O Centro Cultural Banco do Brasil oferece ao público a Sala A Contemporânea, espaço especialmente dedicado, de forma sistemática e com programação contínua, à produção atual de jovens artistas brasileiros.
Patrocínio e Realização Sponsored and Organized by Centro Cultural Banco do Brasil. Idealização do Projeto Sala A Contemporânea/ Coordenação Geral de Produção Conception of the Sala A Contemporânea Project/ General Production Coordinator Mauro Saraiva
Os trabalhos apresentados serão inéditos, feitos para o espaço e abrangerão os vários tipos de linguagens, desde pinturas e esculturas a instalações, fotografias e desenhos. Até junho de 2011, serão expostas obras de Mariana Manhães, Matheus Rocha Pitta, Ana Holck, Tatiana Blass, Thiago Rocha Pitta e Marilá Dardot.
Produção Production Tisara Arte Produções Ltda Entrevista Interview Fernando Cocchiarale Identidade da marca/ Programação Visual Identity of the Brand/ Graphic Design Theo Carvalho Tutano
Ao criar a Sala A Contemporânea destinada à arte brasileira atual, o CCBB busca utilizar sua infraestrutura e experiência para dar visibilidade à produção dos novos talentos e oferece ao público a oportunidade de conhecer o que está sendo produzido, com novas linguagens e novas leituras sobre a arte e os mais diversos temas afetos à humanidade.
Engenharia/ Coordenação de montagem da obra Engineering/ Work Assembly Coordination Antonio Moutinho
The Centro Cultural Banco do Brasil offers the Sala A Contemporânea to the public, a space especially dedicated, in a systematic manner and with a continuous program, to the current production of young Brazilian artists.
Revisão de Português Copy Editing Sonia Cardoso
Assistente Assistant Edson Marinho Equipe de Montagem Assembly Team Edson Marinho Jordão Miguel Barbosa Araújo
Versão para inglês Translation into English Anna Luisa Araujo Cenotécnico Set design H.O. Silva
The works presented will be new, made for this space and will comprise the various kinds of languages, from paintings and sculptures to installations, photographs, and drawings. Until June 2011 works by Mariana Manhães, Matheus Rocha Pitta, Ana Holck, Tatiana Blass, Thiago Rocha Pitta, and Marilá Dardot will be featured. By establishing the Sala A as a space for contemporary art, the CCBB is seeking to use its infrastructure and experience to lend visibility to the production of new talents and offer the public the opportunity to see what is being produced, with new languages and new readings about art and its interface with the most varied themes relevant to humankind.
Centro Cultural Banco do Brasil
Iluminação Lighting Anderson Ratto Assessoria de Imprensa Press Relations CW&A Comunicação/ Claudia Noronha Administração Administration Loane Malheiros/ Antonio Tomé Goes Transporte Transportation Alves Tegam
terça a domingo, das 33 9h às 21h Entrada Franca INDICA 7 – CA TEGORIAS DE CLASSIFICAÇÃO TIV A CATEGORIAS INDICATIV TIVA Manual da Classificação Indicativa
Centro Cultural Banco do Brasil 33 Rua Primeiro de Março, 66 Centro – Rio de Janeiro 7 – CA TEGORIAS DE CLASSIFICAÇÃO INDICA TIV A CATEGORIAS INDICATIV TIVA [21] 3808.2020 bb.com.br/cultura – twitter.com/ccbb-rj
Os critérios abaixo relacionados representam Tendências de Indicação (Ti). Tendências porque o processo de análise para classificação indicativa compreende três etapas: 1ª) descrição fática; 2ª) descrição temática; 3ª) gradação.
Manual da Classificação Indicativa
ESPECIALMENTE RECOMENDADO PPARA ARA CRIANÇAS E ADOLESCENTES
Os critérios abaixo relacionados representam Tendências de Indicação (Ti). Tendências porque o processo de
análise para classificação indicativa compreende três etapas:recomendados 1ª) descrição fática; 2ª) descrição 3ª) gradação. TENDEM a ser considerados como especialmente paratemática; crianças e adolescentes,
obras, diversões e espetáculos que contenham predominantemente os conteúdos contextualizadores e/ ou positivos, apresentados como elementosESPECIALMENTE importantesRECOMENDADO na potencialPPARA redução das faixas etárias ARA CRIANÇAS E ADOLESCENTES
recomendadas.
Patrocínio e Realização
Nesse sentido e, por essaTENDEM razão,a ser para avançarcomo de especialmente maneira mais contundente noeincentivo considerados recomendados para crianças adolescentes,à produção de obras, diversões e espetáculos que contenham predominantemente os conteúdos contextualizadores e/
conteúdos de qualidade, fica estabelecida a categoria ESPECIALMENTE RECOMENDADOS PARA CRIANÇAS E ou positivos, apresentados como elementos importantes na potencial redução das faixas etárias ADOLESCENTES.
recomendadas. Nesse sentido e, por essa razão, para avançar de maneira mais contundente no incentivo à produção de conteúdos de qualidade, fica estabelecida a categoria ESPECIALMENTE RECOMENDADOS PARA CRIANÇAS E ADOLESCENTES.
LIVRE TODOS PPARA ARA TODOS OS PÚBLICOS LIVRE PPARA ARA OS PÚBLICOS
TENDEM a ser considerados como livres, as obras, diversões e espetáculos que não contenham os elementos determinantes para a recomendação da programação à idades superiores a 10 anos, inclusive.
TENDEM a ser considerados livres , as obras, espetáculos queenão contenham livrediversões restringe-se e a indicar obras, diversões espetáculos que não os elementos Vale como ressaltar que a classificação tragam inadequações e/ou discussões sem contexto. determinantes para a recomendação da programação à idades superiores a 10 anos, inclusive.
Vale ressaltar que a classificação livre restringe-se a indicar obras, diversões e espetáculos que não tragam inadequações e/ou discussões sem contexto.
Mariana Manhães Dentre 09AGO – 19SET
Em minha atividade como produtor cultural, pude observar que os artistas mais jovens, mesmo aqueles com currículos consideráveis, raramente têm a oportunidade de fazer exposições individuais nas instituições brasileiras de grande visitação. ¶ Os centros culturais não costumam oferecer um panorama abrangente da atual produção artística nacional contemporânea, exibindo, na maioria das vezes, apenas mostras pontuais de artistas brasileiros - e assim mesmo de nomes já consagrados. ¶ A partir desta constatação, idealizei uma programação inédita para a Sala A do Centro Cultural Banco do Brasil/RJ. Batizada de Sala A Contemporânea, ela tem como maior meta a sedimentação da sala como um espaço exclusivo para exposições da jovem e produtiva geração de artistas contemporâneos brasileiros. Com uma seleção feita de temas e linguagens diversas, a programação vai formar um pólo capaz de fomentar uma reflexão crítica e consistente sobre a produção atual de nosso país. ¶ Selecionei, então, seis artistas que têm como proposta novas perspectivas estéticas e conceituais. Este grupo pertence a uma geração que tem sido incluída em eventos fora do Brasil, despertando a atenção da crítica internacional. ¶ Com esta iniciativa, o CBB Rio abrirá o campo para uma visão mais abrangente da arte contemporânea nacional, proporcionando o contato de seu enorme público com trabalhos que já não podem ser chamados apenas de “nosso futuro”. O elenco de Sala A Contemporânea representa também o presente - pulsante e muito potente – da arte visual brasileira.
Fernando Cocchiarale entrevista interviews Mariana Manhães
In my activities as cultural producer, I have observed that younger artists, even those with considerable resumes, rarely have one-person shows in Brazilian institutions with great visitation. ¶ Cultural centers do not usually offer a broad panorama of current national contemporary artistic production, exhibiting, most of the time, just momentary shows by Brazilian artists – and even then only of household names. ¶ Based on this realization, I conceived a new schedule for Sala A of the Centro Cultural Banco do Brasil/RJ. Called Sala A Contemporânea, its greatest objective is the installation of this hall as an exclusive space for exhibitions of a young and productive generation of contemporary Brazilian artists. With a selection comprised of different themes and languages, the program will create a hub capable of promoting a critical and consistent reflection about the current art production in our country. ¶ So, I selected six artists who have as a proposal, new aesthetic and conceptual perspectives. This group belongs to a generation that has been included in events outside of Brazil, calling the attention of international critics. ¶ With this initiative, the CCBB of Rio de Janeiro will open the field for a broader view of national contemporary art, affording contact between its great public with works that can no longer be called simply “our future.” The cast of the Sala A Contemporânea also represents the present – pulsing and very powerful – of Brazilian visual arts. Mauro Saraiva Produtor Cultural | Cultural Producer
Seus trabalhos mais conhecidos – já que você também desenha – exigem aparelhos tecnológicos específicos, produzidos especialmente para cada um deles, de modo a permitir a sincronização de som, imagem e máquina num dispositivo concebido por sua imaginação. Qual o significado dos meios tecnológicos na construção de sua poética? Você os considera um ofício no qual deva se especializar, ou somente um meio que pode ser substituído por outros, caso a lógica do trabalho assim o exija? Vejo os materiais como um vocabulário possível. Uso a tecnologia que está disponível no mercado, até mesmo o material mais high-tech que já usei – uma espécie de músculo eletrônico – foi comprado pela internet. Quando imagino um novo trabalho, começo pensando nos objetos que vou usar para fazer as animações em paralelo com o volume da obra; que tipo de movimento pretendo e como a obra ocupará o espaço. Depois, pesquiso qual material atende melhor às minhas intenções. Claro que isso não é uma regra e, na verdade, cada trabalho acontece de um jeito peculiar. ¶ A verdade é que não adianta tentar planejar demais, porque muita coisa acontece ao longo do processo de montagem no ateliê. É praticamente impossível visualizar tudo de antemão, porque muitas coisas só passam a acontecer quando o trabalho é ligado pela primeira vez. Foi o caso de Pisca-piscar (2008): ao ser posto em funcionamento, ele trepidou por causa da inércia do material. Apesar de eu ter começado a esboçá-lo em 2006, isso não estava previsto e grande parte da obra foi elaborada por causa desse movimento. ¶ Estou contando tudo isso porque é assim que penso a tecnologia na minha produção: parto das limitações para encontrar soluções. O procedimento de montagem, constantemente, permeia e se confunde com a própria obra, e os resultados são incorporados à sua lógica de funcionamento. É o tal vocabulário possível.
O corpo da obra e sua construção acontecem de maneira orgânica. Para uma exposição em 2007, por exemplo, o Centrípetas teria que ficar ligado por mais de oito horas por dia ao longo de dois meses. Não queria impor um horário para o funcionamento da obra, mas tinha que de alguma forma evitar a fadiga dos materiais. Então inventei de fazer os objetos nos vídeos ‘dormirem’. A tela escurece e eles ficam lá, quietinhos. Como são eles que comandam o organismo, a máquina descansa. Bem, todo organismo precisa de um tempo para repousar... ¶ Você mencionou os desenhos. Recentemente os meus esboços passaram por uma transformação e tenho trabalhado neles em paralelo à construção das obras. O desenho sempre foi importante para o meu processo, mas o fato de as coisas mudarem tanto no decorrer da montagem me fez pensar que talvez fosse interessante ‘retrabalhar’ o mesmo esboço, até que a obra estivesse pronta. É uma coisa nova no meu processo e o resultado não é nada técnico e sim uma sobreposição de camadas de papéis desenhados de diversos tipos, especialmente o vegetal, que revela um processo. Vejo esses desenhos como sintaxes. Em alguns casos fica evidente a intenção de movimento, com camadas de papel vegetal sobrepostas como se fossem quadros de uma animação. Quando comecei a trabalhar nos desenhos, não pensava nisso, mas agora vejo uma relação entre essa sobreposição de imagens e o uso do videomixer, um dos aparelhos usados em Dentre. ¶ Sobre como considero os meios tecnológicos: acho que cada trabalho exige uma coisa diferente. Tem coisas que só consigo resolver a partir da construção de uma máquina. Outras, resolvo com papel e lápis ou até mesmo só com um vídeo, sem máquina acoplada. Vai depender do que cada trabalho pede.
Existe alguma diferença que você gostaria de destacar entre o trabalho apresentado agora no CCBB e sua produção anterior? Esta é a primeira vez que faço um projeto dessa dimensão e estou muito ansiosa com isso. Em geral, já é difícil prever como a obra vai funcionar depois de pronta – há uma interação entre os materiais cujo resultado só é conhecido depois de ligá-la na tomada. Dentre está exigindo um grande planejamento, porque é bem maior que as outras coisas que já fiz. Foi montado no ateliê um protótipo do trilho com quatro metros, ou seja, um terço do tamanho do que será feito no CCBB. Acreditamos que, se funciona para quatro, vai funcionar também para 12 metros. Mas existe sempre uma grande expectativa. ¶ Há mais ou menos dois anos venho pensando na imagem como catalisadora do comportamento da obra. Em outros trabalhos, o som das vozes das animações é que comanda os motores e os componentes. Dentre é o primeiro trabalho que realizo com essa lógica de funcionamento, que tem a luminosidade das imagens como fonte de comando para a estrutura. Dentre é uma máquina orgânica movida à luz. ¶ Não considero isso como uma nova etapa que anule a anterior. Há questões que precedem o uso da luz como propulsão motora da obra e que permanecem no âmbito do meu interesse: linguagem, comportamento, movimento, imaginação, entre outras tantas. Essa é apenas mais uma possibilidade dentro de um repertório de comportamentos viáveis com os materiais que conheço. O uso de células fotoelétricas fez sentido neste trabalho. Pode ser que em outro eu use novamente os circuitos sensíveis ao som. O trabalho é que vai dizer.
Your more known works – since you also draw – demand specific technological devices, produced especially for each of them to allow the synchronization of sound, images and machine in a device conceived by your imagination. What is the meaning of the technological means in the construction of your poetics? Do you consider them a craft in which you must specialize yourself, or merely a means that may be substituted by others, in case the logic of the work demands it? I see the materials as a possible vocabulary. I use the technology that is available in the market, even the most high tech that I’ve ever used – a kind of electronic muscle – was bought on the Internet. When I start a new work, I start by thinking of the objects I will use to make the animations in parallel with the volume of the work, what kind of movement I want and how it will occupy space. Then, I research what material better serves my intentions. Of course, this isn’t a rule and, actually, every work happens in a very peculiar way. ¶ The truth is that there is no point in planning to much, because a lot can happen during the building process in the studio. It is practically impossible to visualize everything in advance, because many things only come into being when the work is turned on for the first time. It was the case of Pisca-piscar (2008): as it was put in motion, it shook because of the inertia of the material. Though I started drawing it in 2006, this wasn’t predicted and a lot of the work was elaborated because of this movement. ¶ I’m telling you this because that is how I think of technology in my production: I start from the limitations to find solutions. The procedure of setting it up, constantly, permeates and is confused with the work itself, and the results are incorporated to the logic of its function. It’s the so-called possible vocabulary. The body of the work and its construction occur in an organic manner. For a show in 2007, for example, the Centrípetas would have to be on for
over eight hours a day during two months. I didn’t want to impose a schedule for the functioning of the work, but I had to, in some way, avoid the fatigue of the materials. So I made the objects in the videos ‘sleep.’ The screen goes dark and they stay there, quietly. Since they command the organism, the machine rests. Well, every organism needs time to rest... ¶ You mentioned the drawings. Recently, my sketches have gone through a transformation and I have worked on them in parallel with the construction of the works. Drawing has always bee important for my process, but the fact that things changed so much during production made me think that perhaps it would be interesting to ‘rework’ the same sketch until the work was ready. It is a new thing in my process and the result isn’t technical at all, but an overlapping of layers of papers with drawings of several kinds, especially the tracing paper, which reveals a process. I see these drawings as syntaxes. In some cases, the intention of movement is evident, with the layers of tracing paper overlapping as though they were frames in an animation. When I began working on the drawings, I didn’t think of it, but now I see a connection between this overlapping of images and the use of the videomixer, one of the devices used in Dentre. ¶ About how I think of technological means: I think that every work demands something different. There are things I can only solve starting with the building of a machine. Others I can resolve with pencil and paper or even simply with a video, with no machine attached. It depends on what every work demands.
Is there any difference that you would like to point out between the work presented now at the CCBB and your previous productions? ¶ This is the first time I’ve created a project with these dimensions and I’m very anxious about it. Usually, it is already difficult to predict how the work will function after its ready – there is an interaction between the materials, whose result is only known later after you plug it in. Dentre is demanding great planning, because it is much larger than other things I’ve done. We set up in the studio a prototype of the track with four meters, that is, a third of the size that will be set up at CCBB. We believe that, if it works for four, it will also work for 12 meters. But there is always a great expectation. ¶ I’ve been thinking for the last two years on the image as a catalyst of the behavior of the work. In other works, the sound of voices of the animations is what commands the motors and the components. Dentre is the first work I create with this logic of functioning that has the luminosity of images as a source of command for the structure. Dentre is an organic machine fueled by light. ¶ I don’t consider this as a new phase that wipes clean the previous one. There are issues that precede the use of light as a moving force of the work and that remained in the scope of my interest: language, behavior, imagination, among other things. This is simply one more possibility in a repertoire of viable behaviors with the materials I know. The use of photoelectric cells makes sense in this work. Possibly in another work I may use the sound-sensitive circuits again. The work will tell.