Cristina Canale - Arredores e rastros

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Curadoria Luiz Camillo Osorio Exposição 1 de julho a 15 de agosto de 2010 Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro 3 º andar

Cristina Canale nasceu no Rio de Janeiro em 1961. De 1980 a 1983 estudou desenho e pintura na Escola de Artes Visuais do Parque Lage, Rio de Janeiro, onde em 1984 foi lançada pela mostra coletiva “Como vai você, Geração 80?” Cristina fazia parte do grupo de jovens artistas que passaram a integrar, depois desse evento, um dos núcleos da retomada da pintura no país. Em 1991, participou da 21ª Bienal de São Paulo, recebendo o prêmio Governador do Estado. Em 1993, mudou-se para Berlim e, nesse ano, recebeu do Estado de Brandenburg a bolsa de ateliê-residência no Castelo de Wiepersdorf. De 1993 a 1996 estudou na Academia de Artes de Düsseldorf, com bolsa do Departamento de Intercâmbio Acadêmico da Alemanha (DAAD), sendo orientada pelo artista conceitual holandês Jan Dibbets. A artista vive e trabalha atualmente em Berlim e mantém também um ateliê no Rio de Janeiro, onde passa longas temporadas.

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Caminhos da pintura e o peixe amarelo A ida para Berlim em meados da década de 1990 deu à pintura de Cristina Canale uma personalidade própria, um estilo singular. Se já se destacava entre os pares da geração 80, a partir daí sua obra ganhou força incontestável. Seu compromisso com a pintura, ao contrário de lançá-la para fora do seu tempo, vai comprometê-la com as múltiplas temporalidades que convivem e se enfrentam no presente. Sua pincelada assume a crença moderna na potência autônoma da forma. A experiência da pintura deve se sustentar por si mesma, sem se pautar em uma referência externa, nem tampouco se isolar numa intransitividade que recuse o mundo. Não se trata de uma crença arbitrária e formalista, indiferente às questões do presente, mas de uma aposta na capacidade de o olhar criar para si desejos e sentidos próprios. O tempo do olhar potencializa a experiência e não se esgota na identificação de algo fora dela. Seja na aspereza mais opaca

da série dos botânicos, seja na vibração cromática das pinturas mais recentes, sua obra cativa o espectador no primeiro contato. Diante de suas telas surge-nos uma figuração que parece existir por si, independentemente das convenções pictóricas que estruturam o aparecer das coisas. Há uma intensidade plástica que convoca o olhar sem um sentido dado de antemão. Convocação que põe o olho a trabalhar na difícil transformação da mera sensação em sugestão de sentido. As figuras aparecem nas pinturas de Cristina Canale como se brotassem na própria tela. Na série orgânica, então, isso é mais evidente. Há tanta cumplicidade entre as figuras e o fundo, entre a linha e a cor, que a impressão é de que elas vieram de dentro, como pequenas células que repentinamente germinaram e cresceram na superfície do quadro. É como se a figura fosse surgindo para potencializar campos / massas de cor postos em tensão. Não é tanto um exercício de precisão da linha, mas de contenção e expansão de uma energia cromática. De início, seja através de esboços realizados ao ar livre ou de fotografias tiradas de algum motivo interessante, há uma sugestão figurativa, mas será na execução da pintura que a artista define, pela constituição dos campos de cor, quais os elementos que de fato permanecerão na tela. A presença da figura é um ponto importante para a discussão de seu vínculo com a tradição moderna. Digo isso, na medida em que se tomou a abstração, a partir de uma leitura modernista simplificadora, como recusa da figura. Esta, todavia, não é toda a verdade da pintura moderna. Toda uma vertente expressionista, passando por Giacometti e Francis Bacon, assume a figura, assumindo, concomitantemente, a liberdade do acontecimento pictórico. A linha, a cor, os planos, elementos constituintes da “razão abstrata”, estão na origem de todo processo de figuração. Em vez de tomar a abstração como uma superação da figura, esta é que seria um desdobramento daquela. A figuração só assume qualidade pictórica uma vez constituída uma afecção na superfície da tela dada pelos elementos “abstratos” da pintura. Luiz Camillo Osorio

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Legendas c Esfinge, 2010 (detalhe) | técnica mista sobre tela, 175 x 200 cm col. da artista | foto: Cícero Rodrigues 1 Platane, 1995 | óleo sobre tela, 175 x 200 cm col. Gustavo de Castro Rebello, Rio de Janeiro | foto: Jaime Acioli 2 Poltrona anos 60, 1999 | técnica mista sobre tela, 140 x 160 cm col. particular | foto: Ilona Ripke 3 Família em férias, 2007 | técnica mista sobre tela, 170 x 260 cm col. Guy e Andrea Dellal, Rio de Janeiro | foto: Ilona Ripke 4 Cristina Canale em frente às telas “Esfinge” e “La chair est triste”, em seu ateliê no Rio de Janeiro, 2010 | foto: Cícero Rodrigues


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