa rua luminosa, avistou um rato. Então, como estava com muita fome, decidiu persegui-lo. – Ai! Ai! Socorro! Socorro! Alguém me ajude! – gritou o rato aflito. Na louca perseguição o gato pisou um cão que estava a dormir no meio da rua. O cão acordou do seu sono retemperador e, furioso, berrou bem alto: – Ai seu malandro! Quando te apanhar vou fazer de ti carne picada! – e, mal acabou de falar, começou a correr feito louco atrás do gato. Os três corriam desenfreados pelas ruas ora estreitas, ora largas… o rato a fugir do gato, o gato a ver se caçava o rato enquanto escapava ao cão e o cão a ver se apanhava o gato. Correram pelas ruas, atravessaram jardins, invadiram parques e passaram pelo jardim zoológico. Enquanto passavam pelo zoo um tigre, depois de observá-los atentamente, decidiu, por malandrice, correr atrás do cão. O cão, muito aflito, desatou a fugir do tigre e esqueceu-se do gato! O rato, que entretanto se livrara do gato, decidiu desafiar um elefante. – Blá… blá…blá! Anda lá! Ó grandalhão, vê se me consegues deitar a mão! – cantava ele, gozando com o elefante. O elefante bem tentou calcar ou amarrar o rato mas com o seu enorme tamanho e o seu tremendo peso tinha uma mobilidade muito reduzida. – Vês! Vês! Vês! És tão grande e tão gordo que nem te consegues mexer! – zombava o rato, rodando e passando debaixo do elefante. O elefante, que era gigante e bem nutrido mas também muito inteligente, deixou-se cair em cima do rato. O rato, muito aflito, exclamou com uma voz trémula e dolorosa: – Ai! Ai! Ai! Sai de cima de mim… – Não! – gritou bem alto o elefante. E acrescentou: – Pode ser que assim deixes de gozar com os outros! E, desta forma dolorosa e pesada, o rato aprendeu que não se pode gozar com os outros só porque é mais rápido…
Leonor Meneses Dias, nº14, 6.ºC Margarida Neiva, nº13, 6.ºA